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1 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DA PARASITOLOGIA: A Parasitologia tem como objetivo o estudo dos protozoários e dos animais parasitos. A Parasitologia estuda também os vírus, bacteriófagos, bactérias e fungos, cujos organismos são tratados na Microbiologia. Parasitismo é toda relação ecológica, desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes, em que se observa, além de associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variável. Portanto, para existir doença parasitária, há necessidade de alguns fatores: a) Inerentes ao parasito: número de exemplares, tamanho, localização, virulência, metabolismo, etc. b) Inerentes ao hospedeiro: idade, nutrição, resposta imune, doenças secundárias, hábitos, uso de medicamentos, etc. Adaptações parasitárias surgiram como conseqüência da associação e com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro, tais adaptações podem ser morfológicas e biológicas. TERMOS USADOS EM PARASITOLOGIA Agente Etiológico: É o organismo causador da doença. Antroponose: doença exclusivamente humana. Cepa: variedade de um organismo que apresenta uma característica distinta. Contaminação: é a presença de um agente infeccioso nas roupas, água, brinquedos, superfície do corpo, etc. Epidemia: é a ocorrência, numa região, de uma doença em grandes proporções. Endemia: é a prevalência usual de uma doença em uma determinada região. Estágio: é a fase evolutiva de um organismo. Estádio: é a fase intermediária dentro de um estágio evolutivo de um organismo. Fase aguda: período após a infecção em que os sintomas clínicos são evidentes. Fase crônica: período que ocorre após a fase aguda caracterizando-se pela diminuição dos sintomas. Fômite: objetos que podem veicular ou transmitir o agente infeccioso. Habitat: local onde o agente infeccioso vive. Heteroxênico: parasito que realiza seu ciclo de vida em mais de um hospedeiro. Hospedeiro: é o organismo que alberga o parasito (intermediário e definitivo). Infecção: reação causada pelo agente infeccioso quando penetra no hospedeiro. Infestação: caracteriza toda área superficial do hospedeiro onde ocorre desenvolvimento e reprodução de artrópodes. Monoxênico: parasito que realiza seu ciclo de vida em um único hospedeiro. Parasitemia: carga do agente infeccioso no sangue do hospedeiro. Patogenia: modo de ação do parasito no hospedeiro. Patognômico: sinal que caracteriza uma doença. Ex.: Sinal de Romaña (Doença de Chagas). 2 Período de incubação: período que vai da penetração do parasito no hospedeiro até o aparecimento da doença. Portador: indivíduo que transmite o parasito, mas não apresenta os sintomas da doença. Profilaxia: conjunto de medidas para controlar e prevenir uma doença. Reservatório: organismo onde o parasito pode ser reservado. Ex.: Tatu (Trypanosoma cruzi). Vetor: artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre os hospedeiros (biológico ou mecânico). Zoonose: doenças transmitidas entre os animais e o homem. CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS Obrigatórios: Não sobrevive fora do hospedeiro. Ex: Enterobius vermicularis (helminto), alguns protozoários, vírus Facultativos: Livres, mas em contato com o hospedeiro evoluem e causam danos. Ex: fungos Acidentais: Podem causar danos. Ex: ingestão acidental de larvas de moscas. Pseudoparasitas: Não causam danos ao hospedeiro. Podem ser detectados em exame coproparasitológico. Ex: cistos de protozoários de vida livre Fitoparasitas: bactérias, fungos Zooparasitas: artrópodes, helmintos e protozoários Permanente: Constantemente em contato com o hospedeiro. Ex: Ascharis lumbricoides, Enterobius vermiculares Periódicos: Parte de seu ciclo é de vida livre e parte é dentro do hospedeiro. Ex: Necator americanus e Ancylostoma duodenale (vida livre: larva / dentro do hospedeiro: adulto) Temporário: insetos hematófagos Remitente: em contato com o hospedeiro e temporariamente se alimenta de sangue Ex: piolho, pulga Intermitente: só entra em contato com o hospedeiro no momento de alimentar-se. Estenoxeno: Alta especificidade. Ex: Trichuris trichuira - específico da espécie humana Eurixeno: Ampla especificidade Ex: Toxoplasma gondii - homem, felinos. Oligoxeno: Pouca especificidade Ex: Plasmodium malariae - homem e primatas Estenotrófico: Alimenta-se de apenas um tipo de alimento Ex: sangue Euritrófico: Alimenta-se de várias substâncias Ex: Taenia solium - quimo intestinal, Ancylostoma duodenale - quimo e sangue Monoxeno: Completa seu ciclo em apenas um hospedeiro, não tem larva Heteroxeno: Necessita de mais de 1 espécie para completar seu desenvolvimento Ex: Taenia saginata, Echinococus granulosos, Plasmodium spp. Autoxeno: Duas fases (larva e adulto) ocorrem no mesmo hospedeiro Ex: Hymenolepes nana Errático ou Atópico: Parasita encontrado em locais não típicos. Aumenta a gravidade da parasitose Desviados ou Transviados: Mudança no hospedeiro habitual 3 PORTAS DE ENTRADA DOS PARASITAS Per Os : entram pela boca (principalmente) através de água, alimentos, ar, fômites (instrumentos inanimados). Ocorre com a maioria dos enteroparasitas veiculadores de agentes etiológicos Per Cutem : entram pela pele Penetração ativa: Larva filarióide infectante Penetração passiva: inoculação pela ação de picadas de insetos Via Mucosa ou Conjuntiva Narina (inalação) Placenta (T. cruzi, Toxoplasma gondii) Vias Genitais AÇÕES DO PARASITO NO HOSPEDEIRO Ação Espoliativa: ocorre pela ação dos parasitos no tecido do hospedeiro quando são absorvidos nutrientes ou sangue. Ex.: Ancylostomatidae (Fe e O2) e hematofagismo de mosquitos. Ação Tóxica: ocorre como resultado de enzimas ou metabólitos produzidos pelo parasito no hospedeiro. Ex.: Reações alérgicas (Ascaris lumbricoides) Ação Mecânica: ocorre pela obstrução do organismo devido ao intenso parasitismo. Ex.: Enovelamento de A. lumbricoides na luz do intestino delgado. Ação Traumática: quando o parasito provoca lesão nos tecidos ou órgãos do hospedeiro (formas larvárias). Ex.: Úlceras intestinais provocadas pelos Ancylostomatidae e Trichuris trichiura. Ação Irritativa: quando o parasito provoca irritação no local parasitado. Ex.: Fixação das ventosas dos Cestoda na mucosa intestinal. RESPOSTA IMUNOLÓGICA Imunidade Natural: mecanismo imunológico inespecífico capaz de responder à agressão de um Agente. Imunidade Adquirida Passiva: quando a imunidade materna é transferida para o filho como uma imunidade temporária. Imunidade Adquirida Ativa: quando a imunidade do organismo é constante, ou seja, para toda a vida. 4 CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS O número de seres vivos existentes na natureza é tão grande que, para serem estudados, têm que ser agrupados conforme sua morfologia, fisiologia, estrutura, filogenia, etc. a) A nomenclatura binária teve início com Linnaeus em 1758. b) Táxon (plural taxa) corresponde a diversos níveis de classificação que são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. c) O nome da espécie deve ser binominal e em latim: o 1º nome representa o gênero (escrito com a 1ª letra sempre maiúscula) e o 2º nome é a espécie (escrito com letras minúsculas). Ex.: Schistosoma mansoni. d) O gênero e a espécie devem ser sempre grifados ou escritos em itálico. e) Quando a espécie possui subespécies, essa palavra virá em seguida à da espécie. Ex.: Culex pipiens fatigans. f) Quando a espécie possui subgênero, este virá entre o gênero e a espécie, separadopor parênteses. Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi. FILOS QUE INTERESSAM A PARASITOLOGIA Protozoa: são constituídos por uma única célula com grande variação na morfologia de acordo com a forma evolutiva e o meio em que vivem (trofozoíto, cisto, oocisto e gameta). Reprodução assexuada e sexuada; são autotróficos e heterotróficos; eliminam metabólitos através da membrana plasmática; aeróbicos e anaeróbicos; movimentação realizada por pseudópodes, flagelos e cílios. Platyhelminthes: são multicelulares e caracterizados pela ausência de exo e endoesqueleto, achatados dorsoventralmente. Filo com duas classes importantes - Trematoda e Cestoda. Aschelminthes: são multicelulares, geralmente com o corpo cilíndrico e compreendem parasitos de vida livre. Filo com uma classe importante - Nematoda. Arthropoda: maior número de indivíduos do reino animal. Todos com exoesqueleto e patas articuladas (3 pares). Grupo com morfologia variada e colorações diversas. Duas classes importantes – Insecta e Arachnida. PARASITISMO – ENDOPARASITA, ENTEROPARASITA E ECTOPARASITA É a associação entre seres vivos, onde existe a unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação. Desse modo, o parasito é o agressor, e hospedeiro é o que alberga o parasito. Podemos ter vários tipos de parasitos: Endoparasito – O que vive dentro do corpo do hospedeiro. Ex.: Ancylostoma duodenale. Enteroparasito – Endoparasito exclusivo de intestino. Ex.: Entamoeba coli. Ectoparasito – O que vive externamente ao corpo do hospedeiro. EX.: Pediculus humanus (piolho). 