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MED – Oncologia Júlia Azzolini MED Oncologia NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO 2 CÂNCER DE PULMÃO 2 NÓDULO DE TIREOIDE 4 CÂNCER DE TIREOIDE 5 CÂNCER DE PRÓSTATA 6 CÂNCER DE TESTÍCULO 8 CÂNCER RENAL 8 CÂNCER DE BEXIGA 8 CÂNCER DE ESÔFAGO 9 CÂNCER GÁSTRICO 9 PÓLIPOS INTESTINAIS 11 CÂNCER COLORRETAL 12 CÂNCER PANCREÁTICO 12 TUMOR HEPÁTICO 13 �1 Júlia Azzolini MED – Oncologia Júlia Azzolini NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO - Lesão de até 3cm de diâmetro, envolta por parênquima normal - > 3cm: massa * Padrões benignos: bordos regulares, calcificação central, laminado concêntrico, difuso ou em pipoca (com aspecto de gordura = hamartoma). * Padrões malignos: bordos irregulares/espiculados, calcificação salpicada ou excêntrica - Nódulo (≤ 3cm) → calcificação benigna ou estabilidade por 2 anos? - Sim: benigno → cicatriz de BK - Não: maligno → câncer - Lesão < 8mm: acompanhar com TC seriadas (a cada 3/6 meses) - Lesão > 8mm: avaliar as outras características de risco (idade, história tabágica, contornos) - Se baixo risco: TC seriadas - Se médio risco: PET-scan → se positivo, biópsia excisional - Se alto risco: biópsia excisional * Fatores de risco para malignidade: tabagismo, idade > 35 anos, >2cm, crescimento em 2 anos e calci- ficação/formato CÂNCER DE PULMÃO - Carcinoma broncogênico - Carga tabágica (maços/ano): nº de maços por dia x nº de anos de tabagismo - É o câncer que mais mata e o 4º mais comum (1º pele, 2º próstata/mama) - Diagnóstico na maioria das vezes é tardio (irressecável ou inoperável) - Rastreamento: - TC de baixa dosagem anual: se fumante ou ex-fumante (<15 anos) entre 55 e 74 anos, com carga tabágica ≥ 30maços/ano Tipos histológicos: - Não pequenas células (80%) - Epidermóide (espinocelular): 30% → central - Adenocarcinoma: 40% → periférico - Células grandes (anaplásico): 10% → periférico - Pequenas células (20%): - Oat-cell (avenocelular): PIOR PROGNÓSTICO → central Clínica: - Crescimento tumoral: - Tumor central (CEC e pequenas células): tosse, roncos, sibilos, hemoptise, rouquidão (pelo nervo laringeo recorrente), cansaço, sibilo e estridor por compressão, acúmulo de secreção, pneumonia obstrutiva, pneumonia de repetição e atelectasia. - Tumor periférico (adenocarcinoma e grandes células): dor por acometimento pleural, cansaço, dispneia, derrame pleural. Pode produzir irritação no pulmão, levando também a tosse. �2 MED – Oncologia Júlia Azzolini - Síndromes compressivas: - Síndrome de Pancoast (epidermóide): - Tumor no sulco superior (ápice) - Ao crescer invade a parede e erode os 1º e 2º arcos costais → invade plexo braquial (dor no ombro e na face ulnar do braço, atrofia, parestesia) - Síndrome de Horner: miose, ptose, enoftalmia e hemianidrose (comprometimento da cadeia simpática toraco-cervical e gânglio estrelado) - Síndrome da VCS (oat-cell): - Obstrução do fluxo sanguíneo venoso da cabeça e pescoço para o coração (compressão dire- ta) → aumento da pressão venosa - Cefaleia, edema de face e MMSS, turgência jugular patológica, circulação colateral no 1/3 su- perior torácico - Metástase: suprarrenal, fígado, osso, SNC, parótida - Síndrome paraneoplásica: * Oat-cell: Eaton-Lambert e SIHAD * Adenocarcinoma: osteoartropatia hipertrófica pulmonar * Epidermóide: hipercalcemia (PTH-like) * SIHAD + pulmão: legionella e Oat-cell Fatores de risco: - Tabagismo (ativo ou passivo) - Exposição a