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RADIOTERAPIA RAfAEl wIllAmEs Conteúdo Programático Câncer, Tipos de câncer Conceitos em Radiobiologia Fatores de Risco Tratamento de Câncer História da Radioterapia Equipe multidisciplinar em RT Dosimetria em Radioterapia Tipos de Radioproteção Técnicas de tratamento Planejamento Acessórios para o tratamento de RT HISTÓRIA DA RADIOTERAPIA Em 29/01 de 1896, pela primeira vez, uma paciente portadora de um câncer de mama, sangrante e inoperável foi submetida à exposição com o recém descobertos raios x. Houve uma surpreendente resposta com grande diminuição do volume tumoral e do sangramento. Registra-se assim pela primeira vez a benéfica ação da radiação, e estava inaugurada a radioterapia. O primeiro tratamento de câncer com sucesso foi em 1899 em Estocolmo, Suécia. Com o Médico Thor Stenbeck que desenvolveu a técnica da “Terapia de Radiação Fracionada”, que é a base do tratamento até hoje. OBJETIVO Promover perda da capacidade funcional ou reprodutiva da célula. Promover morte celular entregando ao tumor uma dose exata. Reduzindo ao máximo a dose em células sadias. INTRODUÇÃO O Câncer A palavra vem do grego Karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela primeira vez porHipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. O câncer não é uma doença nova. O fato de ter sido detectado em múmias egípcias comprova que ele já comprometia o homem há mais de 3 mil anos antes de Cristo. Atualmente, câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. INTRODUÇÃO Câncer e crescimento celular Capacidade celular; Normalidade; Proliferação; Crescimento desordenado; Tipo de crescimento celular: Controlada Hiperplasia Displasia Não controlada Invasivo Não - invasivo INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Classificação das Neoplasias Tumores Benignos – Tem o crescimento de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. Tumores Malignos – Manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento. INTRODUÇÃO Classificação das neoplasias INTRODUÇÃO Oncogênese ou carcinogênese: 1 – Estágio de iniciação: O gene sofre a ação dos agente cancerígenos 2 - Estágio de promoção: Os agente cancerígenos atuam na célula 3 – Estágio de Progressão: caracterizado pela multiplicação desordenada e irreversível da célula. INTRODUÇÃO Principais causas de Câncer INTRODUÇÃO Fatores de risco modificáveis: Uso do tabaco e álcool; Hábitos alimentares inadequados; Inatividade física; Agentes infecciosos; Poluição ambiental; Obesidade; Radiação ultravioleta; Radiação ionizante. INTRODUÇÃO Fatores de risco NÃO modificáveis: Fatores de risco que não dependem do comportamento, hábitos e práticas individuais ou coletivas. Idade; Gênero; Etnia/raça Herança genética. INTRODUÇÃO Conceito básico de radiobiologia – é o estudo de efeitos biológicos causados pelas radiações ionizantes. Existem células radiosensíveis e radioresistentes: Células radiosensíveis: (mucosa estomacal, camada basal da pele e células – tronco) Células radioresistentes: (neurônios) Os efeitos da radiação ionizante dependem da dose total e da taxa de dose. A dose dada em um curto espaço de tempo é mais prejudicial do que a mesma dose dada por um longo período de tempo. INTRODUÇÃO Células expostas a radiação INTRODUÇÃO Tipos de Câncer: 1 – Boca INTRODUÇÃO 2 – Câncer de mama INTRODUÇÃO 3 – Câncer de pele INTRODUÇÃO 4 – Câncer de fígado INTRODUÇÃO 5 – Câncer Pâncreas INTRODUÇÃO 6 – Câncer de Nariz INTRODUÇÃO 7 – Câncer anal INTRODUÇÃO 8 – Câncer de pênis INTRODUÇÃO Estadiamento do câncer: O estadiamento do câncer (também chamados de estágios do câncer) é a descrição (geralmente em números de I a IV) de quanto o câncer já se espalhou pelo corpo. O estágio geralmente leva em conta o tamanho do tumor, a profundidade, se já invadiu órgãos adjacentes, se e quantos linfonodos entraram em metástase e se ele está espalhado em órgãos distantes. O estadiamento do câncer é importante porque o estágio no dia gnóstico é um importante indicativo do prognóstico, planejamento dos tratamentos mais adequados, previsão das possíveis complicações e, após o tratamento, avaliação dos resultados das terapias. INTRODUÇÃO Estágios do Câncer Estágio I – o mais primário e o mais curável; tumor local. Estágio II – o câncer atingindo os tecidos à sua volta e, talvez, os linfonodos próximos. Estágio III – metástase em linfonodos distantes. Estágio IV – o mais avançado e menos facilmente curável; o câncer se espalhando por órgãos distantes. INTRODUÇÃO A designação como estágio II ou estágio III pode depender do tipo específico de câncer. Por exemplo, na doença de Hodgkin, o estágio II indica linfonodos afetados em apenas um lado do diafragma, enquanto o Estágio III indica linfonodos afetados acima e abaixo do diafragma. Os critérios específicos para os estágios II e III, portanto, diferem de acordo com o diagnóstico. Um tratamento curativo ou paliativo dependerá da situação do tumor. Até o estágio III é geralmente possível remover o câncer completamente via quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, o que é entendido como uma cura, porém a partir do estágio IV o tratamento se restringe a promover o mínimo de sintomas, o máximo de sobrevida e a melhor qualidade de vida ao paciente, sendo a cura altamente improvável. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Interação Direta A radiação interage com proteínas e com o DNA; Afeta a célula como um todo (matando ou mutando o DNA da célula); Mais comum em doses altas. INTRODUÇÃO Interação Indireta A radiação interage com H₂O da célula; Resulta na hidrólise da água (formação de íons e radicais livres); Antioxidantes bloqueiam a combinação entre as hidroxilas (agente preventivo do câncer). INTRODUÇÃO Principais fatos sobre o câncer a) Não é uma doença única, mas aproximadamente 200 doenças distintas, cada uma delas com suas próprias causas, história natural e tratamento. b) É caracterizado por um crescimento autônomo, desordenado e incontrolado de células que ao alcançarem uma certa massa, comprimem, invadem e destroem os tecidos normais vizinhos. c) Estudos epidemiológicos indicam que os fatores ambientais são importantes na causa da maioria dos cânceres. d) O câncer ocorre em qualquer idade, porém é mais frequente em pessoas de idade avançada. e) A câncer NÃO É uma desgraça social, uma punição divina ou um estigma pessoal. f) A américa Latina tem alta incidência de tumores associados com a pobreza (colo do útero e estômago). g) A faixa de mortalidade por câncer é maior entre as mulheres do que nos homens em todos os países, numa faixa etária de 30 – 64 anos. Isto se explica pela alta incidência em colo de útero e mama. Radioterapia A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada. A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidadedo tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada. Radioterapia Indicações da radioterapia Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia. Efeitos adversos da radioterapia Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada. Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e tardios. Efeitos adversos da radioterapia Os efeitos imediatos são observados nos tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula óssea. Eles ocorrem somente se estes tecidos estiverem incluídos no campo de irradiação e podem ser potencializados pela administração simultânea de quimioterápicos.. Efeitos adversos da radioterapia Os efeitos tardios são raros e ocorrem quando as doses de tolerância dos tecidos normais são ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As alterações de caráter genético e o desenvolvimento de outros tumores malignos são raramente observados. CLASSIFICAÇÕES DO CÂNCER Carcinoma: é o câncer que se origina de um tecido epitelial, ou seja, o tecido que recobre nossa pele e a maioria dos nossos órgão. 90% de todos os tumores. Sarcoma: são tumores que tem origem principalmente de células que fornecem sustentação, como células dos ossos, células de gordura, músculos. 2% dos tumores. Leucemia: se inicia na medula óssea, responsável por produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Tem como principal características o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea. 8% dos tumores. Linfoma e mieloma: cânceres que começam nas células do sistema imunológico. Menos de 1% dos tumores. Cânceres do sistema nervoso central: cânceres que começam nos tecidos do cérebro e da medula espinhal. Menos de 1% dos tumores. Radioterapia Pode ser dividida em duas modalidades: Teleterapia Braquiterapia Teleterapia É a Radioterapia realizada com a administração de radiação vinda de uma fonte colocada longe do paciente. As distâncias mais usadas hoje são de 80 cm para os antigos aceleradores lineares e os equipamentos de cobaltoterapia 60 a 100 cm. Atualmente, é usa em média 100 cm para todos os aceleradores lineares mais novos. Os equipamentos de cobaltoterapia estão caindo em desuso. Já os aceleradores lineares podem ser apresentados em duas versões principais: com ou sem feixes de elétrons. Tele =distância Terapia = Tratamento Teleterapia – Aparelhos Cobalto 60 Os equipamentos para cobaltoterapia têm uma fonte com atividade entre 2.000 e 10.000 curies dentro de um cabeçote com blindagem dimensionada para manter os níveis de radiação ao redor do equipamento dentro dos limites legais. Os equipamentos que usam o sistema de deslizamento movimentam a fonte desde a posição em que está recolhida na blindagem até uma abertura pela qual a radiação poderá sair, formando o campo de radiação. Teleterapia – Aparelhos Cobalto 60 Os equipamentos com sistema de rotação funcionam de forma muito parecida, expondo a fonte quando o disco onde a fonte está instalada gira da posição blindada para a posição de exposição. O retorno em caso de emergência é feito pelo uso de um volante acoplado ao eixo de giro do disco. Teleterapia – Aparelhos Acelerador Linear Estes aparelhos usam micro-ondas para acelerar elétrons a grandes velocidades em um tubo com vácuo. Numa extremidade do tubo, os elétrons muito velozes chocam-se com um alvo metálico, de alto número atômico. Na colisão os núcleos dos átomos do alvo, os elétrons são subitamente desacelerados e liberam a energia relativa a esta perda de velocidade. Parte dessa energia é transformada em raios x de frenamento, que tem energia variável de 1 MeV até a energia máxima do elétron no momento do choque. Por exemplo, um acelerado que acelera elétrons até 10 MeV, produz raios x com energias entre 1 e 10 MeV. Esquema de um acelerador linear. 1. Fonte de elétrons. 2. Alvo. 3. Feixe de elétrons ou fótons. 4. Mesa de tratamento. Acelerador Linear Teleterapia – Aparelhos Acelerador Linear Teleterapia – Aparelhos Teleterapia Terapia superficial: Opera com potenciais de 50 a 150KVp, correntes entre 10 e 20mA, distancia foco-superfície variando de 20 a 40cm e filtração entre 1 e 6mma1. Terapia profunda ou ortovoltagem: Nesta terapia o equipamento de raios X atua com potenciais entre 150 e 300KVp, correntes entre 10 e 20mA, distância foco-superfície de 30 a 50cm e filtração entre 1 e 4mmCu. Radioterapia EQUIPE DE RADIOTERAPIA: 1- Médico Radioterapeuta (Radio – Oncologista) 2 – Físico Médico 3 – Dosimetrista 4 – Técnico ou Tecnólogo em Radiologia 5 – Enfermeiro Oncologista 6 – Pessoal da Sala de Moldes 7 – Nutricionista 8 – Fonoaudiólogo 9 – Assistente Social 10 - Fisioterapeuta 11 – Psicólogo, Equipe de cuidados paliativos Radioterapia Técnico ou Tecnólogo em radioterapia Em termos gerais, ele tem por missão ajudar o radioterapeuta e o físico hospital na preparação dos tratamentos e, principalmente, efetuar o tratamento dos pacientes e registrar todos os dados importantes, relativos a esse tratamento. Também prepara moldes e blindagens para o paciente sob a supervisão do físico hospitalar e participa nas simulações de tratamento. • Certificado pelo CRTR • Treinamento em serviço de radioterapia Radioterapia Lei Nº 7.394, de 29 de outubro de 1985. (Pub. DOU de 30/10/85) Regula o exercício da Profissão de Técnico em Radiologia e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Os preceitos desta lei regulam o exercício da profissão de técnico em Radiologia, conceituando-se como tal, todos os Operadores de Raios x