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BIOLOGIA AQUÁTICA E PESQUEIRA-TÉCNICO EM AQUICULTURA

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01
Carlos Alberto Machado da Rocha
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
A questão da sistemática biológica
BIOLOGIA AQUÁTICA E PESQUEIRA
Coordenadora da Produção dos Materias
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Ivana Lima
José Antônio Bezerra Júnior
Mariana Araújo de Brito
Vitor Gomes Pimentel
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Jeremias Alves A. Silva
Margareth Pereira Dias
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
Revisão Técnica
Rosilene Alves de Paiva
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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1
Biologia aquática e pesqueira A01
Objetivos
Que a disciplina Biologia Aquática e Pesqueira aborda generalidades sobre sistemática biológica, enfatiza representantes aquáticos dos diferentes grupos animais e analisa aspectos ligados aos estoques pesqueiros e à seletividade 
dos apetrechos de pesca. Nesta primeira unidade, você verá, por exemplo, como utilizar 
categorias hierárquicas para classifi car organizadamente os seres vivos. Se bem que 
organizar os seres vivos de forma hierárquica é apenas parte da sistemática biológica. 
É necessário ainda identifi cá-los de maneira precisa e singular para que as informações 
sobre os mesmos possam ser convenientemente catalogadas e organizadas.
As atividades avaliativas estão distribuídas e deverão ser realizadas ao longo da aula. 
São exercícios propostos, palavras-cruzadas e auto-avaliação.
  Conhecer as principais regras de nomenclatura biológica 
e suas aplicações.
  Identifi car os mais importantes grupos animais.
2
Biologia aquática e pesqueira A01
Para começo
de conversa...
Ao entrar no Mercado Público do Ver-o-Peso, em Belém do Pará e procurar pela 
pescadinha-gó, um peixe bastante comum em toda a costa atlântica do nosso país, você 
facilmente será entendido pelos comerciantes de peixe. Porém, o mesmo não ocorrerá 
no Mercado Público do Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, pelo menos se 
procurá-lo pelo nome pescadinha-gó. A mesma espécie é mais conhecida, por exemplo, 
nas regiões Sudeste e Sul do Brasil como pescadinha real ou pescada-foguete. Por 
outro lado, é conhecida como King weakfi sh em inglês, pescadilla real em espanhol, 
acoupa chaesseur em francês, considerando-se apenas alguns idiomas. Porém seu 
nome científi co, Macrodon ancylodon, é o mesmo em qualquer lugar do mundo.
1Praticando...
3
Nomenclatura
O uso de um nome científi co para cada espécie corresponde a uma padronização 
mundial, evitando prováveis confusões geradas pela existência de diferentes termos 
populares que variam de uma região para outra.
Logicamente que você não precisará utilizar, de modo corriqueiro, os nomes científi cos 
dos organismos aquáticos com os quais trabalhará como técnico, porém, na leitura de 
artigos ou mesmo livros técnicos sobre o assunto, freqüentemente encontrará essa 
forma de identifi cação. Além disso, você deverá utilizar a nomenclatura científi ca ao 
referir uma espécie, por exemplo, em um projeto seu ou mesmo em relatórios.
A designação de uma espécie é feita por dois termos latinos ou latinizados (nomenclatura 
binominal). O primeiro nome, geralmente um substantivo, corresponde ao gênero e deve 
ser escrito com letra inicial maiúscula. O segundo nome é um adjetivo que representa 
o epíteto específi co, sendo grafado com inicial minúscula. Ex.: no nome científi co do 
caranguejo Ucides cordatus, o termo “Ucides” designa o gênero, e o termo “cordatus” 
o epíteto específi co.
O nome científi co deve ser destacado no texto onde aparece, podendo tanto ser impresso 
em itálico (letra inclinada) como em sublinhado.
Se o autor da descrição de uma espécie for mencionado, seu nome deverá aparecer 
em seguida ao epíteto específi co (termo específi co) sem pontuação; o ano em que ele 
descreveu a espécie virá após seu nome, precedido de uma vírgula: Ucides cordatus 
Linnaeus, 1763.
Exercício proposto
 Você conhece algum caso em que o nome de um ser vivo é diferente de 
uma região para outra, ou mesmo, algum caso em que um mesmo nome é 
utilizado para diferentes seres vivos? Comente.
Biologia aquática e pesqueira A01
4
Biologia aquática e pesqueira A01
Os sete grupos
básicos de classifi cação
Em 1735, o botânico e médico sueco Linné estabeleceu a espécie como unidade básica de classifi cação, reuniu os seres vivos em cinco grupos taxonômicos – reino, classe, ordem, gênero e espécie – e propôs uma hierarquia de semelhanças 
entre eles. Depois, outros pesquisadores acrescentaram dois grupos: fi lo (para o 
conjunto de classes aparentadas) e família (para o conjunto de gêneros aparentados).
Espécies muito parecidas podem ser reunidas no grupo gênero; neste, o grau de 
semelhança é menor que na espécie. Gêneros afi ns formam famílias e estas compõem 
ordens, que se reúnem em classes. Os fi los (ou divisões) são compostos por classes 
semelhantes. Os diversos fi los ou divisões são reunidos em reinos.
‘’Karl von Linné’’ (ou, em português, ‘’Carlos Lineu’’, ou ainda ‘’Carolus 
Linnaeus’’, como passou a se auto-denominar, latinizando o nome) nasceu 
em 23 de Maio de 1707 em Stenbrohult, na província de Smalandia na 
Suécia, e morreu em 10 de Janeiro de 1778). Foi o fundador do sistema 
moderno de classifi cação científi ca dos organismos. Em 1735, publica o seu 
primeiro livro, “Systema Naturae”, no qual propõe regras para classifi car e 
denominar animais e plantas. É um sistema de classifi cação simples que 
substitui as longas denominações de espécies, às vezes, com dezenas de 
nomes que vigoravam na Europa àquela época.
Das espécies aos reinos
A pescada amarela, por exemplo, pertence à espécie Cynoscion acoupa, enquanto a pescada cambuçu é chamada cientifi camente de Cynoscion virescens. Esses peixes, embora sejam de espécies diferentes – pois não são capazes de cruzar-
se entre si gerando descendentes férteis – são portadores de características bastante 
próximas, fazendo parte do mesmo gênero (Cynoscion). O outro tipo de pescada que 
conhecemos é a pescadinha-gó (Macrodon ancylodon) que, apesar de pertencer a 
outro gênero (Macrodon), assemelha-se às outras pescadas e, por isso, tanto o gênero 
Cynoscion quanto o gênero Macrodon pertencem à mesma família: Sciaenidae.
5
Biologia aquática e pesqueira A01
As Figuras 1 e 2 remetem a animais que pertencem à mesma família (Sciaenidae), mas 
a gêneros e espécies diferentes: Pescada amarela (Cynoscion acoupa) e Pescadinha-gó 
(Macrodon ancylodon).
Figura 1– Pescada amarela Figura 2 – Pescadinha-gó
Muitas outras famílias animais poderiam ser consideradas. A família Cichlidae, 
por exemplo, engloba animais semelhantes ao tucunaré (Cichla monoculus), tais 
como a tilápia (Tilapia macrocephla) e o acará-papa-terra (Geophagus brasiliensis). 
As famílias Sciaenidae e Cichlidae, juntamente com outras, como Lutjanidae 
(pargo e cioba) e Serranidae (meros e garoupas), enquadram-se na mais diver-
sifi cada de todas as ordens de peixes ósseos: Perciformes.
As fi guras 3 e 4 referem-se a animais que pertencem à mesma ordem (Percifor-
mes), mas a famílias, gêneros e espécies diferentes: Tucunaré (Cichla monoculus) 
e Pargo (Lutjanus argentiventris).
Figura 3 – Tucunaré Figura 4 – Pargo
Quando reunimos os Perciformes às outras ordens de peixes com esqueletopredominantemente ósseo, como a dos Clupeiformes (sardinhas, arenques e salmões), 
a dos Characiformes (tambaqui, pacus e piranhas) e a dos Mugiliformes (barracudas e 
tainhas), temos a classe dos Osteichthyes. 
Nas fi gura 5 e 6 são mostrados animais que pertencem à mesma classe (Osteichthyes), 
porém a ordens, famílias, gêneros e espécies diferentes: Salmão do Atlântico (Salmo 
salar) e Tambaqui (Colossoma macropomum).
2Praticando...
 Notocorda é 
uma coluna de 
células que se 
encontra, no 
embrião, em seu 
eixo longo entre 
o tubo neural e o 
intestino primitivo, 
tipicamente na 
linha média. Pode 
ser persistente 
por toda a vida 
(exemplo: anfi oxo) 
ou substituída pela 
coluna vertebral 
(vertebrados).
Notocorda
Táxons
  Táxons são as 
unidades utilizadas 
em sistemática. 
São também 
denominados 
taxa (plural de 
taxon em latim) 
e podem ocupar 
qualquer nível 
de um sistema 
de classifi cação: 
reinos, ordens, 
famílias, gêneros 
e subgêneros são 
alguns táxons.
6
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 5 – Salmão do Atlântico Figura 6 – Tambaqui
Os peixes ósseos, assim como os ciclóstomos, peixes cartilaginosos, anfíbios, répteis, 
aves e mamíferos, são animais que apresentam, na fase embrionária, um eixo de 
sustentação chamado notocorda e, por isso, pertencem ao mesmo fi lo: Chordata. O 
fi lo dos cordados, juntamente com o dos equinodermas (estrela-do-mar), artrópodos 
(insetos, crustáceos, aranhas) e moluscos (ostras, polvos), entre outros, constituem o 
reino Animalia.
Além dessas categorias, muitas vezes utilizamos táxons intermediários, tais como 
subfi lo, subordem, infraordem, superfamília, subfamília, subgênero, subespécie.
Exercícios propostos
1. De acordo com o sistema binominal de nomenclatura estabelecido 
por Linnaeus, o nome científi co Felis catus aplica-se a todos os gatos 
domésticos, como angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O 
gato selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana 
(Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato.
a) A que gênero pertencem todos os animais mencionados?
b) Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo 
nome científi co?
c) Qual dos nomes a seguir designa corretamente a família a que pertencem 
esses animais: Felinaceae, Felidae, Felini, Felinus ou Felidaceae? 
