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Rotinas Laboratoriais

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ESTÉTICA E BELEZA 
CONTEÚDO 
ROTINAS LABORATORIAIS 
 
 
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2013 – Portal Educação 
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R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
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 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842r Rotinas laboratoriais / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 
2013. 
 148p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-700-3 
 1. Química - laboratório. 2. Bioquímica – princípios. I. Portal Educação. II. 
Título. 
 CDD 542.1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 REGRAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 
2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO 
2.1.1 Risco Físico 
2.1.2 Risco Químico 
2.1.3 Risco Biológico 
2.1.4 Grupos de Riscos Biológicos 
2.2 CÓDIGO DE PRÁTICAS 
2.2.1 Normas de Acesso 
2.2.2 Normas de Proteção Individual 
2.2.3 Normas de Procedimento 
2.2.4 Controle da Segurança Biológica 
 
3 O LABORATÓRIO CLÍNICO 
3.1 INSTALAÇÕES 
3.2 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE LABORATÓRIO 
 
4 PRINCÍPIOS DE BIOQUÍMICA 
4.1 CARBOIDRATOS 
4.1.1 Monossacarídeos 
4.1.2 Polissacarídeos 
4.2 PROTEÍNAS 
4.2.1 Aminoácidos 
 
4.2.2 Peptídeos e Proteínas 
4.2.3 Enzimas 
4.3 LIPÍDIOS 
4.3.1 Ácidos Graxos 
4.3.2 Triglicerídeos 
4.3.3 Fosfolipídios 
 
5 PRINCÍPIOS DE MICROBIOLOGIA 
5.1 ESTRUTURAS PROCARIONTES 
5.1.1 Membrana Citoplasmática 
5.1.2 Parede Celular 
5.1.3 Cílios e Flagelos 
5.1.4 Material Genético 
5.1.5 Componentes citoplasmáticos 
5.2 NUTRIÇÃO E METABOLISMO 
5.3 CRESCIMENTO MICROBIANO 
5.3.1 Ciclo de Crescimento 
 
6 PRINCÍPIOS DE HEMATOLOGIA 
6.1 PLASMA 
6.2 HEMÁCIAS 
6.3 LEUCÓCITOS 
6.4 PLAQUETAS 
 
 
7 PRINCÍPIOS DE IMUNOLOGIA 
7.1 IMUNIDADE INATA 
7.1.1 Fatores Físicos 
7.1.2 Fatores Químicos 
7.1.3 Fatores Biológicos 
7.2 IMUNIDADE ADQUIRIDA 
7.3 ANTICORPOS E ANTÍGENOS 
 
8 INTRODUÇÃO 
 
9 TÉCNICAS DE PIPETAGEM E MICROPIPETAGEM 
9.1 PIPETAS 
9.2 MICROPIPETAS 
9.2.1 Pipetagem Direta 
9.2.2 Pipetagem Reversa 
 
10 USO DE CAPELA E CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
10.1 CAPELA 
10.2 CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
10.2.1 CBS Classe I 
10.2.2 CBS Classe II 
10.2.3 CBS Classe III 
10.3 TRABALHANDO COM CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
10.3.1 Luz ultravioleta 
10.3.2 Limpeza 
 
10.3.3 Cuidados durante operação CBS 
10.3.4 Resumo de Utilização de CBS 
 
11 QUALIDADE E AUTOMAÇÃO NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
12 PREPARO DE SOLUÇÕES 
12.1 DEFINIÇÕES 
12.2 CÁLCULOS 
12.2.1 Percentual (%) 
12.2.2 Concentração (g/l) 
12.2.3 Molaridade (M) 
12.2.4 Diluição 
12.2.5 Mistura de Soluções 
12.3 CUIDADOS NA PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES 
12.4 ROTEIRO ILUSTRATIVO 
 
13 PREPARO DE MEIOS DE CULTURA 
13.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESTADO FÍSICO 
13.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A CONSTITUIÇÃO 
13.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FINALIDADE 
13.4 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA PREPARO DE MEIO DE CULTURA 
13.4.1 Preparação e Distribuição 
13.4.2 Controle de Qualidade 
 
 
14 LAVAGEM E ESTERILIZAÇÃO 
14.1 LAVAGEM 
14.2 EMBALAGEM 
14.3 ESTERILIZAÇÃO 
14.3.1 Métodos Físicos 
14.3.1.1 Calor Seco 
14.3.1.2 Calor Úmido 
14.3.1.3 Filtração 
14.3.1.4 Radiação 
14.3.2 Métodos Químicos 
14.3.2.1 Óxido de Etileno 
14.3.2.2 Formaldeído 
14.3.2.3Composto de amônia 
14.3.2.4 Ácido Paracético 
 
15 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO 
15.1 FLUXO DE TRABALHO 
15.2 EQUIPAMENTOS 
15.3 CONTROLE DE ESTOQUE 
15.4 REGISTROS 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O trabalho em um laboratório é extremamente prazeroso e traz muito conhecimento aos 
colaboradores atuantes nesta área. Porém, também existem várias regras e conhecimentos 
específicos necessários para a realização de um trabalho de qualidade e seguro. 
Ter comprometimento e perfil para assumir um lugar nesta rotina são os pré-requisitos 
desta área. O funcionário deve ser detalhista, paciente, saber trabalhar em equipe, ser 
habilidoso, criativo e interessado em aprender. 
O trabalho em um laboratório não é como em um escritório, onde se pode parar quando 
chegar o horário do fim do expediente. As células e microrganismos não esperam. É preciso 
obedecer ao tempo ‘deles’. 
Por isso a organização é um dos elementos fundamentais para uma rotina bem-
sucedida. Programar os ensaios e atividades é a chave do sucesso para a organização eficiente 
do tempo. 
Além disso, como se comportar em um laboratório, quais são os instrumentos 
disponíveis para o trabalho neste ambiente, os ‘porquês’ e ‘como’ das técnicas usadas nas 
análises, tudo isso abordaremos aqui neste conteúdo. 
Com informações importantes para o dia a dia de um analista e com informações 
teóricas sobre o conteúdo de Rotinas Laboratoriais visa trazer ao aluno conhecimentos da vida 
prática de um laboratório e introduzi-lo à vida no laboratório. 
 
 
 
 
 
 
2 REGRAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 
 
 
2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
A presença de materiais perfurocortantes, vidrarias que podem se quebrar e causar 
cortes, soluções químicas, materiais biológicos potencialmente contaminados, além de inúmeros 
outros fatores presentes em um laboratório podem levar a um acidente de trabalho. Por isso é 
necessário que haja procedimentos específicos predeterminados e difusão desse conhecimento 
dentro da equipe técnica para a prevenção de acidentes e manutenção da qualidade do 
ambiente de trabalho. Para a manutenção da Segurança do Laboratório é preciso avaliar fontes 
e fatores de risco à saúde do trabalhador e promover condições e procedimentos para minimizar 
acidentes de trabalho. 
Vamos inicialmente conhecer os riscos possíveis dentro de um ambiente laboratorial: 
 
 
2.1.1 Risco Físico 
 
São os riscos causados por fontes que gerem danos físicos ao operador, dentre esses 
podemos citar: 
 
Perfurocortantes 
São provocados por instrumentos ou materiais perfurocortantes, como por exemplo, 
perfurações com agulhas, lancetas ou cortes com bisturi, tesoura ou vidraria quebrada. 
Radiações (Luz ultravioleta, infravermelho) 
Exposição a fontes de radiação. Existem métodos de desinfecção e esterilização que 
utilizam radiações com luz infravermelho, luz ultravioleta e raio gama. Estas em contato com o 
operador, sem proteção específica, podem gerar danos físicos e até mutagênicos. 
 
