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RESPONSABILIDADE CIVIL A responsabilidade civil no Direito Brasileiro está, agora construída sobre dois conceitos, que formam a base estrutural da matéria: Conceito de Ato Ilícito (Art. 186 CC) – lesão de direito + dano. - Não há que se admitir, pelo atual CC, responsabilidade civil ou dever de indenizar, sem dano. A regra geral do nosso ordenamento jurídico é de que a responsabilidade depende de culpa (responsabilidade subjetiva) Conceito de Abuso de Direito (Art. 187 CC) – Ato Lícito pelo conteúdo, mas Ilícito pelas conseqüências. - Caracterizado como um exercício irregular de direitos, em que o titular de um direito, ao exerce-lo, excede os limites impostos: a) Pelo fim social do instituto; b) Pelo fim econômico; c) Pela boa-fé objetiva; d) Pelos bons costumes. Diferenças entre ATO ILÍCITO e ABUSO DE DIREITO: - O ato ilícito é ilícito no todo - o abuso de direito é lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas conseqüências. ATO ILÍCITO pode ser: civil = ofende o particular; penal = ofende a sociedade; administrativo = danos ambientais Elementos da RESPONSABILIDADE CIVIL: Conduta Humana - Ação -Omissão Culpa genérica ou lato sensu - Dolo – Ação ou omissão voluntária. Art. 186 CC - Culpa em sentido estrito (stricto sensu) – Imprudência (Art. 186 CC); Negligência (Art. 186 CC); e Imprudência – (Art. 951 CC) Nexo de Causalidade – Relação Causa/Efeito ------ Conduta – Dano - Excludentes: . Culpa ou fato exclusivo da vítima/terceiro . Caso fortuito . Força maior Dano (Prejuízo) = Material + Moral + Estético + Novos Danos Material – Danos Emergentes ( positivos) e Lucros Cessantes ( negativos) Moral + Estético – Possibilidade de cumulação (STJ) Súmula 387 STJ/2009 “ É lícita a cumulação dos Danos Morais e Danos Estéticos.” Súmula 37 STJ/1992 “É possível a cumulação, em uma mesma ação, de pedido de reparação material e moral”. Súmula 313 do STJ “Em ação de Indenização, procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória para a garantia do pagamento da pensão, independentemente da situação financeira do demandado.” DANO MORAL 1) Classificação quanto à necessidade ou não de prova: Dano Moral provado ou Dano Moral Subjetivo: Regra Geral. Dano Moral Objetivo ou presumido – não necessita de prova - Súmula 385 STJ “ Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito de cancelamento”. 2)Classificação quanto à pessoa atingida: a) Dano Moral direto – é aquele que atinge a própria pessoa, a sua honra subjetiva (auto estima) ou objetiva (repercussão social da honra). b) Dano Moral indireto ou Dano Moral em ricochete – Atinge a pessoa de forma reflexa. Danos Morais - Pessoa Jurídica Súmula 227 STJ “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral” Art. 52 CC - Honra objetiva – repercussão social Porém, segundo jurisprudência majoritária, não se pode indenizar o dano moral puro, tem que ser associado ao dano material. Porém, STJ já julgou, como dano presumível, o protesto de título já quitado. - Natureza jurídica da indenização por danos morais: 1ª Corrente: intuito reparatório; 2 ª Corrente: caráter punitivo ou disciplinador. EUA 3ª Corrente: caráter principal reparatório e um caráter secundário pedagógico ou disciplinador – Preponderante no Brasil Súmula 281 STJ “A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa”. DANOS ESTÉTICOS Súmula 387 do STJ de setembro de 2009: “É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”. CLASSIFICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL - Responsabilidade Civil Subjetiva Regra Geral Teoria da Culpa Com culpa genérica (Dolo, Culpa Estreita) - Responsabilidade Civil Objetiva Exceção Teoria do Risco Sem culpa Responsabilidade Objetiva do Estado – Art. 37, § 6º CF; Art. 43 CC. Responsabilidade Objetiva no CDC – Arts 12; 13; 14; 18; 19; 20. Exceção: Art. 14§ 4º - profissionais liberais Responsabilidade Objetiva por danos ambientais – Art 14, §1º da Lei nº 6.938/81. Responsabilidade Objetiva no CC/2002: atos de outrem – Arts. 932 e 933 do CC animal – Art. 936 CC queda de prédio – Art. 937 CC coisas lançadas e caídas de prédios – Art. 938 CC CLASSIFICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À CULPA: Responsabilidade Civil Subjetiva (Art. 186) = Teoria da Culpa. Preponderante em nosso ordenamento. Deve configurar culpa genérica. - Autor deve provar culpa – Art. 373,I NCPC Responsabilidade Civil Objetiva (Art. 927, § único CC) – Teoria do Risco. Independe de culpa. Modalidades: Teoria do risco administrativo – Art. 37, § 6º CF Teoria do risco criado – agente cria o risco, decorrente de outra pessoa ou de uma coisa. Art. 938 CC. Ocupante de prédio pelas coisas que caírem ou forem lançadas. Teoria do risco da atividade (ou risco profissional). Art. 927, § único, segunda parte. Teoria do risco proveito – risco provém de atividade lucrativa. CDC. Exemplo: empresa farmacêutica responde por um novo produto que coloca no mercado e que ainda está em fase de testes. Teoria do risco integral: nessas hipóteses não há excludente de nexo de causalidade ou responsabilidade civil a ser alegada, como nos casos de danos ambientais. (Art. 14, § 1º, Lei nº 6.938/81) Responsabilidade Objetiva do Estado Art. 37, §6º CF Art. 43 CC - Teoria do Risco administrativo - Ato