Buscar

PROJETO TCC ANA FLAVIA

Prévia do material em texto

� PAGE �5�
UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS
CURSO DE DIREITO
ANA FLÁVIA CRUZ E FARIAS
A ARTE QUE FALA POR MIM: A LIBERDADE ARTÍSTICA COMO FORMA DE AFIRMAÇÃO DA COMUNIDADE LGBT E A CENSURA DAS AUTORIDADES MORAIS
Salvador
2018
ANA FLÁVIA CRUZ E FARIAS
A ARTE QUE FALA POR MIM: A LIBERDADE ARTÍSTICA COMO FORMA DE AFIRMAÇÃO DA COMUNIDADE LGBT E A CENSURA DAS AUTORIDADES MORAIS
Projeto de pesquisa apresentado como atividade da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Direito, ministrada pelo Professor Edivaldo Boaventura, no Curso de Direito, da Universidade Salvador. 
Orientador: Prof. Carlos Martheo
Salvador 
2018
SUMÁRIO
Sumário
41	TÍTULO	�
42	TEMA	�
63	PROBLEMA	�
64	QUESTÕES NORTEADORAS	�
65	OBJETIVOS	�
65.1	OBJETIVO GERAL	�
65.2	OBJETIVOS ESPECÍFICOS	�
76	JUSTIFICATIVA	�
87	FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	�
88	METODOLOGIA	�
89	CRONOGRAMA:	�
�
TÍTULO
A ARTE QUE FALA POR MIM: A LIBERDADE ARTÍSTICA COMO FORMA DE AFIRMAÇÃO DA COMUNIDADE LGBT E A CENSURA DAS AUTORIDADES MORAIS
TEMA
As liberdades democráticas norteiam as premissas básicas do Estado Democrático de Direito, de tal forma que encontram sua máxima na liberdade individual de cada ser humano, viabilizando seu livre exercício. Desta forma, independente do conjunto de características que englobe um cidadão, sejam elas de raça, cor ou orientação sexual, o Estado, juntamente com a sociedade, deve agir no sentido de garantir a efetividade dos direitos fundamentais desses indivíduos.
No entanto, atualmente, a estrutura social estatui limites dessas garantias à grupos segmentados de minorias, ora por motivos infundados legitimamente, ora por influência de um padrão de pensamento que rodeia no imaginário social. Ressalta-se, porém, que na maioria dos casos, são justamente os movimentos minoritários que carecem de maior proteção estatal, devido ao estado hipossuficiente ou a falta de uma tutela específica deles. Observa-se, progressivamente, o crescimento desses movimentos minoritários, que buscam o empoderamento e afirmação social, tais como o feminismo e a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
Em descompasso à progressão desses movimentos, se alastram também as reações abruptas, e a onda retrógrada vem alimentando a incidência de um discurso de ódio, que impede, enfraquece e censura o livre exercício da liberdade de expressão da população LGBT. A censura, que no Brasil carrega um histórico marcado por repressão e violência, vem ganhando espaço em discursos de intolerância e conservadorismo, pautados na maioria das vezes, no pensamento que não passa da própria razão. De acordo com os autores Ferrell e Sanders, há uma certa “estética da autoridade”, mediante a qual autoridades morais e legais estabelecem a razoabilidade de uma determinada forma de expressão. As demais campanhas culturais que estiverem fora dessa estética, anunciam os autores, “atacam a certeza estética necessária para o funcionamento da autoridade legal e do controle social”.
Apoiar o movimento LGBT é mais do que necessário, faz-se preciso para o garantia efetiva dos Direitos Fundamentais à todos os cidadãos, e mais ainda, para a quebra de um padrão social, tradicionalista, que não comporta qualquer fundamento lógico, sequer jurídico. Com o auxílio de aparatos legais, como a Constituição Federal e Declaração Universal dos Direitos Humanos, assim como o desenvolvimento de medidas Públicas, o presente projeto visa analisar as possíveis raízes do comportamento censurador, assim como dos ideais morais que guiam esse comportamento. 
A pesquisa aprofundará a realidade da comunidade em questão, buscando comparações com a ordem jurídica e social desses grupos em outros países. A dissertação buscará o regime de tratamento e proteção dessas pessoas em outros Estado, como forma de avaliar a situação brasileira, que diga-se, está cercada de embates diários do grupo com os seus direitos de liberdades democráticas, especialmente a liberdade artística. Portanto, busco um possível caminho que consiga cessar a prática da censura, e principalmente, do discurso de ódio, de modo a enriquecer e aprofundar o processo formador e educacional dos indivíduos.
PROBLEMA 
Existem argumentos legítimos para a censura da liberdade artística da comunidade LGBT, ou somente figuras morais incorporadas ao imaginário social? É possível, através de medidas públicas, cessá-la? 
QUESTÕES NORTEADORAS 
 As manifestações culturais e a liberdade artística ajudam na afirmação e conscientização do respeito devido à comunidade LGBT? Existe um limite para elas?
 De que forma a população conservadora, retrógada, que censura as liberdades democráticas, limita o exercício da cidadania da comunidade LGBT? Qual a raiz desse comportamento e como lidar com ele?
 Existe embasamento jurídico ou moral que justifique limitar o direito fundamental de livre expressão e autorizar a prática da censura?
É possível, através de um processo formador, por meio de Políticas Públicas, impedir o desenvolvimento do exercício da censura?
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL 
 Analisar o exercício do direito de liberdade de expressão da comunidade LGBT, direcionado em como ele ajuda na afirmação dos direitos humanos dessas pessoas, assim como examinar as figuras morais inscritas no imaginário social, que influenciam na prática da censura e limitam esse direito.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Identificar as autoridades morais, e as raízes da censura social e política e suas justificativas.
Analisar se políticas públicas, direcionadas ao processo formador do cidadão, seriam uma medida eficaz para cessar a censura e exercitar a conscientização do direito de cidadania e liberdade de expressão. 
Contextualizar as mudanças ocorridas ao longo das últimas três décadas, na relação Estado e movimentos LGBT, bem como na forma de operar políticas públicas.
Examinar a liberdade de expressão como direito fundamental assegurado na Constituição Brasileira de 1988, no processo de afirmação e legitimidade da comunidade LGBT.
JUSTIFICATIVA 
Viver em sociedade talvez seja o maior desafio do ser humano. Apesar de praticamente não ser mais uma escolha, é um mal necessário, que vem amparado de uma série de deveres e direitos recíprocos, que viabilizam a convivência com nossos semelhantes. Desta forma, o conjunto de adversidades que os determinam, como raça, cor, orientação sexual, religião ou quaisquer outros, devem ser respeitados e assegurados, de modo que ninguém limite a liberdade de outrem por argumentos ilegítimos, que se esgotem na própria razão.
Notoriamente, não é essa a realidade que nos circunda. Muito pelo contrário, o que se observa é a crescente luta de movimentos sociais e políticos das minorias. 
A escolha do meu tema dialoga com essa atualidade, e foi influenciada pelo projeto de extensão que participei algumas vezes, Universidade que Sente, que visa debater e fomentar temas atuais, assim como o reconhecimento progressivo de artistas LGBT e da recente exposição artística “Queermuseu – cartografias da diferença na arte da brasileira”, que sofreu diversos ataques de censura.
A partir desses fatores, além das minhas convicções pessoais, escolhi um tema que pudesse contribuir com o empoderamento da liberdade de expressão, principalmente da população LGBT, haja vista as reações abruptas, conservadoras e retrógradas que se tem observado às manifestações desse grupo. Diante do histórico da censura no Brasil, extremamente repressivo e limitador, que acarretou na inobservância de direitos fundamentais, estudar formas de combate ao seu crescimento, desperta em mim grande interesse, seja pela relevância social, ou seja pelo temor de reviver um passado reprimido.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O futuro trabalho de monografia, fundamentar-se-á, principalmente, em legislação internacional que verse sobre os direitos da pessoa humana,como a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, principalmente o art. 19º, que versa sobre o direito de liberdade de expressão. Em similitude, a análise da Constituição Federal de 1988, do art. 5º, preâmbulo e inciso IX, como também toda extensão do texto constitucional que ver sobre direitos fundamentais.
Os fundamentos serão buscados também em legislação espaça que verse sobre o tema e orientações jurisprudenciais, como a ADPF 130/ DF, que decidiu sobre a censura na liberdade de impressa. Para aprofundar e enriquecer os debates de gênero, censura e Direitos Humanos, os ensinamentos de autoras como Judith Buttler, que trata da problemática de gênero, Patrícia Gorish e Maria Berenice Dias, ambas autoras de temas LGBT. Na seara dos direitos fundamentais, a extensa bibliografia da autora Flávia Piovesan ajudará a construir um panorama da relação dos Direitos Humanos e o Estado Brasileiro, como tratado no livro “Estudos Avançados dos Direitos Humanos”.
Ademais, artigos, projetos sociais e políticos e teses que por ventura tratarem dos temas analisados, da mesma forma como filmes, livros e documentários, a exemplo de “1984” e “Laerte-se”.
METODOLOGIA
A metodologia aplicada será a pesquisa bibliográfica e documental, pautada principalmente na análise de dissertações e jurisprudências sobre os direitos LGBT, além do exame de legislação, textos e artigos que tratem da censura que ameaça o exercício da liberdade de expressão.
CRONOGRAMA:
	ETAPAS
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Julho 
	Agosto 
	Setembro 
	Outubro
	Novembro
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Projeto de pesquisa
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Levantamento bibliográfico 
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 Fichamento textos
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Índice 
	
