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ESTUDOS GEOTÉCNICOS EM UMA OBRA DE ENGENHARIA

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IMPORTANCIA DOS ESTUDOS GEOTÉCNICOS EM UMA OBRA DE 
ENGENHARIA 
As sondagens são investigações do subsolo ou do subleito (em 
estradas) que, como a Topografia, precedem o desenvolvimento de 
qualquer projeto e podem ser necessárias no transcorrer da obra, 
ou posteriormente a ela. 
 
Estas investigações podem ser executadas por diversos processos. 
 
O processo mais frequente nas obras de construção civil: 
Sondagem à Percussão, como é chamada correntemente. 
 
São aplicadas necessariamente em: 
1. Projetos de prédios e residências de um pavimento; 
2. Projetos de estradas; 
3. Projetos de barragens; 
4. Projetos de fundações de diversas naturezas; 
5. Projetos portuários. 
 
A prospecção do solo permite conhecer: 
1. O tipo de terreno (rochoso, arenoso, argiloso, etc); 
2. As camadas constituintes do solo; 
3. A resistência destas camadas; 
4. O nível do lençol freático. 
O conhecimento destas características permitirá definir o tipo de 
fundação e a cota de implantação da mesma. 
 
Em projetos de estradas, a investigação destas características é tão 
importante, que pode determinar um traçado mais longo pela 
análise custo/benefício. 
 
Assim, é preciso lembrar, ainda, que o custo de uma obra poderá 
ser efetivamente minimizado, se bem programado e bem estudada 
a prospecção do terreno. 
 
As prospecções podem ser efetuadas por diversos processos e, 
dentre os existentes, é importante a escolha levando-se em conta: 
1. o tempo de realização, a precisão das respostas e os custos; 
 
Outro fato que não pode ser esquecido: para se obter uma resposta 
confiável: 
2. nunca ser executada uma única prospecção, a não ser em 
situações particulares, como aquela de implantação de torres 
de telefonia ou de energia elétrica; 
3. em sondagens, fundações e estruturas importa mais a 
qualidade que os custos. 
As sondagens são procedimentos de engenharia que têm como 
foco a obtenção de informações de sub-superfície de uma área na 
terra, ou na água. 
 
 TIPO DE SONDAGEM DEPENDE DA: 
- Importância e dimensões da obra; 
- Cargas aplicadas; 
- Características do subsolo. 
 
Custo médio da sondagem: entre 0,2 a 0,5% do custo total da obra 
 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA 
a) Métodos Diretos: fornecem diretamente a capacidade de carga do 
solo e a amostra de material. Têm natureza empírica ou semi-
empírica e fundamentações estatísticas. Por exemplo, o SPT 
(Standard Penetration Test) 
b) Métodos Indiretos: são aqueles que utilizam os conceitos e 
formulações clássicas da mecânica dos solos para se determinar as 
propriedades das camadas do subsolo, que é feito indiretamente 
pela medida, seja da sua resistividade elétrica ou da velocidade de 
propagação de ondas elásticas. Por exemplo, os métodos 
geofísicos, etc. 
 
 
As modalidades atualmente mais empregadas no Brasil são 
mostradas na Tabela abaixo: 
 
Tipos de sondagem Sigla Método Processo 
Poço de inspeção PI direto Mecânico 
Trincheira TR direto Mecânico 
A trado ST direto Mecânico 
A percussão SP direto Mecânico 
Rotativa SR direto Mecânico 
Mista SM direto Mecânico 
Sísmica de refração rasa SS Indireto Geofísico 
Eletrorresistividade SE indireto Geofísico 
 
Processo de perfuração - SPT - Standard Penetration Test 
 
Para que a sondagem seja executada, Inicia-se processo de perfuração 
manual do solo com o trado concha ou cavadeira até 1m de profundidade, 
após a execução da abertura é necessário a determinação do SPT. 
 
Amostragem e SPT 
 
1. Montar a composição (amostrador + haste) e descer no furo até 
atingir o fundo; 
2. Colocar a cabeça de bater; 
3. Marcar com giz os 45 cm na haste que está sobrando para fora do 
tubo, 15 cm, 15 cm e 15 cm; 
4. Apoia o martelo (peso de 65 kgs) sobre a cabeça de bater; 
5. Iniciar a cravação erguendo o martelo até uma altura de 75 cm 
(Figura 1). 
i. O índice de resistência à penetração (SPT ou N) é a 
soma do número de golpes necessários à penetração 
no solo dos 30 cm finais do amostrador. 
6. Soltar a corda deixando cair livremente; 
7. Anotar o número de golpes para cada estágio de 15 cm. Exemplo: 
2/15; 5/15; 8/15; 
8. Ao terminar a cravação deve-se retirar o amostrador do solo e 
coletar a amostra; 
Obs.: nem sempre consegue-se cravar os 45 cm do amostrador. 
 
COLETA DE AMOSTRAS 
Cuidado ao retirar a amostra do amostrador para não destruí-la. 
Cada recipiente da amostra deve ser provido com uma etiqueta. 
 
Os recipientes das amostras devem ser acondicionados em caixas ou sacos 
e etiquetados segundo o item 6.3.19 da NBR 6484:2001. 
Terminada a determinação do SPT e recolhida as amostras do primeiro 
metro, inicia-se a escavação do próximo metro de solo, para isto deve-se 
retirar o conjunto barrilete, haste peso. 
Para escavação é utilizado o trado espiral que torna a perfuração mais 
rápida. O trado espiral é empregado até o nível d’água ser alcançado 
devendo ser executado o procedimento de lavagem. 
Depois de ser escavado o segundo metro do solo o trado espiral é retirado 
contendo o material da perfuração. 
Perfurado o segundo metro do solo, deve-se montar novamente o 
barrilete-haste-peso e voltar de onde parou da última vez, ou seja, mede-
se o SPT daquele metro. 
O trado espiral pode ser utilizado até ser encontrado o nível d’água. O 
avanço através do trado espiral é impedido pela presença do nível d’água 
ou por resistência elevada do solo. 
Constatada uma das condições deve-se executar a perfuração com auxílio 
de água. 
Escavado o metro de solo, faz novamente a verificação do SPT. 
 
Fig. 01-Fonte: Livro Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de 
Fundações. Autor: Fernando Schnaid 
 
 AMOSTRAGENS EM SOLOS E ROCHAS 
 
É feita quando se pretende determinar a composição e a estrutura do 
material, e a obtenção de corpos de prova para ensaios de laboratório. 
Classificação das Amostras: 
a) Não representativas: devido ao processo de extração foram 
removidos ou trocados alguns constituintes do solo “in situ”. Ex.: 
amostras lavadas. 
b) Representativas (deformadas ou amolgadas): conservam todos os 
constituintes minerais do solo “in situ” e se possível sua umidade 
natural, entretanto sua estrutura foi perturbada pelo processo de 
extração. Ex.: as colhidas à trado, as amostras do barrilete padrão 
das sondagens à percussão. 
b) Indeformadas (semideformadas ou não perturbadas): são 
representativas e conservam ao máximo a estrutura dos grãos, e 
portanto, as características de massa específica e umidade natural 
do solo “in situ”. Ex.: amostrador tipo Shelby.

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