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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL BRUNA DOS SANTOS JENISCH RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO II Canoas 2017 BRUNA DOS SANTOS JENISCH RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO II Relatório Final exigido para conclusão da disciplina de Estágio II, do Curso de Serviço Social, da Universidade Luterana Do Brasil Orientada por Claudia Deitos Giongo Supervisionada por Márcia Aparecida Fraga Bernardes Canoas 2017 SIGLAS CT – Conselho Tutelar COMDEDICA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social CRAS - Centro de Referência em Assistência Social CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente JIJ – Juizado da Infância e da Juventude LA - Liberdade Assistida LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social MDSA – Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário MP – Ministério Público MSE – Medidas Socioeducativas NOB-RH/SUAS – Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social PEM – Processo de Execução de Medida Socioeducativa PIA - Plano Individual de Atendimento PFMC - Piso Fixo de Média Complexidade PNAS – Política Nacional de Assistência Social PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos PBF – Programa Bolsa Família PCDIF – Serviço de Proteção Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PSC - Prestação de Serviços à Comunidade RH – Recursos Humanos SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos SACIS – Secretaria de Assistência Cidadania e Inclusão Social SEAS – Serviço Especializado em Abordagem Social SEDES – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo SUAS – Sistema Único de Assistência Social 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 2. FASE DE IMPLANTAÇÃO .......................................................................... 7 2.1 - PROJETO DE INTERVENÇÃO: “CRIANDO NÓS E FORTALECENDO RELAÇÕES” ..................................................................... 7 2.2 -PROCESSO DE CONSTRUÇÃO PARA A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL............................................................................................ 15 2.3 - PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NO PROJETO DE INTERVENÇÃO ...................................................................................... 17 2.4 - TEMATIZAÇÃO DO OBJETO INSTITUCIONAL E PROFISSIONAL E SUAS RELAÇÕES COM A QUESTÃO SOCIAL .......................................... 18 3. FASE DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................... 20 3.1 - CRIANDO NÓS E FORTALECENDO RELAÇÕES........................... 20 3.2 - COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA INTERVENÇÃO SOCIAL 44 3.3 - ESTUDO SOCIAL ............................................................................. 53 4. AVALIAÇÃO ............................................................................................. 57 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 59 6. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 60 ANEXO 1.......................................................................................................... 62 ANEXO 2.......................................................................................................... 66 ANEXO 3.......................................................................................................... 68 ANEXO 4.......................................................................................................... 70 6 1. INTRODUÇÃO O relatório tem como objetivo central trazer as experiências vividas no campo de Estágio em Serviço Social II, que atualmente estou inserida que é o Centro de Referência Especializado em Assistência Social, no Município de São Leopoldo, com foco central no serviço de Medidas Socioeducativas. O CREAS é um espaço institucional de média complexidade que visa à proteção social de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violações de direitos. Neste espaço são ofertados 4 serviços, sendo eles: PAEFI, SEAS, MSE e PCDIF. O serviço de Medidas Socioeducativas no qual estou inserida, atende adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, podendo ser liberdade assistida ou prestação de serviço à comunidade. No segundo semestre do ano de 2017 foi executado o projeto de intervenção “Criando Nós e Fortalecendo Relações”, o qual foi elaborado a partir de uma demanda que surgiu da análise institucional desenvolvida no semestre anterior, durante o estágio curricular em serviço social I. O projeto tem o objetivo de fortalecimento da relação entre o CREAS e os locais parceiro, com o intuito de qualificar esses locais que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade, buscando a reinserção destes adolescentes na comunidade. Esse relatório está dividido em quatro partes, sendo a fase de implantação do projeto de intervenção, a fase de implementação, que abordará as competências para a intervenção do assistente social, o desenvolvimento do projeto e um estudo social. Posterior irá adentrar na avaliação da execução do projeto e as considerações finais. 7 2. FASE DE IMPLANTAÇÃO A implantação do projeto se deu em agosto com a apresentação para a equipe do CREAS, as atividades foram sendo desenvolvidas conforme o cronograma proposto no projeto. O projeto apresenta a demanda emergente identificada a partir da análise institucional no decorrer do estágio I, sendo este o objeto de intervenção do projeto desenvolvido, as fragilidades nas relações. 2.1 - PROJETO DE INTERVENÇÃO: “CRIANDO NÓS E FORTALECENDO RELAÇÕES” 2.1.1 NOME DA INSTITUIÇÃO: Centro de Referência de Assistência Social - CREAS 2.1.2 NOME DO PROPONENTE: Bruna dos Santos Jenisch 2.1.3 DURAÇÃO: Quatro meses 2.1.4 JUSTIFICATIVA O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, promulgado em 1990, pode ser considerado um marco na mudança de perspectiva em relação ao adolescente autor de ato infracional, ampliando o compromisso e a responsabilidade do Estado e da sociedade civil na garantia dos seus direitos. Antes do ECA, as ações direcionadas aos adolescentes estavam pautadas na perspectiva de correção, enquanto a partir do ECA a orientação se direciona para a garantia de direitos, compreendida a partir da Constituição Federal de 1988 como é descrita no artigo 227 que estabelece: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (BRASIL, 1988) De acordo com o ECAno artigo 103 (BRASIL, 1990) o ato infracional, é “a conduta descrita como crime ou contravenção penal”, sendo assegurado para o adolescente o tratamento especial e adequado para uma pessoa em desenvolvimento. A partir da comprovação do ato infracional, são aplicadas ao 8 adolescente medidas socioeducativas conforme prevê o ECA, sendo elas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A regulamentação da execução dessas medidas foi realizada pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE. O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, conforme a lei 12.594 de 2012 enfatiza o esforço para garantir os direitos individuais e sociais do jovem, assim como um caráter educativo na medida socioeducativa e um acompanhamento integral. Os adolescentes que cometem o ato infracional também tiveram seus direitos violados, por conta da fragilidade de um sistema ao qual estão submetidos. Conforme o SINASE: “A realidade dos adolescentes em conflito com a lei, também têm sido submetidos à situação de vulnerabilidade social, o que demanda o desenvolvimento de política de atendimento integrada com as diferentes políticas e sistemas dentro de uma rede integrada de atendimento, e, sobretudo, dar efetividade ao Sistema de Garantia de Direitos” (SINASE, p.18). No Município de São Leopoldo o serviço de Proteção Social destinado ao acompanhamento dos adolescentes que cometeram ato infracional e que deveram cumprir as medidas socioeducativas é a Proteção Social Especial de Média Complexidade que se destina ao acompanhamento de famílias e indivíduos que ainda possuam vínculos familiares e comunitários, embora estejam fragilizados. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – atua neste nível, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio especializados e continuados de assistência social a indivíduos e famílias com seus direitos violados, mas sem rompimento de vínculos. Nesse sentido, o Serviço De Proteção Social aos Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade têm por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens, entre 12 e 18 anos, excepcionalmente 21 anos de idade, em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente. Devendo proporcionar aos adolescentes e jovens a oportunidade de acesso a seus direitos, à rede social e assistencial do município. Por esses motivos, essas medidas devem ser aplicadas visando à garantia que o adolescente seja 9 responsabilizado pelos atos por ele praticados, mas que também lhe sejam oferecidas oportunidades de desenvolvimento pessoal e social, visto que, como já foi colocado, trata- se de pessoa em desenvolvimento. Na medida de prestação de serviço à comunidade, a qual esse projeto será direcionado, não pode ultrapassar oito horas semanais e o período superior aos seis meses e não poderá prejudicar a frequência escolar e tampouco a jornada normal de trabalho. Jamais deve ser confundida com pena de trabalhos forçados e/ou imbuída de caráter punitivo. Pelo contrário, os serviços devem ser de relevância comunitária, buscando, através da ação pedagógica, descobrir novas potencialidades. O problema central identificado após a construção da análise institucional do espaço na qual estou inserida no estágio em serviço social I, o CREAS, especificamente no serviço de Medidas Socioeducativas em Meio aberto, pude observar a falta de comunicação entre o serviço de medidas socioeducativas e o local a qual o adolescente é encaminhado para o cumprimento da prestação de serviço à comunidade. Conforme o último levantamento de dados feito no início do mês de junho de 2017 na planilha de acompanhamento do serviço de medidas socioeducativas em meio aberto, existem 55 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade, tendo como parceiros 12 instituições com aproximadamente 40 vagas, sendo que dessas somente três vagas para cumprimento da medida aos finais de semana, tendo assim, uma lista de espera para cumprimento de medidas socioeducativa aos finais de semana em decorrência de que os adolescentes por vezes já estão inseridos no mercado de trabalho formal e informal. Ocorre uma fragilidade na troca de informações entre os parceiros e o CREAS, por vezes uma confusão no processo de trabalho de cada serviço, levando ao cumprimento sistemático da medida socioeducativa, sem o cunho educativo de fato. Após o atendimento no CREAS e a construção do Plano de Atendimento Individual, o adolescente é encaminhado ao parceiro onde prestará o serviço à comunidade, levando consigo o documento que descreve o tempo que deverá ser cumprido e a pessoa referência a qual o adolescente deverá se 10 apresentar no local, junto a planilha a qual se denomina registro de frequência, para acompanhamento de horários, todos esses documentos ficam no local de prestação de serviço, sendo devolvido ao CREAS, pelo adolescente, somente após a conclusão do tempo da medida socioeducativa. A falta de troca de informações entre os parceiros e o CREAS no decorrer do processo de cumprimento da medida socioeducativa, faz com que os serviços fiquem fragilizados e agindo de forma separada, quando se deveria ter uma parceria de fato consumada, tendo acompanhamento conjunto do adolescente, na perspectiva de que o adolescente está em seu pleno desenvolvimento, e esse processo deve ser acompanhado de perto, tanto pelos técnicos do CREAS, como pela instituição que o está recebendo, concomitantemente com a respectiva família do adolescente. Os locais parceiros onde os adolescentes cumprem a medida precisam servir-se do processo pedagógico, possibilitando o convívio do adolescente na comunidade. O CREAS é responsável pela orientação de quais serviços o adolescente deve prestar, com a perspectiva de que o espaço possa receber, mas também contribuir para o desenvolvimento do mesmo, conforme preconiza o SINASE. Diferente do que ocorre no Município de São Leopoldo, os adolescentes são atendidos e encaminhados aos parceiros e os mesmos decidem o que o adolescente irá fazer no espaço institucional, o CREAS ao firmar parceria com os locais, deveria pré-estabelecer um fluxo de trocas de informações. O projeto a ser desenvolvido no CREAS será de fortalecer a relação com os locais parceiros, bem como a construção de estratégias para o efetivo cumprimento das medidas socioeducativa de prestação de serviço à comunidade executadas pelos adolescentes nas instituições parceiras, tendo assim, os serviços fortalecidos e a maior possibilidade de desencadear com os adolescentes vínculos solidários, criando segurança, fortalecendo-os e encorajando-os para enfrentar as adversidades da vida. Em Campina Grande, no Estado da Paraíba foi realizado um projeto de intervenção de estágio supervisionada por uma acadêmica do curso de Serviço Social, que teve por objetivo principal o desenvolvimento de trabalho educativo 11 junto aos profissionais das instituições acolhedoras de adolescentes que cumprem ou já cumpriram a Medida Socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade, despertando o interesse e a participação destes profissionais no processo de ressocialização de tais adolescentes. A metodologia desenvolvida foi de processo informativo com palestras e oficinas e o resultado observado foi de que a dificuldade na eficácia da execução da Medida Socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade, se dá pelopreconceito e a falta de conhecimento da legislação pela sociedade e pelos profissionais das instituições acolhedoras, identificando a necessidade da participação e a interação com os socioeducandos no processo de ressocialização dos mesmos. Com essa construção posso evidenciar a importância do projeto de intervenção a ser desenvolvido no espaço do CREAS, podendo ser utilizado continuamente pela equipe técnica do serviço de medidas socioeducativas. 2.1.5 OBJETIVOS 2.5.1 GERAL Fortalecer as relações entre o Centro de Referência Especializado de Assistência Social, serviço de Medidas Socioeducativas, e os parceiros na execução das Prestações de Serviço à Comunidade, para qualificar o processo de reinserção do adolescente na comunidade. 2.5.1 ESPECÍFICOS 1 – Reconhecer as fragilidades e as potencialidades das instituições parceiras quanto a Prestação de Serviço do adolescente, para buscar estratégias de enfrentamento das dificuldades encontradas; 2 – Viabilizar que os adolescentes tenham um local qualificado para o cumprimento da medida socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade, que atendam as prerrogativas previstas no SINASE; 3 – Construir um fluxo de monitoramento e avaliação permanente de forma a envolver as instituições e o CREAS; 12 2.1.6 METODOLOGIA O desenvolvimento e a execução do projeto serão através de três grandes momentos voltados as instituições parceiras. A primeira ação a ser desenvolvida será de apresentação do projeto de intervenção para a equipe do CREAS, como forma de sensibilização e conhecimento do trabalho a ser desenvolvido no decorrer dos quatro meses. O primeiro grande momento do projeto de intervenção será executado através de três ações, sendo a primeira ação o mapeamento e análise documental. Será construída uma planilha de excel, onde serão colocados os dados institucionais dos parceiros, sendo eles: nome, telefone, e-mail, endereço, número de vagas, tipo de instituição (secretaria, SCFV...), se é pública ou privada, se possuem avaliação com o adolescente, responsável pelo adolescente na instituição, dentre outros dados. A segunda ação será a elaboração e a aplicação de um questionário online, que será enviado via e-mail, constituído de perguntas qualitativas relacionadas à prestação de serviço do adolescente, buscando conhecer a instituição, suas dificuldades e potencialidades quanto à orientação do adolescente na prestação de serviço. Questionário qualitativo é uma forma de instrumento técnico-operativo utilizado para colher informações de um determinado assunto ou local. (MARTINELLI, 1994) A terceira ação que contemplará o primeiro objetivo específico será de compilação dos dados obtidos através do questionário que tem como objetivo encontrar estratégias de qualificar a instituição no atendimento do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Em posse da sistematização dos dados seguiremos para a segunda grande etapa da execução do projeto, quando serão feitas duas ações que auxiliaram na qualificação das instituições. A primeira ação será a elaboração de uma oficina itinerante, que ocorrerá nas regiões das instituições parceiras, com temas relacionados às dúvidas trazidas nas respostas do questionário e a importância do acompanhamento e da avaliação do adolescente no seu processo de cumprimento da medida socioeducativa por parte do CREAS e da 13 instituição parceira. Utilizarei nas oficinas uma técnica de apresentação, recursos visuais para a apresentação das respostas dos questionários e uma folha de presença, que será utilizada como instrumento de comprovação da execução da atividade. Ao final da oficina será proposto a assinatura do termo de compromisso entre CREAS e as instituições parceiras e o preenchimento de uma avaliação referente a execução da oficina. Oficina é um instrumento utilizado para promover e realizar encontros, com objetivos em curto prazo a serem atingidos por um conjunto de pessoas. (Caderno de Orientações: SPAIF/SCFV, 2016). A segunda ação será a elaboração de um folder informativo com os resultados obtidos nas oficinas: informações sobre o CREAS, sobre o serviço de medidas socioeducativas. Posteriormente serão entregues às instituições parceiras, podendo ser usado como material informativo para as novas parcerias a serem firmadas. Este folder será elaborado em conjunto com os adolescentes, os mesmos serão convidados a participar desta criação através de convite via contato telefônico, serão adolescentes em cumprimento de MSE de PSC, que possuem medidas com maior número de horas a cumprir. Serão três encontros com periodicidade semanal, sendo o primeiro um diálogo sobre as medidas socioeducativas, o segundo sobre as instituições e os resultados das oficinas e o terceiro e último encontro a construção de fato do folder informativo e a entrega de uma avaliação aos adolescentes sobre os encontros. O último grande momento será distribuído em duas ações, sendo a primeira o aprimoramento dos instrumentos utilizados no encaminhamento do adolescente ao cumprimento da medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Os instrumentos já existentes no serviço serão aprimorados de forma a possuir maiores informações do tipo de atividade que o adolescente irá executar na instituição a qual será destinado. A segunda ação consistirá na elaboração de um instrumento digital de monitoramento mensal dos serviços executados e da frequência do adolescente no espaço institucional. Esse instrumento será enviado no último dia útil do mês por e-mail para a responsável do adolescente na instituição parceira, 14 possibilitando assim o contato e a dinâmica de troca de informação com os locais. 