	
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 Introdução
	
	
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Redação provisória (1º,2º,3º parágrafos)
	
	
	
	
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 Redação final/entrega
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Defesa
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.
FACCHINI, Regina. Entre compassos e descompassos: um olhar para o "campo" e para a "arena" do movimento LGBT brasileiro. Disponível em: <https://formatacaoabnt.blogspot.com.br/2011/10/referencias.html> Acessado em: 23 mar. 2018.
FERRELL, Jeff.; SANDERS, Clinton R. Culture, crime, and criminology. In: FERRELL, Jeff; SANDERS, Clinton R. (Editors.). Cultural criminology (pp. 3-24). Boston: Northeastern University, 1995
KHALED JR., Salah. Acendam as tochas: a criminalização da exposição queer no Santander Cultural Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2017/09/12/acendam-as-tochas-criminalizacao-da-exposicao-queer-no-santander-cultural/>. Acesso em: 12 Set. 2017.
MENDONÇA, Gismália. Manual de Normalização para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. 3. ed. Salvador: UNIFACS, 2013.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em:  http://www.onu-brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php Acesso em 23 mar. 2018.
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 9ª Ed. Salvador, Saraiva, 2016.
RAMOS, Silvia. Violência e homossexualidade no Brasil: as políticas públicas e o movimento homossexual. In: GROSSI, Mirian P. et al. Movimentos sociais, educação e sexualidades. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

Continue navegando