que, profissionalmente, executam as técnicas: I. Radiologia, no setor de diagnóstico; II. Radioterapia, no setor de terapia; III. Radioisotópica, no setor de radioisótopos; IV. Industrial, no setor industrial; V. De medicina nuclear. Radioterapia Técnico ou Tecnólogo em radioterapia Aplicar apropriadamente, com mínima supervisão, o tratamento prescrito pelo médico e planejado pelo físico. Nesta tarefa ele deve: • Identificar o paciente e a ficha técnica respectiva; • Verificar e conferir o diagnóstico, a clareza da prescrição e os dados da ficha técnica; • Explicar ao paciente as formas de comunicação e os procedimentos a serem seguidos em casos de emergência, durante o tratamento; • Reforçar aos pacientes quanto a possíveis reações do tratamento. Radioterapia Técnico ou Tecnólogo em radioterapia • Preparar a sala de tratamento e o equipamento para atender à prescrição e ao planejamento, principalmente quanto a: Tamanho de campo Distância de tratamento Orientação dos feixes de radiação Tempo ou dose monitor prescritas Uso de dispositivos de imobilização (máscaras, etc.) Uso de dispositivos de blindagem (chumbo, blocos, etc.) Uso de bandejas aparadoras de blindagem Uso de filtros modificadores de feixe, etc. Radioterapia Técnico ou Tecnólogo em radioterapia • Colocar correta e seguramente o paciente na maca de tratamento, dando atenção especial ao posicionamento e à imobilização. • Manter marcas e tatuagens no paciente de forma visível, clara e inequívoca. • Localizar corretamente o campo de irradiação na região a ser tratada, usando os dispositivos de localizaçãode feixe e as marcas e tatuagens no paciente. • Verificar diariamente o tempo de tratamento ou dose monitor prescritos e coloca-los corretamente no painel de controle. • Aplicar o tratamento prescrito na ficha técnica. • Manter comunicação visual e audível com o paciente durante o tratamento. • Assegurar que o tratamento diário prescrito foi realizado. • Retirar o paciente da maca e da sala de tratamento após o termino. • Registrar diariamente o tratamento aplicado na ficha técnica do paciente. Radioterapia O papel do Dosimetrista em Radioterapia Na maioria dos casos o dosimetrista se ocupa dos aspectos físicos da radioterapia. Com a supervisão do físico, participa e executa atividades de calibração do feixe, controles de qualidade das unidades de tratamento, de planejamento, incluindo sua participação nos procedimentos de localização, simulação e irradiação. Quando o dosimetrista não existe, esta atividade é realizada por um físico em formação ou por um técnico com preparação adequada em planejamento de tratamentos, cálculos de dose (com ou sem computador) e calibração dos feixes das unidades de tratamento. Radioterapia Enfermeiro Oncologista • A função assistencial do enfermeiro para os pacientes submetidos à radioterapia, engloba a explicação dos objetivos do tratamento, bem como a prevenção das complicações e a minimização dos efeitos colaterais inevitáveis. • O enfermeiro esclarecerá ao paciente que o planejamento terapêutico deve ser feito para que possam ser definidos, pelo médico, o local, o número e a frequência das aplicações. • Algumas ações de enfermagem para os efeitos colaterais agudos e subagudos mais comumente observados em radioterapia: Mucosites: as queimaduras e descamações da mucosa costumam ser muito dolorosas e, especialmente na boca e esôfago, favorecem as infecções oportunistas, como a monilíase. Radioterapia Deve-se recomendar aos pacientes: Higiene bucal cuidadosa sempre que se alimentar, utilizando-se de escovas de cerdas macias; Gargarejos e bochechos de soluções alcalinas (solução de água fervida + bicarbonato de sódio), à temperatura normal; Evitar alimentos quentes ou frios e sólidos (preferir dietas líquidas ou pastosas, ricas em proteínas e à temperatura ambiente; Retirar próteses dentárias móveis, se existir. Utilizar borrifos na cavidade bucal e orofaringe de anestésico local antes da refeição, em caso de dor à deglutição; e outros cuidados necessários ao caso. Radioterapia Enfermeiro Oncologista Náuseas e vômitos: só ocorrerão se a mucosa gástrica for exposta à radiação, ou seja, se o estômago foi incluído no campo de radioterapia. Recomenda-se: Dieta branda, refeições pequenas e frequentes, evitar condimentos e alimentos ácidos e gordurosos; Ingestão de líquidos gelados ou à temperatura ambiente; Diarréia: verificar-se quando o intestino é incluído no campo de radiação. Recomenda-se: Dieta branda; Reposição hidreletrolítica; Medicamento de antidiarrético (elixir paregórico). E outros cuidados se necessário. Radioterapia Enfermeiro Oncologista Reação de pele: é o efeito colateral mais comum da irradiação independente do campo de tratamento. Recomenda-se: Reação de 1º grau: é uma reação habitual e consiste de eritema da pele, que se apresenta com uma coloração vermelho brilhante por 2 a 3 semanas, surgindo durante ou após a aplicação. É comum também verificar a descamação da pele e uma exsudação (serosa) branca. Radioterapia Enfermeiro Oncologista Reação de 2º grau: é a reação provocada por doses terapêuticas elevadas. Consiste de eritema rubro negro e edema de pele, aparecendo 2 a 3 semanas após o início da aplicação. A destruição da epiderme leva à formação de bolhas na pele; há descamação que pode ser seca ou úmida, com destruição das glândulas sebáceas e sudoríparas. Radioterapia Enfermeiro Oncologista Reação de 3º grau: é a reação de pele consequente de uma superdosagem. Produz a destruição da derme e o desenvolvimento de uma úlcera necrótica dolorosa. A cura, quando ocorre é lenta. Radioterapia Enfermeiro Oncologista A pele irradiada torna-se sensível durante o tratamento e sujeita a danos. O enfermeiro deve reconhecer os danos e orientar o paciente na consulta de enfermagem, dando ênfase às seguintes recomendações. Manter a pele do campo de tratamento seca e livre de irritações o máximo possível; Não usar loções, cremes, talcos, desodorantes ou álcool; usar somente o que for recomendado pelo médico, ou enfermeiro. Evitar vestir roupas justas (lycras, jeans). Evitas o contato de tecidos sintéticos com a área tratada; o algodão é menos irritante