Calor 
O laboratório biológico é rico em fontes de calor que podem causar acidentes: bico de 
Bunsen, fornos de esterilização, estufas, autoclaves, são todas fontes que chegam a altas 
temperaturas que sem o devido cuidado podem provocar sérios acidentes. 
 
2.1.2 Risco Químico 
 
Existem muitos produtos químicos que podem causar danos e estes podem ser 
inflamáveis, tóxicos, carcinogênicos ou cáusticos. 
 
FIGURA 1 
 
FONTE: Disponível em: <http://commons.wikimedia.org>. Acesso em: 22 fev. 2012. 
 
As soluções químicas sempre trazem em seu rótulo o fator de risco presente e as 
condições de armazenagem necessárias, por isso é importante sempre ler o rótulo antes de 
guardar os reagentes e de manipulá-los. 
 
http://commons.wikimedia.org/
 
2.1.3 Risco Biológico 
 
No caso de um laboratório de análises clínicas, por exemplo, esta é a principal fonte de 
risco. Alguns exemplos são Culturas células, Micro-organismos, Parasitas e Toxinas produzidas 
por micro-organismos. São necessáriosprocedimentos especiais para a manipulação e descarte 
dos materiais biológicos. 
 
 
2.1.4 Grupos de Riscos Biológicos 
 
Os agentes biológicos são divididos de acordo com os seguintes critérios: grau de 
patogenicidade, alteração genética, estabilidade, virulência, modo de transmissão, endemicidade 
e disponibilidade de medidas profiláticas e tratamento eficaz. A ANVISA divide os agentes 
biológicos em 5 classes, levando em conta o risco para o ser humano, animais, meio ambiente e 
consequências epidemiológicas e a OMS possui uma classificação específica para trabalho 
laboratorial, com 4 Grupos de Riscos. Por nosso conteúdo se tratar de Rotinas laboratoriais 
utilizaremos o critério de classificação da OMS. 
Grupo de Risco 1 (nenhum ou baixo risco individual e coletivo) 
Um microrganismo que provavelmente não pode causar doença no homem ou em um 
animal. 
Grupo de Risco 2 (risco individual moderado, risco coletivo baixo) 
Um agente patogênico que pode causar uma doença ao homem ou animais, mas que 
é improvável que constitua um perigo grave para o pessoal dos laboratórios, à comunidade, o 
gado ou o ambiente. A exposição a agentes infecciosos no laboratório pode causar uma infecção 
grave, mas existe um tratamento eficaz e medidas de prevenção e o risco de propagação de 
infecção é limitado. 
 
 
 
Grupo de Risco 3 (alto risco individual, baixo risco coletivo) 
Um agente patogênico que causa geralmente uma doença grave no homem ou no 
animal, mas que não se propaga habitualmente de uma pessoa a outra. Existe um tratamento 
eficaz, bem como medidas de prevenção. 
 
Grupo de Risco 4 (alto risco individual e coletivo) 
Um agente patogênico que causa geralmente uma doença grave no homem ou no 
animal e que se pode transmitir facilmente de uma pessoa para outra, direta ou indiretamente. 
Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou medidas de prevenção. 
 
 
2.2 CÓDIGO DE PRÁTICAS 
 
Cada laboratório possui um Código específico, de acordo com riscos conhecidos e 
potenciais presentes. Porém, algumas normas são essenciais para a manutenção das Boas 
Práticas Laboratoriais e aqui descreveremos uma lista básica de requisitos para o trabalho em 
laboratório biológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.1 Normas de Acesso 
FIGURA 2 
 
 
 
FONTE: Manual de Segurança Biológica em Laboratório – OMS. 
 
 
1. O símbolo internacional de risco biológico (Figura acima) devem estar expostos nas 
portas das salas onde se estão a manusear microrganismos do Grupo 
de Risco 2 ou acima. 
2. Só o pessoal autorizado deve entrar nas áreas de trabalho do laboratório. 
3. As portas do laboratório devem permanecer fechadas. 
4. É proibida a presença de pessoas não autorizadas nas áreas do laboratório. 
5. O acesso aos compartimentos de animais requer autorização especial. 
6. Nenhum animal deve entrar no laboratório, além dos necessários aos procedimentos. 
 
 
 
 
 
2.2.2 Normas de Proteção Individual 
 
FIGURA 3 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://biomedicinaemicro.blogspot.com>. Acesso em: 22 fev. 2012. 
 
1. Uso obrigatório de jalecos, aventais ou uniformes exclusivos ao trabalho no laboratório. 
 
2. PROIBIDO uso do avental fora do laboratório (cantina, cafetaria, escritórios, biblioteca, 
salas do pessoal e banheiros). Ele deve ser considerado potencialmente contaminado 
podendo, portanto, contaminar o ambiente externo e também o inverso, trazer 
contaminações do ambiente externo para dentro do laboratório. 
 
3. Obrigatório uso de luvas de procedimento em todos os trabalhos com contato direto ou 
potencial com sangue, fluidos corporais, materiais ou animais potencialmente 
infecciosos ou infectados. Após utilização, devem tirar-se as luvas sem tocar a parte 
externa destas e lavar as mãos. Se necessário, utilizar dois pares de luvas de 
procedimentos. 
 
 
4. Uso de máscara. As máscaras de proteção são necessárias para a proteção tanto da 
amostra quanto do operador. No caso de manipulação amostras potencialmente 
contaminadas ou com presença confirmada de agentes biológicos do grau de risco 3 
e/ou 4 a máscara deverá possuir sistema de filtração. 
 
5. Lavagem das mãos antes e depois dos procedimentos técnicos e antes de sair do 
laboratório. A lavagem das mãos deve ser feita nas palmas, costas e embaixo das unhas 
e depois do enxágue, usar uma toalha ou papel para fechar a torneira. 
 
6. Uso de óculos de segurança, viseiras ou outros dispositivos de proteção, sempre que 
for necessário proteger rosto e olhos contra impactos, produtos químicos, radiação e 
manipulação de material biológico potencialmente contaminado. 
 
7. Obrigatório o uso de sapato fechado. Sandálias e chinelos não devem ser utilizados 
nos laboratórios. 
 
8. É proibido comer, beber, fumar e colocar lentes de contato nas áreas de trabalho do 
laboratório. 
9. É proibido guardar alimentos nas áreas de trabalho do laboratório. 
 
10. A roupa de proteção laboratorial utilizada no laboratório não deve ser guardada nos 
mesmos locais da roupa normal. 
 
11. É proibida a utilização de acessórios tais como: anéis, brincos, colares e de 
maquiagem. 
 