radônio ou asbesto - Predisposição genética - Dieta e poluição ambiental * Cânceres relacionados com tabagismo: pulmão, boca, esôfago (CEC), cabeça e pescoço, bexiga e pân- creas. Carcinoma bronquíolo-alveolar: - Raro subtipo de adenocarcinoma - Conteúdo mucóide nos alvéolos → morre de insuficiência respiratória �3 (fraqueza muscular) MED – Oncologia Júlia Azzolini Características específicas de cada tipo histológico: * EPTHIDERMOILE * OACTH-CELL * ADERRAME CARCINOMA Diagnóstico: - Central: escarro, broncoscopia - Periférico: toracotomia, videotoracoscopia, percutâneo * Biópsia do pequenas células: citoplasma escasso, núcleo hipercromático e nucléolo proeminente – indica ↓diferenciação e ↑índice mitótico Estadiamento: - Não pequenas células – TNM: - T1: ≤ 3cm (alta chance de cura) = nódulo pulmonar solitário - T2: > 3cm OU brônquio fonte a ≥ 2cm da carina, pleura visceral ou atelectasia lobar - T3: > 7cm OU brônquio fonte a < 2cm da carina, parede torácica (Pancoast), diafragma, pleura me- diastinal, pericárdio - T4: - Invade estruturas adjacentes: maioria irressecáveis (traqueia, carina, coração, esôfago, vérte- bra); - OU ≥ 2 lesões no mesmo pulmão (ressecável) - N1: linfonodos peribrônquicos ou hilares IPSILATERAIS - N2: mediastinais ipsilaterais ou subcarinais - N3: linfonodos contralaterais, escalenos, supraclaviculares → irressecável - M1: derrame neoplásico ou metástase a distância * N: não contra-indica a ressecção - Pequenas células: - Limitado: confinado ao pulmão (1 hemitórax) e seus respectivos linfonodos - Avançado: ultrapassa os limites acima Tratamento: - Não pequenas células: - Cirurgia + QT - IA (T1N0M0): só cirurgia - Irressecável (T4, N3 ou M1): QT c/s RT - Pequenas células: - Limitado: QT + RT - Avançado: QT paliativa NÓDULO DE TIREOIDE - Presente em 1-5% da população. Comum na mulher - Deve descartar malignidade (5%) - Fatores de risco: - Idade < 30 ou > 60 anos, sexo masculino - História de irradiação → papilífero - História familiar + - Duro, aderido, gânglio + - US >1cm, sólido Tipo Local Detalhes Síndrome paraneo Epidermóide Central - Homem fumante - Mais faz cavitação - Pancoast - Hipercalcemia (PTH-símile) AdenoCa Periférico - Mulher jovem não fumante - Derrame pleural - Bronquíolo alveolar (subtipo) - Osteoartropatia hipertrófica Grandes Células Periférico - Pode cavitar Pequenas Céluls Central - Pior px - Síndrome da VCS - Origem neuroendócrina - Cushing - SIADH - Eaton-Lambert �4 MED – Oncologia Júlia Azzolini * A maioria dos cânceres de tireoide são bem diferenciados – célula cancerígena é muito parecida com a célula normal. Sendo assim, ela consegue exercer a função de uma célula normal → câncer não altera a função tireoidiana. 1. Anamnese e exame físico 2. Dosagem de hormônios tireoidianos: - Eutireoideo ou ↑TSH (normo ou hipofunção): pode ser maligno → fazer US - ↓TSH (hiperfunção)→ fazer cintilografia 3. Ecografia de tireóide: - Cístico (preto): benigno - Sólido (branco): microcalcificação, vascularização central (chamas IV ou V), tamanho, hetero- geneidade do nódulo, bordos irregulares (ausência de halo periférico), invasão da cápsula da tireóide, invasão vascular, invasão muscular, acometimento de linfonodos, crescimento ântero-pos- terior maior. - Se < 1cm: acompanhar 4. Cintilografia da tireóide: quente (aumento da captação), morno (captação igual ao restante da glândula) ou frio (nódulo não captante). Se for frio provavelmente é maligno → fazer PAAF. - Quente: doença de Plummer (adenoma tóxico) - Frio: Fazer US. Se o tumor não for captante, com áreas de calcificação e aumento da vasculariza- ção e/ou bordas irregulares, é obrigatório a solicitação de uma PAAF. 5. PAAF – se: - Nódulo sólido > 1cm - Nódulo <1 cm + Fatores de risco e características de malignidade no US - Nódulo aumentar de tamanho >20% em 1 ano * PAAF: falso negativo em 1 a 6% dos casos Classificação de Chamas: - I. ausência de vascularização - II. vascularização periférica - III. vascularização central < periférica - IV. vascularização central > periférica - V. vascularização central * Quanto mais central a vascularização, maior o risco de neoplasia CÂNCER DE TIREOIDE - Bem diferenciado (90%): mulher (20-40 aos), mais comum, bom prognóstico - Papilífero - Folicular - Pouco diferenciado (9%): pior prognóstico - Medular - Anaplásico ou indiferenciado Estadiamento – Escore de AMES/AGES: - Baixo risco: - Feminino, < 40 anos - Tumor confinado à tireoide - Sem metástase - < 2cm - Bem diferenciado - Alto risco: - Masculino, > 40 anos - Extensão extratireoidiana - Metástase regional ou à distância -> 4cm - Pobremente diferenciado �5 MED – Oncologia Júlia Azzolini * Carcinoma de células de Hurthle: é uma variante mais agressiva e menos diferenciada do carcinoma folicular. Tratamento: tireoidectomia total + linfadenectomia. * PAAF da diagnóstico citológico, e não histológico. * NEM 2A: CMT, feocromocitoma e hiperparatireoidismo * NEM 2B: CMT, feocromocitoma, neuromas CÂNCER DE PRÓSTATA - Divisão anatômica: - Anterior - Central - Periférica: CaP → mais posteriorizada (da pra sentir pelo toque retal) - Transição: HPB (sintomas obstrutivos) - Fatores de risco: - Idade >50a, raça negra - História familiar - Dieta rica em gordura animal - Patologia: adenocarcinoma (99%) - Disseminação: - Local: reto, bexiga, vesícula seminal - Linfática Papilífero Folicular Tipo Bem diferenciado Bem diferenciado Características -Mais comum* -Mulher 30-40 anos -Excelente prognóstico -Disseminação linfática -Associado a irradiação -Corpos psamomatosos (acúmulo concêntrico de cálcio - tipo cebola) - 2º mais comum - Mulher 40-60 anos - Bom prognóstico - Disseminação hematogênica - Associado a carência de iodo - ↑↑↑↑ células foliculares Diagnóstico -PAAF - PAAF = ↑ de células foliculares (NÃO diferencia adenoma de carcinoma) - Análise histopatológica = diagnóstico *** Tratamento -< 1cm e sem linfonodo: tireoidectomia parcial -≥1cm, com linfonodo: tireoidectomia total -Se < 15 anos ou história de irradiação: tireoidectomia total - < 2cm: tireoidectomia parcial (se for adenoma, ok, se for câncer, tirar o resto) - > 2cm: tireoidectomia total Seguimento -Tireoglobulina -Cintilografia - Tireoglobulina - Cintilografia Medular (CMT) Anaplásico Tipo Pouco diferenciado Pouco diferenciado Características -Células C ou parafolicular (produção de calcitonina = marcador) ** -Pode ser esporádico (80%) ou familiar (20%) → pode estar associado a NEM 2** -Mutação no proto onco gene RET - Mais raro - Paciente idoso - Pior prognóstico, mais agressivo - Rápida evolução - Pequena sobrevida - Deficiência de IODO Diagnóstico -PAAF -Obrigatório investigar mutação no RET em parente de 1º grau - PAAF (geralmente tardio) Tratamento -Tireoidectomia total + linfadenectomia -Parente: tireoidectomia profilática (se RET+) - Tireoidectomia total + linfadenectomia (raro) - Paliativo (QTx e RTx), traqueostomia, gastrostomia Seguimento -Dosagem de calcitonina �6 