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Análise de Balanço e Gestão de Crédito 04

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UNIDADE 3
PROCESSO DE CRÉDITO, GARANTIAS E 
ELABORAÇÃO DE PARECERES
OBjETIvOS DE APRENDIzAGEm
 A partir desta unidade você será capaz de:
•	 conhecer os critérios importantes na análise de crédito;
•	 identificar os riscos envoltos nos pagamentos futuros de um 
crédito;
•	 conhecer os limites de crédito em função da capacidade de 
pagamento de um devedor;
•	 comparar as diversas garantias possíveis que possam encaixar 
nas operações de crédito;
•	 saber os critérios necessários para desenvolver a elaboração de 
pareceres;
•	 compreender como ajudam as ferramentas estatísticas;
•	 discernir entre as diferentes classificações de ratings de crédito.
TÓPICO 1 – ANÁLISE DE CRÉDITO
TÓPICO 2 – RISCOS E LImITES DE CRÉDITO 
TÓPICO 3 – GARANTIAS NAS OPERAÇÕES
TÓPICO 4 – ELABORAÇÃO DE PARECERES
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e no final de 
cada um deles você encontrará atividades que o ajudarão a fixar os 
conhecimentos estudados.
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ANÁLISE DE CRÉDITO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
Depois de ter estudado análise de balanços patrimoniais, índices financeiros, giro 
de capital, entre outros dados importantes para analisar a capacidade de pagamento de um 
negócio, você deve estar se perguntando quais poderiam ser alguns pontos importantes que 
devem ser considerados na análise de crédito, certo?
No primeiro tópico desta última unidade vamos estudar especificamente a análise de 
crédito, que vem a ser quesito fundamental na gestão e na eficácia da concessão do crédito 
em si. Essa análise foca:
•	 Nos objetivos e conceito.
•	 Nos fundamentos da análise de crédito.
•	 No peso do bom senso.
•	 No processo de decisão na concessão de crédito.
•	 No impacto dos 4 “C” no momento da análise.
•	 Nas documentações, dados cadastrais e seguranças necessárias, a fim de manter uma boa 
gestão durante o período de tempo do crédito.
UNIDADE 3
2 OBjETIvOS E CONCEITO 
Além dos serviços de crédito do mercado financeiro, as empresas industriais e comerciais 
também oferecem crédito para seus clientes, com o intuito de aumentar o volume de suas 
vendas. Assim, muitas delas têm que desenvolver objetivos, estratégias e opções de crédito 
aos clientes. Vendas a prazo, que é refletido nas contas a receber.
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Entre os principais objetivos da análise de crédito para uma empresa comercial e/ou 
instituição financeira está a identificação dos seguintes pontos:
•	 Os riscos a serem tomados no momento da concessão de crédito.
•	 Histórico creditício e de pagamentos do devedor, para analisar o comprometimento deste.
•	 A capacidade de pagamento, ou seja, a capacidade de gerar caixa do devedor.
•	 A melhor estrutura, períodos e tipos de pagamento em vistas de: suprir as necessidades 
financeiras do devedor, minimizar o risco e maximizar os lucros da gestão de crédito.
Levando isso em consideração, pode-se identificar o crédito como a vontade de ceder e 
dispor recursos financeiros, ou bens, a fim de satisfazer as necessidades diversas de recursos 
de um terceiro. Isso, tendo a expectativa de que esses recursos voltem com acréscimo de 
juros à sua posse num tempo já determinado no momento de conceder o crédito. Segundo 
Schrickel (2000, p. 21 ):
[...] crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém em destacar ou 
ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expec-
tativa de que esta parcela volte à sua posse integralmente, após decorrido 
o tempo estipulado. Esta parte do patrimônio pode estar materializada por 
dinheiro (empréstimo monetário) ou bens (empréstimo para uso, ou venda 
com pagamento parcelado, ou a prazo).
Agora que você estudou sobre o conceito de crédito, vamos continuar a leitura 
aprendendo sobre os Fundamentos da Análise.
3 FUNDAmENTOS DA ANÁLISE
Na estrutura creditícia é necessário o desenvolvimento de critérios a serem estabelecidos, 
a fim de fazer uma boa gestão do processo de crédito. Esses critérios consideram os seguintes 
diagnósticos:
•	 Análise Retrospectiva 
Abordando a avaliação histórica do potencial devedor, aqui vai se identificar:
○	Capacidade histórica de pagamento ou de gerar caixa.
○	Riscos próprios de sua atividade econômica, e como o devedor atenuou-os no passado.
○	Possíveis dificuldades ou questionamentos acontecidos no passado que possam influenciar 
na concessão de crédito.
•	 Análise de Tendências
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Abordando projeção das condições financeiras futuras do devedor, em função de dar 
conta do peso de endividamento a ser considerado na análise de crédito.
•	 Capacidade Creditícia
Ponderando as duas análises acima expostas, ou seja, é uma análise de retrospectiva 
e de tendências, em função:
○	Do grau de risco do devedor e dos riscos externos.
○	Da capacidade de fluxo de caixa do devedor, ou seja, de gerar dinheiro no futuro. Isso com o 
intuito de levantar uma proposta de crédito que supra as necessidades do devedor, minimize 
os riscos e maximize também o potencial de lucro da operação.
Observe-se que além dessa análise, é preciso ponderar que há a necessidade de se 
ter uma política de cobrança bem estruturada, pois a gestão de crédito e cobrança é muito 
importante para o sucesso da operação creditícia. Assim, nessa política de cobrança deve-se 
considerar: Índices de inadimplência, feedback das condições financeiras do devedor, prazos 
de cobrança etc. Todos esses quesitos da política de cobrança serão abordados mais adiante 
nesta unidade.
4 O BOm SENSO E O PROCESSO DE DECISÃO
Na maioria das situações não é só questão de ter todas as informações do sujeito de 
crédito para se ter uma perspectiva certa do sucesso da operação de crédito. Existe também a 
necessidade de analisar as diversas situações com sentido lógico e ter uma ponderação geral 
dos riscos e potencialidades do negócio creditício.
A análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão e crédito, dentro 
de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações incompletas. 
Esta habilidade depende da capacidade de analisar logicamente situações, 
não raro complexas, e chegar a uma conclusão clara, prática e factível de ser 
implementada. (SCHRICKEL, 2000, p. 27) 
Do expressado acima, fica claro que o objetivo é procurar uma ótima decisão, e não 
só efetuar um mero relatório com todas as informações possíveis do sujeito de crédito. Ótima 
decisão que deve ter o “bom senso”, em que o relatório deve considerar o contexto como um 
todo, ponderando o potencial lucro da operação versus as incertezas internas e externas do 
potencial devedor.
Para se atingir isso, há uma prática padrão nas operações de crédito para se ter uma 
decisão ótima no momento de aceitar ou rejeitar uma concessão de crédito. Essa prática padrão 
no negócio de crédito é a análise dos 4 “C” de Crédito. 
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4.1 OS 4 “C” DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Partindo da base de que para se ter uma decisão ótima deve-se desenvolver confiança 
com o sujeito de crédito, é necessário levar em consideração:
•	 A vontade real do credor deliquidar os créditos dentro dos prazos negociados.
•	 As competências, habilidades e recursos do credor para honrar o potencial crédito.
Esses dois pontos são a base para começar uma análise séria do processo de concessão 
de crédito; assim, o analista de crédito deverá se perguntar mais uma vez:
•	 Será que existe a vontade de pagar?
•	 Será que existem recursos e fluxo de caixa suficiente para cumprir o pagamento?
A vontade real de pagar pode ser analisada desde a perspectiva do caráter do credor. 
Se o sujeito de crédito tem caráter, e por algum motivo apronta problemas no futuro, é muito 
provável que ele cumpra com a dívida e os prazos estabelecidos.
A habilidade de pagamento pode ser analisada desde a perspectiva da capacidade de 
gerar caixa e os recursos necessários. Se o sujeito de crédito tem essas habilidades é provável 
que ele cumpra, sem maiores problemas, com a dívida e os prazos estabelecidos.
Falamos que é “provável” nas duas situações expostas acima, porque, para que seja 
“muito provável” o pagamento do crédito, devem existir essas duas condições juntas. Se só 
houver uma das duas, logo, o crédito pode ter mais chances de não ser pago ou ter sérios 
problemas de atrasos nos prazos estabelecidos. Essas duas situações podem ser analisadas 
com profundidade, observando os já conhecidos 4 “C” de Crédito, ou seja: Caráter, Capacidade, 
Capital, Condições.
4.1.1 C.1 Caráter 
Dos 4 “C” é considerado o mais importante, pois com um caráter firme, o credor terá 
determinação de pagar e cumprir os prazos estabelecidos. Mas como pode ser determinado 
o caráter de um potencial devedor?
•	 O emprestador deverá fazer uma investigação de todos os antecedentes através da ficha 
cadastral.
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A ficha cadastral permite angariar informações sobre a identificação e qua-
lificação do indivíduo (nome, endereço, registros, profissão etc.) e sobre as 
experiências de outros credores em suas relações comerciais com o mesmo 
(pontualidade nos pagamentos, apontamentos e protestos etc.) (SCHRICKEL, 
2000, p. 49).
