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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Rins - Estrutura geral ............................................... 4 3. Rins - Componentes ............................................... 7 4. Circulação renal ........................................................19 5. Bexiga e vias urinárias ...........................................21 Referências Bibliográficas ........................................27 3SISTEMA URINÁRIO 1. INTRODUÇÃO O aparelho urinário é formado pe- los dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. A urina produzida nos rins passa pelos ureteres até a bexiga e é lançada no exterior pela uretra. O sistema urinário tem diversas fun- ções. É responsável pela remoção de produtos tóxicos da circula- ção, provenientes do metabolismo, através da formação da urina e sua eliminação; produz hormônios: a re- nina, que participa da regulação da pressão sanguínea e a eritropoietina, que é essencial para o estímulo à eri- tropoiese (produção de hemácias); e participa da ativação da vitamina D. Além disso os rins são responsáveis pelo equilíbrio ácido-básico e con- servação de sais, glicose, proteínas e água, mantendo a homeostase. Figura 1. Componentes do sistema urinário. Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/biologia/ aparelho-urinario 4SISTEMA URINÁRIO 2. RINS - ESTRUTURA GERAL Os rins têm um formato de grão de feijão, apresentando uma borda con- vexa e outra côncava, na qual se situa o hilo, onde entram e saem os vasos sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres. Estão situados retrope- ritonealmente na parede abdomi- nal posterior, sendo o rim direito lo- calizado 1 a 2 cm abaixo do esquerdo. O rim é revestido por uma delgada cápsula frouxamente aderida, forma- da principalmente por tecido conjun- tivo denso e pode ser dividido em zo- nas cortical e medular. A zona medular é formada por 10 a 18 pirâmides medulares (de Malpi- ghi), que têm os ápices voltados para o hilo renal e as bases voltadas para o córtex. Esses ápices são as papilas renais, sendo cada uma formada por diversos orifícios (área crivosa), que são aberturas dos ductos de Belli- ni. O cálice menor envolve a papila renal, com formato semelhante a um copo. Eles se unem (cerca de 2 ou 3) para formar um cálice maior. Os 3 ou 4 cálices maiores da cada rim de- sembocam na pelve renal, que é uma porção dilatada do ureter. O parênqui- ma renal cortical separa as pirâmides vizinhas, formando as colunas renais (de Bertini). A região do córtex renal está situada sobre as bases das pirâmides e é co- nhecida como arco cortical. Cada pi- râmide renal com o seu arco cortical e colunas renais associadas, represen- ta um lobo do rim. Um lóbulo renal é constituído por um raio medular (con- tinuações do parênquima piramidal no córtex) e pelo tecido cortical que fica ao ser redor, delimitado pelas ar- térias interlobulares. 2 rins 2 ureteres Bexiga Uretra • Remoção de produtos tóxicos; • Produção de hormônios: renina e eritropoetina; • Ativação da vitamina D; • Equilíbrio hidroeletrolítico e ácido- básico. SISTEMA URINÁRIO FUNÇÕES MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO 5SISTEMA URINÁRIO Figura 2. Ilustração de rim em corte longitudinal. Fonte: Gartner, Tratado de histologia em cores, 2007 6SISTEMA URINÁRIO SAIBA MAIS! Durante o desenvolvimento fetal, os lobos renais são separa- dos por sulcos, mas essa característica desaparece no adul- to. Quando esse aspecto lobado permanece após a infância é conhecido como rim lobado. Figura 3. Ilustração de rim em corte longitudinal. Fonte: Gartner, Tratado de histologia em cores, 2007 MAPA MENTAL: RINS-ESTRUTURA GERAL LOBO: Pirâmide + arco cortical+ colunas renais associadas LÓBULO: Raio medular + tecido cortical adjacente RINS Córtex Arco cortical + colunas renais Medula Papila Hilo Cálice maior 10 a 18 pirâmides Vasos, nervos e ureter União de 2 ou 3 cálices menores Área crivosa 7SISTEMA URINÁRIO 3. RINS - COMPONENTES Cada túbulo urinífero do rim é composto por duas porções funcionais, o né- fron e o túbulo coletor. Em cada rim há cerca de 600 a 800 mil néfrons. O néfron é formado por uma parte dilatada, o corpúsculo renal ou de Malpighi, pelo túbulo contorcido proximal, pelas partes delga- da e espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal. Diversos néfrons são drenados por um úni- co túbulo