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61 Figura 5.3 - Pré-aquecedor de caldo com reboiler. Figura 5.4 - Pré-aquecedor de placas 62 Limite superior e inferior da temperatura na evaporação: • Temperatura crítica: o açúcar do caldo se carameliza, provocando perda de sacarose e uma coloração que subsiste até nos cristais de açúcar. Para caldos de cana, alguns técnicos recomendam uma temperatura máxima do vapor na calandra entre 127 e 130ºC, o que corresponde a uma temperatura de cerca de 125ºC no caldo. • O vapor de aquecimento entra na calandra do 1º efeito numa temperatura entre 125ºC (1,3 kgf/cm2) a 130ºC (1,7 kgf/cm2). • O limite inferior da temperatura em que funciona um múltiplo-efeito é a temperatura de ebulição correspondente ao vácuo existente no último corpo. Um vácuo de 64 cm de Hg (25,2 in de Hg, 55ºC) são os parâmetros indicados para o último efeito, mas existem algumas oscilações nestes valores. Assim a evaporação acontece numa faixa de temperatura de 125 a 55ºC. Na indústria açucareira os múltiplos efeitos são formados de 3, 4 ou 5 corpos, sendo denominados tríplice, quádruplos ou quíntuplos efeitos, respectivamente. Todos os evaporadores (corpos) são iguais em forma, constituição, capacidade, mas podem ter alturas dos tubos decrescente do primeiro ao último corpo. Os evaporadores constam de: calandra, situada no fundo do evaporador e é constituído de duas placas perfuradas (Figura 5.5), uma superior e uma inferior denominadas espelhos, os quais são interligados pelos tubos. Existe na calandra um tubo central de diâmetro maior que os tubos periféricos. Desta maneira, durante a evaporação existem duas correntes de circulação de caldo, uma ascendente nos tubos periféricos e da periferia para o centro e uma segunda descendente pelo tubo central. As águas condensadas depositam-se sobre o espelho inferior e devem ser retiradas da calandras. A partir do 2º corpo há formação de gases incondensáveis, os quais se acumulam sob o espelho superior, formando zonas inativas, dificultando a transferência de calor do vapor em condensação para os tubos. Tais gases devem ser removidos (Figura 5.6) através de tubos, às vezes denominados tubos amoniacais. Figura 5.5 – Espelho Superior da Calandra 63 Figura 5.6 – Retira dos Gases Incondensáveis Tubos de evaporadores Roberts Material de construção: aço carbono, latão ou aço inox. Comprimento: 1,60 a 4,5 m. Os tubos são mandrilados nos espelhos e desgastam-se principalmente nas extremidades, próximo aos espelhos. Para substituição de tubos, aqueles retirados dos primeiros evaporadores são utilizados nos posteriores, pois em geral estes são menores. Diâmetro interno: 27 a 46 mm; Espessura: 1,0 a 2,65 mm. É importante adotar, para a usina toda, um diâmetro padrão para tubos e empregá-lo tanto nos aquecedores, como nos múltiplos efeitos. Quanto mais estreitos são os tubos, mais facilitam a subida do caldo, porque esta subida depende da proporção entre a superfície de aquecimento do tubo e sua seção interna. Disposição dos tubos nos evaporadores Os tubos são dispostos em quincôncio nos espelhos dos evaporadores. Esta disposição permite colocar um número maior de tubos por unidade de superfície dos espelhos, com uma mesma distância entre os tubos. Os tubos são alinhados segundo três direções diferentes a 120º (ou os centros de três tubos vizinhos formam um triângulo eqüilátero). 64 O vapor entra na calandra por uma, duas ou mais entradas: Altura de tubo< 3 m, uma entrada de vapor; Altura de tubo >3 m, duas entradas de vapor; Altura de tubo >>3 m, quatro entradas. Como exemplo de um quádruplo efeito sem pré-evaporador, tem-se: 1º Efeito: Pressão na calandra: 1,63 kgf/cm2 Temperatura na calandra: 114 ºC Pressão na câmara de gases: 1,24 kgf/cm2 Temperatura na câmara de gases: 106 ºC Brix de entrada: 16; Brix de saida: 19,3 2º Efeito: Pressão na calandra: 1,24 kgf/cm2 Temperatura na calandra: 106 ºC Vácuo na câmara de gases: 10,16 cm Hg Temperatura na câmara de gases: 96 ºC Brix de entrada: 19,3; Brix de saida: 25 3º Efeito: Vácuo na calandra: 10,16 cm Hg Temperatura na calandra: 86 ºC Vácuo na câmara de gases: 38,5 cm Hg Temperatura na câmara de gases: 80,5ºC Brix de entrada: 25; Brix de saída: 36,5 4º Efeito: Vácuo na calandra: 38,5 cm Hg Temperatura na calandra: 80,5 ºC Vácuo na câmara de gases: 66 cm Hg Temperatura na câmara de gases: 52ºC. Brix de entrada: 36,5; Brix de saida: 60 5.1.1 - Causas de Operação Deficiente • Temperatura baixa caldo clarificado alimentando os prés (<105 ºC); • Tubos incrustados, furados ou soltos; • Remoção de condensados deficiente; • Remoção de gases incondensáveis deficiente; • Tubos operando com nível incorreto de caldo; • Baixo vácuo no último efeito; • Baixa pressão do vapor de escape das turbinas; • Partidas e paradas freqüentes; • Variações na vazão de caldo; • Vazão de caldo acima do projetado (embebição elevada na moagem, moagem elevada). 65 5.1.2 – Conseqüências das Falhas na Evaporação • Redução na extração das moendas; • Redução na produção; • Perdas de álcool na vinhaça; • Geração de energia reduzida (Falta bagaço); • Água desmineralizada insuficiente, devido à falta de condensado de escape. • Filtro rotativo com perdas na torta devido volume baixo de água para embebição. 5.1.3 – Fatores que influenciam na eficiência dos pré e evaporadores 1. Incrustação A formação de incrustações nos evaporadores, aquelas pertinentes à parte interna dos tubos, se deve, principalmente a uma crescente redução de água no caldo em concentração, redução esta que permite aos não-açúcares atingirem, com mais intensidade, nos últimos vasos, a condição de supersaturação e precipitarem. Entretanto não só o efeito da concentração, mas também o efeito da temperatura pode provocar precipitações de alguns sais. Concorrem para a formação de maior ou menor quantidade de incrustações nos evaporadores, que varia de região para região. E depende das seguintes condições: a) Composição do caldo: Variedade de cana; Tipo der solo cultivado; Sistema de colheita de cana; Estado de limpeza da cana, terra; Sistema de lavagem de cana; Grau de extração pela moenda, etc. b) Peneiragem do caldo; c) Qualidade da cal, má hidratação da cal; d) Qualidade do enxofre e dos aditivos da clarificação; e) Processos de clarificação; sulfitos formam 30% das incrustações; f) Nível de caldo nas calandras dos evaporadores; 66 g) Velocidade de circulação de caldo nos diversos vasos; h) Condição de vácuo nos evaporadores; i) Sistema operacional e qualidade de mão-de-obra utilizada na evaporação; j) Pressão e temperatura do vapor de alimentação. A oscilação na vazão de caldo e o descontrole da correção de pH na dosagem podem acelerar as incrustações. Incrustação quanto à operação: A presença de uma maior formação de incrustação em determinadas regiões da calandra, é um dos sintomas característicos de má circulação do caldo. É muito importante que o nível do caldo seja mantido em aproximadamente um terço da altura dos tubos, para proporcionar uma boa circulação do caldo. Com relação à limpeza, deve-se registrar que se a tubulação de uma evaporação não estiver bem limpa, mais rapidamente a incrustação se formará. Já se estiver bem limpa, com a superfície dos tubos lisa, mais dificilmente ocorrerão depósitos de sujeira.Métodos de limpeza: Limpeza mecânica (Fig 5.7): efetuada com rasquete ou roseta rotativa; Limpeza com jato de água sob alta pressão; Limpeza química, CIP – (Cleam In Place); - encher os tubos com solução 2 a 3% de NaOH, ferver por várias horas e lavar em seguida com água; - evetualmente pode-se após o tratamento com soda, lavar com solução 2% HCl. Figura 5.7 – Limpeza mecânica dos tubos de um evaporador 67 2. Monitoramento a) Nível do Caldo Em todos os corpos deve-se manter aproximadamente 1/3 da altura dos tubos, tendo como objetivo reduzir o efeito da pressão hidrostática no ponto de ebulição do caldo, aumentando assim a circulação do caldo e conseqüentemente obter uma máxima taxa de evaporação. Se o nível estiver muito baixo, o caldo tende a ferver e não consegue chegar à parte superior dos tubos, concentrando. E se o nível estiver demasiadamente alto, os tubos ficam submersos e a evaporação é prejudicada. Proporciona maior arraste e perda de açúcar, e contaminação do condensado para as caldeiras. Recomenda-se: 9 Instalar medidor de nível em todas as caixas de evaporação. 9 O funil coletor de caldo situado no interior do tubo central deve ser posicionado a 1/3 da altura dos tubos. 9 Um outro meio pratico é observar através das lunetas, de tal forma o caldo se mantenha jorrando dos tubos sobre toda a superfície do espelho, molhando-o sem submergi-lo. 9 Sistema de retirada de condensado com sifão ou sistema automático. b) Retirada de gases incondensáveis Em qualquer equipamento que se utiliza vapor como fonte de calor, após a sua condensação é necessária uma continua retirada de incondensáveis, pois ocupam espaço e impedem a entrada de vapor naquela região, reduzindo significativamente o processo de transferência de calor. É necessário também determinar a origem desses gases: se provêm de ar trazido pelo vapor de escape (geralmente pouco), ou se são gases dissolvidos no próprio caldo e liberados pela ebulição nos vapores vegetais. A extração dos gases incondensáveis é efetuada por diferença de pressão. Nos corpos sob vácuo, aos tubos vindos da calandra se unem em um coletor. Normalmente irá condensar no último efeito. A regulagem da retirada desses gases pode ser feita por válvulas ou placas de orifício dimensionadas. 