Embora esse registro seja muito importante, é necessário sempre ir além dessas 
informações. O emprestador tem que se focar num conjunto de dados adicionais de cunho mais 
subjetivo, tais como: segmento social do devedor, cultura e hábitos, suas relações e ambições 
profissionais, posturas e éticas familiares, entre outros.
Essa análise do caráter pode determinar, em caso de existir situações complicadas no 
futuro, se o devedor terá a capacidade e pragmatismo de contornar as dificuldades em vistas de 
cumprir a dívida. Pode-se dizer que é nessas situações que o caráter das pessoas é testado, ou 
seja, determina a capacidade de encarar situações adversas e até muito complexas no futuro.
4.1.2 C.2 Capacidade 
Em termos de comportamento do devedor em função da sua competência de cumprir a 
dívida, o caráter determina a vontade de pagar, mas a capacidade determina a habilidade de 
pagar. Um devedor pode ter toda a vontade e caráter para encarar o pagamento, mas será que 
ele tem realmente as capacidades, ou meios, de fazer frente aos pagamentos da dívida? Neste 
quesito, Schrickel (2000, p. 50) expõe uma série de perguntas a serem feitas ao potencial devedor:
•			Qual sua idade?
•			Qual é seu grau de educação?
•			Qual é sua formação (acadêmica, se for o caso)?
•			Qual é sua experiência profissional?
•			Como foi construída sua carreira profissional?
•			Ele é um indivíduo de sucesso?
•			Membros de sua família sempre atuaram (ou já atuaram) no setor a que 
está se dedicando no momento?
•			Ele é mais ou menos capaz comparativamente a outros indivíduos de seu 
setor de atividade? Ele exerce algum tipo de liderança em seu setor de atuação?
•			Ele tem algum passatempo ou hobby que, além de custoso, é perigoso? [...]
Todas essas e mais outras perguntas, dependendo do caso, vão determinar a 
capacidade, e os meios, para cumprir a dívida. Em situações em que o crédito seja para uma 
empresa, claro, o foco das capacidades muda de perspectiva, e terão que ser colocadas na 
análise perguntas mais específicas para essa empresa. Entretanto, nesses casos o caráter e 
a capacidade do representante da empresa podem ser muito importantes também.
Hoje em dia é muito importante ponderar a capacidade, pois as relações econômicas 
são bem complexas e dinâmicas, mudando continuamente; a competição e as pressões 
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de consumo são muito fortes, exigindo desses potenciais devedores competência e poder 
de adaptação. Nesse contexto, pesam bastante a educação, o treinamento e a experiência 
prática das pessoas. Assim, é interessante observar: estabilidade de empregos, cargos e 
responsabilidades, nível de educação e cursos de capacitação na área de atuação desse 
indivíduo em específico, sujeito de crédito.
Antigamente a capacidade estava mais ligada ao histórico familiar e às relações sociais 
do devedor.
Grande parcela das decisões dos emprestadores repousava na reputação 
familiar do tomador potencial. A tradição das gerações passadas é que dava 
suporte, e mesmo “bancava” as decisões de emprestar. Porém, esse cenário 
mudou significativamente a partir do processo de aceleração da industrialização 
do país. (SCHRICKEL, 2000, p. 51)
4.1.3 C.3 Capital
O patrimônio do sujeito de crédito é um grande referente como respaldo às operações 
de crédito dos devedores. Se o sujeito de crédito não possui patrimônio ou capital, como poderá 
honrar os compromissos? 
Será que o capital ou renda do devedor podem ser um bom referente para o cumprimento 
da potencial dívida? Sim, mas sempre dependerá da situação.
•	 Além da capacidade de gerar caixa, ou liquidez, no caso de empréstimos para o setor 
comercial ou produtivo, o capital da empresa é um referente muito importante. 
•	 No caso de empréstimo para pessoas físicas, a capacidade de gerar renda é um quesito 
fundamental. 
No referente aos empréstimos para pessoas físicas, a maioria dos solicitantes de 
crédito pessoal retém pouco capital. Patrimônio que é representado por meio de bens móveis 
ou imóveis. Portanto, nesse contexto de falta de capital próprio, em muitas das situações a 
decisão do crédito baseia-se na renda, e como respaldo à operação de crédito o mesmo bem 
a ser comprado.
Já no caso dos empréstimos focados ao setor produtivo e comercial, o foco é no 
Balanço Patrimonial como referente, portanto, é quesito básico fazer uma análise de: 
Balanço e resultados, patrimônio, capacidade de gerar lucro, nível de alavancagem financeira 
(percentagem de dívida do negócio) e fluxo de caixa. 
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Além disso, é necessário analisar dentro da estrutura financeira do negócio quanto dos 
recursos próprios está investido em ativos fixos. Desse modo, ter a capacidade de ponderar 
a capacidade instalada, qualidade dessas instalações, bens assegurados, capacidade de 
ampliação, se necessário, etc.
Todo esse contexto geral da análise do negócio é um referente da qualidade do capital 
da empresa, portanto, um referente para o pagamento da potencial dívida a ser contratada. É 
fundamental fazer esse estudo da empresa e pesquisar, se for necessário, pois nem todas as 
empresas são de grande tamanho e têm todas as informações disponíveis. Assim, cabe ao 
emprestador ter as competências necessárias para analisar objetivamente a qualidade do capital.
4.1.4 C.4 Condições
O último dos quatro “C” abordao tema das condições dos fatores externos, adversos 
e sistemáticos, que podem impactar nas atividades do devedor, portanto, na sua capacidade 
de pagamento. Fatores externos que abrangem: 
•	 Situações macroeconômicas: inflação, taxa de câmbio, crises internacionais, índices de 
desemprego geral, crescimento econômico do país e da região, taxas de juros, entre outros.
•	 Situações microeconômicas: competitividade da indústria em que o devedor está inserido, 
incentivos específicos para esse setor produtivo, perspectivas do mercado, ameaças da 
concorrência etc.
Tanto os fatores externos adversos e sistemáticos podem desencadear uma situação 
de risco muito forte na capacidade de pagamento do devedor. Ou seja, esses fatores podem 
agravar a sensibilidade da capacidade de pagamento em função da dívida a ser contratada. 
Desse modo:
A atenção nessa informação é de extrema importância para a determinação 
do risco total de crédito, uma vez que, dependendo da importância do fator 
sistemático – exemplo típico de situação recessiva com aumento da taxa de 
desemprego e redução do nível de atividade econômica -, o credor poderá 
enfrentar sérias dificuldades para receber o crédito (SANTOS, 2010, p. 33).
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Você sabe qual a diferença entre situações econômicas adversas 
e sistêmicas? 
•	 Uma situação econômica adversa pode ser o mal estado geral das estradas no Brasil, que 
diminui a competitividade industrial e das exportações brasileiras, tais como de soja ou de 
milho. Situação muito adversa, se comparar com as boas estradas dos exportadores de soja 
e milho dos Estados Unidos.
•	 Uma situação econômica sistêmica pode ser a permanente pressão da inflação na economia 
brasileira, decorrente do alto gasto público, pouca produtividade da mão de obra, entre outros 
fatores.
4.1.5 Colateral
Embora não seja considerada parte dos 4 “C” fundamentais das operações de crédito, 
pode ser uma peça muito importante para garantir ainda mais a recuperação do capital 
emprestado, ou seja, um “pronto-socorro”. 
Mas qual será o significado de colateral creditício? Significa ter uma garantia tangível, 
tais como garantia pessoal, bens imóveis ou bens mobiliários. 
Mas lembre-se, o colateral não deve ser considerado como fonte principal de pagamento 
da dívida, mas sim como uma garantia de repago em situações muito adversas ao devedor. 
Deste modo:
O Colateral, numa decisão de crédito, serve para contrabalançar e atenuar 
(apenas atenuar, enfatize-se) eventuais impactos negativos decorrentes do 
enfraquecimento de um dos três elementos: Capacidade, Capital e Condições. 
Este enfraquecimento implica maior risco e o Colateral presta-se a compen-
sar esta elevação das incertezas futuras quanto ao repagamento do crédito. 
(SCHRICKEL, 2000, p. 55, grifos do original)
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5 DECISÕES ANALISANDO OS 4 “C” NAS 
 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 
Entre os 4 “C’” estudados, os dois primeiros são fundamentais, Caráter e Capacidade, 
para se ter uma visão geral da competência do devedor em cumprir com o contrato de crédito. 
Se um deles estiver com problemas, cabe ao credor negar o crédito, ou exigir maior peso nos 
outros 4 “C” a serem analisados.
Os outros dois “C”, Capital e Condições, servem para complementar os dois primeiros, 
Caráter e Capacidade. Em termos de análise, deve-se focar a decisão de concessão do 
crédito numa ponderação desses 4 “C”; uma decisão fundamentada em apenas um dos 4 “C” 
provavelmente poderá gerar dificuldades no pagamento da dívida. 
Finalmente, o Colateral visa principalmente fortalecer ainda mais a análise dos 4 “C”, 
se no caso for necessário. E dependendo do tipo de crédito, é requisito da concessão em si, 
tal como um crédito para a compra de um carro ou de uma casa. Mas lembre-se: nunca se 
deve tomar uma decisão de crédito fundamentada no colateral.
