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Toxicologia - aula 11 - metais.pdf

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TOXICOLOGIA
Universidade Federal Fluminense
Profª. Elisa R.A.F. Avelino
Niterói, 2013
Toxicidade dos metais
O que é um metal?
• alta refletividade
• elevada condutividade elétrica
• alta condutividade térmica e maleabilidade
• força mecânica
Podem reagir com sistemas biológicos perdendo um 
ou mais elétrons para formar cátions
Metais essenciais Metais xenobióticos
Sódio +1
Potássio +1
Magnésio +2
Cálcio +2
Ferro +2, +3
Zinco +2
Cobre +2
Manganês +2, +4, +7 
(exceto +7)
Cobalto +2, +3
Níquel +2
Cromo +3
Chumbo +2, +4
Cádmio +2
Mercúrio +1, +2
Arsênio +3, 0 , -3
Alumínio +3
Cromo +6
Metais – fontes de exposição
atividades industriais atividade vulcânica
embalagens metálicasalimentos
atividades agrícolas
tintas
Movimento dos metais no meio ambiente
Oceano
Água subterrânea
Sedimento
volatilização
Mecanismo de toxicidade dos metais
inibição de enzimas 
biologicamente críticas
• mimetismo
dano oxidativo
formação de adutos
com o DNA e proteínas
• ligação com centros nucleofílicos
A absorção dos metais ocorre por transporte ativo
Ligação com metalotioneína
• Proteína pequena, essencialmente 
intra-celular (estoque de zinco)
• Torna-se circulante com a morte celular (filtração renal 
e recaptação)
• Mais abundante em fígado e rim
• Síntese regulada pela concentração de metais, hormônios, etc.
• A afinidade pelos metais é variável: Hg > Cu > Ag > Cd > Pb > 
Zn > > As, Ca, Mo
• Tempo de meia-vida da metalotioneína renal (ligada ao 
cádmio) = 5 dias 
• Produz inativação transitória dos metais
Profª Eliani Spinelli
Recaptação renal da metalotioneína
1. A recaptação ocorre por endocitose, mediante a interação 
da metalotioneína com receptores de membrana nas células 
dos túbulos proximais.
2. Enzimas lisossomais–degradação da metalotioneína e 
liberação do metal para o meio intracelular
3. Indução da transcrição 
de novas metalotioneínas
Profª Eliani Spinelli
M M
M
Célula túbulo proximal
Filtrado 
glomerular
M
Chumbo (Pb)
• Utilizado pelo homem há mais de 4000 anos
• Chumbo não é fisiológico
• Chumbo inorgânico – grupo 2B (IARC): Provável 
carcinógeno para o homem = existe evidência limitada ou 
inadequada em homens, e menos que suficiente em 
animais
• Encontra-se distribuído no ambiente e também em 
alimentos e bebidas como Pb metálico, íons inorgânicos, 
sais e compostos organometálicos
Chumbo - utilização
Chumbo - fontes de exposição
• Principal via de exposição do homem ao Pb
Alimentos e bebidas
• Principal via de exposição em crianças
Tinta contendo Pb
Chumbo - fontes de exposição
• No ambiente aquático: maior parte no sedimento e uma
fração menor dissolvida na água
• Nos vegetais: captação do metal pelas raízes e deposição do 
material contendo chumbo finamente particulado
Chumbo - toxicocinética
Trato gastrintestinal , pulmão
Exposição ao chumbo
PlasmaOssos 
(trabecular e 
cortical)
99%
Sistema 
nervoso
Rim Urina (2/3)
Fígado Bile
Fezes (1/3)suor, saliva, 
cabelos, unhas, 
leite
Saturável:
PbS = 40 
μg/dL
Chumbo no sangue se encontra preferencialmente nos 
eritrócitos, ligado principalmente à enzima δ-
aminolevulínico desidratase (ALAD). 
Chumbo - toxicocinética
Distribuição
• Tempo de meia-vida no sangue = cerca de 36 dias.
