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Variedade A Variedade B RH RH Nível de RV 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Raças do patógeno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Raças do patógeno Variedade A Variedade B RH RH Nível de RV Kennebec Maritta RH RH Nível de RV 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Raças do patógeno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Raças do patógeno Nível de Nível de RH RH Diferentes níveis de Resistência a doenças de plantas são observadas dependendo do patotipo ( “raça”) de fungos, vírus, bactérias fitopatogênicos. No exemplo acima, observa-se duas cultivares de Batata que apresentam os mesmos genes de resistência a diferentes raças (1, 3, 4 , 5 e 8), mas, apresentam diferentes níveis de Resistência Horizontal. Ambas as cultivares possuem RH e RV. Obs. Uma maior RH é observada na cv. Maritta. CULTIVARES DE BATATA QUE APRESENTAM SOMENTE RESITÊNCIA HORIZONTAL 0 1 2 3 4 1,2 1,3 1,4 2,3, 2,4 3,4 0 1 2 3 4 1,2 1,3 1,4 2,3, 2,4 3,4 cv. Capella cv. Kathadin (RH baixa - sem RV) (RH alta - sem RV) Na RH não há complementaridade gênica, portanto, não ocorre interação diferencial 4. Contexto epidemiológico RV – reduz o inóculo inicial (X0) Atrasa o início da epidemia mas não afeta a velocidade da doença RH – reduz taxa de infecção (r) Diminui a taxa de desenvolvimento da doença RV – efetiva contra certas raças RH – efetiva contra todas e do patógeno outras não as raças do patógeno. Raça A B C Raça D E F a S (5) R (1) R (1) d R (3) R (4) R (5) b R (1) S (1) R (1) e R (2) R (3) R (4) c R (1) R (1) S (5) f R (1) R (2) R (3) Há interação diferencial Não há interação diferencial Raças virulentas Raças agressivas o CARACTERÍSTICAS DA RV E RH 1. Contexto agronômico RV RH Completa, mas temporária Incompleta, mas permanente Instável “quebrada" pelo Resistência de campo. aparecimento de novas raças” Variável (p/ todas as raças) Específica Inespecífica 2. Contexto genético RV RH governada por poucos genes; governada por muitos genes; (mono ou oligogênica) (poligênica) Qualitativa; Quantitativa; Aplica a teoria gene-a-gene. Não se aplica a teoria gene-a-gene Há Interação diferencial (ID) Não ocorre ID 3. Contexto evolutivo RV RH envolve mecanismos de defesa envolve mecanismos de defesa que estão dentro da capacidade que estão além da capacidade de mudança do patógeno de mudança do patógeno. Ex: Hipersensibilidade Ex: Citros “imunes” Xanthomonas citri tamanho dos estômatos. o ESTRATÉGIAS PARA USO DA RV Com base na homeostase genética estabelece-se estratégias para obtenção de variedades resistentes “para sempre”, pelo uso da RV. Vander Plank (1968): “Variedades resistentes para sempre” 1. Rotação de genótipos verticais; Variedades com diferentes mecanismos de RV X Limiar de dano R1 R2 R3 R4 R1 ........ 1970 1971 1972 1973 1974 1975 colheita colheita colheita colheita colheita ......... População do patógeno 2. Pirâmide de genes verticais; “Supervariedade” com vários genes de resistência vertical Somente uma super-raça poderia “quebrar” a resistência R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 R1234 3. Uso de multilinhas (ou linhagens múltiplas); o Linhagens geneticamente semelhantes c/ diferentes genes res. o Ineficaz para plantas alógamas; o Conservativo (Van der Plank) R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 o CARACTERÍSTICAS GERAIS DA RH • Resistência geral (campo); • Presente em todas as espécies e para todas as