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RECEITA PARA LER HABERMAS FOLHA DE SP

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https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/4/30/mais!/19.html
RECEITA PARA LER HABERMAS
BARBARA FREITAG 
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nada mais comum, para um leitor seriamente interessado em um autor clássico, do que recorrer a um "receituário", via de regra sugerido por conhecedores da obra e até mesmo pelos próprios autores de uma texto clássico.
Assim, a melhor forma de apreender as três críticas de Immanuel Kant, é ler o trabalho de Cassirer: "Kant's Leben und Lehre (1921, em português "A Vida e a teoria de Kant").
Kant, tomando conhecimento das resenhas e críticas feitas à "Crítica da Razão Pura", resolveu escrever os "Prolegômenos" para facilitar o acesso dos leitores ao seu pensamento.
Quando alguém me consulta sobre como apropriar-se da "Fenomenologia do Espírito" de Hegel, recomendo a leitura da "Genèse et Structure de la Phénoménologie de l'Esprit de Hegel (1946) de J. Hyppolite. Kojève, contudo, consideraria mais apropriado o capítulo do próprio Hegel sobre a "Dialética do Senhor e do Escravo".
Na década de 70 os textos "Lire le Capital ("Ler o Capital, 1, 2, 3) de Althusser, Gluucksmann, Rancière "facilitavam" aos seus leitores a compreensão do livro de Marx, enquanto o próprio Marx recomendava como leitura introdutória o capítulo 13 do primeiro volume de "O Capital (sobre Maquinaria e Grande Indústria).
Habermas fornece implicitamente a receita para ler seu novo tratado sobre a teoria discursiva do direito, "Faktizitãt und Geltung. Beitrãge zur Disjurstheorie des Rechts und des demokratischen Rechtsstaats" ("Facticidade e Validade. Contribuições para uma Teoria discursiva do direito e do Estado de direito democrático, 1992. Uma edição norte-americana deste livro está em preparação e sai no segundo semestre deste ano, com o título "Between Facts and Norms): começar pelos anexos.
Essa receita tem pelo menos duas vantagens. Ela permite seguir a gênese do pensamento de Habermas (confira as datas de publicação dos textos) e condensa o pensamento de Habermas em três blocos temáticos (relação entre direito e moral, idéias sobre o Direito e o Estado de direito democrático, a questão da cidadania e da soberania popular), exaustivamente aprofundados em "Faktizitãt und Geltung.
O anexo, sob o título geral de "Estudos preliminares e complementares", contém as chamadas "Tanner lectures" (1986), intituladas: (1) "Direito e Moral: Como a legitimidade se constitui através da legalidade?" e (2) "Sobre a idéia do Estado de direito" (versão original em inglês: "The Tanner Lectures on Human Values, 1988); bem como duas monografias: "Soberania popular como procedimento" (1988) e "Cidadania e identidade nacional" (1990).
Para aqueles que não dominam o idioma alemão, esse anexo tem uma terceira vantagem: é possível recorrer às "Lectures" em inglês, língua em que foram originalmente apresentadas e publicadas.4
A leitura atenta desses textos deixa o leitor satisfeito e curioso. Satisfeito, porque acredita que entendeu o essencial; curioso, porque quer saber mais sobre o que Habermas pensa hoje sobre o Estado e a democracia.
Facticidade e Validade
A leitura do corpo do livro é difícil, porque os temas tratados são densos e abstratos; mas a leitura fica mais fácil quando se tem conhecimentos preliminares da obra de Habermas. O "capital cultural habermasiano" acumulado finalmente passa a render juros.
Mas nenhuma das leituras anteriormente feitas dispensa o esforço de mergulhar no corpo do trabalho, formado por nove capítulos, nos quais o autor trata, sob múltiplas óticas, da tensão existente entre "facticidade e validade", entre realidade e normatividade, entre práticas sociais historicamente criadas e leis jurídicas politicamente implementadas, entre "mundo vivido" e "sistema", conceitos chaves criados por Habermas para compreender a moderna sociedade, dessacralizada e racionalizada (cf. "Theorie des kommunikativen Handelns).
Habermas situa a tensão entre "facticidade" e "validade" (ou entre "fatos e normas", na versão discutível dos americanos) no contexto da linguagem e da ação comunicativa. Os dois conceitos coexistem sem atrito, enquanto nos movimentamos no "mundo vivido", ou seja, enquanto as relações sociais e comunicativas que caracterizam nossa vivência cotidiana não forem problematizadas.
As diferentes implicações sociológicas e políticas que um e outro conceito podem ter somente vêm à tona quando os atores põem em questão "as pretensões de validade" implícitas em qualquer ato da fala, a saber: a veracidade (autenticidade) do locutor, a verdade das afirmações feitas e a correção das normas até agora seguidas. Quando um destes questionamentos "perturba" a ação comunicativa, suspendendo as relações comunicativas "habituais" (šblichkeiten) até então aceitas sem questionamento, inaugura-se uma nova forma comunicativa, que Habermas chama de "discurso".