6 SEGURANÇA NA DOCUmENTAÇÃO DAS 
 OPERAÇÕES
Além de fazer uma análise da concessão de crédito, deve-se também conferir que toda a 
documentação esteja alinhada com as condições estabelecidas. “Toda situação de empréstimo 
implica, inicialmente, a total compreensão quanto à finalidade do crédito em si e sua adequada 
e oportuna fonte de repagamento” (SCHRICKEL, 2000, p. 86).
Apesar de que as garantias não possam substituir a capacidade das fontes de 
repagamento, elas servem para atenuar as incertezas de acontecimentos imponderáveis e 
não controláveis, tanto para um devedor pessoal como para uma empresa. Nesse sentido, o 
nível de garantias e a qualidade destas são fundamentais para manter um portfólio de crédito 
com riscos minimizados.
Para créditos sem colateral, o nível de garantia está baseado 100% na documentação 
do devedor e, se houver, do aval pessoal. Nesses casos a pressão formal e legal da cobrança 
tem que ser fundamentada na documentação e no contrato de dívida assinado pelas partes.
Desse modo, tanto para os créditos com e sem colateral é fundamental que os 
documentos estejam em ordem, tais como:
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•	 dados cadastrais certos;
•	 dados conferidos e atualizados;
•	 colaterais reais com comprovação de existência,
•	 seguros em ordem.
Pois, se houver dificuldades nos pagamentos futuros, são precisamente esses 
documentos que vão servir de base para qualquer ação e pressão formal e legal.
Durante o tempo (ou vida) do crédito é fundamental a correta gestão da custódia 
desses documentos, contrato de empréstimo e garantias. Assim, é quesito fundamental manter 
atualizada essa documentação. Exemplo disso é o seguro de uma garantia real, que deve 
ser renovado a cada ano. Toda essa documentação deve ser mantida num local apropriado 
e bem seguro. 
Temos que levar em consideração que é precisamente essa documentação que poderá 
servir para botar pressão formal e legal ao devedor quando este se encontrar com seus 
pagamentos em atraso. Finalmente, em casos do não pagamento total e definitivo da dívida, 
esses documentos poderão servir para qualquer ação legal em vistas de recuperar pelo menos 
o capital emprestado. Assim, em poucas palavras, é fundamental sua correta gestão durante 
a vida do crédito.
6.1 INFORMAÇÕES E DADOS CADASTRAIS
As informações e dados dos devedores são bem pessoais e devem ser mantidos com 
acesso restrito, assim sua confidencialidade deve estar sob o estrito controle, fazendo gestão 
de níveis de acesso. Portanto, a circulação destes dentro da instituição financeira deve ser 
feita só pelo pessoal estritamente autorizado.
É tão importante a correta custódia do sigilo dos devedores que existem leis específicas 
para garanti-la. Situação explícita na Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964, nos artigos 38 
e 39, como exposto a seguir.
Art. 38. As informações financeiras conservarão sigilo em suas operações 
ativas e passivas e serviços prestados.
§ 1° As informações e esclarecimentos ordenados pelo Poder Judiciário, 
prestados pelo Banco Central do Brasil ou pelas instituições financeiras, e a 
exibição de livros e documentos em Juízo, se revestirão sempre do mesmo 
caráter sigiloso, só podendo a eles ter acesso as partes legítimas da causa, 
que deles não poderão servir-se para fins estranhos à mesma. [...]
§ 7° A quebra do sigilo de que trata este artigo constitui-se em crime e sujeita 
os responsáveis à pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, aplicando-se, 
no que couber, o Código Penal e o Código de Processo Penal, sem prejuízode outras sanções cabíveis.[...]
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Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, em funcionamen-
to ou que venham a se instalar no país, as disposições da presente lei, sem 
prejuízo das que contêm na legislação vigente (BRASIL, 1964). .
LEITURA COmPLEmENTAR
O consumo consciente do dinheiro e do crédito
Hélio Mattar
(Diretor-presidente do Instituto Akatu)
Nossa geração é a primeira na história da humanidade que corre o risco de deixar como 
herança uma situação social e ambiental pior do que aquela que recebeu.
Os índios bolivianos costumam dizer que tomamos a terra emprestada aos nossos filhos 
e precisamos devolvê-la a eles melhor do que quando a recebemos. No nosso caso, estamos 
correndo o risco, nós todos, de deixar uma situação social e ambiental pior. De uma forma 
alarmante, desde 1960, a humanidade saiu de uma situação em que se consumia metade dos 
recursos que a Terra consegue renovar, para um consumo atual que é 20% maior do que a Terra 
é capaz de suprir de uma forma sustentável. Se todos os habitantes do planeta consumissem 
como os dos países ricos, seriam necessários quatro planetas para suprir toda essa demanda.
O consumo e o dinheiro passaram a ser o centro da vida das pessoas em geral, 
subordinando a vida ao trabalho e não o inverso. Com isso, ficaram limitados os tempos da 
amizade e da afetividade. Vivemos no que se poderia chamar de “neurose do excesso”, na qual, 
concomitantemente, não há limites para faltas. A necessidade de consumo alimenta nas pessoas 
uma percepção muito limitada em relação ao mundo sobre o qual estão sendo construídas 
essas bases do futuro. Um mundo em que o consumo e a insatisfação estão de mãos dadas em 
uma espiral sem fim. Para que o fim não seja uma crise de proporções inimagináveis – basta 
ver a questão do aquecimento da Terra, que afeta a todos – será necessária uma mudança 
de comportamento que redefina a vida de todos e modifique, substancialmente, as relações 
sociais. Espero que estejamos com esse caminho da mudança de comportamento. Este projeto 
está voltado para esse propósito.
Vivemos um momento que podemos caracterizar como o de dinheiro e consumo como 
um fim em si mesmos e não como meios para o bem-estar de todos. Vivemos um paradigma 
de acumulação de bens e de dinheiro em um processo em que alguns ganham muito e outros 
não têm o que perder. Um processo que mexe com os temores, as incertezas e as carências de 
todos indistintamente, tanto os que têm mais, como os que têm menos. Há um aprofundamento 
contínuo do impulso de acumulação, em vez de um impulso de solidariedade. A própria 
identidade das pessoas define-se pelo dinheiro e pelo consumo, criando uma verdadeira 
obsessão, na qual o dinheiro e o consumo são buscados cada vez menos pelas necessidades 
objetivas e cada vez mais pelas necessidades do imaginário, pelo menos na população que 
tem melhor poder aquisitivo.
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Um programa de televisão do início da década de 1990, que depois foi transformado 
no livro Affluenza, de John de Graaf, mostra dados impressionantes sobre o que é chamado 
de “epidemia do superconsumo” nos Estados Unidos, um mal que assola a maioria dos norte-
americanos, provocando um ciclo perverso de consumo, endividamento e estresse. Alguns 
dados realmente impressionantes mostram o seguinte: os norte-americanos carregam uma 
dívida de um trilhão de dólares em débitos pessoais, aproximadamente US$ 4 mil para cada 
homem, mulher e criança, sem contar as prestações com imóveis e hipotecas. Eles gastam, 
em média, durante a sua vida, um ano assistindo a comerciais de TV, enquanto dedicam, em 
média, apenas 40 minutos por semana para brincar com os filhos. É também emblemático que, 
em média, os casais conversem 12 minutos por dia.
Por outro lado, entre aqueles que cortaram seus níveis de gastos e adotaram uma vida 
mais simples e frugal, 86% se dizem mais felizes. É óbvio que esse dado nos traz otimismo 
quanto ao processo de mudança de comportamento em direção a um consumo mais sustentável. 
A questão é como fazer essa passagem para que o consumo passe a ser apenas um meio 
para o bem-estar, e a busca da felicidade passe a ser a finalidade do ato de viver. Para mudar 
essa realidade, de um círculo perverso de consumo, endividamento, trabalho em excesso e 
estresse, é preciso criar uma consciência de protagonismo no consumidor como construtor de 
um mundo melhor. É preciso mostrar o verdadeiro poder transformador do ato de consumo.
Nesse sentido, eu acredito, e o Akatu também, que há uma grande oportunidade. As 
pessoas se sentem perplexas, pois não conseguem ter um controle sobre as suas próprias 
vidas. O próprio uso indiscriminado do dinheiro e do crédito, que leva à inadimplência e ao 
estresse, decorre do fato de as pessoas não sentirem que podem controlar seus gastos de 
dinheiro e sua tomada de crédito. As pessoas preocupam-se continuamente com dinheiro, 
não se dando conta de que, por exemplo, se economizarem R$ 2,00 por dia, durante 50 anos, 
colocando esse recurso na poupança, a 0,5% ao mês, ao final desse período terão R$ 228 
mil. Uma verdadeira fortuna para o padrão da quase totalidade das pessoas, economizando 
apenas R$ 2,00 por dia. Certamente, muitos de vocês devem estar se perguntando por que 
não começaram antes.