coletor e múl- tiplos túbulos coletores se unem na porção mais profunda da medula até formar os ductos de Bellini que se abrem na papila renal. Figura 4. Túbulo urinífero. Fonte: Gartner, Tratado de histologia em cores, 2007 8SISTEMA URINÁRIO Corpúsculo renal O corpúsculo renal é formado por um tufo de capilares, o glomérulo, que é envolvido pela cápusla de Bowman. Esta cápsula possui dois folhetos, um interno, ou visceral, formado por células epiteliais modificadas - podó- citos, e outro externo, ou parietal. Entre os dois folhetos está o espaço capsular que recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula (espaço de Bowman). Cada corpúsculo renal tem um polo vascular, por onde penetra a arteríola aferente e sai a eferente e um polo urinário, no qual tem início o túbulo contorcido proximal. Aproximadamente um sétimo dos corpúsculos localiza-se próximo à junção corticomedular fazendo parte dos néfrons justamedulares. Os ou- tros são chamados néfrons corticais. Todos participam dos processos de filtração, absorção e secreção. Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as células mesangiais mergulhadas em uma matriz mesangial. Elas possuem capacidade contrátil e têm recepto- res de angiotensina II, que quando ativados reduzem o fluxo sanguí- neo glomerular. Possuem também receptores para o fator natriurético produzido pelas células musculares cardíacas que leva à vasodilatação e relaxamento das células mesangiais, amentando a taxa de filtração glo- merular. Além disso as células me- sangiais oferecem suporte físico aos capilares glomerulares. O filtrado que sai do glomérulo entra no espaço de Bowman através de uma complexa barreira de filtra- ção, formada pela parede endotelial do capilar, pela lâmina basal e pe- los podócitos que formam o folheto visceral da cápsula de Bowman. Os podócitos são formados por um cor- po celular, de onde partem diversos prolongamentos primários e destes surgem prolongamentos secundá- rios. Entre os prolongamentos secun- dários estão as fendas de filtração com diafragmas. 9SISTEMA URINÁRIO Figura 5. Representação esquemática (A) e fotomicrcografia (B) de corpúsculo renal. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 Figura 6. Esquema da ultraestrutura do capilar glomerular e do folheto visceral da cápsula de Bowman. Fonte: Jun- queira e Carneiro, Histologia básica, 2013 10SISTEMA URINÁRIO A lâmina basal glomerular possui 3 camadas. A camada intermediária é a lâmina densa, formada por colágeno tipo IV. De ambos os lados da lâmina densa estão as lâminas raras, inter- na (entre as células endoteliais do ca- pilar e a lâmina densa) e externa (en- tre a lâmina densa e o folheto visceral da cápsula de Bowman). SE LIGA! Mutações nas cadeias alfa 3 e alfa 4 do colágeno tipo IV resultam na Síndrome de Alport, uma doença au- tossômica recessiva que se caracteriza pela perda da audição, problemas visu- ais e nefrite, acompanhada de hematú- ria microscópica. Filtração O fluido que deixa os capilares glo- merulares através das suas fenestras é filtrado pela lâmina basal. A lâmi- na densa retém moléculas grandes enquanto os poliânios presentes nas lâminas raras impedem a passa- gem de moléculas carregadas ne- gativamente. O fluido precisa passar ainda através dos poros do diafrag- ma da fenda de filtração. O fluido que entra no espaço de Bowman é cha- mado de ultrafiltrado glomerular. A lâmina basal pode ficar obstruída por macromoléculas, mas esse problemapode ser resolvido pelas células me- sangiais que realizam fagocitose. HORA DA REVISÃO A lâmina basal pode ser lesada pela de- posição de complexos antígeno-anti- corpo que são filtrados pelos glomérulos ou provenientes da reação de anticorpos anti-lâmina basal com a membrana ba- sal propriamente dita. Ambos os casos levam à glomerunonefrite. Túbulo contorcido proximal No polo urinário do corpúsculo renal o folheto parietal da cápsula de Bowman se continua com o epitélio cuboide ou colunar baixo do túbulo contor- cido proximal. As células apresentam citoplasma acidófilo e de aparência granular, além de prolongamentos laterais que se interdigitam com os das células adjacentes. O lúmen dos túbulos contorcidos proximais é am- plo e eles são circundados por muitos capilares. O citoplasma apical das cé- lulas apresenta microvilos que for- mam a orla em escova, aumentando a sua capacidade de absorção. Nas células do túbulo contorcido proximal são formadas vesículas de pinocitose, que introduzem na célula macromo- léculas que atravessaram a barreira de filtração. As vesículas se fundem com lisossomos, nos quais as macro- moléculas são digeridas. Na sua par- te basal, as células apresentam abun- dantes mitocôndrias. 