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Aula 7 TUMORES UROLÓGICOS

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CLÍNICA CIRÚRGICA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
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TUMORES UROLÓGICOS 
EPIDEMIOLOGIA 
 Estimativa para 2014 - casos novos de câncer: 
 Brasil 576.580 casos de câncer 
 302.350 casos– Homens: 
1-Pele não melanona 
2-Próstata 
3-Pulmão 
4-Cólon e reto 
5-Estômago 
6-Cavidade oral 
7-Esôfago 
 234.230 casos– Mulheres. 
CÂNCER DE PRÓSTATA 
 Neoplasia mais comum do homem. 
 Principais fatores de risco: idade avançada, negros e fatores genéticos (história familiar). 
 Fatores de risco prováveis: dieta rica em produtos animais, pobre em vegetais. 
 Fatores de proteção prováveis: vitamina E, selênio e soja. 
 Zonas: 
o Zona de transição Hiperplasia prostática benigna. 
o Zona periférica CA de próstata. 
o Zona central. 
o Estroma fibromuscular anterior. 
 Maioria adenocarcinoma (Mais de 95% dos cânceres da 
próstata) multifocal na zona periférica. 
 Sinal de malignidade: invasão da cápsula prostática ou 
perineuro. 
 Principal sítio de metástase: OSSO. 
HISTÓRIA CLÍNICA 
 Maioria assintomático (sintomas ocorrem quando a doença já está avançada) importância do Screening 
(PSA + Toque retal – ambos se complementam) 
 Sintomas obstrutivos. 
 História familiar. 
 Edema de membro inferior. 
 Dor óssea. 
 
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DIAGNÓSTICO 
 A partir de 45-50 anos: exame preventivo anual. 
 Toque retal: 
o Decúbito dorsal. 
o Bexiga vazia. 
o Bimanual. 
o Palpação de zona endurecida ou nódulo suspeita. Se endurecido, irregular ou nódulo = biópsia. 
 Exames complementares: 
o PSA (ng/ml): 
 0-4 normal. 
 4-10 obscuro/indeterminado. 
 >10 alta chance de CA de próstata. 
o Biópsia transretal ecodirigida. 
 Pacientes com mais de 60 anos Se PSA > 4 ng/ml = biopsiar. 
 Pacientes < 60 anos: biopsiar se PSA > 2,5 ng/ml. 
 USG transretal: faz-se biópsia da lesão e mais 6-14 fragmentos = padrão-ouro para o 
diagnóstico! 
o Fosfatase alcalina. 
o Fosfatase ácida prostática. 
o Função renal. 
o Ecografia prostática. 
 SCREENING: PSA + TOQUE RETAL 
o Atualmente recomenda-se a dosagem anual de PSA, juntamente com o toque retal, em homens 
acima dos 50 anos cuja sobrevida esperada é superior a 10 anos. 
o Exceção: 
 Raça negra. 
 História familiar. 
 Iniciar aos 45 anos. 
TRATAMENTO 
 Tumores localizados: 
o Prostatectomia radical. 
o Radioterapia externa. 
o Braquiterapia (iodo radioativo que age localmente). 
o Crioterapia. 
 Tumores localmente avançados: 
o Homoterapia antiandrogênica (3 a 4 meses), seguida de radioterapia. 
 Doença metastática à distância: 
o Bloqueio antiandrogênico completo (BAC). 
 Agonista GnRH, Antagonista de receptor androgênico, Orquiectomia. 
 Complicações da cirurgia: disfunção erétil precoce (quanto mais velho pior) e incontinência urinária). 
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CARCINOMA DE BEXIGA 
 Paciente típico: homem branco idoso (idade média 70 anos). 
FATORES DE RISCO 
 Idade (pico da incidência na 7ª década de vida). 
 Tabagismo (50%). 
 Abuso de analgésicos. 
 Cálculo vesical. 
 Exposição ocupacional: 
o Tintas (anilina, 30 a 50 anos) 
o 2-naftalina 
o Fábricas de corantes, borracha, alumínio. 
o Limpeza de chaminés, indústrias químicas. 
 Infecções 
 Mutações em genes de proteínas. 
 Dieta rica em carnes defumadas, gorduras, corantes. 
CLÍNICA 
 Hematúria macroscópica indolor (85%). 
 Sintomas miccionais irritativos: polaciúria e ardor. 
 Hematúria microscópica (> 50 anos). 
 Emagrecimento, dores ósseas. 
*Exemplo: homem fumante mais de 40 anos, pintor com hematúria macroscópica Realizar cistoscopia + biópsia (esta 
deve alcançar a camada muscular para já dar o estadiamento local). 
DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO 
 USG abdomino-pélvica. 
 Cistoscopia. 
o Se negativa realizar citologia. 
o Se positiva = fazer também, sempre, ultrassom ou Urografia excretora (pois pode haver lesão 
sincrônica alta). 
 Citologia urinária Investigar tumor em ureter/pelve renal. 
 Urografia excretora/TC abdomino-pélvica. 
 Rx de tórax e cintilografia óssea. 
 Biopsia para confirmação via uretral (cistoscopia). 
 Carcinoma papilar de células transicionais (> 90%) – Maioria superficial (não invasiva). 
*Hematuria História Clínica Exame Físico Avaliação com Imagem Citoscopia/Citologia 
Biópsia/RTU (Ressecção transuretral). 
*Todo paciente acima de 40 anos com hematúria deve ser investigado para a presença de câncer urotelial. 
 
