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IDENTIDADES E DIVERSIDADES ÉTNICO RACIAIS

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Por que quando falamos da chegada dos portugueses e espanhóis à América, muitas vezes encontramos, dentro dos grupos de resistência, a defesa de que podemos falar em invasão e não apenas colonização?
		Resposta Selecionada:
	a.
Porque entender que eles vieram civilizar aos bárbaros que aqui viviam é pensar de forma eurocêntrica e desconsiderar o fato de que os nativos eram os legítimos donos da terra, embora não necessariamente trabalhassem com a categoria de posse privada.
	Resposta Correta:
	a.
Porque entender que eles vieram civilizar aos bárbaros que aqui viviam é pensar de forma eurocêntrica e desconsiderar o fato de que os nativos eram os legítimos donos da terra, embora não necessariamente trabalhassem com a categoria de posse privada.
	Feedback da resposta:
	As ciências foram, por muito tempo, europocêntricas, ou seja, centrada na Europa. Então, elas compraram o discurso que pensava na vinda dos europeus para a América como uma aventura de colonização. Com o tempo, contudo, algumas delas, como a Antropologia, passou a criticar esse discurso, apontando para o fato de que as diferentes nações indígenas que aqui habitavam eram, de fato, legítimas donas das terras (as terras lhes pertenciam por direito de ocupação) e que, portanto, estavam sendo invadidas e dominadas.     
 
Pergunta 2
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Para abrilhantar a importância das manifestações culturais no Brasil, ao contar a história da nossa formação, Ribeiro (1995), no livro “O povo brasileiro”, trabalha com a tese central da mestiçagem como composição da cultura em cenários regionais, resultado da junção de matrizes étnicas muito diferentes umas das outras: a matriz indígena, a europeia, a africana. Mas, apesar dessas confluências e diferenças, nos comportamos como uma só gente e falamos a mesma língua.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Ao abordar a formação do povo brasileiro, Ribeiro (1995) destaca cinco vertentes. A partir de nossos estudos sobre “os cinco brasis”, associe cada vertente numerada a seguir com seus respectivos fundamentos.
	1. Crioulo
	( ) Este povoamento foi resultado da miscigenação entre indígenas e bandeirantes. A base alimentar indígena era a partir da mandioca, feijão, milho, abóbora, tubérculos, urucum e pimenta. No cultivo da terra, praticavam a técnica da coivara. Herdaram dos bandeirantes o toucinho de porco a rapadura, a pinga de cana.
	2. Caboclo
	( ) A produção era com base nos engenhos açucareiros exportadores para o mercado europeu. O povo era formado a partir da miscigenação entre brancos, indígenas e negros. Ocupava a faixa litorânea nordestina.
	3. Sertanejo
	( ) A principal característica é a heterogeneidade cultural, pois reúne antigos paulistas, portugueses, espanhóis e mulheres guarani, formando os gaúchos. 
	4. Caipira
	( ) Povoamento formado no sertão nordestino por trabalhadores vaqueiros em terras de proprietários latifundiários. Não obtinham salário, recebiam como pagamento alimentos, sal e por vezes, uma rês de rebanho. Considerada uma das regiões mais pobres do país.
	5. Sulino
	( ) É o resultado das matrizes étnicas indígena e europeia. A localização é na região amazônica. A economia baseia-se no extrativismo vegetal – que teve como principal produto a borracha–, do ouro, do estanho, drogas da mata, cacau, cravo, canela, urucum, baunilha, óleos e resinas.
 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
4, 1, 5, 3, 2
	Resposta Correta:
	b. 
4, 1, 5, 3, 2
	Feedback da resposta:
	Muito bem! A resposta está correta. Para Darcy Ribeiro, como antropólogo, o método de análise adotado centra-se no humano: nas suas características locais, no modo de sobrevivência, na cultura dotada e na religião que segue.
	
	
	
Pergunta 3
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Leia o excerto a seguir.
“Um dos mais fascinantes mistérios da Pré-história é o surgimento do ser humano. Até 1859, apenas livros religiosos, como a Bíblia, davam resposta a esse enigma, naturalmente em sua linguagem simbólica. Nesse ano, o naturalista inglês Charles Darwin publicou seu livro ‘A origem das espécies’, apresentando evidências de que as espécies animais são capazes de modificações gradativas, ou de evolução, através do tempo, de modo que novas espécies possam surgir”.
UOL EDUCAÇÃO. Pré-história: o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos. Pedagogia & Educação, 16 fev. 2015, p. 3. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm>. Acesso em: 19/02/2018.
Considerando o excerto lido e os estudos no texto-base da disciplina, é correto afirmar que os primeiros Homo sapiens surgiram em qual continente?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
África
	Resposta Correta:
	b. 
África
	Feedback da resposta:
	Muito bem! A resposta está correta. O surgimento da locomoção bípede-vertical adaptada exclusivamente ao meio terrestre ocorreu por volta de 2,5 milhões de anos apenas, mais ou menos coincidente com o surgimento do gênero Homo na África. O Homo sapiens surgiu neste mesmo continente há cerca de 200 mil anos.
	
