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Gerenciamento De Risco Ambiental (150)

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OFICINA
COMUNICAÇÃO E PERCEPÇÃO 
DE RISCOS DE DESASTRES
23 de julho/2010
Rio de Janeiro/RJ
Cilene Victor
PROJETO PCRD
PromoçÃO DA CULTURA DE RISCOS DE DESASTRES
Iniciativa do Departamento de Minimização de Desastres, da Secretaria
Nacional de Defesa Civil (SEDEC) do Ministério da Integração Nacional, é
desenvolvido em parceria com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisa
sobre Desastres (Ceped) da Universidade Federal de Santa Catarina e a
revista Com Ciência Ambiental.
Composto por diversas ações, o PCRD tem como objetivo central a
introdução e a promoção da cultura de riscos de desastres no Brasil –
compreendida como a cultura de enfrentamento de riscos.
A cultura de riscos, por sua vez, é precedida do acesso à informação e da
percepção dos riscos aos quais uma pessoa ou comunidade esteja exposta.
Oficina
Comunicação e Percepção 
de Riscos de Desastres
Divulgação
Seção Cidades Seguras
Seção Percebendo Riscos, 
Reduzindo Perdas 
Relatório Anual
Produção do relatório de 
ocorrência de desastres
Pesquisa-ação 
Investigação na área de 
comunicação e percepção de 
riscos
PROJETO PCRD
PROMOÇÃO DA CULTURA
DE RISCOS DE DESASTRES
Oficina DE COMUNICAÇÃO E PERCEPÇÃO DE RISCOS 
• A oficina tem o objetivo de capacitar multiplicadores para a
atuação em ações, programas e estratégias que privilegiem a
comunicação de riscos como uma ferramenta do
gerenciamento de riscos.
• A partir da troca de informações, impressões, ideias e
aplicação de atividades práticas, a oficina tem ainda o
propósito de sensibilizar os multiplicadores para a importância
da comunicação na concepção de modelos de tomada de
decisão mais democráticos e humanitários.
• Concebida para permitir que todos os atores participem das
tomadas de decisão que dizem respeito às suas vidas, a
comunicação de riscos visa também minimizar os impactos
decorrentes da formação e propagação de rumores, do
excesso, da escassez ou do conflito de informação sobre
riscos.
PARTE I
SINDEC
PARTE II
GERENCIAMENTO DE RISCOS
PARTE IV
COMUNICAÇÃO DE RISCOS
PARTE III
PERCEPCÇÃO DE RISCOS
OFICINA DE COMUNICAÇÃO E PERCEPÇÃO DE 
RISCOS DE DESASTRES
PARTE I - SINDEC
Breve histórico do Sindec
Organograma do Sindec
Atuação da Defesa Civil na
prevenção
Atuação da Defesa Civil na resposta
O Sindec e as novas tendências
PARTE II – GERENCIAMENTO DE 
RISCOS DE DESASTRE
Desastres: definição e classificação
Riscos: identificação e avaliação
A etapa do gerenciamento de riscos
A etapa da tomada de decisão
Mapa de ocorrência de desastres 
RJ
PARTE III – PERPCEPÇÃO DE 
RISCOS DE DESASTRE
Percepção de riscos: breve 
histórico
Fenômenos determinantes 
Confiança e credibilidade
Ausência de indicadores nacionais
Cilene Victor
o Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico –
ABJC
o Diretora de Redação da Revista Com Ciência Ambiental
o Professora de pós-graduação em Jornalismo Científico da Univap
Formação
o Doutora em Saúde Pública – Comunicação de Riscos Ambientais e 
Tecnológicos, mestre em Comunicação Científica e Tecnológica, 
especialista em Comunicação Aplicada à Saúde e jornalista.
Parte I 
Questões Conceituais
Conceituação de desastres
Magnitude 
do evento
adverso
Vulnerabi-
lidade do 
sistema
receptor 
afetado
Intensida-
de do 
desastre
Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo 
homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos 
humanos, materiais e/ou ambientais e consequentes prejuízos 
econômicos e sociais (CASTRO, 2000).
Classificação de Desastres
Intensidade Evolução
•desastres bitos ou
de o aguda; 
•desastres graduais
ou de o
crônica; 
•desastres por
o de efeitos
parciais
Origem
•Natural
•Humano
•Misto
Conceituação de risco
Probabilidade de ocorrência de um acidente ou 
evento adverso, relacionado com a intensidade 
dos danos ou perdas, resultantes dos mesmos 
(CASTRO, 2000).
