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Intoxicação por metais pesados

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Julia S Crescencio - P4 - Medicina
Intoxicação por metais pesados
Metais:
● São espécies elementais; não são biodegradáveis e são bioacumuláveis, contribuindo para sua
toxicidade.
● Bioacumulação: processo pelo qual substâncias (ou compostos químicos) são absorvidas pelos
organismos. O processo pode ocorrer de forma direta, quando as substâncias são assimiladas a partir do
meio ambiente (solo, sedimento, água) ou de forma indireta pela ingestão de alimentos quem contém
essas substâncias. Esses processos frequentemente ocorrem de forma simultânea, em especial em
ambientes aquáticos.
● Biomagnificação (ou magnificação trófica): é um fenômeno que ocorre quando há acúmulo progressivo de
substâncias de um nível trófico para outro ao longo da teia alimentar. Assim, os predadores de topo têm
maiores concentrações dessas substâncias do que suas presas.
● São redistribuídos naturalmente no ambiente por meio dos ciclos biológicos e geológicos. A água da
chuva dissolve as rochas e os minérios e os transporta para rios e águas subterrâneas. Por fim, não
transportados para o oceano para serem precipitados como sedimentos ou retomados na formação de
água da chuva para serem depositados em outro local.
● Mecanismo químico de toxicologia: inibição de enzimas críticas, mimetismo, dano oxidativo, indução de
expressões gênicas aberrantes
● Fatores de impacto: dose, via, duração e frequência (relacionados a exposição); idade, sexo, capacidade
de biotransformação (relacionados ao hospedeiro)
● Tratamento: quelantes (complexam o metal e aumentam sua excreção)
CHUMBO
Forma de contaminação
● Tinta contendo chumbo: principal em crianças, nas lascas de tinta e na poeira ao serem levadas à boca
● Alimento e água contaminados
● Tiro recreativo, carregamento manual de munição, solda, fabricação de jóias, de cerâmica, de armas,
polimento de vidro, pintura e fabricação de vidros coloridos
Efeitos tóxicos
● Neurológicos: encefalopatia (letargia, vômito, irritabilidade, perda do apetite…), déficit de audição, déficit
de QI, efeitos no útero, diminui a velocidade de condução nervosa
● Em adultos pode causar neuropatia periférica (pé e pulso caídos)
Julia S Crescencio - P4 - Medicina
● Hematológicos: anemia em casos muito acentuados
● Renais: nefropatia, defeito no metabolismo da vitamina D (efeitos nos ossos)
● Cardiovasculares: hipertensão
● Sistema imune: imunossupressor (diminui os componentes do sistema)
ARSÊNIO
Forma de contaminação
● Ocupacional: fabricação de praguicidas, herbicidas e outros produtos agrícolas; exposição a fumos e
poeiras em indústrias de fundição
● Ambiental: Ingestão de água contaminada, queima de carvão com níveis altos do metal
● Dieta: frutos do mar contaminados
Efeitos tóxicos
● 70-180mg podem ser fatais
● Agudos: febre, anorexia, hepatomegalia, melanose, arritmia cardíaca, falência cardíaca; pode danificar as
membranas mucosas do sistema digestório (irritação, vesículas, descamação); perda sensorial no SNP
(1-2 semanas após exposição); anemia e leucopenia podem ocorrer alguns dias após e são reversíveis.
● Crônicos: câncer de pele, pulmão e bexiga, comprometimento do fígado (icterícia, dor, hepatomegalia;
pode progredir para cirrose, ascite e até carcinoma); a exposição repetida a baixos níveis pode causar
neuropatia periférica (dormência nas mãos e dos pés e mais tarde pode desenvolver sensação dolorosa
de alfinetes e agulhas)
MERCÚRIO
Forma de contaminação
● Único metal líquido
● O vapor de mercúrio (atmosférico) é muito mais perigoso do que sua forma líquida. Ele é derivado da
desgaseificação natural da crosta terrestre e de erupções vulcânicas, além da evaporação de oceanos e
solos.
● Emissões de mineração e fundição de metais, combustão do carvão, incineradores municipais e das
indústrias do setor cloro-álcali
● O consumo de peixe é a principal rota de exposição do metilmercúrio
● O mercúrio na atmosfera e na água potável é geralmente tão baixo que não constitui um risco importante
● Trabalhadores na indústria cloro-álcali, na fabricação de aparelhos de controle elétricos, na odontologia,
em que amálgamas de mercúrio (restauração dentária)
● Quebra de frascos contendo mercúrio, aparelhos médicos, barômetros e derretimento de restaurações de
amálgama dentário
Efeitos tóxicos
● Vapor de mercúrio: bronquite aguda e corrosiva, pneumonite intersticial, síndrome astênica
vegetativa/micromercurialismo (tremores, irritabilidade, aumento da tireóide, taquicardia, gengivite)
● Mercúrio inorgânico: o rim é o principal órgão-alvo (altas doses são tóxicas às células tubulares renais e
baixas doses cronicamente podem induzir doença glomerular imunológica). Pode ocorrer proteinúria,
reversível após a remoção da exposição
● Metilmercúrio: neurotoxicidade; parestesias, ataxia, neurastenia, perda de visão e audição, espasticidade
e tremor. O efeito agudo é edema cerebral que pode resultar em atrofia cerebral
● Exposição perinatal: estudos com autismo e TDAH
COBRE
Forma de contaminação
● Alimentos, bebidas e água potável são as principais fontes de exposição para a população em geral
Julia S Crescencio - P4 - Medicina
● Na indústria ocorre por particulados inalados na mineração ou fumos metálicos em operações de
fundição, solda ou atividades relacionadas
Efeitos tóxicos
● Distúrbios gastrointestinais (> 3mg): náuseas, vômitos e dor
● A ingestão de grandes quantidades pode produzir necrose hepática e morte
● Doença de wilson: doença genética do metabolismo do cobre, caracterizada pelo acúmulo excessivo do
metal no fígado, cérebro, rins e córneas
MANGANÊS
Forma de contaminação
● Alimentos, produção de ferro e aço, descoloração de vidro, produção de vidro de cor violeta,
desinfetantes, fertilizantes e cerâmica
Efeitos tóxicos
● Os sintomas da intoxicação por manganês são mais observados no trato respiratório e no SNC. Dentre
as manifestações clínicas estão problemas de memória, alucinações, doença de Parkinson
(*semelhante?), embolia pulmonar e bronquite. Em casos de exposições prolongadas, os homens podem
apresentar impotência sexual. Outros sintomas incluem: apatia, esquizofrenia, fraqueza muscular,
cefaléia e insônia.
