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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO 
DISCIPLINA: Políticas informacionais C1 (GCI00128) 
ALUNA: Marcelly Ramos Costa 
1º SEMESTRE LETIVO DE 2016 
 
 
PRIMEIRA AVALIAÇÃO 
 
1) Em pelo menos oito linhas, estabeleça uma ou mais relação(ões) entre arquivo, 
biblioteca e BORGES, Jorge Luis. "Funes, o memorioso". In: ___. Ficções. Trad. 
Carlos Nejar. São Paulo, Globo, 2001, p. 119-128. 
R.: Após um acidente, Irineu Funes adquiriu uma habilidade na memória capaz 
de rememorar cada informação. Entretanto, era incapaz de produzir um 
pensamento próprio, conhecimento. O próprio Funes confessa ao narrador do 
texto "Minha memória, senhor, é como despejadouro de lixo" (BORGES, 1982, p. 
94). Não basta acumular conhecimento num processo de registro. O pensamento 
depende de ausências, de escolhas, mediante alguma falta e necessidade de busca 
de conhecimento, mas também de esquecimento. E a memória de Funes pode ser 
vista como o contrário de um arquivo, pois "a possibilidade do esquecimento é 
quem gera o desejo da memória, é quem a alimenta." (MOREIRA, 2012, P. 162) e 
o arquivamento excessivo, sem filtros, leva também à impossibilidade 
arquivística. E tanto arquivos como bibliotecas não podem ser vistos como 
depósitos de conhecimento e, sim, como espaços para a produção de 
conhecimento. 
 
 
2) Escreva ao menos oito linhas sobre o conceito de “política” desenvolvido por 
Marilena Chauí em “A vida política”. In: ___. Convite à filosofia. 14ª ed. São Paulo, 
Ática, 2012, p. 430-42. 
R.: Em seu texto, Marilena Chauí (2012) tenta compreender a origem greco-
romana do que chamamos de política hoje, através do exame de vocabulário 
como “democracia”, “despotismo” etc e discorre sobre dizer que os gregos e 
romanos inventaram o poder e a autoridade políticos propriamente ditos, 
significando que desfizeram as características da autoridade e do poder de tipo 
despótico ou patriarcal como eram anteriormente. E a partir disso, separaram a 
autoridade pessoal privada do chefe de família, separaram autoridade militar e 
poder civil, separaram autoridade mágico-religiosa e poder temporal laico, 
criaram a ideia e a prática da lei como expressão de uma vontade coletiva e 
pública, criaram instituições e funções públicas para aplicação de leis e garantia 
dos direitos, criaram a instituição de erário público ou do fundo público e criaram 
o espaço político/público. Ou seja, foi a partir daí que a política começou a ser 
praticada como ação humana. Longe de ser uma sociedade sem classes, justa e 
feliz. Entretanto, como uma solução e resposta que uma sociedade oferece para 
suas diferenças, seus conflitos e suas contradições. 
 
 
3) Comente academicamente, em pelo menos oito linhas, a seguinte passagem: 
“[...] as nossas ideias, a nossa imaginação e os nossos sonhos cotidianos estão 
cada vez menos no mesmo lugar que o nosso corpo. Vemos pessoas que se 
encontram para jantar em lugares fabulosos às sextas-feiras à noite, para serem 
distraídas, assim que sentam, por um toque ou por uma mensagem de texto no 
celular. E quando chegarem ao encontro que estão agendando neste momento, a 
sua mente estará mais uma vez adiantada em relação ao seu corpo”. 
GUMBRECHT, Hans Ulrich. “Disponibilidade infinita: da hipercomunicação (e 
da terceira idade)”. In: ___. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. 
Trad. Ana Isabel Soares. São Paulo, Editora Unesp, 2015, p. 124-5. 
R.: Os avanços tecnológicos tem protagonismo na sociedade do século XXI. O 
indivíduo se conecta a qualquer momento e a todo o momento descobre novas 
formas de interação. As informações circulam numa rapidez quase assustadora 
nessas redes e esses avanços não permitem que nada mais permaneça estático e 
isso se solidifica cada vez mais com o surgimento dos smartphones e tablets. O 
surgimento desses dispositivos está mudando e recriando os processos de 
interação humana. No filme Nós que aqui estamos por vós esperamos (1999), de 
Marcelo Masagão, encontramos uma frase que pode sintetizar bem a atual 
conjuntura: Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens". 
Através desses dispositivos entramos em contato com pessoas de quase todos os 
lugares do mundo mas quase sempre de forma pouco pessoal. A mesma 
tecnologia que nos permite acesso, de forma que à alguns anos atrás fosse 
impensável, faz com que as conversas reais (em contraposição às virtuais) passe 
a ser raras e até difíceis de serem mantidas. Essa tecnologia também faz com que 
o homem sinta-se ultrapassado e a partir disso, tem-se a necessidade de 
permanente conexão para renovar conhecimentos que rapidamente são 
substituídos por novas informações e assim por diante. 
 