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TRATAMENTO 
 RTU + Terapêutica adjuvante. 
 Doença superficial (não invade a muscular): 
o Ressecção endoscópica. 
o Maioria dos pacientes recebe tratamento adjuvante com BCG intravesical durante 1-3 anos. 
 Tratamento dos tumores invasivos: 
o Tratamento cirúrgico: 
 1ª escolha RTU (ressecção trasuretral): Tumores de alto risco. 
 Cistectomia: parcial ou radical (“arranca tudo”: próstata, útero, etc Neobexiga com 
segmento intestinal + Quimioterapia adjuvante). 
o Radioterapia. 
 Seguimento: 
o Cistoscopia + citologia urinária (+ TC se doença invasiva). 
CÂNCER DE RIM 
 Paciente típico: homem negro 50-60 anos. 
FATORES DE RISCO 
 Idade avançada. 
 Tabaco. 
 Obesidade. 
 Diabetes. 
 Exposição ao cádmio, gasolina e asbesto. 
 Doença renal cística adquirida (diálise crônica) 
 Associação com síndromes genéticas: Von-Hippel-Lindau, Esclerose tuberosa. 
MALIGNOS: 
 Adenocarcinoma renal ou Carcinoma de células renais (células claras) ou Tumor de Grawitz (80 a 85% 
T.R.M.). 
 Carcinoma de células renais sólido. 
 Carcinoma de células renais papilar. 
*O tumor que mais manda metástase para o rim é o Pulmão. 
CLÍNICA 
 Tríade Clássica (SÓ em 10% dos casos) = Hematúria + Massa abdominal palpável + Dor abdominal. 
 Mais comum é algum desses isolados ou em dupla. 
 Outros: febre, perda de peso. 
DIAGNÓSTICO 
 1° exame é o USG. 
 Se massa ou cisto complexo = TC com contraste. 
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 Qualquer massa renal é maligna até prova em contrário. 
 USG (< 3 cm – 79%) / TC (< 3 cm – 94%): 25 a 40% massa renal incidental (tumores pequenos). 
 Metástase no diagnóstico: 
o Pulmão – 50 a 60%. 
o Ossos 
o Fígado 
o Cérebro (alto risco de sangramento). 
 Cavografia. 
TRATAMENTO 
 Nefrectomia radical: linfadenectomia regional/Linfadenectomia mesentérica e bifurcação Aórtica? 
o Indicada em todos os casos, exceto se doença metastática. 
 Nefrectomia parcial – rim único, tumores bilaterais, tumores pequenos (< 4 cm) e localizados (polares) em 
jovens Recidivas 4 a 10%. 
 Metástase única: ressecção da metástase. 
 
CÂNCER DE PÊNIS 
 2% dos casos de CA nos homens. 
 Mais frequente na 6ª década. 
 Fatores de risco: 
o Fimose. 
o Higiene deficiente (smegma fator irritativo). 
o Radiações ultravioletas. 
o Infecção por HPV 16 e 18. 
 95% Carcinomas espinocelulares. 
 Sinais: é a própria lesão que alerta o paciente. 
DIAGNÓSTICO 
 História e exame clínico. 
 Biópsia. 
 TC/RNM. 
TRATAMENTO 
 Cirurgia – Penectomia. 
 Linfadenectomia inguinal radical. 
 
 
 
 
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CÂNCER DE TESTÍCULO – Células germinativas 
 Paciente típico: homem branco 20-40 anos. 
 5% dos cânceres em homens. 
 10% em testículos criptorquídicos. 
 Idade: 
o Picos 20-40 anos. 
o > 60 anos. 
o 0-10 anos. 
 Seminoma – 40%. 
 Carcinoma embrionário – 20 a 25%. 
 Teratocarcinoma – 25 a 30%. 
 Teratoma – 5 a10%. 
 Coriocarcinoma – 1%. 
 Tumor combinado – 13,5%. 
 Os teratomas surgem preferencialmente sob a forma mista, isto é com mais de um componente tumoral. 
CLÍNICA e DIAGNÓSTICO 
 Massa testicular com edema sólida, dura, unilateral com edema e desconforto local. 
 Pode ser indolor (diferencial com orquite e epididimite, que doem). 
 Palpação, transiluminação. 
 Marcadores tumorais: 
o AFP: só nos não-seminomas. 
o LDH e HCG*: ambos os tumores *¾ dos tumores não seminomatosos. 
 USG (escrotal, pélvica, abdominal) = se massa realizar cirurgia. Depois da cirurgia, estadiar (tórax, 
abdome, pelve) para definir tratamento adjuvante. 
 TC de tórax, abdômen, pelve. 
TRATAMENTO 
 Cirúrgico: orquiectomia radical inguinal. 
 Tratamento adjuvante: 
o Seminoma: Quimioterapia ou Radioterapia. 
o Não seminoma: Quimioterapia ou dissecção de linfonodos retroperitoneais. 
o Toracotomia (massas residuais).

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