5.2 – Extração do xarope A operação de um múltiplo efeito deve ser contínua, desde a alimentação do caldo clarificado, passagem entre as caixas até a retirada do xarope, vazão de favor, retirado de condensados e incondensados, até a vazão de água do sistema de vácuo. A retirada é efetuada no último corpo de evaporação, por sifão, e direcionado para os tanques. 68 Alguns cuidados que devem ser observados na extração do caldo: Brix acima de 72% pode iniciar o processo de cristalização; Brix baixo aumenta o consumo de vapor e tempo de cozimento; Deve-se checar a bomba regularmente para evitar vazamento de xarope, evitando perdas, pois o produto está concentrado. Manter o vácuo da última caixa acima de 24 in Hg (61 cm Hg), pois influencia diretamente na evaporação. 5.3 – Separadores de Arraste Durante a evaporação, a ebulição lança ao ambiente-vapor do corpo gotículas finas de caldo. Estas gotículas, na forma de bolhas, são muito leve e a corrente de vapor as leva facilmente para a calandra do corpo seguinte, ou em direção ao condensador barométrico. Quanto maior for o vácuo maior é a incidência de arraste (perdas de açúcar) e, portanto, são mais críticos no último corpo. Esse arraste pode ser minimizado observando os seguintes procedimentos: Evitar que o vácuo chegue a um valor exagerado (24 – 26 cm de Hg); Instalar a chegada do caldo no fundo do corpo do evaporador e não por cima do espelho; Evitar operar o múltiplo efeito além de sua capacidade normal, lembrando que o corpo acima da calandra não serve ao caldo; Evitar deixar subir o nível do caldo muito acima do nível ótimo; Munir a tubulação de vácuo dum separador de arraste (Fig 5.8) eficiente; O corpo do evaporador acima do espelho superior da calandra deve ser no mínimo 2 vezes a altura da calandra. Figura 5.8 – Esquema de um separador de arraste instalado no evaporador SEPARADOR DE ARRASTE SEPARADOR DE ARRASTE SAÍDA DE VAPOR FACE SUPERIOR DO ESPELHO 69 5.4 – Extração das águas condensadas O calor transmitido do vapor ao caldo, através da calandra, corresponde ao calor latente de vaporização do vapor. Todo o vapor de aquecimento se transforma em água condensada na calandra. É necessário retirar da calandra uma massa de água igual á massa de vapor utilizado. Esta retirada de água efetua-se por meio de drenos colocados na parte inferior da calandra, por várias maneiras, conforme a pressão na calandra: 1- Calandra sob pressão: purgador; 2- Calandra sob vácuo: caixa de sifão (Marais); 3- Calandra sob pressão ou sob vácuo: bomba, sifão, tanque flash. 5.5 - Transformações físico-químicas no caldo durante a evaporação a) Formação de cor: É maior no primeiro corpo onde a temperatura é mais alta. É também causada por deficiente circulação do caldo na calandra e altos tempos de retenção. Quando o vácuo é baixo, a temperatura de sistema sofre uma elevação, aumentando a formação de cor. b) Diminuição de pH: Durante a evaporação é comum um decréscimo no pH de valores próximos a 0,3 e não deve ultrapassar uma queda de 0,5. Como exemplo, cita-se: pH do caldo clarificado 6,9 e do xarope 6,5. As perdas de açúcar por inversão na evaporação não deveriam ultrapassar 0,2%, sendo acompanhadas pelo teor de glicose no caldo. Este decréscimo é proporcional ao tempo de retenção na evaporação. c) Pureza do Xarope: Ocorre um pequeno aumento devido à mudança na rotação específica dos componentes não-açúcares. Quando há uma queda nesta pureza, é uma indicação de inversão de sacarose, causando perdas indesejáveis. Perdas por inversão, tanto mais elevadas quanto mais altas forem a temperatura e a acidez. Acima de 100ºC, a inversão aumenta muito e fica proibitiva acima de 125-130ºC. 5.5.1 – Flotador de Xarope 70 A flotação é um processo de separação sólido-líquido e líquido-líquido onde os materiais em suspensão são recuperados através de sua adesão às bolhas de um gás (geralmente ar), tornando os mais leves que no meio. O uso do flotador (Fig 5.9) tem o objetivo de remoção das substâncias que dão cor ao açúcar, bem como dos materiais insolúveis em suspensão (que aparecem como “insolúveis” no produto final) e das macromoléculas (dextrana) responsáveis pelo aumento da viscosidade do xarope e conseqüentes problemas nas etapas seguintes de fabricação. É constituído de uma caixa cilíndrica de aço carbono geralmente com pintura epóxi. Possuem raspadores em sua superfície além de uma caixa com saída de xarope. O controle da operação do flotador é efetuado de forma a se obter um lodo flotado o mais concentrado o possível. A concentração e espessura da camada do lodo flotado é regulada pelo ajuste do nível de operação do flotador. O xarope clarificado é retirado por gravidade do flotador para o tanque. O lodo flotado é removido por meio de raspadores de superfície e recolhido na calha de lodo, onde seguirá para caixa de caldo misto. Figura 5.8 – Esquema de um flotador e decantador de xarope Utiliza-se acido fosfórico para promover a microfloculação das impurezas do xarope, e sua dosagem vai depender da qualidade do xarope. O xarope deve ser aquecido, próximo de 85ºC a fim de acelerar as reações de microfloculação e reduzir a viscosidade do meio. A adição de polímero floculante é feita entre os aeradorese o flotador, possibilitando uma rápida dispersão do produto no xarope. 5.6 - EVAPORADORES PLANUSI Os Evaporadores Planusi seguem o mesmo princípio dos evaporadores tipo Robert e apresentam design bastante semelhante. No entanto, os evaporadores da Planusi apresentam saída de vapor vegetal diferenciada (Figura 5.9) e estrutura tipo torre (Figura 5.10) com compartimentos que podem ser utilizados como tanques de armazenamento. Contrariando o modelo Robert, no qual a saída de vapor vegetal está localizada na parte superior do equipamento (Figura 5.11), assim como o separador de arraste, que muitas 71 vezes, é instalado até mesmo na parte externa (Figura 5.12), a Planusi modificou este princípio a fim de diminuir o arraste de gotículas de caldo pelo vapor vegetal gerado. Figura 5.9 - Desenho esquemático representando o sistema de saída de vapor vegetal dos Evaporadores Planusi. 72 Figura 5.10 - Desenho esquemático dos Evaporadores Planusi (Estrutura tipo torre) Figura 5.11 - Desenho esquemático do posicionamento interno do separador de arraste dos evaporadores tipo Robert. 73 Figura 5.12 - Foto de um sistema de evaporação tipo Robert. Em detalhe, um separador de arraste posicionado na parte externa do equipamento. O layout tipo torre dispensa enormes estruturas de sustentação metálicas normalmente aplicadas nas instalações dos evaporadores tipo Robert (Figura 2.5). Além disso, as torres apresentam compartimentos que podem ser úteis no armazenamento de água, arraste e condensado. Portanto, as torres se apresentam de modo mais compacto dos que as instalações convencionais. Além disso, a saída modificada de vapor vegetal criada pela Planusi reduz a velocidade de saída do vapor e, conseqüentemente, diminui o arraste de caldo. O último efeito do aparelho de evaporação aproveita melhor o vapor vegetal gerado, pois o mesmo, ao escoar pela estrutura interna do corpo do aparelho, faz com que parte daquele calor contido no vapor a ser conduzido ao condensador/multijato, seja reaproveitada. 74 Capítulo 6 COZIMENTO 6.1 – Introdução Quando o caldo é submetido ao processo de concentração, sua viscosidade aumenta rapidamente com o aumento do Brix, de tal forma que, quando este alcança 70 a 80o Brix, os cristais começam a aparecer e a constituição da massa transforma-se, passa progressivamente do estado líquido a um estado pastoso, denominada “massa cozida”. Esta redução de “fluidez” torna necessária a mudança na forma de sua manipulação, pois sua consistência não mais permite ferver esta “massa” em tubos de pequenos diâmetros, nem circular com facilidade de um evaporador a outro. Assim, a evaporação nesta etapa passa a ser realizada em evaporadores de simples efeito com detalhes e adaptações efetuadas em função das características do produto a ser concentrado. Esta etapa da concentração é denominada cozimento. 6.2 – Objetivos do Cozimento • Efetuar cada cozimento, dentro das características previstas, no menor tempo possível. • Produzir máxima porcentagem de cristais. • Produzir um açúcar uniforme e com os cristais no tamanho desejado. • Processar a massa cozida, com elevada porcentagem de cristais, com boa fluidez para permitir uma fácil centrifugação, sem a necessidade de lavagens excessivas. 