e mais confortável; Não esfregar, coçar, arranhar ou escovar a pele irradiada; Comparecer semanalmente a revisão médica e de enfermagem. Finalidades da Radioterapia Radioterapia Paliativa: Objetiva o controle local do tumor primário ou de metástase(s), sem influenciar a taxa da sobrevida global do paciente. Geralmente, a dose aplicada é menor do que a dose máxima permitida para a área. É usada principalmente: Radioterapia antiálgica: modalidade de radioterapia paliativa com finalidade específica de reduzir a dor. Radioterapia anit-hemorrágica: modalidade de radioterapia paliativa com a finalidade específica de controlar os sangramentos. Radioterapia Pré-Operatória (RT prévia ou citorredutora): É a radioterapia que antecede a principal modalidade de tratamento, a cirurgia, para reduzir o tumor e facilitar o procedimento. A dose total aplicada é menor do que a dose máxima permitida para a área. Finalidades da Radioterapia Radioterapia Pós-Operatória ou pós-quimioterapia (radioterapia profilática): Segue-se à principal modalidade de tratamento do paciente, com a finalidade de esterilizar possíveis focos microscópicos do tumor. Como as anteriores, a dose total não alcança a dose máxima permitida para a área. Radioterapia Curativa: Consiste na principal modalidade de tratamento e visa a cura do paciente. A dose utilizada é geralmente a dose máxima que pode ser aplicada na área. Pode-se utilizar o termo "curativo" e "exclusivo" no sentido de dose máxima, seja qual for a finalidade da radioterapia. Deve-se entender como exclusiva a radioterapia de finalidade paliativa, ou curativa, que não se associa a outra(s) modalidade(s) terapêutica(s), independentemente de se aplicar a dose máxima. Radioterapia Radiossensibilidade: É o grau de velocidade de resposta dos tecidos à irradiação. A radiossensibilidade também depende da origem do tecido: “Quanto mais sensível o tecido original, mais sensível o tecido derivado.” Radiocurabilidade: A possibilidade real de controlar um tumor com radioterapia, ou radiocurabilidade, depende de fatores que vão desde a sensibilidade intrínseca do tumor e do seu volume, até o estado geral do doente, que faz variar a capacidade de recuperação dos tecidos tumorais. Radioterapia Radiossensibilidade x radiocurabilidade A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Técnica de Tratamento Distância fonte-eixo (SAD) Sigla do inglês denominado Source Axis Distance, representa a distância da fonte de radiação até o eixo de rotação do aparelho, que em português é denominada DFE (Distância Fonte Eixo). Na prática clínica, consiste na determinação de um ponto em uma determinada profundidade no paciente, ao redor do qual o aparelho irá girar (isocentro). O tratamento em SAD é sempre preferido quando objetivamos utilizar campos opostos de tratamento, por oferecer vantagens técnicas: a) O paciente permanece imóvel durante as aplicações, o que minimizaerros, alteração de contorno e melhora a reprodutibilidade do tratamento. b) Ao tratar o campo oposto, o técnico não precisa conferir distância nem pontos de referências na pele, agilizando desta maneira os tratamentos. Técnica de Tratamento Técnica de Tratamento Distância fonte-pele (SSD) Sigla do inglês denominado Source Skin Distance, representa a distância da fonte de radiação até a pele do paciente. Nasprogramações em SSD o tamanho do campo de tratamento é definido na distância padrão das máquinas de tratamento. (Ex: SSD com Cobalto = 80cm, Acelerador Linear = 100 cm). É normalmente utilizada no tratamento de lesões superficiais abordáveis com apenas um campo de tratamento, como por exemplo, tumores de pele, irradiação de parede torácica após mastectomias, irradiação de corpo vertebral etc. Técnica de Tratamento Técnica de Tratamento • Distância fonte-pele (SSD) . Isocentro É o local, centro ou foco onde será aplicado uma determinado tratamento, onde só se inicia quando se localiza o centro. Os laseres de posicionamento instalados em uma sala de radioterapia correspondem à distância da fonte de radiação até o isocentro. Nos casos de SSD, para se achar a distância de tratamento, basta posicionar o centro do campo sobre a interseção dos laseres. A mobilização do isocentro também pode ser feita utilizando o laser como referencial. É importante lembrar que a calibração deste acessório deve ser frequente e criteriosa. Isocentro Colimadores Colimador com multi-lâminas: um sistema de colimação que usa várias lâminas finas com a finalidade de moldar o campo de tratamento. O MLC somente está disponível para feixes de fótons. É constituído por pares opostos, paralelos, de lâminas de tungstênio, que deslizam entre si com uma velocidade de 1,5 cm/s, tendo cada lâmina, um motor independente. Colimadores Colimadores assimétricos: têm como objetivo dar forma aos feixes de radiação através de processo de absorção, permitindo a passagem de fótons por abertura fixa (colimadores fixos). Numa segunda etapa absorvem também fótons secundários, e por movimentação simétrica ou assimétrica permitem definição apropriada das áreas de tratamento. Colimadores Colimadores fixos ou primários: estão situados junto à estrutura emissora de fótons (alvo) ou à janela de saída de elétrons. São exatamente os colimadores fixos que vão determinar o campo geométrico máximo disponível em determinado equipamento. Colimadores Colimadores Colimadores móveis ou secundários: se apresentam como dispositivos externos (aplicadores - cones) ou dispositivos próprios do equipamento. Nos aceleradores mais modernos, dispomos do deslocamento assimétrico, permitindo movimentação individualizada das bordas dos campos. Em muitas situações, vão substituir os blocos de colimação assim como permitir a composição de campos irregulares na forma de múltiplas lâminas de colimação. Técnica de Tratamento Definição dos Volumes de Tratamento em Radioterapia Para descrever um tratamento com radiações ionizantes, são necessários, no mínimo, 3 parâmetros: volume tratado, dose de radiação e técnica utilizada. Volumes: O processo de determinação do volume de tratamento consiste de várias etapas. Dois volumes devem ser definidos antes de se