• Tempo de meia vida nas vísceras = cerca de 40 dias
• Tempo de meia vida nos ossos = 27 anos
4% nos rins, cérebro e fígado
1% no sangue
95% na matriz óssea 
Carga corpórea
Atravessa placenta (atenção: BHE do feto ainda não 
formada) Profª Eliani Spinelli
Chumbo - toxicocinética
Fatores que influenciam na absorção
• Gravidez
• Nutrição: absorção é influenciada principalmente 
por íons Ca, Fe e fosfato.
• Idade
• Jejum
A absorção de chumbo pelas crianças (45 – 50%) é 
maior que pelos adultos (3 – 10%) 
Chumbo - toxicodinâmica
• Compete com o cálcio pelos seus transportadores 
(mimetismo)
• Liga-se a grupos sulfridrila (-SH) e amidas (-NHCO) 
de várias proteínas e enzimas, alterando suas 
configurações e atividade
• Interferência na biossíntese do heme
Chumbo – efeitos tóxicos
• SNC (as crianças são mais sensíveis)
• Sistema hematológico
• SNP
• Sistema cardiovascular
• Sistema renal
Efeitos neurológicos
• Chumbo ativa proteína cinase C nas sinapses = aumenta 
liberação espontânea de neurotransmissores 
• Chumbo bloqueia canais de cálcio dependentes de 
voltagem = diminui a liberação estimulada de 
neurotransmissores 
• Quanto maior a carga corporal de chumbo, maior o 
risco de demência.
Efeitos neurológicos em crianças
• Interferência no desenvolvimento cognitivo, 
aprendizagem e memória
• Sequelas: epilepsia, retardo mental, e em alguns 
casos, neuropatia óptica e cegueira.
• Indicadores: testes psicomotores ou de QI
• Letargia, vômito, irritabilidade, perda de apetite, 
tonturas, ataxia, nível reduzido de consciência. 
Efeitos neurológicos em adultos
• Neuropatia periférica: desmielinização e degeneração 
axonal
Efeitos hematológicos
2 moléculas de ALA
Porfobilinogênio
Uroporfirinogênio
Coproporfirinogênio
ALA –desidratase (ALA-D)
CITOSOL
Pb
Pb
Pb
Fe
Pb
Coproporfirino
gênio oxidase
Pb
Zn-Protoporfirina IX
T ½ = 68 dias
para níveis de Pb ≥ 50 µg/dL
• Zincoprotoporfirina no sangue 
Biomonitoramento semestral 
• ALA na urina ou 
Efeitos cardiovasculares
• Elevação da pressão sanguínea
• Diminuição da taxa de filtração glomerular
Efeitos renais (nefrotoxicidade)
Intoxicação aguda
Afeta túbulos proximais (síndrome de Fanconi) 
Intoxicação crônica
Fibrose intersticial
Perda progressiva dos néfrons
Azotemia
Falência renal
Interferência no metabolismo da vitamina D 
50% dos casos de nefropatia por chumbo 
evolui para hiperuricemia (Gota)
Associada a níveis de chumbo > 60 µg/dL por muitos anos 
Efeitos sobre a cavidade oral
Pb + H2S (tártato) = PbS
Exposição excessiva pode levar ao aparecimento de linhas 
escuras (azul acinzentado) na gengiva–orla gengival de 
Burton 
Gengiva frouxa, esponjosa, hálito fétido.
Profª Eliani Spinelli
Efeitos gastrintestinais
• alterações gastrintestinais: cólica, diarreia, 
vômitos, sabor metálico
100 –200 µg/dL em adultos 
60 –100 µg/dL em crianças
Efeitos nos músculos e ossos
• Músculos: fraqueza, cãmibras e dores nas articulações
• Ossos: interferência no crescimento dos ossos, 
retardamento do processo de mineralização nos 
dentes e aumento da incidência de cáries
Efeitos sobre a reprodução
• Abortos
• Partos pré-maturos
• Qualidade dos espermatozoides comprometida (Pb > 40 
µg/dL)
Efeitos sobre o desenvolvimento
Níveis de chumbo nas mães e filhos
Peso, circunferências abdominais, da cabeça e do 
comprimento das crianças após o nascimento
Agentes quelantes empregados na redução de altas 
concentrações sanguíneas de Pb
• EDTA cálcico-dissódico[CaNa2EDTA] –via 
injetável 
• Dimercaprol (BAL) –via injetável I.M.