2.1.7 RECURSOS Os recursos a serem utilizados na execução das ações no decorrer do projeto de intervenção serão expostos a seguir por meio de planilha, contendo as quantidades de recursos materiais e humanos e a forma como irei adquirir os mesmos. QUANT. 100 1 1 1 50 QUANT. 1 1 Notebook Impressão RECURSOS HUMANOS Assistente Social (Supervisora) Estagiária Serviço Social - Prefeitura OBS. Prefeitura - RECURSOS MATERIAIS OBS. Folha A4 Carro Datashow - Prefeitura Prefeitura 2.1.8 CRONOGRAMA ago/17 set/17 out/17 nov/17 X X X X X X X X X X X XAVALIAÇÃO Elaboração Folder Informativo Aprimoramento dos instrumentos de encaminhamento do adolescente para PSC Elaboração do Instrumento Digital de Monitoramento CRONOGRAMA ATIVIDADES Mapeamento e Análise Documental Elaboração e Aplicação do Questionário Online Compilação dos Dados Oficina Itinerante Apresentação do projeto para a Equipe do CREAS 15 2.1.9 METAS O público a ser atingido com a execução do projeto será de 12 instituições parceiras ao cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade, buscando a qualificação destes locais para a inserção dos adolescentes na prestação de serviço à comunidade. Os resultados esperados são de retorno dos questionários no prazo estipulado de duas semanas de pelo menos 6 das 12 instituições, a participação nas oficinas e o comprometimento das mesmas com a execução das medidas socioeducativas de prestação de serviço à comunidade. 2.1.10 AVALIAÇÃO Como instrumental de avaliação utilizarei a avaliação final do estágio que é respondida pelo supervisor de campo, que estará atuando junto na execução do projeto de intervenção e nas ações a serem desenvolvidas,principalmente nas atividades que ocorreram com os parceiros utilizarei uma folha de presença, uma avaliação respondida pelas instituições nas oficinas e uma avaliação respondida pelos adolescentes no último encontro, fotos e relatório da atividade para comprovar a execução da mesma. 2.2 -PROCESSO DE CONSTRUÇÃO PARA A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL A partir da vivência e da análise institucional desenvolvida no CREAS durante o estágio em serviço social I, pude identificar a demanda emergente que é a fragilidade nas relações, entre o CREAS, serviço de medidas socioeducativas, e as instituições parceiras que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Diante do objeto identificado, foi pensado e idealizado o projeto de intervenção “Criando Nós e Fortalecendo Relações” que possibilitará aproximação e vinculação do serviço de medidas socioeducativas as instituições parceiras. Deste modo, e tendo como eixos norteadores a percepção obtida no decorrer do estágio, foi planejado um conjunto de ações que possibilitaram o 16 fortalecimento e a qualificação dos locais que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade, bem como ao serviço de MSE. A carência de ações no trabalho com a instituições parceiras era uma demanda gritante dentro do serviço, porém as técnicas de referência não tinham “pernas” para chegar até essa demanda devido ao grande número de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, tornando o serviço, por vezes, mecanizado. O serviço acompanha somente os adolescentes em cumprimento de MSE de liberdade assistida, atendimento este que ocorre quinzenalmente, porém os adolescentes em cumprimento de prestação de serviço à comunidade têm seus atendimentos voltados a meros encaminhamentos, devido a sua medida socioeducativa ser executada em outro local, por vezes, ocorre o acompanhamento direto com estes adolescentes, dependendo da demanda que lhe é trazida durante a construção do PIA ou via ordenamento do Juiz. Se constatou durante a análise institucional, uma necessidade de intervenção junto as instituições parceiras, pelo grande número de evasões dos locais por parte dos adolescentes. O serviço de MSE não tinha um controle de frequência dos adolescentes nos locais, acabavam por abandonar o cumprimento da MSE e o serviço ter essa informação semanas depois. O tipo de atividade que os adolescentes desenvolviam no local era desconhecido pelo serviço, tínhamos essa informação quando os adolescentes retornavam ao CREAS para encerrar a sua MSE e relatavam a experiência que tiveram no local. Era evidente que alguns dos locais não tinham conhecimento da Sistema de Atendimento Socioeducativo que preconiza o trabalho com viés pedagógico a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, independente de ser em meio fechado ou aberto. Além de modificar o fluxo entre o serviço de MSE e as instituições parcerias, tive a possibilidade de trabalhar com as instituições o processo de qualificação dos orientadores quanto as políticas de atenção a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Deve-se ressaltar o apoio da equipe técnica na construção e no desenvolvimento do projeto, enriquecendo o trabalho através da 17 interdisciplinaridade (considerando que os técnicos sociais do serviço têm formação em psicologia e Serviço Social) e possibilitando um novo olhar para o serviço de MSE e as instituições parceiras que compõem a equipe. 2.3 - PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NO PROJETO DE INTERVENÇÃO O processo de trabalho do Serviço Social no projeto de intervenção se deu primeiramente no reconhecimento do objeto de intervenção a ser transformado, sendo este caracterizado pela fragilização das relações entre o serviço de MSE e as instituições parceiras que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. A partir da identificação do objeto foi construído o projeto “Criando Nós e Fortalecendo Relações” e os meios utilizados para o desenvolvimento do projeto contemplam as competências teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa da profissão. Os meios para a realização do projeto foram constituídos a partir do materialismo histórico-dialético, onde este, no Serviço Social pode caracterizado através da relação entre a tese, antítese e síntese. Relacionando este método com o projeto de intervenção, a tese corresponde ao objeto de intervenção, sendo este, a fragilização das relações, identificado através da análise institucional. A antítese são os meios utilizados para chegarmos a síntese, sendo esta o fortalecimento das relações entre MSE e as instituições parceiras. A metodologia utilizada no processo de desenvolvimento do projeto foi idealizada conforme a minha percepção por parte da rotina de trabalho da equipe de medidas socioeducativas, considerando que essa metodologia proporciona um olhar para o serviço de medidas socioeducativas, mas principalmente para as instituições que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação e serviço à comunidade, possibilitando aos adolescentes um local qualificado para o seu acolhimento e reinserção social. Os meios utilizados então, foram a análise documental, que possibilitou a identificação dos dados da instituição, a quantidade de vagas por local e os responsáveis. O Contato telefônico, via e-mail e aplicativa de Whatsapp, essas formas de contato possibilitou a sensibilização do público do projeto e também a 18 aproximação entre MSE e as instituições. Foi utilizado também um questionário qualitativo, com perguntas direcionadas a coletar informações acerca das instituições, bem como o conhecimento das mesmas sobre a política de atenção a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Com os dados obtidos foi feita a compilação a partir da metodologia de Bardin (2009), buscando a qualificação das respostas por aproximação. A partir da análise dos dados obtidos no questionário, foram construídas as duas oficinas, com o viés de qualificação e aproximação das instituições. As ultimas ações foram desenvolvidas na perspectiva de aprimoramento dos instrumentos utilizados pelas técnicas no encaminhamento dos adolescentes e a criação de uma planilha de frequência, que possibilitará um controle dos adolescentes dentro das instituições. O produto final do projeto é o fortalecimento das relações entre o serviço de medidas socioeducativas e as instituições que acolhem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Este resultado final, faz parte do processo de proteção social, proporcionando as instituições parceiras o fortalecimento e a qualificação do serviço, bem como a vinculação ao serviço de medidas socioeducativas, com a finalidade de reinserção dos adolescentes no âmbito da sua comunidade, como sujeitos de direitos. 