11SISTEMA URINÁRIO HORA DA REVISÃO! A Pinocitose é um tipo de endocitose, relacionada ao englobamento de partí- culas através da depressão da membra- na plasmática com contração para for- mação de uma vesícula. Essas vesículas se destacam da membrana e migram para o interior do citoplasma, geralmen- te se fundindo com lisossomos para digestão e degradação das partículas englobadas. Figura 7. Representação da Pinocitose. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pinocitose A função do túbulo contorcido proxi- mal é absorver a totalidade da gli- cose e dos aminoácidos contidos no filtrado glomerular e aproximadamen- te 70% da água, além de bicarbona- to, cloreto de sódio, íons de cálcio e fosfato. O sódio é reabsorvido de forma ativa pela enzima NaK-ATPa- se que está presente na membrana basolateral. Quando a quantidade de glicose no filtrado excede a capacida- de de absorção dos túbulos, a urina se torna mais abundante e contém glicose (glicosúria). Além dessas ati- vidades, ocorre a secreção de creati- nina e substâncias estranhas ao orga- nismo no túbulo contorcido proximal. 12SISTEMA URINÁRIO Figura 8. Desenho das relações entre as células da parede dos túbulos contorcidos proximais. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 Figura 9. Fotomicrografia de córtex renal. Há capilares, um túbulo contorcido proximal (TCP) com células cuboides aci- dófilas e orla em escova, além de túbulo contorcido distal (TCD). Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 13SISTEMA URINÁRIO Alça de Henle A alça de Henle é uma estrutura em forma de “U” que consiste em um segmento delgado interposto a dois segmentos espessos. O segmento espesso é formado por células epi- teliais cúbicas baixas enquanto a porção delgada é formada por epité- lio simples pavimentoso. A sua fun- ção é retenção de água, produzindo um gradiente de hipertonicidade no interstício medular que influencia a concentração de urina, à medida que ela passa pelos ductos coletores. O segmento delgado descendente é altamente permeável à água, devi- do à presença de canais de aquapori- na-1, enquanto o segmento delgado ascendente é pouco permeável. SE LIGA! Na alça de Henle o Mecanis- mo de contracorrente é o responsável pela hiperosmolaridade do interstício e hiposmoloaridade do fluido tubular. A porção descendente da alça promove um aumento da tonicidade do fluido tubular por ser permeável à água, mas impermeável aos solutos. Já a porção ascendente não reabsorve a água e promove a saída dos solutos, que pe- netram na célula tubular através de car- readores Na-K-2Cl, impulsionados pelo gradiente de concentração gerado pela bomba NaK-ATPase da membrana ba- solateral. No final do trajeto há então uma urina hiposmolar e interstício renal hiperosmolar. Os vasos retos auxiliam a manter o gradiente osmótico na medula pois tanto o segmento arterial quanto o venoso são livremente permeáveis à água e aos sais. Figura 10. Características do transporte na alça de Henle descendente fina. Fonte: Guyton & Hall tratado de fisiologia médica, 2017 Figura 11. Características do transporte na alça de Henle ascendente espessa. Fonte: Guyton & Hall tratado de fisiologia médica Os néfrons justamedulares possuem alças de Henle muito longas, esten- dendo-se profundamente na medula renal. Por outro lado, os néfrons corti- cais têm alças de segmento delgado descendente muito curtas, sem seg- mento delgado ascendente. 14SISTEMA URINÁRIO Figura 12. Micrografia eletrônica de transmissão da zona medular do rim de rato que mostra parte delgada da alça de Henle formada por células pavimentosas; parte de ducto coletor com epitélio cúbico simples; e capilares. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 HORA DA REVISÃO! Os Diurético de Alça atuam inibindo o carreador Na-K-2Cl na Alça de Henle, resultando em aumento da excreção de sódio e cloro e indiretamente de cálcio e magnésio. Com a queda de concentração de solutos no interstício medular, reduz a reabsorção de água no túbulo coletor, aumentando a sua eliminação. Figura 13. Ação dos diuréticos de Alça. Fonte: Guyton & Hall tratado de fisiologia médica, 2017 15SISTEMA URINÁRIO Túbulo contorcido distal A parte espessa da alça de Henle tor- na-se tortuosa e passa a se chamar túbulo contorcido distal, também re- vestido por epitélio cúbico simples. Nos cortes histológicos é possível di- ferenciar os túbulos contorcidos dis- tais dos proximais pelas seguintes características: as células dos distais são menores, não têm orla em escova e são menos acidófilas (pela menor quantidade de mitocôndrias). Esta porção não é permeável à água nem ureia, entretanto, na sua membra- na luminal existe o carreador Na-Cl que promove a entrada do sódio e cloreto na célula tubular. Na mem- brana plasmática basolateral de suas células ocorre uma alta atividade da NaK-ATPase que impulsiona a saída de sódio da célula para o interstício e potássio para dentro da célula. HORA DA REVISÃO! Os diuréticos Tiazídicos atuam inibindo o transportador Na-Cl no tú- bulo contorcido distal, levando à aumento da eliminação de sódio, cloro, potássio e água. Figura 14. Ação dos diuréticos tiazídicos. Fonte: Guyton & Hall tratado de fisiologia médica, 2017 O túbulo contorcido distal tem uma porção em que se aproxima do cor- púsculo renal pertencente ao mes- mo néfron e nesse local a sua pare- de é diferenciada, chamada mácula densa. As células são cilíndricas al- tas, palidamente coradas, com núcleos alongados e próximos uns dos outros. A mácula densa faz parte do aparelho justaglomerular junta- mente com as células justaglomeru- lares e as células mesangiais. As cé- lulas justaglomerulares são células musculares lisas modificadas que 16SISTEMA URINÁRIO se localizam na túnica média da ar- teríola glomerular aferente. Os seus núcleos são esféricos e elas contém grânulos de renina. As células me- sangiais extraglomerulares têm o citoplasma claro e a sua função é pouco conhecida. A função do apa- relho justaglomerular é identificar a queda da reabsorção de íons e assim estimular a liberação da renina com consequente aumento da pressão ar- terial e secreção de aldosterona. Figura 15. Fotomicrografia da camada cortical do rim com túbulos contorcidos proximais (TCP), e distais (TCD). A seta aponta uma mácula densa do túbulo distal encostado ao polo vascular do corpúsculo renal. Fonte: Junqueira e Carnei- ro, Histologia básica, 2013 Túbulos coletores: São a última porção do sistema tu- bular, compostos por um epitélio simples cúbico. Estão divididos em porção cortical, porção medular e porção papilar. Os túbulos coletores corticais estão localizados nos raios medulares e são formadospor dois tipos de cé- lulas: as células principais que rea- bsorvem sódio e água e secretam íons potássio para o lúmen e as células intercaladas que reabsor- vem íons potássio e secretam íons 17SISTEMA URINÁRIO HORA DA REVISÃO A aldosterona se liga a receptores nas células principais do túbulo coletor cor- tical e estimula a NaK-ATPase da mem- brana basolateral, reduzindo o sódio e aumentando o potássio no interior da célula. Ela também estimula os canais de sódio e potássio na membrana luminal, resultando na reabsorção de sódio e secreção de potássio, além de aumen- tar a secreção de H+ indiretamente. No Hiperaldosteronismo primário há um aumento na produção da aldoste- rona e com isso o paciente apresenta uma hipernatremia, hipocalemia e al- calose metabólica. Figura 16. Representação esquemática que evidencia características ultraestruturais de células epiteliais e suas localizações nos túbulos do néfron e no túbulo coletor. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 hidrogênio para o lúmen tubular. Os túbulos coletores medulares são formados pela união de vários túbulos coletores corticais, por isso o seu calibre é maior. Os túbulos co- letores papilares são também co- nhecidos como ductos de Bellini e formam-se pela confluência de vá- rios túbulos coletores medulares, desembocando na área crivosa da papila renal. O filtrado que deixa o túbulo contor- cido distal e entra no túbulo coletor é hipotônico. Conforme o túbulo cole- tor passa pela medula para alcançar a área crivosa, ele também é subme- tido aos mesmos gradientes osmó- ticos dos segmentos ascendentes e descendentes da Alça de Henle. Na ausência do hormônio antidiurético (ADH) as células do túbulo coletor são impermeáveis à água e a urina permanece hipotônica (diluída). Sob a influência do ADH, as células do tú- bulo coletor se tornam permeáveis à água e à ureia, assim a urina fica hipertônica (concentrada). 