• D-penicilamina (“Cuprimine”) –via oral
• Acido 2,3-dimercaptosuccínico [DMSA] 
( “Chemet”) –via oral
Pforª Eliani Spinelli
Derivados Orgânicos de chumbo
Derivados orgânicos em tintas especiais: navios (impede 
proliferação de fungos, depósito de algas, etc.)
Chumbo tetraetila – Pb(CH2CH3)4
É um líquido imiscível em água. Não é ilegal no Brasil, mas 
desde 1978 não é mais utilizado na gasolina para 
automóveis. Usado como anti detonante em combustível 
de avião. 
Câncer - evidência inadequada no homem e inadequada ou 
limitada em animais. Grupo III da IARC.
Pforª Eliani Spinelli
Derivados Orgânicos de chumbo
Pforª Eliani Spinelli
Biotransformação:
Tetrametil-PbTrimetil-Pb Pb++rápido
T ½ longo 
Lipossolúvel; 
atravessa 
BHE 
Neurotóxico
A longo prazo, 
nefrotoxicida
de pode ser 
importante
Biomonitoramento: chumbo urinário
Intoxicação crônica pelo chumbo tetraetila
A encefalopatia manifesta – se como ataxia, dor de 
cabeça, ansiedade, insônia, cansaço, irritabilidade, 
delírio, convulsões tonico-clonicas, coma, aumento da 
pressão intracraniana
Encefalopatia com cefaléia severa, delírio e pode 
ocorrer coma. 
Pforª Eliani Spinelli
O dano periférico manifesta – se como parestesia, 
fraqueza muscular e dor muscular. Dano muscular 
confirmado pela elevação da creatinina fosfoquinase
Cádmio
Foi descoberto em 1817 como impureza em um composto de 
zinco (calamina)
Escasso na crosta terrestre
Encontrado na natureza associado a sulfitos de minérios 
de zinco, cobre e chumbo
Cádmio – fontes de exposição
Alimento: principal fonte de exposição para a população
não exposta por razões de trabalho
• Água
• Tabaco
• Inalação de fumos ou de material aquecido contendo
Cd (incineração de combustíveis fósseis e lixo urbano)
• Atmosfera: na forma de material particulado
suspenso
• Solo
Cádmio – utilização
• Baterias de níquel-cádmio
• Pigmentos 
• Estabilizadores de produtos de PVC
• Recobrimento de produtos ferrosos e não-ferrosos
• Ligas de cádmio 
• Componentes eletrônicos
• Indústrias de ferro e aço, cimento e fertilizantes 
fosfatados
Cádmio - toxicocinética
Absorção: Trato respiratório e gastrintestinal
Distribuição: na forma de complexo com a metalotioneína
Excreção: urina, fezes, suor cabelo
• Fumantes absorvem em torno de 25 a 50% de Cd (2 a
4 µg de Cd diários com 20 cigarros).
• A absorção gastrintestinal é de 3 a 7% do ingerido
• T1/2: 10 – 35 anos
• Pode alcançar o feto no início da gestação
Cádmio - toxicocinética
• Após a formação da placenta: Cd-metalotioneína
(efeito protetor)
Cádmio – toxicodinâmica
• Ligação à metalotioneína e acúmulo predominantemente 
no córtex renal, ao nível dos túbulos proximais
• Intensa afinidade com estruturas biológicas que contêm 
grupos sulfidrilas (-SH): proteínas, enzimas, ác. nucléicos
• Competição com o zinco e cálcio: mimetismo
Cádmio – efeitos tóxicos
• Efeitos renais: danos tubulares, proteinúria, 
deterioração da função renal e da saúde. 