Justifi que.
a)
b)
c)
7
Biologia aquática e pesqueira A01
2. Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para 
um anfíbio que ocorre em brejos do estado de São Paulo. Justifi que o 
uso do nome científi co em vez de identifi car o anfíbio como “rã-pimenta”, 
como fazem os pescadores.
  Bentônica relativa 
aos bentos, que 
são comunidades 
de organismos que 
vivem no fundo 
do mar, desde 
as praias até 
as profundezas 
abissais. Suas 
vidas estão ligadas 
a algum substrato.
Betônica
8
Biologia aquática e pesqueira A01
O reino animalia
Um dos maiores problemas relacionados com a manutenção da vida é a obtenção e a conservação da água. Para os animais, a água é fundamental como meio onde ocorrem reações químicas, além de participar de outros importantes 
processos, como a sustentação, a distribuição de substâncias, a eliminação de excretas 
e o controle térmico.
A vida surgiu na água há aproximadamente quatro bilhões de anos. Muitas espécies 
se extinguiram e outras evoluíram até as formas atuais, que incluem representantes 
aquáticos e terrestres.
O reino Animalia ou Metazoa abrange todos os animais, seres eucariontes, pluricelulares 
e heterótrofos. Os componentes desse reino são organizados em numerosos fi los, dos 
quais destacamos:
Poríferos
Animais assimétricos ou radiais, sésseis, fi ltradores, com numerosos poros na parede 
do corpo. Fazem parte da macrofauna bentônica. As esponjas, como também são 
chamados, não possuem órgãos e têm como principais células: coanócitos, amebócitos, 
arqueócitos, pinacócitos e porócitos.
Figura 7 – Poríferos fi xos a um substrato no fundo do mar
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 Os cnidários 
apresentam 
três grupos: 
HIDROZOÁRIOS 
(representados 
pelas hidras 
e caravelas), 
CIFOZOÁRIOS 
(águas-vivas) e 
ANTOZOÁRIOS 
(anêmonas-do-mar 
e corais).
Cnidários
Sistema nervoso 
(difuso)
  Sistema Nervoso 
Difuso é o sistema 
constituído por 
uma rede de 
células nervosas, 
mas sem que haja 
regiões com maior 
concentração 
de neurônios e 
sinapses, ou seja, 
não há gânglios 
nem cérebro.
9
Biologia aquática e pesqueira A01
Cnidários
Os cnidários (do grego knidos = urticantes) são animais radiais, sésseis (“pólipos”) 
ou móveis (“medusas”). Caracterizam-se pelas células urticantes conhecidas como 
cnidoblastos, úteis na defesa e na captura de alimentos (pequenos animais). Outra 
importante característica é a grande cavidade gastrovascular ou enteron. Os cnidários 
são os primeiros animais na escala evolutiva a apresentar sistema digestivo (incompleto) 
e sistema nervoso (difuso). Seus representantes mais característicos são as águas-
vivas, caravelas, hidras, corais e anêmonas-do-mar.
Os tipos morfológicos dos cnidários (pólipo e medusa) são apresentados nas 
Figuras 8 e 9.
Figura 8 – Pólipo
Figura 9 – Medusa
Fonte: Invertebrados (2003, extraído da Internet).
10
Biologia aquática e pesqueira A01
Nota: A Grande Barreira de Recifes, na costa nordeste da Austrália, constitui 
uma das maiores formações desenvolvidas por seres vivos. Essa barreira 
resulta da acumulação de restos de esqueletos calcários de corais e outros 
animais minúsculos. A Grande Barreira tem cerca de 2.400 quilômetros 
de comprimento por 150 quilômetros de largura; mesmo a uma distância 
de 180 quilômetros da praia, a barreira é um sério obstáculo à navegação 
(PAULINO, 1998).
Figura 10 – Grande Barreira de Corais, na Austrália
Fonte: Memória Virtual (2004, extraído da Internet).
Ctenóforos
Pequeno fi lo de animais marinhos com cerca de 80 espécies. Provavelmente se 
originaram de algum cnidário medusóide. A cavidade gastrovascular tem a forma de 
um sistema de canais e a espessa camada média do corpo é comparável à mesogléia 
dos cnidários. O corpo é esférico ou oval e dividido em secções iguais por oito eixos 
constituídos por faixas ciliadas características dos ctenóforos e as estruturas a partir 
das quais deriva o nome do fi lo.
  Triblásticos são 
os animais que 
desenvolvem 
os três folhetos 
embrionários: 
ectoderma, 
mesoderma e 
endoderma.
Triblásticos
Protostômicos
  Protostômios são 
os animais em que 
o blastóporo do 
embrião dá origem 
à boca. Blastóporo 
é o orifício que 
comunica o canal 
digestivo do 
embrião com 
o exterior.
11
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 11 – Ctenóforo da espécie Eurhamphaea vexilligera Gegenbaur, 1856. a) desenho (modifi cado de 
Mayer, 1912); b) fotografi a de um espécime
Fonte: S. Haddock (apud OLIVEIRA et al, 2007).
Nota: Cnidários e Ctenóforos podem ser reunidos sob a denominação de 
“Celenterados”, devido à grande cavidade gastrovascular que possuem.
Platelmintos
Os platelmintos (do grego platy = achatado; helmin = verme) são animais triblásticos, 
acelomados, bilaterais, protostômios, caracterizados como vermes de corpo achatado 
no sentido dorso-ventral. Nesse grupo passamos a observar centralização do sistema 
nervoso na região cefálica. Entre os platelmintos mais populares encontramos as 
planárias (vermes achatados de vida livre), as tênias ou solitárias e os esquistossomos 
(ambos parasitas).
Os platelmintos apresentam três grupos: TURBELÁRIOS (representados pelas planárias, 
de vida livre), CESTODAS(vermes em forma de fi ta, representados pelas tênias) e 
TREMATODAS (platelmintos geralmente dióicos, com o corpo em forma de folha) que 
se subdividem em dois grupos, com base no seu ciclo de vida: MONOGENÉTICOS 
(Monogênea) e DIGENÉTICOS (Digênea).
 Monoxeno é o 
adjetivo usado 
para o ciclo 
evolutivo ou para 
o parasito que 
possui apenas 
o hospedeiro 
defi nitivo, em 
oposição ao 
heteroxeno, 
que possui um 
hospedeiro 
defi nitivo e um ou 
mais hospedeiros 
intermediários.
Monoxeno
Piscicultura
  Piscicultura é um 
dos ramos da 
aqüicultura, que se 
preocupa com o 
cultivo de peixes.
12
Biologia aquática e pesqueira A01
Diversas espécies de Diphyllobothrium, vermes da classe Cestoda, são conhecidas por 
infectar seres humanos, porém o D. latum é dos mais freqüentes.
Figura 12 – Ciclo evolutivo heteroxeno do Diphyllobothrium latum
Fonte: Huss e Embarek (2008, extraído da Internet).
As larvas de Diphyllobothrium latum são encontradas em crustáceos e peixes. O homem 
e outros mamíferos, como os ursos, abrigam a forma adulta do verme no intestino.
Nota: Devido a seu ciclo de vida monoxeno, os monogenéticos reproduzem-
se com grande rapidez e o confi namento de peixes da mesma espécie em 
tanques de piscicultura, que é uma condição ótima para proliferação, faz 
estes parasitos se tornarem um dos grandes problemas dessa atividade.
Asquelmintos
Animais triblásticos, pseudocelomados, bilaterais, protostômios, caracterizados como 
vermes de corpo cilíndrico, revestido por uma cutícula resistente. Os asquelmintos 
apresentam quatro grupos: NEMATODAS, NEMATOMORFOS, ROTÍFEROS e 
ACANTOCÉFALOS.
Anisakis simples é um nematódeo parasito de peixes e mamíferos marinhos e, de forma 
acidental, de seres humanos. Seu ciclo de vida é muito complexo, com várias fases, 
cada uma delas com um hospedeiro distinto (Figura 13). Apenas sua fase de larva 3 
(L3) pode infectar o ser humano. Nos peixes e mamíferos marinhos infectados, o verme 
evolui à sua forma adulta, efetuando a postura de ovos, os quais passam à água através 
das fezes de seus hospedeiros.
13
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 13 – Ciclo evolutivo de Anisakis simples
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As larvas infectantes de Anisakis simples são encontradas em diversos peixes. Alguns 
mamíferos marinhos, e mais raramente o homem, abrigam a forma adulta do verme.
Moluscos
Esse fi lo é um dos poucos grupos de invertebrados que conquistaram certa popularidade 
entre leigos e colecionadores amadores. Os moluscos (do latim mollis = mole) são 
invertebrados de corpo mole, não segmentado, geralmente envolvido por uma concha 
calcária e compreendem mais de 100.000 espécies, que se espalham pelos mais 
variados tipos de habitat. Em sua maioria, vivem no mar – fi xos sobre as rochas (ostras e 
mexilhões), deslocando-se ativamente (polvos e lulas) ou enterrados na areia (dentálios). 
Há, porém, alguns dulcícolas – como o caramujo Biomphalaria, hospedeiro do Schistosoma 
mansoni – e alguns terrestres – que vivem em locais úmidos (caracóis e lesmas).
Figura 14 – Representantes dos moluscos. A) ostra, B) caracol, C) dentálio, D) polvo, E) quíton
 Metameria 
signifi ca 
segmentação 
em metâmeros. 
De forma mais 
simples, é quando 
uma parte do 
corpo do animal 
se repete 
várias vezes.
Metameria
14
Biologia aquática e pesqueira A01
Nota: O turu é semelhante a uma grande lombriga leitosa, porém é um 
molusco, da classe dos bivalves, que habita troncos podres do mangue. 
Também conhecido como bicho-de-pau. Rico em cálcio e proteína, pode ser 
comido cru com sal e limão, cozido com vegetais, na sopa ou refogado na 
frigideira à moda provençal. Além de apetecer ao paladar dos marajoaras, 
existe a crença nas propriedades afrodisíacas, do turu.