 Risco é uma função de variáveis objetivas
(quantitativas) – como probabilidade e consequências
 Risco é uma função de variáveis subjetivas – fatores
associados à percepção do risco e aos aspectos 
sociais, políticos, econômicos e culturais
R F
Objetivas
Subjetivas
 Riscos objetivos – avaliação baseada em 
cálculos matemáticos e estatísticos –
“domínio da ciência”
 Riscos subjetivos – julgamentos 
intuitivos
Conceituação de risco
RISCOS
Avaliação
Quem avalia?
Gerenciamento
Quem gerencia?
Comunicação
Quem faz a
Comunicação?
O TRIPÉ DOS RISCOS
Conduzida com base em evidências científicas, é um
conjunto de metodologias que tem a finalidade de
quantificar o risco. A avaliação de risco tem sido
o principal norteador da etapa do gerenciamento de
riscos.
RISCOS OBJETIVOS OU SUBJETIVOS?
Avaliação de Riscos
Avaliação de Riscos
Problema
• Pesquisadores alertam que os conhecimentos
científicos e técnicos não são suficientes para
identificar, perceber e avaliar um determinado
risco.
• É necessário contemplar as diferenças de
percepções e o comportamento das populações
diante do risco.
“A cultura do risco pode ser definida como 
um conhecimento e uma percepção da ameaça 
comum a um grupo social” (Veyret, 2007). 
Percepção de riscos
Início das pesquisas de percepção na
década de 60 e meados de 70, com o
objetivo de investigar a percepção de
populações que residiam em áreas de
riscos de inundação e de acidentes
naturais.
Percepção de riscos
• Estudos sobre percepção de riscos revelaram 
a existência de associação entre benefícios 
percebidos e riscos aceitáveis. 
• As pessoas tendem a aceitar riscos elevados 
se eles forem voluntariamente escolhidos e 
rejeitar riscos menores se eles forem 
percebidos como imposição.
Percepção de riscos
Motivos de permanência 
em áreas de risco
•Incertezas associadas à ocorrência do fenômeno
•Mudança do cenário de risco
•Roleta russa: “vale a pena arriscar”
•Falta de alternativa de moradia, trabalho e segurança
•Custo versus benefícios (Park, 2001)
O que interfere na 
percepção de riscos?
Características dos Riscos
• Voluntário X Imposto
• Artificial X Natural
• Evitável X Inevitável
• Conhecido X Desconhecido
• Consequências imediatas X Diferidas no tempo
• Com efeitos previsíveis X Incertos
• Afetando maior X Menor número de pessoas;
O que interfere na 
percepção de riscos?
Características do Público
• sexo, idade, profissão, geografia, etnia, 
nacionalidade, educação, posição político-
ideológica; 
PRINCIPAL
CONFIANÇA E CREDIBILIDADE NAS 
AUTORIDADES E NAS INFORMAÇÕES
• O que fazer com o risco, como controlá-lo, quem o 
controla, qual o custo? As medidas devem ser exigidas 
ou voluntárias? Quais os aspectos sociais, políticos, 
econômicos e morais das escolhas?
• Etapa de extrema importância para o controle do risco, 
o gerenciamento tende a encontrar inúmeros obstáculos, 
sobretudo, quando não contempla no processo de tomada 
de decisão a participação de todos aqueles envolvidos 
com o risco.
Gerenciamento de Riscos
 TOMADA DE DECISÃO
É o ápice da etapa do gerenciamento. Ainda
verticalizada, na maioria dos países, ao
excluir, em especial, a participação daqueles
atingidos pelo risco, tem contribuído para a
ampliação social do risco e dificultado seu
controle.
Gerenciamento de Riscos
Comunicação é um processo complexo e
contínuo de transmissão de informações e
políticas propostas para a decisão do
público. Ferramenta fundamental para a
democratização do processo de tomada de
decisão.