MED – Oncologia Júlia Azzolini - Hematogênica: osso (crista ilíaca, coluna lombar – lesão osteoblástica) - Clínica: - Assintomático (periférico) - Invasão local: obstrutivos, hematoespermia (invasão de vesícula seminal) - Metástase: dor lombar, compressão medular Rastreamento: - Toque retal + PSA anual → alterados: biópsia guiada por US - Indicação: - ≥ 50 anos → todos até 75 anos - ≥ 45 anos + FR (negros/história familiar) - > 75 anos: apenas se expectativa de vida > 10 anos * Toque retal suspeito: próstata endurecida, pétrea, com nódulos * PSA suspeito: > 4ng/ml * Como aumentar a sensibilidade e especificidade do PSA (refinamento do PSA): * Velocidade de crescimento anual: > 0,75ng/ml/ano * Densidade do PSA: > 0,15 → biópsia * Fração livre: < 25% (câncer libera PSA mais complexado a proteínas) - Para confirmar: - Toque retal suspeito (independente do PSA) → biópsia - PSA > 10 → biópsia - PSA 2,5-10 → avaliar o risco (velocidade, densidade, fração) * PSA não confirma câncer (biópsia sim) * MS diz para NÃO fazer rastreamento! Sociedade Brasileira de Urologia diz para rastrear * MS só indica rastreamento de ca colorretal para o homem Escore de Gleason (pós biópsia): - Patologista avalia o tipo de histologia que aparece em maior quantidade e classifica em: - I: mais diferenciado - II - III - IV - V: menos diferenciado (pior) * Exemplo: muita histologia 2 e 3 = 5 * Vai de 2 a 10 * 2-4: bem diferenciado * 5-6: moderadamente diferenciado * 7-10: indiferenciado (pior prognóstico) Estadiamento TNM: - T: toque retal + PSA + gleason - T1: confinado a próstata e não palpável - T2: confinado a próstata e palpável - T3: extensão extra-capsular - T4: invasão de estruturas vizinhas - N: linfonodo - M: metástase * Se PSA > 20 ou gleason > 6: * Melhor exame para buscar metástase: cintilografia óssea (principal local de meta) * TC ou RM abdominopélvica: bom para ver invasão Tratamento: - Doença localizada: prostatectomia radical ou radioterapia - Metastática: privação androgênica * Agonista de GnRh: mantém a quantidade de GnRH máxima, sem caráter pulsátil – impede a médio prazo a estimulação * HPB: sintoma irritativo → alfa-bloqueador (prazosin); sintoma obstrutivo → antiandrogenico (finasterida) �7 MED – Oncologia Júlia Azzolini CÂNCER DE TESTÍCULO - Homem branco, 20 a 40 anos - Tipo mais comum: células germinativas (seminoma) - FR: - Criptorquidia - Síndrome Klinefelter - Clínica: edema e desconforto - Dor: epididimite/orquite - Marcadores: - Alfa-feto-ptn: não germinomas - β-HCG e LDH: germinomas e não germinomas - Tratamento: - Orquiectomia radical inguinal - Metástase: - Linfonodos retroperitoneais CÂNCER RENAL - Homens negros 50-70 anos - FR: tabagismo - Subtipos: - Carcinoma de células claras: + comum. Prognóstico ruim - Carcinoma papilífero - Carcinoma cromofóbico - Carcinoma do ducto coletor: pior prognóstico (muito agressivo) - Clínica: - Assintomático (achado de exame) - Tríade (10%): hematúria + massa palpável + dor em flanco - Paraneo: - Hipercalcemia - Hipertensão renovascular (+ comum) - Anemia - Síndrome de Stauffer: disfunção hepática sem metástase - Lesão suspeita = cirurgia !! - Estadiamento: - T1: tumor ≤ 7cm - T2: > 7cm - T3: invade grandes vasos - T4: invade adrenal ou atravessa a fáscia de Gerota - Tratamento: - Nefrectomia parcial (se tu ≤ 4cm) - Nefrectomia radical - Imunoterapia - São resistentes à quimioterapia e radio! * Síndrome de Von Hippel-Lindau: tumor renal, retiniano, cerebelar e