começar o planejamento. Esses volumes são: GTV (Gross tumor volume / volume tumoral). CTV (Clinical target volume / volume alvo) Durante o processo de planejamento, mais dois volumes são definidos: PTV (Planning target volume / volume de panejamento). Com os resultados do planejamento, passam a existir mais dois volumes: Volume tratado. Volume irradiado. Técnica de Tratamento Técnica de Tratamento GTV: Gross Tumor Volume (Volume Tumoral Visível ou Palpável): O GTV é o volume palpável ou visível do tumor. Esse volume corresponde à parte da doença onde existe a maior concentração de células malignas. Se o tumor foi removido cirurgicamente, o GTV não pode ser definido. CTV: Clinical Tumor Volume (Volume Tumoral Clínico): O CTV corresponde ao volume de tecido que contém um GTV visível e/ou doença maligna microscópica subclínica. A doença subclínica pode ser considerada como a disseminação presumida da doença, como por exemplo, os linfonodos regionais Técnica de Tratamento PTV - Planning Target Volume: Para assegurar que todos os tecidos inclusos no CTV recebem a dose prescrita, é necessário, em princípio, planejar irradiar um volume geometricamente maior que o CTV. O PTV é o CTV mais as margens de erros, no qual podem estar inclusos, portanto: O movimento do tecido que contem o CTV (ex.: respiração) e também o movimento do paciente; A variação no formato do tecido que contém o CTV (ex.: diferentes níveis de repleção, enchimento, da bexiga); As variações das características geométricas do feixe (tamanho do feixe, angulações, etc.). Técnica de Tratamento O PTV tem o formato geométrico parecido com o do CTV, só que maior em escala para assegurar que todos os tecidos inclusos no CTV estão recebendo a dose prescrita. Volume Tratado Idealmente a dose deveria ser liberada somente no PTV, mas devido às limitações das técnicas de tratamento isso não é alcançado e permite a definição do volume tratado. Volume Irradiado Volume irradiado é o volume de tecido que recebe uma dose considerada significativa em relação a tolerância dos tecidos normais. Esse volume depende da técnica de tratamento utilizada. Técnica de Tratamento ICRU - 62 O conceito global e a definição do PTV foram mantidos, mas foram definidas 2 margens: 1 IM - Margem Interna - A IM é definida para levar em consideração as variações do tamanho, forma e posição do CTV em relação a pontos de referência anatômica (isto é, movimentação devido ao enchimento do estômago, bexiga, movimentos devido à respiração e etc.). 2 SM - Margem de Set-up (posicionamento) - A margem de posicionamento é adicionada para levar em consideração as incertezas devidas ao posicionamento do paciente. A SM está relacionada principalmente com o posicionamento e imobilização do paciente; bem como com a estabilidade mecânica da máquina. Técnica de Tratamento ITV (internal target volume – volume interno do alvo): Essa é uma nova definição do ICRU, onde o volume é a soma do CTV com IM, isto é o CTV com as margens devido a sua variação da posição e formato. Simulador Convencional Equipamento de radiodiagnóstico, equipado ou não com radioscopia, no qual parâmetros ósseos é a base na definição de campos de tratamento. Possui características e movimentação de todas as suas estruturas em correspondência com às unidades de teleterapia. Mesa de tratamento: estrutura plana fixada em base especial que possui capacidade demovimentação súpero-inferior, látero-lateral, crânio-caudal e oblíqua, esta última segundo a rotação de sua base. Simulador Convencional Gantry: é o braço do aparelho: nele está fixados o cabeçote, na parte superior, e na parte inferior o intensificador de imagens. Possui movimentação súpero-inferior para definição da distância de tratamento Focus Axis Distance (FAD) ou Distância Foco-Eixo (DFE), que usualmente é de 80 ou 100 cm para os equipamentos mais utilizados. Cabeçote: localizado na extensão do gantry, é onde está localizada a ampola de raios- x e representa a fonte de radiação da unidade de tratamento. Nessa estrutura é fixada a bandeja ou os aplicadores de tratamento. Também abriga os colimadores de feixe. Simulador Convencional Colimadores: São estruturas que atenuam o feixe de radiação e estão antepostas a ele de forma a colimar a radiação emitida. São denominados blades nos equipamentos mais novos e permitem, através da diminuição da radiação espalhada, um otimização na qualidade da imagem radiográficaou radioscópica. Outra estrutura abrigada pelo cabeçote são os wires, fios metálicos dispostos paralelamente cuja projeção da sua sombra através do campo luminoso determina a borda do campo de radiação. Simulador Convencional Bandeja: estrutura localizada na saída do feixe, anexa ao cabeçote, que serve para suporte de proteções. Estas devem ser padronizadas por unidade de tratamento já que as distâncias podem variar. Simulador Convencional Comando: são estações de controle do equipamento. Normalmente estão dispostos em duas estruturas: A primeira é um comando central localizado em área radioprotegida. O outro comando é portátil e está atrelado à mesa de simulação, onde todos os recursos de mobilização também estão disponíveis. Simulador Convencional Laser: equipamento fundamental para qualidade; determina o isocentro de tratamento. Serve tanto como referência de posicionamento como parâmetro para o tratamento. Intensificador de imagens: localizado oposto à ampola de raios-x, tem como função captar a radiação emitida e produzir imagens correspondentes, visualizadas em monitor específico. CT- Simulador Equipamento de radiodiagnóstico utilizado para planejamento de radioterapia. Conceitualmente qualquer tomógrafo computadorizado pode ser utilizado com este fim desde que seja compatível com um software de planejamento de radioterapia. Recomenda-se, contudo que equipamentos do tipo helicoidal sejam preferencialmente utilizados, já que o tempo de aquisição de imagens é muito menor e problemas de mobilização e posicionamento são minimizados. Acessórios de Radioterapia Acessórios padronizados permitem segurança no tratamento pela garantia da imobilização, conforto para o paciente e agilidade no posicionamento