 
2.2.3 Normas de Procedimento 
 
1. Proibido pipetagem com a boca. 
 
 
2. Nenhum material deve ser colocado na boca ou cheirado. 
 
3. Todos os procedimentos técnicos devem ser efetuados de forma a minimizar a formação 
de aerossóis e gotículas. 
 
4. A utilização de agulhas e seringas hipodérmicas deve ser limitada, essas não devem ser 
utilizadas como substitutos de pipetas ou qualquer outro fim, além de injeções ou 
aspiração de fluidos de animais de laboratório. 
 
5. Qualquer derrame, acidente, exposição efetiva ou potencial a materiais infecciosos deve 
ser notificado ao supervisor do laboratório. Deve manter-se um registro escrito de tais 
acidentes e incidentes. 
 
6. Devem ser elaboradas normas escritas para a limpeza destes derrames e devidamente 
aplicadas. 
 
7. Os líquidos contaminados devem ser (química ou fisicamente) descontaminados antes 
de serem lançados nos esgotos sanitários. Pode ser necessário um sistema de 
tratamento de efluentes, segundo a avaliação de riscos do agente manuseado. 
 
8. O laboratório deve estar arrumado, limpo e sem materiais que não sejam pertinentes 
para as suas atividades. 
 
9. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas após qualquer derrame de 
material potencialmente perigoso e no fim de um dia de trabalho. 
 
10. Todos os materiais contaminados, espécimes e culturas devem ser descontaminados 
antes de serem descartados ou reutilizados. 
 
 
11. A embalagem e o transporte devem obedecer aos regulamentos nacionais e/ou 
internacionais pertinentes. 
 
 
2.2.4 Controle da Segurança Biológica 
 
O trabalho com materiais biológicos deve sempre ser controlado para a segurança 
tanto da amostra analisada, para a garantia da qualidade do diagnóstico, quanto para preservar 
a saúde do operador. Para tanto é necessária à adoção de algumas medidas para controle da 
segurança biológica dentro de um laboratório. 
Em um laboratório sempre há um diretor ou um supervisor que irá nomear, se não for 
ele próprio, um Responsável Técnico pelo Laboratório. Este será o colaborador responsável pela 
tomada de decisões no dia a dia, por implantar e atualizar os procedimentos e pela elaboração e 
manutenção de um plano para garantia da segurança. Este plano pode ter vários nomes, 
dependendo de cada empresa, mas aqui chamaremos de Plano de Controle de Segurança 
Biológica. 
O responsável técnico do laboratório pode designar um outro colaborador a seu critério 
para a elaboração deste plano. Todos os funcionários são responsáveis pela manutenção da 
Qualidade e Segurança dentro de um laboratório e por isso é necessário o treinamento e 
atualização de todos os envolvidos para o laboratório ser um ambiente mais seguro. 
É preciso ter um Manual de Segurança e/ou Operacional, com todasas regras e 
procedimentos que devem ser adotados. É imprescindível que todos realmente saibam e sigam 
este manual e por isso são necessários treinamentos periódicos destas normas. Para não se 
tornar maçante e para melhor entendimento das informações e conceitos do Manual podem ser 
realizados além dos treinamentos, cursos de reciclagem e aperfeiçoamento para toda a equipe. 
O Manual de Segurança deve ser conhecido por todos e disponível dentro do laboratório, para 
ser consultado sempre que necessário. 
A manutenção da limpeza do laboratório é obrigatória e deve ser realizada 
frequentemente, além de sua higienização também é necessária à desinfecção do ambiente com 
produtos antimicrobianos. Também é necessário um controle para evitar a entrada e presença 
de pragas como roedores e de artrópodes, que podem atuar como fonte de contaminação para o 
 
ambiente. É recomendado o laboratório ter portas e janelas com vedação ou com sistemas que 
impeçam a invasão de artrópodes, como por exemplo, telas e um programa de dedetização 
periódico. 
 
 
3 O LABORATÓRIO CLÍNICO 
 
A função principal do trabalho de um Laboratório Clínico é fornecer subsídios clínicos 
aos médicos para que possam confirmar ou rejeitar um diagnóstico e/ou monitorar pacientes em 
tratamento. Dessa forma, a obtenção de um resultado laboratorial é apenas uma parte da rede 
necessária para um diagnóstico e/ou tratamento de um paciente. Trata-se de uma importante 
etapa, pois se houver algum erro, por motivos técnicos ou de manipulação, pode haver uma falsa 
interpretação pelo médico e consequente ineficácia no tratamento ou prejuízos maiores ainda. O 
trabalho dentro do laboratório exige uma série de procedimentos que devem ser padronizados e 
sempre reavaliados quanto à sua eficácia, além de passar por constante controle de qualidade 
de todas as etapas envolvidas: equipamentos, insumos, amostras, procedimentos e equipe 
técnica. Aliás, a responsabilidade e execução de atividades de um laboratório é sempre 
desenvolvida e pensada como um trabalho em equipe. 
A equipe do Laboratório Clínico é composta por vários profissionais como: Médicos, 
Biólogos, Biomédicos, Técnicos, Auxiliares, Secretárias e Equipe de limpeza. Sem o médico o 
paciente não pode ter uma receita para continuar seu tratamento e sem a faxineira, por exemplo, 
o ambiente não mantém as condições de limpeza e qualidade necessárias para a realização dos 
exames. Por isso é que todos os membros da equipe são necessários e importantes para a 
garantia da qualidade do resultado final. 
Um laboratório clínico pode contar com diversos setores ou atuar com um ou mais 
tipos de exames em um ambiente único. Algumas das especialidades encontradas são: 
Citologia, Hematologia, Bioquímica, Imunologia, Parasitologia e Biologia Molecular. Em todas 
essas especialidades é necessária uma estrutura básica 
 
 
 
 
 
3.1 INSTALAÇÕES 
FIGURA 4 
 
FONTE: Disponível em: <http://miltonkennedy.blogspot.com/2011_04_01_archive.html>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
As instalações laboratoriais, além de compatíveis com as regulamentações municipais, 
estaduais e federais, devem ser de acordo com o grau de segurança biológica necessária para o 
trabalho. Isto é, dependendo do grupo de risco do material manipulado é o nível de segurança 
exigido para o laboratório. Segundo a ANVISA são quatro os níveis de Biossegurança: NB-1, 
NB-2, NB-3 e NB-4 e esses estão relacionados com os requisitos crescentes de segurança para 
o manuseio de agentes biológicos, de acordo com o grau de risco. O nível de Biossegurança 
exigido para um ensaio é determinado pelo agente biológico de maior classe de risco envolvido 
no laboratório e quando o potencial patogênico é desconhecido é preciso ser feita uma análise 
de risco para saber em qual nível de segurança deverá ser manipulado o agente. Independente 
do nível de segurança biológica alguns critérios são os mesmos e os descreveremos a seguir. 
 