Este é um exemplo da pedagogia do cotidiano, conceituada pelo Akatu, aplicada ao 
dinheiro. Tudo aquilo que fazemos todos os dias, a cada dia de nossa vida, terá um peso 
extraordinário, ao longo do tempo, seja na sustentabilidade ambiental do planeta, seja nas 
questões sociais, seja em nossas próprias vidas. Por outro lado, é preciso que, além do consumo 
consciente do dinheiro e do crédito, as pessoas, ao menos parcialmente, redefinam as suas 
vidas, valorizando outros aspectos, como as alegrias, as emoções, os sentimentos, a arte, os 
amigos e os amores, e complementem o consumo de bens materiais com o consumo de bens 
intangíveis, que são os verdadeiros bens que nos trazem felicidade e nos dão sentido à vida.
O sociólogo Domenico de Masi nos lembra que nas sociedades ricas, em especial na 
Europa, o conceito de “luxo” , por exemplo, começa a mudar. Para muitos indivíduos desses 
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países, os fatores de diferenciação já não são os tradicionais ícones de status e de riqueza, 
como automóveis, mansões e objetos de grife. Para os que conseguiram superar essa obsessão, 
o luxo passou a ser tudo o que é raro e que não depende, essencialmente, das condições 
materiais. Luxo é tempo, silêncio, segurança, autonomia, liberdade e beleza. De certa forma, 
podemos dizer que foi para isso que a humanidade fez as revoluções tecnológicas e para isso 
deveria servir o desenvolvimento científico, para que o homem pudesse usufruir tudo o que 
traz felicidade e dá sentido à vida.
Sempre me impressiono com o caso de uma tribo indígena, no norte de Goiás, em 
que a falta de comida leva todos a emagrecerem juntos. Pensando sobre o fenômeno, Aron 
Belinky, que é coordenador do projeto de consumo consciente do dinheiro e crédito do Akatu, 
disse que isso ia contra o instinto de sobrevivência individual, que é um instinto natural. Eu 
argumentei que talvez seja o inverso, dado que, para os índios, a sobrevivência individual só é 
considerada um valor se fizer parte da sobrevivência coletiva. Só há sentido em sobreviver se 
todos sobreviverem. E, portanto,se sobreviverem aqueles que fazem parte integral do sentido 
da vida de cada um. É claro que estamos longe desse cenário, mas sabemos que precisamos 
caminhar em uma direção de maior solidariedade se quisermos que a humanidade sobreviva.
O consumo consciente do dinheiro e do crédito é um caminho importante a ser trilhado, 
na medida em que o dinheiro “atravessa”, por assim dizer, todo o consumo. Se consumido 
com consciência, levará o consumidor a pensar em sua real necessidade de bens e serviços. 
Da mesma forma, na tomada de crédito, se tomado com consciência, pode ser um aliado do 
seu bem-estar, antecipando o consumo do que realmente precisa, a um custo e prazo que 
realmente o consumidor possa cumprir confortavelmente. Um consumo, portanto, que permita 
realizar o slogan do Akatu, criado pela agência Leo Burnett: “Consuma sem consumir o mundo 
em que você vive”. Além disso, poderemos realizar a palavra “Akatu” em cada um de nós. 
Akatu significa semente boa e, ao mesmo tempo, mundo melhor. Ou seja, tornaremos o ato 
de consumo a semente do mundo melhor em que vamos viver.
FONTE: AKATU (2006, p. 20) Disponível em: <www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/
OConsumoConscienteDinheiroeCredito(1).pdf>. Acesso em: 2 dez. 2013.
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RESUmO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
•	 O significado de crédito pode ser interpretado como a vontade de ceder e dispor recursos 
financeiros com o propósito de satisfazer as diversas necessidades de recursos de um 
terceiro.
•	 Os fundamentos de análise servem para estabelecer critérios de dados retrospectivos, 
estabelecer tendências e reconhecer capacidade de pagamento dos devedores.
•	 O bom senso faz parte fundamental da análise de crédito, estudando os famosos 4 ”C” das 
operações de crédito.
•	 O Caráter é o primeiro dos 4 ”C”, pois com um caráter firme o devedor terá determinação 
para cumprir com os prazos estabelecidos no contrato de crédito.
•	 A Capacidade é o segundo dos 4 ”C”, pois a capacidade determina a habilidade real de 
pagar, ou seja, retém os meios para cumprir com os prazos estabelecidos.
•	 O Capital é o terceiro dos 4 ”C”, pois o patrimônio do devedor é um grande referente como 
respaldo às operações de crédito.
•	 As condições são o quarto dos 4 ”C”, pois abordam fatores externos que poderiam impactar 
na capacidade de pagamento do devedor. 
•	 Os 4 ”C” são peças fundamentais para a análise de crédito e devem ser ponderados junto 
ao Colateral em uma operação de crédito.
•	 A segurança na documentação das operações é quesito fundamental para estabelecer uma 
boa gestão durante os pagamentos de uma operação de crédito.
•	 Os dados cadastrais devem se manter com acesso restrito, pois são informações pessoais. 
Ou seja, deve-se manter o sigilo através de uma correta custódia.
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AUTO
ATIVI
DADE �
1 Detalhe e explique quais os critérios para fazer uma análise bem fundamentada.
2 Quais são os 4 ”C” de crédito e explique por que são importantes para a análise de 
crédito.
3 Dentro dos 4 ”C”, o que determina: 
a) O caráter: 
b) A capacidade: 
c) O capital: 
d) As condições: 
4 Entre os 4 ”C”, quais são fundamentais e quais servem para complementar, ou apoiar, 
a análise de crédito?
5 Por que a segurança na documentação das operações é importante para uma boa 
gestão durante a vida do crédito?
6 Como deve ser a custódia das informações e dados cadastrais?
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RISCOS E LImITES DE CRÉDITO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
Depois de ter uma ideia mais clara de quais são as bases da análise de crédito, agora 
vamos estudar o risco e os limites de crédito a serem efetivados aos clientes, em função 
dos objetivos dessa análise. A gestão do risco é fundamental para manter um portfólio de 
empréstimos sob controle e com baixo índice de inadimplência. Todo empréstimo tem risco, 
pois mexe com valores a serem pagos no futuro, que pode apresentar incertezas. Por isso é 
necessário ter noções de probabilidades de acontecimentos no futuro, aos quais os devedores 
estarão expostos em função do capital a ser emprestado.
Mas qual o significado da palavra risco?
Significam incerteza acontecimentos imprevisíveis no futuro que de certa maneira 
poderiam impactar na vida de uma pessoa ou empresa. Inclusive, há acontecimentos 
imprevisíveis e incertezas que podem se tornar favoráveis, dependendo muitas vezes das 
fortalezas e capacidades do devedor. De acordo com Schrickel (200, p. 27), “[...] embora a 
análise de crédito deva lidar com eventos passados do tomador de empréstimos (a análise 
histórica), as decisões de crédito devem considerar primordialmente o futuro desse mesmo 
tomador”. 
Portanto, podemos concluir que o risco está lá na frente, no futuro. No passado 
encontramos só as bases históricas do tomador de crédito, ou seja, o seu perfil. Mas os 
pagamentos dos quais depende a instituição financeira estão aonde? No futuro, portanto uma 
boa gestão de risco é fundamental.
Grande parte da gestão de risco depende de: 
• dados objetivos e quantificáveis;
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• ponderações objetivas, tais como: conhecimentos e capacidades, bases culturais e costumes, 
formação sociocultural, perfil profissional etc.
Dessas informações, a decisão de crédito torna-se uma análise de ponderação dos 
fatos do devedor. Cada situação de empréstimo é única e tem sua própria estrutura de dados 
e fatos, inclusive é única também nos casos em que um devedor faz vários créditos com 
diferentes objetivos.
2 ANÁLISE DO RISCO NA OPERAÇÃO
Quando uma pessoa, ou empresa, faz um crédito, está procurando levantar liquidez 
para satisfazer diversas necessidades e objetivos, tais como: necessidade de caixa (liquidez), 
compra de ativos para uso pessoal, ou para fins produtivos, obrigações pendentes de diversa 
natureza, entre outras. De fato, ninguém procura crédito para levantar liquidez e botar esse 
dinheiro de alto custo sob o colchão. Se procura crédito é porque está precisando de recursos 
financeiros.
Portanto, cada uma dessas necessidades merece um tratamento e um tipo de crédito 
específico, necessidades que levam a ponderar o nível de risco da operação. Nesse contexto, 
devemos nos perguntar:
•	 Para que essa pessoa ou empresa está precisando levantar recursos monetários?
•	 Qual será o prazo de pagamento para essa necessidade de crédito? Ou seja:
 ○	Quanto tempo precisará o devedor para pagar o total do capital?
 ○	Quais serão os períodos de pagamentos até o final do empréstimo que melhor podem 
se encaixar no seu fluxo de caixa?
•	 Quais serão as fontes de pagamento e quais serão os riscos internos e externos para essa 
fonte de pagamento?
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Você sabe qual a diferença entre risco externo e interno?
•	 Risco Interno envolve a eficiência organizacional e produtiva 
de uma empresa ou pessoa. Ou seja, envolve a questão de dar 
conta das dificuldades internas para encarar nossas atividades. 
Estamos sendo produtivos ou temos muitos erros e desperdíciosdurante o processo produtivo?