5 PROTOZOÁRIOS Constituído por cerca de 60.000 espécies conhecidas, dais quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas algumas dezenas de espécies atingem o homem. Os protozoários apresentam grande variedade morfológica de acordo com a sua fase evolutiva e o meio a que estejam adaptados. Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos: TROFOZOÍTO Forma ativa do protozoário CISTO E OOCISTO Formas de resistência ou inativa GAMETA Forma sexuada, que aparece em algumas espécies. Microgameta é o masculino e macrogameta é o feminino. 6 AMEBAS PATOGÊNICAS – AMEBÍASE INTRODUÇÃO Amebíase é a doença infecciosa causada por protozoários que habitam o intestino grosso. Pertence a família Entamoebidae e suas espécies são: Entamoeba histolytica e E. coli. Algumas espécies do gênero Entamoeba infectam humanos, porém apenas a espécie E. histolytica é causadora de doença. As outras espécies (não-patogênicas) são importantes porque podem ser confundidas com a E. histolytica no diagnóstico. Por ter uma distribuição cosmopolita e alta prevalência, estima-se que existam cerca de 480 milhões de pessoas no mundo infectadas com a E. histolytica. Distribuição com alta incidência de amebíase em países em desenvolvimento. Em países industrializados, os grupos de risco incluem viajantes e imigrantes recentes, e instituições públicas. Entamoeba. coli e E. dispar são as principais responsáveis por infecções assintomáticas. TRANSMISSÃO E CICLO BIOLÓGICO Os cistos são ingeridos pelos hospedeiros, através de água e alimentos contaminados, e atravessam o tubo gastrointestinal. Na região ileocecal ocorre o desencistamento, cistos se transformam em trofozoítas metacísticos, que se multiplicam por divisão binária. Estes se transformam em formas pré-císticas e estas em cistos. As amebas podem ser levadas ao fígado pelo sistema porta e a outros órgãos, onde podem causar necrose focal e formação de abscessos. 7 FORMAS EVOLUTIVAS cisto – 1 a 4 núcleos (5 a 8 em E. coli); metacisto/precisto; trofozoíto – forma móvel capaz de fagocitar hemácias (E. histolytica) - BIOLOGIA: CISTO – meio ambiente (poeira, água, solo); TROFOZOÍTO – mucosa do IG. TRANSMISSÃO Ingestão de cistos em alimentos ou água contaminados; Vetores mecânicos. 8 SINTOMATOLOGIA As maiorias das infecções são assintomáticas, existe também a amebíase invasiva intestinal (disenteria, colite disentérica e não disentérica, apendicites) e a amebíase invasiva extraintestinal (abscesso hepático, pleuropulmonar, cérebro, região perianal, dor abdominal, febre peritonite, abscesso, lesões amébicas cutâneas e genitais). DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL Entamoeba histolytica pode ser diferenciada de outras amebas não patogênicas como E. coli, E. hartmanni, E. polecki, E. gengivalis, Endolimax nana e Iodameba buetschlii. A diferenciação é possível baseando-se em características morfológicas de cistos e trofozoítos, principalmente com relação ao tamanho e ao número de núcleos dos cistos. Diagnóstico: Laboratorial – exame de fezes (HPJ/Faust) PROFILAXIA: Higienização adequada; Lavar alimentos e tratamento água; Engenharia sanitária. TRATAMENTO: Diferentes drogas são utilizadas no tratamento de amebíases tais como: Metronidazol (Flagyl) – 3 dozes/dia em 5 dias; Secnidazol; Falmonex – 2x/dia em 5 a 7 dias. Mais recentemente aceita no combate as amebíases o albendazol (até 80% de eficácia). 9 Trofozoíto de E. histolytica fresco Cisto de E. histolytica 10 GIARDÍASE INTRODUÇÃO O gênero Giárdia inclui flagelados parasitos do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Foi possivelmente o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. Pela grande dificuldade de diferenciação entre giárdias de diferentes hospedeiros tem sido um fator limitante para o estabelecimento do potencial zoonótico da giardíase, e esclarecer a possibilidade da existência de animais reservatórios. Agente etiológico: - Filo: Sarcomastigophora - Gênero: Giardia - Classe: Zoomastigophorea - Espécie: G. lamblia - Família: Hexamitidae IMPORTÂNCIA - Cosmopolita, principalmente em zonas tropicais; - Cerca de 500 mil casos/ano (OMS, 1998). FORMAS EVOLUTIVAS Trofozoítos (Tf): forma de pêra com simetria bilateral medindo 20-10m, face dorsal convexa e ventral côncava, disco adesivo, 2 núcleos, corpos medianos, 4 pares de flagelos; Cistos: Oval ou elipsóide, medindo cerca de 12-8m, 2 a 4 núcleos, fibrilas e corpos escuros. Os cistos são formas de disseminação do parasito através da via oral. No meio externo os cistos podem sobreviver por até dois meses. 11 CICLO BIOLÓGICO Monoxênico, após ingestão do cisto no meio ácido do Estômago inicia-se o desencistamento que será completo no Duodeno e Jejuno onde ocorre a colonização. O ciclo se completa ocorrendo novo encistamento e eliminação nas fezes. Os humanos adquirem a infecção através do consumo de água e alimentos contaminado, pela rota oro-fecal, pelas mãos ou fômites. TRANSMISSÃO A chegada dos cistos se dá pelas fezes humanas, contaminado água e alimentos. Podendo ainda ser transmitida por contato direto ou veiculados por moscas e baratas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a giardíase uma zoonose. 12 PATOGENIA Apresenta um aspecto clínico diverso, que varia segundoas formas abaixo: - Assintomáticos - Diarréia aguda e autolimitante - Diarréia persistente com evidência de má absorção e perda de peso - Náuseas - Flatulência - Epigastralgia (dor na parte alta do estômago) - Irritabilidade - Insônia - Urticária - Ladrilhamento da parede do intestinal por trofozoítos, interferindo na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis A, D e E. A) AÇÃO TÓXICA (parasitos + resposta inflamatória) parasitos (mucosa) macrófagos ativam linfócitos mastócitos degranulação celular da mucosa histamina reação de hipersensibilidade edema e contração muscular aumento do peristaltismo diarréia. B) AÇÃO MECÂNICA (diminuição na absorção) - Assintomático; - Sintomático (cepa, número de parasitos) diarréia aquosa, explosiva, malcheirosa com gases e dores abdominais; - aumento da resposta imune diminuição de parasitos portador assintomático recorrência devido a diminuição do sistema imune. DIAGNÓSTICO Clínico: Laboratorial: Parasitológico: procura de cistos nas fezes; - Fezes formadas: método de FAUST; - Fezes diarréicas: método direto; - Fluido Duodenal: pacientes com diarréia crônica Imunológico: ELISA e RIFI; Molecular: PCR. É importante lembrar que indivíduos parasitados podem apresentar um “período negativo”, ou seja, liberação intermitente de cistos nas fezes (média de dez dias). EPIDEMIOLOGIA - Crianças de 8 meses a 12 anos - Assintomáticos; - “Diarréia dos viajantes”; - Cistos: 2 meses, coloração e unhas; - Creches, internatos, etc. 13 PROFILAXIA - Higiene pessoal; - Tratamento da água e dos alimentos; - Tratamento dos indivíduos parasitados. - Construção de fossas sépticas TRATAMENTO - Metronidazol (Flagyl); - Albendazol. Trofozoítos de G. lamblia Cisto de G. lamblia 14 TRICOMONÍASE INTRODUÇÃO Composta por aproximadamente 30 espécies, a família Trichomonadidae apresenta apenas três espécies parasitando o homem que infectam as vias genitourinárias. Agente etiológico: - Filo: Sarcomastigophora - Espécie: T. tenax (cavidade oral) - Classe: Zoomastigophorea T. vaginalis - Família: Trichomonadidae - Gênero: Trichomonas Trichomonas tenax – comensal do tártaro e cáries. Não patogênicos sendo transmitida por perdigotos e beijo. Pentatrichomonas hominis – comensal do intestino grosso do homem, chimpanzé e macaco. Não patogênica com transmissão por água e alimentos contaminados. Trichomonas vaginalis – apresenta patogenia no homem. Habita o trato genitourinário masculino e feminino. Apresenta apenas trofozoítos. IMPORTÂNCIA - Cosmopolita; - Transmitida sexualmente; - 180 milhões de mulheres no mundo se infectam por ano. FORMAS EVOLUTIVAS - Trofozoítos: 10-7m, oval, 4 flagelos, membrana ondulante, núcleo, corpo parabasal e axóstilo. BIOLOGIA - Habitat: Homem – próstata e uretra; Mulher – vagina e uretra; - Fisiologia: anaeróbico facultativo, pH entre 5,0-7,5 e temperatura entre 20-40°C; TRANSMISSÃO Relação sexual (direta). - Pode sobreviver por mais de uma semana no prepúcio de homens sadios, após o coito com mulher infectada. - O homem é o transmissor da tricomoníase através da ejaculação - Mãe para filho no parto natural Fômites (indireta) - Roupas - Objetos - Especulo vaginal - Banheiras e toalhas O parasito multiplica-se por divisões binárias sucessivas, o pH entre 4,5 e 5,0 é o ideal para a reprodução dos trofozoítos. 