6.3 – Conceitos O Coeficiente de solubilidade (CS) ou Solubilidade é a relação entre a quantidade de açúcar solúvel em uma dada massa de água em uma solução impura, a uma dada temperatura, e a quantidade solúvel na água pura, à mesma temperatura. purasoluçãoumaemáguadepartes100emdissolvidasacarosedemassa impurasoluçãoumadepartes100emdissolvidasacarosedemassa CS A solubilidade ou coeficiente de solubilidade varia com a temperatura e com a presença de impurezas. Por exemplo: A solubilidade da sacarose aumenta com o aumento da temperatura, à 40oC, é possível dissolver 2,334 kg de açúcar puro em 1 kg de água, aumentando a temperatura para 80oC dissolvem-se 3,703 kg. O Caldo é constituído não só de sacarose, mas também de outros açucares(glicose e frutose) e de outras substâncias(glucose,sais orgânicos ou minerais), estas matérias são 75 chamadas de impurezas e modificam a solubilidade do açúcar, por isto, o caldo pode ser chamado de “solução impura”. No caldo, extraído da beterraba, a solubilidade aumenta com a presença dessas impurezas, já no caldo, extraído da cana, a solubilidade diminui com a presença dessas impurezas. Isto é devido à ação particular das impurezas específicas de cada planta. Na cana- de-açúcar são os açúcares redutores que exercem a função principal e provocam a diminuição da solubilidade da sacarose. Tabela 6.1 – Variação da solubilidade da sacarose em função da pureza Pureza(%) Solubilidade da Sacarose 100 1,00 90 0,98 80 0,95 70 0,91 60 0,85 50 0,80 40 0,73 30 0,65 Quando uma solução contém a quantidade total de sacarose que é capaz de dissolver, ela é chamada de “solução saturada”. A saturação é um estado de equilíbrio estável que, para as soluções de açúcar, não é alcançada rápida e nem facilmente. Concentrando uma solução pela evaporação ou passando do ponto de saturação pelo esfriamento, os cristais não aparecem imediatamente ou obrigatoriamente na massa. Assim, o açúcar continua em solução e a solução é denominada “solução supersaturada”. O Coeficiente de Supersaturação(CSS) é a relação entre a concentração de sacarose contida numa solução aquosa supersaturada, e a concentração de sacarose contida na solução saturada, apresentando a mesma temperatura e a mesma pureza. saturadaaquosasoluçãonasacarosedeãoconcentraç adasupersaturaquosasoluçãonasacarosedeãoconcentraç . açãoSupersaturCoef Durante o processo para que os cristais se formem na massa, é indispensável que haja uma supersaturação acentuada, sendo que, à medida que os cristais se formam, a supersaturação do licor-mãe diminui. Para manter a supersaturação, é necessário que a água evaporada seja substituída por xarope ou mel misturado com xarope. Na fase supersaturada existem três regiões ou zonas de supersaturação: Região ou zona metaestável: é a região mais próxima à saturação(CSS variando de 1,0 a 1,2), não há a formação de cristais. Se forem adicionados cristais de sacarose à solução nesta região, estes crescerão, fazendo o coeficiente de supersaturação tender para o seu limite inferior, igual a 1,0. 76 Região ou zona intermediária: é a região onde pode haver a formação de novos cristais (novos núcleos, falsos cristais), porém somente na presença de cristais existentes, gerando um decréscimo no CSS. Se a região metaestável for atingida, cessará a formação de cristais, mas continuará o crescimento dos cristais, até que o valor de CSS atinja 1,0. O CSS varia entre 1,2 e 1,3. Região ou zona lábil: nesta região os cristais existentes aumentam, havendo ao mesmo tempo formação de novos cristais. Nessa região existe ocorrência de nucleação espontânea. O CSS igual ou maior que 1,3. Figura 6.1 – Curva de supersaturação da Sacarose Observações: a) A região intermediária, se realmente existe, é tão reduzida que não apresenta nenhuma importância, na prática. b) A separação entre as duas regiões (zonas) principais é muito variável, dependendo da pureza. c) Este limite entre as duas zonas depende pouco da temperatura. A supersaturação que estabelece o limite diminui um pouco quando a tempera aumenta, porém o efeito não é significativo. Curvas de Supersaturação - Sacarose Pura 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 50 60 70 8090 100 Temperatura (C) p ar te s d e S a c ar o se / 1 0 0 p a rt e s d e a g u a 1,0 SS 1,2 SS 1,3 SS INSATURADO ZONA METAESTÁVEL ZONA DE SUPERSATURAÇAO ZONA INTER. 77 Os parâmetros da Figura 6.1, realizados com os dados de solubilidade de sacarose quimicamente pura em água não são exatamente os mesmos para o caso das soluções impuras de sacarose (xaropes de cana). Essas regiões de supersaturação têm seus limites relativamente alterados quando se pratica a crista1ização da sacarose. Esta alteração é devida, sem dúvida nenhuma, à presença, em solução, de açúcares invertidos e sais inorgânicos. Em so1uções de sacarose, para uso prático nas usinas do açúcar, o controle da crísta1ização deve ser observado na faixa de um CSS, variando de 1,15 a 1,40. Estas considerações são teóricas. Na prática constatou-se que o açúcar começa a cristalizar-se com supersaturações variando de 1,10 a 1,50. Geralmente 1,20, é considerado como normal, porém há casos reportados em que a cristalização começou com 1,07. Em outras ocasiões, em soluções puras, os cristais não se formam antes de alcançar 1,50. Os motivos desta variabilidade não são conhecidos exatamente, porém acredita-se que seja ocasionada pelas propriedades características a cada caldo: viscosidade (atrasando a cristalização), presença de materiais insolúveis em suspensão (facilitando a cristalização), vazamentos de ar nos cozedores, por onde penetram poeiras que provocam a formação de cristais. Geralmente, opera-se com supersaturação entre 1,25 e 1,40. 6.4 - O Processo de Cozimento Após os evaporadores, como explicado anteriormente, o xarope é enviado a outras etapas de concentração, a primeira é denominada cozimento e a segunda cristalização por resfriamento. No cozimento são utilizados equipamentos denominados cozedores ou tachos, sendo os cozedores semelhantes aos evaporadores, que trabalham individualmente sob vácuo de 62 a 65 cm de Hg e de forma descontínua ou contínua. A evaporação da água dá origem a uma mistura de cristais envolvidos em mel (solução açucarada) que recebe o nome de massa cozida. A concentração dessa massa cozida é de aproximadamente 93 a 95 Brix, podendo- se atingir um Brix 100, o que corresponde a 94% de matérias dissolvidas reais, mas na prática não ultrapassa 96%, e a sua temperatura de descarga é de 65 a 75oC. Dependendo da conveniência pode-se trabalhar com 1, 2 ou 3 massas cozidas. A Figura 6.2 ilustra a operação de cozimento e mostra a etapa de cristalização e de centrifugação. Figura 6.2 – Esquema de cozimento com dois cozedores. 78 Na primeira etapa de cozimento, a massa cozida A, é iniciada utilizando um pé-de- xarope com pureza da ordem de 83 a 88(normalmente 85), quando mais de 60% da sacarose é cristalizada, torna-se quase uma massa sólida que não pode se centrifugada. No caso de haver xarope, com pureza mais alta, mel A é adicionado ao pé de granagem. Contudo, se a pureza do xarope for menor que 85, nada pode ser feito, a não ser ajustar o procedimento de granagem. A cristalização, portanto, é mantida abaixo deste ponto, e o mel (pobre) é enviado para a segunda etapa ou massa cozida B. Nesta etapa, o limite para a sacarose na forma de cristais é menor, devido à maior viscosidade do licor mãe, e, assim, o limite máximo não excede 50%. O mel da massa cozida B, também é submetido à cristalização adicional, mas o produto não pode ser comercializado, possui tamanho pequeno e baixo Pol. O açúcar B pode ser comercializado ou então ser transformado em magma por dissolução para servir de pé ao cozimento A. A massa cozida deve ter um conteúdo de cristais acima de 50%, com diminuição da pureza em cerca de 20% e o mel “A” separado em centrífugas deverá ter 65% de pureza. Os cristais de A apresentam “cor” melhor que os do cozimento B. A pureza em que a massa cozida B é realizada depende do mel de A e do refundido C. Como a pureza do mel A é de cerca de 65% e do refundido na faixa de 80 a 85%, a pureza da massa B fica em torno de 75. As condições de cozimento em B são similares às da massa A. A viscosidade é maior e a taxa de cristalização será mais baixa, portanto maior tempo será necessário para o cozimento. Devido à menor pureza o conteúdo de cristais será menor, sendo razoável da ordem 40%. A Figura 6.3 mostra o processo empregado com mais freqüência formado com três massas cozidas. Figura 6.3 – Esquema de cozimento com três cozedores. 79 A massa cozida A, com pureza 80 a 85, é obtida com um pé-de-cozimento formado com magma C e aumentada, de acordo com a pureza do xarope, somente com o xarope puro ou, então, com os xaropes puros, acrescidos de quantidade variável de mel A no final do cozimento. A massa cozida B, com pureza 68 a 72, é obtida com pé-de-cozimento de magma C e aumentada com mel A. A massa cozida C, com pureza 56 a 60, é obtida com pé-de- cozimento de uma mistura de xarope e mel A de pureza 72 a 75, introduzindo-se sementes de cristais, que faz crescer os cristais, e aumentada com mel B. Separam-se os açúcares A e B, cuja turbinagem é, geralmente, efetuada com uma pequena lavagem com água. Neste caso, obtém-se um açúcar claro, com polarização de cerca de 98,5° em A, 97,5° em B. A lavagem pode ser modificada de acordo com a qualidade de açúcar desejada. É mais freqüente efetuar uma lavagem bastante intensa com vapor. O açúcar C é pegajoso, sendo possível fundi-lo novamente, porém a solução mais econômica e comum é dissolvê-lo com água, caldo ou xarope. Provavelmente, a melhor solução é o caldo, retirado do tanque de caldo clarificado, estocado e esfriado num pequeno tanque não isolado. É possível obter um açúcar C de 0,3 mm, um açúcar B de 0,7 mm e um açúcar A de 1 mm. O tamanho do cristal C determina o dos cristais B. O tamanho do cristal C depende da quantidade de açúcar moído introduzido na sementeira e da granulometria. 