•	 Risco Externo envolve todas as ameaças externas de nossas 
atividades, tais como a inflação, dificuldades econômicas que 
aumentam o atraso das contas a receber, uma moeda nacional 
muito valorizada que torna os produtos importados mais baratos 
e dificulta a competitividade da indústria nacional etc. Ou seja, 
envolve todas as ameaças externas que o negócio ou pessoa 
não tem capacidade de influenciar. 
Dessas três questões (Para que os recursos? Quais os prazos? E quais as fontes?), a 
mais importante são as fontes de pagamento do capital emprestado. Fontes de recursos que 
são peça-chave para o repagamento do capital emprestado. Se houver qualquer alteração 
na estrutura dessas fontes, o risco de inadimplência aumenta automaticamente e, aliás, 
consideravelmente. Exemplos:
•	 Se a pessoa depende de um salário, será que esse vai mantê-lo no tempo? Será que os 
empregos na área ou indústria onde trabalha a pessoa são estáveis? 
Logo, é importante fazer investigações sobre essa fonte de recursos. 
•	 Se o devedor é uma microempresa, será que as fontes de recursos do negócio são 
estáveis? Será que os riscos externos, inflação, mercado e concorrência não vão impactar 
negativamente nas vendas? 
Logo, além de investigar as fontes em si do negócio, é importante conferir se o 
microempresário tem outras fontes de recursos além do pequeno negócio.
•	 Se o devedor é uma empresa estabelecida com um histórico de alguns anos no mercado:
○	Será que suas fontes de recursos vão se manter no tempo? 
○	Quais são os riscos do mercado onde atua a empresa e qual a estrutura de dívida e patrimônio 
desta?
Logo, aprofundar nesses quesitos e observar se a empresa tem estratégias para dar 
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conta dessas possíveis ameaças é questão-chave no processo de análise.
No referente aos empréstimos para pessoa física, cabe perguntar:
•	 Quanto tempo já trabalha com seu atual empregador, e por quanto tempo trabalhou nas 
outras empresas?
•	 Qual é o cargo e seu salário?
•	 Se tiver, quais são as outras fontes de renda e quais são as frequências destas?
•	 Qual o comprometimento de seu salário, ou renda, com gastos fixos e correntes, tais como 
aluguel, matrículas de colégios, gastos correntes de mercado etc.?
•	 Qual o comprometimento do seu salário com dívidas?
•	 Quais são os tipos de seguros que tem?
•	 O potencial devedor possui seguro de saúde que possa cobrir gastos inesperados?
•	 Quais são os bens pessoais?
•	 Qual a sua situação civil, está casado(a), qual o regime de casamento, e se tiver cônjuge, 
qual a renda dele(a)?
•	 Quantos filhos tem ou quantos dependentes tem? 
Todas essas perguntas e mais outras mais específicas, dependendo o caso, deverão 
ser levantadas segundo a necessidade, pois visam confirmar que as fontes de pagamento 
sejam seguras e, portanto, reduzir ao máximo possível o risco de inadimplência.
O maior risco para o emprestador ao conceder crédito a indivíduos concentra-
-se no eventual colapso de suas finanças pessoais, seja porque perdeu o 
emprego, ou devido a um processo de separação litigiosa, um acidente ou 
doença grave em família, ou porque simplesmente extrapolou o limite da pru-
dência na satisfação de suas necessidades infinitas de bens e serviços [...] 
(SCHRICKEL, 2000, 163). 
Portanto, logo depois de determinar quais são as fontes, o seguinte passo a ser dado 
mais uma vez é se perguntar: Para que essa pessoa ou empresa está precisando levantar 
recursos monetários? 
Neste quesito, o emprestador deve analisar e ponderar bem os argumentos das 
necessidades de recursos apresentados pelo devedor, pois além de conferir o porquê da 
necessidade, a análise de crédito também poderia lhe ajudar a atingir as melhores alternativas 
possíveis para suprir a finalidade do crédito, alternativas tais como: montante, prazo, períodos 
e formas de pagamento. Assim, o emprestador poderá servir como consultor, incrementando o 
nível de relacionamento e o valor agregado dos serviços prestados como emprestador.
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3 LINHAS E LImITES DE CRÉDITO
No tópico acima foi visto que o tipo de crédito tem que estar alinhado com as necessidades 
do cliente e suas fontes de repago. Levando isso em consideração, existem diversas opções de 
crédito, até existem os créditos agrupados em função de um montante máximo a ser utilizado 
em diversas necessidades de recursos que as pessoas e empresas possam precisar. Esse 
agrupamento é conhecido como linhas de crédito. Mas o que significa isso?
As linhas de crédito são limites de crédito preestabelecidos, concedidos às pessoas 
físicas ou jurídicas, sendo oferecidas pelas instituições financeiras ou empresas que vendem 
a prazo. Esses limites são estipulados através de análise de renda de uma pessoa ou receitas 
de uma empresa. Exemplo de limite de crédito pode ser o limite de crédito que tem uma pessoa 
no seu cartão de crédito.
Portanto, as linhas de crédito estarão disponíveis em função das necessidades do 
devedor. A seguir, vamos analisar os referentes gerais para estabelecer parâmetros de crédito:
a) Pessoas Físicas
•	 Créditos emergenciais: oferecidos para suprir necessidades imediatas ou para cobrir 
desequilíbrios de liquidez. Esse tipo de crédito são operações de prazos inferiores de um 
mês, tal como o cheque especial.
•	 Financiamento de compras: focados para adquirir produtos de consumo semiduráveis, 
tais como eletrodomésticos, celulares, vestuário etc. Esse tipo de crédito são operações, 
de curto prazo, geralmente de até 12 meses e com parcelas iguais.
•	 Financiamento de bens duráveis: focados para adquirir bens de maior valor e durabilidade 
que vão se integrar ao patrimônio do devedor, tais como: imóveis, veículos, entre outros. 
Esse tipo de crédito são operações de longo prazo, começando com prazos maiores de 12 
meses até 180 meses (compra de uma casa), exigem uma entrada e o saldo é parcelado.
b) Empresas
•	 Créditos emergenciais (Hot money): focados para cobrir necessidades de caixa (liquidez), 
pelo geral, desequilíbrios entre prazos de recebimento e contas a pagar. Esse tipo de crédito 
são operações inferiores a um mês, tal como o cheque especial.
•	 Capital de giro: focados para cobrir ciclos operacionais, ou seja, períodos que começam 
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com a aquisição da matéria-prima, pagamentos de contas a pagar e até chegar à cobrança 
das contas a receber. Esses ciclos podem mudar ou começar em função de um novo produto, 
assim, essa linha de crédito é para suprir essas necessidades.
•	 Investimentos: focados na aquisição de ativos duráveis e produtivos, tais como: instalações 
novas ou inovações nessas instalações, reposição de máquinas, caminhões, entre outros. 
Necessidade de crédito que visa aprimorar e/ou aumentar a capacidade produtiva de um 
negócio.
Essas diversas necessidades de recursos, tanto para pessoas físicas como empresas, 
podem ser cobertas sob dois tipos de modalidade de operações de crédito:
•	 Linhas rotativas: elas abrangem limites de crédito que ficam à disposição do cliente para 
suprir suas necessidades, tais como: cheque especial, limites de montante de crédito para 
capital de giro, entre outras. Essas linhas rotativas são previamente estabelecidas com 
valores, prazos e garantias por meio da análise do devedor e norteadas pelas políticas do 
emprestador.
•	 Linhas específicas: elas abrangem necessidadescom finalidades pontuais, estabelecendo-
se valores, prazos e garantias diferenciadas. Geralmente apresentam amortização parcelada 
e têm como objetivo a aquisição de algum bem durável ou o financiamento de algum projeto 
empresarial.
3.1 TIPOS E COMPATIBILIDADES DE LINHAS DE CRÉDITO
Assim como foi estudado, existem créditos com objetivos e necessidades de tempo 
diferentes. Considerando esse fato, a seguir vamos analisar as linhas mais utilizadas pelas 
instituições financeiras, tanto para pessoas físicas como para empresas.
3.1.1. Crédito Pessoas Físicas
Nesse segmento o foco do crédito é tanto suprir necessidades temporárias e aquisição 
de bens móveis e imóveis. Dependendo da necessidade, as linhas de crédito são classificadas 
em rotativas e específicas:
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3.1.1.1 Rotativas, crédito pessoal
Das rotativas as mais aplicadas são:
•	 Cheque especial: crédito especificamente rotativo que visa atender necessidades de liquidez 
de curtíssimo prazo. Os limites são aprovados com prévia análise de renda compatível com 
os valores a serem disponibilizados. 
Por ser de muito curto prazo é considerado de alto risco, portanto é a modalidade de 
crédito com os juros mais caros do mercado. Mas, em compensação, o cheque especial é de 
acesso muito rápido, por isso é focado para necessidades de caixa (liquidez) de curtíssimo 
prazo, pois os recursos estarão no momento de serem solicitados.
•	 Cartão de crédito: crédito focado especificamente no consumo, permitindo a compra de 
bens e serviços no mercado até o limite pré-aprovado e concedido. Os limites são aprovados 
com prévia análise de renda compatível com os valores a serem disponibilizados.