15 CICLO BIOLÓGICO O Trichomonas vaginalis reside no trato genital de mulheres e na uretra e próstata de homens, são replicadas por fissão binária. O parasito não pode apresentar-se sobre a forma de cisto, e não sobrevive por muito tempo no meio externo. T. vaginalis são transmitidos entre humanos, que é seu único hospedeiro conhecido, primariamente por relação sexual. PATOLOGIA Mulher (sintomática): vaginite com corrimento amarelo-esverdeado, fétido, prurido, dor na micção e no ato sexual, aumento da micção (polaciúria), pontos hiperêmicos e leucorréia; Homem (assintomático): leve uretrite com corrimento e ardência miccional, polaciúria, hiperêmia (meato uretral). Aumento da Sintomatologia: mulheres grávidas, anticoncepcional oral e período pós-menstrual. DIAGNÓSTICO Clínico: dificilmente poderá ser realizada através de sintomas e sinais específicos Laboratorial: Parasitológico: Homem – colheita de secreção, urina (20mL) e sêmen (grande quantidade) Mulher – colheita de secreção vaginal (direto, esfregaço e cultura) Vale salientar que no exame microscópico o diagnóstico se dá com a visualização de protozoários móveis. Imunológico: ELISA e RIFI. EPIDEMIOLOGIA - Homem – vida sexual mais ativa e aumento do número de protozoários - Aumento da prevalência – diminuição da higiene; - Longevidade – urina (3hs), sêmen (6hs), toalhas molhadas, umidade; - Mulheres – 20 a 30 anos. PROFILAXIA - Higiene pessoal; - Diagnóstico precoce; - Tratamento dos indivíduos infectados; - Uso de preservativos. TRATAMENTO - Metronidazol (Flagil); - Secnidazol. Em gestantes deve-se fazer o uso tópico de medicamentos. 16 Trofozoítos de Trichomonas vaginalis 17 BALANTIDIÓSE INTRODUÇÃO Indivíduos da classe Ciliata tem grande importância na ecologia do aparelho digestivo de ruminantes e eqüídeo. Uma espécie existente no intestino grosso de suínos, o Balantidium coli, em algumas situações pode parasitar o homem. MORFOLOGIA Trofozoíto – apresenta o corpo todo recoberto de cílios. Internamente, apresenta várias organelas, vacúolos digestivos e dois núcleos: o macro e micronúcleo. Cisto – de forma esférica. Membrana cística é lisa e, internamente visualização do macronúcleo e vacúolos. BIOLOGIA Vive na luz do intestino grosso de seu hospedeiro, não sendo capaz de penetrar mucosas intestinais intactas. Podendo ser invasor secundário, desde que a mucosa esteja lesada. Os cistos são vistos em fezes formadas. Os trofozoítos residem na luz do intestino grosso de humanos e animais, e são replicados por fissão binária, podendo também ocorrer conjugação. Cistos são formados e passados com as fezes. Os cistos são o estágio infectante e são adquiridos pelos hospedeiros através da ingestão de água e alimentos contaminados. Em seguida da ingestão, encistação ocorre no intestino delgado, e os trofozoítos colonizam o intestino grosso. TRASMISSAO Contaminação de água, alimentos e mesmo as mãos por cistos. PATOGENIA - Diarréia - Dor abdominal - Anorexia - Fraqueza - Febres esporádicas DIAGNÓSTICO Clínico: semelhança da sintomatologia com a colite amebiana. Laboratorial: exames de fezes pelo método comum Provável necessidade de cultura de fezes. PROFILAXIA - Higiene individual dos vários profissionais que tem de trabalhar com suínos - Engenharia sanitária, a fim de impedir excrementos de suínos alcancem os abastecimentos de água de uso humano. - Criação de suínos em boas condições sanitárias 18 TRATAMENTO - Adoção de dieta Láctea - Metronidazol (Flagyl) - Tetraciclinas 19 DOENÇA DE CHAGAS INTRODUÇÃO: O protozoárioparasito, Trypanosoma cruzi, causa a doença de Chagas, uma zoonose que pode ser transmitida para humanos pelo repasto sanguíneo do inseto “barbeiro”. HISTÓRICO - Carlos Chagas, Lassance, MG 1909; - Berenice: garota de dois anos encontrada com protozoários no sangue; - 1962: forma indeterminada. DISTRIBUIÇÃO - Nas Américas ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o sul da Argentina. O maior número ocorre em áreas rurais de baixa renda da América Central e do Sul. A doença de Chagas crônica é o maior problema de saúde de vários países da América Latina. Com o grande crescimento e movimento imigratórios de populações, a possibilidade de transmissão por infecção sanguínea se tornou bastante substancial nos Estados Unidos. IMPORTÂNCIA - Principal causa de morte súbita na fase mais produtiva do indivíduo. AGENTE ETIOLÓGICO - Ordem: Kinetoplastida - Família: Trypanosomatidae - Gênero: Trypanosoma - Espécie: Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909) FORMAS EVOLUTIVAS - Amastigotas: forma encontrada nas células do tecido muscular, cardíaco nervoso - Tripomastigotas: sanguínea (sangue circulante do hospedeiro vertebrado) e metacíclica (reto/fezes – barbeiros). - Epimastigotas: forma encontrada no intestino dos triatomíneos. TRANSMISSÃO - Vetorial: fezes/urina de barbeiros - Acidentes de laboratório - Transfusão sanguínea - Transplante - Oral - Coito - Congênita. 20 CICLO BIOLÓGICO Os Triatomíneos tornam-se infectados através de repasto sanguíneo em homens ou animais contaminados com parasitos circulantes. Os parasitos se multiplicam e se diferenciam no intestino dos insetos, desenvolvendo-se em formas infectantes tripomastigotas metacíclicas. Durante novo repasto sanguíneo em um segundo hospedeiro vertebrado, os tripomastigotas são liberados nas fezes dos insetos próximo ao local da picada. Os hospedeiros tornam-se infectados através de lesões na pele e mucosas. Dentro do hospedeiro, os tripomastigotas invadem as células e se diferenciam em amastigotas intracelulares. Os amastigotas se multiplicam e se diferenciam em tripomastigotas, e são lançados na corrente sanguínea. Tripomastigotas sanguíneos não se multiplicam (diferente da tripanosomose africana). A multiplicação acontece apenas quando os parasitos se encontram dentro das células ou ingeridos por outros vetores. 21 PATOGENIA - PARASITO / HOSPEDEIRO; - Fase Aguda (aumento de parasitos): ausência de tripomastigotas rompimento celular Antígenos Reação inflamatória. Sinal de Romaña / Chagoma de Inoculação. CORAÇÃO – miocardite, pericardite, aumento de volume, edema, arritimias; TUBO GASTRO-INTESTINAL – MIOSITE; FÍGADO – hepatomegalia. - Fase Crônica (diminuição dos parasitos): Forma Indeterminada (60%) – sorologia positiva sem alterações ou sintomas; Forma Cardíaca (30%) – insuficiência cardíaca com alterações em Eletrocardiográficas; Forma Digestiva (10%) – megaesôfago e megacólon; Forma Nervosa (rara) – denervação seguida de alterações comportamentais. DIAGNÓSTICO Clínico O local da lesão (chagoma, edema palpebral) pode aparecer no local da inoculação. A fase aguda é geralmente assintomática, mas pode se apresentar com manifestações incluindo febre, anorexia, lifadenopatia, suave hepatoesplenomegalia e miocardite. Alguns casos agudos depois de um período de dois a três meses podem passar para a fase crônica. A fase crônica sintomática pode não ocorrer por vários anos ou décadas após a infecção inicial. As manifestações incluem cardiomiopatia (a manifestação mais séria), patogenias do trato digestivo como megaesôfago e megacólon e perda de peso. A doença crônica de Chagas e suas complicações podem ser fatais. Laboratorial: - Exame microscópico: sangue a fresco com anticoagulante para visualização dos parasitos, ou esfregaço corado com Giemsa. - Isolamento do agente patogênico: inoculação em camundongos, cultura em meio especializado (NNN, LIT) e xenodiagnóstico (barbeiros não infectados são alimentados com sangue de paciente , que será examinado após quatro semanas) Imunológico: RFC; ELISA 22 EPIDEMIOLOGIA - Hospedeiro vertebrado (silvestres e domésticos) - Hospedeiro intermediário Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius; - Ciclo silvestre, peridomiciliar e domiciliar; - Transmissão transfusicional. PROFILAXIA - Melhoria das habitações; - Combate do vetor; - Bancos de sangue; - Tratamento dos doentes. TRATAMENTO Medicação para Chagas é usualmente dada durante a fase aguda da infecção. As drogas de escolha são benzonidazol ou nifurtimox. Na fase crônica, envolve o tratamento de sintomas associados com a doença. - Cirurgias e transplantes. Trypanosoma cruzi em sangue corado com Giemsa 