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METAIS PESADOS Aluna: Rebeca Feitosa Dória Alves Prof: Márcia Neves de Carvalho Matéria: Habilidades Clínicas Etapa: 4 Data: 04/06/2020 Medicina-UNIT T O X I C O L O G I A HISTÓRIA: Acredita-se que os metais talvez sejam os agentes tóxicos mais conhecidos pelo homem. Há aproximadamente 2.000 anos a.C., grandes quantidades de chumbo eram obtidas de minérios, como subproduto da fusão da prata e isso provavelmente tenha sido o início da utilização desse metal pelo homem. A presença de metais muitas vezes está associada à localização geográfica, seja na água ou no solo, e pode ser controlada, limitando o uso de produtos agrícolas e proibindo a produção de alimentos em solos contaminados com metais pesados. CONCEITO: DIVIDIDO EM: QUÍMICO BIOLÓGICO CONCEITO QUÍMICO: Qualquer metal cujo raio atômico esteja situado entre 63,546 Å (angstrom=10⁻¹⁰ m) e 200,590 Å e cuja densidade seja superior a 4,0 g/cm³ brilho cor amarelada a prateada excelente condutividade de calor maleabilidade elevados pontos de fusão e ebulição Ainda agrupa as seguintes características: Esse conceito inclui: o cobre o cobalto o zinco o vanádio POSSUEM FUNÇÃO NÃO PREJUDICIAL CONCEITO BIOLÓGICO: Aqueles que geram efeitos negativos para a saúde e para o meio ambiente, uma vez que são altamente reativos com as substâncias e, ao interagirem com moléculas orgânicas, não são metabolizados pelos organismos vivos. BIOACUMULAÇÃO FORMA SILENCIOSA DE SE SOMAREM NO CORPO DE SERES VIVOS E PERDURAREM PELA CADEIA ALIMENTAR Por esse fator, os metais pesados estão muito associados às agressões ao meio ambiente, com uso descontrolado dessas substâncias na pesca, mineração, agricultura, indústrias e em produtos (tintas, inseticidas, etc), expondo os seres humanos aos seus efeitos. ex: mercúrio, chumbo e cádmio REGULAMENTAÇÃO: ‘’admite-se a presença de elementos metálicos e não metálicos, dentro dos limites estabelecidos’’ exceto para alimentos para lactantes e crianças de primeira infância. Discriminação específica de valores para: Arsênio, Chumbo, Cádmio e Mercúrio Instrução Normativa MAPA Nº 17 DE 18/06/2014 Limites máximos de contaminantes admitidos em compostos orgânicos, resíduos de biodigestor, resíduos de lagoas, decantação e excrementos METAIS PESADOS NA MEDICINA: Metais tóxicos que causam perturbação crónica e progressiva das funções metabólicas e celulares. Os mais frequentes em intoxicações clínica são: Alumínio (Al), Chumbo (Pb), Mercúrio (Hg), Cromo (Cr), Níquel (Ni). Os mais perigosos em organismo são: Mercúrio, Arsênio, Chumbo, Bário, Cádmio e Cromo. obs: Medicina Ortomolecular ALUMÍNIO (Al): FONTES: Panelas, medicações anti-ácidas, utensílios de cozinha de alumínio, papel aluminizado, farinha branca de trigo, fermentos em pó, tubos de pasta de dente de alumínio, desodorantes etc MECANISMO TÓXICO: Liga-se à proteínas plasmáticas, dificultando eliminação por diálise O excesso de alumínio interfere com a absorção do selênio e do fósforo Relação com o citrato Risco para a doença de Alzheimer REPERCUSSÃO CLÍNICA: EFEITOS NEUROTÓXICOS SISTÊMICOS: CÉREBRO: Neurotoxicidade aguda e Encefalopatia dialítica ANEMIA HIPOCRÔMICA E MICROCÍTICA, independentemente do estoque de ferro OSSOS: ATENÇÃO AO HEMOGRAMA Agitação Confusão Mental Mioclonais Crise Convulsiva Pode levar o coma e à morte Distúrbios de fala Apraxia Motora Mioclonais Crise Convulsiva Alucinações auditivas e visuais Dores ósseas Crescimento comprometido (hidroxiapatita) Fraturas Fraqueza muscular proximal Relação com a osteomalacia CHUMBO (Pb): ATENÇÃO PARA OCUPAÇÃO DO PACIENTE Meio industrial, doméstico, farmacêutico, em construção