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KIT CASO CLÍNICO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS ESCRITOS 1. DADOS COLHIDOS DO PRONTUÁRIO DO PACIENTE Identificação: Nome do paciente (somente as iniciais), sexo, nº do registro/prontuário, endereço, nacionalidade, estado civil. 2. HISTÓRIA SOCIAL: Nível de escolaridade, ocupação, renda familiar média, renda média destinada à alimentação, condições de moradia. 3. HISTÓRIA CLÍNICA 3.1.HDA (História da Doença Atual): Descrição da sintomatologia, feita pelo paciente, colhida pelo médico no ato da hospitalização (motivo que levou à internação). 3.2. HPP (História Patológica Pregressa /Antecedentes médicos): Condições de saúde anterior à internação (infância, hospitalizações, cirurgias, nº de gestação, partos, traumatismos e conseqüências, etc.) e possíveis correlações com a patologia atual. 3.3 HF (História Familiar): Verificação de fatores hereditários da patologia, através de antecedentes clínicos de familiares próximos (pais, irmãos e avós). 4. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL a) Antropometria: descrever e justificar quais métodos foram aplicados. b) Exame Físico: identificar sinais físicos de carências nutricionais e condições do trato gastrointestinal (dentição, mastigação, deglutição, digestão, absorção e excreção). c) Exames Laboratoriais: descrever e justificar quais exames laboratoriais foram utilizados para auxiliar na descrição do estado nutricional. OBS: Definir o diagnóstico nutricional a cada nova avaliação. 5. ANAMNESE CLÍNICA Exame físico realizado pelo médico ou equipe de enfermagem (temperatura, pulso, pressão arterial, freqüências cardíaca e respiratória, glicemia) e estado clínico geral do paciente no momento da admissão. OBS: O acompanhamento clínico do paciente deverá ser diário, através da identificação em prontuário das anotações médicas e relatórios de enfermagem. 6. ESTUDO DOS ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS Estudo objetivo, com referências bibliográficas, contendo as informações necessárias para fundamentação do tratamento dietético. Estabelecer as inter-relações fisiopatológicas entre as diferentes patologias. Compreende: etiologia, incidência, função orgânica afetada, sinais e sintomas, terapêutica e prognóstico. 7. EXAMES LABORATORIAIS SOLICITADOS Apresentar e justificar os exames laboratoriais realizados e discutir os valores alterados, correlacionando com a patologia. 8. HÁBITO ALIMENTAR (ANTES DA INTERNAÇÃO) Descrição detalhada de quantidade e qualidade dos alimentos consumidos habitualmente pelo paciente, identificando-se erros alimentares, horários das refeições, presença e/ou ausência de grupos alimentares ou nutriente específico que resulte em prejuízo para o tratamento do paciente. Correlacionar o hábito alimentar com a patologia apresentada. 9. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO (JUSTIFICATIVA REFERENCIADA) Relacionar a dietoterapia com a patologia, em todas as suas etapas, definindo, aplicando e avaliando as bases do tratamento e acompanhamento nutricionais. Estabelecer os objetivos do tratamento dietético, determinar as necessidades nutricionais, definir cardápio e analisar as dietas oferecidas (VET, macro e micronutrientes importantes para a patologia). Descrever a evolução nutricional diária do paciente e sua justificativa. 10. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Apresentar os medicamentos utilizados pelo paciente, bem como sua indicação. Estabelecer as possíveis interações droga-nutriente e sua correlação com o estado nutricional. 11. CONCLUSÃO E SITUAÇÃO FINAL DO PACIENTE Avaliação do alcance dos objetivos do tratamento dietético. Contribuição do estagiário para recuperação do paciente. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL IMC = peso atual (kg) A² (metros) Classificação o riscos de doenças associadas, segundo o IMC Classificação IMC Risco de Doenças Associadas Baixo Peso < 18,5 Baixo (mas com maiores riscos de outras doenças) Eutrofia 18,5–24,9 — Sobrepeso > 25 — Pré-obesidade 25–29,9 Aumentado Obesidade Classe I 30,0–34,9 Moderado Obesidade Classe II 35,0–39,9 Grave Obesidade Classe III > 40,0 > Muito Grave Fonte: OMNS, 1997 Porcentagem do peso ideal = peso atual x 100 peso ideal* * PI=PT, onde PT= 20,8 x P (mulheres) e 22 x P (homens) Classificação Peso Ideal (%) Grau de Desnutrição 80 – 90 Depleção Leve 70 – 79 Depleção Moderada < 70 Depleção Severa Porcentagem de mudança ponderal recente = (peso usual – peso atual) x 100 peso usual Classificação Período Perda moderada (%) Perda intensa (%) 1 semana 1,0 – 2,0 > 2,0 1 mês 5,0 > 5,0 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10,0 > 10,0 Altura desconhecida Fórmula para Estimativa de Altura Homem: (2,02 x altura da perna) – (0,04 x idade) + 64,19 Mulher: (1,83 x altura da perna) – (0,24 x idade) + 84,88 Peso desconhecido 1) Estimativa pela equação de Chumlea Homem (0,98 x circunferência da panturrilha) + (1,16 x altura da perna) + (1,73 x CB) + (0,37 x PSE) – 81,69 Mulher (1,27 x circunferência da panturrilha) + (0,87 x altura da perna) + (0,98 x CB) + (0,4 x PSE) – 62,35 Compleição física = altura (cm) circunferência do punho (cm) Classificação Pequena Mediana Grande Homens >10,4 >10,4 – 9,6 < 9,6 Mulheres > 10,9 10,9 – 9,9 < 9,9 Altura (cm) HOMENS MULHER Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande 142 41.8 46.0 49.5 143 42.3 46.3 49.8 144 42.8 45.6 50.1 145 43.2 45.9 50.2 146 43.7 46.6 51.2 147 44.1 47.3 51.8 148 44.6 47.7 51.8 149 45.1 48.1 51.8 150 45.5 48.6 53.2 151 46.2 49.3 54.0 152 46.8 50.0 54.5 153 47.3 50.5 55.0 154 47.8 51.0 55.5 155 50.0 53.6 58.2 48.2 51.4 55.9 156 50.7 54.3 58.8 48.9 52.3 56.8 157 51.4 55.0 59.5 49.5 53.2 57.7 158 51.8 55.5 60.0 50.0 53.6 58.3 159 52.2 56.5 60.5 50.5 54.0 58.9 160 52.7 56.4 60.9 50.9 54.5 59.5 161 53.2 56.2 61.5 51.5 55.3 60.1 162 53.7 56.8 62.1 52.1 56.1 60.7 163 54.4 57.7 62.7 52.7 56.8 61.4 164 55.0 58.5 63.4 53.6 57.7 62.3 165 55.9 59.5 64.1 54.5 58.6 63.2 166 56.3 60.1 64.8 55.1 59.2 63.8 167 57.1 60.7 65.6 55.7 59.8 64.4 168 57.7 61.4 66.4 56.4 60.5 65.0 169 58.6 62.3 67.5 57.3 61.4 65.9 170 59.5 63.2 68.6 58.2 62.2 66.8 171 60.1 63.8 69.2 58.8 62.8 67.4 172 60.7 64.4 69.8 59.4 63.4 68.0 173 61.4 65.0 70.5 60.0 64.4 68.6 174 62.3 65.9 71.4 60.9 65.0 69.3 175 63.2 66.8 72.3 61,8 65.9 70.9 176 63.8 67.5 72.9 62.4 66.5 71.7 177 64.4 68.2 73.5 63.0 67.1 72.5 178 65.0 69.0 74.4 63.6 67.7 73.2 179 65.9 69.9 75.3 64.5 68.6 74.1 180 66.8 70.9 76.4 65.5 69.5 75.0 181 67.4 71.7 77.1 66.1 70.1 75.6 182 68.0 72.5 77.8 66.7 70.7 76.2 183 68.6 73.2 78.6 67.3 71.4 76.8 184 69.6 74.4 79.8 185 70.9 75.0 80.9 186 71.5 75.8 81.7 187 72.1 76.6 82.5188 72.7 77.3 83.2 189 73.7 78.0 83.8 190 73.9 78.7 84.4 191 74.5 79.5 85.0 AVALIAÇÃO DAS RESERVAS ADIPOSAS E PROTÉICAS Valore Médios Porcentagem de Adequação Fonte: Blackbum (1977, 1979 e 1982) Investigação do comprometimento das proteínas séricas ou viscerais Albumina, Pré-albumina, Transferrina e Proteína Fixadora de Retinol. Grau de depleção Albumina mg/100ml transferrina mg/100ml Pré-albumina mg/100ml Proteína Fixadora de Retinol mg/100ml Eutrofia > 3,5 300 – 250 29,6 – 15,37 7,6 – 2,6 DPV ligeira 3,5 – 2,8 200 – 150 15 – 10 — DPV moderada 2,7 – 2,1 150 – 100 10 – 5 — DPV intensa < 2,1 < 100 < 5 — Nota – meia vida sérica 21 dias 8 a 10 dias 2 dias 10h DPV = depleção protéica visceral Fonte: The Surgical Clinics of North América, 1981. Investigação do comprometimento da Imunidade Contagem total de Linfócitos (CTL) CTL = porcentagem de linfócitos x leucócitos 100 Valores de linfócitos segundo BLACKBURN et al., (1977) Fonte: The Surgical Clinics of North America, 1981 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS PACIENTES AMBULATORIAIS VET = TMB x fator atividade Valores referencias para taxa de metabolismo basal (TMB) segundo FAO Idade Homens Mulheres 10 – 18 anos 17,5 x P + 651 12,2 x P + 746 18 – 30 anos 15,3 x P + 679 14,7 x P + 496 30 – 60 anos 11,6 x P + 879 8,7 x P + 829 > 60 13,5 x P + 487 10,5 x P + 596 Fator de correção para cálculo da demanda energética (fator atividade) Sexo Leve Moderada Intensa Homens 1,55 1,78 2,10 Mulheres 1,56 1,64 1,82 Fonte: FAO/WHO/ONU, 1985 PACIENTES HOSPITALIZADOS Fórmula para Cálculo das Necessidades Nutricionais, segundo Harris Benedict TMB = 66 + (13,7 x P [Kg]) + (5,0 x alt [cm]) – (6,8 x idade) HOMENS TMB = 655 + (9,6 x P [Kg]) + (1,8 x alt [cm]) – (4,7 x idade) MULHERES VET = TMB x fator atividade x fator trauma x fator térmico (opcional) Fator de Correção para Cálculo da demanda energética Fator Atividade Acamado 1,2 Acamado + Móvel 1,25 Móvel 1,3 Fator Térmico 38°C 1,1 39°C 1,2 40°C 1,3 41°C 1,4 Fator Trauma Paciente não complicado 1,0 Pós-operatório 1,1 Fratura 1,2 Sepse 1,4 – 1,8 Peritonite 1,2 – 1,5 Multitrauma (reabilitação) 1,5 Multitrauma + sepse 1,6 Queimadura 30 – 50 % 1,7 Queimadura 50 – 70 % 1,8 Queimadura 70 – 90 % 2,0 Câncer 1,1 a 1,45 TMO 1,2 – 1,3 Jejum ou inanição 0,85 – 1,0 Pequena cirurgia 1,2 Cirurgia eletiva 1,0 – 1,1 Pequeno trauma do tecido 1,14 – 1,37 Fraturas múltiplas 1,2 – 1,35 PO cirurgia geral 1,0 – 1,5 Infecção grave 1,3 – 1,5 Pancreatite 1,3 – 1,8 Insuficiência renal aguda 1,3 Insuficiência cardíaca 1,3 – 1,5 Insuficiência hepática 1,3 – 1,55 Desnutrição grave 1,5 Doença cardiopulmonar 0,8 – 1,0 Doença cardiopulmonar com cirurgia 1,3 – 1,55 Transplante de fígado 1,2 – 1,5 Queimadura (até 20%) 1,0 – 1,5 Fonte: Barnes Hospital Nutrition Support Handbook, 1992. Retirado de Ewald & Mackenzie. Manual de Terapeutica Clínica, 1995. Distribuição de Macronutrientes Proteínas Hipoprotéica: 0,6 a 0,8g/Kg (possíveis indicações: Insuficiência renal crônica em tratamento conservador e encefalopatia hepática) Normoprotéica: 0,8 a 1,1g/Kg (possíveis indicações: eutrofia, sobrepeso e obesidade) Hiperprotéica: 1,2 a 2,0g/Kg (desnutrição, sepsis) Acentuadamente hiperprotéica: 2,0 a 2,5g/Kg (paciente muito imunodeprimido e trauma severo) Carboidratos Hipoglicídica: 40 a 50% VET Normoglicídica: 51 a 60% do VET Hiperglicídica: 61 a 65% do VET - Taxa máxima de meabolização: 5mg/Kg/min Lipídios Hipolipídica: 20 a 25% VET Normolipídica: 26 a 30% VET Hiperlipídica: 31 a 40% VET Evolução de Nutrição Enteral 1º passo; Após estabelecer o VET, escolha a dieta e veja a sua densidade calórica (DC), para saber qual o volume tota da dieta deverá ser administrado para atingir o VET OBS: O primeiro dia de Nutrição enteral deverá contemplar de 30 a 75% do VET total 2º passo: Veja a via de administração Se for SNG prefira o gotejamento intermitente gravitacional (3/3h ou 4/4h/etapa) e se for SNE prefira gotejamento contínuo por meio de BI (bomba infusora). Assim sendo, para gotejamento intermitente pega o volume diário de dieta e divide por 8 (no de etapas para 3/3h) posteriormente pega o volume de cada etapa e divide por 18º (3/3h) para saber o gotejamento por ml/h) Se for SNE por BI basta pegar o volume diário e dividir por 20 ou 24h para saber a velocidade de gotejamento (ml/h) a ser programada na BI. � DCT (mm)� CB (cm)� CMB (cm)� � Homens� 12,5� 29,3� 25,3� � Mulheres� 16,5� 28,5� 23,2� � Classificação� CB (%)� CMB (%)� DCT (%)� � Obeso� > 120� � > 120� � Sobrepeso� 120 – 110� 120 – 110� 120 – 110� � Eutrófico� 110 – 90� 110 – 90� 110 – 90� � DPC leve� 90 – 80� 90 – 80� 90 - 80� � DPC moderada� 80 – 70� 80 – 70� 80 – 70� � DCP grave� < 70� < 70� < 70� � CTL (mm³)� Grau de depleção� � 2.000� Eutrofia� � 2.000 – 1.200� Depleção leve� � 1.199 – 800� Depleção moderada� � 800� depleção intensa� �
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