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Luiza Delamare – ATM 23 Sistema Urinário Consiste em um par de rins; um par de ureteres, que se estendem dos rins até a bexiga urinária; e a uretra, que se estende da bexiga até o exterior do corpo. As funções excretora e homeostática dos rins iniciam-se quando o sangue adentra o aparelho de filtração nos glomérulos: Inicialmente, o plasma é separado das células e das grandes proteínas, resultando em um ultrafiltrado glomerular de sangue ou urina primária, a qual é ainda modificada por reabsorção seletiva e secreção específica pelas células do rim; A urina final é transportada pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada até ser eliminada através da uretra. A urina contém água e eletrólitos, bem como produtos de degradação de várias substâncias, tais como ureia, ácido úrico e creatinina. Função endócrina dos rins: Síntese e secreção de eritropoietina (EPO) – sintetizada pelas células endoteliais dos capilares peritubulares no córtex renal; atua sobre receptores específicos expressos na superfície das células progenitoras dos eritrócitos (Er-P) na medula óssea. Síntese e secreção da protease ácida, a renina – enzima envolvida no controle da pressão arterial e no volume sanguíneo; produzida pelas células justaglomerulares; cliva o angiotensinogênio circulante em angiotensina I. Hidroxilação da 25-OH vitamina D3 em 1,25-(OH)2 vitamina D3 hormonalmente ativa. *etapa é regulada principalmente pelo paratormônio (PTH), que estimula a atividade da enzima 1α-hidroxilase e aumenta a produção do hormônio ativo. ESTRUTURA GERAL DO RIM Cápsula A superfície do rim é recoberta por uma cápsula de tecido conjuntivo; Duas camadas distintas: camada externa composta de fibroblastos e fibras colágenas; camada interna que contém miofibroblastos (a contratilidade dos miofibroblastos pode ajudar na resistência do órgão às variações de volume e de pressão que podem ocorrer durante as variações da função renal) A cápsula do rim penetra no hilo, no qual forma a cobertura de tecido conjuntivo do seio; A cápsula torna-se contínua com o tecido conjuntivo, formando as paredes dos cálices e da pelve renal. Córtex e Medula Córtex: parte externa castanho-avermelhada; Medula: parte interna de coloração muito clara. TE LIGA! A coloração observada reflete a distribuição do sangue no órgão. Aproximadamente 90 a 95% do sangue que passa pelos rins encontram-se no córtex, enquanto apenas 5 a 10% estão na medula. Córtex: Consiste em corpúsculos renais (segmento inicial do néfron, eles contêm o glomérulo – rede de capilares), juntamente com os túbulos contorcidos e túbulos retos do néfron, túbulos conectores, ductos coletores e um extenso suprimento vascular; Raios medulares (de Ferrein) – são estriações verticais que parecem emanar da medula. Cada raio medular contém túbulos retos dos néfrons e ductos coletores. As regiões entre os raios medulares contêm os corpúsculos renais, os túbulos contorcidos dos néfrons e os túbulos conectores. Essas áreas são designadas como labirintos corticais. Cada néfron e seu túbulo conector (que se liga a um ducto coletor no raio medular) formam o túbulo urinífero. Medula Caracteriza-se por túbulos retos, ductos coletores e uma rede especial de capilares, os vasos retos; Os túbulos retos dos néfrons e os ductos coletores partem do córtex para dentro da medula; Os vasos retos representam a parte vascular do sistema de troca por contracorrente que regula a concentração da urina; Túbulos na medula = formam pirâmides; Porção apical de cada pirâmide = papila, projeta-se dentro de um cálice menor, uma estrutura em formato de taça que representa uma extensão da pelve renal; Cada pirâmide é dividida em uma medula externa (adjacente ao córtex) e em uma medula interna; A medula externa é ainda subdividida em uma faixa interna e uma faixa externa; OBS.: Colunas renais (de Bertin) – representam o tecido cortical contido na medula. *estruturas do rim Lobos e lóbulos renais O número de lobos em um rim é igual ao número de pirâmides medulares; Os lobos do rim são subdivididos em lóbulos, que consistem em um raio medular central e a córtex circundante; Um lóbulo consiste em um ducto coletor e no conjunto de néfrons drenados por ele; Néfron Unidade estrutural e funcional; Ambos os rins contêm aprox. 2 milhões de néfrons; São responsáveis pela produção de urina – correspondem à porção secretora de outras glândulas; Os ductos coletores são responsáveis pela concentração final da urina e são análogos aos ductos das glândulas exócrinas, que também modificam a concentração do produto secretor; Os néfrons e seus ductos coletores originam-se de primórdios separados e somente mais tarde se tornam conectados. Organização geral: Corpúsculo renal – início do néfron; formado pelo glomérulo, um tufo de capilares composto de 10 a 20 alças capilares, circundado por um capuz epitelial de dupla camada, a cápsula renal ou de Bowman; Na cápsula, sangue que flui através dos capilares glomerulares sofre filtração, produzindo o ultrafiltrado glomerular; Polo urinário do corpúsculo