Figura 15 – Sopa de turu servida na ilha do Marajó – PA
Fonte: <http://www.viagemesabor.com.br/noticias/roteiros/br/norte/para/marajo>.
Acesso em: 15 out. 2008.
Anelidas
O termo anelida ou anelídeo (anelo = anel) indica uma das principais características 
desses animais: a segmentação do corpo, com repetições desses segmentos (em forma 
de anel). Esse fenômeno é chamado metameria (meta = sucessão; meros = parte).
Esses animais são triblásticos, celomados, protostômios e apresentam simetria bilateral. 
As espécies de anelídeos são encontradas no solo (minhocas), no mar (poliquetas ou 
vermes marinhos) ou como ectoparasitas de vertebrados aquáticos, principalmente de 
água doce (sanguessugas).
15
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 16 – Nereis, um anelídeo marinho da classe dos poliquetas
Fonte: <http://biology.kenyon.edu/courses/biol112/Biol112WebPage/Syllabus/Topics/Week%207/Resources/nereis.250.gif>.
 Acesso em: 15 out. 2008.
Artrópodes
Os artrópodes são triblásticos e celomados, com simetria bilateral, corpo segmentado, 
exoesqueleto quitinoso e apêndices articulados, como as pernas ou patas, por exemplo 
(daí o nome do fi lo: artro = articulação; podos = patas). Formam o mais numeroso e 
um dos mais diversifi cados grupos de animais; há mais espécies de artrópodes que 
de todos os outros animais reunidos.
Tradicionalmente, o fi lo Arthropoda era dividido em cinco classes: Insecta (insetos: 
mosquitos, gafanhotos, barbeiros, borboletas, pulgas, abelhas, formigas, etc.); 
Crustacea (crustáceos: camarões, lagostas, siris, caranguejos, etc.); Arachnida 
(aracnídeos: aranhas, escorpiões, carrapatos, etc.); Chilopoda (quilópodes: lacraia); 
Diplopoda (diplópodes: piolho de cobra ou embuá). Hoje, existem outras propostas 
de classifi cação. Em uma delas, considera-se que os crustáceos formam um subfi lo 
(Crustacea ou Biramia, por serem dotados de apêndices birremes, ou seja, divididos em 
dois ramos na extremidade); os aracnídeos formam uma classe do subfi lo Chelicerata 
(quelicerados: “portadores de quelíceras”); os insetos formam uma classe do subfi lo 
Uniramia (“dotados de apêndices unirremes”, isto é, sem ramifi cações), que também 
inclui as classes Chilopoda e Diplopoda. 
a cb
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16
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 17 – Diversidade dos artrópodos. a, b e c mostram representantes do subfi lo Uniramia (A e B 
são insetos, enquanto C é um quilópode); D e E representam aracnídeos, os componentes do subfi lo 
Chelicerata; em F temos um membro do subfi lo Crustacea
Equinodermas
Os equinodermas (do grego echinos = espinhos; derma = pele) são animais 
exclusivamente marinhos, deuterostômios, dotados de um endoesqueleto calcário 
muitas vezes provido de espinhos salientes, que justifi cam o nome zoológico do grupo. 
Entre os equinodermas encontramos as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, os pepinos-
do-mar e os lírios-do mar, entre outros.
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Figura 18 – Diversidade de equinodermas
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Biologia aquática e pesqueira A01
Deuterostômios são os animais nos quais a formação da boca ocorre em 
época posterior à do ânus, durante o desenvolvimento. São deuterostômios 
os representantes dosequinodermos e cordados.
Cordados
Os cordados são animais adaptados para a vida aquática e terrestre. São deuterostômios 
e bilaterais. Dividem-se em: PROTOCORDADOS e EUCORDADOS. Os protocordados são 
destituídos de coluna vertebral e de caixa craniana. Já os eucordados, ou vertebrados, 
possuem coluna vertebral e têm crânio com encéfalo.
As características diferenciais e exclusivas, que permitem o enquadramento de um 
animal no grupo dos cordados e que estão presentes pelo menos nos primeiros estágios 
do desenvolvimento, são a notocorda, as fendas branquiais e o tubo nervoso dorsal.
Notocorda ou corda dorsal - Consiste em um cordão fi broso que se forma acima do 
intestino primitivo (arquêntero), representando o primeiro eixo de sustentação do animal. 
Pode persistir por toda a vida ou ser substituído pela coluna vertebral.
Fendas branquiais - São pequenos orifícios que se formam na faringe do embrião e que 
se prestam à respiração e, algumas vezes, fi ltração de alimentos. Essas fendas são 
permanentes nos protocordados e peixes adultos. Nos outros grupos de cordados as 
fendas são restritas ao estágio embrionário, fechando-se durante o desenvolvimento.
Tubo nervoso dorsal - Trata-se de um tubo longitudinal, resultante de invaginação do 
ectoderma na região mediana dorsal do embrião. Sua extremidade anterior dilata-se 
formando a vesícula neural nos protocordados e o encéfalo nos vertebrados.
18
Biologia aquática e pesqueira A01
Figura 19 – Diversidade e relações fi logenéticas dos cordados viventes
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19
Biologia aquática e pesqueira A01
O quadro a seguir apresenta um resumo sistemático do fi lo Chordata, mostrando os 
subfi los e, no caso dos vertebrados, as classes e algumas subclasses e ordens, com 
seus respectivos representantes.
Quadro 1 – Resumo sistemático dos cordados
SUBFILOS CLASSES SUBCLASSES’ ORDENS(OU INFRACLASSE)
UROCORDADOS
(TUNICADOS) Ascídias
CEFALOCORDADOS
(LEPTOCARDII) Anfi oxos
VERTEBRADOS
CICLÓSTOMOS Lampréia, Peixe-bruxa
CONDRÍCTIES
ELASMOBRÂNQUIOS Tubarão, Cação, Arraia
HOLOCÉFALOS Quimera
OSTEÍCTIES
SARCOPTERÍGIOS
CROSSOPTERÍGIOS
Celacantos
DIPNÓICOS
Pirambóia
ACTINOPTERÍGIOS
TELEÓSTEOS 
A Maioria
Anfíbios
SALIENTIA ANUROS
URODELOS
GIMNOFIONOS
Répteis
ANAPSIDA QUELÔNIOS
LEPIDOSAURIA
RINCOCÉFALOS
SQUAMATAS
ARCHOSAURIA CROCODILIANOS
Aves NEORNITHES
Mamíferos
PROTOTHERIA
THERIA
Praticando... 3
20
Biologia aquática e pesqueira A01
Palavras cruzadas!
1. M
2. A
3. C
4. R
5. O
6. D
7. O
8. N
1. Tipo de molusco que participa como hospedeiro intermediário no ciclo evolutivo de 
verminoses como a esquistossomose.
2. Vermes de corpo achatado no sentido dorso-ventral.
3. Eixo de sustentação comum aos embriões de anfi oxo, tubarão, pescadinha-gó, sapo, 
arara e mico-leão-dourado.
4. Se a pescada amarela pertence à espécie Cynoscion acoupa, a qual categoria 
taxonômica refere-se o termo Cynoscion?
5. Cordados que não possuem coluna vertebral, crânio e encéfalo.
6. Filo da estrela-do-mar e do ouriço-do-mar.
7. Os Crustáceos apresentam pernas articuladas. Então a qual fi lo de invertebrados 
pertencem?
8. Família de animais à qual pertencem a pescada amarela e a pescadinha-gó.
4Praticando...
21
Biologia aquática e pesqueira A01
Exercício proposto
 Quais os nomes vulgares que você conhece para a principal espécie do 
gênero que apareceu em destaque nas palavras cruzadas.
Responda aqui
5Praticando...
22
Biologia aquática e pesqueira A01
1. Na classificação dos seres vivos, um conjunto de filos recebe a 
denominação de:
(A) reino
(B) fi lo
(C) ordem
(D) família
2. Têm maior grau de semelhança entre si dois organismos que estão 
colocados dentro de uma das seguintes categorias taxonômicas:
(A) classe
(B) família
(C) gênero
(D) ordem
3. As categorias taxonômicas obedecem a uma hierarquia; assim, dois 
animais que fazem parte da mesma classe obrigatoriamente pertencerão:
(A) ao mesmo gênero
(B) ao mesmo fi lo
(C) à mesma família
(D) à mesma ordem
4. Se reunirmos as famílias Loricariidae (acaris), Ariidae (gurijuba), 
Pimelodidae (piramutaba, dourada e filhote) e Ictaluridae (bagre-
americano), veremos que todos são peixes de corpo nu, envolto por pele 
espessa ou coberto por placas ósseas, com nadadeiras raiadas, sendo 
o primeiro raio das nadadeiras peitorais e dorsal portador de um acúleo 
forte; portanto, pertencem a (ao) mesma (o):
23
Biologia aquática e pesqueira A01
(A) gênero
(B) ordem
(C) subespécie
(D) família
5. O trecho a seguir foi escrito por um estudante de Biologia: “A família 
Palaemonidae engloba mais de 700 espécies; uma delas é o nosso 
camarão pitu, macrobrachium carcinus”. O nome científi co do camarão 
pitu, no texto do estudante, está escrito:
(A) corretamente, porque tem de ser destacado por meio de sublinhado ou 
de itálico (letra inclinada).
(B) incorretamente, porque deveria estar escrito em itálico.
(C) incorretamente, porque, além de destacado no texto, o nome do gênero 
deve ter a inicial maiúscula.
(D) incorretamente, porque, além de destacado no texto, gênero e espécie 
devem ter a inicial maiúscula.
6. Assinale a alternativa em que todos os animais citados pertencem ao 
fi lo dos moluscos.
(A) polvo, mexilhão, água-viva e berbigão
(B) lesma, craca, ostra e quíton
(C) mexilhão, caracol, lagosta e lula
(D) ostra, polvo, turu e vieira
7. “...Steve Irwin, o “Caçador de Crocodilos”, estava mergulhando com um 
cinegrafi sta na barreira de corais da costa australiana quando teve o 
peito perfurado pelo ferrão de uma arraia de 100 quilos...” 
