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Afasias: definição, história e classificação

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Ambulatório de Neurologia Comportamental – ANCP
AfasiasAfasias
Emmanuelle Silva Tavares Sobreira - PSICÓLOGA
Marina Ceres Silva Pena - PSICÓLOGA 
Julho/2007
UM POUCO DE HISTUM POUCO DE HISTÓÓRIA RIA 
No séc. XIX, Gall e Spurzheim - funções da fala localizadas no Lobo Frontal;
Em 1836, Dax percebe a relação entre afasia e lesões do hemisfério esquerdo;
Na metade do século, Paul Broca notou perda da fala associada a uma lesão da 
convolução frontal inferior esquerda;
Em 1862, Trousseau usou pela primeira vez a palavra afasia;
Carl Wernicke, em 1874, descreveu perda da compreensão da fala resultante de 
lesão do giro temporal superior esquerdo e posteriormente relatou que uma lesão 
posterior ao giro temporal superior, na região do giro angular, gerava 
incapacidade de compreensão de palavras escritas. Fez também a primeira 
descrição do que é conhecido hoje como afasia de condução;
Lichtheim descreveu a afasia subcortical;
Hughlings-Jackson enfatizou a complexidade dos transtornos da linguagem
Em 1906, Pierre Marie, abordagem holística da função da linguagem;
A aquisição da neuroimagem funcional confirmou a importância dos córtex frontal 
inferior posterior (FIP) esquerdo e temporal superior posterior (TSP) nos 
transtornos de linguagem, conforme predito por Broca, Wernicke e Lichtheim.
Paul Broca
Carl Wernicke
DEFINIDEFINIÇÇÃOÃO
Distúrbio de linguagem adquirido como resultado de uma lesão focal no SNC.
Refere-se a um transtorno da linguagem, incluindo diversas combinações 
de comprometimentos na capacidade de produzir espontaneamente, 
compreender e repetir a fala, assim como defeitos na capacidade de ler e 
escrever. 
É um transtorno de capacidades de linguagem anteriormente intactas 
devido a uma lesão cerebral. 
Indica que o problema não se deve a uma paralisia ou incapacidade dos 
órgãos da fala ou dos músculos que controlam outras formas de 
expressão.
O grau de déficit parece correlacionar-se com o tamanho da lesão e 
também com sua localização.
A maioria dos casos de afasia se deve a isquemia na distribuição da 
ACM (artéria cerebral média)
AVALIAAVALIAÇÇÃO DA AFASIAÃO DA AFASIA
EXAME DE PACIENTES AFEXAME DE PACIENTES AFÁÁSICOSSICOS
Avaliação inicial – durante a coleta da história do paciente
Componentes da Função da Linguagem testados:
FALA ESPONTÂNEA (conversação)
Fala automática
Automatismo
Monofasia
Parafasia (fonêmica ou semântica)
Neologismo
Jargão
Perseveração
COMPREENSÃO
Comandos verbais
Sim/Não
Apontar/Mostrar
REPETIÇÃO
Repetição de frases ou palavras
ESCRITA
Escrita espontânea
Escrita por meio de ditado
LEITURA
Comando escrito
Lista de palavras
NOMEAÇÃO
Nomear por confronto
Apontar algo nomeado pelo 
examinador
Geração de lista de palavras
Nomear responsivo
TESTESTESTES
DIAGNÓSTICO:
Boston Diagnostic Aphasia Examination (Goodglass and Kaplan, 1972)
Neurosensory Center Comprehensive Examination for Aphasia (Spreen
and Benton, 1969)
Western aphasia Battery (Kertesz, 1980)
Aachener Aphasia Test (Huber et al., 1982)
GRAVIDADE:
Examination for Aphasia (Eisenson, 1954)
Language Modalities Test for Aphasia (Wepman, 1961)
Minnesota Test for the Differential Diagnosis of Aphasia (Schuell, 1957)
Porch Index of Communicative Ability (Porch, 1967)
Outros:
Token test (DeRenzi and Vignolo, 1962)
Boston Naming Tet (Goodglass et al., 1976; Kaplan et al., 1978)
Number of Word-fluency Tests (Milner, 1964; spreen and Benton, 1969)
IMPORTANTE: Os achados devem ser correlacionados c/ exame neurolIMPORTANTE: Os achados devem ser correlacionados c/ exame neurolóógicogico
CLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DAS AFASIASÃO DAS AFASIAS
AFASIAS 
PERISSILVIANAS
AFASIAS EXTRA-
PERISSILVIANAS
Afasia de Broca Afasia Anômica
Afasia de Wernicke Afasia Transcortical
Afasia Global Afasia Subcortical
Afasia de Condução
