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Bittencourt AVALIAÇÃO E CONDUTA CIRÚRGICA DE NÓDULOS E CISTOS PANCREÁTICOS TIPOS • Lesões císticas 1. Pseudocisto Pancreático 2. Neoplasia cística serosa 3. Neoplasia cística mucinosa 4. Neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN) 5. Neoplasia sólida pseudopapilar (Tumor de Frantz • Adenocarcinoma LESÕES CÍSTICAS DO PÂNCREAS Quadro clínico • Sintomas inespecíficos → Incidentalomas – Aumento diagnóstico devido TC e RNM • Dor abdominal • Perda de peso • Dor Lombar • Pancreatite • Icterícia por compressão extrínseca da via biliar+ • Massa abdominal palpável • Empachamento pós-prandial Avaliação • Avaliação adequada com diferenciação dessas lesões: o Características clínicas o Achados ecoendoscópicos o Citologia e análise do conteúdo líquido • Cistos benignos: cirurgia quando sintomáticos • Neoplasias císticas com potencial maligno significante: ressecção cirúrgica Pseudocisto pancreático • 15-30% de todas as lesões císticas pancreáticas • Pancreatite ou Trauma • Diagnóstico: Histórico + exame de imagem prévio com ausência de cistos o Ausência de epitélio interno na parede do cisto o Únicos ou múltiplos o Comunicação com sistema ductal pancreático o Uniloculados e anecóicos, com debris • Maioria resolução espontânea; amilase elevada • Drenagem o Sintomáticos o Complicações agudas: infecção, rotura e sangramento o Complicações crônicas: obstrução biliar, trombose de V.esplênica ou porta e retardo esvaziamento gástrico ▪ Cirúrgica transmural > 6 semanas ▪ Percutânea ▪ Endoscópica Neoplasia cística serosa • Cistoadenomas: células cuboidais ricas em glicogênio (citologia positiva para glicogênio) • Mulheres > 60 anos • Microcísticas: o septos finos e regulares (favo de mel) o Cicatriz central calcificada → patognomônico • Macrocísticas: o >20mm o DD: lesões mucinosas (pré-maligna → cirúrgica) • Mistas • Acompanhamento clínico • Tratamento cirúrgico: sintomáticos Neoplasia cística mucinosa • Corpos e cauda do pâncreas • Mulheres > 40 anos • Atipia celular + Mucina (líquido claro, viscoso) • Tecido estromal semelhante ao ovariano • Não se comunicam com o ducto pancreático → diferença pra IPNM • Lesão macrocística multiloculada com paredes finas • Nodularidade mural e calcificadas (casca de ovo) → malignidade • Obstrução ductal → malignidade • Grau de atipia determina: adenoma, “bordeline” ou carcinoma mucinoso papilar intraductal • Potencial maligno → ressecção se condições clínicas Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal (IPMN) • Cabeça do pâncreas • Igual distribuição entre o sexos >50 anos • Histórico de pancreatite pode ser possível • Comunicação com ducto pancreático principal ou secundário • Atipias celulares + Mucina (viscoso e claro) • Aumento de amilase • Dilatação ducto pancreático • Grau de atipia determina: adenoma, “bordeline” ou carcinoma mucinoso papilar intraductal • Acometimento Ducto o Principal: ressecção cirúrgica o Secundário: acompanhamento clínico x ressecção cirúrgica Neoplasia Sólida Pseudopapilar (Tumor de Frantz) • Rara • Corpo e cauda do pâncreas • Mulheres < 35 anos • Componentes sólido cístico, com áreas de calcificação (líquido sanguinolento) • Ressecção cirúrgica = excelente prognóstico • Crescimento lento, não invade outras estruturas, apenas comprime outros tecidos Tentar preservação esplênica. DIAGNÓSTICO • TC com cortes finos → exame inicial • RM → avaliar anatomia ductal • Ecoendoscopia → elucidação diagnóstica • Lesões < 2cm • PAAF: Lesão cística pancreática • Sintomática → tratamento cirúrgico independente se é maligna ou benigna. • Pancreatite → pseudocisto. Trata somente o sintomático, caso contrário, só acompanha • Assintomático → estudar melhor a lesão → TC com cortes finos o Pseudoadenoma seroso → seguimento o Cistoadenoma mucinoso ▪ < 3cm → considerar seguimento ▪ <3cm → tratamento cirúrgico o IPMN ▪ Ducto principal → cirurgia ▪ Ducto secundário → avaliar seguimento o Componentes sólidos ou qualquer alteração sugestiva