espinhal + cistos em diversos órgãos. * Ressecar o tumor primário mesmo na presença de metástase * A ressecção de metástases é benéfica Classificação de Bosniak (cistos renais): - I. Cisto simples - II. Cisto minimamente complicado (septação fina, pequena calcificação, < 3cm) - III. Cisto indeterminado (espessamento parietal ou septação espessa) - IV. Neoplasoa cística (espessamento parietal ou septal grosseiro, tecido sólido) CÂNCER DE BEXIGA - O importante é identificar esse tumor - Tipo: carcinoma de célula transicional (urotelial) - Homem branco idoso - Clínica: �8 MED – Oncologia Júlia Azzolini - Hematúria não glomerular + NADA - Sintomas irritativos * Toda hematúria em paciente > 40 anos = citologia urinária e cistoscopia para investigação - Fatores de risco: - Tabagismo - Saúde ocupacional: contato com arilaminas (corantes), hidrocarbonetos (petróleo) * Vitamina A: proteção - Diagnóstico: - Citologia - Cistoscopia: ressecar a lesão e mandar pro histopatológico - Tratamento: - Superficial (T1 - até a submucosa): ressecção endoscópica +/- BCG intravesical (↓ recorrência) - Invasivo: QT adjuvante + neoajduvante + cistectomia + linfadenectomia - Metástase: QT +/- ressecção da doença residual CÂNCER DE ESÔFAGO - Tipos histológicos: - Escamoso (epidermóide): - FR: etilismo e tabagismo, tilose palmo-plantar (95% de chance), consumo de bebidas quentes, esofagopatias (acalásia, doença de Chagas, estenose cáustica), idoso - Esôfago médio-superior - Mais comum - Adenocarcinoma - FR: esôfago de Barrett (metaplasia intestinal) e acalásia - Esôfago distal - Clínica (acometimento > 2/3 da luz): - Disfagia progressiva (sólidos → pastosos → líquidos) - Emagrecimento - Dor, rouquidão - Diagnóstico: - Esofagografia baritada (maçã mordida) - EDA com biópsia - Estadiamento TNM (US endoscópico – padrão ouro para avaliar T e N; e PET-scan para M) - Tis: restrito a mucosa - T1: submucosa - T2: muscular - T3: adventícia - T4: ultrapassa - N1: metástase em 1 a 2 linfonodos - N2: 3 a 6 - N3: ≥7linfonodos - M1: metástase * T4b ou M1: critério de irressecabilidade - Tratamento: - Curativo (sem M1 ou T4b): - QT e RT neoadjuvante - Esofagectomia com margem + linfadenectomia - Paliativo (M1 ou T4b): radioterapia, dilatação, stent, gastrostomia * Só mucosa: mucosectomia endoscópica * Até submucosa: só esofagectomia + linfadenectomia CÂNCER GÁSTRICO - Adenocarcinoma: 95% - Linfoma: 3% - Tumor estromal (GIST): 1% - Outros Fatores de risco: - Anemia perniciosa → hipocloridria crônica - Gastrite crônica atrófica com H.pylori (2ª fase) → hipocloridria crônica �9 MED – Oncologia Júlia Azzolini - História familiar - Tabagismo - Pólipo adenomatoso * Hipocloridria → metaplasia intestinal * Alcoolismo não é fator de risco para câncer de estômago * O álcool não induz a formação de úlcera, mas aumenta o risco de hemorragia digestiva nesses pacientes * Dermatomiosite tem risco muito aumentado para malignidade (risco 3x maior). Especialmente câncer mama, ovário, cólon, melanoma e pulmão. * Câncer gástrico + ovário = Krukenberg Classificação patológica: - Microscópica/histológica (Lauren **): - Macroscópica (Borrmann) **** CAI MUITO: - I. polipóide → polipectomia - II. ulcerado com bordos nítidos → bx - III. ulcerado com bordos não nítidos (+ comum) - IV. infiltrante (se infiltrar todo o órgão: "linite plástica") - V. nenhum dos demais * Cai muito em prova a classificação de Borrmann, pois define a conduta: * I. polipectomia * II. é igual