• Efeitos nos ossos: osteoporose, osteomalácia, 
problemas no esmalte nos dentes.
• Sintomas agudos: náusea, salivação, vômito, dores 
abdominais e dores de cabeça
• Intoxicação crônica: 
Japão (1960): Doença conhecida como Itai-Itai entre os 
habitantes da margem do rio Jintsu (osteomalácia + 
osteoporose).
Cádmio – efeitos tóxicos
• Efeitos carcinogênicos: o cádmio e seus compostos são 
considerados cancerígenos para humanos (grupo 1 IARC) 
• Efeitos pulmonares: bronquite crônica, fibrose 
progressiva das vias aéreas inferiores, dano alveolar, 
enfisema (doença pulmonar obstrutiva)
Cádmio – biomarcadores
• Cádmio urinário
• Cádmio no sangue
• Valores de referência: 
Cádmio urinário: 0,1 – 4 µg/L
Cádmio no sangue: 0,1 – 3 µg/L
Agentes quelantes empregados na redução de altas 
concentrações sanguíneas de Cd
• EDTA cálcico [CaEDTA] 
• Acido 2,3-dimercaptosuccínico [DMSA] ( “Chemet”)
Mercúrio (Hg) 
Cinábrio (HgS): principal minério de 
mercúrio
Brasil não produz mercúrio
Totalmente importado
Brasil exporta mercúrio em produtos – lâmpadas, 
computadores, TV – maioria para a América Latina.
Mercúrio 
Antiguidade: uso do cinábrio em pinturas 
rupestres.
Século XVI: utilizado em medicina para tratar a sífilis
Século XVIII: começou a ser usado como agente 
anti-séptico.
Uso ao longo do tempo...
Mercúrio 
Atualmente
• Indústria eletro-eletrônica (baterias, lâmpadas 
fluorescentes) 
•Aparelhos científicos de precisão: termômetros, 
barômetros, etc.
•Odontologia: amálgamas
•Indústria de tintas protetoras de cascos de navio
•Indústrias químicas em geral
Mercúrio 
Hg++ – Sais mercúricos (HgCl2)
Hg0 – Forma metálica ou elementar
CH3Hg+ - metilmercúrio
Formas 
inorgânicas
Formas 
orgânicas
Um elemento, 4 formas
Hg+ – Sais mercurosos (Hg2Cl2)
Fulminato: (Hg(CNO)2): usado como detonante.
Timerosal (COO-Na+(C6H4)(S-Hg-C2H6)): 
Profª Eliani Spinelli
Cada uma de suas formas possui diferentes características 
de biodisponibilidade e toxicidade
Mercúrio 
Forma amálgamas 
ou ligas com a 
maioria dos metais 
(exceto o ferro), 
principalmente, 
ouro, prata, cádmio 
e latão.