(REVISTA VEJA, 13 set. 2006).
O “Caçador de Crocodilos”, na última cena de exibicionismo que lhe 
custou a vida, foi atingido por uma Raia marinha. Segundo a Classifi cação 
Taxonômica, a Raia é considerada:
24
Biologia aquática e pesqueira A01
(A) Peixe cartilaginoso – Chondrichthyes
(B) Peixe ósseo – Osteichthyes
(C) Peixe misto – Amphibia
(D) Raias não são consideradas peixes
8. Assinale a alternativa em que todos os animais citados pertencem ao 
grupo dos gnatóstomos.
(A) lagosta, tubarão, pargo e boto
(B) baleia, jacaré, sapo e lampréia
(C) atum, rã, tartaruga e peixe-boi
(D) anfi oxo, feiticeira, cavala e cágado
Leituras complementares
SAGGIOMO, Sandra Oliveira; BEMVENUTI, Marlise de Azevedo. Glossário sobre 
ecossistema aquático: zoologia. Cadernos de Ecologia Aquática, v. 1, n. 1, p. 
15 - 30, jan./jul. 2006. Disponível em: <http://www.cadernos.ecologia.furg.br/
artigos/01_01_02_sandra.pdf>. Acesso em: 20 out. 2006.
REGRAS de nomenclatura zoológica. Disponível em: <http://www.avesmarinhas.com.
br/Nomenclatura%20zool%F3gica.pdf>. Acesso em: 15 out. 2008.
Você também pode ler mais sobre a classifi cação e as regras de nomenclatura zooló-
gica no endereço anterior.
Nota: Em ambos os casos, o material está disponível para download.
Autoavaliação
25
Biologia aquática e pesqueira A01
Nesta aula, vimos que a classifi cação dos seres vivos é feita por meio de 
categorias hierárquicas, conhecemos as principais regras de nomenclatura 
biológica e constatamos que a utilização de um nome científi co para cada 
espécie é uma tentativa de padronização, para evitar possíveis confusões 
geradas pelo uso de diferentes nomes populares, que variam entre idiomas 
e mesmo dentro de um idioma quando abordado em diferentes regiões. 
Vimos ainda a descrição geraldos maiores fi los que integram o reino animal, 
com ênfase nos seus representantes aquáticos. Em relação à nossa área 
de estudo, são particularmente interessantes os fi los dos moluscos; 
artrópodes, por conta dos crustáceos; e cordados, principalmente por 
incluírem os peixes.
Estamos chegando ao fi nal da nossa 1ª aula. E então? Você já consegue 
aplicar as principais regras de nomenclatura biológica e identifi car os grupos 
de animais mais importantes para o seu curso?
1. Explique a expressão: “A espécie é binominal”.
2. Qual a ordem hierárquica (decrescente) dos sete grupos básicos de 
classifi cação biológica?
26
Biologia aquática e pesqueira A01
3. Pargo é a denominação popular para algumas espécies do gênero 
Lutjanus. Uma dessas espécies foi descrita por Poey em 1875 e tem 
como epíteto específi co o termo purpureus. 
Vamos supor que você está escrevendo um relatório sobre a pesca dessa 
referida espécie de pargo em um determinado ponto do litoral brasileiro. 
Como devem ser reunidas e escritas as informações acima, de acordo 
com as normas internacionais de nomenclatura? 
4. Apresente dois representantes de cada grupo animal abaixo.
CNIDÁRIOS:
PLATELMINTOS:
ASQUELMINTOS:
ANELIDAS:
EQUINODERMOS:
5. Explique com as suas palavras como são os moluscos.
27
Biologia aquática e pesqueira A01
6. Entre os artrópodes, a classe dos crustáceos é a mais importante para 
nossa área de estudo. Então, como você diferencia os crustáceos dos 
demais artrópodes?
7. Quais as três características diferenciais dos cordados?
8. Cite quatro exemplos de peixes da classe dos condrícties.
28
Biologia aquática e pesqueira A01
Referências
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 4. ed. São Paulo: Livraria Roca, 1984.
HUSS, Hans Henrik; EMBAREK, Peter Karim Ben. Parasites. Disponível em: <http://
www.fao.org/docrep/006/y4743e/y4743e0c.htm>. Acesso em: 15 out. 2008.
INVERTEBRADOS. Os invertebrados marinhos. 30 jan. 2003. Disponível em: <http://
paginas.terra.com.br/educacao/sariego/invertebrados.htm>. Acesso em: 15 out. 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje 2: os seres vivos. São Paulo: 
Ática, 2004.
MEMÓRIA VIRTUAL: blog. 29 dias – Austrália. 15 jul. 2004. Disponível em: <http://
memoriavirtual.wordpress.com/2004/07/15/29-dias-australia/>. Acesso em: 15 
out. 2008.
OLIVEIRA, Otto Muller Patrão de et al. Chave de identifi cação dos Ctenophora da costa 
brasileira. Biota Neotrópica, v. 7, n. 3, 2007.
PAULINO, W. R. Biologia atual. São Paulo: Editora Ática, 1998. v 2.
SAGGIOMO, Sandra Oliveira; BEMVENUTI, Marlise de Azevedo. Glossário sobre 
ecossistema aquático: zoologia. Cadernos de Ecologia Aquática, v. 1, n. 1, p. 
15 - 30, jan./jul. 2006. Disponível em: <http://www.cadernos.ecologia.furg.br/
artigos/01_01_02_sandra.pdf>. Acesso em: 20 out. 2006.
SILVA JR, C.; SASSON, S. Biologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2002. v 2.
STORER, T.; USINGER, R. Zoologia geral. 3. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1997.
02
Carlos Alberto Machado da Rocha
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
O que é um molusco?
BIOLOGIA AQUÁTICA E PESQUEIRA
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EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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1
Biologia aquática e pesqueira A02
Objetivo
Que alguns animais, provavelmente já utilizados na sua alimentação, como ostra, mexilhão, lula, polvo, ou mesmo escargot, e que são alimentos de alto valor nutritivo, são animais do grupo dos moluscos. Mas, o que eles têm em comum, 
para serem reunidos nesse fi lo do reino animal? Ao longo desta aula você encontrará 
os detalhes da anatomia externa e interna que identifi cam um animal como molusco, 
bem como informações básicas, porém indispensáveis, sobre o funcionamento de 
seus diversos sistemas. 
  Conhecer as diversas características morfológicas e fi siológicas dos 
moluscos.
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE UM GASTRÓPODE
GLÂNDULAS DIGESTIVAS
GÂNGLIOS NERVOSOS PÉ
GLÂNDULAS SEXUAIS
CORAÇÃO
BRÂNQUIA
ORIFÍCIO URO-GENITALESTÔMAGO
CONCHA
MANTO
RÁDULA
língua rugosa
2
Biologia aquática e pesqueira A02
Organização
A malacologia é a ciência que estuda os moluscos. O corpo desses animais é dividido 
em três regiões: cabeça ou região cefálica, pé e massa visceral. Ao longo da evolução, 
essas partes sofreram mudanças e passaram a ser diferentes em cada grupo de 
moluscos (Figura 1).
Figura 1 – Esquema geral de molusco gastrópode
Na cabeça, estão os órgãos sensoriais, a boca e os gânglios cerebrais. O pé apresenta-
se musculoso e, em alguns animais, pode estar transformado em tentáculos. A massa 
visceral contém os principais órgãos do animal.
A massa visceral é revestida por uma dobra da epiderme (manto ou pálio), que delimita 
uma cavidade entre ela e a massa visceral, chamada cavidade palial ou cavidade do 
manto. Nela estão as aberturas dos sistemas digestivo e excretor e as brânquias ou 
os pulmões (nas espécies terrestres).
No epitélio do manto há glândulas que secretam uma concha calcária (corresponde 
a um exoesqueleto, revestindo o corpo). No caracol, ela é composta de uma peça só 
(univalve) e na ostra de duas (bivalve). Na lesma e no polvo, está ausente. Na lula, é 
interna e reduzida (sendo chamada pena ou pluma ou gládio).
Jato de água lançado
para a frente provocando
deslocamento para trás.
Jato de água lançado
para trás provocando
deslocamento para a frente.
3
Biologia aquática e pesqueira A02
Em geral, a ostra deixa as valvas de sua concha abertas por pouco tempo. Quando 
algum inimigo se aproxima, ela imediatamente as fecha graças à ação de um poderoso 
músculo adutor. Ele prende o corpo da ostra à parte interna da concha e mantém as 
valvas fechadas até que o perigo passe. A ostra pode manter a concha fechada por 
várias semanas.
O movimento dos moluscos depende da musculatura do pé, que pode ser usado para 
rastejar, nadar ou cavar. No polvo e na lula, ele está transformado em tentáculos. Por 
sinal, além de rastejarem, utilizando as ventosas dos tentáculos, os polvos e lulas 
deslocam-se por propulsão de jatos de água emitidos por um sifão, formado pela 
cavidade do manto (Figura 2). 
Figura 2 – Esquema da locomoção de uma lula
Em animais que vivem fi xos a rochas, o pé fabrica uma substância que endurece em 
contato com a água e forma fi os que aderem o molusco ao substrato. Essa estrutura 
de fi xação, formada por uma região modifi cada do pé, é chamada bisso (Figura 3).
sifão manto
pé
bisso brânquias
4
Biologia aquática e pesqueira A02
Figura 3 – Mexilhão Mytilus edulis fi xa-se às superfícies por um conjunto de fi lamentos chamado de bisso
Importância
Grande parte dos moluscos vive no mar (lulas, polvos e a maioria dos mariscos). Alguns vivem em terra (lesmas e caracóis); outros vivem em água doce (caramujos dos rios). Importantes sob diversos aspectos, muitos moluscos, tais como 
ostras, mexilhões,polvos, lulas e escargots são utilizados na nossa alimentação há 
bastante tempo. Os moluscos participam de cadeias alimentares, servindo de alimento 
para diversos peixes e consumindo outros seres, como plantas e animais menores.