	
	
Pergunta 4
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	As identidades culturais nacionais são, necessariamente, afetadas pela globalização. A cultura do país em que nascemos é a principal fonte da identidade cultural, porque cria sentimentos de lealdade e de identidade. Cada país possui um sistema de educação e símbolos construídos ao longo da vida do indivíduo, de acordo com alguns elementos. Um desses elementos é a ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na intemporalidade.
Sobre esse elemento podemos afirmar que:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a.
É representado como primordial – está lá, na verdadeira natureza das coisas, algumas vezes adormecida, mas sempre pronta para ser “acordada” de sua “longa, persistente e misteriosa sonolência” para reassumir sua inquebrantável existência”.
	Resposta Correta:
	a.
É representado como primordial – está lá, na verdadeira natureza das coisas, algumas vezes adormecida, mas sempre pronta para ser “acordada” de sua “longa, persistente e misteriosa sonolência” para reassumir sua inquebrantável existência”.
	Feedback da resposta:
	A Globalização é o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, presidido por técnicas de informação. Afeta as culturas nacionais e consequentemente a identidade cultural. Identidade que tem no sistema de educação e símbolos, construídos ao longo da vida do indivíduo, marcas fundantes. Entre os elementos presentes nesse processo está a ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na intemporalidade primordial cuja presença por vezes é explícita outras não apesar de sempre existente.    
	
	
	
Pergunta 5
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	“Eu não sou racista, mas....” ou “Eu tenho até um amigo negro, a questão não é essa” são duas falas ainda bastante comuns. Em realidade, elas escondem o preconceito racial latente na sociedade brasileira, a que chamamos, comumente, de “racismo à brasileira”.
De que maneira podemos definir o termo “racismo à brasileira”?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e.
“Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo como ele aparece no Brasil: um racismo velado que aparece por trás do discurso de que não somos racistas, porque somos um povo só, misturado e harmonioso.
	Resposta Correta:
	e.
“Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo como ele aparece no Brasil: um racismo velado que aparece por trás do discurso de que não somos racistas, porque somos um povo só, misturado e harmonioso.
	Feedback da resposta:
	Racismo à brasileira é o termo utilizado para descrever o tipo de racismo que acontece no Brasil. Trata-se de um racismo velado, que se manifesta acima do discursooficial, de que somos um país harmonioso para todas as raças e cores, misturados e capazes de oportunidades iguais.     
	
	
	
Pergunta 6
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Leia o excerto a seguir.
“Todo racismo, inclusive o culturalismo racista dominante no mundo inteiro, precisa escravizar o oprimido no seu espírito e não apenas no seu corpo. Colonizar o espírito e as ideias de alguém é o primeiro passo para controlar seu corpo e seu bolso. De nada adianta americanos e europeus proclamarem suas supostas virtudes inatas, se africanos, asiáticos e latino-americanos não se convencerem disso. Do mesmo modo, de nada adianta nossa elite do dinheiro construir uma concepção de país e de nação para viabilizar seus interesses venais se a classe média e a população como um todo não for convencida disso”.
SOUZA, J. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya, 2017, p. 24.
Considerando a leitura do excerto e os conteúdos abordados no texto-base sobre a noção de colonização, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. São muitos os impactos da colonização para a sociedade brasileira, um deles é ainda o fato de perpetuar papéis sociais fundados na escravidão.
PORQUE
II. Um dos sentidos de colonização está relacionado à introjeção de marcadores construídos pela lógica eurocêntrica, a qual impõe a outras etnias – que não a branca europeia – uma condição de inferiorização e invisibilidade. Essa inculcação ocorre ao longo dos séculos de colonização e, além disso, contamina a elite brasileira, assim como os intelectuais e a população em geral.
A seguir, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
	Resposta Correta:
	a. 
As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
	Feedback da resposta:
	Muito bem! As duas asserções estão corretas. Os impactos da colonização no Brasil estão no nosso cotidiano, sobretudo os valores sociais advindos da escravidão.
	