de malignização (calcificação, obstrução ductal) → cirurgia o Dúvida diagnóstica → ecoendoscopia 1 – lesão cística serosamaentCC 2 – lesão cística mucinosa 3 – IPNM secundário 4 – IPNM primário 5 – pseudocisto Mulheres jovens – Tumor de Franz Meia idade – mucinoso Idosa – seroso ADENOCARCINOMA DE PÃNCREAS • Afeta 25.000 a 35.000 pessoas a cada ano nos EUA • No Brasil, representa 2% de todos os tipos de câncer, sendo o responsável por 4% do total de mortes por câncer • Aproximadamente 80% dos casos ocorrem entre 60 e 80 anos de idade, enquanto menos de 2% ocorrem em pessoas com menos de 40 anos • Aproximadamente 20% serão ressecáveis – tumor muito agressivo Fatores de risco • Idade avançada • Tabagismo • História familiar de câncer pancreático • Diabetes • Sexo masculino • Raça negra • Pancreatite crônica ou hereditária • Exposição ocupacional a carcinogênios Sinais e sintomas • Perda ponderal • Dor abdominal • Icterícia colestática (colúria, acolia fecal, prurido) • Vesícula de Couvosier-Terrier (distendida, palpável e indolor) – se tiver obstrução. Exames laboratoriais • Níveis elevados de bilirrubina às custas de bilirrubina direta (geralmente maior que 10-15 mg/dl) • Fosfatase alcalina muito elevada • CEA e o CA 19.9 (sensibilidade de 79% e especificidade de 82%) – servem para rastreio, mas sugerem se o tumor é ressecável ou não o Presentes em doença avançada o Podem estar normais em tumores inicias e potencialmente curáveis. o CA 19.9: Valores superiores a 1.000 U/ml são associados a tumores não ressecáveis Exames de imagem • Exame inicial: USG abdominal (massa pancreática sólida ou cística, dilatação via biliar extra-hepática) • Exame principal: TC contrastada trifásica (sem contraste – fase pancreática – fase portal) o Sensibilidade e especificidade de 95% para tumores maiores que 2 cm • Opções: RNM, PET (tumores pequenos – pancreatite crônica x CA), USG endoscópico (possibilidade biopsia transluminal) • TC de tórax + TC contrastada trifásica de abdome e pelve Classificação • Utiliza-se a classificação TNM • De acordo com o estadiamento, divide-se em ressecáveis ou irresecáveis: o invasão circunferencial da artéria mesentérica superior ou plexo celíaco; metástase a distância • Tratamento: doença ressecável x doença irressecável TNM Tratamento do adenocarcinoma ressecável • Ressecção Cirúrgica - Único tratamento curativo o Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple) ▪ Mortalidade perioperatória inferior a 2% ▪ Alta morbidade pós-operatória (30-50% dos casos) ▪ Principais complicações: Deiscências anastomóticas, fístulas, abscessos intra- abdominais e esvaziamento gástrico retardado • Doença tende a recorrer após a cirurgia • Necessidade de quimioterapia neo/adjuvante • Maior fator de sobrevida: presença ou ausência de tumor nas margens o Margens livres (26%) o Margens comprometidas (8%) • Taxa de sobrevida: 15 a 20% em 5 anos (péssimo prognóstico) Cirurgia de Whipple = Gastrectomia subtotal + secção do colédoco + colecistectomia + pacreatectomia + incisão próximo ao jejuno Anastomose jejuno-estômago + hepaticojejuno (já que tirou o colédoco) + pancreatojejunal Alguns optam pela preservação pilórica. Tratamento do adenocarcinoma irressecável • Prognóstico restrito: sobrevida de 6 a 12 meses • Objetivos do tratamento paliativo: o aliviar os sintomas de icterícia obstrutiva ▪ Implante de endoprótesesno colédoco via CPRE ▪ Derivação biliodigestiva cirúrgica o reduzir a dor ▪ analgésicos escalonados (opção: bloqueio plexo-celíaco- percutâneo, endoscópico ou cirúrgico) o impedir a obstrução duodenal ▪ Gastrojejunostomia o prolongar sobrevida • Diagnóstico patológico: Punção aspirativa percutânea ou endoscópica • Tratamento quimioterápico Bloqueio do Plexo celíaco → injeção de 20ml de álcool a 50% QUESTÕES 1. D (jovem, nódulo-cístico) 2. C (ressecção com excelente prognóstico) 3. D (dilatação do ducto) 4. B 5. D 6. C 7. A (avalia melhor a lesão e diferencia) 8. C
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