Afasias Não-Fluentes Afasias Fluentes
Afasia de Broca Afasia de Wernicke
Afasia Transcortical Motora Afasia de Condução
Afasia Global Afasia Transcortical Sensorial
Afasia Anômica
AFASIA DE BROCAAFASIA DE BROCA
? a lesão envolve áreas perissilvianas anteriores da fala na região FIP
? o paciente sabe o que quer dizer, mas é incapaz de dizê-lo ou de dizê-
lo corretamente / fala espontânea não fluente
? ↓quantidade da fala: ↓palavras, frases curtas, fala telegráfica 
? agramatismo
? anomia X apraxia oral
? uso de gestos inadequados
? ↓ de repetir o que ouvem, ↓ler em voz alta, ↓capacidade de escrita 
? compreensão levemente afetada
? o paciente tem consciência do problema e fica frustrado
? hemiparesia ou paresia faciobraquial contralateral porém sem nenhum 
defeito no campo visual
? afasia de Broca grave: fala se resume a substantivos e verbos
? pode ter mutismo
AFASIA DE WERNICKEAFASIA DE WERNICKE
? lesão da região TSP que envolve o córtex associativo auditivo e giros 
angulares e supramarginal
? grave déficit de compreensão oral (“surdez para palavras”)
? fala relativamente fluente mas desprovida de conteúdo significativo
? perda da significância das palavras
? logorréico / não respeita trocas de turno
? parafasia semântica
? neologismos / jargões
? agramatismo
? déficit na nomeação e repetição de palavras
? freqüente déficit no campo visual, porém sem nenhuma hemiparesia.
AFASIA GLOBALAFASIA GLOBAL
? grande lesão em todo o centro perissilviano da linguagem ou lesões 
separadas tanto na região FIP como na TSP
? grande déficit de compreensão e expressão oral
? fala não fluente 
? incapacidade de nomear e repetir
? possível presença de mutismo
? há tanto hemiplegia como um corte do campo visual
? em geral ocorre devido a uma oclusão da carótida interna ou da ACM 
proximal.
AFASIA DE CONDUAFASIA DE CONDUÇÇÃOÃO
? lesão que interrompe a condução de impulsos entre as áreas de 
Wernicke e de Broca (fascículo arqueado) 
? a lesão situa-se mais comumente na substância branca profunda na 
região do giro supramarginal e envolve o fascículo arqueado e outros 
tratos de fibras que se dirigem das áreas da linguagem posteriores para 
as anteriores
? constitui uma das síndromes de desconexão
? ocorre devido a uma oclusão embólica de um ramo terminal da ACM.
? leve déficit de compreensão oral
? anomia
? respeita trocas de turno
? preservação de outras funções da linguagem
AFASIA ANÔMICAAFASIA ANÔMICA
? sugere uma lesão do lobo temporal inferior
? grave anomia
? parafasia semântica
? circunlóquio
? não apresenta alterações práxicas
? os pacientes são fluentes, têm boa compreensão e são capazes de
repetir
? é o tipo mais comum, porém o menos específico
AFASIA TRANSCORTICALAFASIA TRANSCORTICAL
? são aquelas em que a área perissilviana da linguagem é preservada, 
mas está desconectada do restante do cérebro
? deve-se a um infarto da linha divisória (zona marginal)
Pode ser subdividida em: 
Afasia Transcortical Mista/ Afasia Extra-perissilviana Mista
? as áreas FIP, TSP e o fascículo arqueado que as liga estão intactos
? repetição preservada podendo gerar ecolalia
? pacientes não têm fala espontânea fluente e são incapazes de 
compreender
Afasia Motora Transcortical/Afasia Motora Extra-perissilviana
? a lesão é anterior e a área motora suplementar e o córtex pré-frontal 
dorsolateral estão isolados da região FIP
? leve déficit de compreensão oral
? ausência de iniciativa
? fala espontânea não fluente e repetição melhor que a fala espontânea
? possibilidade de mutismo
Afasia Sensorial Transcortical/Afasia Sensorial Extra-perissilviana
? há grande envolvimento das áreas de linguagem posteriores
? a região TSP está isolada dos córtex parietal, occipital e temporal 
circunvizinhos que armazenam associações de palavras
? leve déficit de compreensão oral
? perserveração
? neologismos
? parafasias semânticas
? alteraçãona iniciativa do discurso
IMPORTANTE: 
Afasias Transcorticais são mais comuns do que se supõe comumente.