úlcera benigna → biópsia * III. apresentação mais comum do câncer * IV. forma mais comum no adenocarcinoma difuso Clínica: - Assintomático (sem rastreio): difícil diagnosticar nessa fase - Dispepsia - Emagrecimento (* mais comum), anemia, odinofagia, disfagia - Síndrome paraneoplásicas: - Síndrome nefrótica - Acantose nigricans (espessamento e escurecimento de áreas flexoras) - Leser-Trélat (cetarose seborreica disseminada) - Doença avançada (metástase): disseminação para linfonodos a distância - Nódulo de Virchow: supraclavicular E - Nódulo de Irish: axilar E - Nódulo sister Mary Joseph: umbilical - Nódulo de Krukenberg: ovarianos - Nódulo de Blumer: na prateleira retal Diagnóstico: - Endoscopia + biópsia e escovados - Seriografia Estadiamento: - TNM: (T = para esôfago, estômago e cólon) - T1 submucosa → precoce - T2 muscular própria - T3 subserosa (no esôfago é adventícia) - T4 estruturas vizinhas - N0 sem linfonodos Intestinal (metaplasia) Difuso - Diferenciado (estrutura glandular) - Disseminação hematogênica - > 50 anos, homem - Melhor prognóstico - Associado com gastrite crônica atrófica - Indiferenciado (célula em anel de sinete) - Disseminação linfática - Jovens, mulher - Pior prognóstico - Menor comum �10 MED – Oncologia Júlia Azzolini - N1: 1 a 2 linfonodos - N2: 3 a 6 linfonodos - N3 ≥7 linfonodos - M1 com metástase * Câncer gástrico precoce: T1 (até submucosa) * ASCITE: videolaparoscopia Tratamento: - Ressecção (margem de 6cm) + linfadenectomia a D2 - Tumor distal: gastrectomia subtotal + Billroth II - Tumor proximal: gastrectomia total + Y de Roux (esofagojejunostomia) * D1: linfonodos perigástricos * D2: linfonodos perigástricos + linfonodos ao redor de a.hepática, gástrica E, celíaca, esplênica * Câncer precoce (T1): restrito a mucosa e submucosa, independente de acometimento de linfonodo * Câncer avançado (T2 a T4) * O tratamento é o mesmo nos 2 casos, exceto se o câncer gástrico preencher TODAS as seguintes carac- terísticas: limitado a mucosa, não ulcerado, < 2cm, sem linfonodo e bem diferenciado → nesses ca- sos faz-se ressecção endoscópica PÓLIPOS INTESTINAIS - SEMPRE FAZER POLIPECTOMIA - Tipos: - Neoplásicos: - Adenoma (benigno) - Adenocarcinoma (maligno) - Não neoplásicos - Inflamatório: DII - Hiperplásico: pequenos e sésseis - Hamartoma: pedunculados e grandes (3cm) - Adenoma (pólipo benigno) → adenocarcinoma (pólipo maligno) - Maior risco: - Pólipo VILOSO - > 2cm - Displasia grave * Melanosis coli: excesso de melanina no cólon. Fica igual uma onça. Causado pelo uso crônico de laxante * Rastreamento pós polipectomia: colonoscopia em 3 anos. Se ausência de pólipos, repetir em 5 anos. Síndromes de polipose intestinal: Polipose adenomatosa familiar (PAF): - Doença genética hereditária (gene APC mutante) - Pacientes apresenta muuitos pólipos + RETINITE PIGMENTOSA - 100% vira câncer (geralmente antes dos 40 anos) - Conduta: - Colono anual a partir de 10 anos - Colectomia total profilática * Hiperpigmentação retiniana hipertrófica é um achado clássico da síndrome * Variantes: * Síndrome de Turcot: polipose + tumores de SNC (meduloblastomia) * Síndrome de Gardner: polipose + osteomas (ossos do crânio e mandíbula) Síndrome de Peutz-Jeghers: - Pode ocorrer em todo TGI, mas é mais comum em delgado - Pólipo + manchas melanóticas em pele e mucosa - A presença dessa síndrome aumenta a incidência de QUALQUER câncer - Seguimento: colonoscopia, trânsito de delgado e EDA a cada 2 anos. US anual