 
4) Em no mínimo oito linhas comente academicamente o seguinte excerto: “A 
maioria das necessidades aparentemente irredutíveis da vida humana – fome, 
sede, desejo sexual e recentemente a necessidade de amizade – se transformou 
em mercadoria ou investimento. O sono afirma a ideia de uma necessidade 
humana e de um intervalo de tempo que não pode ser colonizado nem submetido 
a um mecanismo monolítico de lucratividade, [...] nenhum valor pode ser 
extraído do sono”. CRARY, Jonathan. “Capítulo um”. In: ___. 24/7: capitalismo 
tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo, Cosac Naify, 2014, p. 
20. 
R.: As tecnologias, hoje, nos permitem fazer várias coisas e muitas delas, 
simultaneamente. Dessa forma, temos a impressão de que o nosso tempo é 
escasso e que sua utilização está entrançada com a sensação de não darmos conta 
de tudo o que deveríamos ou poderíamos fazer. Mas essa sensação vem também 
de não vermos resultados (produtos, talvez) nas atividades desenvolvidas. 
Crary (2014) nos provoca ao afirmar que o capitalismo 24/7 tenta transformar 
tudo em possibilidade de lucro. Por isso, o sono é visto como algo que atrapalha 
o processo de produção e a possibilidade de consumo, pois ao adentrarmos nele, 
entramos num estado de inutilidade e inoperância visto que a única condição 
natural que o capitalismo 24/7 não conseguiu se apropriar totalmente foi o sono 
e este, aparentemente, é o maior obstáculo para a realização plena do regime. 
Esse cenário pode ser sintetizado e descrito perfeitamente com a expressão 
“tempo é dinheiro”, muito utilizada atualmente. 
 
 
5) Use pelo menos oito linhas para comentar academicamente a seguinte 
passagem: “Dada a velocidade com que surgem novos produtos e se 
reconfiguram completamente os sistemas, será de alheamento e derrota a relação 
perceptiva e cognitiva da maioria das pessoas com as tecnologias de informação 
e comunicação” (CRARY, Jonathan. “Capítulo dois”. In: ___. 24/7: capitalismo 
tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo, Cosac Naify, 2014, p. 
46). 
R.: O ritmo intensificado que Crary (2014) comenta no texto é o que faz com que 
estejamos sempre em mudança (nós e o mundo). Num tempo pós-moderno, é 
cada vez mais difícil termos elementos, relações e sistemas estáveis e duradouros 
com a rápida circulação de informação e comunicação avançada. A tendência é 
termos um desenvolvimento mais rápido também. Isso propicia um mundo de 
constantes mudanças. Essa aceleração modifica também a forma de pensar de 
uma forma mais atenta para uma mais distrativa passando os olhos pelas 
informações a fim de absorver de tudo um pouco e nem sempre filtrando e 
analisando o que nos é dado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BORGES, Jorge Luis. "Funes, o memorioso". In: ___. Ficções. Trad. Carlos Nejar. 
São Paulo, Globo, 1982, p. 89-97. 
 
MOREIRA, Maria ElisaRodrigues. Literatura e biblioteca em Jorge Luis Borges e Italo 
Calvino. 2012. 253 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Letras, Universidade 
Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2012. Disponível em 
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECAP-
8RWLF3/literatura_e_biblioteca_em_jorge_luis_borges_e_italo_calvino___maria
_elisa__rodrigues_moreira.pdf?sequence=1> . Acesso em 03 jun 2016. 
 
NÓS que aqui estamos por vós esperamos. Direção: Marcelo Masagão. Produção: 
Marcelo Masagão. São Paulo: Um Minuto Marketing; Produções Culturais, 1999. 
1 bobina cinematográfica (73min), Son., Color. e BP, 35mm. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=-PXo5oGztiw>. Acesso em 06 jun 2016.