23 MALÁRIA INTRODUÇÃO Parasitos sanguíneos do gênero Plasmodium. Existem aproximadamente 156 espécies de plasmodium com várias espécies que infectam vertebrados. Quatro espécies são causadoras de infecção em humanos: P. falciparum, P. vivax , P. ovale e P. malariae. A malária é uma infecção causada por protozoários e caracterizada por estados febris periódicos, com formas clínicas benignas até fatais. IMPORTÂNCIA A malária geralmente ocorre em áreas com condições ambientais que permitem a multiplicação no inseto vetor. Deste modo, malária é usualmente restrita a regiões tropicais e subtropicais (veja o mapa) e altitudes abaixo de 1.500 m. Entretanto a distribuição pode ser afetada por alterações climáticas, especialmente pelo aquecimento global e migrações populacionais. Plasmodium falciparum e P. malariae são encontrados em todas as áreas sombreadas do mapa (com o P. falciparum com a maior prevalência). Plasmodium vivax e P. ovale são tradicionalmente encontrandos ocupando nichos complementares, com P. ovale predominando no sul da África e P. vivax nas outras áreas; entretanto estas duas espécies não são distinguíveis com base apenas em características morfológicas; o uso de técnicas molecular pode vir a ajudar a mostrar exatamente a distribuição. - Cerca de 300 a 500 mil casos/ano (OMS, 1998); - Zonas malarígenas em 100 países do mundo. 24 FORMAS EVOLUTIVAS - Esporozoíto: forma alongada com núcleo central; - Trofozoíto (Tf): forma arredondada com núcleo periférico – jovem e maduro; - Esquizonte: massa citoplasmática com vários núcleos; - Merócito: conjunto de formas arredondadas com núcleo central (merozoítos); - Gametócito (gamonte): macro e microgametócito; - Ovo/zigoto; - Oocineto: forma alongada e móvel; - Oocisto: forma arredondada e imóvel que origina os esporozoítos. BIOLOGIA - Habitat: Hospedeiro vertebrado – no sangue, no interior dos hepatócitos e eritrócitos Hospedeiro intermediário – luz do intestino, epitélio do órgão, na hemolinfa e glândulas salivares; - Transmissão: através das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles, transfusão de sangue, acidentes de laboratório e raramente congênita. CICLO BIOLÓGICO - Heteroxênico: hospedeiro intermediário (Anopheles) Hospedeiro vertebrado (homem) Reprodução Assexuada (ESQUIZOGONIA – Hospedeiro vertebrado): Fase pré-eritrocítica (1) e eritrocítica (2). Esporozoíto (HI) repasto sanguíneo sangue (HV) hepatócito merozoíto (1) hemácias trofozoíto jovem Tf maduro esquizonte merócito merozoíto novas hemácias Tf jovem (2). Gametócitos (macroe micro) Reprodução Sexuada (ESPOROGONIA): HI (Anopheles) repasto sanguíneo (HV) macro/microgametócito ovo (estômago) oocineto oocisto esporozoíto O ciclo eritrocítico ocorre em diferentes períodos para cada espécie de Plasmodium: - P. falciparum: 36 - 48hs - P. vivax: 48hs - P. ovale: 48hs - P. malariae: 72hs 25 PATOGENIA Os sintomas complicadores da malária podem não ser específicos e os diagnósticos podem falhar em pessoas providas de saúde que não alertam para a possibilidade da doença. Desde que a malária não seja tratada pode evoluir para uma forma severa e ser rapidamente fatal (< 24 h), considera-se impreterivelmente possíveis pacientes pessoas com história de exposição (que tenham viajado ou morado em áreas endêmicas da doença). Os sintomas mais freqüentes são febres e calafrios, que podem ser acompanhados por cefaléias, mialgias, artralgias, fraqueza, vômito e diarréia. Outros sintomas clínicos incluem esplenomegalia, anemia, trombocitopenia, hipoglicemia, disfunção pulmonar e renal e alterações cardíacas. A apresentação clínica pode variar substancialmente dependendo da espécie que esteja infectando, o nível de parasitemia, e do estado imunológico do paciente. Infecções causadas por P. falciparum podem evoluir para a forma severa, potencialmente fatal com envolvimento do sistema nervoso central (malária cerebral), deficiência renal aguda, anemia severa, ou dispnéia em adultos. Complicações com P. vivax incluem esplenomegalia (com rara ruptura do baço), e a malária por P. malariae incluem síndrome nefrótica. - Caracteristicamente aguda; - Acessos febris; - Acesso malárico (calafrio, calor e suor); - Anemia. Febre: destruição das hemácias consumo de hemoglobina hemozoína substâncias piogênicas. Acesso malárico: diminuição de Na e aumento de K calafrio calor suor fim da esquizogonia. Anemia: destruição das hemácias; Diminuição da função hemocitopoética; Malária grave (P. falciparum) - Marginação eritrocitária: endotélio capilar + superfície da hemácia aderência das hemácias diminuição do fluxo sanguíneo congestão capilar cerebral anóxia morte por malária cerebral; Hepatoesplenomegalia; Fenômenos pulmonares e renais. - Período de recrudescência: P. falciparum devido a presença de hipnozoítos nos hepatócitos. RESISTÊNCIA À MALÁRIA - Bioquímica das hemácias (glicose-6-fosfato desidrogenase); - Resistência racial (antígeno Duffy); - Anemia falciforme (HbAS); - Talassemia. 26 CICLO BIOLÓGICO O ciclo da malária envolve dois hospedeiros. Durante o repasto sanguíneo, a fêmea de Anopheles infectada inocula esporozoítos em hospedeiros humanos . Esporozoítos infectam os hepatócitos e amadurecem até a forma de esquizontes , causando ruptura e liberação de merozoítos . (em P. vivax e P. ovale o estágio latente – hypnozoítos – podem persistir no fígado e causar reincidência pela invasão do sangue em semanas ou alguns dias mais tarde). Depois da reprodução inicial no fígado (esquizogonia exo-eritrocítoca ), os parasitos se multiplicam assexuadamente nos eritrócitos (esquizogonia eritrocítica ). Merozoítos infectam as hemáceas . Trofozoítos (anel) maturam até esquizontes, promovendo ruptura e liberação de merozoítos . Alguns parasitos diferenciam para um reprodução sexual eritrocítica (gametócitos) . Os parasitos no sangue são responsáveis pelas manifestações clínicas da doença. Os gametócitos, machos (microgametas) e fêmeas (macrogametas), são ingeridos por Anopheles durante o respasto sanguíneo . Os parasitos multiplicam-se no vetor num ciclo conhecido como esporogonia . No estômago do vetor, os microgametas penetram nos macrogamentas dando origem a zigotos . Os zigotos se tornam móveis e se alongam (oocinetos) com a invasão das paredes do intestino se desenvolvem até oocistos . Os oocistos crescem, rompem e liberam esporozoítos alcançando as glândulas salivares dos mosquitos. A inoculação dos esporozoítos em um novo hospedeiro (homem) através de um repasto sanguíneo perpetua o ciclo da malária . 27 DIAGNÓSTICO Clínico: anamnese do paciente e histórico de doença na região; Laboratorial: Parasitológico: esfregaço e GE; Imunológico: RIFI, ELISA e RFC; Molecular: PCR. EPIDEMIOLOGIA - Zoonose ocorrendo também entre homens e primatas (P. malariae); - Elos epidemiológicos: vetor (Anopheles) – Plasmodium (gametóforos) – homem susceptível; - Condições ambientais. PROFILAXIA - Proteção individual; - Combate ao vetor adulto e larvas; - Medidas de saneamento básico. TRATAMENTO - Nos casos de malária por P. vivax, P. malariae e P. ovale: Cloroquina (associado a Primaquina na malária por P. vivax resistente); - Na malária por P. falciparum: Cloroquina, Quinina associada à Tetraciclina, Mefloquina, Artemisinina. VETORES DA MALÁRIA Classificação: - Filo: Arthropoda - Ordem: Diptera - Família: Cilicidae - Gênero: Anopheles - Espécies: A. darlingi – H2O doce, todos os estados do Brasil; A Aquasalis - H2O salobra, na região costeira do Brasil; A cruzi e A. bellator – principais espécies transmissoras no sul do país, habitam folhas de bromélias. Habitat: copa das árvores e peridomicílio; Hábitos: hematófagos; Biologia: ovo – larva – pupa – adulto. 28 SARCOCYSTIS, ISOSPORA E CRYPTOSPORIDIUM SARCOCYSTIS Nesse gênero se encontram duas espécies que parasitam o homem: Sarcocystis hominis e Sarcocystis suihominis. Suas características morfológicas dependem de sua fase evolutiva: Merontes (esquizontes): presentes no endotélio de vasos sanguíneos do hospedeiro intermediário. Sarcocistos (cistos): presentes nos músculos e, ocasionalmente, em outros tecidos do hospedeiro intermediário. Bradizoítos: presentes dentro dos sarcocistos, são as formas infectantes para o hospedeiro definitivo. Oocistos: presentes nas fezes dos homens (hospedeiro definitivo), são eliminados esporulados sendo a forma infectante para o hospedeiro intermediário. CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico do gênero Sarcocystis é heteroxênico obrigatório, envolvendo uma relação presa-predador. O homem é o hospedeiro definitivo do S. hominis e do S. suihominis, cujos hospedeiros intermediários (presas) são, respectivamente, os bovinos e suínos. PATOGENIA S. suihominis: - diarréia - náusea - vômito - distúrbios circulatórios - calafrios e sudorese S. hominis: - subclínicas e autolimitantes - distúrbio gastrointestinais - diarréia - náusea - dor abdominal - anorexia - cólicas Alterações ocorrem com 6 a 24h após ingestão da carne infectada e desaparecendo com 12 a 24h depois. DIAGNÓSTICO Encontro de oocistos esporulados ou esporocistos, em exames de fezes. - flutuação centrífuga com solução açucarada de Seather - Kato-Katz TRATAMENTO De valor relativo, uma vez que, agentes terapêuticos tem ação limitada sob as forma dos coccídeos. 