civil e em mineração, radiadores de veículos, tintas e pigmentos antigos, maquiagens de baixa qualidade, além de ter grande evidência no uso como manta protetora para as ondas eletromagnéticas de raio-X. Saturnismo ou Plumbismo. Na intoxicação age de duas formas: -Ligação a diversas proteínas estruturais, enzimáticas e receptoras; -Interferência em diversas vias metabólicas, inclusive que regulam o metabolismo de energia celular; PERIGO PARA O SNC: CHUMBO QUE MIMETIZA O CÁLCIO -Bloqueia a entrada de cálcio para os terminais nervosos; -Inibe a utilização de cálcio pelas mitocôndrias; -Interfere em relação ao segundo-mensageiro. REPERCUSSÃO CLÍNICA: AGUDA (RARA) SUBAGUDA OU CRÔNICA -Dor abdominal -Anemia hemolítica -Hepatite -Encefalopatia fadiga, mal-estar, irritabilidade, anorexia, insônia, perda de peso, redução da libido, artralgias e mialgias; Efeitos Neurológicos: DE CEFALEIA À ENCEFALOPATIA E EDEMA CEREBRAL Efeitos Renais: DANOS REVERSÍVEIS OU IRREVERSÍVEIS, PROGRESSIVA INSUFICIÊNCIA Efeitos Gastrointestinais: DOR, ANOREXIA, VÔMITOS, ATÉ ABDOME AGUDO Efeitos Osteomusculares: AFETA CRESCIMENTO E OSTEOPOROSE Efeitos Hematológicos: ANEMIA Efeitos Reprodutivos: ALTERAÇÃO DO ESPERMA E ABORTO Efeitos Cardiovasculares: HIPERTENSÃO Efeitos Endócrinos: HIPOTIREOIDISMO (1 a 2 dias após a ingestão de 10 a 30 g de chumbo pode levar a morte ) MERCÚRIO (Hg): Formas de apresentação: • forma metálica ou elementar (Hgo ) • forma mercurosa ou catiônica monovalente (HG+); • forma mercúrica ou catiônica bivalente (HG2+). Mecanismo toxicológico: reage grupos sulfidrila, carboxila, fosforila e amida, gerando: -inibição enzimática -alterações das membranas celulares ATRAVESSA BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA E PLACENTÁRIA Ataca principalmente cérebro mas será depositado também em tireoide, mamas, coração, músculos, rim, adrenais, fígado e pâncreas. ABSORÇÃO: Massivamente por inalação, pulmonar. ELIMINAÇÃO: Excretado via renal e fecal, com meia vida longa e retenção em cérebro e rins pode chegar a anos REPERCUSSÃO CLÍNICA: CRÔNICA AGUDA POR INALAÇÃO: -Pneumonite química -Edema pulmonar POR INGESTÃO: -Dor abdominaL -Gastroenterite hemorrágica -Necrose tubular A TRÍADE CLÁSSICA distúrbios neuropsiquiátricos + tremores + gengivoestomatite LEVE: sintomas inespecíficos como fraqueza, fadiga, anorexia, GRAVE: ataxia, disartria, parestesia, comprometimento da audição e campos visuais FETAL: retardo mental e síndrome semelhante à paralisia cerebral CROMO (Cr): FONTES DE CONTAMINAÇÃO: INOX, CIMENTO, PAPEL, BORRACHA, PIGMENTO, SUPLEMENTOS ETC EVITAR AMBIENTE DE CONSTRUÇÃO E QUEIMA DE MATERIAIS PAPEL BIOLÓGICO: TEM PAPEL NA POTENCIALIZAÇÃO DA INSULINA NO ORGANISMO, SENDO UM “FATOR DE TOLERÂNCIA À GLICOSE” Em exposição frequente: Os compostos de crômio no estado de oxidação +6 (HEXAVALENTE) são muito oxidantes e são cancerígenos, com altos riscos de câncer de pulmão e nasossinusal FORMA MAIS ESTÁVEL: TRIVALENTE REPERCUSSÃO CLÍNICA: AGUDA: -Irritação de olhos e nariz -Dificuldades para respirar -Tosse constante CRÔNICA: -Lesões permanentes de olhos, fígado, rins, sistema circulatório e pele (rinite, sinusite, atrofia de mucosa) -Choque cardiovascular, perda de sangue GI CONTAMINAÇÃO POR INALAÇÃO NÉVOAS ÁCIDAS Monitoramento através da urina NÍQUEL (Ni): Fontes: Aproximadamente 65% do níquel consumido é empregado na fabricação de aço inoxidável e outros 12% em superligas. Restante: próteses dentárias outras ligas metálicas, baterias recarregáveis, reações de catálise, cunhagens de moedas, revestimentos metálicos e fundição. FUNÇÃO BIOLÓGICA: As enzimas hidrogenases contém níquel, especialmente aquelas cuja