6.4.1 – Métodos de condução de Cozimento O pé-de-xarope é concentrado até uma supersaturação ótima para formação dos grãos (cristais). A granagem é realizada no momento que a supersaturação adquire o valor requerido, e pode efetuada por semeadura, por choque, com introdução de um xarope frio ou por espera. Método de espera: este método consiste em alimentar o cozedor com xarope, enquanto processa a evaporação da água. Há um aumento do CSS, quando este atinge valores superiores a 1,3, correspondente à zona lábil, ocorre o surgimento espontâneo dos cristais, ou seja, moléculas de sacarose deixam a solução passando a constituir a fase cristalina. Assim o CSS do licor mãe reduz, atingindo a região intermediária. Nesta, agora, ocorre a formação de novos cristais, que são os falsos cristais ou cristais poeira, assim denominados por serem menores que os formados na zona lábil, que tiveram tempo para crescer. Os falsos cristais são indesejáveis, pois são menores, causam desuniformidade na massa de cristais e causam obstrução na tela das centrífugas. O método de cristalização (cozimento) por espera é o mais antigo da indústria açucareira e está fora de uso devido: • Dificuldade de controlar o número de grãos formados. • Inevitável a formação de conglomerados. • Aplicável para cristalizar massas com alta pureza. Método de choque: neste método promove-se a concentração até a zona intermediária. Para isso trabalha-se com temperatura acima da temperatura normal de funcionamento do cozedor (vácuo menor). Quando a zona intermediária é atingida, promove-se uma redução do aquecimento às (ou aumento brusco do vácuo) condições 80 normais do aparelho, promovendo uma redução da temperatura do xarope dentro do cozedor. Isso faz com que haja um aumento em CSS, atingindo a zona lábil, quando ocorre a cristalização dasacarose. Uma vez ocorrida a cristalização, há redução do CSS no licor mãe, tendo a retornar à condição de saturação. Assim novas alimentações de xarope devem ser realizadas para manter CSS na região metaestável, para que haja crescimento no tamanho dos cristais. Método da semeadura: este método consiste em concentrar o xarope até a região metaestável, e em seguida, injetar no interior do cozedor uma suspensão de microcristais preparada em laboratório através da moagem de cristais de sacarose suspensos em etanol absoluto. Estes cristais passarão a crescer em tamanho, pois o processo é realizado na região metaestável através da adição de xarope durante o cozimento. Estes cristais introduzidos à massa irão orientar o crescimento de todos os cristais. Este procedimento é adotado para termos uma maior quantidade de cristais uniformes e com melhor qualidade. Porém, estes cristais são partículas tão pequenas que tendem a aglomerar-se. Para evitar a aglomeração quando as partículas sedimentam, uma técnica consiste em adicionar 1% de fosfato de cálcio. Por isto, e por outras causas, é comum adicionar-se cerca de 2 a 3 vezes a quantidade calculada de sementes. Assim podem-se desenvolver cristais do tamanho médio desejado. Depois da semeadura, o vapor de aquecimento deve se fechado até que os cristais sejam estabelecidos. Tal fase dura cerca de 5 minutos, o que permite que os cristais desenvolvam uma superfície suficiente para incorporar a sacarose introduzida quando a alimentação de xarope é iniciada. Depois, desse período a alimentação do vapor é efetuada de modo gradual. Vantagens da adição de sementes: x Padronização e rapidez das operações x Controle do tamanho do cristal obtido x Exaustão mais completa dos melaços x Garantia da qualidade do açúcar. Observações: Falsos cristais: são assim chamados os cristais que se formam quando os outros já cresceram bastante, também podem ser chamados de poeira, em razão de sua aparência, quando observados nas amostras sobre lâminas de vidro. Para evitar a formação dos falsos cristais, mantêm-se constantes o vácuo e a pressão do vapor, e evita-se a entrada de ar por junta mal vedada, a introdução de xarope ou mel frios e a evaporação muito rápida. Uma boa circulação é o fator mais importante para reduzir o número de cristais indesejáveis. Geralmente, no momento de descarregar a massa cozida, o volume de massa deve ser no mínimo 8 vezes o volume do pé de granagem, para dar cristais do tamanho desejado. Taxa de cristalização: a taxa de transferência de sacarose para os cristais é proporcional ao quadrado da supersaturação. Porém a supersaturação não deve ultrapassar o valor crítico de 1.44, acima do qual a cristalização realiza-se de modo desordenado (out of control) com abundante formação de cristais falsos. A taxa de cristalização diminui muito acentuadamente 81 quando a pureza do licor-mãe decresce, figura 6.4. Por esse motivo, o cozimento de material de baixa pureza, exige mais tempo que de uma massa cozida com alta pureza, massas cozidas de 3ª gastam até vários dias para cristalizar. Figura 6.4 - Variação da taxa de cristalização com a pureza do xarope A Velocidade de Cristalização é função da: x Viscosidade: o aumento da viscosidade diminui a mobilidade e retarda a cristalização. x Temperatura: o aumento da temperatura implica na diminuição da viscosidade e do CSS. Se T diminui, é preciso aumentar o CSS para manter a velocidade de cristalização.x Do coeficiente de supersaturação(CSS): a velocidade de absorção da sacarose pelos cristais é proporcional ao quadrado da supersaturação. Na prática, o valor de CSS não deve ultrapassar 1,44, acima do qual a cristalização se realiza de modo desordenado, com abundante formação de falso cristal. x Pureza do licor mãe: a velocidade de cristalização diminui rapidamente quando a pureza do licor mãe diminui. Por este motivo, um cozimento de baixa pureza exige mais tempo que uma massa cozida de primeira. Por exemplo: para uma pureza 100, tem-se uma velocidade de cristalização 100, para uma pureza 90, a velocidade de cristalização cai pra 30 e para uma pureza 80, a velocidade cai pra 10 (Pureza = (Pol / Brix) x 100). x Movimentação da massa cozida – aumenta a velocidade de cristalização. 82 Figura 6.5 – Esquema geral dos processos de cozimento e cristalização. 6.4 – Cozedores 6.4.1 - Introdução Os cozedores ou evaporadores de simples efeito, são semelhantes a um evaporador do conjunto de múltiplo efeito, porém são independentes, e cada um encontra-se ligado a um condensador e a uma bomba de vácuo. Trabalham em torno de 60ºC, num vácuo de 62 – 65 cm Hg e possuem fundo cônico, visando facilitar a descarga da massa cozida. Nessa região encontra-se a válvula de descarga. Enquanto os evaporadores de múltiplo-efeito utilizam-se tubos com diâmetro interno de 27 a 46 mm, os cozedores utilizam diâmetros de 100 mm (4”). O tubo central (poço central) da calandra tem diâmetro de 40% do diâmetro do corpo. Nos cozedores a calandra é mais baixa e os tubos são de maior diâmetro que nos evaporadores. A massa cozida ascende ao longo da superfície de aquecimento através dos tubos da calandra. Essa massa cozida deve corresponder a uma massa descendente igual, nos evaporadores isso não é difícil de conseguir. A realização do planejamento da circulação da massa cozida nos cozedores, cuja massa cozida é viscosa constitui-se em uma característica de grande importância. 83 6.4.2 - Características dos cozedores: x Devem ser retos, para reduzir pontos mortos e facilitar a circulação da massa. x O Fundo deve ser o menor possível. x O Volume da calandra deve ter 1/3 do volume total da massa. x A Calandra deve ser fixa e com tubos de 0,90 a 1,0 m de altura. x A Altura, da massa acima da calandra, deve ser de no máximo de 1,5 m. x A relação superfície/volume deve ser da ordem de 7,0 m2/m3. x Possuir entrada única de vapor. x Os espelhos devem ser de aço inox 304, com tubos em inox e paredes revestidas por chapa de inox, para evitar formação de ferrugem e reações com polifenois, que escurecem a massa. Figura 6.5 – Foto de um cozedor de massa A. 84 6.4.3 – Tipos de cozedores Existem diversos tipos de cozedores com calandras e características particulares. x Cozedor Clássico: utilizado para o cozimento de massas de baixa pureza. . Figura 6.6 - Cozedor Clássico 85 x Cozedor com calandra fixa com tubo central Figura 6.7 - Detalhes de um cozedor de calandra com tubo interno x Cozedor com paredes inclinadas: tem como objetivo facilitar a lavagem e o desprendimento da massa cozida depositada no espelho superior. Na parte inferior há acréscimo da superfície de troca de calor e a geometria permite o ajuste à forma do fundo. 86 Figura 6.8 - Cozedor com calandra fixa e espelhos inclinados. x cozedor com calandra flutuante: a massa cozida recebe no centro calor na calandra e ascende pelo interior dos tubo, descendo pelos lados ao longo da parede fria do cozedor. Figura 6.9 - Circulação da massa cozida num cozedor com calandra flutuante. 87 x cozedor horizontal de placas: neste tipo de cozedor a distância entre as placas é de 45 mm e a circulação da massa cozida é diametral. . . Figura6.10 – Vista de um cozedor horizontal com placas. Figura 6.11 – Foto de um cozedor horizontal com placas. 88 x cozedores com circulação mecânica. Figura 6.12 – Cozedor com circulação mecânica. Figura 6.13 – Calandra com agitador mecânico de aletas radiais. 89 Capítulo Extra TACHOS CONTÍNUOS 1 - COZIMENTO O xarope, obtido no setor de evaporação das usinas açucareiras, juntamente com os méis reciclados no processo de fabricação de açúcar, são utilizados ao setor de cozimento, onde ocorre a formação e crescimento dos cristais de sacarose nos chamados tachos de cozimento. 