enfermidades; • Melhor conhecida em cultivos sem RV; • Difícil manuseio – devida a muitos genes, por isso é negligenciada; • Pouco utilizada; • Muito influenciada pelo ambiente; • RH se manifesta menos nas E.E.; se comporta melhor em nível de campo, onde há maior diversidade genética do patógeno. o USO DA RESISTÊNCIA VERTICAL “Conhecendo e sabendo usar, pode-se ter uma resistência por tempo indefinido”. Van der Plank (1968). Homeostase Genética - tendência à estabilidade através de uma auto-regulação do indivíduo para adaptar-se ao meio ambiente Diminuição da população do patotipo vertical pela retirada do patodemo vertical (Watson & Luig, 1963) o Seleção direcional: é uma seleção natural ou artificial que favorece o aumento da população de um variante particularmente em detrimento de outro. “Pressão de seleção” o Seleção estabilizadora: é a redução da população de um variante particular a qual ocorre quando a pressão de seleção é retirada. * Retirada ou substituição da cultivar (patodemo vertical), tende a diminuir a população do patógeno (patotipo vertical) correspondente. “Retirada do patodemo vertical” R1R5 R2R1 R3R2 R4R3 R S R S R S R S 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 POR QUE A RV TEM SIDO PREFERIDA? 1. Herança mais simples; 2. Melhoramento mais fácil (oligogênica); 3. Pouco influenciada pelo ambiente; 4. Brilha mais forte nas parcelas experimentais. • Há misturade variedades. – DIVERSIDADE genética do hospedeiro • O esporo presente na área não se manifesta nas demais plantas. • PARCELAS EXPERIMENTAIS Ro Ro Ro R1 Ro A B A C A Doença 10 8 10 0 10 RV Ro Ro Ro R1 Ro RH Baixa Alta Baixa Baixa Baixa compatível incompatível • Há pequena diversidade genética do patógeno nas Estações Experimentais. EFEITO VERTIFÓLIA (Van der Plank) - Riscos de selecionar variedades com RV sem conhecer a RH (Batata cv. Vertifólia x Phytophthora infestans) o Perda de RH durante a seleção p/RV (erosão genética) S(sem RV) x R1 (com RV) (80% RH) (10% RH) alta RH baixa RH (F1) R1 RH(45%) Resistência diluída em 50% � TIPOS DE RESISTÊNCIAS (SEGUNDO H.H. FLOR) � Resistência vertical – RV - há interação diferencial (ID). A doença ora ocorre, ora não ocorre � Resistência horizontal – RH - não há ID Comportamento permanece estável TODAS as variedades são suscetíveis a TODAS as raças � RESISTÊNCIA HORIZONTAL Raças Variedades A (Ro) B (Ro) C (Ro) 1 3 4 5 12 >quant. doença 2 2 3 4 9 3 1 2 3 6 <quant. doença - Raças – diferem em agressividade - Raça 1 – mais agressiva - Variedades – diferem quanto à resistência - A > RH, C < RH. � RH - Não há interação diferencial – todas as plantas são atacadas por todas as raças � RESISTÊNCIA VERTICAL Raças Variedades D(R4) E(R5) F(R6) 4 5 S 1 1 5 1 5 S 1 6 1 1 5 S � Raças diferem em virulência – atacam umas variedades outras não RV ≠≠≠≠ para as diferentes variedades D+4 R4 (4) E+5 R5 (5) F+6 R6 (6) RV- Ocorre interação diferencial - ou é Resistente ou Suscetível (Há complementaridade gênica) RH – Raças mais ou menos agressivas (QUANTITATIVA) RV - Raças virulentas ou avirulentas (QUALITATIVA) INTERAÇÃO GENE A GENE: NOMENCLATURA DE RAÇAS Demonstração da teoria gene-a-gene de Flor no patossistema batata x Phytophthora infestans, onde: R = resistente S = suscetível R1 = designa o genótipo de resistência da variedade, Raça (1) = genótipo do patógeno capaz de vencer o gene de resistência da variedade. Raças do patógeno Genótipos do hospedeiro (0) (1) (2) (3) (4) (1,2) (2,3) (2,3,4) (1,2,3,4) Ro ou rr S S