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Teorias do Desenvolvimento Psíquico e formação da Personalidade Genética X Ambiente Profa. Ms. Flávia de Oliveira Genética x Ambiente “para entendermos o desenvolvimento, precisamos examinar tanto a natureza como o meio ambiente, tanto a biologia como a cultura, e o modo como elas interagem para explicar a consistência e a mudança.” (Bee, 2003) v • A discussão ambiente x genética : Uma das questões teóricas mais antigas e mais centrais na filosofia, assim como na psicologia. A pergunta é basicamente se o desenvolvimento de uma criança é governado por um padrão inato, ou se ele é moldado pelas experiências posteriores ao nascimento ? (Bee, 2003) No decorrer da história, o lado nativista/natureza da controvérsia foi representado principalmente por Platão e (na era mais moderna) por René Descartes, sendo que ambos acreditavam que, pelo menos, certas idéias eram inatas. No outro lado da discussão filosófica, encontramos um grupo de filósofos britânicos chamados de empiristas, como John Locke, o qual afirmava que, no nascimento, a mente é uma tábua rasa – em latim, uma tabula rasa. Todo o conhecimento, concordavam eles, é criado pela experiência. Nenhum psicólogo desenvolvimental colocaria a questão em termos tão radicalmente opostos. Concordam que o desenvolvimento de uma criança é produto de algum padrão de interação entre natureza e meio ambiente. Mesmo o desenvolvimento claramente físico tem algum componente ambiental. Ex: alguns padrões temperamentais podem ser herdados, mas eles podem ser e são modificados pelo estilo de cuidados parentais, e assim por diante. Nenhum aspecto do desenvolvimento é inteiramente uma coisa ou outra. Maturação • A natureza pode moldar processos após o nascimento também de outras maneiras, mais claramente pela programação genética, a qual determina seqüências inteiras do desenvolvimento posterior. • A maturação diz respeito aos padrões seqüenciais de mudança geneticamente programados, como mudanças no tamanho e na forma do corpo, mudanças nos hormônios na puberdade, mudanças nos músculos e ossos, e mudanças no sistema nervoso. Ex: A mudança do engatinhar para o caminhar é um exemplo clássico de uma mudança desenvolvimental universal baseada na maturação; ela segue o mesmo padrão básico em meninos e meninas; em asiáticos, negros, latinos e brancos. Genética do comportamento: • A idéia de tendências inatas e o conceito de maturação pretendem explicar os padrões e as seqüências de desenvolvimento que são os mesmos para todas as crianças. • Por outro lado, a natureza também pode contribuir para variações de um indivíduo para outro, uma vez que a herança genética é individual, assim como coletiva. De forma paradoxal, a herança genética de uma criança também pode afetar o seu meio ambiente (Plomin, 1995) de duas maneiras. 1ª) a criança herda seus genes dos pais, os quais também criam o meio ambiente em que ela cresce. as crianças que herdam dos pais uma tendência à agressão e à hostilidade, possivelmente viverão em um ambiente familiar muito crítico e negativista. ambiente 2ª) o padrão único de qualidades herdado pela criança afeta sua maneira de se comportar com as outras pessoas, o que, por sua vez, afeta a maneira pela qual os adultos e as outras crianças respondem a ela. Um bebê mal-humorado ou um bebê de temperamento difícil pode receber menos sorrisos e mais repreensões que um bebê alegre e sempre sorridente. • Ex: O estudo de gêmeos idênticos é um dos métodos clássicos da genética do comportamento. Sempre que pares de gêmeos idênticos são mais semelhantes que pares de gêmeos fraternos em algum comportamento ou em alguma qualidade, isso indica a presença de uma influência genética. • O que acontece é que o padrão genético completo de cada criança ou adulto afeta sua maneira de experienciar e interpretar. • Pelo fato de os gêmeos idênticos terem a mesma configuração genética, eles experienciam e interpretam de modo mais semelhante. Até que ponto a genética influencia a personalidade? •Genético40% •Ambiente60% Baptista, 2010 Leitura SÁBADO, 18 DE JANEIRO DE 2014 FORMAÇÃO SUBJETIVIDADE PERSONALIDADE E FORMAÇÃO DO APARELHO PSÍQUICO Personalidade “Desde as civilizações mais remotas a humanidade se preocupava em tentar achar uma explicação para a distinção de comportamentos e personalidades humanas, no entanto sempre se deparava com um grande porquê, ou seja, inúmeras duvidas. tal assunto ainda continua ocasionando duvidas, algumas delas inexplicáveis do ponto de vista psicológico, enquanto outras são compreendidas até no entorno do estudo biológico. Para melhor entender, localizar um significado a personalidade é tão difícil quanto responder a estas três perguntas, a