 
 
A instalação deve ter paredes e piso lisos, não porosos, com cantos arredondados, 
com acabamentos impermeáveis e resistentes a produtos químicos, para facilitar a limpeza e a 
descontaminação da área. O chão deve ser de material antiderrapante e é proibido encerar o 
chão. Também é proibido o uso de carpetes, cortinas, persianas ou similares e quando 
necessário utilizar películas protetoras ou outras formas para proteção solar. As janelas e as 
Você sabia? Que para entrar nos Laboratórios de Biossegurança 
níveis NB-3 e NB-4 é preciso trocar de roupa e para sair é preciso 
tomar banho? 
 
portas devem ser de materiais que facilitem a limpeza e a manutenção e com acabamentos que 
retardem o fogo. As instalações físicas devem estar de acordo com as regulamentações de 
segurança do Corpo de Bombeiros em relação à proteção contra incêndio e as rotas de fuga e 
saídas de emergência devem estar identificadas e conhecidas por todos. Os laboratórios devem 
possuir portas para o controle do acesso ao público. As portas devem ser mantidas fechadas e 
possuir visores, exceto quando haja recomendação contrária. 
Pisos e bancadas devem ser nivelados e a bancada também deve ser de material liso, 
impermeável e de fácil limpeza, resistente a calor moderado e ação de solventes orgânicos, 
ácidos, álcalis e solventes químicos. O mobiliário deve ser robusto e de fácil limpeza, a 
circulação dentro do laboratório deve ser facilitada com espaçamento entre bancadas, cabines e 
equipamentos. Todos os equipamentos, bancada e mobiliário devem ter espaço na parte inferior 
para facilitar a limpeza e descontaminação. O ambiente deve ser bem iluminado e possuir 
circulação de ar – mesmo que artificial e temperatura amena. Prevendo casos de falta de energia 
elétrica a instalação deve ser equipada com um sistema de iluminação de emergência e fonte de 
energia alternativa (gerador, no-break) para abastecimento de equipamentos de uso contínuo 
essencial como: congeladores, geladeiras, estufas entre outros. 
Deve haver pia separada, para lavagem e higienização das mãos, e ambientes, fora do 
laboratório, para descanso, alimentação e guarda de objetos pessoais como, bolsas, carteiras e 
roupas. 
 
Resumo Características Físicas Laboratório: 
1. Paredes, chão e bancadas lisos, impermeáveis e fáceis de limpar e 
descontaminar; 
2. Chão e bancadas niveladas; 
3. Espaço entre mobiliário e bancadas para circulação do pessoal; 
4. Chão antiderrapante; 
5. Ambiente bem iluminado; 
6. Boa circulação de ar; 
7. Sistema de geração de energia em casos de falta de luz; 
8. Sistemas de segurança contra incêndios; 
9. Sistema de controle de acesso de pessoas ao laboratório; 
10. Local separado para: lavagem das mãos, descanso e alimentação. 
 
3.2 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE LABORATÓRIO 
 
Há vários equipamentos e materiais para o auxílio das técnicas no Laboratório, e a 
cada dia são desenvolvidos e aperfeiçoados para facilitar o dia a dia do operador e tornar a 
rotina mais ágil e eficaz. A seguir está uma relação dos equipamentos e materiais mais comuns. 
 
Capela 
É uma cabine com sistema de exaustão para o trabalho com reagentes tóxicos e 
voláteis. Existe uma barreira, de vidro ou acrílico, entre o operador e o material manipulado. É 
considerado um Equipamento de Proteção Coletiva. 
 
FIGURA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cabines de Segurança Biológicas 
 
São usadas para proteção do operador e/ou da amostra manipulada. Existem vários 
tipos de Cabines de Segurança Biológicas (CBS) e esses variam de acordo com o grau de risco. 
A mais simples é a Cabine de Fluxo Laminar que é usada apenas para a proteção do material 
FONTE: Disponível em: < http://www.nalgon.com.br/imagens/prod3700.jpg >. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
manipulado – como no caso de preparo de meios de cultura e soluções estéreis. Outros modelos 
de Cabines de Segurança Biológica variam da classe I a III, onde protegem amostra e operador, 
e a cadanível que aumenta possuem mais filtros e dispositivos de segurança. 
 
FIGURA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 Estufa 
Pode ser utilizada tanto para secagem de amostras e 
materiais ou para cultura bacteriológica (não a mesma estufa, uma 
para cada finalidade). Chega a temperaturas altas, geralmente em 
torno de 150ºC. Existem variações destas estufas com mais recursos, 
como controle de umidade e de CO2. 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: < 
http://www.sotelab.com.br/produtos/imagens/cabin
es/cabine_de_seguranca.png />. Acesso em: 12 
mar. 2012. 
 
FONTE: grupo tchê química 
 
 
FIGURA 9 - FONTE: Disponível em: < 
http://www.tecmed.ind.br/autoclaves/i
mg%27s/P23avs.gif >. Acesso em: 12 
mar. 2012. 
 
Forno Pasteur 
Forno utilizado para esterilização a seco. Chega a altas 
temperaturas, entre 250 e 300ºC. 
 
 
 
 
 
 Autoclave 
Equipamento usado para esterilização úmida. Funciona 
como uma grande panela de pressão, utiliza temperaturas em 
torno de 120ºC e 1 a 1,5 atm de pressão. 
 
 
 
 
FIGURA 10 Centrífuga 
Equipamento utilizado para acelerar a decantação (sedimentação) de 
amostras e soluções. Existem variações quanto ao tipo e tamanho de 
tubo utilizado - podem ter rotores com capacidade para tubos de 100 ml a 
100ul - capacidade de tubos - de 4 a 100 tubos, por exemplo – 
velocidade rotacional - de 100 rpm (rotação por minuto) a 10.000rpm – e 
com ou sem refrigeração. 
 
 
 
FIGURA 8: FONTE: Disponível em: 
<laboratorioscolasticocde.myblog.it>. 
Acesso em: 10 jan 2012. 
 
FONTE: Disponível em: 
<www.eppendorf.com>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
http://laboratorioscolasticocde.myblog.it/
 
 
Usado para homogeneização de amostras líquidas. Há grande variedade de modelos: 
Agitadores 
 
 
 FIGURA 11 
 
 
 
 
 
Vortex: tem por princípio a agitação do tubo 
 
 
 
 
FIGURA 12 
 
 
 
 
 
Agitador orbital: possui uma agitação mais ‘delicada’, onde uma bandeja faz movimentos 
planos. 
 
- FONTE: Disponível em: <www.analiticaweb.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.analiticaweb.com.br>. 
Acesso em: Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
 
 
Agitador magnético: dentro do frasco (balão, erlenmeyer, etc.) é colocada uma barra magnética 
e o imã na plataforma do agitador movimenta esta barra em movimentos circulatórios. 
 
 
FIGURA 13 
 
 
 
 
 
Microscópio 
Um instrumento essencial para grande parte das técnicas laboratoriais clínicas, 
sobretudo as citológicas e hematológicas. Existem muitos tipos de microscópios, porém os mais 
conhecidos são: 
 
Microscópio Óptico: tipo mais comum usa luz para iluminar as estruturas e a 
observação é feita através de lentes de refração e oculares de vidro. Uma variação é o 
Microscópio Fluorescente, que possui o mesmo princípio porém usa um comprimento de onda 
diferente. Também existe uma versão de Microscópio óptico digital onde uma câmera de 
vídeo é associada para visualização em monitor. 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.analiticaweb.com.br>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
Barra magnética 
 
 
FIGURA 14 
 
 
 
 
 
Microscópio Eletrônico: Utiliza elétrons para tornar a estrutura visível. Existem 
microscópios eletrônicos que produzem imagem em 2D (Transmissão) e em 3D (Varredura). 
 