pelo técnico, imprimindo qualidade à radioterapia no dia-a-dia. Muitos desses acessórios são padronizados, mas permitem configurações personalizadas para cada paciente. A seguir serão analisados alguns desses acessórios: 1 - Máscaras Termoplásticas A mobilização em radioterapia evoluiu muito após a criação das máscaras termoplásticas, viabilizando um posicionamento personalizado, rápido e seguro dos pacientes. Acessórios de Radioterapia 2 - Suportes para Cabeça e Pescoço São bases com conformações variadas que permitem mobilizar a extensão da coluna cervical de acordo com a proposta do tratamento. Acessórios de Radioterapia 3 - Breast Board É uma mesa de suporte para tratamento radioterápico da mama. Consiste em uma prancha apoiada em base anexa que permite angulação da paciente, além de ser apoio para suportes onde se repousa o braço a ser elevado de acordo com o posicionamento usual para o tratamento. Acessórios de Radioterapia 4 - Suporte para Abdome Nos casos de tratamento em decúbito ventral, os pacientes com abdômen em avental têm sua mobilização comprometida. Nesses casos, pode-se lançar mão deste acessório que consiste em uma mesa com orifício central para acomodar o abdome do paciente e assim impedir o movimento pendular. Acessórios de Radioterapia 5 - Cadeira para Tratamento O posicionamento desses pacientes é dificultoso, pois eles também não conseguem ficar sentados por muito tempo, além de ter sua cifose torácica acentuada na posição sentada. Um recurso para solucionar este problema é a utilização desse acessório que consiste em uma cadeira com o encosto vazado, suporte para cabeça e braços, capaz de sustentar esse tipo de paciente. Acessórios de Radioterapia 6 - Protetores Testiculares Naqueles casos em que a irradiação dos testículos não é indicada e que a proteção dos mesmos não implica em comprometimento da técnica proposta de tratamento de estruturas adjacentes, pode-se lançar mão deste acessório. Os protetores testiculares são um invólucro de chumbo que envolve e protegem essa estrutura anatômica. Acessórios de Radioterapia 7 - Travesseiro para Decúbito Ventral O travesseiro para decúbito ventral é um suporte com a base vazada onde o paciente acomoda sua face, além de ter inclinada sua porção inferior para acomodar o contorno do tórax. Acessórios de Radioterapia 8 - Protetores Oculares Esses acessórios são lentes de chumbo revestidas de cerâmica, que são posicionadas sobre a córnea do paciente para proteção do cristalino e diminuição dos riscos de catarata. Acessórios de Radioterapia 9 - Retrator de Ombros Acessório para estabelecer o posicionamento em pacientes de cabeça e pescoço onde a abordagem com campos látero-laterais sobre região cervical é otimizada com a retirada dos ombros do campo de tratamento. Acessórios de Radioterapia 10 - Bolus Padronizado Esse acessório consiste em um jogo de placas de polímero, com densidade semelhante à do corpo humano, com diferentes espessuras, ideal para o uso em superfícies planas. Acessórios de Radioterapia 11 - Suporte para Tratamento com Braços Elevados O tratamento da região do tórax e do abdome superior quando necessita de campos laterais ou oblíquos implica na necessidade de elevação dos membros superiores. Essa posição é muito incômoda e compromete a imobilização, pois o paciente fica sem apoio. Esse acessório é um suporte para que o paciente segure e se mantenha na posição de forma mais confortável. Acessórios de Radioterapia 12 - Suporte Pélvico O suporte pélvico tem a mesma proposta das máscaras termoplásticas e é feito de material semelhante, só que mais rígido. Esse acessório tem indicação nos tratamento pélvicos de maneira geral, mas especialmente nos de próstata. Acessórios de Radioterapia 13 - Alfa Cradle Consiste em um recipiente cheio de partículas de polímero sintético que assume os contornos do paciente ao ser retirado o ar de seu interior. Acessórios de Radioterapia 14 - Suporte para Joelho Auxilia na imobilização da pelve. São estruturas de espuma encapadas que, posicionadas sob os joelhos, mantêm a posição da pelve, e garantem o posicionamento planejado. Acessórios de Radioterapia 15 - Posicionamento para Crânio e Neuro-eixo O posicionamento de pacientes para tratamento radioterápico de crânio e neuro-eixo deve ser personalizado. Pode-se utilizar a combinação de alfa cradle, com esse suporte padronizado para o posicionamento em questão. Consiste em uma base para apoio do queixo e da testa, anexada a um suporte para fixação da máscara termoplástica. Acessórios de Radioterapia Oficina em Radioterapia Imobilizadores: No momento, as máscaras termoplásticas são as mais usadas, tanto no Brasil, como em todo o mundo. Junto com a máscara, o paciente utiliza um suporte sob a cabeça. É importante observar que esse suporte seja sempre os mesmo todos os dias. Oficina em Radioterapia Para a confecção da máscara termoplástica devemos deixá- la na água a cerca de 70 ºC até que fique mole em toda a sua extensão. Em seguida, ela deve ser retirada da água e agitada para retirar a água retida nos furos do termoplástico. Quando o termoplástico já está livre desse excesso de água, pode ser imediatamente colocado no paciente e moldado com as mãos até que endureça. Esse processo demora de 2 a 3 minutos. Oficina em Radioterapia Blocos: Mesmo com o advento dos colimadores multifolhas, ainda recorremos muito aos blocos individuais para colimação de campos, produzindo campos irregulares de formatos variados. Chumbo Cerrobend Oficina em Radioterapia Cadinho Cortador de isopor Braquiterapia Também conhecida por radioterapia interna, radioterapia de fonte selada, curieterapia ou endocurieterapia, é uma forma de radioterapia em que se coloca uma fonte de radiação dentro de, ou junto à área que necessita de tratamento. A braquiterapiaé utilizada normalmente como tratamento eficaz contra o cancro (câncer) do colo do útero, da próstata da mama e da pele, podendo também ser utilizada no tratamento de tumores em diversas outras áreas do corpo. Braqui = Próximo Terapia = Tratamento Braquiterapia O termo braquiterapia foi primeiramente sugerido por Forsell, em 1931, para irradiação