S S S S S S S 1 gene de res. R1 R S R R R S R R S R2 R R S R R S S S S R3 R R R S R R S S S R4 R R R R S R R S S 2 genes de res. R1R2 R R R R R S R R S R1R3 R R R R R R R R S R1R4 R R R R R R R R S R2R3 R R R R R R S S S 3 genes de res. R1R2R3 R R R R R R R R S R2R3R4 R R R R R R R S S 4 genes de res. R1R2R3R4 R R R R R R R R S R1R2R3R4 - Super variedade r(1,2,3,4) - Virulento Universal � Ro ou rr- sem genes de resistência - qualquer raça afeta esta variedade - tem RH, mas não tem RV. � Raça (1,2,3,4) - virulento universal: qquer variedade é suscetível a esta raça - tem todos os genes de virulência. Onde houver complementaridade a resistência é “quebrada”. � CLASSIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA • DIFERENTES FORMAS DE CLASSIFICAR: • Como é herdada • Como ela opera • Segundo interação patógeno-hospedeiro � HIPÓTESE GENE A GENE - TEORIA DE FLOR (1942) “ Para cada gene de resistência no hospedeiro existe um gene complementar de virulência no patógeno e vice-versa” ( um gene anula o outro ) Proposição feita por Flor após vários estudos da herança da resistência e da virulência no sistema Melampsora lini x linho Herança da Resistência – linho (Res. Dominante) Variedades Raças Ottawa Bombay F1 F2 22 S R R R S R S 24 R S R R R S S 9: 3: 3: 1 segregantes L N - Resistência é dominante L n - Suscetibilidade é recessiva Herança da Virulência – Melampsora lini Raças Variedades 22 24 F1 F2 Ottawa S R R R S R S Bombay R S R R R S S 9: 3: 3: 1 segregantes V = avirulento v = virulento (a virulência é recessiva) Não observada em sistemas poligênicos porque não haveria complementaridade. � Café – Hemileia � Trigo – Puccina Aplica-se teoria � Algodão – Xanthomonas gene a gene. � Batata – Phytophthora 3. CLASSIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA A DOENÇAS � Resistência: “Reação defesa, resultante da soma de todos os fatores no hospedeiro, que tende a diminuir a ação de um patógeno”. Fatores variáveis Resistência variável Definição de termos: • Imunidade – incapacidade de estabelecer relação patógeno hospedeiro, resposta absoluta. – envolve avirulência – ( H. maydis – citros). • Suscetibilidade: condição que a planta oferece ao patógeno de estabelecer íntima relação. Envolve virulência - maior ou menor escala. • Predisposição: condição de maior ou menor suscetibilidade determinada por fatores não genéticos. Não transmitida à progênie. • Escape: condição “aparente” de resistência. Não genética. (ex. crescimento rápido, maturação precoce). • Tolerância: quando a cultivar apresenta boa produtividade a despeito da infecção sofrida, vigor excepcional. • Hipersensibilidade: reação local, violenta, em resposta ao ataque do patógeno que leva à morte das células adjacentes ao local de penetração, impedindo a colonização. TIPOS DE REAÇÕES HOSPEDEIRA A PATÓGENOS Hospedeiro X Patógeno X Ambiente Favorável Incompatível Compatível l Sem sintomas Hipersensibilidade Reação intermed. Típico suscetível. Resistência completa Resistência incompleta Res. vertical (total) Res. horizontal (parcial) � MUTAÇÃO: - fungos, vírus, bactérias, nematóides - mudanças bruscas no material genético de um organismo (bases púricas e pirimidínicas do DNA ou RNA) transmitida à sua progênie. É o principal mecanismo gerador de novos genes • Espontânea; • Induzida - condições adversas (fungicidas, antibióticos, raios UV.); expressas imediatamente - fatores recessivos.