Os prazos de pagamentos futuros são estabelecidos numa data fixa por mês. A 
modalidade de cartão de crédito permite ao devedor financiar: 
○	Consumo geral com pagamento no seguinte mês sem juros. A instituição financeira, nesse 
caso, cobra uma taxa de desconto sobre as vendas feitas com cartão de crédito à rede de 
estabelecimentos de comércio geral. Ou seja, faz o pagamento das compras feitas pelo 
cliente à rede comercial, mas aplica um desconto nesse pagamento.
○	Compra de bens semiduráveis, eletrodomésticos, aparelhos celulares, roupas etc., parcelado 
e sem juros. Nesse caso, a instituição financeira cobra uma taxa de desconto sobre as 
vendas feitas a prazo com cartão de crédito à rede de estabelecimentos de comércio geral. 
Ou seja, o pagamento à rede comercial será com desconto e parcelado conforme a compra 
feita por meio do cartão de crédito.
○	Compra de bens semiduráveis, com juros. Nesse caso o devedor deverá pagar juros 
embutidos nas parcelas.
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3.1.1.2 Específicas, Crédito Pessoal
Desse tipo de crédito as mais aplicadas são:
•	 Contrato de crédito: crédito focado nas necessidades específicas e limite condicionado para 
uma amortização parcelada com juros embutidos. Financiamento considerado pontual, com 
conhecimento prévio do uso desses recursos por parte da instituição financeira. Portanto, 
seu foco é o direcionamento para necessidades pessoais específicas decorrentes de gastos 
tais como: ampliação e remodelação de imóveis, saúde, educação e aquisição de bens 
semiduráveis.
Essa modalidade pode ser coberta com garantia de bens patrimoniais do devedor. Ou 
também pode ser coberta com aval, sem aval ou consignado à folha de pagamento. Assim, 
dependendo desse nível de garantia também dependerão os juros a serem cobrados, pois 
haverá maior ou menor risco, conforme cada situação.
•	 Contrato de crédito direto ao consumidor: crédito que visa financiar a compra de bens 
duráveis com parcelas fixas e com juros embutidos. Os prazos geralmente vão de 24 até 
60 meses.
Os bens a serem comprados podem ser novos ou usados, o exemplo mais comum 
desta modalidade é a compra de um veículo. Geralmente, o próprio bem a ser adquirido será 
a garantia do crédito.
•	 Contrato de crédito imobiliário: crédito que visa financiar a compra ou construção de 
bens imóveis (casas, apartamentos, terrenos), com parcelas fixas e com juros embutidos. 
Os prazos geralmente começam a partir dos 60 meses, cinco anos.
Os bens imóveis a serem comprados podem ser novos ou usados, o exemplo mais 
comum desta modalidade é a compra de uma casa ou apartamento. O próprio bem a ser 
adquirido será a garantia específica do crédito.
•	 Contrato de Leasing Financeiro: é uma modalidade relativamente nova, neste caso o bem 
a ser adquirido (na maioria dos casos, veículos) é comprado pela instituição financeira e 
logo alugado ao interessado em adquiri-lo. Ou seja, o devedor termina alugando o bem a 
ser consumido, retendo todos os direitos e obrigações de uso. A grande diferença do leasing 
é que a propriedade é retida nas mãos da instituição financeira até o final do contrato da 
operação financeira, e logo ao final o bem poderá passar legalmente como propriedade para 
o usuário de leasing.
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Na parcela do aluguel estão embutidos a amortização e os juros, levando em 
consideração que ao final do contrato de leasing financeiro o cliente tem o direito de que o bem 
possa passar a ser de sua propriedade através de uma parcela de compra. Ou seja, ao final 
do contrato tem o direito e a opção de comprar o bem pelo valor de mais uma parcela igual ao 
valor das que já foram pagas.
3.1.2. Crédito Empresas
Nesse segmento o foco é suprir diversas necessidades, que podem ser separadas em 
dois grandes grupos:
•	 Necessidades de capital de giro, liquidez, recursos financeiros que visam suprir gastos 
operacionais, tais como matéria-prima, mão de obra, entre outros.
•	 Necessidades de investimentos, recursos monetários que visam suprir projetos específicos 
da empresa, inovação, restituição de caminhões ou equipamento velho, entre outros.
Necessidades monetárias, que podem ser atendidas com várias linhas de crédito 
disponíveis no mercado financeiro. A seguir, as mais conhecidas e disponíveis nas instituições 
financeiras:
•	 Linhas para capital de giro: oferta de crédito direcionado ao financiamento de capital de 
giro, ou seja, necessidades operacionais de curto prazo (menos de um ano). O mercado 
financeiro oferece linhas de crédito rotativas ou específicas. Uma oferta de linha rotativa 
pode ser o financiamento de importações, exemplo:
○	Uma empresa precisa ter uma linha aberta de recursos para financiar os valores FOB de 
um fornecedor da China. Recursos que serão pagos em 120 dias, pois é o prazo do ciclo 
de importação, fabricação e venda do produto. 
Portanto, a empresa poderia ter um crédito rotativo para suprir essa necessidade de 
capital de giro e assim dar conta com os pagamentos ao fornecedor lá na China.
Assim, pode-se apresentar uma série de linhas de crédito rotativas ou específicas, em 
vistas de suprir várias necessidades de caixa, capital de giro. 
A garantia exigida é sempre a nota promissória. Dependendo do risco envolvido, 
os bancos podem condicionar a aprovação desse financiamento à vinculação 
de duplicatas previamente selecionadas, em valor equivalente ou superior ao 
crédito pleiteado (SANTOS, 2010, p.13).
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•	 Linhas para investimento: oferta de crédito direcionada a suprir necessidades de recursos 
para financiar projetos de longo prazo,mais de um ano. Assim, o objetivo é financiar:
○	Compra de máquinas e equipamentos para projetos ou ampliação de produtos/serviços 
novos.
○	Modernização, inovação e manutenção de ativo produtivo atual.
○	Projetos de investimento específicos pequenos e médios que envolvem várias necessidades 
de melhora e/ou aquisição do ativo fixo atual.
○	Projetos de investimento de grande porte, tais como desenvolver uma nova montadora de 
veículos, de uma empresa que já tem algumas em funcionamento no país.
Para suprir essas necessidades, existem várias alternativas no mercado financeiro. Para 
empresas pequenas, médias e grandes, existem recursos monetários disponíveis no Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recursos financeiros do Estado 
que são repassados aos bancos para que logo esses possam direcionar às microempresas, 
empresas médias e grandes empresas. Nestes casos, “após o repasse dos recursos do 
BNDES, o papel do banco é agir como um intermediário ao receber parceladamente do cliente 
(assumindo o risco de crédito) e repagar o BNDES” (SANTOS, 2010, p. 18).
Nestes casos de financiamento de recursos para investimento, os bens específicos e/ou 
outros ativos fixos da empresa ficam em garantia. Além do BNDES como fonte de investimento, 
existem diversas alternativas disponíveis no mercado financeiro e de capitais. Como exemplo, 
temos as empresas de grande porte, e de capital aberto, que podem obter recursos por meio 
do mercado de capitais através da Bolsa de Valores de São Paulo.
3.2 CONTROLE E GESTÃO DO RISCO EM FUNÇÃO 
 DOS LIMITES DE CRÉDITO
Depois de termos visto as diferentes modalidades de crédito disponíveis, vamos agora 
estudar por que essas operações de crédito devem ser vinculadas ao nível de risco. Risco que 
deverá ser gerenciado até terminar o prazo de crédito estabelecido, levando em conta que 
devemos acompanhar essa gestão de risco com diversas ferramentas de análise e informações 
relevantes e atualizadas, com o intuito de manter esse risco sob controle. 
Nesse contexto, é muito importante a obtenção de informações precisas e bem 
analisadas em função do nível de risco do crédito, assim poderão trazer uma estimativa 
detalhada das diversas probabilidades de que um devedor não cumpra sua obrigação. Análise 
da incerteza, que poderá levar para uma decisão melhor e para um aprimoramento constante 
dos riscos durante a vida do crédito. Essa análise tem um grande suporte através de técnicas 
e ferramentas da tecnologia da informação (TI), que dão um grande apoio no momento do 
diagnóstico.
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A incerteza quanto ao futuro torna a análise de crédito extremamente desafia-
dora e exige a capacitação técnica e específica. De outro lado, tal atividade 
depende primordialmente do elemento humano, do profissional da instituição 
financeira, que, mais que certamente, não poderá ser suficientemente subs-
tituído por qualquer instrumento cibernético, por mais avançado que seja 
(SCHRICKEL, 2000, 36).
Apesar de existirem ferramentas que levam para um aprimoramento das técnicas e “quase” 
para uma ciência das ponderações dos riscos, existe o grande fato de que essas informações 
processadas pelas tecnologias precisam da análise objetiva e subjetiva do analista de crédito. 
Fato que leva para uma gestão técnica e objetiva do risco até terminar o prazo do crédito.
No atual cenário econômico nacional e internacional (aliás, de muita instabilidade e 
incertezas), deve ser um imperativo que o avaliador e o devedor estejam cientes quanto às 
possíveis variáveis dos acontecimentos futuros que possam se apresentar durante a vida do 
crédito. Nesse sentido, as projeções devem estar embasadas em fatos e comportamentos 
históricos tanto do devedor como do cenário que envolve a atividade deste. Isso ajuda a 
levar a análise para prognósticos mais concretos e objetivos, com maiores probabilidades de 
acertos positivos. Assim, os acontecimentos passados com projeções de vários cenários futuros 
possibilitam ao analista de crédito uma melhor decisão. 
