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Análises Microbiológicas II Identificação: CGP Prof. MSc. Débora Palmeira Introdução Os principais cocos Gram-positivos de importância clínica estão classificados como estafilococos, estreptococos e enterococos; Existem diversas provas capazes de diferencias os três grupos e suas diferentes espécies; Identificação Preliminar As bactérias pertencentes aos grupos Estafilococos e Estreptococos podem ser diferenciadas através das seguintes características: - Morfologia na coloração de Gram; - Morfologia das colônias no meio de cultura; - Prova da Catalase. Morfologia das Colônias Streptococcus pneumoniae – cepa encapsulada Streptococcus viridans Enterococcus faecalis Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Prova da Catalase Essa prova detecta a presença de citocromos oxidases nos estafilococos; O teste é realizado com peróxido de hidrogênio (H2O2) sobre uma lâmina; Princípio: a imediata produção de efervecência indica conversão do H2O2 em água e oxigênio gasoso. Prova da Catalase CatalasePositiva CatalaseNegativa Staphylococcus Streptococcus Micrococcus Enterococcus Resultado: Staphylococcus X Micrococcus Para diferenciar as bactérias dos dois gêneros, utiliza-se, principalmente, a prova de Oxidase: São utilizados discos ou fitas de papel filtro impregnados com dicloridrato de tetrametil p-fenilenodiamina; Princípio: torna as células permeáveis ao reagente da oxidase. Staphylococcus X Micrococcus Resultado: - Positivo -> aparecimento de cor azul-púrpura; - Negativo -> ausência de cor dentro de 30 segundos Micrococcus Staphylococcus Identificação de Staphylococcus Existem diversas espécies de Staphylococcus descritas. Porém, as espécies de maior importância clínica são dividas em dois grupos: - Coagulase positiva -> S. aureus; - Coagulase negativa (SCN) -> S. epidermidis, S. haemolyticus, S. saprophyticus. Identificação de Staphylococcus Prova da Coagulase em Lâmina: a maioria das cepas de S. aureus possui uma coagulase unida ou “fator de agregação” na superfície da parede celular que interage diretamente com o fibrinogênio presente no plasma e produz rápida aglutinação das células bacterianas; - 2 gotas de salina + colônia + 1 gota de plasma; - Observar se há aglutinação em 10 segundos. SCP S. aureus SCN Identificação de Staphylococcus Prova da Coagulase em Tubo: a coagulase detectada por esse método é secretada extracelularmente e reage com uma substância presente no plasma denominada “fator de reação com a coagulase (CRF)” formando um complexo que reage com o fibrinogênio, resultando em formação de fibrina; - Adicionar 0,1mL de caldo BHI incubado com colônia suspeita a um tubo com 0,5mL de plasma; - Incubar por 4 horas na estufa ou banho-maria. Identificação de Staphylococcus Prova da Coagulase em Tubo: SCP S. aureus SCN Identificação de Staphylococcus Provas confirmatórias para Staphylococcus aureus: - Prova da DNAse (Desoxirribonuclease); - Prova da Endonuclease Termoestável; - Fermentação de Manitol. OBS: S. aureus produz DNAse e Endonuclease termoestável (ambas as enzimas hidrolisam o DNA) e é capaz de fermentar o manitol. Identificação de Staphylococcus Prova da DNAse: - As colônias em análise são semeadas em meio contendo DNA e o corante azul de toluidina O (ou azul de ototoluidina); - Incubar por 24h a 35°C; - Interpretação: meio inalterado (negativo), meio azul intenso a rosa (positivo) -> Hidrólise de DNA -> S. aureus. Identificação de Staphylococcus Prova da Endonuclease Termoestável: utiliza-se o mesmo meio da prova da DNAse; - Inocula-se as colônias em caldo; - O caldo deve ser aquecido por 15 minutos em banho de água fervente; - Gotejar o caldo aquecido na placa e fazer furos de 3mm de diâmetro no meio de cultura; - Incubar por 24h a 35°C. Identificação de Staphylococcus Fermentação de Manitol: utiliza-se o ágar manitol salgado (ágar-sais-manitol ou meio de Chapman); - Indicador de pH é o vermelho de fenol -> meio avermelhado. - Inocula as colônias no meio de cultura e