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EXIGÊNCIAS EDAFOCLIMÁTICAS DAS HORTALIÇAS Léa Araújo de Carvalho Profª Drª de Olericultura FATORES EDÁFICOS FÍSICOS Exposição do terreno Topografia Textura do solo Profundidade Figura 1. Morfologia de sistemas radiculares de tomate (Portas, 1984). Químicos Fertilidade Índice de acidez - pH < 5 lixiviação de Ca, Mg, P e Mo >7 insolubilização de B, Zn, Fe, Cu e Mn Batatinha pH entre 6,0-6,5 favorece a ocorrência de Strepthomyces scabies . BIOLÓGICOS a) Agentes patogênicos Ralstonia solanacearum - agente causal da bacteriose “Murchadeira” no tomate, batata e outras solanáceas cultivadas. Corynebacterium michiganensis - agente causal do “Cancro bacteriano” do tomateiro. Fusarium oxysporum f. lycopersici - agente causal da “Murcha de fusarium” do tomateiro. Erwinia carotovora - agente causal da bacteriose “Canela preta” da batatinha, “Talo oco” no tomateiro e “Podridão mole” na cenoura. Xanthomonas campestris - agente causal da “Podridão negra” das brássicas. Plantas espontâneas Tiririca (Cyperus rotundas L.) Pição preto ( Bidens pilosa) Capim marmelada (Brachiaria plantaginea) Joá de capote (Nicandra physaloides) Trevo ( Oxalis latifolia) Capim pé-de-galinha (Eleusine indica L. Gaertn.), Beldroega (Portulaca oleracea) Carurus (Amaranthus spp.) FATORES CLIMÁTICOS TEMPERATURA Classificação das hortaliças de acordo com as variações térmicas Clima frio Acelga Aipo Alcachofra Alho porro Alho Aspargo Beterraba Cebola Cebolinha Couve-brócolos * Couve-chinesa * Couve de bruxelas * Couve-flor * Couve manteiga Couve rábanoCouve tronchuda Ervilha Espinafre Fava-italiana Funcho Mandioquinha-salsa Morango* Mostarda* Nabo Rabanete Rábano Repolho* Clima ameno Abobrinha italiana Agrião d’água Alface Almeirão Batata inglesa Cenoura Chicória Moranga Rúcula Salsa Tomate Clima quente Melão Melancia Aboboras Pepino Chuchu Coentro Feijão de corda Feijão de lima Feijão de vagem Inhame Cará-da-costaTaioba Milho doce Pimentão Pimenta Quiabo Salsa Efeito da temperatura nas diferentes fases do ciclo biótico das hortaliças. Germinação da semente Ótimo - 25ºC / 0 e 45ºC Espécie Temperatura (° C) Mínima Máxima Ótima* Abóbora 16 38 20-30** Alface 2 29 20 Berinjela 16 35 20-30 Beterraba 4 35 20-30 Cebola 2 35 20 Cenoura 4 35 20-30 Couve-flor 4 38 20-30 Ervilha 4 29 20 Feijão-vagem 16 35 20-30 Melancia 16 41 20-30 Melão 16 38 20-30 Milho-doce 10 41 20-30 Pepino 16 41 20-30 Pimentão/Pimenta 16 35 20-30 Quiabo 16 41 20-30 Repolho 4 38 20-30 Tomate 10 35 20-30 Crescimento e desenvolvimento Temperaturas muito baixas (< 13ºC) Encurtamento dos internódios Retarda o crescimento das plantas. Temperaturas muito altas (> 35ºC) Clorose nas folhas Faixa ideal de temperatura para os diferentes estádios de desenvolvimento do tomateiro. Germinação - 18 a 250C Crescimento Vegetativo - 21 a 240C Floração e frutificação - 19 a 240C (D) / 14 a 170C (N) Amadurecimento - 18 a 260C Formação de órgãos comestíveis - “Cabeças”, flores”, “inflorescência”, “raízes tuberosas”, “bulbos” e “tubérculos”. Termoperiodicidade Estacional – estações do ano. Bienais – necessita de frio para passar para a fase reprodutiva. Ex: Brassicaceas, beterraba, cebola e cenoura. Hortaliças Padrão Térmico Muito baixa (< 10ºC) Muito alta (>35ºC) Alface Queima (geada) Florescimento precoce Batatinha Queima (geada) Não tuberiza Cebola Florescimento precoce Bulbos pequenos Cenoura Queima (geada) Raízes pequenas e descoloradas Repolho Florescimento precoce Não forma cabeça Tomate Retarda o crescimento Frutos pequenos Diária Amplitude térmica dia/noite: 5-7ºC. Batateira, tomateiro, pimentão, morango, ervilha e beterraba. Anuais – Não necessita de frio para