Para finalizar, essa análise de risco leva para uma decisão dos níveis de garantias 
a serem considerados em função da modalidade de crédito e limites de crédito a serem 
considerados. Ou seja, se o devedor quer financiar a compra de uma casa, será suficiente o 
aval pessoal como garantia desse crédito?
A resposta é não, pois além de um aval pessoal, é necessário que esse crédito imobiliário 
tenha garantias reais, de modo geral a própria casa, tendo assim uma cobertura real durante 
a vida do crédito. Essa modalidade de crédito tem um prazo de pagamento de longo prazo, a 
partir dos cinco até 15 anos, ou inclusive mais tempo.
Muitas coisas boas, mas também ruins, podem acontecer nesse tempo, portanto, só 
aval pessoal é simplesmente inviável nesses créditos. Isso nos leva ao seguinte tópico desta 
unidade: garantias nas operações de crédito.
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LEITURA COmPLEmENTAR
DESEMPENHO DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO
O atual diretor de habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende, certamente é um dos 
maiores conhecedores de financiamento habitacional no Brasil. Portanto, são valiosas as 
informações que ele dá a respeito, em matéria assinada por Eduardo Campos (Valor, 17/073). 
A Caixa Econômica Federal (CEF) prevê encerrar o ano de 2013 com saldo de R$ 280 bilhões 
na carteira de crédito imobiliário, o que representará um crescimento de 36% sobre os R$ 205,8 
bilhões do fim de 2012, com base em projeções bastante conservadoras. Em fevereiro essa 
previsão de crescimento era de 20%.
Veja isso como um indicador antecedente da futura taxa de investimento: Defasagem 
entre Desembolsos de Financiamento Imobiliário e FBCF. No primeiro semestre de 2013, a 
carteira somou R$ 238,5 bilhões, com crescimento de 34% no comparativo anual. A instituição 
revisou para cima as projeções para novas contratações de R$ 126 bilhões para R$ 130,2 
bilhões até o fim do ano.
Segundo Rezende, as revisões para cima nas projeções têm como base o comportamento 
histórico das concessões de crédito e, no segundo semestre, as novas contratações são sempre 
maiores do que as observadas na primeira metade do ano.
O diretor ressalta que, embora o crescimento da Caixa no segmento seja acelerado – em 
2002 essa carteira somava R$ 4,8 bilhões –, ele se dá sem flexibilizar as regras prudenciais.
Sinal disso, diz Rezende, é a baixa inadimplência, que encerrou o semestre em 1,5% 
da carteira. Segundo ele, essa taxa varia muito pouco, oscilando 0,1 ponto percentual para 
mais ou para menos. “Temos mais de 4 milhões de contratos ativos e os casos de retomada 
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de imóvel são raríssimos, abaixo de 1%”.
Nos financiamentos às construtoras, Rezende explica que a inadimplência é ainda 
menor, “é residual”. Isso é reflexo do modelo utilizado pelo banco desde 1997, avalia ele. Assim 
que o financiamento é aprovado, a construtora pode comercializar as unidades e financiar o 
adquirente final com a Caixa. Com isso, em vez de o empresário carregar o financiamento da 
obra, ele já repassa esse custo para o comprador final desde o início do empreendimento. “Só 
dá problema se a empresa falir ou não entregar a obra”, explica. E, ainda assim, a Caixa tem 
como intervir, trocando a empreiteira ou a construtora do projeto.
Rezende também explica que esse crescimento da carteira imobiliária não decorre de 
redução em outras modalidadesde crédito. “Não vemos o crescimento do crédito imobiliário 
competindo com outras linhas”, diz.
Levantamento da Caixa, mas que espelha bem o mercado como um todo, pois o banco 
tem entre 73% a 75% de participação no crédito imobiliário, mostra que dos mais de 4 milhões 
de contratos ativos, apenas 0,4% se refere a pessoas que têm mais de um financiamento e 
aproximadamente 8% já tiveram, em algum momento, outro financiamento junto à Caixa. ”Isso 
reforça que a maioria das pessoas está comprando imóvel para residir. Há uma troca de aluguel 
por prestação, há uma qualificação do endividamento”.
Ainda de acordo com Rezende, como esse tipo de crédito está mais fácil de ser 
contratado, há, também, uma mudança no perfil dos tomadores, que estão cada vez mais 
jovens. Das novas contratações do ano, mais da metade (57,8%) foi feita por pessoas com 
menos de 35 anos, e esse perfil já representa cerca de um terço da carteira total no segmento.
Felipe Marques (Valor, 26/07/13) informa que o crédito imobiliário do SBPE, i.é, 
com funding em depósitos de poupança, recuperou o atraso do ano passado e bateu recorde 
de desembolsos no primeiro semestre de 2013. A modalidade, que parece passar ao largo da 
deterioração da economia brasileira, teve no primeiro semestre de 2013 seu melhor resultado 
desde o começo do Plano Real (1994). Nos seis primeiros meses do ano foram desembolsados 
R$ 49,6 bilhões em empréstimos com recursos da poupança, volume 34% ao do mesmo 
período de 2012. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário 
e Poupança (Abecip).
O desempenho, porém, deve desacelerar nos próximos meses. Houve uma transferência 
de projetos que seriam lançados no fim do ano passado para o começo de 2013. No restante 
do ano, a tendência é de leve desaceleração. Nos 12 meses de 2012, o crescimento 
dos desembolsos (e não contratação) de crédito imobiliário havia sido de apenas 3,6% na 
comparação com 2011.
Mesmo o financiamento à construção de imóveis deu sinais de recuperação. No 
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semestre, os desembolsos para este fim somaram R$ 14,2 bilhões, um crescimento de 12% 
na mesma comparação. Em 2012, essa modalidade havia encolhido 20% no ano. Entre os 
fatores que colaboraram está a maior agilidade de prefeituras na liberação de licenças para 
construção de novos imóveis e a confiança de incorporadoras em lançar empreendimentos, 
depois de pressões de custos no ano passado.
Já o crédito para aquisição de imóveis somou R$ 35,4 bilhões para aquisição de 
imóveis, um crescimento de 45% na comparação com igual período do ano passado. Aqui o 
destaque foram as operações de compra de imóveis usados, que não geram diretamente novos 
empregos. Elas somaram R$ 23 bilhões, avanço de 53% na mesma comparação.
Há quem defenda, porém, que há, sim, motivos para esperar um segundo semestre 
igualmente forte, ao menos na pessoa física. O segundo semestre concentra 60% 
das entregas do ano. A entrega das chaves é o momento em que o cliente sai da construtora 
para ser efetivamente financiado pelo banco.
Aumentos da taxa básica de juros têm efeito limitado sobre as taxas do crédito imobiliário, 
na medida em que essas operações usam recursos da poupança. Ele afirma que, no caso da 
taxa Selic chegar a 9% ou 9,5%, o efeito nas taxas de juros do crédito imobiliário será de até 
0,5 ponto percentual, no máximo.
Os dados da Abecip consideram apenas os desembolsos que usaram recursos da 
caderneta de poupança como “funding”. Isso exclui, por exemplo, as operações no âmbito do 
programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida.
Uma informação, porém, destoa do otimismo que cerca o crédito imobiliário. Um 
levantamento conduzido pelo Banco Central com as instituições financeiras mostrou que a 
demanda por empréstimos habitacionais veio aquém do que esperavam os bancos no segundo 
trimestre. Pelas métricas da pesquisa, os bancos sentiram uma leve melhora na procura pelo 
crédito habitacional no período de abril a junho. Só que a melhora observada foi metade da 
que estavam esperando as instituições para o trimestre.
A pesquisa coleta informações de oito bancos, com uma representatividade de 99,7% do 
saldo do crédito habitacional. Porém, executivos de bancos descartam que o dado represente 
o sentimento do mercado. E que, se houve surpresa nas expectativas de crédito imobiliário 
neste ano, foi para cima, e não para baixo.
FONTE: Disponível em: <http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2013/07/29/desempenho-do-
credito-imobiliario/>. Acesso em: 2 dez. 2013.
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RESUmO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
•	 Os riscos e os limites de crédito devem estar vinculados entre si, para minimizar problemas 
de pagamentos e perda de capital da instituição financeira.
•	 A análise de risco é fundamental para minimizar potenciais eventos negativos no futuro. 
Eventos que envolvem riscos internos e externos do devedor.
•	 As necessidades de crédito devem ser bem ponderadas, levantando as seguintes perguntas 
que todo analista de crédito deve fazer:
○	Qual será a necessidade desses recursos emprestados?
○	Qual será o melhor prazo?
○	Quais serão os períodos de pagamento que melhor encaixem na capacidade de pagamento 
do devedor?
○	Que essas perguntas básicas levantam uma série de perguntas adicionais e bem específicas, 
que dependerão em muito do perfil do devedor.
○	Que existem diversas linhas de crédito que estarão ligadas ao tipo de pessoa, física ou 
jurídica, e às necessidades de recursos.