a curta distância. A braquiterapia constitui uma forma de tratamento que utiliza fontes radioativas, em contato direto com o tumor, sendo indicada em cerca de 10% dos pacientes que se submetem à radioterapia. Sendo indicada rotineiramente no tratamento das neoplasias do colo e do corpo uterino, da cabeça e pescoço, da região perineal e dos tecidos moles. Braquiterapia Tratamento em que consiste na colocação de fonte radioativa junto ao tumor, objetivando elevar esta dose no volume tumoral e minimizando a dose nos tecidos vizinhos sadios. Desvantagens Alta dose ao tumor (pequeno volume) X baixa dose aos tecidos circunjacentes; Curta duração do tratamento. Não uniformidade da dose desde que a radiação é muito mais intensa perto da fonte, embora usando muitas fontes ajuda fazer a dose mais uniforme; Radioproteção necessária aos profissionais envolvidos. Braquiterapia Vantagens X Tratamentos da Braquiterapia As fontes radioativas podem ser introduzidas em uma cavidade corporal (intracavitária), dispostas sobre uma superfície tumoral (intraluminal) ou implantadas na intimidade do tumor (intersticial). Os implantes podem ser temporários ou permanentes. Braquiterapia Tratamentos da Braquiterapia Na braquiterapia, o tratamento é dividido em: • Alta taxa de dose • Baixa taxa de dose Na braquiterapia com alta dose, o material radioativo permanece por poucos minutos no interior do organismo, tempo suficiente para liberação da dose ideal de radiação (já pré-calculada). Quando se utiliza baixa taxa de dose, a fonte de radiação deve ser mantida no interior do corpo do paciente durante um período mais prolongado, geralmente por implante permanente. Braquiterapia Pelo tipo de carregamento do material radioativo:1. Manual pura: o material é colocado diretamente no tecido alvo. 2. Pré-loading: os aplicadores que conterão as fontes radioativas, serão carregados manualmente e momentos antes da inserção no paciente. 3. Afterloading (pós-garga) manual: cateteres ou aplicadores são colocados, e então o material é inserido nesses guias, manualmente 4. Remote afterloading (pós-carga por controle remoto): cateteres são colocados e então o material é inserido Braquiterapia Tratamento em Braquiterapia Braquiterapia oftálmica (retinoblastoma) – É colocada uma placa de metal semelhante a uma lente de contato com implantes de sementes radioativas (rutênio ou iodo) na parede do globo ocular junto ao tumor, evitando expor os tecidos do olho e da face à radiação, preservando a função visual, se possível, e também a estética local. Braquiterapia Tratamentos em Braquiterapia Braquiterapia intracavitária (tumores ginecológicos) – O radioisótopo é introduzido através de um aplicador no interior do útero. Braquiterapia intersticial permanente – Indicada no tratamento dos tumores de próstata. As sementes radioativas são implantadas no interior da próstata através d e agulhas introduzidas pelo períneo, direcionadas por USG ou radioscopia. Braquiterapia endoluminal – Indicada nos casos em que o tumor obstrui ou se projeta para o interior de órgãos como brônquios, esôfago e vias biliares. As sementes radioativas são introduzidas através de um cateter colocado por endoscopia. Braquiterapia Tratamentos em Braquiterapia Braquiterapia intersticial temporária – Indicada no tratamento de tumores de cabeça e pescoço e de membros superiores e inferiores; o material é introduzido na área tratada por meio de tubos plásticos (cateteres) fixados durante a cirurgia. Braquiterapia por molde de superfície – Indicada no tratamento de tumores superficiais, mais comuns da pele ou mucosa, É utilizada uma placa com implantes de sementes radioativas Braquiterapia Radioisótopos Utilizados na Braquiterapia Atualmente os radioisótopos mais utilizados são: o Césio- 137, o Irídio-192 e o Cobalto-60, para uso temporário, o Ouro-198 e o Iodo-125, para uso permanente. Este material é manufaturado sob a forma de tubos, agulhas, fios (cateteres) ou sementes. Braquiterapia Fontes para Braquiterapia O material radioativo é lacrado numa cápsula com invólucro metálico, normalmente titânio, e em geral, possui um marcador radiopaco em seu interior. Todas as fontes são lacradas, com exceção do Irídio-192, que é fabricado em forma de fios, cortado na medida necessária à aplicação. Braquiterapia Radionuclídeo Energia dos fótons (MeV) Meia-vida Média Máx. Cobalto-60 (60Co) 1,25 1,33 5,27 anos Césio-137 (137Cs) 0,662 0,662 30,0 anos Irídio-192 (192Ir) 0,37 0,61 74 dias Iodo-125 (125I) 0,028 0,035 60 dias Paládio-103 (103Pd) 0,021 0,023 17,0 dias Ouro -198 (198Au) 0,42 0,68 2,7 dias Radium -226 (226Ra) ~1 2,4 1600 anos Radionuclídeos utilizados na Braquiterapia Braquiterapia Rádio-226 Primeira fonte utilizada e muita experiência foi adquirida em seu uso. Esse radioisótopo está em desuso, tendo em vista que libera gás radônio, extremamente nocivo à saúde. Possui algumas desvantagens principalmente no que se refere à radiação de seus subprodutos. O rádio decai em radônio-222, um gás emissor de particular alfa com curta meia-vida, que decai em outros emissores de partículas alfa. Braquiterapia Césio-137 Atualmente, é a fonte mais utilizada. Emite tanto partículas beta quanto raios gama de 662 keV. Comercialmente, é apresentada da forma de tubos para aplicadores ginecológicos, e sementes para implantes. A vantagem do césio é a sua longa meia-vida, indicando que a fonte pode ser utilizada por muitos anos. Em geral, a indústria recomenda uma vida útil para as sementes, o que no caso do césio é de 10 anos. Braquiterapia Irídio-192 É normalmente utilizado em forma de fio, unindo flexibilidade e força, sendo classificado como fonte lacrada. A vantagem do fio é o fato de poder ser cortado do tamanho necessário para ser ajustado ao tumor. Uma forma alternativa do irídio-192 são as sementes colocadas em fitas de nylon. Essas fitas possuem geralmente 12 sementes com espaçamento do 1 cm entre si. Braquiterapia Irídio-192 Cada semente é encapsulada em aço inoxidável, fazendo da fita uma fonte selada, que pode ser cortada no espaço entre as sementes, para adequar-se ao tamanho necessário. O irídio-192 é usado em implantes mamários (na forma de fios), implantes de língua (na forma de pinos), e em vários tratamentos HDR intracavitários e intersticiais. Braquiterapia Cobalto-60 Fontes de cobalto são as menos utilizadas. Era utilizado no formato de fio, porém parou de ser usado dessa forma, pois quebrava facilmente. É utilizado em aplicadores oftalmológicos, com agulhas ou tubos, e em tratamentos HDR ginecológicos, na forma de grânulos. Braquiterapia Ouro-198 Utilizado em implantes permanentes por causa da sua curta meia-vida. O ouro é utilizado normalmente na forma de grãos cilíndricos ou sementes, com 0,8 mm de diâmetro e 2,5 mm de comprimento. Além de implantes permanentes, como os de próstata, ele também pode ser utilizado em pequenas áreas, como a língua, onde implantes com agulha podem ser bastante desconfortáveis. Braquiterapia Iodo-125 A baixa energia dos fótons do iodo-125 assegurada pela superfície das sementes, permite que o paciente se mova durante otratamento, podendo ter uma vida normal fora do hospital. Braquiterapia Paládio-103 O encapsulamento do paládio-103 é similar ao de iodo-125, e as fontes podem ser usadas em implantes permanentes para tratar tumores de rápido crescimento na próstata. Braquiterapia Procedimentos em Braquiterapia Braquiterapia Planejamento Inicial É efetuado um exame clínico abrangente para compreender as características do tumor e analisar a respectiva relação com os tecidos e órgãos circundantes, através de: Radiografia; Ecografia; Tomografia axial computorizada (TAC); Ressonância magnética (RM). Criar uma visualização em 3D do tumor e dos tecidos circundantes. Braquiterapia Planejamento Inicial Desenvolver um plano da melhor distribuição possível das fontes de radiação: Para saber como os portadores da fonte (aplicadores), utilizados para fornecer a radiação ao local de tratamento, devem ser colocados e posicionados, que normalmente são agulhas ou cateteres de plástico. O tipo específico de aplicador utilizado irá depender do tipo de cancro a tratar e das características do tumor a atingir. Este planejamento inicial ajuda a assegurar que durante o tratamento se evitam os ‘pontos frios’ e os ‘pontos quentes’, pois podem resultar respectivamente na falha do tratamento ou em efeitos secundários. Braquiterapia Criação de um Doente Virtual • As imagens do doente com os aplicadores in situ são importadas para um software de planejamento do tratamento e o doente é encaminhado para o tratamento numa sala resguardada específica. • O software de planejamento do tratamento permite a tradução de múltiplas imagens 2D do local de tratamento num ‘doente virtual’ em 3D, dentro do qual é possível definir a posição dos aplicadores. • As relações espaciais entre os aplicadores, o local de tratamento e os tecidos saudáveis circundantes dentro deste ‘doente virtual’. Braquiterapia Fornecimento do Tratamento Após os aplicadores estarem corretamente posicionados no doente, são ligados a uma máquina ‘afterloader’. O plano de tratamento é enviado ao afterloader, que controla então o fornecimento das fontes ao longo dos tubos orientadores para as posições pré-especificadas dentro do aplicador. Após conclusão do fornecimento das fontes radioativas, os aplicadores são cuidadosamente retirados do corpo. Braquiterapia Controle de Qualidade em Braquiterapia (CQ) Garante a consistência entre a dose clínica prescrita e a dose administrada ao paciente, levando em consideração o volume de interesse. O CQ permite a detecção e correção oportuna de erros que inviabilizariam um tratamento. Devem ser realizados testes diariamente pela manhã e a cada troca da fonte radioativa (em média a cada três meses) quando a fonte for o Ir 192. Braquiterapia Controle de Qualidade em Braquiterapia (CQ) Um programa de Garantia de Qualidade(GQ) na braquiterapia por HDR consiste de verificações realizadas periodicamente. Para tal, é necessária a monitoração sistemática de medidas e de procedimentos, visando à qualidade e cuidados apropriados aos pacientes. O CQ aplicado ao equipamento de HDR é composto por vários tipos de testes, que devem ser realizados periodicamente em todo o equipamento, avaliando seus desempenhos Braquiterapia Controle de Qualidade em Braquiterapia (CQ) Para se implementar um programa adequado de GQ, os recursos financeiros e uma administração eficiente são imprescindíveis para se ter os equipamentos e materiais necessários, além de um grupo adequadamente capacitado. É necessário que todos os serviços de braquiterapia implementem os tipos de testes de CQ básicos e indispensáveis para seu equipamento, garantindo, desse modo, um tratamento adequado a seus pacientes e segurança ao pessoal técnico envolvido. Braquiterapia Radioproteção em Braquiterapia Existem três fatores a serem considerados na radioproteção: • Tempo • Distância • Blindagem Braquiterapia Radioproteção em Braquiterapia Tempo: O pós carregamento reduz a dose do pessoal envolvido. O planejamento do tratamento e do manuseio das fontes radioativas é essencial para minimizar o tempo de exposição e otimizar o processo. A enfermagem e os visitantes devem ser informados do tempo que podem ficar perto do paciente. Braquiterapia Radioproteção em Braquiterapia Distância: As fontes não devem nunca ser preparadas com as mãos, mas sim seguras com pinças longas ou instrumentos semelhantes. Ficar o mais longe possível e realizar as tarefas rapidamente. Não olhar diretamente para as fontes, mas sim através de espelhos e manusear atrás de blindagens. Braquiterapia Radioproteção em Braquiterapia Blindagem: As fontes devem ficar sempre atrás da blindagem, seja de tijolos de chumbo ou dentro de recipientes de transporte; as únicas exceções, são no momento da introdução e quando estiverem dentro do paciente. Para a segurança dos pacientes e do público em geral, a taxa de dose fora do quarto do paciente de braquiterapia deve estar em níveis aceitáveis nas áreas onde o público tem acesso. A fim de se alcançar estes níveis, será necessário, na maioria das vezes, a blindagem das paredes do quarto de tratamento ou deixar os quartos adjacentes vazios (ou somente com outros pacientes de braquiterapia). Braquiterapia