2 - TACHOS DE COZIMENTO São encontrados, basicamente, dois projetos distintos de tachos de cozimento. Os tachos que trabalham em batelada alimentada, que são os mais comuns, e aqueles em processamento contínuo, menos difundidos. Os tachos em batelada alimentada recebem certa quantidade de “semente” ou “pé de cozimento” para, só então, ser alimentado com o licor a ser esgotado, fazendo com que aqueles cristais presentes no pé de cozimento cresçam retirando o máximo de açúcar presente no licor utilizado. O design dos tachos de cozimento em batelada alimentada se assemelha muito ao dos evaporadores, porém são munidos de uma calandra com tubos de diâmetro bem maior, de 3 a 4 polegadas, e o “tubulão” central auxilia na circulação da massa dentro do próprio cozedor (Figura 1.1). Além disso, boa parte deles possui um mexedor mecânico acoplado ao tacho. Figura 1.1. Tacho de cozimento em batelada alimentada (Foto e esboço de projeto). Os tachos contínuos, por sua vez, são alimentados continuamente com o pé de cozimento e o licor a ser esgotado. Esta alimentação é controlada por uma malha de controle cujo princípio se baseia no controle permanente do balanço de massa no tacho. O design dos tachos contínuos também é bem diferente dos tachos em batelada alimentada. 90 Possuem disposição horizontal e são divididos em compartimentos que promovem uma melhor circulação da massa ao longo de todo tacho (Figuras 1.2 e 1.3). Figura 1.2. Foto de um tacho de cozimento contínuo Fives Cail. Figura 1.3. Croquis do perfil interno de um tacho contínuo. 2.1 - TACHOS CONTÍNUOS 2.1.1 - PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO O magma ou a semente é alimentado para dentro do primeiro compartimento através de uma bomba de deslocamento positivo. O mel ou xarope é alimentado em cada compartimento pelo fundo do equipamento, nas devidas quantidades. A massa cozida, por sua vez, circulará através de todos os compartimentos, conforme esquematizado na Figura 1.3, a fim de se obter uma boa circulação da mesma e, ainda, que esta circulação aconteça da forma mais metódica possível, para uma boa conservação da qualidade granulométrica do açúcar. 91 O vapor alimentado na calandra circula pelo tacho em dois ou três passes. Drena-se o condensado em ambos os lados da calandra na caixa de vapor. Os gases incondensáveis são removidos no término do circuito através de controle manual. A água evaporada no tacho sai pela parte superior do equipamento, que contém um separador de arraste. Este vapor é encaminhado a um condensador, para só então, ser direcionado para o sistema de aspersão (spray) do setor. O princípio de controle do tacho se baseia no controle permanente de seu balanço de massa. A entrada de mel / xarope e a de magma / semente, é controlada por uma malha de controle que lê a vazão de condensado saindo da calandra, o brix do mel / xarope de entrada, o brix do magma / semente estabelecido em um set point, além de constantes numéricas ajustadas para o equipamento. Na prática, o único propósito do controle é manter o balanço de massa do tacho. O balanço em questão é o que segue. Apesar de a dedução ter sido realizada com a nomenclatura “mel”, o mesmo balanço é válido para a utilização de xarope como licor a ser esgotado. Convencionando: Q = Vazão mássica (ton/h) D = Vazão volumétrica (m3/h) Bx = Brix (%) d = densidade Teremos: QevaporadodaQmassacoziQmelQpé � � (1) idaBxmassacozdaQmassacoziBxmelQmelBxpéQpé ... � (2) idaBxmassacozdaQmassacoziBxmeldmelDmelBxpédpéDpé ..... � (3) De (1), temos: QevaporadodmelDmeldpéDpéQevaporadoQmelQpédaQmassacozi �� �� .. (4) Substituindo em (3): idaBxmassacozQevaporadodmelDmeldpéDpéBxmeldmelDmelBxpédpéDpé )...(.... �� � (5) idaBxmassacozQevaporadoidaBxmassacozdmelDmelidaBxmassacozdpéDpéBxmeldmelDmelBxpédpéDpé ......... �� � (6) ).(.).(.. BxmelidaBxmassacozdmelDmelBxpéidaBxmassacozdpéDpéidaBxmassacozQevaporado ��� Relativo ao magma Relativo ao mel Pode-se considerar o termo relativo ao magma / semente desprezível. Logo: ).(.. BxmelidaBxmassacozdmelDmelidaBxmassacozQevaporado � (7) Pode-se considerar, com pequeno erro, que: oDcondensadkQevaporado . Substituindo na equação (7): ).(... BxmelidaBxmassacozdmelDmelidaBxmassacozoDcondensadk � ¹¸·©¨§ �¹¸·©¨§ BrmelidaBxmassacoz idaBxmassacozoDcondensaddmelkDmel .. Como (k/dmel) é aproximadamente constante, teremos: � � ¹¸·©¨§ � BxmelidaBxmassacoz idaBxmassacozoDcondensadKLDmel . (8) 92 A equação (8) mostra que é possível calcular a vazão total de mel em função da vazão de condensado e do brix do mel medido pelos instrumentos de aferição. O valor desejado para o brix do massa cozida é estabelecido em um set point lido pela malha de controle. A vazão de mel que entra no tacho é distribuída ao longo do cozedor, ou seja, entrará em cada compartimento, de maneira racional. Para isso, existem alguns coeficientes de distribuição deste mel que estarão ligados a cada uma destas malhas de controle. Logo, para cada entrada de mel do tacho, teremos: � � ¹¸·©¨§ � BxmelidaBxmassacoz idaBxmassacozoDcondensadikKLiDmel ).(.)( Onde: ¦ ni ik1 1)( Finalmente, a vazão de magma / semente se calcula da seguinte forma: BxmelDmelKMDpé .).( Onde o KM é uma constante que fixa a proporção da vazão de magma / semente sobre a vazão de sólidos presentes no mel / xarope. O valor de KM influenciará diretamente na granulometria do açúcar, uma vez que mais ou menos semente será alimentada no tacho. Portanto, é um parâmetro que deve ser bem ajustado, com pequenas intervenções, levando em consideração os resultados obtidos no próprio equipamento. Portanto, temos: � � ¹¸·©¨§ � BxmelidaBxmassacoz idaBxmassacozoDcondensadKLDmel . BxmelDmelKMDpé .).( Para que as alimentações sejam realizadas nas proporções corretas e a massa saia com as características desejadas, é de fundamental importância que o tacho trabalhe de maneira estável, ou seja, o nível de massa cozida dentro do aparelho deve ser mantido constante, assim como a vazão de água evaporada, a temperatura do vapor e a pressão do tacho. Para isso, além de uma malha de controle para a alimentação de licor e pé de cozimento, existem ainda as seguintes malhas de controle atuando no tacho: - Regulagem de pressão do corpo por ação de uma válvula de regulagem do vácuo (set point local) - Regulagem do nível do último compartimento do tacho por ação sobre a velocidade de uma bomba de extração de massa cozida (set point local) - Regulagem do nível do balão (tanque) de condensado por ação de uma válvula de regulagem (set point local) 93 Logo, a malha de alimentação do tacho segue o seguinte algoritmo (Figura 1.4): Figura 1.4. Algoritmo simplificado do ajuste das vazões de alimentação do tachocontínuo. Portanto, se o operador deseja aumentar a quantidade de massa cozida a ser produzida pelo tacho, basta aumentar o set point da vazão de condensado a ser retirada do balão de condensado. Conseqüentemente, as vazões de alimentação de mel / xarope e semente / magma irão aumentar, para que a quantidade de condensado produzida atinja o valor ajustado no set point. Atingido o valor desejado, a malha trabalhará para que o tacho trabalhe de forma estável. Vale lembrar que para cada tipo de massa cozida trabalhada, deve-se respeitar um tempo de residência mínimo dentro do tacho contínuo para que o cristal tenha tempo de alcançar a granulometria desejada. 2.1.2 - PERFIL DE DESEMPENHO A alimentação de mel / xarope em cada compartimento corresponderá a uma porcentagem da vazão total de mel / xarope que entra no tacho. Normalmente, alimenta-se o primeiro compartimento com uma boa quantidade de mel / xarope para que o brix do magma / semente caia e elimine possíveis cristais falsos que porventura existam. No compartimento seguinte, a alimentação de mel / xarope será um pouco menor para que a massa se concentre e volte a atingir um brix maior, próximo ao brix do magma / semente que alimenta o tacho. Nos compartimentos intermediários, a vazão de mel / xarope que alimenta o tacho volta a aumentar. No entanto, a alta taxa de evaporação faz com que, apesar do aumento na alimentação de mel / xarope, o brix da massa continue aumentando progressivamente até 94 os últimos compartimentos, onde a alimentação de mel / semente voltará a diminuir, chegando a valores de vazão bem pequenos no último compartimento, onde a massa atinge a sua mais alta densidade (brix). O perfil de densidade (brix) ao longo do tacho está representado graficamente na Figura 1.5, logo abaixo: Figura 1.5. Perfil de densidade (brix) dentro de um tacho contínuo. Se o perfil da curva acima não é verificado pelas amostragens analisadas em laboratório, os coeficientes ki deverão ser modificados e outra bateria de análises deverá ser realizada. Outro critério para avaliação do desempenho do tacho é a granulometria atingida e ausência de falsos cristais. Deve-se identificar a origem dos mesmos (mel, semente, magma, etc.) e eliminá-los. Um balanço de massa esquemático, utilizando as equações que regem a malha de controle das vazões de alimentação do tacho contínuo de massa B está exporto na Figura 1.6, logo abaixo: 95 96 Capítulo 7 CRISTALIZAÇÃO 7.1 – Introdução A massa cozida descarregada de um cozedor apresenta uma