○	Que as pessoas físicas podem precisar dos seguintes grandes grupos de tipo de crédito: 
Créditos emergentes, financiamento ao consumo e financiamento de bens duráveis.
○	Que as pessoas jurídicas, empresas, podem precisar dos seguintes grandes grupos de tipo 
de crédito: emergenciais, capital de giro, investimentos.
○	Que é muito importante fazer uma gestão que vincule constantemente o risco em função 
dos limites de crédito disponíveis aos devedores.
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AUTO
ATIVI
DADE �
1 O que significa risco e qual o seu impacto nas operações de crédito?
2 De que depende uma boa gestão do risco?
3 Na análise de risco de uma operação de crédito devem-se fazer três perguntas básicas 
para ponderar os riscos, quais são essas?
4 Qual a diferença entre risco interno e externo?
5 Qual pode ser o maior risco de um emprestador ao conceder um crédito?
6 Quais são os grupos gerais de crédito para uma pessoa física e para uma empresa?
7 Quais são as duas grandes modalidades de operações de crédito, tanto para pessoas 
físicas como para empresas?
8 Qual a relação entre gestão do risco e gestão do crédito?
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GARANTIAS NAS OPERAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
Podemos definir a garantia como a conexão de um bem ou aval vinculante que 
possa assegurar a liquidação de um crédito em situações extremas de não cumprimento nos 
pagamentos estabelecidos no contrato de crédito. Ou seja, se o devedor cair em inadimplência 
e não tiver mais capacidade de cumprir com suas obrigações creditícias, a instituição financeira 
aplica seu direito de cobrar a garantia, assegurando a recuperação do capital emprestado.
O objetivo das garantias é evitar que fatores de risco externo e interno impossibilitem a 
recuperação do capital emprestado. Esses fatores de risco podemser de natureza sistêmica 
ou circunstancial específicas à capacidade de pagamento do devedor, fatores que podem ser 
decorrentes de:
•	 Crises econômicas, nacionais e internacionais, e medidas governamentais que possam 
impactar na capacidade de pagamento, exemplo disso: impacto na atividade do devedor 
decorrente de uma política fiscal rigorosa, monetária, cambial etc.
•	 Concorrência na atividade econômica do devedor, muitos negócios podem se tornar inviáveis 
em função da concorrência, que, em determinadas ocasiões, se torna injusta.
•	 Impactos diretos no devedor: clima adverso, enchentes, secas etc.; acidentes, incêndios, 
doenças, inclusive até a morte do devedor etc.
Em termos de qualidade das garantias, as melhores são as que geram liquidez em curto 
prazo. E ainda mais, as garantias que tenham uma conversão em caixa quase imediata, com 
sua respectiva liquidação do capital emprestado, independentemente da sentença judicial. Isso 
seria o ideal, ou seja, ter uma garantia de recuperação imediata, porém, em termos gerais essa 
garantia só pode ser executada depois de ter autorização judicial. Levando em consideração 
que a garantia deve ter um nível adequado de cobertura em função do prazo, do tipo de crédito 
e do contrato de crédito, tanto assim que:
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O Banco Central estabelece que as instituições financeiras, na realização 
de operações de crédito, devem exigir dos clientes garantias adequadas e 
suficientes para assegurar o retorno sobre o capital aplicado. Mais além, 
determina que a garantia seja adequada ao tipo, ao montante e ao prazo do 
crédito (SANTOS, 2010, p. 20).
Devemos observar que, apesar de que um crédito possa possuir uma excelente garantia, 
nunca se deve aprovar uma nova operação de crédito em função dessas garantias. Levando 
isso em consideração, podemos ter como norteador fundamental:
[...] todo profissional deve ter a convicção de que o financiamento foi concedido 
baseando-se na capacidade de pagamento do cliente, partindo do princípio de 
que não será necessário utilizar a garantia para liquidar o crédito. A decisão 
de conceder o crédito deve ser baseada na capacidade de reembolso do 
cliente e não sobre as garantias. (SANTOS, 2010, p. 21, grifos do original)
Como afirma Santos (2010), a decisão de crédito deve estar vinculada à capacidade de 
pagamento. Quesito que nos leva à análise das fontes de pagamentos antes de decidir o tipo de 
garantia em si que possa encaixar melhor em uma situação de decisão de aprovação de crédito.
2 FONTES DE PAGAmENTO
Alguns questionamentos fundamentais devem ser feitos no momento de decidir a 
garantia: 
Para quê, por quanto tempo e quais serão as fontes de financiamento?
Lembrando o que foi estudado na análise de risco desta unidade, é quesito fundamental 
ter clareza de quais são as fontes de financiamento, para assim logo poder mensurar:
•	 O nível de risco exposto na operação de crédito.
•	 O tempo ideal de pagamento que encaixe com essas fontes de pagamento e que encaixe 
com algum dos produtos financeiros oferecidos pela instituição financeira.
•	 O conhecimento claro por parte da instituição financeira de qual será o objetivo ou necessidade 
de recursos do cliente.
Uma vez que foram delineadas as fontes de pagamento, a estrutura do crédito em si e 
a viabilidade da operação, é momento de analisar a modalidade de garantia que melhor possa 
se encaixar às necessidades de operação de crédito. 
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3 TIPOS DE GARANTIAS Em FUNÇÃO DOS 
 LImITES DE CRÉDITO
Ainda com um processo de análise bem delineado e tendo uma boa capacidade de 
pagamento do devedor, deve-se ponderar que o futuro pode apresentar situações e imprevistos 
que exigem a emissão de garantias. Portanto, para minorar ao máximo possível os riscos, é 
necessário vincular corretamente as garantias aos créditos.
Qualquer que seja o tipo de garantia, deve existir um processo de formalização por 
meio de um registro no cartório. Este registro visa ter referentes de validade da garantia em 
questão, assim, poderá ser eficaz no momento de precisão. As garantias podem ser divididas 
em dois grandes grupos:
•	 Garantias Pessoais
•	 Garantias Reais
3.1 GARANTIAS PESSOAIS
O primeiro grande grupo são as garantias pessoais, as quais se sustentam na capacidade 
de pagamento e patrimônio das pessoas, tanto físicas como jurídicas (empresas). Essa garantia 
não é vinculante com nenhum tipo específico de bem, mas recai sobre os bens do devedor e 
garantidor no momento de entrar num processo de liquidação judicial de crédito.
Nesse contexto, o emprestador fica exposto aos diversos imprevistos que podem 
acontecer com o patrimônio tanto do devedor como do garantidor, isso no decorrer do tempo do 
crédito. Logo, cabe ao emprestador fazer uma boa gestão de análise da situação do patrimônio 
do devedor e garantidor, aliás, durante todo o prazo do crédito. 
Em casos extremos de haver uma execução judicial, e de ser comprovada a inexistência 
de bens livres para que sejam penhorados, a situação fica complicada para o emprestador, 
pois terá que registrar perdas totais ou parciais por falta de pagamento do capital emprestado. 
A garantia pessoal pode ser dividida em Aval e Fiança.
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3.1.1. Aval
É comprometimento formal e com registro no cartório tanto de pessoas físicas como 
jurídicas de afrontar a dívida em caso de não pagamento do devedor. Assim, o garantidor 
fica solidariamente responsável pelo pagamento do capital emprestado. O aval é uma prática 
adotada pelos emprestadores para elevar o grau de exigência de comprometimento de repago, 
pois em muitas situações o garantidor é uma pessoa próxima ao devedor, portanto existe uma 
pressão moral, psicológica e pessoal.
O aval reduz a exposição ao risco, exemplo disso: se o devedor é uma empresa e, 
logo depois no decorrer do tempo, vai à falência, o garantidor deverá encarar o pagamento 
da dívida. Essa possibilidade faz com que em muitos empréstimos de empresas pequenas e 
médias seja norma quase padrão exigir aval dos acionistas ou do gerente. Ou seja, o avalista 
se torna solidário.
Por ser garantia solidária ao pagamento de uma dívida, pode ser exigido inte-
gralmente do avalista, independentemente de ser cobrado ou não o devedor 
principal. Todavia, nunca poderá ser cobrado um valor superior ao do próprio 
título, salvo se o título for emitido com “pacto adjeto” de correção. (SANTOS, 
2010, p. 22)
Essa condição de solidário nos leva a refletir que é muito importante ponderar no 
momento de aceitar ser avalista de uma operação de crédito. Pois em algumas ocasiões as 
pessoas começam a solicitar avalistas em função de seus problemas financeiros graves; logo, o 
que foi um “simples aval”, uma pessoa pode começar a ter problemas financeiros muito graves 
e, inclusive, terminar encarando o montante total da dívida.
Mas como será que se formaliza um aval?
O aval concretiza-se pela simples assinatura do avalista ou de seu procurador 
com poderes específicos, feita no anverso (frente) do título. Se não houver 
espaço suficiente na frente, pode ser no verso, após a expressão avalista ou 
por aval. A lei não exige a assinatura conjunta de marido e mulher para validade 
no aval. No entanto, recomenda-se a obtenção do aval de ambos, porque, em 
caso de execução judicial, o cônjuge que não prestou o aval poderá pedir a 
exclusão de sua parte nos bens

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