Em algumas ostras, pequenas partículas de areia e outros corpos estranhos podem 
se instalar entre o manto e a concha. Parte do manto envolve a partícula, formando 
uma cobertura circular que passa a depositar carbonato de cálcio em camadas mais 
ou menos concêntricas ao redor da partícula. Gradativamente mais e mais material se 
deposita, formando-se a pérola (Figura 4).
A formação da pérola pode ser induzida artifi cialmente com a introdução de um fragmento 
de concha envolvido por um retalho de manto, entre a concha e o manto de uma ostra. 
São as “pérolas cultivadas”.
Escargot
  É a denominação 
utilizada para certos 
caracóis herbívoros 
terrestres. O termo 
escargot, em francês, 
ou lumachi, em 
italiano, é uma 
iguaria presente 
nos melhores 
restaurantes 
do mundo. O 
principal gênero de 
escargot é Helix, 
daí o seu cultivo 
ser denominado 
helicicultura.
5
Biologia aquática e pesqueira A02
Figura 4 – Ostra com pérolas formadas
Fonte: <http://img130.imageshack.us/img130/3120/islama38af7.jpg>. Acesso em: 24 set. 2008.
As pérolas ou margaritas são valorizadas como gemas e trabalhadas em joalheria. As de 
melhor qualidade encontram-se no Golfo Pérsico; as pérolas cultivadas são produzidas 
em larga escala no Japão. Mas existem pesquisas em desenvolvimento e cultivos de 
ostras perlíferas no Brasil. Vejamos, sobre isso, a informação proporcionada pelo texto 
a seguir:
Leitura 
Pérolas de água doce
Existem pelo menos oito espécies de moluscos bivalves que produzem 
pérolas, sendo quatro de água salgada e quatro de água doce. A pérola é 
produzida pelo animal adulto a partir da presença de um corpo estranho 
dentro da concha. Em um mecanismo de defesa, o molusco vai recobrindo 
esse corpo com camadas de nácar, substância encontrada no interior das 
conchas.
“O corpo estranho pode ser introduzido no animal por meio de um 
procedimento cirúrgico, mas, infelizmente, grande número de moluscos 
morre após a cirurgia”, informa o oceanógrafo Ricardo Cunha Lima. Após 
o procedimento cirúrgico, o molusco volta para a água, onde fi ca durante 
1 a 2 anos até a pérola ser retirada. Lima considera o mercado brasileiro 
promissor. Segundo ele, a primeira pérola brasileira deverá fi car pronta entre 
2 e 4 anos. O grande diferencial será a exclusividade do produto, visto que 
as espécies utilizadas ocorrem apenas na América do Sul.
6
Biologia aquática e pesqueira A02
A empresa de Lima, cuja sede será na região de Ribeirão Preto, está em fase 
de pré-incubação no Cietec. Essa modalidade visa a dar apoio para criação 
de novos negócios de base tecnológica que ainda não tenham condições 
sufi cientes para o início imediato do empreendimento. O pesquisador é um 
dos fi nalistas do Prêmio Santander Banespa de Empreendedorismo.
As pérolas de água doce têm um brilho mais intenso e costumam ter uma 
tonalidade mais escura que as de água salgada, além de o preço ser menor. 
O maior produtor é a China, que comercializa toneladas do produto, tanto de 
qualidade alta, média e inferior. O mercado mundial do setor gira em torno 
de U$3 a U$4 bilhões ao ano.
Fonte: Agência USP. 
Fonte: <http://marciapeltier.ig.com.br/home.asp?id=1174>. Acesso em: 4 jun. 2008.
Digestão 
O tubo digestivo é completo: boca, estômago, glândula digestiva e intestino, que se abre pelo ânus. Muitos moluscos apresentam na boca uma estrutura característica do grupo, semelhante a uma língua com pequenos dentes de 
quitina, a rádula. Com esse órgão, o animal raspa algas e outros alimentos presos 
nas pedras e nas conchas de outros moluscos e os envia para o tubo digestório. Os 
moluscos fi ltradores, que se alimentam de plâncton, como as ostras e o mexilhão, não 
apresentam essa estrutura.
Em lulas e polvos, existem duas mandíbulas córneas adaptadas para dilacerar o 
alimento. Nesse caso, a rádula tem apenas a função de empurrar o alimento para o 
interior do tubo digestivo.
No estômago, há uma estrutura denominada estilete cristalino que promove efi ciente 
circulação do alimento no interior do órgão, enquanto enzimas digestivas encarregam-
se da digestão química. Os moluscos apresentam, ainda, o hepatopâncreas (fígado + 
pâncreas), uma importante glândula digestiva. No intestino, os nutrientes são absorvidos, 
e os resíduos são eliminados na cavidade palial pelo ânus.
Responda aqui
1Praticando...
7
Biologia aquática e pesqueira A02
Responda às questões a seguir:
1. Por que os moluscos são chamados assim? Cite dois motivos que 
justifi quem a importância econômica desses animais para o homem.
2. Uma estrutura comum no tubo digestivo de vários moluscos é a rádula, 
que funciona como uma língua raspadora e trituradora de alimentos. 
Porém, nas ostras e mexilhões, a rádula está ausente. Por quê?
3. As ostras são de grande interesse econômico para o homem por diversas 
razões. As ostras perlíferas despertam interesse econômico pelo fato 
de poderem desenvolver entre o manto e a concha as famosas pérolas.
Sobre esses organismos, responda:
a) Como são formadas as pérolas naturais?
b) Qual a importância do processo de formação de pérolas para as 
ostras?
8
Biologia aquática e pesqueira A02
Circulação
Na maioria dos moluscos, a circulação é aberta. Isso quer dizer que o sangue extravasa dos vasos para cavidades denominadas hemoceles, nas quais estão mergulhados os órgãos. O coração é um órgão dorsal musculoso e contrátil, 
localizado na cavidade pericárdica, formado por um ventrículo e dois átrios. Ele recebe 
o sangue oxigenado proveniente das brânquias ou dos pulmões e o impulsiona por um 
sistema ramifi cado de vasos até as hemoceles. Ali acontece a oxigenação dos tecidos. 
Posteriormente, outra vez no interior de vasos, o sangue segue para ser oxigenado e 
retorna ao coração.
No polvo e na lula, a circulação é fechada: o sangue circula sempre dentro de vasos, 
e as trocas de alimento e gases ocorrem entre os capilares e os tecidos. O pigmento 
respiratório é, geralmente, a hemocianina (cor azulada), mas em alguns moluscos é a 
hemoglobina.
Excreção
O sistema excretor é formado por estruturas chamadas nefrídios, que podem ou não formar rins primitivos, dependendo do grupo. Cada nefrídio é constituído por três partes: nefróstoma, a extremidade ciliada voltada para a intimidade do 
animal; nefroduto, o canal que conduz o produto de excreção; nefridióporo, a extremidade 
externa do órgão (Figura 5).
Figura 5 – Esquema de um nefrídio
Fonte: Marczwski e Vélez (1999).
Excreção
9
Biologia aquática e pesqueira A02
Em moluscos com circulação aberta, os produtos de excreção são recolhidos diretamente 
do celoma. Moluscos de circulação fechada têm túbulos contorcidos dos nefrídios 
envoltos por uma rede de capilares sanguíneos de onde os excretas passam diretamente 
para os nefrídios por fi ltração. Em ambos os casos, os resíduos são enviados para a 
cavidade do manto e então eliminados para o exterior.
Respiração
Na maioria dos moluscos, a respiração se faz através de brânquias, chamadas ctenídios 
(Figura 6). Localizadas na cavidade palial, elas retiram o oxigênio dissolvido na água, que 
é levado pelo sangue para todas as células do corpo. O gás carbônico segue caminho 
inverso.
  Excreção é a 
eliminação de 
produtos da atividade 
metabólica, que 
sejam tóxicos ou 
prejudiciais quando 
em excesso.
Figura 6 – Esquema da respiração branquial de uma ostra
Fonte: Marczwski e Vélez (1999).
Em alguns caracóis (terrestres) e caramujos de água doce, a cavidade palial transforma-
se em uma câmara cuja parede é irrigada de sangue. Essa camada funciona comoum 
pulmão primitivo, retirando oxigênio do ar atmosférico.
cérebro
olho
nervos
Cefalópode
Esquema do sistema nervoso de um cefalópodo.
Estatocistos
Osfrádios
2Praticando...
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Biologia aquática e pesqueira A02
Sistema nervoso
O sistema nervoso dos moluscos é bastante desenvolvido, principalmente nos polvos e lulas. Os moluscos apresentam gânglios cerebróides diretamente ligados a estruturas sensitivas: olhos, estatocistos (relacionados ao equilíbrio), 
tentáculos e osfrádios (relacionados à quimiorrecepção). Existem, ainda, massas de 
gânglios distribuídas pelas principais regiões do corpo, como as viscerais (na massa 
visceral), as pediais (no pé) e as pleurais (no manto).
O polvo e a lula têm olhos bem desenvolvidos, semelhantes aos dos vertebrados e 
capazes de formar imagens (Figura 7). Em outros moluscos, como as ostras e mexilhões, 
os órgãos visuais são mais simples e capazes apenas de captar a presença de luz. 
  São órgãos estáticos 
localizados no 
pé ou na cabeça 
do molusco para 
a percepção da 
gravidade, capazes de 
detectar mudanças 
na posição do corpo, 
o que facilita a 
manutenção postural 
e do equilíbrio.
  São manchas de 
epitélio sensorial 
localizadas na 
margem posterior 
de cada uma 
das membranas 
branquiais aferentes. 
Eles funcionam como 
quimiorreceptores e 
também determinam 
a quantidade de 
sedimento na 
corrente inalante.
Figura 7 – Esquema do sistema nervoso de um polvo
Identifi que os termos que substituem corretamente os números no trecho 
abaixo.
“Os moluscos têm o corpo mole, geralmente protegido por 1. As 2 não 
possuem essa proteção. O corpo é dividido em cabeça, 3 e massa visceral. 
11
Biologia aquática e pesqueira A02
Na maioria desses animais, o aparelho digestivo possui uma estrutura 
chamada 4, que serve para raspar o alimento. Entretanto, alguns moluscos, 
como 5 e 6, não possuem este órgão, uma vez que se alimentam por 7. 
