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CRE1171 - 7TB Ética Profissional - Grupo Varsóvia 11 de Maio de 2009 Resumo: Srour, Robert Henry. Ética Empresarial: O Círculo Virtuoso dos Negócios, 3ªed, Editora Campus, São Paulo, 2008. Capítulo 6 - As morais gerais brasileiras • Para tornar a cultura brasileira inteligível, as chaves sociológicas são duas: as relações de dependência e a lógica da proteção que as acompanha. • As relações de dependência operam uma estranha inclusão social: enquanto alguns agentes participam das decisões e das regalias, muitos outros se conformam em sua subalternidade. De modo que embutem uma lógica da dominação associada a um mecanismo de proteção, porque, em sua submissão, os agentes desfrutam de um feixe de garantias. • Os agentes sociais respondem aos estímulos e aos condicionamentos do ambiente em que se movem: se forem tratados como gado, mugem; se forem tratados como gente, agem como cidadãos. • A moral da integridade trata do sistema de normas morais que corresponde ao imaginário oficial brasileiro e que configura o comportamento considerado decente e virtuoso. Esta moral é ensinada nas escolas e nas igrejas, está embutida nos códigos de leis e orienta a mídia mais responsável. Tem caráter altruísta, porque adota os imperativos do bem comum quando ensina a cumprir as obrigações sociais. • A moral do oportunismo é o sistema de normas morais que corresponde ao imaginário oficioso brasileiro e que configura o comportamento dito esperto, porque eminentemente egoísta. É um código difundido nas ruas e à socapa pelos sabichões. Constitui um hino à conveniência interesseira e parte do pressuposto de que ninguém presta. • Submetidos à inculca de dois códigos morais absolutamente contraditórios, um purista e de caráter altruísta, outro permissivo e de caráter egoísta, os brasileiros ficam bastante confusos. O "risco moral" acaba, então, superdimensionado: poucos acreditam que as partes que firmam contratos ou realizam transações o façam com a necessária boa-fé; muitos desconfiam que alguém vá abusar ou se locupletar à custa do outro. • A maior parte dos brasileiros vive oscilando entre as duas morais, ora inescrupulosos, ora idôneos. Agentes híbridos, ambíguos quanto às suas culpas e inseguros quanto às suas razões, moldados por uma moralidade casuística. • A duplicidade moral não só convive contraditoriamente na cabeça de todos nós, como paira sobre ela como uma espada de Dámocles. Basta que os interesses próprios sejam seriamente ameaçados para que não se cumpram mais promessas, não se respeitem mais acordos, não se sigam mais regras. • O senso comum, porém, distingue os oportunistas costumazes, sujeitos intrisecamnete de "mau caráter", e os oportunistas de ocasião, pessoas em geral "honradas" e que, premidas pelas circunstâncias, se desviam eventualmente do bom caminhp. Tal gradação não apaga, é claro, a adesão ao oportunismo. Mas, em tese, permite contar com a idoneidade do interlocutor quando as partes estreitam relações: os laços pessoais assumem, assim, o papel de antídoto contra o veneno da esperteza!
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