de pâncreas �11 MED – Oncologia Júlia Azzolini CÂNCER COLORRETAL - Adenocarcinoma Tipos: - Esporádico: + comum. Associado a idade, história familiar, DII, dieta (rica em gordura a pobre em fibras), hábitos de vida (obesidade, sedentarismo, álcool, cigarro) - Hereditário associado a pólipos: PAF ou Peutz - Hereditário não polipose: síndrome de Lynch (HNPCC) Clínica: - Colon D (+ comum): sangramento, anemia ferropriva, massa palpável, febre (foco inflamatório constante) - Colon E: obstrução, alteração do hábito intestinal - Reto: hematoquezia, fezes em fita, tenesmo Diagnóstico: - Colonoscopia + biópsia !!! * Não adianta fazer só a retoflex, tem que fazer colono para procurar tumores sincrônicos * CEA: marcador de acompanhamento. Prognóstico e controle de cura * Estadiamento (TNM) = estômago e esôfago. * N vai até 2 * N1: de 1 a 3 linfonodos * N2: ≥ 4 linfonodos regionais Tratamento: CIRURGIA SEMPRE (aumenta muito a sobrevida) - Cólon: ressecção com margem de segurança + linfadenectomia + QT adjuvante - Reto: terapia neoadjuvante (fazer RT e QT antes da cirurgia) e adjuvante (QT depois da cirurgia) - ≥6cm da margem anal (tumor ALTO): ressecção abdominal baixa (RAB) + anastomose colorretal - ≤5cm da margem anal (tumor BAIXO): ressecção abdomino-perineal (Miles) + colostomia defini- tiva * Reto superior: irrigado pela mesentérica inferior * Reto inferior (esfíncter): irrigado pela ilíaca * O reto é um órgão pélvico e tem grande possibilidade de disseminação local → fazer terapia NEOADJU- VANTE e ADJUVANTE * Ressecar metástases se: * Fígado: se até 3 lesões unilobares → aumenta a sobrevida em 3 anos * Pulmão e peritônio: se metástase única * Só pode ter um órgão acometido para retirar metástases * Endocardite por S.BOVIS tem associação com câncer colorretal. * Rastreamento: * ≥ 50 anos * > 40 anos ou 10 anos antes do parente, se história familiar 1º grau * Como? * Colono de 10/10 anos * Sigmoidoscopia ou colono virtual de 5/5 anos * Sangue oculto anual CÂNCER PANCREÁTICO - Adenocarcinoma da cabeça de pâncreas: + comum - Um dos tumores mais letais! Diagnóstico precoce é difícil - FR: - Tabagismo, - Homem idoso > 60 anos - Negro * O consumo de álcool per se NÃO é um fator de risco para câncer (mas faz pancreatite crônica que pode evoluir) �12 MED – Oncologia Júlia Azzolini Clínica: tumor periampolar - Tríade → 80% são irressecáveis (terapia paliativa): - Icterícia progressiva colestática - Perda ponderal - Dor abdominal vaga (incômodo) - Sinal de Courvoisier-Terrier (vesícula biliar palpável e indolor) - Linfonodo supraclavicular E (VIRCHOW) - Nódulo da irmã Maria José - Síndrome de Trousseau (tromboflebite superficial migratória: tumefação, vermelhidão no trajeto da veia safena). É uma paraneoplasia - Diabetes * Cabeça (+ comum): icterícia colestática, sinal de Courvoisier-Terrier Diagnóstico: - US: 1º exame (mas não confirma o diagnóstico) - TC helicoidal (TNM) * Paciente COM icterícia: fazer US antes da TC. Se não tiver icterícia, pode fazer TC direto * Geralmente o diagnóstico é feitopor congelação durante a cirurgia. * Quando se faz biópsia antes da cirurgia: tumor cístico e candidato a terapia paliativa (não faz diferença deixar implante metastático) * NÃO tem marcador tumoral específico! O CA19-9 > 37 = 90% de diagnóstico * Quanto mais alto o CA19-9: maior a chance de doença metastática Estadiamento: TNM - Tumor irressecável (T4): invade a artéria de tronco celíaco e mesentérica superior → terapia