Comunicação ou 
Informação sobre Riscos? Comunicação de riscos é uma condição
necessária para a realização dos direitos de
toda pessoa de participar das tomadas de
decisão que dizem respeito à sua vida
 Comunicação de riscos é um processo
interativo de troca de informação e opiniões
entre indivíduos, grupos e instituições
DEFINIÇÃO
COMUNICAÇÃO DE RISCOS
 Identificação da crescente preocupação do
público com os riscos ambientais e de saúde
(final dos anos 80 nos EUA)
 Necessidade de desenvolver um modelo de
comunicação que reduzisse o grau de
preocupação, de medo e ansiedade do público
acerca dos riscos
COMUNICAÇÃO DE RISCOS
 Comunicação é um processo social que visa à 
comunhão de idéias (Diaz-Bordenave)
 Comunicação depende de um fator decisivo que 
é a compreensão entre os atores envolvidos, 
sem que compreensão signifique estar de 
acordo (Penteado)
Comunicação Social
PARADIGMA DE HAROLD LASSWELL – 1948
 Quem (emissor, fonte)
 Diz o que (mensagem, conteúdo)
 A quem (receptor, audiência)
 Em qual canal (meio, veículo)
 Com qual efeito? (feedback)
Comunicação - estrutura
 Percepção
 Interpretação/significado pessoal
 Predisposição
 Imagem (das fontes de informação)
 Rumores
 Ruídos
Comunicação – dinâmica
INSERÇÃO DOS FENÔMENOS
 COMUNICAÇÃO DE RISCOS – MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
 COMUNICACAÇÃO DE RISCOS – COMUNIDADE
 COMUNICACAÇÃO DE RISCOS – INTERINSTITUCIONAL
 COMUNICAÇÃO DE RISCOS – ENTRE AS DIVERSAS
INSTITUIÇÕES
MODELOS DE COMUNICAÇÃO DE RISCOS
MODELO 1 –
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO DE 
RISCOS COM OS MCM
É necessário conhecer o funcionamento e a dinâmica dos meios de comunicação 
para, assim, conseguir pautá-los;
É necessário saber identificar o que é jornalismo e o que é entretenimento e, com 
isso, saber fazer uso do potencial de cada um. Não se esqueça, há dois jornalismos.
É necessário saber identificar qual o melhor veículo para transmitir as mensagens 
sobre riscos, considerando público, linguagem, posição político-ideológica 
específicos;
É necessário considerar as limitações de cada profissional ou veículo. Se perceber 
que o jornalista não entendeu, explique novamente. Não confie no off e considere os 
impactos que essa prática pode provocar.
É necessário saber que o poder dos MCM foi superestimado: a teoria da bala 
mágica versus a do two-step-flow (repete-se na comunicação com a comunidade).
MODELO 2 –
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO DE 
RISCOS COM A COMUNIDADE
É necessário conhecer a realidade da comunidade, seu histórico de exposição ao 
risco, a sua percepção e relação com o risco;
É necessário identificar as lideranças e tê-las como parceiras, porque somente com 
elas será possível alcançar bons resultados no processo de comunicação. Lembre-
se: confiança e credibilidade são a base. Two-step-flow versus bala mágica.
É necessário saber que mudança no contexto (antes/depois do desastre) provoca 
alterações intensas nas relações entre os atores. Logo, invista na comunicação de 
riscos;
É necessário identificar o melhor meio de comunicação com a comunidade 
(comunicação direta; rádios e jornais comunitários);
É necessário considerar que o sucesso da comunicação não depende apenas da 
disseminação de informação, por isso a importância de ações integradas com igreja, 
escola, associações de classe e demais instituições. 
MODELOS 3 e 4 –
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E 
ENTRE AS DIVERSAS INSTITUIÇÕES
 É necessário criar mecanismos, ferramentas e canais capazes de viabilizar a 
comunicação e compreensão entre todos os setores da mesma instituição, assim 
como com as instituições de interesse;
É necessário que alguém ou um departamento coordene as campanhas de 
comunicação de riscos dentro da instituição. Na comunicação entre as instituições, 
torna-se necessária a identificação da instituição responsável pela comunicação de 
riscos, reduzindo assim informações desconexas, rumores, ruídos, excesso e 
escassez de informação;
É necessário lembrar que a comunicação é ferramenta fundamental do processo de 
gerenciamento de riscos, assim, torna-se urgente a construção de espaço à 
comunicação de riscos dentro das instituições.
 Comunicação de riscos no Brasil continua sendo
interpretada como mera transmissão de informações
técnicas de um público de especialistas para um de não
especialistas
 os principais desafios para uma política eficaz de
comunicação de riscos são a falta de credibilidade
entre os atores sociais envolvidos no processo
comunicacional e o conflito entre a percepção ou a
posição de cada um desses atores em relação aos riscos
CONSIDERAÇÕES
 Demanda explicações e informações técnicas sobre o 
fenômeno de risco
 Questiona as instituições competentes sobre o formato 
vertical dos processos de comunicação de riscos
 Questiona a credibilidade das informações transmitidas 
pelas diversas fontes
POSIÇÃO DIANTE DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
CONSIDERAÇÕES
Obrigada
Cilene Victor
cilenevictor@gmail.com

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