● A ingestão crônica de quantidade diária superior a 3mg, porção adquirida pela ingestão de alimentos
como oleaginosas (vegetais que possuem óleos e gorduras – amendoim, castanhas, amêndoas, milho,
girassol, etc), comumente leva a um quadro de intoxicação conhecido por manganismo. Sabe-se hoje
que o distúrbio provoca permanentemente tremores, dificuldades de coordenação motora e problemas de
memória
CROMO
Forma de contaminação
● As principais formas de intoxicações ocorrem de forma ocupacional (principalmente inalação) em
indústrias de mineração, transformação, metalúrgicas e petroleiras. Além disso, tais atividades podem
levar a poluição de águas, do solo e do ar
Efeitos tóxicos
● Câncer de pulmão, neoplasias das regiões nasal e sinonasal e reações de hipersensibilidade cutânea
● Irritação do nariz, dificuldade respiratória, problemas nos fígados, rins e pele
CÁDMIO
Forma de contaminação
● Baterias (níquel-cádmio), pigmento de cor para tintas e plásticos, subproduto da fundição de zinco e
chumbo)
● Dieta: os alimentos constituem a principal fonte desse metal para a população; muitas plantas acumulam
prontamente
● Detritos de emissões industriais, fertilizantes, remediação do solo, água com cádmio para irrigação
● Frutos do mar, rins e fígado de animais podem acumular níveis relativamente altos
● Tabagismo
Efeitos tóxicos
● Agudos: irritação do epitélio gastrointestinal (náuseas, vômitos e dor), pneumonite aguda com edema
pulmonar (inalação)
● Crônicos: danos renais (necrose, degeneração, inflamação e fibrose provocando proteinúria), DPOC
(dano alveolar, enfisema), dor óssea, osteoporose, doenças cardiovasculares, câncer (renal, de mama,
de próstata, pancreático)
● BÁRIO
Forma de contaminação
Julia S Crescencio - P4 - Medicina
● Contrastes radiológicos, lâmpadas fluorescentes, fogos de artifício...
Efeitos tóxicos
● Toxicidade oral
● Gastrintestinal:salivação, náusea, vômito, dor, diarréia aquosa, aumento do peristaltismo
● Sistema nervoso: midríase, ansiedade, parestesia, diminuição de reflexos profundos de tendões, cefaléia,
confusão e convulsão
● Sistema respiratório: insuficiência respiratória e edema pulmonar
● Sistema cardíaco: aumento da automaticidade ou do ritmo, hipertensão, arritmias, taquicardia ventricular,
fibrilação ventricular e assistolia;
● Sistema muscular: mioclonia, mialgias ou dores musculares, rigidez, paralisia, disartria ou dificuldade de
articulação e paralisia flácida (com fraqueza muscular)
NÍQUEL
Forma de contaminação
● Inalação de aerossóis, poeiras ou fumos; contato dérmico em trabalhadores envolvidos em sua
produção, operações que o utilizam (fundição, galvanoplastia, solda, baterias níquel-cádmio)
● O níquel é onipresente na natureza, e a população está exposta a baixos níveis do metal no ar, na
fumaça do cigarro, na água e nos alimentos
Efeitos tóxicos
● Dermatite de contato: efeito mais comum; por exposição ao níquel no ar, em soluções líquidas ou pelo
contato prolongado (moedas e jóias)
● Intoxicação por níquel carbonila: cefaleia, náuseas, vômitos, dor epigástrica ou no peito, seguidos por
tosse, hiperpneia, cianose, sintomas gastrointestinais e fraqueza. Os sintomas podem ser acompanhados
de febre e leucocitose. Casos graves podem progredir para pneumonia, falência respiratória e, por fim,
edema cerebral e morte
● Carcinogenicidade: os riscos são mais altos para câncer pulmonar e nasal em trabalhadores altamente
expostos.
Proteção e prevenção
● EPI’s: máscaras com filtro químico (onde deve haver freqüência de troca de filtros), luvas e uniformes que
devem ser lavados pela empresa
● Ambiente com maior ventilação e controle dos metais
● Legislação
● Política nacional de resíduos sólidos: evitar o descarte incorreto (principalmente em lixões)
● Vigilância epidemiológica: higiene no trabalho (reconhecimento, avaliação, controle)

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