18SISTEMA URINÁRIO Interstício renal: O interstício é muito escasso na ca- mada cortical, porém aumenta na me- dula. Contém pequena quantidade de tecido conjuntivo, fibras colágenas, fibroblastos, macrófagos e células intersticiais. As células do interstício cortical produzem 85% da eritropoie- tina do organismo. MAPA MENTAL: RINS - COMPONENTES + Corpúsculo renal Túbulo coletor Folheto interno Folheto externo RIM Néfron Epitélio cuboide simples Corticais, Medulares e Papilares Túbulo contorcido proximal Alça de Henle Túbulo contorcido distal Glomérulo Epitélio cuboide;Orla em escova Espesso: epitélio cuboide; Delgado: epitélio pavimentoso Epitélio cuboide Cápsula de Bowman Espaço de Bowman Mácula densa Epitélio cilíndrico alto; 19SISTEMA URINÁRIO 4. CIRCULAÇÃO RENAL Os rins recebem o suprimento san- guíneo através das artérias renais, ramos da aorta abdominal. Cada arté- ria renal se subdivide em cinco arté- rias segmentares, que dão origem às artérias lobares, uma para cada lobo renal. As artérias lobares se ramifi- cam formando duas ou três artérias interlobares, que seguem entre as pirâmides renais em direção à junção corticomedular. Na junção corticome- dular essas artérias formam uma sé- rie de vasos arqueados sobre a base da pirâmide renal (chamadas artérias arciformes). Das artérias arciformes surgem as interlobulares que per- correm um trajeto perpendicular à cápsula renal, atravessando o córtex. As arteríolas aferentes se originam das artérias interlobulares, e levam o sangue até os capilares glomerula- res. Destes capilares o sangue passa para as arteríolas eferentes, que se ramificam para formar a rede capilar peritubular, responsável pela nutri- ção e oxigenação da camada cortical. As arteríolas eferentes derivadas de néfrons justamedulares dão origem a capilares longos que se enten- dem profundamente para o interior da medula. Seus segmentos descen- dentes são chamados arteríolas re- tas e os segmentos ascendentes são as vênulas retas. As vênulas retas transportam o sangue para as veias arqueadas que acompanham o traje- to das artérias de mesmo nome e as- sim o sangue é drenado da medula. O sangue da camada cortical é drena- do pelas veias estreladas, tributárias das interlobulares, que transportam o sangue para as veias arqueadas, destas para as interlobares e por fim para a veia renal que chega na cava inferior. 20SISTEMA URINÁRIO Figura 17. Representação esquemática de um lobo renal e sua vascularização. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 21SISTEMA URINÁRIO 5. BEXIGA E VIAS URINÁRIAS Ureteres Os ureteres conduzem a urina dos rins para a bexiga urinária. Cada MAPA MENTAL: CIRCULAÇÃO RENAL Artérias segmentares ARTÉRIA RENAL Arteríolas eferentes justamedulares Arteríolas eferentes corticais Artérias lobares Artérias interlobares Artérias arciformes Artérias interlobulares Arteríolas aferentes Capilares glomerulares Rede capilar peritubular Vasos retos Veias arciformes Veias interlobulares Veias estreladas CÓRTEX Veias interlobares Veia Renal Veia Cava Inferior ureter possui cerca de 3 a 4 mm de diâmetro e 25 a 30 cm de compri- mento. Possuem uma camada mu- cosa que reveste o lúmen, uma túni- ca muscular e uma camada fibrosa de tecido conjuntivo (adventícia). 22SISTEMA URINÁRIO A mucosa apresenta várias pregas que se projetam para o interior do lúmen quando o ureter está vazio. É formada por um epitélio de transi- ção que aparenta ter de 3 a 5 cama- das de células em espessura. A túnica muscular do ureter é com- posta de duas camadas de células musculares lisas. A camada externa é circular e a interna é longitudinal. O terço inferior do ureter tem uma terceira camada muscular, também longitudinal, com formação portanto longitudinal externa, circular média e longitudinal interna. Figura 18. Fotomicrografia do ureter com seus princi- pais componentes. Fonte: Junqueira e Carneiro, Histo- logia básica, 2013 Bexiga A bexiga urinária é essencialmen- te um órgão de armazenamento de urina. O epitélio de transição da sua mucosa apresenta várias pregas que desaparecem quando a bexiga fica distendida com urina. A região trian- gular da bexiga, cujos ápices são os orifícios dos dois ureteres e da uretra é conhecida como trígono vesical. A túnica muscular da bexiga é com- posta de 3 camadas entrelaçadas de músculo liso: uma delgada camada longitudinal interna, uma