Os nefrídios são as estruturas responsáveis pela 8 dos moluscos. Já a 
respiração pode variar, sendo através de 9 nos moluscos aquáticos e por 
meio de 10 no caracol terrestre.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Reprodução
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é interna e cruzada. O caramujo-de-jardim, por exemplo, é monóico. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos 
quais se fecundam reciprocamente (Figura 8). Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, 
liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto).
12
Biologia aquática e pesqueira A02
Figura 8 – Cópula de moluscos
Fonte: <http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/fi lo-mollusca/fi lo-mollusca-1.php>. Acesso em: 24 set. 2008.
Nos representantes aquáticos, há espécies monóicas e espécies dióicas (como o 
mexilhão). A forma mais comum de desenvolvimento é o indireto. Os estágios larvais 
mais conhecidos dos moluscos são a trocófora e a véliger.
A trocófora de mexilhão da espécie Perna perna possui movimentos rápidos, nadando 
em forma helicoidal e em linha reta. Vinte e quatro horas após a fecundação é possível 
visualizar o surgimento da primeira concha larval. Trata-se do estágio conhecido como 
larva D, assim chamado porque a concha possui o formato dessa letra (Figura 9). Ela 
é hialina e sem linhas de crescimento.
Figura 9 – Larvas trocóforas de Perna perna
Fonte: <http://www.fazendamarinha.com.br/paginas/larvicultura.htm>. Acesso em: 24 set. 2008.
13
Biologia aquática e pesqueira A02
Aos quinze dias, com um pé já bem formado, estão aptas a rastejar sobre o substrato 
à procura do local mais propício para o assentamento, intercalando com momentos de 
natação. Este estágio é chamado de véliger (Figura 10).
Figura 10 – Larva véliger de Perna perna
Fonte: <http://www.fazendamarinha.com.br/paginas/larvicultura.htm>. Acesso em: 24 set. 2008.
Alguns bivalves de água doce apresentam um desenvolvimento indireto bastante 
especializado. Sua fase equivalente ao véliger é chamada gloquídio.
Gloquídeo é todo tipo de larva produzida por moluscos bivalves de água doce constituída 
de uma concha bivalve, cujas valvas estão ligadas entre si por um músculo adutor e 
apresentam nos bordos cerdas sensitivas e, em alguns casos, dentes ou ganchos, 
exteriorizando-se entre as valvas um fi o larval, mais ou menos longo que serve, junto 
aos dentes ou ganchos, para que a larva se fi xe no hospedeiro (geralmente peixes), 
sendo que quando o fi o larval é muito longo e apresenta algumas poucas modifi cações 
na sua constituição, tal larva recebe então o nome de Lasídeo.
Figura 11 – Larvas parasíticas produzidas por bivalves de água doce – Gloquídeo (esquerda) e Lasídeo (direita)
Fonte: <http://www.conchasbrasil.org.br/materias/pragas/limnicos.asp>. Acesso em: 24 set. 2008.
3Praticando...
14
Biologia aquática e pesqueira A02
Curisosidades 
importantes
Os polvos e as lulas são dotados de uma glândula produtora de tinta escura, que pode ser esguichada, turvando a água e prejudicando a visão e o olfato de eventuais predadores. As lulas apresentam, também, cromatóforos, estruturas 
epidérmicas portadoras de pigmentos capazes de determinar a mudança de coloração 
do animal, de maneira a camufl á-lo no ambiente em que se encontra. A emissão de 
tintas e a mudança de cor são, portanto, mecanismos de defesa do animal. (PORTAL..., 
[2008?], extraído da Internet).
Que tal palavras cruzadas?
1. P
2. O
3. L
4. V
5. O
1. Epitélio que reveste a massa visceral e secreta a concha dos moluscos.
2. Glândula digestiva que acumula as funções de fígado e pâncreas.
3. Estrutura típica de moluscos, funcionando como uma língua com dentes.
4. Tipo de concha das ostras, de acordo com o número de valvas.
5. Músculo que conecta as duas valvas da concha dos mexilhões e ostras.
15
Biologia aquática e pesqueira A02
Leitura complementar
OS MOLUSCOS: anatomia e fi siologia. Disponível em: <http://malaconet.br.tripod.com/
osmoluscos_anatomia&fi siologia.htm>. Acesso em: 24 set. 2008.
Nesta referência, você pode ler mais sobre a Anatomia & Fisiologia dos moluscos. Este 
site também lhe permite opções como Filogenia & Classifi cação.
Nesta aula, vimos que os moluscos são animais de corpo mole, não 
segmentado e geralmente envolvido por uma concha de natureza calcária. 
Seus representantes estão entre os animais invertebrados mais conspícuos 
e incluem formas bastante familiares. Este fi lo é um dos poucos grupos 
de invertebrados com certa popularidade entre leigos e colecionadores 
amadores. Várias espécies, principalmente do mar, são utilizadas como 
alimento (ostras, mexilhões, polvos, lulas), porém há espécies dulcícolas 
comestíveis (mexilhões) e outras que se destacam com hospedeiros 
intermediários de alguns vermes (certos caramujos). Existem ainda espécies 
terrestres de caracóis e lesmas. Algumas ostras destacam-se pela produção 
de valiosas pérolas.
1. A rádula presente em alguns moluscos é uma estrutura relacionada com:
(a) reprodução (b) excreção (c) locomoção (d) alimentação
2. Dos animais abaixo, o que utiliza suas brânquias tanto para a respiração 
como para a obtenção de seu alimento é o:
(a) siri (b) peixe (c) mexilhão (d) caramujo
Autoavaliação
16
Biologia aquática e pesqueira A02
3. O mexilhão dourado, Limnoperna fortunei, é uma espécie exótica originária 
da Ásia, que chegou ao Brasil junto com a água de lastro de navios. 
Trata-se de um molusco do mesmo grupo das ostras, que se alimenta 
de partículas em suspensão fi ltradas da água e que vem causando 
impactos na comunidade de bentos. Considerando o texto, analise as 
três afi rmações seguintes.
I. Uma comunidade de bentos refere-se a um conjunto de espécies que 
se movimentamativa ou passivamente em um ambiente aquático.
II. O mexilhão apresenta rádula, que é uma estrutura dotada de pequenos 
dentes de quitina, para sua alimentação.
III. Esta espécie é um molusco que apresenta concha formada por duas 
valvas.
Com relação às afi rmações, estão corretas:
(a) II, apenas. (b) III, apenas. (c) I e II, apenas. (d) II e III, apenas.
4. Os moluscos bivalvos (ostras e mexilhões) são organismos 
economicamente importantes como fonte de alimento para o homem, 
por possuir alto valor nutritivo. Eles conseguem fi ltrar grandes volumes 
de água em poucas horas, daí serem comumente chamados “organismos 
fi ltradores”. Como conseqüência, podem acumular, no seu trato digestório, 
altas concentrações de microrganismos e compostos químicos tóxicos, 
eventualmente presentes na água onde vivem, assim pondo em risco a 
saúde pública e exercendo grande impacto social e econômico nas áreas 
de sua criação. A respeito deste tema, assinale o que for correto.
I. O nome molusco vem do latim “mollis”, que significa “mole”, 
característica de seu corpo, que geralmente está protegido por uma 
concha calcária e orgânica, resistente, de uma ou mais peças. A 
malacologia é o ramo da zoologia que estuda as mais de 100 mil 
espécies de moluscos existentes, na maioria marinhos.
II. Nos mexilhões, as brânquias têm função respiratória e importante 
papel na nutrição.
III. Os mexilhões possuem concha com apenas uma valva.
IV. Os moluscos são animais de simetria bilateral, diblásticos, acelomados 
e deuterostômios, diferindo dos anelídeos e artrópodes pela ausência 
de segmentação.
V. Os moluscos são sempre hermafroditas.
17
Biologia aquática e pesqueira A02
Com relação às afi rmações, estão corretas:
(a) II, apenas. (b) II e IV, apenas. (c) I e II, apenas. (d) I, III e V, apenas.
5. Os gastrópodes e os lamelibrânquios (bivalves) constituem as classes 
mais importantes de moluscos, pelo grande número de espécies e 
diferentes habitats. Com relação às características desses animais, 
analise as afi rmações a seguir:
I. Possuem o sistema digestório diferenciado, conforme o animal seja 
carnívoro, herbívoro ou fi ltrador.
II. A respiração é branquial nos bivalves e traqueal nos gastrópodes.
III. Os bivalves são representados pelas ostras e mariscos, enquanto 
que os gastrópodes apresentam-se como animais que podem atingir 
tamanhos consideráveis, como o polvo e a lula.
IV. O plano básico de organização do corpo dos moluscos mostra quatro 
partes: concha, cabeça, pé e massa visceral.
Com relação às afi rmações, estão corretas:
(a) I, apenas. (b) III, apenas. (c) I e II, apenas. (d) III e IV, apenas.
6. Os gastrópodes pertencem ao fi lo Mollusca e, portanto, devem apresentar 
os seguintes caracteres:
(a) Corpo não segmentado, coberto por concha, sistema sangüíneo 
fechado. 
(b) Corpo mole, metamerizado, todas as espécies providas de concha de 
carbonato de cálcio e com sistema sangüíneo aberto.
(c) Corpo mole sustentado por um endoesqueleto ou exoesqueleto, 
metamerizado e com o sistema sangüíneo aberto.
(d) Corpo mole, não metamerizado, a maioria das espécies providas de 
concha de carbonato de cálcio, sistema sangüíneo aberto.
7. As afi rmativas abaixo referem-se a fenômenos ou estruturas de diferentes 
tipos de moluscos. Assinale a associação errada.
(a) ostra – cabeça como sede dos órgãos sensoriais.
(b) mexilhão – brânquias importantes na obtenção de alimentos.
18
Biologia aquática e pesqueira A02
(c) caracol – rádula com função alimentar.
(d) polvo – pé transformado em tentáculos.
8. Analise as afi rmações a seguir sobre os moluscos.
I. Grande parte dos moluscos vive no mar, como é o caso das lulas, 
polvos e da maioria dos mariscos.