29 PROFILAXIA - Não ingerir carne bovina ou suína crua ou mal cozida - Uso de provadas ou fossas para evitar contaminação do meio ambiente por fezes humanas e conseqüentes infecções de bovinos e suínos. ISOSPORA A Isospora hominis, por sua característica morfológica e biológica, se encontra atualmente classificada como um membro do gênero Sarcocystis. MORFOLOGIA Os membros são coccídios que apresentam oocistos co dois esporocistos e com quatro esporozoítos dentro de cada um. PATOGENIA - Síndrome da má absorção - Diarréia aquosa crônica de longa duração(vários meses) em pacientes imunossuprimidos. CRYPTOSPORIDIUM Pequeno coccídio, encontrado nas glândulas gástricas de camundongo que recebe o nome de C muris. Outro coccídio ainda menor encontrado no intestino delgado de camundongo com o nome de C. parvum. MORFOLOGIA Apresenta diferentes formas estruturais que podem ser encontradas nos tecidos (formas endógenas), nas fezes e no meio ambiente (oocistos). Os oocistos são pequenos, esféricos ou ovóides e contendo quatro esporozoítos livres no seu interior quando eliminados nas fezes. TRASNMISSÃO - Ingestão ou inalação de oocistos ou pela autoinfecção. - Pessoa a pessoa - Animal a pessoa - Pessoa a animal PATOGENIA E SINTOMAS - Diarréia aquosa (3 a 10 vezes ao dia) com duração média de 30 dias - Anorexia - Dor abdominal - Náusea - Flatulência - Febre e dor de cabeça Quadro clínico benigno e autolimitante, com duração média de 10 dias. A sintomatologia pode ser agravada em pacientes imunossuprimidos. 30 DIAGNÓSTICO - Visualização de oocistos nas fezes; - Material de biópsia intersticial; - Raspado de mucosa; - Flutuação centrífuga em solução saturada de sacarose; - Sedimentação pelo formol-éter. TRATAMENTO É essencialmente sintomático e visa aliviar os efeitos da diarréia e desidratação. Em indivíduos imunocompetentes, geralmente ocorre cura espontânea. PROFILAXIA Evitar a contaminação do meio ambiente, água e alimentos com oocistos do parasito e o contato de pessoas susceptíveis com fontes de infecção. Construção de fossas sépticas. CICLO BIOLÓGICO Os parasitos se desenvolvem e multiplicam-se nas células epiteliais do intestino delgado. Trofozoítos se desenvolvem em esquizontes que contem múltiplos merozoítos. Após a ruptura dos esquizontes os merozoítos são liberados, invadem novos epitélios celulares, e continua o ciclo com multiplicação assexuada. Após o período de uma semana, o estágio sexual se prolonga até formação de gametas. O resultado da fertilização é a formação de oocistos que são excretados junto as fezes. Durante a excreção, os oocistos contem usualmente um esporocisto (muito raramente dois). Depois da excreção o esporocisto se divide em dois (os oocistos agora tem dois eporocistos); em cada esporocisto existe quatro esporozoítos cada. A infecção ocorre pela ingestão de esporozoíotos contidos nos oocistos; o esporocisto encista no intestino delgado e libera os esporozoítos, que invadem as células epiteliais e iniciam a esquizogonia. 31 32 LEISHMANIOSES CONCEITO As leishmanioses são causadas por parasitas do gênero Leishmania e podem ter formas clínicas muito distintas, dependendo do parasita, da resposta imune do hospedeiro e de fatores outros ainda não determinados. De uma forma geral dividimos as leishmanioses em dois grandes grupos: as leishmanioses tegumentares e a leishmaniose visceral, ou calazar. O gênero Leishmania apresenta várias espécies, sendo que abordaremos aqui somente duas: L. brasiliensis e L. donovani. FORMAS EVOLUTIVAS: Leishmaniose Visceral - Leishmania donovani Amastigota – forma arredondada e parasita intracelular (sem flagelo exteriorizado) de células do SMF. Promastigota – forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo e próximo do flagelo (no vetor). Paramastigota – forma oval pequeno flagelo (presente apenas no hospedeiro invertebrado - vetor) e cinetoplasto justanuclear. CICLO BIOLÓGICO Fagocitose por macrófagos Ruptura dos macrófagos e liberação de amastigotos Transformação em amastigotos Multiplicação em macrófagos Homem, cão Pele Inoculação no hospedeiro vetor Transformação em promastigotos no intestíno médio Multiplicação no intestíno médio 33 Formas evolutivas do vetor da Leishmaniose Visceral: A ovo B cutícula aderente Figura : Lutzomyia longipalpis. Ovo e larva de flebótomo (A); e pupa (B) (Service, 1996). Figura: Lutzomyia longipalpis. Aspecto geral de macho adulto (Service, 1996). Figura : Fêmea de Lutzomyia longipalpis realizando o repasto sanguíneo. 34 Cão com calazar: Figura: Quadro de clássico de calazar canino. Cão com lesões nos bordos da orelha e no focinho (esquerda). Observe a queda de pêlos, o emagrecimento acentuado, o crescimento das unhas e as lesões por todo o corpo (direita). Distribuição da Leishmaniose Visceral no mundo: Figura : Observe que a Leishmania chagasi está restrita às Américas, enquanto que as demais (L. donovani e L. infantum) estão distribuídas pelo globo. 35 PATOGENIA - Infecção Visceralização SMF; - Período de incubação: 2 a 7 meses febre recorrente (2 picos diurnos) alterações. Baço: esplenomegalia células Reticulares/folículos linfóides diminuição da circulação congestão, infarto, ruptura diminuição da função hemocaterética (deficiência na destruição das hemácias velhas). Fígado: hepatomegalia sinusóides/espaço porta diminuição da circulação, diminuição da albumina, aumento da globina icterícia, ascite e edema. Medula óssea: pancitopenia diminuição do tecido hemocitopoético anemia, leucopenia, hemorragia. Rins: nefrite, hematúria e albuminúria. Pulmão: tosse seca. Disseminação por via linfática ou hematogênica. - Pulmões: Infiltrado celular; Síndrome de Loeffler. - Intestino: Lesões espoliativas, alérgicas e mecânicas; Apendicite, colecistite e obstrução do ducto pancreático. DIAGNÓSTICO - Clínico: Epidemiologia: presença do vetor, de cão infectado e de outros casos; Diferencial: outras doenças parasitárias. - Laboratorial: Parasitológico: punção da medula óssea esfregaço, hemocultura, inoculo (cobaias); Métodos indiretos: hemograma, eletroforese de proteínas e testes sorológicos; Métodos Moleculares. EPIDEMIOLOGIA - Elos epidemiológicos: HI, HV – R; - Lutzomyia longipalpis (hábitos/hábitat); - Canis familiaris com calazar: caquético com queda de pêlos e peso; - Prevalência local. PROFILAXIA - Combate: reservatórios/vetores; - Tratamento dos casos humanos. TRATAMENTO - Glucantime (antimoniato de N-metil glucamina): 1ml/5kg dia – 10 dias – intervalo e nova série, além de medidas paralelas ao tratamento específico. 36 Morfologia de Leishmania - figura esquemática mostrando o núcleo, cinetoplasto, blefaroplasto, flagelo e mitocôndria de forma promastigota e amastigota. FORMAS EVOLUTIVAS: Leishmaniose Cultânea - Leishmania braziliensis Amastigota, Promastigota e Paramastigota – São semelhantes as vistas no calazar. PATOGENIA Células do SMF (macrófagos) são atraídas e fagocitam as promastigotas, transformando-se em amastigotas e iniciam a reprodução por divisões binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos ao sítio, onde se fixam e são infectados. A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de macrófagos na derme abarrotados de parasitos. O período de incubação pode variar de duas semanas a três meses. - Lesões iniciais podendo regredir espontaneamente, permanecer estacionária ou podendo evoluir para um nódulo no local da picada. - Formação de uma reação inflamatória ocorrendo necrose e desintegração da epiderme culminando em uma lesão úlcero-crostosa. - Evolução para uma úlcera em moldura, recoberta por exsudato seroso ou seropurulento. -Simultaneamente, pode ocorrer disseminação linfática ou sanguínea, produzindo metástase cultânea, subcutânea e mucosa. 