seguir: de onde eu vim, quem eu sou e para onde eu irei? Por tal fato alguns autores, os quais ocorrerão o detalhamento suas contribuições pelo intermédio de teorias explicativas sobre a origem da personalidade. Como o fez Freud, Adler, Jung, Perls entre outros. Por isso há o surgimento de diversas teorias da personalidade, estas são divergentes quanto à forma com que é explicada a dinâmica da personalidade, ou seja, o processo motivacional e outros aspectos etiológicos”. O aparelho psíquico é formado por 3 componentes ID EGO Super Ego ID • Reservatório inconsciente das pulsões, as quais estão sempre ativas. • Ele está diretamente relacionado à satisfação das necessidades corporais. • Age de acordo com o princípio do prazer. • Representa o mundo interno da realidade subjetiva, não tendo conhecimento da realidade objetiva (função do ego). EGO • Mestre racional da personalidade. • O ego obedece ao princípio da realidade. • O ego controla o acesso à ação e decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira. • Ele é a porção organizada do id, e existe para atingir os objetivos do id e não frustrá-los. SUPER EGO • Força moral da personalidade, obtida por meio da introjeção dos valores e padrões dos pais e da sociedade. • “Ele é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e punições” (HALL, LINDZEY, CAMPBELL, 1998, p. 54). • Decide se uma coisa é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais da sociedade, desenvolvendo-se em respostas às recompensas e punições dadas pelos pais por volta dos cinco ou seis anos de idade. Id, ego e superego, na verdade, são apenas nomes para vários processos psicológicos. A personalidade, normalmente, funciona como um todo e esses diferentes princípios trabalham juntos, sob a liderança do ego. O id seria o componente biológico da personalidade, o ego o componente psicológico e o superego o componente social. O ego, por ficar no meio, é pressionado pelo id, pela realidade e pelo superego e o “resultado inevitável desse confronto, quando o ego é excessivamente pressionado, é o surgimento da ansiedade” (SCHULTZ, SCHULTZ, 2002, p.51). Neurose • Termo que refere-se a qualquer desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade; • Para Freud, o resultado de um conflito entre o Ego e o Id. Entre aquilo que o indivíduo é (ou foi) de fato, com aquilo que ele desejaria prazerosamente ser (ou ter sido) • É uma experiência humana normal. Psicose • Grave distúrbio mental caracterizado pela desorganização dos processos de pensamento, perturbações na emocionalidade, desorientação tempo-espaço-pessoa, alucinações, delírios, etc. • Não altera a memória;• Altera a consciência do Eu, altera a identidade e a senso-percepção. • Possuem a peculiaridade de revelar aquilo que os neuróticos se esforçam em guardar segredo. Perversão • Extrema sensibilidade sem juízo da • realidade; • Para a Psicanálise, de forma geral, é o conjunto do comportamento psicossexual que acompanha atipias na obtenção do prazer sexual . • Freud diz que a estrutura perversa se origina na angústia de castração ou nos processos defensivos para negá-la: a fixação (e regressão), e a denegação da realidade – como o fetichismo. “Ao lado da psicose, definida como a reconstrução de uma realidade alucinatória, e da neurose, resultante de um conflito interno seguido de recalque, a perversão aparece como uma renegação ou um desmentido da castração, com uma fixação na sexualidade infantil”. Dicionário de Psicanálise. E. Roudinesco & Michael Plon. • A diferença entre a neurose e a psicose está marcada pela relação do sujeito com o mundo externo. • Na psicose, existe um afrouxamento nesses laços, ocasionando um tropeço no processo de constituição subjetiva. • O psicótico passa pela alienação, assim como o neurótico, mas é na separação que ocorre uma falha. • Freud nos mostrou que tanto o neurótico quanto o psicótico, nesse processo de constituição subjetiva, deparam-se com certo afrouxamento da realidade. • O que diferencia as estruturas é a saída possível em cada estrutura. Na neurose, via fantasia, e na psicose, através do delírio e alucinação. Referências • BEE, H. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed. 2003. • FREUD, Sigmund.O ego e o Id. Rio de Janeiro: Imago, 1989. (Edição da Obras Completas de Sigmund Freud, Vol. XIX). • FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a sexualidade. Rio de Janeiro: Imago, 1989. (Edição Standart Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, Vol. VII). • PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. 2000. • REIS, Alberto Olavo Advincula. Teorias da personalidade em Freud, Reich e Jung. São Paulo: EPU, 1984.
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