Por vias discursivas, isto é, com base num diálogo empenhado na argumentação racional, convincente, visando o entendimento e isento de qualquer forma de violência interna e externa, a comunicação pode ser restabelecida no cotidiano, desde que as pretensões de validade postas em questão tenham sido reafirmadas e revalidadas discursivamente. Em outras palavras: (1) os locutores convencem seus parceiros da veracidade de sua fala, fazendo-a coincidir com suas ações; (2) os argumentos verdadeiros passam a prevalecer, quando eles fundamentam, de forma plausível, as proposições enunciadas, e (3) as normas são revalidadas, quando compreendidas, respeitadas e aceitas por todos os integrantes de uma situação dialógica.
Até aqui não saímos do âmbito da Teoria da Ação Comunicativa e da Ética Discursiva.
Em seu novo livro "Faktizitãt und Geltung, Habermas esclarecerá como a tensão entre os fatos sociais e sua validade normativa se desenvolve no campo do direito e do poder, incluindo-se suas formas de institucionalização na sociedade e no Estado de direito. Na era do pensamento pós-metafísico, fatos histórica ou sociologicamente constituídos são constantemente repensados e reconstruídos normativamente com auxílio das constituições, das leis e das sentenças dos tribunais, que deste modo interferem na prática cotidiana. Ao lado da "normatividade" do Legislativo e do Judiciário, o poder executivo aplica (bem ou mal) as leis em vigor, estruturando a realidade social.
A normatividade da lei, internalizada pelos atores, gera expectativas sociais, que se traduzem em ações sociais. Essas, longe de serem espontâneas ou resultantes de processos comunicativos autênticos, resultam da legalidade do poder racional instituído.
A complicada dialética entre "facticidade" e "validade" subverteu a relação entre "legitimidade" e "legalidade", claramente distinguida por Weber. Para este, a "legitimidade" de uma ordem social podia alimentar-se de várias fontes (a afetividade, a tradição, o uso / "Brauch", o direito), fornecendo o fundamento indispensável para a "legalidade". Esta, por sua vez, dependia da lei escrita, bem como de instituições competentes para implementá-la, através de quadros administrativos, policiais e militares, Em Weber há uma sequência natural e lógica entre os antecedentes há uma sequência natural e lógica entre os antecedentes (legitimidade) e os consequentes (legalidade).
Habermas dá um giro de 180 graus, uma espécie de "normative turn", e argumentará que a ordem institucional legal (legalidade) cria, em sociedades modernas, a legitimidade da ordem, desde que atendidos certos critérios democráticos e princípios discursivos. Hoje, a legitimidade depende da ordem legal, do direito discursivo e do poder democrático institucionalizado. Para que essa ordem tenha "validade" social e seja efetivamente "legítima" ela precisa ter elaborado as suas leis (constituição, legislação comum), as normas de sua aplicação (administração pública) e as formas de seu controle (judiciário), pelas vias argumentativas, que caracterizam os "discursos" teóricos, éticos e práticos.
Assim, a tensão entre "facticidade" e "validade" se complica, porque Habermas não inverte simplesmentea relação entre legitimidade e legalidade, postulada por Weber. Habermas substitui esses conceitos pelos conceitos mais complexos de "Faktizitãt" e "Geltung", ligados um ao outro por relações igualmente complicadas e nem sempre transparentes.
A facticidade de uma ordem social como o nazismo alemão (o exemplo é meu, Freitag), pode significar simultaneamente que esta ordem seja "legítima" (no sentido weberiano), por se tratar de uma ordem em que houve a adesão "afetiva" da maioria dos alemães ao regime de Hitler e sua submissão incondicional ao Fhrer.
Mas facticidade também significa, neste caso, "legalidade" da ordem social estabelecida com a do partido nazista na eleição de 1933, porque o regime nazista reformulou as leis da República de Weimar (por exemplo a legislação anti-semita), baseando-se em um sistema jurídico, fixado em lei e garantido pelo governo, democraticamente eleito. Weber não teria argumentos "racionais" para contestar a ordem social nazista.
Em contrapartida, Habermas tem esses argumentos. A ordem social nazista pode até mesmo ter sido "factual" (isto é, ao mesmo tempo legal e legítima), mas ela jamais seria "válida", no sentido da "Geltung. Pois válida somente pode ser uma ordem social cujas normas e leis foram elaboradas democraticamente, envolvendo todos os "atingidos" e interessados. Ora, é difícil imaginar que os judeus tivessem aceito a "argumentação" nazista e votado em favor das leis anti-semitas. Esta mesma ordem social ainda não seria considerada "válida" ("gltig), porque suas normas e leis não podiam -do ponto de vista moral e racional- ser consideradas "justas" e corretas para todos e por todos.