supersaturação muito pronunciada. Deixando-a em repouso, o açúcar ainda contido no licor-mãe continua a depositar-se sobre os cristais. Porém, esta massa cozida é muito densa e o licor-mãe muito viscoso. Após muito pouco tempo, se a massa cozida ficar em repouso, a cristalização, praticamente, interromper-se-á, porque a camada de licor--mãe envolvendo os cristais ter- se-á rapidamente esgotado e a viscosidade da massa impedirá as moléculas de açúcar mais afastadas de difundirem-se e chegarem às proximidades dos cristais. Desejando aproveitar o grande potencial de cristalização que a massa cozida apresenta após o cozimento, é preciso agitar esta massa, para modificar constantemente o licor-mãe e os cristais. No conjunto esta operação é denominada “cristalização”. Na fabricação, o amplo processo no cozimento consiste em cristalização da sacarose, contudo, nas usinas, o termo cristalização é usado, particularmente, para a cristalização após a descarga da massa cozida dos cozedores. Portanto, na operação da cristalização efetua-se agitação da massa cozida descarregada dos cozedores durante certo tempo, antes de passar às turbinas, e tem por finalidade completar a formação dos cristais e aumentar o esgotamento do licor-mãe. 7.2 – OPERAÇÃO 7.2.1 - Proporções de massa cozida Na Tabela 1 indicam-se proporções médias em sistema de três massas cozidas. A densidade da massa cozida quente é de 1,47 kg/L. Para a massa cozida fria, entre 30 e 40oC, o valor é de 1,50 kg/L. 7.2.2 - Diluição da massa cozida Quando a massa cozida apresenta dificuldades à turbinagem, às vezes é diluída com água, mel ou melaço. Esta diluição, principalmente com água, torna mais lento o esgotamento e deve ser evitada. Havendo necessidade de diluir antes da turbinagem, é necessário realizar antes de 2 ou 3 horas da operação. 97 Tabela 7.1 - Sistema de três massas cozidas . Quantidades L/t c a (ft 3 / t c a) 7.2.3 - Temperatura de esfriamento da massa cozida Na saída do cozedor, a massa cozida possui uma temperatura de cerca de 70 a 75°C. Até que ponto a temperatura deve ser esfriada, no cristalizador? Massa cozida de baixa pureza. — Noël Deerr estima que a temperatura ótima de esfriamento dos produtos de baixa pureza está entre 41 e 43°C e que, abaixo desta temperatura, o licor-mãe torna-se tão viscoso que o aumento em açúcar dos cristais é retirado pela quantidade de água suplementar necessária à lavagem nas centrífugas. Jenkins estabelece-a em cerca de 38°C, porém aquecendo-a antes de turbinar a temperatura pode ser reduzida até 36oC. Massa cozida de alta pureza – o limite de temperatura pode ser menor, pois o aumento da viscosidade com a diminuição da temperatura é menor do que na baixa pureza. Então, quando a massa cozida é difícil de ser turbinada, deve-se aquecê-la antes da turbinagem, para diminuir sua viscosidade. 7.2.4 - Velocidade (speed) de cristalização A velocidade (taxa) de cristalização em uma massa cozida em movimento é função da supersaturação, temperatura e da área da superfície do cristal. Desejando manter uma velocidade constante de cristalização, é preciso modificar a temperatura em função da supersaturação ou inversamente. A experiência mostrou que os melhores resultados correspondem a uma cristalização com supersaturação constante do licor-mãe, deve-se procurar mantê-la a cerca de S = 1,2. 7.2.5 - Diminuição de pureza na cristalização Praeger afirma ser possível obter por cristalização, no processo a três massas cozidas, uma diminuição de pureza suplementar de 6 pontos, para cada tipo de massa cozida. Na Louisiana, Daubert assinala que deve ser possível obter normalmente, com uma massa cozida C bem trabalhada, uma queda de pureza aparente de 27 pontos entre a massa cozida e o melaço, ou seja: 98 x 15 a 16 pontos no cozedor x 11 a 12 pontos no cristalizador De acordo com Hugot (1986) esta última diminuição é muito otimista. Na Austrália, Foster considera que, deixando a massa cozida alcançar seu equilíbrio, a pureza verdadeira seria reduzida de um ponto, cada vez que a temperatura de esfriamento diminuísse de 4°C. 7.2.6 – Supersaturação A massa cozida final pode ser descarregada do cozedor com uma supersaturação de 1,2, sem perigo de geração de cristais falsos na cristalização. Contudo, a mistura de resto de massa cozida fria com massa cozida que acaba de ser descarregada do cozedor, fatalmente, provoca cristais falsos. 7.2.7 - Esgotamento da massa cozida Ao invés de calcular a eficiência em kg de açúcar por unidade de volume ou massa cozida, é interessante calculá-la em massa de cristais recuperados da sacarose da massa cozida. Este esgotamento deve ser de 60 a 65%, independentemente de A, B ou C. Os valores inferiores a 60% indicam uma operação insatisfatória . 7.2.8 - Instalação de cozedores Em certas usinas os cozedores são instalados no andar térreo, o que é um erro. É muito difícilobter uma massa cozida espessa (especialmente para a massa C). As massas depois de esfriadas na cristalização, são de difícil manuseio. As bombas não operam bem com esse material e o pessoal encarregado da alimentação das centrífugas de baixa pureza acrescentam mel, às vezes até água para diluir a massa, facilitando o bombeamento. Isso acarreta perda da atividade de concentração anterior, e os operários às vezes abusam da diluição. Um paliativo são as bombas rotativas, após a descarga, e munidas de tubos de aspiração curtos e de grande diâmetro. Para evitar o uso de bombas é preciso dispor os cozedores no 2º andar acima dos cristalizadores, que ficarão no primeiro andar. O misturador que antecede as turbinas deve ser instalado no andar térreo. 7.3 – CRISTALIZADORES 7.3.1 - Descrição dos cristalizadores O cristalizador comum é um simples recipiente de chapa, com seção vertical em forma de U, munido de um dispositivo de agitação que mantém a massa cozida em movimento. A Figura 1 mostra o principio de funcionamento de um sistema circular. 99 Figura7.1 - Princípio de funcionamento de cristalizador horizontal. As Figuras 7.2, 7.3, 7.4 mostram modelos de cristalizadores que possuem eixo composto por um tubo central que distribui água fria aos componentes fixados perpendicularmente ao eixo, a água aquecida é descarregada por uma tubulação. Na Figura 7.2 cada dispositivo de agitação é constituído por um tubo reto e outro em forma de S. Na Figura 7.3 a água de resfriamento escoa em espaço existente no interior das paletas. O lado externo das paletas efetua o deslocamento axial da massa cozida e internamente escoa a água de resfriamento. A Figura 7.4 consiste em um cristalizador em que a forma externa é parecida com um cristalizador comum, porém o eixo contém discos ao invés de paletas ou hélice. O processo de transferência de calor é em contracorrente. A massa cozida alimentada entra em contato com água já aquecida e gradativamente vai sendo resfriada. Isso evita a formação de cristais falsos. A Figura 7.5 mostra como a água escoa em um disco. A Tabela 1 mostra resultados de processo com três massas cozidas, sendo a cristalização efetuada com um cristalizador modelo Werkspoor. A Figura 6 mostra a distribuição de temperatura no cristalizador. Figura 7.2 - Cristalizador modelo Blanchard. 100 Figura 7.3 - Cristalizador com paletas. Figura 7.4 - Cristalizador Werkspoor. Figura 5. Escoamento da água em um disco. 101 7.4 - CRISTALIZADORES VERTICAIS 7.4.1 - Introdução Existem muitos problemas na operação de cristalizadores verticais como, por exemplo, curto circuito de massa cozida. Devido a isso, é comum a seleção de cristalizadores horizontais. Contudo o custo é menor quando se utiliza cristalizador vertical. Os volumes dos cristalizadores verticais variam de 64 a 300 m3, com diâmetros de 3 a 5 m. No projeto dos cristalizadores os sistemas de agitação e de resfriamento devem evitar a ocorrência de regiões estagnadas e de caminhos preferenciais. O mais adequado é que massa cozida escoe descendentemente, pois ao variar a densidade com a diminuição da temperatura tende a ocorrer escoamento pistonado. 7.4.2 - Descrição de cristalizadores A relação entre a superfície de troca de calor para o volume situa-se entre 1,2 a 1,6 m2/m3. A ação do dispositivo de agitação nas proximidades da parede do cristalizador evita que massa cozida permaneça estagnada nas paredes do vaso e melhora a transferência de calor com as paredes externas. As Figuras 7.6 e 7.7 mostram tipos de cristalizadores verticais “Vitória” e “BMA”. Figura 7.6 - Cristalizadores Vitória 102 Figura 7.8 - Cristalizadores BMA. 7.5 - Cristalizadores contínuos em série Para melhorar a eficiência da cristalização recomenda-se instar um sistema de escoamento em série em cristalizadores horizontais (ver a Figura 9 a 13) ou então utilizar cristalizadores verticais. Figura 7.9 - Dispositivo de cristalização em múltiplas etapas. 103 Figura 7.10 - Cristalizadores contínuos dispostos em série Cada unidade da série deve estar disposta 0,14 m acima da seguinte. A massa cozida é alimentada em uma extremidade da primeira unidade, escoa através de um conector para a segunda e assim sucessivamente. A Tabela 7.2 mostra as mudanças que ocorrem de um para outro cristalizador dispostos em série: temperatura, pureza do mel, perda de pureza, viscosidade e percentagem de açúcar C. Tabela 7.2 - Desempenho de um sistema contínuo de cristalizadores. 104 Figura 7.11 – Foto de um conjunto de cristalizadores. 