 
 
FIGURA 15 
 
 
 
 
 
 
Banho-maria 
Microscópio óptico comum 
Microscópio óptico digital 
FONTE: Disponível em: <http://www.biomedicinapadrao.com>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
Microscópio eletrônico 
Imagem vírus da poliomielite por 
um microscópio de transmissão 
Imagem de grãos de pólen por um 
microscópio de varredura 
FONTE: Disponível em: 
<commons.wikimedia.org>. Acesso em: 12 
mar. 2012. 
 
 
 
Equipamento para aquecimento e incubação de amostras, soluções e cultura. Existem 
modelos com funções adicionais como, timer, agitação ou suportes acoplados para frascos 
específicos. 
FIGURA 16 
 
 
 
 
Bico de Bunsen 
É a fonte de calor mais comum usada em laboratório. Consiste em um bico de gás com 
uma válvula para controle da intensidade da chama. 
 
FIGURA 17 
 
 
 
 
Entrada de ar 
(janela) 
Entrada de gás 
FONTE: Disponível em: <www.cial-paulinia.com.br>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.rapidonline.com>. Acesso em: 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
 
 
Para ligar o bico de bunsen a entrada de ar (janela) deve estar fechada, para evitar que 
entre acidentalmente uma chama pela tubulação de gás. Quando a janela está fechada o bico 
produz uma chama amarela – chama ‘fria’, pouco oxidante e inadequada para o aquecimento – e 
quando a janela está aberta, devido à entrada de ar que alimenta a chama, ela torna-se azul e é 
chamada de ‘quente’ por possuir maiores temperaturas. Considera-se a área ao redor da chama 
– cerca de 30 cm – como zona estéril. 
 
FIGURA 18 
 
 
 
 
 
Balança analítica e semianalítica 
 
As balanças mais utilizadas são as analíticas e semianalíticas. A diferença entre elas é o 
grau de precisão na medição. Enquanto a semianalítica tem uma precisão de até três casas 
decimais (0,001g) a analítica chega até quatro a cinco casas decimais. O tipo de balança 
encontrada então dependerá da necessidade de precisão nas técnicas utilizadas. Existem vários 
detalhes envolvidos para a realização de uma medição técnica adequada: a bancada deve estar 
nivelada e sem pessoas circulando perto ou trabalhando na mesma bancada – para evitar 
vibrações que alterariam o valor do resultado medido, deve haver uma verificação da calibração 
Chama amarela 
‘fria’ 
Chama azul 
‘quente’ 
FONTE: Disponível em: <commons.wikimedia.org>. 
Acesso em:: 12 mar. 2012. 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<www.sxc.hu>. Acesso em: 
12 mar. 2012. 
com pelo menos 1 hora de antecedência ao primeiro uso do dia, o prato e cabine devem ser 
limpos com um pincel – para retirada de sujidades e resíduos – antes da pesagem, o operador 
deve utilizar luvas durante todo o procedimento – para não deixar resíduos de gordura na 
vidraria utilizada e evitar, assim, alteração da medida – entre outros inúmeros detalhes técnicos. 
 
FIGURA 19 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 20 
 
 
Tubos de Ensaio: utilizados para fazer reações químicas em pequena escala e 
para aquecer soluções. 
 
 
 
FIGURA 21 
 
 
Béquer: utilizado para preparo de soluções. 
 
FIGURA 22 
FONTE: Disponível em: 
<www.splabor.com.br>. Acesso em: 12 mar. 
 
FONTE: Disponível em: <www.cdcc.sc.usp.br>. Acesso 
em: 12 mar. 2012. 
 
 
Erlenmeyer: usado para titulações. 
 
 
FIGURA 23 
 
Kitassato: parte de conjunto usado para filtrações a vácuo. 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.cdcc.sc.usp.br>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
FIGURA 24 
 
Balão Volumétrico: frasco calibrado de precisão utilizado 
para diluir e preparar soluções. 
 
 
 
 
FIGURA 25 
 
Balão de fundo redondo: usado para aquecer líquidos e 
realizar reações 
que envolvam desprendimento de gases. 
FONTE: Disponível em: <www.onixmetrologia.com.br>. Acesso em: 
12 mar. 2012. 
FONTE: www.pro-analise.com.br>. 
Acesso em: 12 mar. 2012. 
http://www.cdcc.sc.usp.br/
http://www.onixmetrologia.com.br/
http://www.pro-analise.com.br/
 
 
 
FIGURA 26 
 
Proveta: usado para medidas aproximadas de volumes líquidos. 
 
 
 
 
 
Bureta: Serve para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. FIGURA 27 
É uniformemente calibrada, graduada em décimos de mililitro. 
Possui uma torneira que permite o controle de escoamento. 
 
 
 
 
Pipetas 
Graduada: usada para medir volumes de líquidos. 
 
FIGURA 28 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.cdcc.sc.usp.br>. 
Acesso em: 10 mar. 2012. 
FONTE: boj.pntic.mec.es>. Acesso 
em: 09 fev. 2012. 
FONTE: Disponível em: <noticias.vidrado.com>. Acesso em: 09 fev. 2012. 
http://www.cdcc.sc.usp.br/
 
 
 
 
Volumétrica: usadapara medidas precisas de variados líquidos. 
 
FIGURA 29 
 
 
 
 
 
 
 
Funil: usado para transferência de líquidos e para filtrações. 
 
FIGURA 30 
 
 
 
 
 
Vidro de relógio: recipiente usado para pesagens. 
FIGURA 31 
 
FONTE: Disponível em: <www.jpdiagnostica.com.br>. Acesso 
em: 10 fev. 2012. 
FONTE: Disponível em: <www.fcf.usp.br>. Acesso em: 05 
fev. 2012. 
http://www.fcf.usp.br/
 
 
 
 
Placa de Petri: usado principalmente para cultivo – células, 
bactérias, fungos, etc. 
 
FIGURA 32 
 
 
 
 
Bastão de vidro: usado para homogeneização e transferência de líquidos. 
 
 
FIGURA 33 
 
 
 
 
 
 
Dessecador: Recipiente de vidro resistente que contém em seu interior substâncias que são 
higroscópicas (absorvem a umidade de outras substâncias). É 
utilizado para esfriar ou preservar algum material ou reagente sem 
que haja absorção de umidade. 
FONTE: Catálogo Brand 
FONTE: Disponível em: <www.frascolex.com.br>. Acesso em: 
09 fev. 2012.. 
http://Fonte:%20www.frascolex.com.br
 
 
 
 
FIGURA 34 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 35 
 
Almofariz e pistilo: Usado para triturar sólidos, pulverizar e 
homogeneizar mistura e sólidos. 
 
 
 FIGURA 36 
 
 
Tela de amianto: usada para distribuir uniformemente o calor 
durante um aquecimento. 
 
 
 
FONTE: Grupo Tchê Química 
FONTE: Disponível em: <nalgon.com.br>. Acesso em: 12 mar. 
2012 
FONTE: www.agracadaquimica.com.br>. 
Acesso em: 10 fev 2012. 
http://www.nalgon.com.br/
 
 
 
 
Suporte universal, mufa e garra: usados na sustentação de peças para diversos fins. 
 