Além disso, não foram elaboradas por vias argumentativas, criando uma nova normatividade, baseada na razão comunicativa. Tampouco, alemães e judeus residentes na Alemanha tiveram o direito de participar da elaboração das leis, como não lhes foi concedido o direito de escolher os temas que estavam em debate: p.ex., rejeitar a guerra ou exigir um tratado de paz depois de Stalingrado. Para assegurar a "validade" de uma ordem social, tais critérios discursivos precisam ser atendidos, respeitados.
Em suma, a "facticidade" refere-se a uma realidade social oriunda simultaneamente de duas fontes: (a) de processos históricos e sociais "espontâneos", cuja normatividade pode ser atribuída ao sentimento comunitarista e à tradição; e (b) de práticas normativas, deduzidas da legislação vigente. Tal facticidade somente teria "validade", ética e jurídica, se as normas e leis que a regem tivessem sido elaboradas segundo normas e critérios discursivos.
Habermas reconhece que ainda não existe hoje em dia nenhuma ordem social efetiva que tenha "Geltung" (validade), no sentido discursivo que lhe atribui o autor. Ou seja, as sociedades democráticas vigentes, que sem dúvida têm facticidade, ainda não atendem a todos os critérios democráticos, a todos os princípios discursivos e racionais exigidos para constituir uma ordem normativa.
Esta ordem normativa alimenta-se, contudo, de elementos históricos e empíricos, na medida em que, por um lado, origina-se do "mundo vivido", do qual deduz seus princípios e, por outro, nele interfere, remodelando-o à base de seus elementos normativos, jurídicos. Por isso Habermas é até certo ponto otimista: acredita que as sociedades ocidentais (européias e norte-americana) já se aproximam bastante da norma ideal.
Como exemplo, Habermas introduz no último capítulo a questão feminina, como ela é tratada hoje nos EUA. A igualdade e a justiça entre os gêneros nos campos da educação, da profissionalização, no mercado de trabalho, no exercício da sexualidade, etc. estão longe de ser realidades factuais. Mas graças a uma institucionalização crescentes dos direitos humanos, de leis igualitárias para homens e mulheres, implementadas graças à luta cotidiana das mulheres, a realidade factual da discriminação vem se transformando em uma realidade factual da equiparação em todos os campos e arenas sociais. Esse fato novo está se transformando em realidade graças à existência de leis justas e igualitárias, discursivamente construídas. Produz-se, desta forma, uma facticidade nova, que corrige as distorções históricas e sociológicas seculares que desprivilegiavam as mulheres.
O mesmo estaria ocorrendo com os negros, os latino-americanos, "gays" e outros grupos sociais, outrora discriminados. Em todos esses casos, a legalidade discursiva estaria tornando possível a legitimidade das reivindicações das antigas minorias.
Entre o primeiro e o último capítulo o leitor se debaterá com teorias sociológicas, teorias do direito, teorias linguísticas, teorias do Estado (em particular do Estado de direito), sociologia política, sociologia da comunicação, a dialética do público e do privado, questões da formação da opinião pública, da soberania do povo, o direito das minorias, a ação da sociedade civil, o poder do príncipe e o poder das massas, jurisprudência, jurisdição.
O "cimento" que une todos esses fragmentos, com vistas à reconstrução de uma teoria discursiva do direito, é a própria categoria do "direito" ("Recht"). Trata-se de uma força integradora que reunifica e harmoniza o "mundo vivido" com a esfera "sistêmica" da economia e da administração, impedindo que essa esfera ameace a integridade do mundo vivido, colonizando-o.
Em sua função integradora, o direito regulamenta ainda os excessos da economia e do poder, instrumentalizando-se para ordenar o que os mecanismos de integração sistêmica já não conseguem mais controlar: a motivação e disposição interna dos atores em contextos políticos, sociais e cotidianos.
Assim como o direito atua de forma ordenada nos subsistemas do poder e da economia das modernas sociedades, ele também regulamenta, equilibra e ordena as emoções e expectativas dos atores em contexto cotidianos do "mundo vivido". As expectativas de ação e interação entre os atores passam a ser formas internalizadas de sistemas normativos e legais, introduzidos por vias argumentativas, e aos quais os atores aderem por convicção e convencimento.
Em suma, o direito assume um estatuto comparável ao do Espírito ("Geist") na obra de Hegel.
O direito ainda é a categoria que aproxima a "Faktizitãt" da "Geltung", como o autor procura demonstrar no caso da luta feminista norte-americana. O direito redefine e remodela histórica e normativamente a relação complicada entre facticidade e validade, entre fatos e normas, aproximando ("cimentando") essas duas categorias fundamentais, conforme elucidado no primeiro capítulo.