2.4 - TEMATIZAÇÃO DO OBJETO INSTITUCIONAL E PROFISSIONAL E SUAS RELAÇÕES COM A QUESTÃO SOCIAL O Serviço Social desenha sua ação profissional a partir do reconhecimento das condições sócio históricas presentes nas diversas faces da questão social. O objeto de trabalho do Assistente Social é a questão social. É ela, em suas múltiplas expressões, que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e a ao adolescente, ao idoso, a situação de violência contra a mulher, a luta pela terra, etc. Essas expressões da questão social são a matéria prima ou o objeto de trabalho profissional. (IAMAMOTO, 2000, p.62). A assistência social regulamentadapela lei nº 8.742/93 Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é o meio de proteção social não contributiva, sendo 19 garantidora de direitos para quem dela necessitar, independente de contribuição à seguridade social, conforme preconiza no art. nº 203 da Constituição Federal. Um dos equipamentos de proteção social é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, onde são atendidos famílias e indivíduos com seus vínculos fragilizados ou rompidos. No cotidiano institucional a questão social se manifesta através das demandas trazidas pelos usuários, em decorrência de violações de direitos. A partir da análise institucional e da vivência no campo de estágio, pude identificar o objeto institucional e profissional sendo a desproteção social, devido a violação de direitos ou o não acesso aos mesmos, os indivíduos ficam desprotegidos e o profissional da instituição com seu processo de trabalho, suas habilidades e competências deve auxiliar no processo de transformação desta desproteção social em proteção social efetiva deste indivíduo. No espaço institucional que estou inserida, o CREAS, atende diversos tipos de violência que se expressa no cotidiano e na vida dos sujeitos inseridos em seus territórios, por vezes vulneráveis, geralmente associadas as expressões da questão social. A desproteção social é fruto do sistema capitalista e da precarização das condições de trabalho, que acabam agravando a vulnerabilidade social, fazendo com que cada vez mais as políticas sociais sejam acessadas, porém com a desvalorização dessas políticas, o repasse de verbas governamentais menores, a garantia de direitos é novamente violada, o indivíduo sofrendo assim duplas omissões e seus benefícios negados. Abordando o objeto do projeto de intervenção que é a fragilização das relações, sendo este a expressão da questão social a ser transformada no decorrer do processo de intervenção do projeto, tendo como produto final o fortalecimento das relações entre as MSE e as instituições parceiras. Foi analisado que ocorre uma fragilidade nos processos de trabalho, e por vezes uma confusão entre as atribuições de cada serviço. 20 É imprescindível a compreensão desta relação entre estas categorias para o trabalho social e a aplicação do projeto, pois um domínio destes conceitos fundamenta e norteia a prática interventiva. 3. FASE DE IMPLEMENTAÇÃO Este estágio do projeto corresponde à implementação, onde serão feitas as análises e reflexões de cada atividade executada, considerando a prática profissional desenvolvida no campo de estágio norteada pelas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, bem como a apresentação de uma situação social analisada a partir do estudo social. 3.1 - CRIANDO NÓS E FORTALECENDO RELAÇÕES A execução do projeto iniciou no mês de agosto de 2017 e teve seu término no mês de novembro de 2017. Para melhor compreensão e visualização do processo de intervenção, irei descrever as atividades e a sua respectiva análise, contemplando os objetivos específicos prospectados. • GERAL: Fortalecer as relações entre o Centro de Referência Especializado de Assistência Social, serviço de Medidas Socioeducativas, e os parceiros na execução das Prestações de Serviço à Comunidade, para qualificar o processo de reinserção do adolescente na comunidade. 1º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Apresentação do Projeto de Intervenção para a Equipe do CREAS. Data: 11/08/2017 Estratégia: Abordagem Coletiva Tempo de duração: 20 minutos Recursos Materiais: Sala de reunião, notebook, datashow, cadeiras e mesa. Descrição: No dia 11 de agosto de 2017, sexta-feira, ao chegar no equipamento organizei a sala de reunião da lareira, coloquei uma mesa ao centro e cadeiras ao redor, instalei o datashow e o notebook, testei os mesmo para me certificar 21 de que estavam funcionando corretamente e me direcionei a reunião semanal de equipe, que ocorreu no andar superior do CREAS, sendo a apresentação do projeto a última pauta a ser discutida. Por volta das 11he40min à equipe se direcionou ao andar inferior, sala da lareira, para darmos início a minha apresentação. A sensibilização da equipe se deu de forma simples e rápida. Iniciei me apresentando e expondo a minha trajetória no semestre anterior até o momento. Apresentei os slides, ao chegar à parte das atividades a serem desenvolvidas, antes mesmo de iniciar a explicação fui interrompida pela Loreto, coordenadora do CREAS, com o seguinte questionamento “nós poderemos ajudar na elaboração do questionário?” (siu), afirmei a mesma que poderia, mas logo iria explicar o desenvolvimento desta atividade. Após concluir a apresentação, fui aplaudida e agradeci pela oportunidade de estar vivenciando aquele momento com todas da equipe. Ocorreram duas sugestões, como: nas oficinas com as instituições parceiras abordar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de São Leopoldo e a participação da equipe na elaboração dos questionários. Fui parabenizada pelo trabalho desenvolvido e instigada a instituir o projeto no CREAS. Análise: Desde o momento em que cheguei ao espaço do CREAS, me senti nervosa e apreensiva com o momento da apresentação, fantasiando como iria ser e criando diversas expectativas em relação ao que o restante da equipe iria achar do projeto. Com o decorrer da apresentação, fui me acalmando e podendo curtir aquele momento, rico em troca de experiências e conhecimentos para meu desenvolvimento como estudando e futuramente profissional. As palavras de apoio, e a forma como foi demonstrado interesse a demanda emergente de intervenção dentro do espaço institucional me proporcionou um estado emocional de alívio e a certeza que estou no caminho certo. O apoio da equipe, tanto do serviço de medidas socioeducativas, quanto do restante da equipe e até mesmo da coordenadora do espaço, faz com que se torne mais fácil o desenvolver do projeto, pois sei que terei em quem me apoiar e pedir socorro, caso necessário, no decorrer destes quatro meses. 22 • ESPECÍFICOS: 1 – Reconhecer as fragilidades e as potencialidades das instituições parceiras quanto a Prestação de Serviço do adolescente, para buscar estratégias de enfrentamento das dificuldades encontradas; 2º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Mapeamento e Análise documental. Data: 17/08/2017 Estratégia: Teórico-metodológico Tempo de duração: 2h Recursos Materiais: Notebook. Descrição: Ao chegar no espaço da instituição no dia 17/08/2017, me direcionei ao computador utilizado pela equipe de serviço de medidas socioeducativas em meio aberto e iniciei a construção da planilha de dados das instituições parceiras. Elaborei primeiro o cabeçalho e formatei possibilitando a visualização dos dados diferenciada por cores. Busquei nas pastas das instituições as informações relevantes para a planilha e efetuei o preenchimento da mesma. Abaixo segue a imagem da planilha. Análise: A elaboração da planilha e a pesquisa de dados das instituições parceiras foi um processo dinâmico e rápido, devido a experiência na utilização do programa de excel e o conhecimento dos dados das instituições. Mas me peguei pensando se essa planilha deveria conter mais dados, podendo ser além de uma planilha de dados, como uma planilha de controle de frequência dos adolescentes, controle dos retornos de avaliações, dentro outros. No decorrer do processo de desenvolvimento do projeto, essa planilha possa ser repensada, qualificada e reformulada. 