FIGURA 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tripé: usado como suporte de telas de amianto em processos de aquecimento com o bico de 
Bunsen. 
 
FIGURA 38 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.cgomes.uac.pt>. Acesso 
em: 12 mar. 2012 
FONTE: www.cap-lab.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2012. 
http://www.cgomes.uac.pt/
http://www.cap-lab.com.br/
 
 
 
 
Pinça de madeira: usada para segurar tubos de ensaio. 
 
FIGURA 39 
 
 
 
 
 
Pipetador ou pera: instrumento de sucção para auxílio na pipetagem. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 40 
 
 
 
 
FONTE: www.cdcc.sc.usp.br>. Acesso em: 12 mar. 2012. 
FONTE: images.linuxidx.com>. Acesso em: 12 mar. 2012. 
http://images.linuxidx.com/
 
 
 
 
FIGURA 41 
 
Pisseta: de plástico, usado para 
líquidos de uso constante como: água destilada, álcool 70%. 
 
 
 
 
 
 
Alça para inoculação: Para inoculação em meios de cultura. 
Podem ser de metal (platina) ou descartáveis 
 
FIGURA 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Catálogo Brand 
FONTE: www.cdcc.sc.usp.br>. Acesso em: 12 mar. 2012. 
 
 
Capilar: tubos de vidro extremamente finos, aberto em ambas às extremidades. Utilizado em 
técnicas que necessitam de pequenos volumes líquidos. 
 
FIGURA 43 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios de Fixação: 
 
1 Quais dos critérios abaixo descritos são usados para a classificação dos Grupos de Riscos dos 
agentes biológicos? 
 
a) Patogenicidade, modo de transmissão, medidas profiláticas e tratamentos disponíveis. 
 
b) Grau de sujidade da amostra, número de agentes biológicos envolvidos, tempo de exposição, 
tempo de tratamento. 
 
c) Modo de transmissão, tipo de micro-organismo, capacidade de infecção do agente, 
 
d) Medidas de controle do agente, grau de sujidade da amostra, capacidade de proliferação. 
 
FONTE: Catálogo Brand 
 
e) Número de agentes biológicos envolvidos, capacidade de proliferação, medidas profiláticas e 
de tratamento disponíveis. 
 
2 Assinale verdadeiro ou Falso: Como deve ser a estrutura de um laboratório? 
 
( ) Cor clara, chão e paredes de azulejo, bancadas largas e corredores estreitos para melhor 
aproveitamento do espaço. 
 
( ) Piso e paredes de azulejo, bancadas fixas na parede com armários embutidos e centro livre 
da sala livre. 
 
( ) Chão e paredes laváveis e com cantos arredondados, chão e bancada nivelados e espaço 
para circulação de pessoas e limpeza do ambiente. 
 
( ) Muitas bancadas distribuídas, chão e paredes brancos laváveis e equipamentos em todas as 
paredes. 
 
Resp. 
1 – A 
2 – F; F; V; F; F 
 
 
4 PRINCÍPIOS DE BIOQUÍMICA 
 
 
4.1 CARBOIDRATOS 
 
Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza. A celulose, os 
açúcares e amidos, são todos carboidratos. Existem carboidratos em toda nossa volta e por isso 
a seguir veremos sua estrutura e quem são. 
4.1.1 Monossacarídeos 
 
 
Os monossacarídeos com quatro, cinco, seis e sete átomos de carbono em seus 
esqueletos são chamados de tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. A cada um destes 
comprimentos de cadeia existem aldoses e cetoses correspondentes, por exemplo: aldotetroses, 
cetopentoses e assim por diante. 
 
FIGURA 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Lehninger 
Grupo cetose 
CETOSE 
Grupo 
aldeído 
ALDOSE 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5a/DL-Fructose.svg
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:D-glyceraldehyde-2D-Fischer.png
 
São exemplos de hexoses bastante familiares à glicose, a galactose, a manose e a 
frutose. 
 
FIGURA 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além dos monossacarídeos simples existem os derivados, nos quais um grupo 
hidroxila é trocado por outro grupo substituinte. 
 
FIGURA 46 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Lehninger 
FONTE: Adaptado de Lehninger 
cetose 
aldeídos 
 
 
 
4.1.2 Polissacarídeos 
 
Os dissacarídeos são constituídos por dois monossacarídeos unidos covalentemente 
entre si por uma ligação glicosídica. 
 
 
FIGURA 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando uma hidroxila (OH) da molécula de um monossacarídeo reage com o átomo de 
carbono da outra molécula de açúcar, há a formação da ligação glicosídica com a liberação de 
H2O. Os oligossacarídeos são pequenos polímeros que possuem vários monossacarídeos. Já os 
polissacarídeos possuem uma grande quantidade de monossacarídeos ligados, são polímeros 
de média até alta massa molecular. Também são conhecidos como glicanos. Os polissacarídios 
Ligação 
glicosídica 
FONTE: Adaptado de Lehninger. 
 
podem ser compostos por um (Homopolissacarídeos) ou por mais tipos de monossacarídeos 
(Heteropolissacarídeos) e podem estar ligados entre si em cadeias lineares ou ramificados. 
FIGURA 48 
 
 
 
 
 
 
O amido e o glicogênio, que servem como reserva energética para a maioria dos seres 
vivos, são homopolissacarídeos e suas moléculas de glicose estão unidas por ligações do tipo α 
(alfa) já a celulose e quitina, também são homopolissacarídeos, porém, as moléculas de glicose 
estão unidas por ligações do tipo β (beta). 
 
 
4.2 PROTEÍNAS 
 
Proteínas são macromoléculas biológicas que estão presentes em todas as células, 
fazem parte da estrutura dos seres vivos e são os instrumentos moleculares pelos quais a 
informação genética é expressa. São variáveis quanto ao tamanho e função, porém todas são 
constituídas pelo mesmo conjunto de aminoácidos. 
 
 
FONTE: Lehninger 
 
 
4.2.1 Aminoácidos 
 
As proteínas são polímeros de aminoácidos. Comumente, são encontrados 20 
aminoácidos diferentes. Todos esses possuem uma estrutura geral em comum e são α-
aminoácidos, pois possuem um grupo carboxila e um grupo amino ligados ao mesmo átomo de 
carbono (o carbono α). O grupo R (cadeias laterais) ligado ao carbono α é o que difere em cada 
aminoácido. 
Esses, não podem ser sintetizados pelo nosso organismo e podem apenas ser obtidos 
através da alimentação (animal ou vegetal), são chamados de aminoácidos essenciais. Além 
destes existem outros, que podem ser produzidos pelo corpo, são conhecidos como aminoácidos 
não essenciais. 
FIGURA 49 
 
 
 
 
 
 
AMINOÁCIDOS ESSECIAIS 
 
 
AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAIS 
Fenilalanina 
Isoleucina 
Leucina 
Lisina 
Metionina 
Treonina 
Triptofano 
Ácido Aspártico 
Ácido Glutâmico 
Alanina 
Arginina 
Asparagina 
CisteínaGlicina 
FONTE: Lehgninger 
carbono α 
 
Valina Glutamina 
Histidina 
Prolina 
Serina 
Tirosina 
 
 
 
4.2.2 Peptídeos e Proteínas 
 
Os aminoácidos podem se unir por ligações peptídicas, formando peptídeos e 
proteínas. Quando há a união de poucos aminoácidos são considerados oligopeptídeos e 
quando muitos estão unidos o produto é chamado de polipeptídeo. As proteínas podem ter 
milhares de aminoácidos e são distinguidas dos polipeptídeos por seu alto peso molecular. 
A sequência de aminoácidos, em uma proteína, é característica para cada proteína e 
esta é chamada de sua estrutura primária. Há vários níveis de estrutura proteica, podendo 
chegar até a estrutura quaternária. A cada nível estrutural a proteína se dobra, enovela, ficando 
mais compactada e com uma estrutura mais complexa. 
 