II. Além de rastejarem, utilizando as ventosas dos tentáculos, os polvos 
e lulas deslocam-se por propulsão de jatos de água emitidos por um 
sifão, formado pela cavidade do manto.
III. O movimento dos moluscos depende da musculatura do pé, que pode 
ser usado para rastejar, nadar ou cavar. No polvo e na lula, ele está 
transformado em tentáculos.
Com relação às afi rmações, estão corretas:
(a) I e II, apenas. (b) II e III, apenas. (c) I e III, apenas. (d) I, II e III.
Referências
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 4. ed. São Paulo: Livraria Roca, 1984.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje 2: os seres vivos. São Paulo: Ática, 
2004.
MARCZWSKI, M.; VÉLEZ, E. Ciências biológicas. São Paulo: Editora FTD, 1999. v 2.
PAULINO, W. R. Biologia atual. São Paulo: Ática, 1998. v 2.
PORTAL IMPACTO. Biologia: anelídeos e moluscos. [2008?]. Fonte: <http://www.
portalimpacto.com.br/docs/01WagnerVestF1Aula08Cont.pdf>. Acesso em: 24 set. 
2008.
SILVA JR, C.; SASSON, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2002. v 2.
STORER, T.; USINGER, R. Zoologia geral. 3. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1997.
G
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it
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1
. d
 
5
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2
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6
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3
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Biologia aquática e pesqueira A02
Anotações
20
Biologia aquática e pesqueira A02
Anotações
Carlos Alberto Machado da Rocha
03
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
Quais moluscos você conhece?
BIOLOGIA AQUÁTICA E PESQUEIRA
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Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Biologia aquática e pesqueira A03
Que existem diversas espécies de moluscos importantes em nossas vidas. Muitas dessas espécies se notabilizam pelo seu aproveitamento como recursos naturais, principalmente, no que se relaciona à área alimentar. Algumas outras 
se destacam pelos danos diretos ou indiretos que podem proporcionar ao homem. Ao 
longo desta aula, serão apresentadas informações sobre algumas das espécies de 
moluscos que foram selecionadas entre as que consideramos mais interessantes dentro 
do fi lo. Além disso, você encontrará orientações que o auxiliarão a obter informações 
sobre muitos outros moluscos de interesse conspícuo.
  Perceber a diversidade de moluscos do Brasil, com especial 
atenção aos moluscos de sua região.
  Identifi car moluscos de maior frequência na fauna brasileira e 
de maior manejo humano.
2
Biologia aquática e pesqueira A03
A diversidade 
dos moluscos
Vamos começar esta aula falando sobre a diversidade dos moluscos. Você sabia que os moluscos apresentam grande diversidade de formas, tamanhos e ambientes? O número de espécies conhecidas é realmente muito grande, 
menor apenas que o de artrópodes. Distinguem-se três classes principais: gastropoda, 
bivalvia ou pelecypoda e cephalopoda. Além dessas podemos mencionar as classes 
amphineura e escaphopoda. 
Gastrópodos
A classe Gastropoda é a maior classe dos moluscos. Foram descritas mais de 30.000 espécies viventes. Considerando a ampla variedade de habitats que os gastrópodos invadiram, eles certamente constituem o grupomais bem 
sucedido entre todas as classes de moluscos. O nome da classe deve-se ao fato de 
o pé localizar-se na região ventral. São representados pelos caramujos (aquáticos), 
pelas lesmas e pelos caracóis (terrestres). A maioria possui uma concha enrolada em 
espiral, mas outros, como certas lesmas terrestres, não têm concha. Em outros, como 
Helicultura
  É a denominação 
utilizada para o 
cultivo de escargot. 
Deriva do nome do 
principal gênero 
cultivado: Helix.
3
Biologia aquática e pesqueira A03
a lesma-do-mar, a concha é interna e reduzida. A cabeça é bem desenvolvida, com 
um ou dois pares de tentáculos sensoriais e olhos. Na frente do pé está a glândula 
pedal, que produz um muco para ajudar no deslocamento do animal. A maioria possui 
brânquias; o caracol e o caramujo de água doce possuem um pulmão primitivo.
Representantes
A. Helix aspersa (escargot). É um molusco que apresenta pele úmida, de cor acinzentada. 
Possui quatro tentáculos na porção anterior, sendo os dois menores para alimentação e 
os dois maiores são longas estruturas onde estão localizados os olhos. A coloração da 
concha varia do claro (pálido) ao quase preto. A concha é grande e esférica; sua superfície 
é fi na, brilhosa e praticamente sem perfurações, com “rugas” esculpindo sua forma. Um 
indivíduo adulto apresenta concha com 28 a 32 cm de diâmetro (Figura 1). A helicicultura 
tem se destacado como opção de cultivo alternativo no Brasil, especialmente na região 
Sul onde o clima é favorável a esta atividade. Os “escargots” do gênero Helix apresentam 
maior aceitação no mercado consumidor e valor econômico para a comercialização, devido 
às suas características desejáveis como a cor mais clara de sua carne.
Figura 1 – Exemplar de Helix aspersa
Fonte: <http://correiogourmand.com.br/info_glossario_produtos_alimentos_iguarias_gourmands_escargot_01.htm>. 
Acesso em: 23 jan. 2009.
B. Achatina fulica (caramujo gigante africano). Espécie pertencente ao grupo dos 
moluscos pulmonados terrestres, conhecida como caramujo gigante africano (conforme 
você pode ver na Figura 2). Adultos dessa espécie possuem conchas com 15 a 20 cm de 
altura e 10 a 12 cm de comprimento. Chegam a pesar 200 g. Essa espécie de caramujo 
terrestre foi importada para cultivo, visando à comercialização para consumo humano 
Meningites
  São os processos 
infl amatórios ao nível 
das meninges, ou 
seja, das membranas 
que envolvem o 
nosso sistema 
nervoso central.
4
Biologia aquática e pesqueira A03
como “escargot”. Porém, devido à perda de controle ou mesmo abandono de muitos 
cultivos, esse caramujo passou a se espalhar no ambiente de diversas cidades do Brasil. 
O encontro de Achatina fulica em vida livre é indício de perigo por se tratar de espécie 
envolvida na transmissão de Angiostrongylus cantonensis, verme nematódeo causador 
da angiostrongilíase meningoencefálica no homem, que é uma doença comparável às 
meningites.
NOTA: É importante frisar que esta zoonose (doença que se transmite de 
outro animal para o homem) ocorre principalmente no sudeste asiático e 
que até o presente, não há nenhum registro de sua ocorrência no Brasil. 
Entretanto, caso sejam encontrados espécimes desse caramujo dentro 
ou próximo das residências, são sugeridos os seguintes procedimentos: 
1. Coletar manualmente, provido de luvas ou sacos plásticos, os moluscos 
e seus ovos; 2. Incinerar os moluscos e seus ovos; 3. quebrar as conchas 
e enterrar; 4. Repetir com frequência, ao longo do ano, os procedimentos 
mencionados. Podem ser utilizadas iscas para facilitar a captura dos 
moluscos, como as representadas pelas plantas diversas, umedecidas em 
água e colocadas ao lado de palha grossa, pedaços de madeira ou telhas. 
(Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, 2005). 
Figura 2 – Exemplar adulto de Achatina fulica
Fonte: <http://correiogourmand.com.br/info_glossario_produtos_alimentos_iguarias_gourmands_escargot_01.htm>. 
Acesso em: 23 jan. 2009.
C. Planorbis, Australorbis ou Biomphalaria (caramujos). Esses moluscos têm a concha 
em espiral, com as voltas ou giros no mesmo plano (Figura 3) e, por isso, recebem a 
5
Biologia aquática e pesqueira A03
denominação de planorbídeo (família Planorbidae). Os caramujos planorbídeos criam-se 
e vivem na água doce de córregos, riachos, valas, alagados, brejos, açudes, represas 
ou outros locais onde haja pouca correnteza. Os caramujos jovens alimentam-se de 
vegetais em decomposição e de folhas verdes. Destacam-se por sua participação como 
hospedeiros intermediários no ciclo evolutivo da doença Esquistossomose, causada por 
verme platelminto da espécie Schistosoma mansoni.
Figura 3 – Caramujo do gênero Biomphalaria, hospedeiro intermediário 
do verme Schistosoma mansoni na América Latina
Fonte: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/genoma_contra_a_esquistossomose_imprimir.html>. 
Acesso em: 23 jan. 2009.
D. Sarasinula linguaeformis (lesma). Os moluscos da família Veronicellidae, popularmente 
conhecidos como lesmas, caracterizam-se pela ausência de concha e corpo revestido 
pelo manto e são frequentemente encontrados sob pedras, troncos ou outros objetos 
caídos, em lugares úmidos, tanto em matas como em campos ou em quintais e hortas. 
Em 1995, ocorreu uma praga de lesmas identifi cadas como Sarasinula linguaeformis, 
que prejudicou as lavouras situadas entre os municípios de Nova Itaberaba e Planalto 
Alegre, no oeste do Estado de Santa Catarina.
Responda aqui
1Praticando...
Responda às questões a seguir.
1. Considere as seguintes características de um determinado animal: 
hermafroditismo, celomado, pulmão simples, um par de nefrídios, rádula, 
dois pares de tentáculos sensoriais e glândula pedal secretora de muco.
a) A que classe pertence o animal que apresenta todas as características 
descritas? Cite um exemplo.
b) Qual é a função do muco secretado pela glândula pedal? Cite uma 
classe, do mesmo fi lo, onde essa glândula não existe.
2. Por que o combate aos caramujos planorbídeos pode reduzir a incidência 
de esquistossomose em populações ribeirinhas?
6
Biologia aquática e pesqueira A03
7
Biologia aquática e pesqueira A03
Bivalves
A classe Bivalvia, também chamada Pelecypoda ou Lamellibranchia, é formada pelos moluscos conhecidos como bivalves. São todos lateralmente comprimidos e possuem uma concha com duas valvas, articuladas na porção dorsal e que 
envolvem totalmente o corpo. O pé tem a forma de uma lâmina de machado, sendo 
esta a origem do nome Pelecypoda (pé em forma de machado; Pelekys = machado). 