passar para a fase reprodutiva . Altas Tº C e fotoperíodo longo – alface Dias longos – batateira Dias curtos – morango Demais hortaliças - indiferente .Ex: tomate Perene Tomate silvestre e aspargo Frutificação. Quantidade Tomateiro, o chuchuzeiro e feijão-vagem - (> 35ºC) e baixas (< 10ºC) Aborto do pólen com queda de flores e ocorrência de frutos defeituosos. Qualidade Tomateiro (ótima diária - 18 a 24ºC); > 26 a 29ºC (frutos amarelados) Absorção de Nutrientes Tomateiro , o chuchuzeiro e feijão-vagem - < 5ºC Redução da permeabilidade do protoplasma das raízes Aumento da viscosidade da água Impedimento ou diminuição da absorção de nutrientes Luz Luminosidade - Intensidade luminosa Excesso de luz Diminuição da absorção de água Redução do teor de clorofila Diminuição da taxa fotossintética Distúrbio da atividade enzimática - Acúmulo de açúcar . Deficiência de luz Estiolamento < teor de matéria seca. Predisposição a doenças Menor pegamento das mudas Fotoperíodo – quantidade de horas de luz. Comportamento produtivo Espécies indiferente - Tomateiro Espécies sensíveis Cultivares gaúchas de cebola (Jubileu, Lusitana, etc.) Argentinas de alho (Gigante, Amarante e Chinês) Comportamento reprodutivo Cultivares europeias e americanas de alface, do tipo “cabeça de manteiga” - Dias longos e quentes Resistem ao pendoamento precoce (‘bolting’) – Brasil 303, Regina, Babá de Verão, Aurora, Elba TBR, Divina, Glória e Verônica. O pepino e outras cucurbitáceas Dias Curtos - > número de flores femininas, aumento na produtividade. Umidade Ar Baixa Redução da turgescência das células guardas, no tamanho dos estômatos, na taxa dos produtos manufaturados, na produção e no desenvolvimento. Alta Aumento do tamanho da célula, os internódios se alongam e ocorre o estiolamento. Associada a alta temperatura - Proliferação de doenças Tomate e batata (Phytophthora infestans) - sob umidade relativa do ar elevada e baixa temperatura (13ºC - 15ºC) Solo Excesso Murcha por asfixia Rachadura Concêntrica Radial Deficiência Murcha por osmose Podridão Apical ou fundo preto Tipburn - Necrose marginal Agrotecnologia no controle do clima Cobertura morta Irrigação Ambiente Protegido FONTE: LÉA ARAÚJO DE CARVAHO FONTE: LÉA ARAÚJO DE CARVAHO Fotos : DIONEI LIMA SANTOS CULTIVO DE MELÃO EM AMBIENTE PROTEGIDO Fonte: https://www.embrapa.br/image/journal/article?img_id=2095637 &t =1411749992963 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://scienceblogs.com.b r/ geofagos/files/2012/04/Piment%2525C3%2525A3o.jpg&imgrefurl= http://scienceblogs.com.br/geofagos/category/cultivo-protegido http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com http://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/ materias/materia7730/TOMATE-HIDROPONICO- CURSOS-CPT.jpg&imgrefurl http://www.avindima.com.br/wp- content/uploads/2013/10/estufa-1.jpg&imgrefurl BIBLIOGRAFIA FILGUEIRA, F.A.R. Manual de olericultura – cultura e comercialização de hortaliças. 2.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1982. v.2, 357p. FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2005. 412p. FONTES, P.C.R. Olericultura: teoria e prática. Viçosa, MG, 2005.486p. MELO, P.C.T.Efeitos adversos de fatores ambientais na produção de tomate. Informe Técnico Asgrow. 1993. 6p. OLIVEIRA, M.R.G., PORTAS, C.A.M. Enraizamento de plantas cultivadas: aspectos pertinentes às culturas oleráceas. In: FERREIRA, M.E., CASTELLANE, P.D., CRUZ, M.C.P. da . Nutrição e adubação de hortaliças. Piracicaba: POTAFOS, p.15-49, 1993. PINTO, C.M.F., CASALI, V.W.D. Clima, época de plantio e cultivares de tomateiro. Informe Agropecuário, v.6, n.66, p.37-40, 1980.
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