FIGURA 50 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Lehgninger 
 
 
Estas estruturas são mantidas por forças e ligações químicas entre as moléculas e 
dependem de condições especiais para manterem esta conformação estrutural. Condições 
diferentes, como por exemplo, elevação de temperatura, resulta em perda da estrutura 
tridimensional e é denominada de desnaturação. A função de uma proteína depende de sua 
forma estrutural, ou seja, a forma como a estrutura secundária, terciária e/ou quaternária estão 
dobradas. Desse modo, se por algum motivo a proteína perder sua forma ela também deixará de 
ter sua função. 
 
 
4.2.3 Enzimas 
 
Uma das qualidades básicas e fundamentais para a manutenção e sucesso da vida é a 
capacidade de uma célula, ou ser vivo, realizar reações químicas. É fácil entender esta relação 
ao lembrar que para a vida existir é necessário energia. E para a obtenção, armazenamento e 
liberação de energia são necessárias inúmeras reações químicas. E onde as enzimas entram 
neste contexto? Bem, algumas reações não ocorreriam espontaneamente na natureza, ou então 
demorariam horas ou até mesmo anos para acontecer. E aí que as enzimas entram, elas são as 
catalizadoras destas reações, ou seja, são aceleradoras de todo este processo. 
As enzimas, com exceção de um pequeno grupo de moléculas de RNA, são proteínas. E 
sua função, assim como de todas as proteínas, depende de sua forma. Desse modo, se uma 
enzima for desnaturada também perderá sua função. 
Muitas enzimas têm seu nome de acordo com o substrato em que age ou o tipo de 
atividade. Em geral sempre terminam com o sufixo ‘ase’ – lípase, amilase, protease. As enzimas 
são classificadas de acordo com as reações que catalisam, abaixo podemos ver a Classificação 
internacional de enzimas e o tipo de reação catalisada por cada grupo de enzimas. 
 
 
 
 
 
FIGURA 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 LIPÍDIOS 
 
Os lipídios são a principal forma de reserva energética em muitos organismos. 
Também podem agir como cofatores (auxiliando enzimas nas reações), como sinalizadores e até 
como pigmentos. Porém, sua principal função é estrutural, como componente das membranas 
celulares, que são bicamadas lipídicas. São insolúveis na água e possuem estruturas químicas 
diversificadas que podem ser extraídos por solventes não polares. 
 
 
 
FONTE: Lehgninger 
 
 
4.3.1 Ácidos Graxos 
 
As gorduras e óleos são derivados de ácidos graxos. Os ácidos graxos, como seu 
próprio nome já diz, possuem em sua composição um ácido carboxílico com uma cadeia de 
hidrocarboneto associada (grupo R). 
 
FIGURA 52 
 
 
 
 
 
 
 
A cadeia de hidrocarbonetos varia de 4 a 36 átomos de carbono. Em alguns casos essa 
cadeia não é ramificada e saturada, isto é, não contém ligações duplas entre os carbonos. 
Alguns, poucos, contêm ramificações ou grupos hidroxila. 
 
 
4.3.2 Triglicerídeos 
 
Os lipídios mais simples que possuem ácidos graxos em sua composição são os 
trigliceróis, popularmente chamados por triglicerídeos. São compostos por 3 moléculas de 
ácido graxo unidas por uma ligação do tipo éster a uma molécula de glicerol. 
 
FONTE: Lehgninger 
Grupo R 
Ácido carboxílico 
 
 
FIGURA 53 
 
 
 
 
4.3.3 Fosfolipídios 
 
Também chamados de glicerofosfolipídios, são os lipídios que compõem a membrana 
celular. Sua estrutura é feita de dois ácidos graxos ligados a um ácido fosfatídico. Sua 
característica principal, e o que torna possível como membrana, é o fato de possuir um grupo 
polar (grupo fosfato), hidrofílico e um grupo apolar (ácidos graxos) hidrofóbico. 
 
 
Glicerol 
Triglicerídeos 
FONTE: Lehgninger 
 
5 PRINCÍPIOS DE MICROBIOLOGIA 
 
A Microbiologia é a ciência que estuda os micro-organismos, sua bioquímica, biologia e 
interação com outros seres vivos. Os micro-organismos compreendem um imenso grupo com 
membros que podem ser encontrados em células únicas ou em agrupamentos celulares e que 
podem existir em praticamente todos os tipos de ambientes. Os membros deste grupo de estudo 
são todos seres microscópicos que podem ser encontrados nos Reinos Monera (bactérias) e 
Protista (protozoários), alguns no Reino Fungi (leveduras e bolores). Os micro-organismos 
podem ser diferenciados dos organismos multicelulares por serem autônomos realizando todos 
os seus processos vitais e se multiplicar, mesmo consistindo em uma única célula. 
 
 
 
 
 
A célula é a unidade básica do ser vivo, separa-se de outras pela membrana celular, 
que consiste em uma barreira física que separa o interior da célula do exterior e atua também 
como selecionador do que deve ou não entrar na célula, através de vários mecanismos de 
permeabilidade. Dentro da célula encontra-se o material genético, o DNA, que fica no núcleo ou 
nucleoide, e possui todas as informações para a formação e manutenção celular. Ocupando o 
interior da célula está o citoplasma, onde ficam todas as organelas que compõem a maquinaria 
celular. Essa é a composição básica de qualquer célula. 
 
FIGURA 54 
 
 
 
 
Você sabia? Que vários autores não consideram os vírus como seres vivos. Isto porque 
os vírus usam a maquinaria celular de outros seres vivos para reprodução e produção da 
própria constituição da partícula viral. 
Membrana Celular 
DNA 
Organelas 
Citoplasma 
FONTE: arquivo pessoal. 
 
5.1 ESTRUTURAS PROCARIONTES 
 
Dependendo do tipo de ser vivo, serão encontradas estruturas e composições 
diferentes. Existem basicamente dois tipos de organizações celulares: eucariotos e procariotos. 
A diferença entre eles é o modo como o material genético se encontra. No caso dos seres 
eucariotos o DNA está organizado em um núcleo. Já nos procariontes o núcleo encontra-se 
desorganizado, na realidade nem existe um núcleo propriamente dito, mas apenas o DNA ‘solto’ 
no citoplasma, são os seres vivos mais primitivos. O nosso foco serão as células procariotas, já 
que as bactérias, grupo dominante na microbiologia clínica, são procariontes. 
 