renal – local em que se inicia o túbulo contorcido proximal; O segmento espesso proximal, que consiste no túbulo contorcido proximal (pars convoluta) e no túbulo reto proximal (pars recta); O segmento delgado, que constitui a parte delgada da alça de Henle; O segmento espesso distal, que consiste no túbulo reto distal (pars recta) e no túbulo contorcido distal (pars convoluta). Túbulos do néfron: *sequenciais a partir da cápsula de Bowman túbulo contorcido proximal; túbulo reto proximal, comumente denominado ramo descendente espesso da alça de Henle; ramo descendente delgado é a continuação do túbulo reto proximal na medula; ramo ascendente delgado é a continuação do ramo descendente delgado após a sua volta em direção ao córtex; túbulo reto distal, também denominado ramo ascendente espesso da alça de Henle, é a continuação do ramo ascendente delgado; mácula densa – modificação das células epiteliais do túbulo reto distal; túbulo contorcido distal; túbulo conector. TE LIGA! A alça de Henle forma toda a porção em formato de U de um néfron o túbulo reto proximal, o ramo descendente delgado com a sua volta em formato de grampo de cabelo, o ramo ascendente delgado e o túbulo reto distal são, em conjunto, denominados alça de Henle. Tipos de néfrons: néfrons subcapsulares ou néfrons corticais – têm seus corpúsculos renais localizados na porção externa do córtex; apresentam alças de Henle curtas, que se estendem apenas até a medula externa; néfrons justamedulares – constituem cerca de um oitavo do número total de néfrons; seus corpúsculos renais situam-se próximo à base de uma pirâmide medular; contêm alças de Henle longas e segmentos delgados ascendentes também longos, que se estendem o interior da pirâmide; essas características estruturais são essenciais para o mecanismo de concentração da urina; néfrons intermediários ou néfrons mesocorticais – apresentam seus corpúsculos renais na região média do córtex; suas alças de Henle são de comprimento intermediário. Ductos coletores medulares ou corticais Aparelho de filtração do rim Endotélio glomerular: tem numerosas fenestrações, maiores, mais numerosas e de contorno mais irregular que as fenestrações presentes em outros capilares. Além disso, o diafragma presente nas fenestrações em outros capilares está ausente nos capilares glomerulares. As células endoteliais dos capilares glomerulares contêm um grande número de canais de água de aquaporina-1 (AQP-1), que possibilitam o movimento rápido da água através do epitélio. Os produtos secretores das células endoteliais, como o óxido nítrico (NO) ou as prostaglandinas (PGE2), desempenham importante papel na gênese de várias doenças glomerulares trombóticas. Membrana basal glomerular (MBG) subjacente: lâmina basal espessa, que resulta da fusão das membranas basais do endotélioe dos podócitos – as células da camada visceral da cápsula de Bowman. Composta de uma rede que consiste em colágeno do tipo IV (principalmente cadeias α3, α4 e α5), laminina, nidogênio e entactina, juntamente com proteoglicanos de heparam sulfato, como a agrina e o perlecam, e glicoproteínas multiadesivas. *mutação no gene que codifica a cadeia α5 do colágeno do tipo IV dá origem à síndrome de Alport (glomerulonefrite hereditária), que se manifesta por hematúria (eritrócitos na urina); proteinúria (quantidade significativa de proteína na urina); e insuficiência renal progressiva. Na síndrome, a MBG sofre espessamento irregular com lâmina densa laminada e não consegue atuar como barreira de filtração efetiva. *o colágeno do tipo IV também constitui um alvo em doenças autoimunes, como a síndrome de Goodpasture e a doença pós-transplante de Alport. Camada visceral da cápsula de Bowman: contém células especializadas – podócitos/células epiteliais viscerais, os quais emitem prolongamentos ao redor dos capilares glomerulares. Os podócitos surgem durante o desenvolvimento embrionário a partir de uma das terminações cegas do néfron em desenvolvimento por meio da invaginação da extremidade do túbulo, formando um capuz epitelial de dupla camada. A camada celular interna (i. e., a camada celular visceral) é aposta a uma rede de capilares, o glomérulo, que se forma nesse local. A camada externa dessas células, a camada parietal, forma as células pavimentosas da cápsula de Bowman. Por fim, o capuz se fecha, dando origem à estrutura esférica que contém o glomérulo. Os podócitos desenvolvem numerosos prolongamentos secundários, denominados pedicelos ou prolongamentos do podócito. Os espaços alongados entre os pedicelos interdigitados, denominados fendas de filtração, medem cerca de 40 nm de largura e são recobertos por um diafragma da fenda de filtração ultrafino, que se estende pela fenda de filtração um pouco acima da MBG. *nefrina: importante proteína estrutural do diafragma da fenda de filtração; *membrana basal glomerular (MBG) atua como barreira física e como filtro seletivo de íons; *o diafragma em fenda de filtração atua como filtro seletivo de tamanho; *a camada parietal da cápsula de Bowman é constituída de epitélio simples pavimentoso.