� HIBRIDAÇÃO: (fungos e nematóides) resultante da combinação de genes de indivíduos diferentes (pais) originando novos indivíduos distintos dos pais. Exemplo de hibridação em fungos ascomicetos [segundo Camargo (1995)]. � HETEROCARIOSE: (fungos) coexistência em um citoplasma comum de núcleos geneticamente diferentes devido à anastomose de hifas. • Condição similar diploidia; • Instável (morfologicamente e fisiologicamente). Anastomose (A), heterocariose (B) e cariogamia (C) [Camargo (1995)]. � PARASEXUALIDADE: (fungos) - fusão de núcleos do heterocarion núcleo diplóide. � CONJUGAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO e TRANSDUÇÃO: bactérias 2n (parasexual) VARIABILIDADE EM FITOPATÓGENOS Os patógenos apresentam um grande plasticidade genética e uma grande dependência em relação aos fatores ambientais – variações fenotípicas e genotípicas. Níveis de variação patogênica: Indivíduo Variante Biótipo Linhagem variações fenotípicas progênie de um variante ( estirpe) mutante morfologia distinta morfologia semelhante difere na aptidão patogênica Formae specialis: “São populações de um organismo, que não se diferenciam morfologicamente e sim em sua patogenicidade, estabelecida em plantas de espécies botânicas diferentes. � Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici - tomate � Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum - algodão Raça fisiológica: “Populações de uma espécie que não se diferenciam morfologicamente e sim fisiologicamente que são identificadas através de REAÇÕES DIFERENCIAIS em diferentes cultivares de uma mesma espécie botânica”. Exemplo: F. oxysporum f. sp. lycopersici Cultivares tomate fungo Raça I Raça II Manapal R S Bony Best S S Walter R R No de raças possíveis de detectar = 2n = 2 3 = 8 Reações: R = RESISTENTE S = SUSCETÍVEL Denominação de raças • Por letras gregas: Raça α (alfa), β (beta), χ (gama), δ (delta) • Por números arábicos: Raça 1, 2, 3, 4 • Por algarismos romanos: Raça I, II, III, IV • Com base na resistência do hospedeiro: Genótipo R1 suscetível à raça (1); genótipo R1R2 suscetível à raça (1,2). MECANISMOS DE VARIABILIDADE EM FITOPATÓGENOS 3. VARIABILIDADE DOS PATÓGENOS: INDIVÍDUO Fusarium oxysporum TOMATE ALGODÃO TOMATE ‘A’ TOMATE ‘B’ (+) (- ) (+ +) (- ) FORMAE SPECIALIS RAÇA FISIOLÓGICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DED CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA Disciplina AC- 459 – Fitopatologia – junho 2007 Maria Nenmaura Gomes Pessoa – Profª. Associado – Fitopatologista CONTROLE GENÉTICO DE DOENÇAS DE PLANTAS 1 - CONTROLE ATRAVÉS DA RESISTÊNCIA Um dos mais importantes avanços tecnológicos da agricultura: • Método ideal – fácil de utilizar, barato, eficiente e duradouro Exemplos de doenças controladas pelo emprego de Variedades resistentes: Mosaico da cana Híbridos ‘POJ’ Mal do Panamá Cv. Nanica, Nanicão Carvão do feijão de corda Cv. Pitiúba, Seridó Ferrugem do feijoeiro ‘IPA 7419’ 2 – LIMITAÇÕES: • Uso agrícola intensivo das terras demanda crescente alimentos; • Plantio em densas populações; EPIDEMIAS • Pequeno número de variedades apres. uniformidade genética • Resistência a patógenos e raças de patógenos; Se lida com 2 séries de fatores hereditários - Fatores da planta hospedeira (características genéticas); - Fatores do patógeno (variabilidade). WALKER (1959): “O desenvolvimento de variedades resistentes deve ser visto como um programa contínuo. A variabilidade potencial de um patógeno não permitirá que ela fique resistente por muito tempo.”
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