Único metal liquido à temperatura ambiente
Profª Eliani Spinelli
Mercúrio 
• EMISSÕES
- Naturais: 
atividade vulcânica evaporação de corpos 
aquáticos
Mercúrio 
• EMISSÕES
- Antrópicas: 
a) mobilização do mercúrio como impureza
geração de energia, queima de combustíveis e biomassa
Mercúrio 
• EMISSÕES
- Antrópicas: 
b) resíduos de mercúrio originados de processos onde este 
metal é usado intencionalmente
processos industriais garimpagem do ouro
estudo recente indica que emissões de origem antrópica podem ter multiplicado 
os níveis gerais de mercúrio na atmosfera por um fator de aproximadamente 3 
Garimpagem do ouro
Ainda é a principal fonte de contaminação ambiental pelo
mercúrio. Hg0
Profª Eliani Spinelli
-queima de combustíveis 
fósseis , lixos
- processos industriais
AR
Hg0 Hg2+
oxidação
fotoquímica
vapores
chuva
humanos
peixes p/
ÁGUA
SEDIMENTO
Hg0 H2+Hg2+ CH3Hg
+
Hg2+ CH3Hg
+
bactériasbactérias
bactérias
peixe
O movimento do mercúrio no ambiente
HgS
Problemas da biomagnificação do metilmercúrio
• O Brasil produz mais de um milhão de toneladas/ano de pescado, 
gerando um PIB pesqueiro de R$ 5 bilhões
• O potencial de crescimento é enorme e o Brasil pode se tornar um dos 
maiores produtores mundiais de pescado
• O consumo de peixe é a principal rota de exposição ao metilmercúrio
Baía de Minamata, Japão (1956)
Corporação Chisso
CH3Hg
+
Contaminação da biota 
por CH3Hg
+: 
Mais de 2209
casos da chamada 
“Doença de Minamata”
200 a 600 
toneladas de 
CH3Hg
+
• Paralização de pés e mãos
• Parestesia, ataxia, disartria e surdez
• Alterações visuais, redução do campo visual e cegueira
• Alterações do olfato e paladar
• Distúrbios emocionais
• Fraqueza muscular
• Tremores musculares e convulsões
• Morte
Primeiros sinais clínicos: 
EmbriotoxicidadeEmbriotoxicidade
De deficiência cognitiva à paralisia cerebral
Teratogênico
Profª Eliani Spinelli
Mercúrio - exposição
� Via oral
� Via inalatória (exposição ocupacional)
� Via dérmica
não é muito significativa
Mercúrio - toxicocinética
via oral
via respiratória
Hg metálico (vapor Hg0) - bem absorvido
Hg metálico (Hg0) - absorção muito baixa 
(apenas se transformado em sais ou 
complexos mais solúveis)
sais de Hg++ - absorção inferior a 8 % no ID
metilmercúrio (HgCH3+) – absorção de 90-
100%, por transporte ativo (ligado à cisteína)
� Absorção
Hg0
Hg++
Hg++
Hg++
RHg
RHg
95%
Hg0
33%
50%
66%
5%
Sais de Hg++ Metálico Orgânico (CH3Hg+)
Metilmercúrio (CH3Hg+) atravessa a placenta e a barreira hematoencefálica
A membrana do eritrócito possui vários grupos sulfidrilas.
Mercúrio - toxicocinética
� Distribuição
Devido à sua carga iônica o íon mercúrico (Hg++) não atravessa com facilidade a
barreira hematoencefálica ou a placenta.
Hg++
Hg0 Hg++Catalase
Hidrogênio peroxidase ‘ GSH-Hg-HSG
Glutationa
� Biotransformação Hg metálico e sais de Hg++
Enzimas
lisossomais
Indução da transcrição de 
metalotioneínas
Hg++
Complexo metalotioneína-Hg++ 
filtração glomerularreabsorção tubular 
Órgão alvo crítico aos 
efeitos nocivos do Hg++
� Excreção Hg metálico (Hg0) e sais de Hg++
GSH-Hg-HSG
Rim
Bile
GSH Hg HSG
Intestino
Hg++
6 – 10% 
reabsorvido
Hg++
T ½ = 20 – 90 dias
7 – 14% da dose de Hg0 inalado é excretada pelo ar exalado em até 1 semana.
Ocorre também excreção via suor e saliva.
Hg0 < 0,1% na urina
80% excretado como Hg++ (via fezes e urina, principalmente) 
T½ de 35 - 90 dias.