	
	
Pergunta 7
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Edward Blyden foi o primeiro filósofo africano a defender a urgência na mudança de ensino no continente porque ele entendia que a educação africana era baseada em modelos europeus, o que incentivava o mimetismo servil e não as identidades locais. Já Léopold Sédar Senghor, foi um outro filósofo de origem africana que destacou a questão da negritude como uma proposta afirmativa de que o negro é tão ser humano quanto qualquer outro e que, portanto, sua identidade tem que ser resgatada.
Tanto Blyden quanto Senghor estão discutindo diretamente com um dos conceitos mais complexos para o tema das diversidades e identidades étnico-raciais.
De que conceito estamos falando?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e.
Do conceito de colonização, em seu sentido mais amplo; não apenas econômico e político, mas também (e principalmente) ideológico e como chave de leitura.
	Resposta Correta:
	e.
Do conceito de colonização, em seu sentido mais amplo; não apenas econômico e político, mas também (e principalmente) ideológico e como chave de leitura.
	Feedback da resposta:
	Quando Blyden fala sobre a necessidade de repensar o currículo das escolas africanas a partir de sua realidade e quando Senghor coloca no centro do debate a questão da negritude, eles estão falando sobre tornar as etnias africanas protagonistas de suas discussões, ou seja, descolonizaram-se dos saberes trazidos por europeus durante o período de colonização.     
	
	
	
Pergunta 8
0 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Observe o gráfico a seguir e, em seguida, selecione a alternativa que melhor o explica à luz das discussões que tivemos a respeito de racismo e educação.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a.
O gráfico nos mostra que há mais ou menos a mesma porcentagem de brancos, negros e pardos que frequentavam a Educação Fundamental no Censo de 2010, o que indica que a educação brasileira não contribui para a perpetuação do racismo em nenhum de seus níveis.
	Resposta Correta:
	e.
O gráfico nos mostra que há certa mudança no panorama da educação brasileira. Embora ainda existam mais brancos no Ensino Superior, o fato de que existem mais negros e pardos no Ensino Médio nos leva a crer que, possivelmente, no futuro, essa diferença de escolaridade poderá diminuir.
	Feedback da resposta:
	Tradicionalmente, sabemos que brancos têm mais oportunidades escolares que negros e pardos no Brasil, o que se confirma pelo maior número de brancos no Ensino Superior: seus 31,1% são maiores que a soma dos 12,8% de negros e os 13,4% de pardos. Contudo, os números do Ensino Fundamental e Médio apontam uma possível mudança de cenário no futuro, já que podemos imaginar que cada vez mais negros e pardos que terminem o colégio possam ingressar no Ensino Superior.     
	
	
	
Pergunta 9
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	A Filosofia Ocidental foi utilizada durante séculos como meio de colonização, para justificar a dominação, as injustiças e a barbárie. Os povos colonizados eram considerados inferiores.
Sobre essa realidade, observe as seguintes afirmações:
I. Somente os humanos do Ocidente (os brancos) eram dotados de razão.
II. O não branco (índios e negros) é considerado como força de trabalho, mas desprovido de inteligência.
III. A filosofia africana tem como preocupações a identidade do africano, a supremacia do branco, a desconstrução dos mitos eurocêntricos.
IV. A inferioridade dos povos colonizados contava com o suporte da filosofia imperialista da época.
V. Os africanos não podem formular correntes de pensamentos que provoquem mudanças
Quais dos argumentos acima demonstram o “olhar” superior do europeu sobre os africanos, responsável pela construção de um discurso racista que se manifesta até os dias de hoje em nossas socieades:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I, II, IV e V
	Resposta Correta:
	e. 
I, II, IV e V
	Feedback da resposta:
	A filosofia africana (conjunto de textos escritos por africanos e considerados filosóficos pelos seus autores) destaca a essência da afrocentricidade, uma teoria que determina que os africanos precisam que ver o mundo sob uma perspectiva própria e colocar os seus ideais em primeiro plano na hora de analisar sua cultura, considerando o meio onde esta cultura é produzida. Nesse sentido, só a assertiva III não reforça o olhar de superioridade do europeu sobre os africanos e não faz parte da construção do discurso racista.     
	
	
	
Pergunta 10
0,25 em 0,25 pontos
	 
	 
	 
	Que relação podemos estabelecer entre a Ciência Ocidental, o discurso racista e a colonização?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e.
A Ciência Ocidental foi usada como justificativa para a colonização e sustentou o domínio sobre a África sobre o discurso racista, apoiado nessa mesma Ciência.
	Resposta Correta:
	e.
A Ciência Ocidental foi usada como justificativa para a colonização e sustentou o domínio sobre a África sobre o discurso racista, apoiado nessa mesma Ciência.
	Feedback da resposta:
	A Ciência Ocidental estava profundamente ligada ao discurso racista. Ela foi utilizada como justificativa para o exercício do domínio, no sentido de fornecer, através do discurso racista as ferramentas intelectuais que davam legitimidade a essa ação. Em outras palavras, muitos dos colonizadores usavam dessa leitura para justificar suas ações colonizadoras, alegando a necessidade civilizar os povos não brancos, levando-os ao que eles, europeus, entendiam ser o patamar adequado da racionalidade, dentro do que eles entendiam ser suas limitações.

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