função é oxidar o hidrogênio. O níquel também está presente na enzima metil CoM redutase e em bactérias metanogênicas Os sais de Níquel são responsáveis pela ação tóxica Cloreto de Níquel (NiCl2) REPERCUSSÃO CLÍNICA: Principalmente acometimento PULMONAR, GASTROINTESTINAL e CUTÂNEO Exposição crônica ao níquel metálico manifesta-se como: afecções do sistema respiratório que podem ser benignas (incluindo asma e fibrose) ou câncer respiratório. PERIGO: formas lipossolúveis Distribuição sanguínea e ligaçãocom proteínas (alto peso molecular), principalmente ALBUMINA Sobre sua acumulação: rins> pulmões> fígado> coração > testículos SINTOMAS ASSOCIADOS: -Apatia -Diarréia -Febre -Insônia -Náuseas DIAGNÓSTICO: CLÍNICO: História do paciente + EF LABORATORIAL: Função renal, hemograma, eletrólitos, aumento de protoporfirina IX na forma livre (EP) ou zincada (ZPP), diminuição na atividade da ácido deltaminolevulínico dehidratase (ALA-D), aumento de ácido deltaminolevulínico (ALA-U) e coproporfobilinogênio (CPU) na urina. TRATAMENTO: Medidas de suporte: Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio se necessário, Monitorizar sinais vitais, Manter acesso venoso calibroso; Hidratação adequada. Tratamento: Adm de medicações quelantes, que auxiliam na excreção do metal, como EDTA de Cálcio por infusão endovenosa. Há a lavagem gástrica, mas existem casos que não são recomendados (chumbo e mercúrio por exemplo). Descontinuação da exposição, tratamento sintomático e paliativo. Vigilância: Notificar na Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena-FIIE. CASO CLÍNICO: J. S. S., sexo masculino, 49 anos. Queixa principal: Astenia e sonolência excessiva há dois meses. HDA: Paciente chega ao consultório com queixa de perda de força física associada a sonolência excessiva há dois meses. Refere que os sintomas são acompanhados por dores de cabeça, irritabilidade, alterações na memória e perda de libido. Cefaléia de leve intensidade há 3 anos. Sinais vitais: FC= 72 bpm; FR= 16 rpm ; PA= 130×90 mmHg; T: 36,5ºC IS: neurológico: queda de pulso direito CASO CLÍNICO: ACHADOS LABORATORIAIS: -Hemograma: Hb 9,6 Ht 36; Leucograma com 8700 leucócitos, com 67% neutrófilos, 2% eosinófilos; 20% linfócitos; -Plaquetas 195.000; -Creatinina 1,3(0,6 a 1,2); uréia 25; -Pb sérico > 60 μg/dl; zinco urinário 405; cobre urinário 7,8; fenol urinário 2,1. Intoxicação por Chumbo Ocupacional crônica Queda de pulso unilateral (típica) Sinais de insuficiência renal Níveis de Pb sanguíneos >60μg/dl CONDUTA: Teste de Mobilização de Chumbo (plumbúria) Administração de quelante (versenato de Ca) Afastar paciente do local de risco e exposição Notificar REFERÊNCIAS: http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/index.php?option=com_content&view=article&id=33&Itemid=56&lang=br https://my.oceandrop.com.br/metais-pesados-o-que-sao/ DA SILVA, Silvana Kamila Della Bernarda et al. INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS. Anais da Jornada Científica dos Campos Gerais, v. 17, 2019. https://www.sanarmed.com/caso-clinico-de-neurologia-intoxicacao-por-chumbo FERGUSON,Thomas J. Cromo. In: Kent R. Olson; Ilene B. Anderson et al. Manual de Toxicologia Clínica. Porto Alegre, 2014, p. 205-206. Associação Brasileira de Medicina Complentar - http://www.medicinacomplementar.com.br/ https://www.mypardini.com.br/wp-content/uploads/2018/09/toxicologia-niquel.pdf GONZALEZ, Karina Regina. Toxicologia do níquel. Revista Intertox de Toxicologia Risco Ambiental e Sociedade, v. 9, n. 2, p. 30-54, 2016. https://pt.slideshare.net/weslacampos1/doenas-causadas-por-substancias-toxicas-cromo-nquel
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