Exposição intensa e prolongada: RIM >>> Fezes
Exposição suave ou curta: Fezes >>> RIM
Profª Eliani Spinelli
� Biotransformação do CH3Hg+
CH3Hg+ Hg++
GSH-HgCH3
glutationa
Filtração glomerular
Túbulos proximais
γ-glutamiltransferase
cisteinilglicinase
Cisteína-HgCH3
reabsorção
Semelhança 
com metionina
Profª Eliani Spinelli
CH3Hg-Cis→→→→ Hg
++
Órgão alvo crítico aos 
efeitos nocivos do CH3Hg+ 
GSH HgCH3GSH-HgCH3
Rim
Bile
% reabsorção Hg++
90% da 
dose é 
excreta
da pelas 
fezes
T ½ = 44 dias
Intestino
� Excreção do CH3Hg+
Profª Eliani Spinelli
Mercúrio - toxicodinâmica
Forte ligação a grupos sulfidrila (-SH)
Afinidade por –CONH2, -NH2, -OOH, -PO4
Lipoperoxidação lipídica 
Leva à necrose celular (exposição excessiva)
Ou apoptose (exposição suave, a longo prazo)
Mercúrio – efeitos tóxicos
Efeitos neurológicos (CH3Hg+): demência semelhante à 
verificada no mal de Alzheimer, deficiência de atenção, 
ataxia, disartria, tremores subclínicos dos dedos, danos 
na visão e audição, distúrbios sensoriais e aumento da 
fadiga. O feto é mais vulnerável aos efeitos do CH3Hg+
Efeitos renais (Hg++): insuficiência renal, necrose tubular, 
poliúria, albuminúria, nefrite.
Efeitos na reprodução (CH3Hg+): exposição crônica a 
níveis elevados de mercúrio ocorrência de aborto 
espontâneo, natimortos e malformação congênita.
Efeitos pulmonares (Hg0): A irritação pulmonar pela
inalação pode evoluir para pneumonite intersticial, com
infiltrados e áreas de enfisema e atelectesia na
radiografia torácica, até bronquiolite necrosante,
hemorragia, pneumotórax ou edema pulmonar,
dependendo da intensidade da exposição.
Mercúrio – efeitos tóxicos
Efeitos imunológicos (Hg++, CH3Hg+): Reduz a imunidade
celular e humoral comprometendo a resposta de Th1 e
aumentado a resposta de Th2, com alteração da
resposta antigênica.
Mercúrio – efeitos tóxicos
Efeitos carcinogênicos:
• mercúrio e seus compostos inorgânicos: grupo 3 IARC
(não classificado como carcinogênico para humanos);
• metilmercúrio: grupo 2B IARC (possivelmente
carcinogênico para humanos)
*Hg urinário: acima de 10-20 µg/L indica exposição 
excessiva
*Manifestações neurológicas: 100 µg/L ou acima
Mercúrio - diagnóstico 
Regulamentação
Portaria nº685/1998 
Estabeleceu limites máximos para mercúrio em peixes e 
produtos de pesca de 0,5 mg/Kg e para os peixes 
predadores 1,0 mg/Kg. 
Portaria nº518/2004 
Estabeleceu o teor máximo de 0,001 mg/L para o padrão 
de potabilidade da água.
Arsênio (As)
• É amplamente distribuído na crosta terrestre (3,4 ppm) 
dependendo da região
• Encontrado principalmente na forma 
de sulfetos e minérios
• Foi utilizado na Idade Média em 
envenenamentos para fins políticos 
Composto Fórmula
Arsina
Ácido arsenioso
As (III)
Ácido arsênico 
As (V)
Ácido 
monometilarsônico
MMA (V)
Ácido dimetilarsínico
DMA (V)
Arsenobetaína
(AsB)
Arsenocolina
(AsC)
AsH3
• O As, nas formas 
trivalente (III) e 
pentavalente (V) é 
amplamente distribuído 
na natureza nas formas 
inorgânicas e orgânicas
• O As (III) é cerca de 
10 vezes mais tóxico 
que o As (V)
• Os organo-arsenicais
são menos tóxicos que 
os inorgânicos
• EMISSÕES
Arsênio
Fontes naturais
atividade vulcânica poeiras
• EMISSÕES
Arsênio
Fontes antrópicas
incineração de lixo mineraçãoqueima de carvão
indústria de fundição aplicação e fabricação de praguicidas
Movimento do arsênio no ambiente 
Bangladesh, 1993
Contaminação por arsênio de 
águas subterrâneas usadas 
pela população para consumo 
A intoxicação acidental atingiu pelo menos 85 dos 125 
milhões de habitantes
Bangladesh, 1993
Manifestações clínicas:
Lesões cutâneas
Câncer de bexiga, rim, pulmão e pele
Enfermidades cardiovasculares
Arsênio - toxicocinética
Absorção:
via oral (água e alimentos 
contaminados)
via respiratória (ocupacional)
arsenatos e arsenitos são 
bem absorvidos (~95%)
arsênio orgânico após 
biotransformação (75–85%)
via dérmica
penetração na 
pele e ligação 
a grupos 
sulfidrila da 
queratina 
(câncer)
maior para 
compostos 
orgânicos
inalação de poeiras ou fumos 
Distribuição:
Arsênio - toxicocinética
• Após a absorção o arsênio é distribuído por todo 
organismo
• Deposita-se nos cabelos, unhas e pele
• Arsênio inorgânico pode atravessar a placenta e 
entrar em contato com tecidos fetais.