omissivo do Estado, culpa subjetiva. Ex: segurança, balas perdidas, latrocínio praticado por fugitivo. Responsabilidade Pressuposta: Griselda Maria Fernandes Novaes Hironaka Deve-se primeiro indenizar a vítima, para depois verificar, em um segundo plano, quem foi o culpado ou quem assumiu os riscos de sua atividade. O DANO é o elemento mais importante, deixando –se de lado o nexo de causalidade. Responsabilidade Civil no CDC Art. 6º, VI da Lei nº 8.078/90 = Princípio da reparação integral dos danos. Assim como Arts. 12, 14, 18, 19 e 20 do CDC. - Haverá a Responsabilidade Objetiva e solidária dos prestadores e fornecedores, com exceção da pessoa natural que age como profissional liberal nesta relação, no caso de um fato do serviço, que tem Responsabilidade Subjetiva (Art. 14, § 4º CDC). A não ser os que exercem obrigação de resultado, como é o caso dos cirurgiões plásticos, responsabilidade objetiva. Exceção ao princípio da relatividade subjetiva dos contratos: - Consumidor por equiparação ou by stander (Art. 17 CDC) Ex: Todas as pessoas que assistem televisão, que explode, trazendo danos. Ex: Pessoa que tem casa atingida por bagagem que cai de avião. É equiparada a consumidor, culpa objetiva. Para o CDC há responsabilidade pelo produto e pelo serviço: Responsabilidade pelo vício do produto. Arts. 18, 19, 26 CDC. Responsabilidade pelo fato do produto (defeito). Art. 12 CDC. Problema romper os limites do produto, atingindo o consumidor. Única exceção da responsabilidade solidária. Comerciante responde de forma subsidiária. Responde somente se houver problema na identificação do responsável direto. Para muitos autores é solidária a responsabilidade. - Prazo para pleitear indenização = 5 anos (Art. 27 CDC). Maior que o CC que é de 3 anos (Art. 206, § 3º, V do CC) Responsabilidade pelo vício do serviço. Art. 26 CDC. Responsabilidade pelo fato de serviço Responsabilidade Civil por Danos Ambientais - Art. 14,§ 1º da Lei nº 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente) - Responsabilidade Civil objetiva e solidária entre todos os envolvidos com os danos ambientais. - Teoria do Risco Integral – não admite excludentes ou são excludentes : caso fortuito externo ou força maior externa.RESPONSABILIDADE CIVIL NO CC/2002. Regras específicas: A responsabilidade objetiva por atos de terceiros (responsabilidade civil indireta) Art. 933 – Responsabilidade civil indireta Responsabilidade sem culpa. Art. 928 – o incapaz responde pelos prejuízos... Ilógico. Responsabilidade subsidiária. Responsabilidade civil objetiva por danos causados por animal. Art. 936 Responsabilidade civil objetiva por danos causados por prédios em ruínas. Art. 937 Responsabilidade civil por danos oriundos de coisas lançadas das casas. Art. 938 – defenestramento. Defenestrar = jogar fora pela janela. - Impossibilidade de identificação – condomínio é o responsável, com possível regresso. Responsabilidade civil objetiva em relação a dívidas Arts. 939, 940, 941 – devedor poderá exigir a indenização por meio da reconvenção. - Ainda não há unanimidade se a responsabilidade do credor depende ou não de culpa, nos termos dos artigos 939 e 940. Responsabilidade civil objetiva no contrato de transporte Art. 750 - Obrigação de Resultado Súmula 161 do STF – “Em contrato de transporte é inoperante a cláusula de não indenizar”. Art. 734 CC. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE: Legítima defesa – Art. 188, I. Conceito: Art. 25 CP ou 1.210,§ 1º CC. Estado de necessidade ou remoção de perigo iminente – Art 188, II – Arts. 929 e 930 Exercício regular de direito ou das próprias funções – Art. 188, I, segunda parte. Ex: TST entendeu que o empregador tem o direito de fiscalizar o endereço eletrônico colocado à disposição do seu empregado (e-mail corporativo) Súmula 130 STJ “A empresa responde perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento”. Art. 424 CC – segurança é inerente ao contrato de estacionamento. Excludentes do nexo de causalidade: 1) culpa exclusiva da vítima ou de terceiro; 2) fato exclusivo da vítima ou de terceiro; 3) caso fortuito e força maior (Caso fortuito é o evento imprevisível, força maior é o evento previsível mas inevitável). Cláusula de não indenizar – não muito aceita pela doutrina. - Aceita: 1) Para responsabilidade contratual, quando houver bilateralidade do consentimento. 2) Quando não houver colisão com preceito cogente de lei. - Não aceita: 1) Para os casos envolvendo responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana. 2) Em contratos de adesão. 3) Nas relações de consumo. 4) Quando se tratar de ato lesivo doloso ou crime. 5) Em contrato de transporte. Art. 734 CC e Súmula 161 STF. RELAÇÃO ENTRE RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL Art. 935 CC Art. 91, I CP – um dos principais efeitos da sentença penal condenatória é tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. - Independência relativa entre os juízos civil e criminal - Em regra, a cível independe da criminal Porém, Art. 66 do CPP (mais atual) Art. 63 do CPP Art. 387, IV CPP – indenização mínima Porém, Art. 944 CC – indenização máxima Art. 200 CC = prescrição não corre, quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal.
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