23 3º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Convite e Explanação doProjeto as Instituições Parceiras Data: 24, 25, 28 e 30/08/2017 Estratégia: Abordagem individual Tempo de duração: 2h Recursos Materiais: Planilha de dados das Instituições Parceiras e Telefone. Descrição: O contato com as instituições foi feito pelo telefone fixo do equipamento e uma das instituições pelo meu celular particular, utilizando o aplicativo whatsapp, iniciei o contato pelas instituições que possuem maior contato com o CREAS. A primeira instituição foi o CCIAS Unisinos, essa instituição é composta por 17 projetos e os adolescentes são direcionados para cumprir a medida socioeducativa conforme o perfil identificado em uma entrevista com o adolescente e seu responsável, essa entrevista é feita pela Assistente Social Susana Marino, logo após ser encaminhado pelo CREAS para a instituição. No contato telefônico conversei com a Assistente Social Susana Marino, expliquei sobre o projeto, seus objetivos, sobre a primeira atividade a ser executada pelas instituições que é responder o questionário e fiz o convite para participar do projeto. Susana se demonstrou disposta em participar, e levará o questionário na reunião de equipe onde será respondido coletivamente. A segunda instituição que contatei foi o Lar São Francisco, conversei com a Psicóloga Marilene, que é responsável pelos adolescentes no local, expliquei o projeto, fiz o convite e a mesma se demonstrou surpresa, pois não tinha tido muitas orientações acerca dos adolescentes em cumprimento de PSC, relatou que irá abordar o questionário na reunião para que todos possam responder conforme a rotina com os adolescentes. A terceira instituição foi a Secretaria de Esportes e Lazer – Ginásio, conversei com o Professor Airton, responsável por acolher os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de PSC. Expliquei sobre o projeto e fiz o convite, que foi muito bem recebido, Airton se demonstrou aberto a participar e ainda falou “o que tu precisar de nós, estamos a sua disposição” (siu). 24 Devido à dificuldade de contato com as instituições no dia 24/08/2017, pelo motivo do responsável não estar, por vezes não atenderem ao telefone, deixei para voltar a entrar em contato com as demais instituições no dia 25/08/2017 pela manhã e início da tarde. No dia 25/08/2017, a primeira instituição que entrei em contato foi com o Bando Municipal do Agasalho, conversei com Elisandra responsável pelo local e também pelos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de PSC, a mesma se demonstrou receptiva após a minha explanação do projeto de intervenção e fiz o convite para a instituição. Elisandra aceitou participar do projeto. A segunda instituição foi a Associação Arte e Cultura para a Paz Isaura Maia, conversei com Júlio responsável pelos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de PSC na instituição, expliquei sobre o projeto e fiz o convite o mesmo aceitou participar. A terceira instituição foi o JUADI, por ser uma instituição que não havíamos muito contato, e a alguns meses não recebe adolescentes para cumprimento de medida socioeducativa de PSC, iniciei a fala me identificando e solicitando conversar com o Sr. , questionei sobre a parceria com o CREAS e o mesmo me relatou que não poderá ser mais um parceiro para acolher os adolescentes, devido a nova reestruturação do espaço e que poderíamos voltar a entrar em contato com eles em 2018, agradeci e reforcei que repassaria essa informação para a equipe e que retornaríamos em 2018 para uma nova conversa. Como essa instituição não será mais parceiro, não apresentei o projeto. A quarta instituição que entrei em contato foi a Associação Meninos e Meninas de Progresso, falei com a Coordenadora do espaço no início da tarde. A Assistente Social Fabiane foi receptiva após a minha explicação do projeto e ao convite, a mesma relatou que irá apresentar o questionário na reunião de equipe para que seja feito a construção das respostas coletivamente. No dia 28/08/2017 entrei em contato com a ONG PAAR – Parceiros e Amigos dos Animais de Rua, falei com a Fátima pelo aplicativo de whatsapp. Fátima é coordenadora e responsável pelos adolescentes em cumprimento de 25 medida socioeducativa de PSC, é a única instituição que acolhe os adolescentes aos finais de semana, atendendo uma grande demanda de adolescentes que já estão inseridos no mercado de trabalho, não tendo a possibilidade de cumprir a medida durante a semana. A ONG, aos finais de semana desenvolve feiras de adoção e brechós beneficentes. Me apresentei e expliquei sobre o projeto, Fátima aceitou e me convidou para conhecer o trabalho da ONG, ressaltou que a ONG não possui um espaço físico, então caso eu queira fazer uma visita, terá que ser aos sábados em frente à escola Visconde no centro de São Leopoldo, ponto de encontro semanal da feira de adoção. O segundo contato do dia foi com o Gabinete da Vice-prefeita, o responsável pelos adolescentes é o Roger, assessor de gabinete da vice- prefeita, conversei com ele sobre meu projeto, expliquei sobre a atividade do questionário e o mesmo aceitou a participar, enfatizando que a vice-prefeita seria inclusa em todo o processo do projeto, pelo desejo dela de acompanhar os adolescentes que estão cumprindo a PSC no gabinete. O terceiro contato do dia foi com a instituição PROAME, conversei com a Assistente Social Jaira, responsável pelos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de PSC. Iniciei a conversa me apresentando e após a minha apresentação questionei a mesma, sobre a continuidade da parceria com o CREAS, a mesma relatou que devido a mudanças de equipe e de reestruturação no espaço, neste ano não estariam recebendo os adolescentes, mas que poderíamos entrar em contato novamente no ano de 2018. Devido a não continuidade da parceria entre instituição e CREAS, não apresentei o projeto de intervenção a ser executado. A quarta instituição que entrei em contato foi a Escola Municipal Maria Edila, essa instituição acolheu somente um adolescente desde o início da parceria com o CREAS. Falei com o Diretor Paulo, sobre mantermos a parceria com o CREAS, e o mesmo relatou que no momento está recebendo adultos encaminhados do Fórum para cumprimento de PSC, devido a isto não poderia estar recebendo os adolescentes, mas que poderíamos entrar em contato novamente em 2018. Diante disto, não apresentei o projeto de intervenção. 26 Entrei em contato com a instituição Casa Auxiliadora no dia 28/08/2017 no turno da tarde, porém a responsável pelos adolescentes em cumprimento de PSC está no local nas quartar e nas quintas-feiras, fiquei de retornar no dia 30/08/2017. Retornei o contato com a Casa Auxiliadora conforme a disponibilidade da Assistente Social Vera que me atendeu de forma atenciosa. Expliquei o projeto, explanando as atividades que iriam ocorrer e fiz o convite, a mesma aceitou participar do projeto e que aguardava o envio do questionário. A última instituição que entrei em contato foi a Secretaria Municipal de Habitação, fui atendida pela Assistente Social Débora, a mesma relatou que como faz algum tempo que não recebem adolescentes no local, iriam conversar com o restante da equipe e que eu poderia retornar no dia 04/09/2019 que ela já teria o retorno. Análise: A estratégia de iniciar o contato pelas instituições que possuem maior contato com o CREAS, de certa forma otimizou o trabalho e se tornou mais fácil. Durante o contato com as instituições, tive algumas dificuldades durante a fala, devido ao constante acesso da sala onde o telefone se localiza no equipamento, o intenso fluxo doCREAS e por vezes a falta de contato com algumas instituições que nem lembravam que eram parceiros do serviço. Sendo essas as instituições que preferiram voltar a fazer parceria no próximo ano, essa “perda” de parceiros fez com que eu pudesse refletir sobre o processo de trabalho dentro do serviço de medidas socioeducativas que por vezes não está ocorrendo. Ter tido esse contato, mínimo, com as instituições e falar do objetivo do projeto e ouvir dos locais que irão participar, de certa forma foi um alívio, sendo que ainda estou na esperança de ter um retorno do local que ainda falta, na expectativa que esse retorno seja positivo, para que assim eu possa dar seguimento nas outras atividades. 4º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Construção e Envio do Questionário Data: 25, 28 e 30/08/2017 27 Estratégia: Teórico-metodológica Horário Previsto: turno manhã e tarde Tempo de duração: 6h Recursos Materiais: Computador, programa Microsoft Word 2016 e internet. Descrição: Elaborei o questionário qualitativo, dividindo ele por 5 eixos, o primeiro eixo, denominado “Dados de identificação” é onde a instituição irá se identificar; o segundo, denominado “Instituição/Adolescente”, a instituição irá responder questionamentos referente a recepção do adolescente e coleta de dados; o terceiro eixo, denominado “Instituição/CREAS”, busquei trazer perguntas sobre a dinâmica de troca de informações, entre os serviços; o quarto eixo, denominado “Instituição/Legislação”, eu questiono sobre o conhecimento da instituição quanto as legislações voltadas as medidas socioeducativas; e quinto e último eixo, denominado “Instituição/Subjetividade”, eu deixo aberto para que as instituições possam trazer suas dúvidas, sugestões e também o seu ponto de vista acerta das medidas socioeducativas. Após a construção do questionário, enviei para a professora Claudia, a mesma retornou com algumas sugestões, alterei conforme sua sugestão. Na segunda-feira, 28/08/2017, entreguei o questionário impresso para minha supervisora, que não teve nenhuma sugestão, recebi elogios da mesma, “Nossa Bruna, está bem direcionado e estruturado, parabéns” (siu). Em seguida, entreguei para a coordenadora do CREAS, a mesma olhou e fez alguns apontamentos, em relação a estruturação de uma pergunta e a sugestão de inclusão de mais uma pergunta no segundo eixo. Conforme as