105 Capítulo 8 CENTRIFUGAÇÃO 8.1 – Introdução A centrifugação do açúcar é considerada uma etapa fundamental para a obtenção de um produto de qualidade. Esta etapa consiste, basicamente, na separação dos cristais do licor mãe (mel), quando este está quase esgotado, para obtenção do açúcar comercial. A qualidade do açúcar depende de uma centrifugação bem conduzida. O conhecimento das máquinas, equipamentos e técnicas corretas envolvidas nesta etapa são fundamentais para obter, desta operação, o máximo de eficácia, qualidade e segurança. 8.2 – Centrífugas A turbina centrífuga é formada por uma cesta cilíndrica na qual se alimenta a massa cozida, sustentada por um eixo vertical que é acionado por um motor. A cesta é perfurada para permitir o escoamento do mel, é reforçada com anéis para garantir a resistência à força centrífuga, e guarnecida com telas metálicas para reter o açúcar. A cesta é ligada ao eixo por um cone, que ocupa a parte inferior. Ela é envolvida por um protetor, destinado a receber o mel centrifugado e a proteger os operadores das partes móveis. A massa cozida é alimentada de um pequeno cristalizador ou misturador disposto atrás do motor da centrífuga. Uma tubulação de água e outra de vapor viabilizam a lavagem do açúcar. Ao final da centrifugação, a paragem da centrífuga é realizada através de um freio. As centrífugas podem ser classificadas em dois tipos: centrífugas intermitentes ou descontínuas e centrífugas contínuas. 8.2.1 – Centrífugas descontínuas A centrífuga descontínua é normalmente utilizada para centrifugação de massa A resultando na produção de açúcar cristal, demerara e VHP. A capacidade de produção de açúcar deste equipamento depende de três fatores principais: a) Conteúdo do cesto em volume; b) Duração do ciclo; c) Conteúdo de cristais na massa cozida. 106 Figura 8.1 – Centrífuga Descontínua Alguns dos ajustes operacionais que podem ser feitos nas centrífugas descontínuas, dentre eles: x Pressão e temperatura da água superaquecida. x Bicos de lavagem de açúcar entupidos. x Carregamento de massa completo do cesto. x Mínima quantidade de açúcar no fundo e na tela da centrifuga, após a descarga. x Ajuste mínimo do tempo de lavagem de açúcar. x Ajuste mínimo do tempo de carregamento (através da válvula). x Limpeza da tela da centrífuga. x Vazamento e gotejamento de mel na bica de jogo. O conteúdo do cesto em volume de massa depende da superfície da tela, do seu diâmetro e altura (em m²), e da espessura da camada de massa. Já a duração de um ciclo depende da velocidade de rotação e do tempo de operação de cada etapa do ciclo. A quantidade de cristais na massa cozida depende da espessura da camada de massa cozida, que é dada em função do diâmetro interno. 107 Os ciclos de operação de uma centrífuga descontínua variam muito dependendo de: a) Tipos de centrífugas utilizadas. b) Controle automático das diversas etapas do ciclo. c) Qualidade da massa cozida e qualidade do açúcar desejado.Um ciclo é composto, geralmente, pelas seguintes etapas: x Carregamento da centrífuga. x Tempo de retirada do mel (centrifugação). x Lavagem com água (geralmente durante a aceleração). x Lavagem com vapor (logo após lavagem com água com duração até o fim da frenagem, caso não seja água superaquecida). x Frenagem e descarregamento. x Lavagem do cesto. Quanto mais uniformes forem os cristais e menor a viscosidade do mel (a viscosidade varia com a pureza), para que seu escoamento entre os cristais seja mais rápido, melhores as condições para uma boa centrifugação. A massa cozida é constituída de três frações de mel. O excesso de mel é facilmente eliminado pela força centrífuga. Já o mel entre espaços vazios dos cristais, é mais difícil de ser retirado. A película fina de mel que envolve os cristais é aderente aos cristais por forças capilares, ela é dificilmente removível por simples centrifugação, por isso necessita de operações de lavagem. A lavagem com água é feita, geralmente, durante a aceleração. Ela consiste na pulverização uniforme sobre a parede do açúcar, deve ser utilizada a mínima quantidade possível de água para evitar a dissolução do açúcar. Já a lavagem com vapor, tem como função elevar a temperatura, diminuindo a fluidez do mel residual, caso a água não seja superaquecida. Um cristal não homogêneo apresenta um sinal característico, o aparecimento de uma película de mel sobre a parede do cesto. Isso se deve ao fato de que pequenos cristais fecham os furos da tela dificultando a passagem do mel. Os equipamentos que constituem as centrífugas descontínuas são: a) Os cestos Os cestos são constituídos em chapas de ferro fundidos e são revestidos com uma pintura epóxi. Podem ser feitos também em aço inox perfurado. Quando são encontradas grandes quantidades de bagaços na massa, estas ficarão aderidas na extremidade inferior do cesto. 108 Figura 8.2 - Cestos b) Cabeçote de Acionamento No cabeçote de acionamento está fixado o eixo de acionamento, juntamente com os rolamentos e o acoplamento do motor elétrico da centrífuga. Estes, possuem sistemas de lubrificação manual. Figura 8.3 – Cabeçote de Acionamento c) Descarregador Automático O descarregador automático tem por finalidade retirar o açúcar retido na tela e dirigi-lo a bica de jogo. Ele é construído por um eixo quadrado com uma rosca interna. Em uma de suas extremidades está a raspadeira e na outra, a polia do motor. 109 Figura 8.4 – Descarregador Automático d) Sistema de Água Superaquecida O sistema de água superaquecida é composto por válvulas automáticas. Sua principal finalidade é: x Lavar o açúcar; x Lavar o Chute-Bajar (bandeja); x Lavar a articulação do cônico de fechamento do cesto (BMA); x Lavar o cesto. e) Sistema de Vapor O sistema de vapor é constituído por uma válvula. Ele tem como finalidade desentupir a comporta de alimentação de massa e, também, fazer a vaporização da caixa do cesto, a fim de limpar suas paredes do mel remanescente. Figura 8.5 – Lavagem do açúcar. 110 f) Cônico de Fechamento de Fundo O cônico de fechamento de fundo tem como finalidade a distribuição da massa do cesto, durante a alimentação; e de fechar o fundo do cesto, durante a centrifugação. g) Sistema de Alimentação de Massa O sistema de alimentação de massa é constituído por uma válvula borboleta, que possui acionamento pneumático. Tem como finalidade fazer a alimentação de massa da centrífuga. Figura 8.6 – Sistema de Alimentação de Massa h) Limitador de Carga O limitador de carga, também conhecido como apalpador, tem como função controlar a camada de massa presente no cesto. Ele está ligado pneumaticamente em paralelo com a válvula de carga, com a qual ele trabalha em combinação, comandando sua abertura e fechamento. i) Bandeja de Gotejo A bandeja de gotejo é constituída de aço inox e é posicionada no fechamento superior do cesto. Ela é acionada por um pistão pneumático e tem por finalidade reter respingos de água e mel que por ventura possam cair da comporta de alimentação. Figura 8.7 – Bandeja de Gotejo 111 j) Bica de Jogo A bica de jogo é constituída em aço inox. Sua finalidade é transportar o açúcar centrifugado até o elevador de canecas. A massa cozida é descarregada no interior do cesto, sob o cônico de fechamento que a distribui uniformemente. Sob a ação da força centrifuga decorrente da rotação do cesto, o mel flui dos orifícios da tela, sendo encaminhado para a caixa de mel. Os cristais de açúcar retidos na malha da tela são lavados com água e vapor, sendo em seguida retirados pela raspa e encaminhados à bica de jogo. Figura 8.8 – Bica de Jogo k) Sistema de Exaustão O sistema de exaustão é composto por exaustores instalados nas extremidades do conjunto de centrífugas. Sua finalidade é retirar os gases decorrentes da centrifugação. l) Agentes Auxiliares Os agentes auxiliares na centrifugação são o vapor, a água superaquecida e o ar comprimido. Utiliza-se vapor direto para desobstruir a comportam o vapor é utilizado após ter sua pressão rebaixada através de válvula rebaixadora. A água superaquecida é a mistura de água condensada com vapor, resultando em uma temperatura de aproximadamente 112°C com uma pressão de 7 a 10 kgf/cm². O ar comprimido é fornecido com pressões de 80 lbf/pol², e tem por finalidade acionar os pistões pneumáticos nas centrífugas e proporcionar a limpeza de fundo. As vantagens de se utilizar água superaquecida são: x Pulverização mais eficiente, devido ao efeito flash nos bicos das centrífugas, melhorando a distribuição de água sobre a camada de açúcar; x Manter constante a temperatura da água de lavagem; x Possibilitar a redução da temperatura do açúcar na alimentação do secador, reduzindo, assim, a temperatura no ensaque; x Reduzir o consumo de vapor; x Reduzir o tempo de lavagem. 112 É importante observar que para se obter uma boa distribuição do fluido de lavagem sobre a camada de açúcar, é necessário que o espaçamento entre os bicos e a distancia até a parede de açúcar não permita a sobreposição dos leques, o que provocaria a formação de cavidades pela dissolução do açúcar. Uma desvantagem dos agentes auxiliares é com a sua utilização haverá uma maior tendência à dissolução de açúcar dos cristais, sendo recomendável a otimização do tempo de lavagem. 