incuba a placa por 24h a 35°C; - Leitura: meio inalterado (negativo) ou meio amarelado em volta das colônias (positivo)-> indica fermentação do manitol -> S. aureus. Fermentação do Manitol Positivo Negativo Identificação de Staphylococcus Identificação de Staphylococcus coagulase negativa (SCN): - Produção de Fosfatase (S. epidermidis); - Sensibilidade à Novobiocina (S. saprophyticus); - Fermentação de açúcares (S. haemolyticus). Identificação de Staphylococcus Produção de Fosfatase -> prova utilizada para identificação presuntiva de S. epidermidis que utiliza ágar Mueller-Hinton com pH 5,6-5,8 contendo p-nitrofenil fosfato; - O semeio é feito em forma de mancha e a placa é incubada por 24h a 35°C; - A presença de cor amarelo brilhante abaixo e ao redor do inóculo representa prova positiva -> bactéria produz fosfatase -> S. epidermidis. Identificação de Staphylococcus Sensibilidade à Novobiocina: teste de tolerância muito útil para identificação de S. saprophyticus (Método de Kirby-Bauer -> disco difusão); - Preparar uma suspensão do microrganismo em caldo BHI, TSA ou solução fisiológica, acertando a turvação em 0,5 na escala de MacFarland; - Com auxílio de um swab, semear na superfície de uma placa de ágar Mueller-Hinton ou AS Mueller-Hinton; - Esperar secar e com uma pinça flambada ou esterilizada em álcool, colocar um disco de Novobiocina na superfície do meio, pressionar delicadamente com a pinça e incubar a placa. Identificação de Staphylococcus Sensibilidade à Novobiocina Interpretação - Sensível -> presença de halo de inibição ≥16mm diâmetro; - Resistente -> ausência de halo de inibição ou halo ≤12mm de diâmetro. Sensibilidade à Novobiocina Interpretação de Staphylococcus Fermentação de açúcares: série de provas utilizadas para identificação de S. haemolyticus; - Inóculo é realizado em uma série de tubos com meios que contêm diversos açúcares e o indicador de pH vermelho de fenol; - Os tubos são incubados por 24h a 35°C; - Leitura: Meios inalterados (vermelhos) -> negativo; Meios amarelos -> positivo -> fermentação do açúcar. Identificação de Staphylococcus Fermentação de açúcares para S. haemolyticus Interpretação - Frutose -> negativo; - Maltose -> positivo; - Manose -> positivo. - Urease -> negativo. CGP Catalase + - Estreptococos + - Estafilococos Oxidase Micrococcus Staphylococcus Coagulase + - SCP (S. aureus) SCN Staphylococcus Coagulase - SCN + SCP (S. aureus) DNAse Endonuclease Termoestável Manitol S. aureus SCN + - S. aureus SCN + - + - S. aureus SCN S. epidermidis S. saprophyticus S. haemolyticus Fosfatase (+) Frutose (-) Maltose (+) Manose (+) Urease (-) Novobiocina (R) Identificação dos Estreptococos A primeira diferenciação dentre os estreptococos é feita através da observação da aparência da placa de ágar sangue: - Alfa hemólise: Streptococcus grupo viridans, S. pneumoniae, Enterococcus spp.; - Beta hemólise: S. agalatiae, S. pyogenes, Enterococcus spp.; - Gama hemólise: Enterococcus spp., Streptococcus grupo viridans, S. agalactiae. Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos: - Sensibilidade à Optoquina -> diferenciar S. pneumoniae - Prova da Bile solubilidade -> diferenciar S. pneumoniae; - Prova da Bile esculina -> identificação presuntiva para Enterococcus spp.; - Prova de Tolerância ao Sal -> diferenciar Enterococcus spp.; Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos Sensibilidade à Optoquina -> o semeio é feito em placa contendo AS através do método de Kirby-Bauer, colocando-se um disco contendo optoquina no centro, e incubada a 35°C em campânula por 24h. Interpretação: - Halo ≥ 14mm de diâmetro (sensível)-> Streptococcus pneumoniae; - Halos menores devem ser confirmados com provas alternativas para Enterococcus e Streptococcus grupo viridans. Identificação de Estreptococos Optoquina (S) -> Streptococcus pneumoniae Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos Prova da Bile solubilidade -> - Caldo: utilizar um caldo turvo após 3h de incubação e inocular uma suspensão de desoxicolato a 10%. Interpretação: clareamento da turbidez representa lise bacteriana (teste positivo) -> S. pneumoniae. Identificação de Estreptococos Bile solubilidade Negativa Positiva Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos Prova da Bile solubilidade -> - Placa: inocular gotas de desoxicolato sobre as colônias e incubar por 30 minutos a 35°C; Interpretação: desaparecimento das colônias (prova positiva) -> S. pneumoniae. Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos Prova da Bile esculina -> é realizado em tubo contendo ágar inclinado (AI) contendo 40% de bile e esculina, fazendo estrias em sua superfície e incubar por 24h a 35°C; Princípio: as espécies de Enterococcus são capazes de hidrolisar a esculina, escurecendo o meio. Interpretação: enegrecimento do meio (teste positivo) -> Enterococcus. Identificação de Estreptococos Bile esculina Positiva Negativa Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos Prova de Tolerância ao Sal: inóculo é realizado em AI contendo 6,5% de NaCl por 24h a 35°C; Interpretação: presença de crescimento no meio indica tolerância ao NaCl (prova positiva) -> Enterococcus spp. Identificação de Estreptococos Identificação SensibilidadeàOptoquina Bile solubilidade Bile esculina Tolerância a 6,5% deNaCl S.pneumoniae S + - - S.grupoviridans R - - - Enterococcus R - + + Identificação de Estreptococos alfa hemolíticos: Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos beta hemolíticos: - Sensibilidade à Bacitracina -> identificação presuntiva de S. pyogenes; - Teste de CAMP -> identificação presuntiva de S. agalactiae; - Prova de PYR -> teste presuntivo para S. pyogenes e Enterococcus. Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos beta hemolíticos Sensibilidade à Bacitracina: é realizada em placa de AS através do método de Kirby-Bauer, colocando um disco contendo bacitracina, e incubar a 35°C; Interpretação: a presença de halo de qualquer diâmetro representa prova positiva -> S. pyogenes. Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos beta hemolíticos Teste de CAMP: é realizado em placa de AS. É necessária a utilização de cepa de S. aureus produtora de β-hemolisina para inocular uma única estria no centro da placa. Para o teste, é feita uma estria perpendicular à de S. aureus com as colônias que se quer identificar; Interpretação: S. agalactiae produzem “Fator CAMP” que interage com a β-hemolisina do S. aureus, aumentando o halo de beta hemólise, que fica em forma de flecha (teste positivo). Identificação de Estreptococos CAMP Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos beta hemolíticos Prova de PYR (pirrolidonil arilamidase): realizada em discos de papel filtro contendo PYR, esfregando as colônias neste. Interpretação: ao gotejar o corante, observa-se mudança de cor se houver hidrólise de PYR pela enzima -> cor rosa/vermelha (teste positivo) -> S. pyogenes ou Enterococcus. Identificação de Estreptococos Identificação SensibilidadeBacitracina CAMP PYR Bileesculina Tolerância a 6,5%NaCl S.pyogenes S - + - - S.agalactiae R + - - - Enterococcus R - + + + Identificação de Estreptococos beta hemolíticos Identificação de Estreptococos Identificação de Estreptococos gama hemolíticos Identificação CAMP PYR BileEsculina Tolerância a 6,5% deNaCl Sensibilidade Optoquina/ Bacitracina Enterococcus - + + + R S.agalactiae + - - - R S.grupoviridans - - - - R CGP Catalase + - Estreptococos Estafilococos Alfa hemólise Beta hemólise Gama hemólise Optoquina (S) Bile solubilidade (+) Bile esculina (+) Tolerância a 6,5% NaCl (+) S. pneumoniae Enterococcus Enterococcus Bac (R) CAMP – PYR + BE + NaCl + S. agalactiae Bac (R) CAMP + PYR - BE - NaCl - S. pyogenes Bac (S) CAMP - PYR + BE - NaCl - S. grupo viridans Bac e Opt (R) CAMP – PYR - BE - NaCl - Identificação de Estreptococos Classificação e Identificação Sorológica: - Características antigênicas do carboidrato C de composição variável, localizado na parede celular; Identificação de Estreptococos
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