sugestões efetuei as mudanças no questionário e no turno da tarde do dia 28/08/2017, iniciei o envio do questionário. Enviei o questionário para 9 das 13 instituições, via e-mail, sendo que até o momento das 13 instituições que entrei em contato 3 não irão participar, ficando um total de 10 instituições, destas 10, ainda tenho uma instituição que terei retorno até o dia 04/09/2017. No corpo do e-mail, iniciei saudando e referenciando a pessoa responsável que havia conversado pelo telefone, expliquei a dinâmica do projeto, um pouco do objetivo a ser alcançado e disponibilizei a data limite de devolução 28 para o dia 11/09/2017, tendo assim 15 dias para retorno, agradeci pela disponibilidade e pela atenção, reforçando que entraria em contato novamente para conversarmos sobre as próximas atividades. No mesmo dia recebi confirmação de recebimento de duas instituições. No dia 05/09/2017, entrei em contato com a Secretaria de Habitação a fim de obter o retorno quanto à parceira no cumprimento da medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade, a mesma relatou que ainda não havia tido o retorno do restante da equipe solicitando que retornasse em 11/09/2017. Retornei o contato no dia combinado, 11/09/2017, conversei com a Assistente Social Débora e a mesma informou que no momento não estariam recebendo os adolescentes, devido à baixa demanda de trabalho no setor social da Secretaria, mas que poderíamos voltar a conversar no próximo ano, agradeci o retorno e ficamos de conversar em 2018. Recebi no dia 04/09/2017 o retorno do primeiro questionário respondido, que foi a Secretaria de Esportes e Lazer. No dia 11/09 recebi o retorno da instituição Isaura Maia, e como ainda não havia recebido retorno das demais instituições e sendo esse o prazo final de retorno dos questionários, enviei um e-mail recordando sobre o questionário e alargando o prazo até o dia 14/09. O retorno dos questionários se deu de forma gradual e lenta, sendo que no dia no dia 13/09 recebi o retorno da Casa auxiliadora, no dia 14/09 do CCIAS Unisinos, 15/09 recebi por email da ONG PAAR uma solicitação que eu fosse buscar no sábado no local onde a instituição faz a intervenção o questionário respondido, expliquei para a Fátima, coordenadora da ONG, que não resido em São Leopoldo, sendo inviável meu deslocamento no sábado, solicitei a mesma que se possível enviasse o questionário escaneado ou fotos pelo aplicativo do Whatsapp, porém a mesma relatou que para ela seria complicado, no dia seguinte ela compareceu no CREAS, em uma passada rápida e entregou o questionário impresso, enviei email agradecendo a entrega. No dia 21/09, após eu efetuar ligações para as instituições faltantes, recebi o retorno da AMMEP e a solicitação do Lar São Francisco para que eu fosse buscar o questionário respondido na instituição. Na oportunidade, eu e Márcia faríamos visita domiciliar a alguns usuários e ficou agendado com 29 Marlene, responsável pelos adolescentes no Lar São Francisco, que buscaríamos o questionário. No dia 27/09, após as visitas domiciliares busquei o questionário, aproveitando para conhecer o espaço do Lar São Francisco. Somente dois locais não retornaram o questionário, locais estes que solicitei que a Márcia, minha supervisora, fizesse contato devido à aproximação com o CREAS, mas acabaram por não enviar e também não justificaram a não entrega, que foram o Banco Municipal do Agasalho e o Gabinete da Vice- prefeita. Anexo 1. Análise: A construção do questionário me deixou de certa forma inquieta e insegura, pela maneira como abordei a temática, buscando de certa forma coletar informações das instituições que não eram evidenciadas no decorrer do processo de acolhimento e retorno dos adolescentes ao CREAS e, também pelo fato de não ter tido contato pessoalmente com as instituições para a apresentação do projeto devido ao tempo ser escasso. Conhecer um pouco as instituições, que por vezes, me parecem tão distantes, mas que deveria estar tão próxima do serviço, como são pressupostos no SINASE (2006, p.54) que as parcerias e alianças estratégicas são fundamentais para a constituição da rede de atendimento social indispensáveis para a inclusão dos adolescentes no convívio social, faz com que eu tenha ainda mais a vontade de aprender sobre as medidas socioeducativas, e mexer ainda mais no cotidiano da vida desses adolescentes. Sabemos que é uma pontinha a ser modificada, mas que de alguma maneira irá mudar a perspectiva desse adolescente. O retorno dos questionários foi intenso, as instituições não cumpriram com o prazo estabelecido, por mais que tenha sido alongado este prazo, ainda ocorreu de algumas instituições não enviar e eu ter que intervir fazendo contato telefônico. De certa forma isso me incomodou, mas me incomodou como pessoa, pela não responsabilidade do local em responder, sendo que haviam se comprometido em participar das atividades do projeto, após a reflexão sobre tudo que havia ocorrido, pude perceber o real distanciamento entre o serviço de medidas socioeducativas das instituições parceiras que acolhem os adolescentes. A existência desse distanciamento entre o CREAS e as 30 instituições me preocupa, pelo fato de ter outras atividadesdo projeto a serem desenvolvidas com as instituições e que somente ocorreram se as mesmas participarem, mas com isso posso refletir sobre o trabalho que estou desenvolvendo e o porquê essa demanda estava tão latente dentro do serviço. 5º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Compilação e Análise dos Dados do Questionário Data: 30/09/2017 Estratégia: Teórico-metodológica Horário Previsto: turno manhã Tempo de duração: 4h Recursos Materiais: Computador, programa Microsoft Excel 2016 e internet. Descrição: A construção da planilha se deu de forma gradual, pois ainda não havia certeza de como iria compilar os dados. O layout da planilha contém os dados das perguntas e o espaço onde serão colocadas as respostas, a mesma está separada pelos eixos conforme o questionário foi idealizado, segue abaixo o esboço da planilha: A análise dos dados foi construída pensando em qualificar as respostas por aproximação, como afirma Bardin (2009): 31 “Nem todo o material de análise é susceptível de dar lugar a uma amostragem, e, nesse caso, mais vale abstermo-nos e reduzir o próprio universo (e, portanto, o alcance da análise) se este for demasiado importante” (p.123). Trouxe para a planilha os dados que traziam maior importância para a compreensão das respostas das instituições, tentando mostrar a realidade exemplificada nas respostas. O termino da compilação e análise dos dados ocorreu no dia 04/10, devido ao retorno tardio dos questionários. Abaixo segue a planilha completa, com os dados analisados e compilados. 32 Análise: Tive dificuldades na construção da planilha, somente após a aula individual e a explicação por parte da Profª Claudia, que recordou da cadeira de Pesquisa em Serviço Social onde foi utilizada a referência de Bardin em análise de conteúdo, para a compreensão dos dados. Somente após a leitura deste autor que tive condições de começar a montar planilha e ler os questionários para compilar os dados de forma a serem de fácil compreensão e visualização na planilha. • ESPECÍFICOS: 2 – Viabilizar que os adolescentes tenham um local qualificado para o cumprimento da medida socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade, que atendam as prerrogativas previstas no SINASE; 6º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Convite as Instituição para participar da Oficina Data: 17/10/2017 Estratégia: Abordagem individual Horário Previsto: turno manhã e tarde Tempo de duração: 6h Recursos Materiais: Computador, internet, e-mail e telefone. Descrição: No dia 17/10/2017 enviei o e-mail para as instituições parceiras, explicando novamente o projeto que está sendo desenvolvido no CREAS e a importância da participação de todos, por fim, convidei-os para participar da oficina enviando as informações como a data da oficina, 30/10/2017, o horário, 09h – 12h e o local, CREAS – Rua primeiro de março, 237 – Centro. 33 No mesmo dia recebi o retorno da Fátima, que é coordenadora e orientadora dos adolescentes na ONG PAAR, a mesma relatou não poder comparecer na oficina devido a atividades no seu trabalho. Retornei o e-mail agradecendo as suas contribuições até o momento e que sentiria sua falta na oficina. No dia 18/10/2017 recebi o retorno da Susana, coordenadora do CCIAS da Unisinos, confirmando sua participação na oficina, retornei o e-mail agradecendo e afirmando que estarei lhe aguardando. No dia 19/10/2017 recebi o retorno da Vera, Assistente Social da Casa Auxiliadora, confirmando sua participação na oficina, retornei a mesma agradecendo pela disponibilidade, pois sei que a mesma não estaria trabalhando na segunda-feira, na instituição, sendo seus horários quarta e quinta. No dia 23/10/2017 recebi o retorno da Letícia, Assistente Social na instituição AMMEP, confirmando a sua participação na oficina. Neste mesmo dia entrei em contato via telefone com o Lar São Francisco e conversei com Marilene, Psicóloga do espaço, que informou que solicitou liberação da coordenação, porém ainda não teve retorno, ficando de retornar o e-mail assim que tivesse uma resposta. No dia 24/10/2017 fiz contato telefônico com Júlio, orientador na instituição Isaura Maia, a fim de confirmar sua participação na oficina, o mesmo confirmou sua participação. Neste mesmo dia, recebi a ligação do Airton, professor na Secretaria de Esportes e Lazer, o mesmo informou que está remanejando sua agenda para que possa comparecer na oficina, ficou de confirmar via e-mail. Fiz contato com a Elisandra, coordenadora do Banco Municipal do Agasalho e a mesma informou que não participará da oficina devido a estar sozinha no serviço no turno da manhã. Márcia entrou em contato via whatsapp com o Roger, assessor no Gabinete da Vice-prefeita e o mesmo confirmou a sua presença na oficina. Na sexta-feira, dia 27/10/2017, entraria novamente em contato com o Airton e a Marilene que ficaram de confirmar sua presença, porém o CREAS encontra-se com o telefone institucional cortado, sendo assim não pude contatar os mesmos. 