8.2.2 - Centrífugas contínuas Figura 8.9 – Centrífuga Contínua A centrífuga contínua é a mais utilizada atualmente, ela surgiu devido à complexidade da operação de cada ciclo de centrífugas descontínuas. É considerada ideal sob o ponto de vista mecânico: a turbina gira em uma mesma velocidade sem parar, é alimentada por um “fio” contínuo, fornece uma vazão constante de açúcar e não precisa de nenhum operador, sendo uma vistoria periódica suficiente. A centrífuga contínua é utilizada para massas B ou C, porém não é utilizada para massa A, pois trabalha à altas rotações, o que pode causar apreciáveis quebras no açúcar. Como o tempo de residência é pequeno, requer altas velocidades. A capacidade destas centrífugas depende da superfície de contato: da altura do cesto, do diâmetro do cesto e da rotação do cesto. Na centrífuga contínua a massa cozida escoa através do sistema central, continuamente, para centrifugação. A massa é distribuída uniformemente sobre a tela de separação do cesto. O mel se separará sozinho da massa cozida durante o avanço da mesma sobre a tela. O mel desliza então sobre o cone liso, que se encontra sob a tela, devido à ação da força centrífuga.O mel sai pelos orifícios do anel superior do cesto e se dirige até a caixa dos méis. Alguns parâmetros são utilizados para ajustar a qualidade do açúcar. Entre eles estão: x Controle da vazão de massa, por meio da válvula de controle de fluxo; x Controle da vazão de água e vapor na Tubulação de Alimentação da Massa; x Controle da vazão de água no conjunto de bicos pulverizadores de água. 113 A limpeza das centrífugas é de fundamental importância. A tubulação de alimentação, o distribuidor de produto, as telas e a câmera de açúcar da centrífuga devem ser limpos periodicamente. Os intervalos entre uma limpeza a outra dependem das condições de processo. Os equipamentos presentes na centrífuga contínua são: a) As Telas As telas são constituídas em aço níquel-cromo com furações de 0,09 mm de diâmetro, por exemplo. Elas devem ser inspecionadas cuidadosamente sempre que a produção normal não puder ser alcançada, dando origem a um açúcar de baixa qualidade. A presença de substâncias estranhas atrás da tela pode obstruir os furos de modo que o mel não possa mais fluir. b) A Caixa A caixa tem por finalidade acomodar o cesto, que é utilizado para conduzir os cristais para o transportador de magma. É constituída em aço carbono e possui internamente um compartimento separador de mel. Figura 8.10 – Caixa c) O Cesto Giratório O cesto giratório é constituído em aço inox, tem formato cônico com inclinação de 34° e possui uma contra tela fixa, do mesmo material, sobre a qual são fixadas as telas. O cesto está acoplado sob o cabeçote, que é quem lhe transmite a força centrífuga. 114 Figura 8.11 – Cesto Giratório d) Cabeçote de Acionamento O cabeçote de acionamento tem por finalidade transmitir a potência do motor para o cesto giratório, ao qual está acoplado. O cabeçote é composto basicamente por: polia, eixo, rolamentos, retentores e sistema de lubrificação. A lubrificação é feita através de óleo, sendo que a centrífuga nunca deverá operar sem que a bomba de óleo seja ligada. Na bomba de óleo existe um pressostato que bloqueia o acionamento do motor quando a esta não estiver ligada. Figura 7.12 – Cabeçote de Acionamento e) Sistema de Alimentação O sistema de alimentação é feito através dos seguintes equipamentos: 115 x Válvula de Acionamento Automático, que tem com função regular o fluxo de massa para centrífuga. x Filtro Angular Metálico, que retém partículas indesejáveis que possam afetar a tela; x Duto de Alimentação, que conduz o fluxo de massa até o distribuidor. Figura 8.12 – Sistema de Alimentação f) Sistema de Lavagem O sistema de lavagem tem como finalidade melhorar a qualidade do açúcar, através de um sistema de bicos dispostos de forma estratégica, que abrangem toda superfície da tela. g) Transporte de Magma O Transporte de Magma é composto por uma caixa de aço inox com eixo central, onde estão fixados aletas espirais de transporte. Tem por finalidade misturar os cristais de açúcar com água, formando o magma, e de conduzi-lo até a bomba, que o enviará ao reservatório. Figura 8.13 – Foto de um conjunto de centrífugas. 116 Capítulo 9 SECAGEM 9.1 – Introdução Após a centrifugação, os cristais são descarregados das centrifugas e enviados para secadores/resfriadores. Na maioria dos secadores o açúcar circula em contracorrente com o ar. O secador é dividido em duas partes. A primeira metade, com ar quente, tem a função de reduzir a umidade do açúcar a níveis de 0,05%, ponto em que a umidade é compatível com a umidade de estocagem do açúcar. A segunda metade, com ar frio, tem a função de diminuir a temperatura do açúcar até a temperatura ambiente. A secagem e o resfriamento têm como finalidade evitar o “empedramento” ou o “amarelamento” do açúcar, que pode ocorrer com a troca de umidade e temperatura com o ambiente de estocagem. O conteúdo de umidade do açúcar que abandona as centrífugas, de 0,5 a 2,0%, é demasiado alto para manuseio e estocagem. Esta umidade pode representar graves inconvenientes quanto à conservação do açúcar quando passa de certo limite, principalmente quando superior a 1,0%. O resfriamento e a secagem do açúcar são realizados em um secador, o qual é constituído por um cilindro metálico através do qual ar escoa em contracorrente com o açúcar. Ao deixar o secador, com uma temperatura que varia entre 35 e 40°C e umidades na faixa de 0,03 a 0,04%, o açúcar está pronto para ser enviado ao ensaque. O ar que passa pelo secador arrasta uma pequena quantidade de pó de açúcar, sendo, portanto, necessária a lavagem deste ar para recuperação do açúcar arrastado, retornando-o posteriormente ao processo. Os principais fatores que podem acarretar em temperaturas muito elevadas no ensaque são: x Falta de vapor para aquecimento do ar; x Vazão de ar do ventilador insuficiente; x Vazão de ar do exaustor insuficiente; x Tempo de retenção insuficiente (o valor recomendado é de 5 a 10 minutos, dependendo da temperatura do ar e umidade do açúcar desejado no ensaque); x Cascateamento do açúcar no interior do secador rotativo deficiente, isso pode ocorrer devido à distribuição e geometria das telas; x Temperaturas muito elevadas na alimentação do secador; x Tempos de lavagem com vapor excessivamente longos nas centrífugas. 117 Os tipos de secadores mais utilizados são: tambores rotativos e verticais de bandeja. 9.2. – Secadores de Tambor Rotativo Também conhecido como secador horizontal, o secador de tambor rotativo é o mais utilizado. Ele consiste num cilindro metálico disposto com um pequeno ângulo em relação à horizontal. Este secador possui suspensões projetadas para reter os cristais de açúcar durante uma rotação, até uma determinada altura, deixando-os escoarem em queda livre até atingirem o fundo do secador, iniciando-se um novo percurso enquanto os cristais avançam axialmente no secador. Geralmente o açúcar caminha ao longo do secador em contra corrente com o ar, efetuando-se um contato efetivo dos cristais com o ar de secagem. Nos melhores projetos o corpo secador é dividido em duas partes: a de secagem e a de resfriamento. No secador também se encontram um transportador de alimentação, um aquecedor de ar, um exaustor, um ciclone e um separador de pó. Figura 9.1 – Secador de Tambor Rotativo 9.3 – Separadores Magnéticos Os separadores de partículas magnéticas têm por finalidade remover as ferrugens, estas têm sua origem na corrosão dos equipamentos. O equipamento mais recomendável é a grade imanta, pois possui limpeza automática. O aparecimento de partículas magnéticas no açúcar pode indicar mal funcionamento do separador magnético. 118 9.4 – Processos de Secagem Consiste basicamente das etapas de secagem propriamente dita e, resfriamento até a temperatura de ensaque por uma corrente de ar, formada por um ventilador de capacidade adequada. A umidade do açúcar é removida por evaporação, para qual se necessita de uma quantidade de calor suficiente para transformar o líquido em vapor. Geralmente, o ar transporta certa quantidade de pó de açúcar, principalmente se o açúcar é seco abaixo do conteúdo de umidade. Assim, as perdas podem ser consideráveis se um separador de pó não for utilizado. Os separadores, geralmente, são centrífugos, e nesse caso os cristais são separados bem secos. Outra opção é usar spray de água ou escoamento de um filme de água na parede do separador, para reter e dissolver os pequenos cristais. O pó de sacarose, disposto no ar, apresenta um sério risco de incêndio. Por isso, os motores devem ser protegidose deve ser efetuada a proibição de fumar no local de processamento. É importante a utilização de isotermas de equilíbrio para sacarose comercial, em função da umidade e temperatura do ar para realização de estudos e planejamentos técnicos. Pois, como no caso de outros materiais, o açúcar não pode ser seco a conteúdos de umidade inferiores ao de equilíbrio com o ar ambiente. A umidade de equilíbrio varia com a umidade do ar e no caso do açúcar comercial, com a quantidade de impurezas presentes. Geralmente, o ar deve ser aquecido para possibilitar a secagem do açúcar. O ar que alimenta o secador deve apresentar umidade relativa suficiente baixa para reduzia o conteúdo de umidade do açúcar. O tempo de residência dos cristais no secador depende do diâmetro, da velocidade de rotação e do ângulo de inclinação do cilindro.