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1 Neuroanatomia – Taynara Pereira AFASIAS Modelo Wernicke-Geschwind: - Propõe que a área de Wernicke analise os sinais acústicos que formam as palavras, enquanto a área de Broca organiza a articulação da fala -Assume que o fascículo arqueado via unidirecional Com o advento da neuroimagem descobriu-se que: - Fascículo arqueado é um trato bidirecional entre o córtex sensorial e os córtices pré-frontal e pré-motor. - Em resumo, na versão revisada do modelo, o processamento da linguagem requer uma rede bem maior de áreas cerebrais do que aquelas contempladas anteriormente Setores e o sistema de implementação: Hanna e Damásio, colocam 4 grandes sistemas interagindo entre si conectando a recepção e a produção da linguagem: • Área de Broca, • Área de Wernicke, • Córtex insular • Núcleos da base = sistema de implementação Analisam os sinais aferentes auditivos e fornece a base para a construção fonêmica e gramatical e controla a produção da fala. 2 Neuroanatomia – Taynara Pereira Afasias: - As afasias são condições que alteram a capacidade dos pacientes de se comunicar de forma adequada afetando as seguintes funções: • Capacidade de falar ou se expressar verbalmente • Compreensão da linguagem verbal • Compreensão da linguagem escrita (leitura), • Capacidade de escrever. As afasias normalmente ocorrem após lesões cerebrais, que geralmente acometem o lado esquerdo do cérebro (hemisfério esquerdo) principalmente nas regiões frontais e temporais à esquerda, onde a maioria das pessoas possuem as redes neurais, que possibilitam as funções cerebrais da linguagem. Em nenhum tipo de afasia o paciente consegue nomear objetos (anomia) ou repetir palavras Não confundir com: - Disartria: alteração neurológica caracterizada pela dificuldade em articular as palavras de maneira correta - Disfonia (rouquidão): é toda e qualquer dificuldade na vocalização das palavras. Geralmente relacionadas a disfunções das cordas vocais TIPOS DE AFASIA: Podemos dividir as afasias em dois grandes grupos baseado na fluência do discurso: 1 - Afasias fluentes 2- Afasias não fluentes 1. Afasias não fluentes As lesões que levam as afasias não fluentes geralmente acometem áreas anteriores do cérebro, principalmente as regiões frontais que estão envolvidas com a fluência do discurso. Pessoas com afasias não fluentes podem entender o que as outras pessoas dizem melhor do que podem se expressar. Os pacientes geralmente estão conscientes das suas dificuldades em se comunicar e podem ficar frustrados e irritados. As afasias não fluentes podem apresentar fraqueza ou paralisia do lado direito do corpo 2. Afasias fluentes Pessoas com essa forma de afasia podem falar com facilidade e com fluência, geralmente se expressam com frases longas e complexas que muitas vezes não fazem sentido no contexto da conversa, ou incluem palavras incompreensíveis, incorretas e desnecessárias. Pacientes com esse tipo de afasia geralmente não entendem o que está sendo falado e muitas vezes não percebem que as outras pessoas não conseguem compreendê-los. 3 Neuroanatomia – Taynara Pereira Causas de afasia: - Várias doenças neurológicas podem levar as afasias por lesões que acometem as áreas de linguagem, como por exemplo os acidentes vasculares cerebrais (AVC), que levam a afasias de instalação aguda ou súbita. - As afasias podem também se instalar de forma gradual, como quando relacionadas a tumores cerebrais ou doenças degenerativas, como alguns tipos de demências (Demência Frontotemporal ou na Doença de Alzheimer). - Outras causas de lesões cerebrais que podem levar as afasias são: abscessos cerebrais, traumas de crânio, esclerose múltipla etc. O tamanho da lesão cerebral e o tipo de doença de base determinam o grau de deficiência da linguagem. → Afasia de Broca: - O paciente apresenta alteração da capacidade de expressão oral, escrita ou por gestos, como fala não fluente. Caracterizada por pausas, com esforços para encontrar palavras (dificuldade para articular), anomia (não nomeia objetos), dificuldade na estruturação gramatical (agramatismo) e perseveração (repetição de palavras) - É decorrente de lesão na área de Broca que corresponde ao giro frontal inferior esquerdo, áreas 44 e 45 de Brodmann → Afasia de Wernicke: - Há alteração da capacidade de compreender a linguagem oral, escrita ou por gestos. A fala é fluente, por vezes, até excessiva (logorreia), desprovida de conteúdo significativo e com presença de neologismos. Podem ocorrer parafasias e circunlocuções * Parafasias: o indivíduo deforma determinadas palavras, como designar de “cameila” a cadeira. - Lesão córtex temporal posterossuperior → Afasia de Condução: - Neste caso, a repetição da linguagem está prejudicada, fala desprovida de sentido. - Mistura de afasia de Broca com afasia de Wernicke - Ocorre após uma desconexão entre a área de Broca e a área de Wernicke, com lesão do fascículo arqueado. → Afasia Global: - Combinação de característica da afasia de Wernicke com a de Broca. Em alguns casos em que o paciente mantém a repetição parcialmente preservada, pode ocorrer ecolalia Ecolalia: repetição de fonemas - Déficit motor - Não tem fluência, tenta falar, repete com ecolalia ou consegue repetir parcialmente bem, se esforça para responder → Afasia de Transcortical: 4 Neuroanatomia – Taynara Pereira - Existe a anterior (motora; não fluente), similar à afasia de Broca e a posterior (sensorial; fluente), similar à afasia de Wernicke. O que ajuda a diferenciá-la das outras é que ambas, juntamente com a afasia anômica, apresenta a repetição intacta. → Afasia Anômica: - O paciente é fluente, porém apresenta parafasias, circunlocuções (dificuldade em achar as palavras certas para se expressar). É o distúrbio de linguagem mais comum, encontrando nos TCEs, encefalopatia metabólica, doença de Alzheimer e afasia progressiva fluente (demência semântica).
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