paliativa - Com metástase: sobrevida média de 6 meses (terapia paliativa) Tratamento: - Terapia curativa (10-20%) - Tumor na cabeça: Whipple - Tumor em corpo/cauda: pancreatectomia subtotal distal (cirurgia de Child) + esplenectomia - + Terapia QT adjuvante (gencitabina) - Terapia paliativa (80%): T4 e/ou M1 - Feito para controle da dor, da colestase e da obstrução - Stent no colédoco (para icterícia). Fecha em 3 meses com invasão tumoral - Stent no duodeno (para obstrução duodenal) - Cirurgia (T4): - Derivação bilio-digestiva (coledoco jejunostomia, para icterícia) +- - Gastrojejunostomia (para obstrução duodenal) - Terapia adjuvante: - Se irressecável localmente avançado (estadio III): QTX + RTX - Metástase a distância: só quimioterapia (folfirinox ou gencitabina ou paclitaxel) * A invasão tumoral das veias mesentérica superior e porta NÃO CONSTITUI critério de irressecabilidade, desde que a confluência entre esses vasos se mantenha pérvia. TUMOR HEPÁTICO - O fígado é foco comum de metástase - Quando tem tumor hepático, pensar em: - Maligno: - Metástase (+ comum) → cólon, pâncreas e mama - 1º: hepatocarcinoma - Benigno: - Adenoma - Hemangioma - Hiperplasia �13 MED – Oncologia Júlia Azzolini Metástase: - É o tumor maligno mais comum - Cólon, pâncreas e mama - Múltiplos nódulos com tamanhos semelhantes - Tratamento: paliativo (exceto se o foco primário for colorretal – até 3 lesões unilobares pode ressecar) Hepatocarcinoma: - Fatores de risco: - Cirrose (nódulo de regeneração + fibrose) - Hepatite B (faz câncer sem cirrose) - Homem - Clínica: dor abdominal, hepatomegalia. É um paciente com doença de base hepática que tem mudança no quadro (pensar em evolução para câncer) - Diagnóstico: MARCADORES fazem diagnóstico! - Alfa feto proteína - Des-gama-carboxi protrombina (DCP) NOVO!! - Imagem: - TC dinâmica (trifásica)*: sem contraste – fase arterial – fase portal (75% do sangue vem da porta). O tumor é visto na fase arterial (neovascularização) = wash-out - RNM - Biópsia: se dúvida (a princípio não precisa) - Tratamento***** CAI MUITO: - Lesão única < 5cm + Child A: ressecção (hepatectomia parcial) - Lesão única < 5cm ou até 3 lesões < 3cm+ Child B ou C: transplante - Lesão > 5cm, multifocal + fígado OK: embolização - Se metástase: paliativo * Se o fígado não aguentar, tem que fazer transplante. * Não tem TNM Benignos: - Hemangioma: - + comum - Tratamento: expectante. Exceto se sintomas ou crescimento - Risco de ruptura (e é altamente vascularizado) → choque e óbito - Hiperplasia nodular focal: - 2º mais frequente - Cicatriz central (ele cresce mas cicatriza sozinho) - Tratamento: expectante - Adenoma hepático: - + cai na prova – forte associação com uso de ANTICONCEPCIONAL VO - Risco de ruptura e malignização → ressecção - Suspender o ACO * Para diferenciar as benignas: TC dinâmica trifásica * Hemangioma: captação arterial periférica * Hiperplasia: captação arterial em roda de carruagem (central) * Adenoma: captação arterial heterogênea * Tem que saber diferenciar o hepatocarcinoma do hemangioma (pela HISTÓRIA) * A biópsia é último recurso, somente quando tiver dúvida �14 NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO CÂNCER DE PULMÃO NÓDULO DE TIREOIDE CÂNCER DE TIREOIDE CÂNCER DE PRÓSTATA CÂNCER DE TESTÍCULO CÂNCER RENAL CÂNCER DE BEXIGA CÂNCER DE ESÔFAGO CÂNCER GÁSTRICO PÓLIPOS INTESTINAIS CÂNCER COLORRETAL CÂNCER PANCREÁTICO TUMOR HEPÁTICO
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