37 FORMAS CLÍNICAS FORMAS CLÍNICAS LOCALIZAÇÃO Leishmaniose Cutânea Infecção confinada na derme, com epiderme ulcerada Leishmaniose Cutaneomucosa Infecção na derme, com úlceras. Lesões metastáticas podem ocorrer, com invasão de mucosa e destruição de cartilagem. Leishmaniose Cutaneodifusa Infecção confinada na derme, formando nódulos não ulcerados. Disseminação por todo o corpo. DIAGNÓSTICO - Clínico: Epidemiologia: presença do vetor, de cão infectado e de outros casos; Diferencial: outras doenças parasitárias. - Laboratorial: Parasitológico: Exames diretos de esfregaços corados: biópsia ou curetagem nos bordos da lesão Exame histopatológico: Através de fragmentos obtidos pela biópsia submetido a técnica hiostológica. Cultura: fragmentos do tecido ou de aspirados dos bordos das lesões Inoculo em animais:Hamster é o principal animal utilizado, inocula-se um triturado do fragmento com soro fisiológico. Diagnóstico molecular: PCR - Imunológico: Teste Montenegro: inoculação de antígeno na face interna do braço. EPIDEMIOLOGIA - Grande número de reservatórios (mamíferos) - Lutzomyia spp. (hábitos/hábitat); - Grande número de vetores ao longo do mundo - Ciclos de transmissão variados PROFILAXIA - Evitar o desmatamento - Tratamento dos casos humanos. - Distância mínima de 500 m de uma casa para a mata. TRATAMENTO - Antimonil Pentavalente - Glucantime (antimoniato de N-metil glucamina): 1ml/5kg dia – 10 dias – intervalo e nova série, além de medidas paralelas ao tratamento específico. 38 Formas promastigostas e amastigotas de Leishmania sp. Hepatoesplenomegalia e cutâneomucosa 39 TOXOPLASMOSE INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma infecção causada por protozoários que infectam o gato e numerosas outras espécies de vertebrados, inclusive o homem, capazes de provocar lesões oculares e anormalidades em recém-nascidos. Agente etiológico: - Filo: Apicomplexa - Gênero: Toxoplasma - Ordem: Eucoccidiida - Espécie: T. gondii - Família: Sarcocystidae IMPORTÂNCIA - Doença de ampla distribuição geográfica; - Alta prevalência sorológica, e de grande importância para gestantes; - Infecção oportunista em indivíduos imunodeficientes; - Altos índices de mortalidade entre recém-nascidos por infecção transplascentária. FORMAS EVOLUTIVAS - Taquizoíto: forma intracelular de multiplicação rápida; - Bradizoíto (cisto): forma tecidual de multiplicação lenta; - Oocisto: formado por membrana cística dupla bastante resistente, contendo dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos As diferenças entre as formas evolutivas (trofozoítos) são basicamente a velocidade de reprodução BIOLOGIA - Habitat: Taquizoítos: líquidos orgânicos como leite de cabra, saliva dos animais contaminados, leite de gato; Cistos: tecidos do hospedeiro (muscular, nervoso, etc.); Oocistos: fezes de gatos, poeira, ar, areia e em gatos jovens que liberam muitos oocistos; - Transmissão: ingestão de oocistos, de cistos em carnes cruas ou mal cozidas, taquizoítos e congênita. CICLO BIOLÓGICO - Heteroxênico: Necessitando de dois hospedeiros HI (homem) HD (gato). Fase Assexuada (homem) Oocistos/taquizoítos/cistos células taquizoítos novas células imunidade cistos reagudização (bradizoítostaquizoítos). 40 Fase Sexuada (gato) Cistos/oocistos/taquizoítos epitélio intestinal taquizoítos merozoítos novas células gametócitos fecundação ovo oocistos fezes no ambiente. IMUNIDADE - Humoral: IgM (se apresenta na fase aguda), IgG (se apresenta na fase crônica); - Celular: defesa mediada por macrófagos. PATOGENIA A) Congênita: - Mãe: durante a gestação pode estar na fase aguda ou reagudizar; - Mortalidade de 40% a 50% de fetos infectados; - Infecção no 1º trimestre geralmente leva ao aborto - Infecção no 2º trimestre pode levar ao aborto ou nascimento prematuros com anormalidades (coriorretinite – 90%; calcificação cerebral – 69%; perturbações neurológicas – 60%; micro ou macrocefalia – 50%); - Infecções no 3º trimestre em geral proporciona o nascimento normal com manifestações posteriores (hepatoesplenomegalia/miocardite/anemia/lesões oculares); B) Toxoplasmose Pós-natal (adquirida após o nascimento): - Pode se apresentar na forma ganglionar ou febril aguda; - Ocular e cutânea; - Meningoencefalica (Diminuição da imunidade cistos ativados células nervosas cefaléia, febre, paralisia muscular, convulsões); - Generalizada (meningoencefatile, miocardite, pulmonar, ocular, digestiva). DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese do paciente (exame físico); - Laboratorial: Parasitológico: pesquisa de parasitos nos líquidos orgânicos; Imunológico: RFC, RIFI e ELISA. EPIDEMIOLOGIA - Ampla distribuição; - Diversos mamíferos e aves são susceptíveis; - Artrópodes podem ser veiculadores dos oocistos; - Felídeos liberam oocistos. PROFILAXIA - Controle da população de gatos errantes; - Incinerar as fezes dos gatos; - Não ingerir carnes mal cozidas e leites crus. 41 TRATAMENTO - Sulfadiazina; - Pirimetamina. Taquizoítos e cisto de bradzoítos respectivamente Oocisto de T. gondii 42 Figura – Criança com hidrocefalia devido a toxoplasmose congênita. (From Dubey JP, and Beattie CP. Toxoplasmosis of animals and Man. CRC Press, Baca Raton, Florida, 52, 1988). Extraído do site – http/: www.gsbs.utmb.edu/microbook/ ch084.htm. 43 Membros da família dos gatos (Felidae) são os únicos hospedeiros definitivos conhecidos para o Toxoplasma gondii. Gatos podem ser infectados por T. gondii atravéz de carnivorismo . Depois da ingestão de cistos teciduais ou oocistos pelo gato, os taquizoítos e bradzoítos são liberados invadindo células epiteliais do intestino e se reproduzindo de forma sexuada, e formando oocistos, que serão liberados nas fezes. Oocistos podem sobreviver por vários meses e é altamente resistente a desinfetantes, congelamento e desidratação, mais são mortos a 70 °C por dez miniutos. A infecçaõp humana pode ser adquirida por alguns caminhos: A) ingestão de carne contaminada por cistos de Toxoplasma ; B) Ingestão de oocistos por fezes contaminado mãos, alimentos e água ; C) Transplante de órgãos ou transfusão de sangue; D) Transmissão transplacentária; E) ingestão acidental de taquizoítos. Os parasitos formam cistos tessiduais, muito comumente em músculos esqueléticos, miocárdio e cérebro; estes cistos podem permanecer para o resto da vida do hospedeiro. 44 ASCARIDÍASE INTRODUÇÃO A ascaridíase é uma parasitose causada por nematóides que parasitam o intestino grosso, provocando lesões traumáticas e espoliativas ao hospedeiro. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Gênero:Ascaris - Classe: Nematoda - Espécie: A. lumbricoides - Família: Ascarididae IMPORTÂNCIA - Distribuição cosmopolita; - 1,38 milhões de infectados e 250 milhões de doentes no mundo (OMS, 1998). FORMAS EVOLUTIVAS - Ovo: cor castanha, oval e membrana externa mamilonada (fértil, decorticado e infértil); - Vermes adultos: cor leitosa, boca com 3 fortes lábios, macho com extremidade posterior encurvada e fêmea com extremidade retilínea. BIOLOGIA - Habitat: intestino delgado (ID); - Transmissão: água e alimentos contaminados. - Transmissão por insetos, principalmente moscas e baratas CICLO BIOLÓGICO - Monoxênico: Acontece em um único hospedeiro Adulto ovo larva rabditóide (L1) L2 L3 mucosa do IG veias mesentéricas fígado veia cava inferior coração pulmão (L4) alvéolo (L5) traquéia faringe estômago ID adulto. Ciclo de Looss: fase pulmonar 45 CICLO BIOLÓGICO Vermes adultos 1 vivendo na luz do intestino. A fêmea pode produzir acima de 240.000 ovos por dia, estes saem junto as fezes 2. Ovos férteis embrionados podem se tornar infectantes depois de 18 dias ou algumas semanas 3, dependendo das condições do ambiente (umidade, temperatura e sombra). Depois os ovos infectantes são ingeridos 4, a larva eclode 5, invade a mucosa do intestino, e é carreada pelo sistema porta para a circulação sistêmica dos pulmões 6. A larva amadurece no pulmão (10-14 dias), penetra na parede alveolar, sobe pela árvore brônquica até a garganta e é deglutida 7. Percorre a distância até o intestino delgado, e se desenvolve em verme adulto 1. O período pré-patente é de aproximadamente 2-3 meses. O tempo de vida do verme é de aproximadamente 2 anos. 46 Ovo Infétil e Fértil Eclosão Ovo Fértil Ovo fértil decorticado Fêmea de A. lumbricoides (círculo genital) 47 PATOGENIA - Pulmões: Infiltrado celular; Síndrome de Loeffler: - Edemas dos alvéolos com infiltrado eosinofílico - Manifestações alérgicas, - Febre, bronquite e pneumonia - Intestino: Lesões espoliativas, alérgicas e mecânicas; Apendicite, colecistite e obstrução do ducto pancreático. DIAGNÓSTICO - Clínico: sintomas da infecção; - Laboratorial: parasitológico de fezes para procura dos ovos. EPIDEMIOLOGIA - Postura da fêmea: 300 mil ovos/dia; - Resistência dos ovos no ambiente; - Hábitos de higiênicos são de grande importância epidemiológica PROFILAXIA - Higienização; - Construção de fossas sépticas; - Tratamento da população. TRATAMENTO - Mebendazol; - Albendazol. 