• Apenas uma pequena parte do As consegue penetrar a 
barreira hemato-encefálica
Biotransformação:
Arsênio - toxicocinética
A metilação é considerada um processo de 
desintoxicação: 
• menor toxicidade aguda dos produtos formados
• da menor reatividade com componentes de tecidos
• maior velocidade de excreção
As (V) As(III) MMA e DMA 
METILAÇÃO
metiltransferases
Excreção:
Arsênio - toxicocinética
urina e fezes: 
lenta, forma orgânica (MMA e DMA) e inorgânica
após 1 – 3 dias da absorção do arsênio inorgânico: 45 –
85% (urina) e pouco nas fezes 
após absorção de MMA e DMA: 75 – 85% excretados no 
1º dia na urina
Arsênio - toxicodinâmica
→ alta afinidade por grupos sulfidrila (SH) de enzimas e
proteínas
Forma trivalente - As (III) - é mais tóxica 
ác. lipóico
As
Ciclo de Krebs: 
- uma das etapas 
da respiração 
celular
- forma 2 ATPs
danos no SNC
Arsênio - toxicodinâmica
Arsênio – efeitos tóxicos
alterações gastrintestinais: náuseas, vômitos, dores 
epigástricas, desconforto
�diarréias (água de arroz até sanguinolentas)
�irritação das mucosas do esôfago, estômago e 
intestino
�morte (2 – 3 dias)
70-180 mg – anorexia, hepatomegalia, melanose, arritmia 
cardíaca, convulsão, coma e morte
INTOXICAÇÃO AGUDA:
MEPBSMEPBSMEPBSMEPBS
Arsênio – efeitos tóxicos
INTOXICAÇÃO CRÔNICA:
�Pele: hiperqueratose, hiperpigmentação
Carcinogênico, teratogênico e mutagênico
�Sistema cardiovascular: lesão vascular 
periférica (doença dos pés pretos)
�Sistema nervoso: neurotoxicidade, 
polineuropatias (irreversível) alteração sensorial, 
parestesia, fraqueza muscular
�Sistema hematopoiético: leucopenia
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linhas de Mees
Arsênio- valores de exposição humana
Ingestão diária calculada em 12 – 40 µg/ 70 kg
FAO/ OMS
Máximo aceitável para adultos: 2 µg/ kg/dia
NOAEL: 0,8 µg/ kg/ dia
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Arsênio- diagnóstico
• Dosagem do arsênio no cabelo e nas unhas (intoxicação 
crônica)
• Exame radiológico simples de abdome (ingestão recente)
• Detecção e dosagem laboratorial de arsênio na urina 
(50µg/L em dosagem de urina pontual, ou um total de 
100µg em urina de 24h) 
Arsênio- tratamento
• Dimercaprol (BAL) –via injetável I.M.
• Acido 2,3-dimercaptosuccínico [DMSA] 
( “Chemet”) –via oral

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