espessa camada circular média e uma delga- da camada longitudinal externa. A camada circular média forma o mús- culo esfíncter interno ao redor do orifício interno da uretra. A adventícia da bexiga é composta por um tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas. 23SISTEMA URINÁRIO Uretra: Transporta a urina da bexiga para o exterior no ato da micção. No sexo masculino a uretra dá passagem ao esperma durante a ejaculação. No sexo feminino é um órgão exclusiva- mente do aparelho urinário. A uretra masculina é formada pe- las porções intramural, prostática, membranosa e esponjosa ou pe- niana. A intramural atravessa a pa- rede da bexiga e a prostática passa por dentro da próstata. São revestidas por um epitélio de transição. Na por- ção prostática se abrem ductos que transportam a secreção prostática, o utrículo prostático (tubo cego, homó- logo rudimentar do útero) e o par de ductos ejaculadores. A uretra mem- branosa possui apenas 1 a 2 cm de comprimento e passa pela membrana perineal. É revestida por epitélio es- tratificado cilíndrico intercalado por porções de epitélio pseudo-estrati- ficado cilíndrico. A uretra esponjo- sa é a porção mais longa, com cerca de 15cm de comprimento, passando por toda a extensão do pênis e ter- minando no orifício externo da uretra. É revestida por epitélio estratifica- do cilíndrico intercalado por áreas de epitélio pseudo-estratificado cilín- drico e epitélio estratificado pavi- mentoso não-queratinizado. A por- ção terminal dilatada da uretra (fossa navicular) é revestida por epitéliopa- vimentoso não-queratinizado. Figura 19. Fotomicrografias do epitélio de transição da bexiga quando está vazia (A) e quando está cheia (B). Fonte: Junqueira e Carneiro, Histologia básica, 2013 24SISTEMA URINÁRIO A uretra feminina possui cerca de 4 a 5 cm de comprimento e 5 a 6 mm de diâmetro. Normalmente seu lúmen se encontra colabado, exceto durante a micção. Próxima à bexiga é revestida por epitélio de transição e ao longo do seu comprimento res- tante por epitélio estratificado pa- vimentoso não-queratinizado. Ao longo de toda a extensão da uretra há numerosas glândulas secretoras de muco, as glândulas de Littré. A ca- mada muscular da mucosa é contínua com a da bexiga, mas é constituída apenas por duas camadas de mús- culo liso, uma longitudinal interna e uma circular externa. Próximo à sua abertura no exterior, a uretra feminina contém um esfíncter de músculo es- triado, o esfíncter externo da uretra. Figura 19. Porções da uretra masculina. Adaptado de: hthttp://diariodefarmacia2010.blogspot.com/2010/12/sistema- -urinario.html 25SISTEMA URINÁRIO MAPA MENTAL: BEXIGA E VIAS URINÁRIAS URETER BEXIGA • Mucosa: epitélio de transição • Muscular: circular externa, longitudinal interna (1/3 inferior: + longitudinal externa) • Adventícia • Mucosa: epitélio de transição • Muscular: longitudinal externa, circular média, longitudinal interna • Adventícia URETRA URETRA • Intramural e Prostática: epitélio de transição • Membranosa: epitélio estratificado cilíndrico + pseudo-estratificado cilíndrico • Esponjosa: epitélio estratificado cilíndrico + pseudo-estratificado cilíndrico + estratificado pavimentoso não-queratinnizado • Mucosa: Epitélio de transição + estratificado pavimentoso não-queratinizado • Muscular: circular externa, longitudinal interna. 26SISTEMA URINÁRIO MAPA MENTAL: GERAL URETERES Mucosa URETRA Epitélio de transição Adventícia Masculina Muscular FUNÇÕESBEXIGA RINS Feminina Intramural Prostática Membranosa Esponjosa Remoção de produtos tóxicos Produção de renina e eritropoetina Ativação da vitamina D Equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico Circular média Longitudinal externa e interna Adventícia Mucosa Muscular Epitélio de transição Circular externa Longitudinal interna Túbulo coletor Néfron Túbulo contorcido distal Túbulo contorcido proximal Alça de Henle Corpúsculo renal Glomérulo Cápsula de Bowman Folheto interno Folheto externo 27SISTEMA URINÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2013. GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Tratado de Histologia em Cores. 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. HIB, J. Di Fiore Histologia: Texto e Atlas. 1. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003 HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 28SISTEMA URINÁRIO
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