34 Análise: O convite as instituições em primeiro momento ocorreram por meio de e-mail e conforme o tempo passou e algumas instituições não retornaram confirmando a participação, entrei em contato via telefone com as instituições o que me possibilita uma aproximação maior, entre o CREAS e os locais parceiros. A partir desta experiência pude perceber que o contato via telefone, por vezes, é mais eficaz, porém cansativo. 7º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Nome: Elaboração do termo de parceria Data: 18/10/2017 e 19/10/2017 Estratégia: Horário Previsto: turno manhã e tarde Tempo de duração: 6h Recursos Materiais: Computador, internet e e-mail. Descrição: Após a leitura do Termo de Parceria que foi construído no ano de 2014 pela equipe técnica do CREAS, pude perceber algumas fragilidades, como o preenchimento das atribuições dos parceiros em branco, onde seriam preenchidas a mão no momento da assinatura do termo, alguns termos jurídicos que colocam como responsável o Fórum de São Leopoldo e não o CREAS. Reelaborei e reformulei o termo de forma que se tornasse de fácil compreensão e de certa forma mais objetivo, entreguei para a minha supervisora de campo para que pudesse avaliar e complementar caso seja necessário. Recebi o retorno da minha supervisora de campo e a mesma solicitou que eu complementasse a Cláusula terceira que fala sobre o desligamento do adolescente da instituição a qualquer momento, mediante a justificativa, complementar com a seguinte frase: “O adolescente/jovem se reserva o direito de trocar o local de cumprimento da medida a qualquer tempo, por motivo justificado”. A mesma elogiou a reformulação do termo e com isso enviei para Letícia, estagiária de Direito, que irá junto do supervisor dela conferir o conteúdo do 35 termo, esse envio foi via e-mail com prazo para retorno até o dia 26/10/2017. Termo em anexo ao 7º relatório de atividade. No dia 26/10/2017, recebi o retorno da Letícia, estagiária de Direito, que informou que não poderíamos utilizar aquele termo de parceria, trazendo a justificativa que esse não pode ser um documento legal, pois o CREAS não responde juridicamente, somente a Prefeitura. Com isso, ela apresentou a Lei nº 9.790/99 que “Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.”. Explicou que devemos elaborar um relatório justificando a elaboração do termo, a sua finalidade e o serviço demedidas socioeducativas, esse relatório deverá ser entregue no setor Jurídico da Secretaria de Desenvolvimento Social e a mesma encaminhará para a Procuradoria Geral do Município, constando a necessidade a Procuradoria irá elaborar o termo que será sempre assinado pelo Prefeito, Coordenação do CREAS e a Coordenação do local de parceria. Após toda a explicação da Letícia, nós da equipe do serviço de medidas socioeducativas decidimos por elaborar o relatório e encaminhar para o Jurídico no decorrer dos próximos meses, devido a intensidade de demanda atualmente no serviço, o termo ficará para o ano de 2018. Anexo 2. Análise: As fragilidades do termo anterior e a possibilidade de sua reformulação possibilitou a reflexão da equipe quanto ao fluxo de trabalho e suas atribuições quanto serviço de medidas socioeducativas, trazendo também para o termo as atribuições e responsabilidades dos locais parceiros. Assegurando que os adolescentes tenham um local qualificado e disciplinado para cumprir sua medida. A notícia que não poderia utilizar o termo que eu havia reformulado me deixou extremamente chateada, pelo simples fato que o fechamento da oficina com os parceiros iria se dar pela assinatura do termo, firmando assim a parceria e o comprometimento que se deve ter nos locais com os adolescentes. Toda a 36 burocracia imposta para a elaboração do termo não acredito que ele seja inserido no contexto de trabalho logo. 8º RELATÓRIO DE ATIVIDADE Atividade: Oficina Nome: Trilhas da Socioeducação Data: 30/10/2017 Local: CREAS – Rua 1º de março, 237 – Centro/São Leopoldo Tempo de duração: 3 horas Recursos materiais: Data show, papel pardo, fita adesiva, impressões, notebook e canetas. Descrição: Ao chegar no CREAS, iniciei arrumando a sala grande, do segundo andar, coloquei as cadeiras ao redor da sala, ajustei a mesa grande no canto da sala com chá, bolachas e chimarrão, organizei a mesa pequena com o computador e o data show, instalei o equipamento e me certifiquei que estava tudo funcionando. Pontualmente ás 09h a Carina, atendente social que está executando o serviço da recepção, me avisou que já teriam pessoas aguardando para a oficina. Me direcionei até a recepção e estavam 3 pessoas aguardando, saudei- as com “Bom dia” e solicitei que me acompanhassem para a sala grande, onde a Márcia, minha supervisora de campo, estava aguardando. Iniciei saudando a todos e falando que em primeiro momento eu não iria me apresentar pois gostaria de propor uma técnica de apresentação, com isso solicitei que todos se levantassem e se aproximassem ficando em círculo, fazendo com que todos se enxerguem. Expliquei a técnica de apresentação e iniciei falando meu nome e a característica, Bruna Bacana, e o nome e a característica do espaço institucional que estou inserida, CREAS Carinho, seguiu as apresentações com pela minha direita com a Marilene Meiga do Lar São Francisco Lindo, Roger Revolucionário do Gabinete da Vice-Prefeita Gestão, Susana Solícita do CCIAS Unisinos Carinho, e por fim a Márcia Meiga do CREAS Cuidado. Ao final da técnica, expliquei sobre aquele momento de 37 apresentação poder aproximar, descontrair e também refletir sobre a característica que havíamos utilizado, todos elogiaram a técnica utilizada. Após o momento de apresentação, iniciei os slides com a apresentação do projeto de intervenção do estágio, falei sobre o objetivo do projeto, como havia chegado até o projeto, relatei sobre o processo da análise institucional e sobre a metodologia que estava utilizando para a execução do projeto. Posterior apresentei o SINASE dividido em 8 lâminas que continham os seguintes temas: Lei que regulamenta o SINASE; O que é o SINASE; Gestão Pedagógica no atendimento socioeducativo; Diretrizes Pedagógicas no atendimento socioeducativo; Alianças estratégicas e; Parâmetros pedagógicos: entidades e programas de execução da medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Nesse meio tempo de apresentação chegou a Letícia da AMMEP e o Júlio da Isaura Maia, saudei eles e solicitei que se apresentassem para os demais colegas, após dei continuidade na apresentação dos slides. Seguindo na apresentação do slide, falei sobre o CREAS, em específico ao serviço de medidas socioeducativas, a execução deste serviço trazendo o processo de trabalho e as atribuições, por fim o fluxo do serviço, desde a chegada do processo pelo Juizado da Infância e Juventude até o retorno deste processo para o Cartório. O Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo foi o último tema a ser apresentado no slide, falei sobre a construção do Plano, competências e atribuições que ele orienta, os eixos que ele compete e a gestão, monitoramento e avaliação que devem ser feitas. O último slide que apresentei é um trecho de uma música, escrita por um adolescente interno do CASE de Novo Hamburgo, que cantou no Seminário Regional de Medidas Socioeducativas. “Percebi que as grades não são a prisão A rua não é a Liberdade Pois existem pessoas presas nas ruas, E pessoas livres nas cadeias. As grades podem aprisionar o meu corpo. 