48 TRICURÍASE INTRODUÇÃO É uma parasitose causada por helmintos que apresentam características distintas, parasitos do intestino grosso que provocam desde de lesões traumáticas à irritação intestinal, podendo levar o hospedeiro à morte. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Gênero: Trichuris - Classe: Nematoda - Espécie: T. trichiura - Família: Trichuridae IMPORTÂNCIA - Distribuição cosmopolita; - 902 milhões de pessoas infectadas (CHAN, 1997); - Maior sintomatologia em crianças. FORMAS EVOLUTIVAS - Ovos: aspecto de barril de cor castanho-escura; - Vermes adultos: aspecto de chicote, cor esbranquiçada, região anterior do corpo afilada, O macho com extremidade posterior encurvada e fêmea com extremidade reta. BIOLOGIA - Habitat: intestino grosso (ceco, cólon e íleo); - Transmissão: água e alimentos contaminados. CICLO BIOLÓGICO - Monoxênico: Ovo solo (2 semanas) ovo infectante ingestão eclosão mucosa de ceco vermes adultos oviposição. 49 PATOGENIA - Geralmente assintomático; - Alterações intestinais: - Diarréias - Tenesmo (vontade de defecar sem ter fezes formadas) - Perda de peso (devidoi a ação espoliativa do verme) - Insônia (devido as coceiras noturnas na região perianal); - Úlceras e abscessos; - Anemia e prolapso retal. DIAGNÓSTICO - Clínico: sintomas no paciente; - Laboratorial: parasitológico de fezes. EPIDEMIOLOGIA - Clima quente e úmido (região tropical e subtropical); - Principalmente em crianças; - Área urbana; - Deficiência de saneamento básico. 50 PROFILAXIA - Educação sanitária; - Construção de fossas sépticas; - Tratamento da população; - Proteção dos alimentos. TRATAMENTO - Mebendazol e albendazol Ovo de T. trichiura Fêmea e macho respectivamente Prolapso Retal 51 ANCILOSTOMÍASE (AMARELÃO OU OPILAÇÃO) INTRODUÇÃO A ancilostomíase é uma infecção causada por algumas espécies de nematóides capazes de provocar intensa anemia no hospedeiro. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Classe: Nematoda - Família: Ancylostomatidae - Subfamília: Ancylostominae Subfamilía: Bunostominae - Gênero: Ancylostoma Gênero: Necator - Espécies: A. duodenale Espécie: N. americanus A.caninum A. ceylanicum IMPORTÂNCIA - Ampla distribuição geográfica; - 900 milhões de pessoas parasitadas; - 60 mil morrem anualmente. FORMAS EVOLUTIVAS - Vermes adultos machos: são cilíndricos; cor róseo-avermelhada; bolsa copuladora na extremidade posterior do corpo e medem de 8 a 11mm de comprimento. - Vermes adultos fêmeas: cilindriformes; cor róseo-avermelhada; medem de 10 a 18mm de comprimento e extremidade posterior pontiaguda. - Larvas rabditóide (L1 e L2) e filarióide (L3). - Ovo: forma oval e membrana transparente e fina com células no seu interior. BIOLOGIA - Habitat:os vermes adultos vivem na mucosa do intestino delgado; - Transmissão: penetração das larvas infectantes na pele, além de água e alimentos contaminados. A. duodenale – via oral e transcutânea; A. ceylanicum – via oral; N. americanus – via transcutânea. CICLO BIOLÓGICO - Monoxênico: Ovo (solo) ovo embrionado (24h) larva rabditóide (L1) L2 rabditóide L3 filarióide (infectante) penetração através da pele ou mucosa oral circulação coração pulmão (L4) brônquios alvéolos traquéia expelida ou deglutida L4 (estômago) L5 (ID) vermes adultos. 52 PERÍODO PRÉ-PATENTE: A. duodenale – 35 a 60 dias A. ceylanicum – 21 a 35 dias N. americanus – 42 a 60 dias PATOGENIA - Lesões tegumentares: prurido, edema, hiperemia, pápula eritematosa. - Lesões pulmonares: tosse, bronquite, pneumonia. - Lesões intestinais: inflamação catarral crônica, anemia, cólica, náuseas, vômitos, flatulência e diarréia sanguinolenta. 53 DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese do paciente; - Laboratorial: Parasitológico de fezes (HPJ); Coprocultura. - Imunológicos: fixação do complemento, imunofluorescência e ELISA. EPIDEMIOLOGIA - Preferencialmente em crianças (acima de 6 anos), adolescentes e indivíduos mais velhos; - Solo arenoso,úmido, rico em matéria orgânica e oxigênio; - Melhor desenvolvimento nas temperaturas das regiões tropicais e temperadas. PROFILAXIA - Saneamento básico; - Educação sanitária; - Suplemento alimentar; - Uso de calçados; - Tratar água e alimentos contaminados. TRATAMENTO - Mebendazol; - Albendazol. 54 Ancylostoma duodenale – boca Larva filarióide Larva eclodindo e ovo respectivamente 55 ESTRONGILOIDÍASE INTRODUÇÃO A estrongiloidíase é uma infecção causada por parasitos que vivem no intestino delgado humano e se caracterizam por possuírem uma fase do ciclo de vida no solo. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Gênero: Strongyloides - Classe: Nematoda - Espécies: S. stercoralis - Família: Strongyloididae IMPORTÂNCIA - Distribuição mundial; - Caráter de cronicidade e auto-infecção; - Reagudização em indivíduos imunodeprimidos; - Taxas de 41,5%. FORMAS EVOLUTIVAS - Fêmea partenogenética: corpo cilíndrico e afilado; boca pequena com três lábios; mede de 1,7 a 2,5mm de comprimento; - Larva rabditóide: nas fezes, vestíbulo bucal curto; mede de 0,02 a 0,03mm de comprimento; - Larva filarióide: larva infectante (L3), cauda entalhada; mede de 0,35 a 0,5mm de comprimento; - Macho de vida livre: aspecto fusiforme, extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente; mede 0,7mm de comprimento e apresenta dois espículos; - Fêmea de vida livre: aspecto fusiforme; extremidade anterior arredondada e posterior afilada; mede de 0,8 a 1,2mm de comprimento; - Ovo: elíptico; membrana fina e transparente. BIOLOGIA - Habitat: Fêmea partenogenética: intestino delgado (mucosa duodenal); Macho e fêmea de vida livre: meio ambiente; - Transmissão: heteroinfecção; auto-infecção externa e interna. CICLO BIOLÓGICO - Monoxênico: fêmeas partenogenéticas (intestino delagado) larvas rabditóides (fezes). A) Ciclo direto (Partenogenético) Larva rabditóide (fezes) 24 à 72h larva filarióide (meio ambiente). Condições adequadas para desenvolver larvas filarióides: - Solo arenoso; - Alta umidade; 56 - Temperatura entre 25 e 30°C; - Ausência de luz solar direta. B) Ciclo indireto (Vida livre ou sexuado) Larva rabditóide (fezes) machos e fêmeas (vida livre) cópula oviposição eclosão larva rabditóide larva filarióide (solo). Ciclo a partir da infecção com larvas filarióides (infectantes) Penetração na pele circulação (L4) coração pulmões (L4) alvéolos faringe expelida ou deglutida intestino fêmea partenogenética (3n). 57 IMUNIDADE - Disseminada (maligna ou fatal), cura espontânea, cronificação. PATOGENIA - Alterações cutâneas: edema, eritema, prurido e pápulas hemorrágicas, larva migrans (migração na pele); - Alterações pulmonares: síndrome de Löeffler, edema pulmonar e insuficiência pulmonar; - Alterações intestinais: enterite catarral, pontos hemorrágicos ulcerosos, diarréia, dores abdominais, esteatorréia, desidratação, vômitos, emagrecimento, perfuração intestinal; - Disseminada: larvas nos rins, fígado, pulmões, cérebro, diarréia, pneumonia hemorrágica, meningite e morte. DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese do paciente; - Laboratorial: Exame de fezes (Baermann-Moraes e de Rugai); Pesquisa de larvas nas secreções; Coprocultura; - Imunológicos: Intradermorreação, ELISA e RIFI. EPIDEMIOLOGIA - Maior incidência (regiões tropicais); - Solo arenoso; - Temperatura e umidade elevada; - Solo contaminado com fezes do homem e animais infectados; - Condições sanitárias e hábitos de higiene inadequados; - Contato com águas e alimentos contaminados; - Não utilização de calçados. PROFILAXIA - Atenção nos hábitos de higiene; - Lavar adequadamente os alimentos; - Utilização de calçados; - Programas de educação e engenharia sanitária. TRATAMENTO - Tiabendazol (Thiaben); - Albendazol (Zentel); - Cambendazol (Camben); - Ivermectina. 58 Larva rabditóide de Strogyloides stercoralis Larva filarióide de S. stercoralis (notar ausência de bainha) 59 ENTEROBÍASE INTRODUÇÃO É uma verminose intestinal que tem como causa um pequeno nematóide conhecido como oxiúro, cujo parasitismo provoca, muitas vezes, intenso prurido e complicações locais. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Gênero: Enterobius - Classe: Nematoda - Espécie: E. vermiculares - Família: Oxyuridae IMPORTÂNCIA - Distribuição cosmopolita (clima temperado); - Alta prevalência em crianças. FORMAS EVOLUTIVAS - Ovo: ligeiramente achatado de um lado; - Vermes adultos: cor branca, filiformes e presença de asas cefálicas. BIOLOGIA - Habitat: Parasitos adultos – ceco (intestino grosso); Fêmeas grávidas – região perianal; - Transmissão: Heteroinfecção, indireta, direta e auto-infecção. CICLO BIOLÓGICO - Monoxênico: Cópula fêmeas grávidas rompimento/eclosão dos ovos ovos infectantes nas fezes ingestão intestino grosso ceco (adultos) 1 – 2 meses (fêmeas). PATOGENIA - Prurido anal ou visualização nas fezes; - Inflamação e enterite catarral; - Infecção bacteriana secundária devido as feridas provocadas pelo prurido; - Vaginite, perda de sono, nervosismo. 60 DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese do paciente; - Laboratorial: fita adesiva ou fita gomada (método de Graham). EPIDEMIOLOGIA - Crianças em idade escolar; - Restrita ao homem; - Resistência dos ovos; - Disseminação dos ovos. PROFILAXIA - Não sacudir roupas de cama; - Cortar unhas e manter hábitos de higiene; - Tratamento da população; TRATAMENTO - Bensimidazoles: - Mebendazol - Albendazol - Ivermectina 61 Fêmea e Macho respectivamente Ovos em fita gomada e em parasitológico respectivamente Detalhe das asas cefálicas 62 FILARIOSE LINFÁTICA INTRODUÇÃO A filariose linfática humana, conhecida como elefantíase na fase mais avançada da doença, é causada por helmintos que parasitam o sistema linfático provocando infecções e edema dos membros afetados. Agente etiológico: - Filo: Aschelminthes - Gênero: Wuchereria - Classe: Nematoda - Espécie: W. bancrofti - Família: Onchocercidae IMPORTÂNCIA - Doença endêmica; - 120 milhões de pessoas parasitadas e 1 bilhão morando em área de risco; - Maceió, Recife e Belém são focos da infecção no Brasil. FORMAS EVOLUTIVAS - Vermes adultos: são longos, delgados e branco-leitosos com boca desprovida de lábios; cutícula lisa; fêmea com 7 a 10cm e macho medindo de 3,5 a 4cm de comprimento com extremidade posterior enrolada ventralmente; - Microfilárias (mf): formas embrionárias que possuem uma membrana delicada (bainha) medindo de 250 a 300m de comprimento; - Larvas: L1 (salsichóide), L2 e L3. BIOLOGIA - Habitat: Vermes adultos: vasos e gânglios linfáticos; Microfilárias: circulação sangüínea; Larvas: vetor; - Transmissão: através da picada do vetor – Culex quinquefasciatus (muriçoca); - Periodicidade das mf: durante o dia nos capilares profundos e a noite na circulação periférica. CICLO BIOLÓGICO - Heteroxênico: Hospedeiro intermediário (Culex quinquefasciatus) Hospedeiro definitivo (homem) Homem parasitado mf no sangue repasto sangüíneo (vetor) mf sem bainha (vetor) L1 L2 L3 (larva infectante) novo repasto circulação linfática vermes adultos (8 meses) mf. 63 CICLO BIOLÓGICO - Culex quinquefasciatus Fêmea grávida Ovos Larvas L1 L2 L3 L4 Pupa Adulto. 64 PATOGENIA - Infecção (mf e vermes); - Pacientes assintomáticos – apresentam alta microfilaremia. - Pacientes crônicos/elefantíase – apresentam baixa microfilaremia. - Ação mecânica: linfangiectasia e linforragia (cavidade abdominal – ascite linfática, túnica escrotal – hidrocele, tórax – linfotórax). - Ação irritativa: linfangite, linfadenite, fenômenos alérgicos. - Reações imunológicas: EPT – abscessos eosinofílicos com mf e fibrose intersticial crônica nos pulmões, glomerulonefrite. 65 DIAGNÓSTICO - Clínico: sintomatologia associada com linfangites e alterações pulmonares, ultra- sonografia; - Laboratorial: Pesquisa de mf no sangue periférico (gota espessa); Técnicas de concentração (filtração de sangue); Método de Knott; - Imunológicos: ELISA, RIFI, Card Test EPIDEMIOLOGIA - Distribuição da infecção; - Presença de pernilongo, muriçoca; - Homem – fonte de infecção; - Temperatura e umidade elevada. PROFILAXIA - Tratamento das pessoas contaminadas; - Combate ao vetor; - Saneamento ambiental; - Larvicidas químicos e biológicos. TRATAMENTO - Citrato de dietilcarbamazina (DEC); - Ivermectina; - Albendazol (para auxiliar o tratamento de verminoses secundárias) - Cirurgia plástica (elefantíase). Microfilária de W. bancrofti 66 Edema de pernas Edema com drenagem linfática Aedes aegypti Culex quinquefasciatus 67 Quilúria e L3 na probóscida de Culex (foto: Dr. Gilberto Fontes) Região do Vale do Reginaldo (Feitosa), área endêmica para filariose. (Foto: Dr. Gilberto Fontes) 68 ESQUISTOSSOMÍASE INTRODUÇÃO É uma doença provocada por trematódeos, popularmente conhecida como xistose, barriga d’agua ou mal do caramujo que atinge milhões de pessoas nas áreas endêmicas. Agente etiológico: - Filo: Platyhelminthes - Espécies: S. mansoni - Classe: Trematoda S. japonicum - Família: Schistosomatidae S. haematobium - Gênero: Schistosoma IMPORTÂNCIA - Condições apropriadas nos países tropicais; - Expansão geográfica da doença; - Cargas parasitárias mais elevadas em indivíduos jovens; - Cerca de 150 a 200 milhões de pessoas infectadas. FORMAS EVOLUTIVAS - Ovo: forma oval, com espículo na região mais larga; - Miracídio: forma cilíndrica ou ovalada que eclode do ovo e apresenta cílios para movimentação; - Esporocisto: forma de multiplicação presente no caramujo proveniente da cercária, capaz de produzir 2º geração de esporocisto; - Cercária: forma infectante liberada pelo caramujo e apresenta uma cauda bifurcada; - Vermes adultos: achatados dorso ventralmente, presença de ventosas oral e ventral (acetábulo), macho com 1cm e canal ginecóforo (local onde vive a fêmea), fêmea com 1,5cm. BIOLOGIA - Habitat: Forma imatura: caramujo; Forma adulta: vasos do sistema porta e vasos mesentéricos; TRANSMISSÃO Cercárias eliminadas pelo vetor – molusco do gênero Biomphalaria ( causador da infecção Biomphalaria glabrata). 69 CICLO BIOLÓGICO - Heteroxênico: Hospedeiro intermediário (Biomphalaria) Hospedeiro definitivo (homem). HD ovos nas fezes H2O doce miracídio molusco (quimiocinese) esporocistos esporocistos-filhos cercárias cercarias na H2O pele do homem esquistossômulo circulação coração pulmões fígado sistema porta intra- hepático adultos (diferenciação) acasalamento veia mesentérica (parede intestinal) ovipostura (capilares) mucosa/cavidade intestinal ou fígado. IMUNIDADE - Imunidade concomitante: indivíduos de áreas endêmicas são mais resistentes tendendo a cronificar a doença; - Imunodepressão: 70 PATOGENIA - Cercárias: dermatite cercariana devido à irritação provocada pelas cercarias na pele; - Esquistossômulos: linfadenia generalizada, febre, hepato e esplenomegalia; - Ovos: hemorragias, edemas (deficiência de circulação), formas ulcerativas; Forma aguda: assintomático ou sintomas acima relacionados, ascite acompanhada de dor; Forma crônica: intestino (ovos): diarréia mucosanguinolenta ou constipação, dor abdominal, tenesmo, granulomas; - Fígado: granulomas – fibrose periportal hipertensão portal esplenomegalia ascite circulação colateral (anastomose) varizes esofagianas hemorragias. DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese do paciente; - Laboratorial: Parasitológico: exame de fezes para procura dos ovos, eclosão do miracídio e biópsia retal (ovos encistados); Imunológicos: RFC, RIFI, ELISA. EPIDEMIOLOGIA - Vetores: quimiocinese, B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea – milhões de cercarias eliminadas diariamente; - A sobrevida dos vermes no homem; - Fatores ambientais: temperatura, luminosidade e contaminação fecal em coleções de água; - Fatores humanos: idade, atividade profissional (área de transmissão). PROFILAXIA - Tratamento da população; - Educação sanitária e construção de fossas sépticas; - Combate dos caramujos transmissores (moluscicida); TRATAMENTO - Oxaminiquina (Mansil); - Praziquantel. 71 Cercária Schistosoma mansoni - fêmea em canal ginecóforo do macho. Schistosoma mansoni - granuloma schistossomótico em fígado, causado pela presença de ovos do parasito (setas). 72 TENÍASE E CISTICERCOSE INTRODUÇÃO É uma zoonose, causada por Cestodas, apesar de serem da mesma espécie porém em fases de vida diferentes . Agente etiológico: - Família: Taeniidae - Gênero: Taenia - Espécie: T. saginata (6m) T. solium (3m) IMPORTÂNCIA - Distribuição mundial dependendo da cultura (tipo de alimentação); - Alterações neurológicas provocadas pela neurocisticercose; - 77 milhões de infectados com T. saginata; - 2,5 milhões de infectados com T. solium; - 300 mil pessoas com cisticercose. FORMAS EVOLUTIVAS - São divididas morfologicamente em: - Escólex ou cabeça - Colo ou pescoço - Estróbilo ou corpo BIOLOGIA - Tanto a T. solium quanto a T. saginata na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado; - O Cysticercus cellulosae é encontrado no tecido subcultâneo, muscular e cerebral, tanto de porco como de homem; - O Cysticrecus bovis é encontrado apenas nos tecidos bovinos
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