A cabeça é muito reduzida. A cavidade do manto é a mais espaçosa dentre todas as 
classes de moluscos e as brânquias são geralmente muito grandes. As brânquias 
desses moluscos desempenham dupla função – retiram o oxigênio dissolvido na água 
(como qualquer brânquia) e fi ltram partículas alimentares e algas verdes microscópicas, 
que são em seguida conduzidas à boca. Por essa razão, os bivalves são considerados 
“animais fi ltradores”. A classe é também conhecida como Lamellibranchia pelo fato 
de suas brânquias serem formadas por numerosas lâminas paralelas.
Representantes
A. Crassostrea rhizophorae (ostra-do-mangue). Crassostrea rhozophorae é a espécie 
de ostra-do-mangue mais comumente encontrada na costa do Brasil (Figura 4). Ocupa 
lugar de destaque nas raízes aéreas dos manguezais de diversos estados brasileiros, 
na forma de extensos bancos naturais nas regiões entremarés. Ocorre também em 
formações rochosas que fi cam submersas durante a maré alta. Utilizada como recurso 
tanto para fi ns de cultivo quanto para alimentação das populações locais.
Figura 4 – Valvas da concha de Crassostrea rhizophorae (ostra), município de Bragança – Pará
Fonte: Foto de Carlos Fernandes (2002).
8
Biologia aquática e pesqueira A03
B. Mytella guyanensis e Mytella falcata (mexilhões).A espécie M. guyanensis (Figura 5), 
conhecida pelos nomes populares de sururu, mexilhão de estuário, bacucu ou bico de ouro, 
pode apresentar comprimento máximo de 8 cm e distribui-se em bosques de mangue, 
situados na zona entremarés de ambientes estuarinos. Enquanto isso, M. falcata, conhecido 
como sururu, mexilhão de estuário ou bacucu, que pode crescer até 5 cm, é encontrado da 
zona infralitoral até a zona entremarés.
NOTA: Crassostrea gigas é uma ostra nativa das costas do Oceano Pacífi co 
na Coréia, China e Japão. É também cultivada em alguns estados brasileiros 
(principalmente Santa Catarina e São Paulo), e outros países, como nos 
Estados Unidos da América, Austrália e Nova Zelândia (onde substituiu 
comercialmente a ostra nativa Crassostrea glomerata. Também foi levada 
para o Mar Frísio, na Europa, onde é uma espécie invasora e compete, com 
sucesso, com outras espécies de bivalves, como o mexilhão Mytilus edulis.
Figura 5 – Valvas da concha de Mytella guyanensis (mexilhão), município de Bragança – Pará
Fonte: Foto de Carlos Fernandes (2002).
C. Teredo sp., Neoteredo reynei e outros (turus). Os turus são importantes 
decompositores de madeira, especialmente em manguezais, onde a produtividade é 
alta. Mas certamente chamam a atenção pelos prejuízos que podem causar perfurando 
o casco de embarcações (Figura 6). São como cupins de madeira molhada. Por outro 
9
Biologia aquática e pesqueira A03
lado, destacam-se ainda por serem utilizados como alimento: ainda no manguezal, eles 
são limpos e lavados na água salobra. Tira-se a concha, que é uma estrutura pequena, 
como uma cabeça com dentículos raspadores (as duas valvas), afi nal, precisam ir 
escavando túneis na madeira. A tripa é puxada com um pauzinho, quase como alguns 
limpam o camarão. O que sobra é 100 % aproveitável. Os catadores costumam comê-los 
crus ainda no mangue com sal e limão, porém existem várias receitas com turu, como 
Ceviche de turu, Caldo de turu simples, Caldo de turu no leite de coco e Turu à milanesa.
Aquicultura
  É, de acordo com a 
defi nição do IBAMA, o 
cultivo de organismos 
aquáticos que 
tenham na água o 
seu normal ou mais 
frequente meio de 
vida.
NOTA: Os bivalves são os moluscos realmente importantes em termos 
de Aquicultura, pois, na prática, observamos apenas o desenvolvimento 
de tecnologia para o cultivo deste grupo de moluscos. Neste contexto, 
você precisa conhecer termos como Mitilicultura (o cultivo de mexilhões) 
e (Ostreicultura para o cultivo de ostras). Por outro lado, se quisermos 
fazer referência ao cultivo de qualquer molusco, devemos usar o termo 
Malacocultura.
Figura 6 – Espécimes de turus do gênero Teredo
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_esD6aRur2q0/R6r4dJzYT0I/AAAAAAAABDI/aBpYz8WbZNM/s1600-h/turu+-+ele.jpg>. 
Acesso em: 23 jan. 2009.
2Praticando...
Além de ostras, mexilhões e turus, existem outros moluscos interessantes 
na classe Bivalvia. Com o auxílio da rede internacional (Internet), identifi que 
dois outros bivalves e sua importância.
Sugestões de visita: 
<http://www.mariavaicomasostras.com.br/index.php?paged=5>
<http://www.urutagua.uem.br//04zoo_streit.htm>
10
Biologia aquática e pesqueira A03
Cefalópodos
Incluem os mais especializados e mais bem organizados de todos os moluscos. A maioria está adaptada a uma ativa natação, apesar dos polvos terem assumido secundariamente um hábito menos ativo. A cabeça projeta-se em uma coroa 
de tentáculos, que são homólogos à porção anterior do pé de outros moluscos. Os 
cefalópodos atingiram o maior tamanho entre todos os invertebrados. Embora a maioria 
tenha comprimento entre 6 e 70 cm, incluindo os tentáculos, algumas espécies de 
lulas alcançam proporções gigantescas. Polvos gigantes existem apenas em contos. 
Uma concha completamente desenvolvida é encontrada unicamente nos representantes 
fósseis da classe e nas poucas espécies viventes de Nautilus, que ocorrem no Pacífi co 
ocidental tropical.
Representantes
A. Octopus vulgaris (polvo comum). É encontrado em águas tropicais, subtropicais 
e temperadas, desde a superfície até cerca de 100-150 metros de profundidade. O 
corpo é globoso e dotado de oito tentáculos, do mesmo comprimento. O macho em 
geral é maior que a fêmea, podendo atingir mais de 1 m e ultrapassar os 8 kg de 
peso. No macho, o terceiro tentáculo apresenta algumas alterações funcionais, servindo 
como órgão reprodutor. Vive em tocas e faz excursões à procura de alimento ou então 
espera na entrada da toca. É um ativo predador, alimentando-se principalmente de 
gastrópodos, bivalves, crustáceos e peixes. No sudeste do Brasil, até o fi m de 2002, 
os polvos somente eram capturados como parte integrante da fauna acompanhante da 
Para saber mais...
Metendo as mãos pelos pés
A astúcia faz com que os polvos não percam tempo diante de um inimigo. 
Apesar de serem surdos, como todos os cefalópodos, enxergam com 
impressionante nitidez. Seus olhos possuem 50 mil receptores de luz por 
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Biologia aquática e pesqueira A03
pesca de arrasto de portas. Desde então, por questões de mercado, foi iniciada uma 
pesca passiva empregando espinhéis de potes. A pesca com potes, do ponto de vista 
pesqueiro, é considerada mais efi ciente, em razão da reduzida fauna acompanhante 
e do menor impacto sobre a biota bentônica. A adoção dessa modalidade de captura 
possibilita uma exploração mais racionalizada, uma vez que, ampliando o número de 
refúgios, permite-se a redução da competição intra-específi ca por território, uma das 
principais razões da elevada mortalidade natural entre os polvos.
Figura 7 – Espécime de Octopus vulgaris
Fonte: <http://www.okeefes.org/Favorite%20Photos/Favorite_Photos_1/Favorite_Photos_1.htm>. 
Acesso em: 23 jan. 2009.
milímetro quadrado, o que lhes dá uma visão melhor do que a humana, porque 
vêem até no escuro.
Os adversários também são reconhecidos pelo olfato. As pontas dos oito 
tentáculos funcionam como narizes, com células especializadas em captar 
odores. Provavelmente, o polvo percebe pelo cheiro que o outro animal está 
liberando hormônios relacionados ao comportamento agressivo. Ou seja, 
pretende atacá-lo. Então, lança uma tinta escura e viscosa para despistá-lo, 
e escapa com uma velocidade impressionante para um animal aquático. Em 
raras vezes o agressor consegue ser mais rápido, e o polvo prefere deixar 
um de seus tentáculos entre os dentes do inimigo e fugir. Um novo tentáculo 
tende a nascer no lugar ferido.
A principal tática de defesa, no entanto, é a camufl agem. Em menos de 30 
segundos, ele é capaz de mudar completamente de cor, fi cando da mesma 
tonalidade da areia ou de uma pedra. O que mais fascina os cientistas é 
que ele também usa cores para se comunicar. Tons berrantes, por exemplo, 
funcionam como um aviso para outros polvos de que há um predador nas 
redondezas. Manchas rosadas servem para atrair parceiros.
O sistema nervoso bem desenvolvido desses animais controla os 
deslocamentos rápidos e lhes dá capacidade de aprender e de memorizar 
superior à de outros invertebrados. Em laboratórios, eles aprendem a distinguir 
objetos de formas diferentes, a achar a saída de um labirinto e a tirar a rolha 
de garrafas nas quais há um peixe.
(OLIVEIRA, 1996, p. 59/63).
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Biologia aquática e pesqueira A03
B. Loligo vulgaris (lula vulgar). O corpo é alongado. O comprimento dos machos é de 
aproximadamente 35 cm, podendo chegar a 50 cm, e o das fêmeas, 22 cm. Cabeça 
com dois grandes olhos, situados lateralmente, boca central rodeada por cinco pares de 
tentáculos, sendo os menores mais grossos com numerosas ventosas no lado interno. 
Os dois tentáculos restantes são bem mais longos, apresentando ventosas apenas 
nas extremidades dilatadas (Figura 8). Os tentáculos têm a propriedade de  alongar-
se ou retrair-se, até fi carem quase ocultos. Logo após o pescoço há uma

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