38 Mas, jamais prenderá meus pensamentos, POIS, SE TODOS DEREM AS MÃOS, QUEM SACARÁ AS ARMAS?” A partir da leitura do trecho da música, deixei aberto para que pudessemos pensar e discutir sobre o que eu havia apresentado no slide. Susana iniciou falando sobre a importância daquele momento e trazendo para a reflexão como teriamos um trabalho mais qualificado com os adolesentes se pudessemos trabalhar nos parâmetros que o SINASE preconiza, se tivéssemos equipe suficiente nos espaços. Roger questiona “quantos locais parceiros vocês tem hoje e quantos adolescentes em PSC? “(siu) respondi 9 locais e 54 adolescentes em cumprimento de MSE de PSC, alguns em lista de espera por não termos locais que ofertam serviço aos finais de semana, temos no momento somente a ONG PAAR que supri um pouco desta demanda. Com isso, Roger dá a sugestão de buscarmos novos parceiros, mas que estes parceiros sejam as secretarias que estão na comissão do Plano Municipal, com o vies de que eles já são responsáveis por estes adolescentes e trazer o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, como já é previsto no Plano, para monitorar essa execução. Julio traz que o COMDEDICA não está executando seu papel de conselho, no momento que deve ser feitas as discussões e deliberações, nada é feito, “são vários conselheiros que não sabem nem o que estão fazendo ali” (siu), “infelizmente o papel do conselho se perdeu” (siu). Enquanto acontecia as trocas de informações e opiniões, estava passando pelos participantes o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de São Leopoldo e o SINASE. Após o momento de reflexão, iniciei a explicação do terceiro momento da oficina que é a elaboração conjunta do fluxo entre CREAS e os Parceiros, para esse momento utilizei a mesa grande e nela abri o papel pardo, as canetas e as palavras chaves, sendo elas: CREAS; Parceiros; Contato telefônico; Semanal; Mensal; E-mail; Whatsapp; Encontro; Reunião; Visita ao parceiro; Relato de Conclusão; Relato de Frequência e; Adolescente. Iniciamos colando no papel pardo o CREAS e o Parceiros, questionei o grupo a melhor forma de contato com 39 eles e todos afirmar o Whatsapp, então colocamos o whatsapp, posterior a isso colamos o adolescente e questionei sobre como poderiamos fazer o controle de frequência do adolescente chegar até o CREAS, com isso Julio trouxe o exemplo da planilha de monitoramento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, planilha essa enviadomensalmente para os locais de SCFV pela Diretora da Secretaria, e os locais devem retornar essa planilha preenchida até certo dia do mês, onde consta a frequência, desistencia etc das crianças do serviço. A partir do exemplo do Julio, pensamos em conjunto na possibilidade do CREAS elaborar essa planilha e encaminhar no dia 30 de cada mês para os parceiros e os mesmos retornar até o dia 10 de cada mês, ficou decidido que iriamos começar testando até o final do ano de 2017 e definitivo em 2018, e nesta planilha foi colocado pelos participantes alguns itens importantes que deveriam conter como: nome completo do adolescente, nome do responsável, contato telefônico e quantidade de horas total; portanto, foi colocado no papel o relato de frequência, o mensal e o e-mail. Questionei o grupo sobre o encerramento do adolescente ao término do cumprimento de sua medida, Susana respondeu que o CCIAS envia para o CREAS um relato de como foi o cumprimento da MSE do adolescente. A partir do relato da Susana, surgiu a possibilidade dos locais estarem enviando um relato de conclusão, ficando a critério do local se esse relato será construído a partir de experiências do adolescente dentro da instituição apenas, ou construído juntamente com o adolescente, trazendo a avaliação dele junto. Nisso colocamos no papel pardo o relato de conclusão e e-mail. Julio trouxe para o grupo uma sugestão, que ele já havia conversado com a Márcia, de ser feita uma reunião anterior ao encaminhamento do adolescente para a PSC, para que a instituição possa conhecer a realidade do adolescente e suas particularidades, podendo assim trabalhar mais com o adolescente. Essa sugestão foi bem recebida por todos, então fica estabelecido no fluxo que haverá uma reunião antes do encaminhamento do adolescente, nisso a Letícia questionou a possibilidade de ser colocado no encaminhado mais informações do adolescente como nome completo e telefone, expliquei a ela que esse será um dos instrumentos a serem qualificados e que irei colocar as suas sugestões. 40 Por último criamos um papel denominado Encontro, que foi discutido entre o grupo, a possibilidade daquele momento poder acontecer mais vezes, com o viés por vezes de formação, discussões de casos ou até mesmo de troca de informações. O encontro foi posto no papel pardo juntamente com a nova palavra que é o bimestral, que foi o tempo determinado para os próximos encontros, contando a partir de 2018. Abaixo a foto final do Fluxo construído. Por fim, fiz uma retrospectiva do fluxo entre o CREAS e os Parceiros e dos encaminhamentos que ficaram para serem executados, sendo eles: contatar as secretarias participantes do Plano para sensibilizar e torna-los parceiros; elaboração da planilha de frequência; reformulação do encaminhamento; envio do material da apresentação e relato da oficina; Agradeci a todos pela presença e pela participação, e que eu estava muito feliz por aquele momento e pela possibilidade de estar possibilitando essa aproximação dos espaços. Todos agradeceram por eu estar proporcionando aquele momento e elogiaram meu projeto “merece nota 10 com estrelinhas” (siu). Segue alguns registros do momento feitos pela Márcia, minha supervisora. 41 Análise: De 9 instituições, 2 falaram que não iriam comparecer, 2 não confirmaram e 5 confirmaram. Das 5 que confirmaram uma não foi e uma que não havia confirmado compareceu. Todo o processo até o momento da oficina, foi intenso, e tomado por muita ansiedade, mas quando o momento chegou foi tão leve que nem percebi as horas passarem. Me senti muito confortável e pude desenvolver as atividades como havia idealizado. A receptividade dos locais e todas as colocações foram de encher o coração de esperança, que trazer as instituições para dentro do CREAS pode sim transformar e dismistificar muitas coisas. Percebi no decorrer da oficina, que os parceiros estavam ali por querer que os adolescentes estejam dentro dos espaços, preocupados com a dinâmica que estava ocorrendo, da grande evasão dos adolescentes, pela não aderência, prospecto essa reunião antes do encaminhamento como uma forma de traçar e fortalecer o parceiro quanto ao adolescente que será encaminhado, podendo assim intervir de fato com o parceiro e o CREAS nas questões do adolescente. E quanto as instituições que não compareceram, iremos encaminhar o material e o relato da oficina, e faremos contato para firmarmos esse novo fluxo e ver o ponto de vista deles. 8º- 2 RELATÓRIO DE ATIVIDADE Atividade: Oficina Nome: Trilhas da Socioeducação Data: 16/11/2017 Local: CREAS – Rua 1º de março, 237 – Centro/São Leopoldo Tempo de duração: 3 horas Recursos materiais: Data show, papel pardo, fita adesiva, impressões, notebook e canetas. Descrição: Essa atividade não estava prevista, porém como no dia que a primeira oficina ocorreu algumas instituições não compareceram, foi feito o convite novamente e neste dia compareceram o Professor Airton, da Secretaria 42 Municipal de Esportes e Lazer, a Assistente Social Vera, da Casa Auxiliadora, e a Elisandra, do Banco Municipal do Agasalho, acompanharam na oficina a Psicóloga Cármen e a Assistente Social Márcia, equipe do serviço de MSE. A oficina iniciou com uma rodada de apresentação e posterior iniciei com a apresentação do serviço de MSE, o SINASE, o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de São Leopoldo, e o fluxo estabelecido com as instituições parceiras na primeira oficina, este fluxo foi apresentado, mas expliquei que ele poderia ser alterado, conforme a necessidade de cada local. As instituições que estavam presentes concordaram com o fluxo estabelecido. Análise: Com a finalização das oficinas, por mais que essa não estava prevista, senti que os locais se sentiram acolhidos dentro do serviço, criando assim um vínculo real de parceria. Acredito que essa oficina foi uma pontinha de aprimoramento para os locais e que os deixou instigados com a temática. 9º PLANO DE ATIVIDADE Nome: Elaboração do Folder Informativo Estratégia: Teórico-metodológico Horário Previsto: turno manhã e tarde Tempo de duração: 6h Recursos Materiais: Computador, internet, impressora e folhas. Descrição: O folder foi elaborado a partir dos resultados obtidos na oficina. Portanto ele contém uma breve explanação do serviço de medidas socioeducativas, o SINASE, o plano municipal de atendimento socioeducativo de São Leopoldo, e o fluxo estabelecido entre o serviço de MSE e as instituições parceiras. Sendo um instrumento de informação para os novos parceiros, bem como poderá ser utilizado pelos antigos. Anexo 3. Análise: A construção do folder foi um processo de sistematização dos assuntos, possibilitando uma melhor percepção dos principais pontos do serviço de MSE, bem como do SINASE e do plano, fazendo com que o leitor capte de forma fácil o assunto que esta sendo abordado. 43 • ESPECÍFICOS: 3 – Construir um fluxo de monitoramento e avaliação permanente de forma a envolver as instituições e o CREAS; 10º RELATORIO DE ATIVIDADE Nome: Aprimoramento do Instrumento de Encaminhamento e Avaliação Data: 10/11/2017 Estratégia: Teórico-metodológico Horário Previsto: turno manhã e tarde Tempo de duração: 6h Recursos Materiais: Computador, internet, impressora e folhas. Descrição: Reelaborei o instrumento de encaminhamento no dia 08/11/2017, acrescentei ao layout anterior um espaço para o nome completo do adolescente, nome dos responsáveis, data de nascimento, telefone para contato e endereço. Retirei do texto informações desnecessárias e o mesmo