No segundo capítulo, Habermas discute os diferentes conceitos de justiça em uso na moderna filosofia e sociologia do direito. As afinidades com T. Parsons são óbvias, como continua forte a influência dos clássicos: Durkheim, Weber e Marx.
Nos dois capítulos seguintes o autor reconstrói "o sistema dos direitos universais" e os "princípios do Estado de direito", como discutidos na literatura mundial, dando, contudo, preferência aos autores americanos contemporâneos como Cohen, Dworkin, Elster, Dahl, entre outros.
Os três capítulos subsequentes (cap. 5, 6 e 7) estão dedicados a questões constitucionais e ao trabalho dos tribunais. Aqui habermas focaliza as práticas judiciárias norte-americanas e as compara com as práticas do Estado de direito alemão. Surgem assim críticas inevitáveis a C. Schmitt, Savigny, Kelsen e até mesmo a M. Weber.
A insistência de Habermas em manter a distinção conceitual e formal entre "valores" e "normas" nem sempre é convincente. Enquanto as normas, segundo o autor, devem ser submetidas a um procedimento discursivo para adquirirem sua validade, os "valores" ficam relegados ao campo do "mundo vivido", no subsistema cultural, de onde não têm condições de se desprender para uma "validação universal". Os valores pertencem ao campo dos particularismos culturais.
Fica difícil para o leitor compreender por que os procedimentos formais de argumentação ("discursos") são possíveis em torno da questão da justiça, sem que o próprio "valor" da justiçae da igualdade de tratamento para todos possa ser submetido a uma "validação discursiva", a uma "universalização". A distinção entre valor e norma (pp. 309 e seguintes) parece-me tão artificial e estéril quanto a distinção entre forma e conteúdo.
Uma análise e crítica semelhante merecem o capítulo oito e nove de "Faktizitãt und Geltung", em que Habermas procura defender um conceito "processual de democracia (Verfahrensbegriff der Demokratie) contra um conceito empírico, sem contudo tocar na questão do "valor da democracia", enquanto tal, que no meu entender mereceria uma análise discursiva, no sentido específico que Habermas dá a este conceito.
Esses dois capítulos remetem à questão da origem da norma. Seriam as normas um "produto" cultivado no chão do mundo vivido, das realações cotidianas, das práticas habituais, com o caráter de "regras nomotéticas" (como diria Weber?) Ou seriam elas o resultado de processos racionais (monológicos ou dialógicos) que emergiram da reflexão de um Rousseau, Kant, ou da cabeça de especialistas contemporâneos em direito constitucional?
Habermas discute (e critica) os modelos "liberal" e "republicano" da tradição norte-americana, sugerindo que suas limitações podem ser superadas com seu modelo do direito discursivo, mais adequado aos tempos modernos. No mundo de hoje, em que as formas de legitimação anteriores (religiosa, afetiva, tradicional, etc.) já não estão mais em vigor, impõe-se o direito discursivo como única forma aceitável de "gerar a facticidade e validade de uma norma.
Ler Habermas: Um teste vocacional:
O leitor de Habermas dará razão a Weber: a vocação para as ciências sociais exige paixão, dedicação à causa e veracidade do pesquisador. Mas exige, antes de mais nada: trabalho árduo. Ler Habermas é trabalho que exige preparo e tempo. Preparo, no sentido real e metafórico; tempo, em termos de preciosas e inúmeras horas de nossa vida para a leitura de sua vasta obra. Cumprir a tarefa não significa apenas terminar o texto; também é preciso compreendê-lo, no sentido weberiano de "Verstehen".
E para compreender Habermas é preciso conhecer bem as ciências sociais e áreas afins. Por isso: ler Habermas dá trabalho. Quem consegue lê-lo e compreendê-lo muito provavelmente tem vocação para as ciências sociais. Faça o teste:
(1) Compre o novo grande livro de Habermas: "Faktizitãt und Geltung" na versão original ou inglesa que está por sair.
(2) Tire férias, uma licença prêmio ou uma sabática e retire-se para um lugar sossegado (a Staatsbibliothek de Berlim, o mosteiro de Royaumont na França, a pensão do Colégio Caraça em Minas Gerais, sua casa de campo em Ibiúna, ou algo equivalente).
(3) Deixe a família em casa e carregue consigo todos os livros de Habermas, e, de preferência, pelo menos alguns, dos autores que ele mais cita (de Weber a Rawls).
(4) Leve seu PC, um bloco de anotações, lápis e borracha. Com essas precauções você está preparado para absorver a nova "teoria discursiva do direito".
(5) Para que o esforço não seja em vão, muna-se de uma boa dose de perseverança e paciência. Se você estudou as 667 páginas, fez comentários e anotou perguntas e críticas que você gostaria de apresentar ao próprio Habermas, você passou o teste: tem uma vocação indiscutível para cientista social. 
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