AFASIA SUBCORTICALAFASIA SUBCORTICAL
Decorrem de lesões envolvendo o tálamo, o caudado, o putâmem ou a 
cápsula interna do hemisfério dominante da linguagem.
Foram descritos dois tipos: 
Síndrome Anterior (Afasia do Caudado ou Estriatocapsular)
Caracteriza-se por fala lenta e disártrica, não telegráfica. 
Compreensão preservada e dificuldade de nomear.
Síndrome Posterior (Afasia Talâmica)
Há fala fluente sem disartria, compreensão deficiente e nomear 
inadequado.
Em ambas as formas a repetição está relativamente preservada, e os 
pacientes têm geralmente hemiplegia associada.
PRINCIPAIS SPRINCIPAIS SÍÍNDROMES AFNDROMES AFÁÁSICASSICAS
Síndrome Fluência Parafasia Repetição Compreensão Nomear Hemiparesia
Broca n-fluente Rara-
literal
Pobre Boa Pobre Comum
Wernicke Fluente Comum-
mista
Pobre Pobre Pobre Raro
Condução Fluente Comum-
literal
Pobre Boa Pobre Raro 
Global N-fluente Comum-
mista
Pobre Pobre Pobre Comum
Motora T. N-fluente Rara Boa Boa Pobre Ocasional
Sensorial 
T.
Fluente Comum-
mista
Boa Pobre Pobre Ocasional
Mista T. N-fluente Rara Boa Pobre Pobre Comum
Anômica Fluente Rara Boa Boa Pobre Raro
Subcortical Fluente ou 
N-fluente
Comum Boa Variável Pobre Comum
PRINCIPAIS SPRINCIPAIS SÍÍNDROMES AFNDROMES AFÁÁSICASSICAS
síndrome Linguagem 
espontânea
Compreensão Repetição Denominação Leitura Escrita Sinais 
Associados
Localização
Broca
reduzida, 
esteriotipias, 
desintegraçã
o, fonética
pouco 
perturbada
laboriosa 
com 
desintegraç
ão fonética
perturbada
alexia 
anterior, 
dislexia 
profunda
disortografia hemiplegia
opérculo frontal, insula 
e quadrilátero de 
Pierre Marie
Wernicke
fluida, 
logorréica, 
com jargão
muito alterada parafasias muito alterada
alexia 
afásica
agrafia 
afásica
hemianopsia Área de Wernicke
Condução fluida, 
autocorreção
preservada parafasias parafasias
paralexias, 
compreens
ão 
preservada
paragrafias
no ditado
sinais parietais
Giro supramarginal e 
feixe arqueado
Global nula nula ou muito 
perturbada
nula nula nula nula
1) hemiplegia 
sensitivo-motora
2) ausência de 
hemiplegia
1) vastas lesões pré e 
retrossilviana
2) lesões não 
contíguas das áreas e 
Broca e de Wenicke
T. 
Motora 
reduzida, até
mesmo 
mutismo
preservada preservada falta de palavra preservada agrafia
hemiplegia 
inconstante
anterior e superior à
área de Broca
T. 
Sensorial fluida alterada
preservada, 
ecolalia parafasia
alexia 
afásica agrafia
Sinais 
sensitivos, 
hemianopsia
parte posterior da 
zona limítrofe
T. 
Mista 
reduzida alterada preservada muito alterada nula nula
hemiplegia, 
distúrbios 
sensitivos, 
hemianopsia
vastas lesões da coroa 
que circunda as áreas 
da linguagem
Anômica fluida preservada preservada falta da palavra preservada preservada --- lobo temporal
PROGNPROGNÓÓSTICO E TRATAMENTOSTICO E TRATAMENTO
BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA
BENSON, D.F. Aphasia in Clinical Neuropsychology Heilman, K.M. (org) 
Eduard Valenstein 3ª edição New York: Oxford University Press, pp.17-36, 
1993.
CAMPBEL, W.W. Transtornos da fala e da linguagem in O Exame
Neurológico Rio de Janeiro: Editora Guanabara, pp.61-76, 2005.
DAMASIO, A.R. & DAMASIO, H. Aphasia and neural bases of language in 
Principles of behavioral and cognitive neurology. Mesulan, M-M (org) 
pp.294-315.
GIL, R. Neuropsicologia São Paulo: Livraria Santos editra Ltda, pp.21-61, 
2005.

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