 
5.1.1 Membrana Citoplasmática 
 
Fina e flexível é a barreira que separa a parte interna da célula do meio exterior. A 
espessura gira em torno de 8nm, e se rompida à célula morre. As membranas biológicas são 
feitas de duas camadas de fosfolipídios, intercaladas por proteínas. O fosfolipídio é considerado 
um lipídio complexo porque tem associado ao lipídio uma molécula de fósforo, isso o torna 
anfipático, ou seja, tem uma parte hidrofóbica (lipídio) e uma hidrofílica (fósforo). 
 
FIGURA 55 
 
 
 
 
 
 
 
proteínas 
Molécula fosfolipídeo 
fosfolipídeos 
FONTE: Microbiologia de Brock 
 
 
5.1.2 Parede Celular 
 
A parede celular é a parte externa da célula procarionte. Sua estrutura é mais resistente 
do que a membrana, oferece proteção e é quem dá a forma bacteriana. Quanto à forma, as 
bactérias podem ser: cocos, bacilos, cocobacilos, vibrião, espirilo ou espiroqueta. Podem ser 
encontradas sozinhas ou em arranjos, quando em grupos. Veja a seguir algumas formas e 
arranjos comuns de bactérias. 
 
FIGURA 56 
 
 
 
 
 
 
 
5.1.3 Cílios e Flagelos 
 
Essassão as estruturas responsáveis pela locomoção de grande parte dos micro-
organismos. São muito finos, parecendo um fio de cabelo. Podem ser compridos e únicos (ou em 
pequeno número), no caso dos flagelos, ou curtos e numerosos, como os cílios. Um micro-
organismo pode possuir apenas um ou os dois tipos de estrutura e ao baterem milhares de 
vezes por minuto e em alta velocidade causam o deslocamento da bactéria. 
 
FIGURA 57 
FONTE: Alterado de <http://little-monsters-espaa.blogspot.com.br/2010/11/bacterias.html> 
 
 
FONTE: Alterado de http://pathmicro.med.sc.edu/fox/coli1.jpg. Acesso em: 16 mar.2012. 
 
 
5.1.4 Material Genético 
 
FIGURA 58 
 
 
 
 
 
 
 
O nucleoide, também conhecido por DNA bacteriano, consiste em uma única grande 
molécula de DNA com proteínas associadas, sem delimitação por membrana. 
 Nas bactérias, ainda como material genético, existem os plasmídeos, que são 
moléculas circulares de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA 
cromossômico. 
 
 
 
 
cílios 
flagelos 
DNA bacteriano plasmídeos 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Artigos_de
stacados/arquivo/Plasm%C3%ADdeo>. Acesso em: 26 
mar. 2012. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/DNA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula
http://pt.wikipedia.org/wiki/DNA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromossoma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromossoma
 
5.1.5 Componentes citoplasmáticos 
 
O citoplasma é uma solução aquosa que preenche o interior da célula bacteriana. Nele 
está o DNA, ribossomos e demais organelas. Os ribossomos são partículas de RNA e proteína 
e atuam na síntese proteica. Existem também grânulos ou inclusões, que podem variar de 
bactéria para bactéria quanto à composição, mas basicamente são reservas de energia ou de 
constituintes estruturais. 
 
 
5.2 NUTRIÇÃO E METABOLISMO 
 
Para que um ser vivo cresça, replique e tenha energia para todos os processos 
envolvidos em sua manutenção são necessárias várias reações químicas que podem ser 
chamadas de metabolismo. As reações metabólicas ocorrem tanto para a produção de energia 
– Catabolismo – quanto para o consumo de energia – Anabolismo. E é com base nestes 
conhecimentos que o cultivo celular em laboratório ocorre. Assim como nós precisamos de 
alimentos para nosso corpo ter energia e manter o metabolismo, as bactérias também. Para a 
manutenção de uma cultura de bactérias precisamos alimentá-las com nutrientes. Nem todos os 
nutrientes são necessários nas mesmas quantidades, alguns são necessários em grandes 
quantidades – Macronutrientes – enquanto outros, apenas com traços, são suficientes – 
Micronutrientes. A seguir estão alguns exemplos de Macro e Micronutrientes. 
 
 
 
FIGURA 59 
 
 
 
5.3 CRESCIMENTO MICROBIANO 
 
Em microbiologia, crescimento pode ser entendido como aumento no número de 
células. A célula bacteriana é capaz de se duplicar e na maioria dos micro-organismos ocorre 
por fissão binária. A medição desse crescimento por unidade de tempo é chamada de taxa de 
MACRO Nutrientes Função celular 
Carbono (C) 50% da constituição celular 
Nitrogênio (N) 12% da constituição celular (aminoácidos) 
Fósforo (P) Componente dos ácidos nucléicos e fosfolipídios 
Enxofre (S) Componente de aminoácidos 
Potássio (K) Componente de várias enzimas 
Magnésio (Mg) Componente de membranas, ácidos nucléicos e enzimas 
Cálcio (Ca) Componente de membranas e esporos. 
Ferro (Fe) Papel chave na respiração, nos citocromos e proteínas. 
MICRO Nutrientes Função celular 
Cobalto (Co) Constituição de vitaminas 
Cobre (Cu) Participação na respiração 
Manganês (Mn) Ativador de enzimas 
Zinco (Zn) Atuação na replicação celular 
 
crescimento. Cada célula gera outras duas novas células, este intervalo de tempo é chamado 
de geração e, o tempo necessário para que isso ocorra de tempo de geração. Este tempo é 
variável de um organismo para outro, algumas bactérias levam dias para se dividir enquanto 
outras, em questão de minutos se multiplicam, já a maioria das bactérias leva de 1 a 3 horas 
para se duplicar. Este tempo também depende da qualidade e condições do ambiente. Em um 
meio de cultura com os nutrientes adequados, quantidade suficiente, e com umidade e 
temperaturas ideais, levarão a cultura de bactérias ao seu desenvolvimento máximo. 
 
5.3.1 Ciclo de Crescimento 
Como já vimos, cada célula dá origem a 2 células filhas e por isso o padrão de aumento 
populacional é exponencial. Entretanto, existem fases no crescimento bacteriano em que não 
são tão aceleradas. Quando uma população microbiana é inoculada em um novo meio (natural 
ou em laboratório), o crescimento não se inicia de imediato. Isso porque o organismo precisa de 
um período para adaptação, a este período damos o nome de Fase lag. A fase seguinte é a 
Fase exponencial, onde as células encontram-se em seu pico de multiplicação. Depois de um 
período de crescimento acelerado há certa estabilização na população microbiana e isso 
acontece porque chega um período em que as células, assim como se dividem e ‘nascem’, outro 
tanto de células também morrem e somado à limitação da capacidade de nutrientes e espaço 
disponível, o crescimento chega a uma Fase estacionária ou platô. Se uma população que 
atingiu a fase estacionária permanecer nestas condições sem acréscimo de nutrientes, depois de 
um tempo haverá um maior número de morte celular do que de novas células, a esta fase, dá-se 
o nome de Fase de morte ou declínio. 
FIGURA 60 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal. 
Fase lag 
Fase exponencial 
Fase estacionária 
(platô) 
Fase de morte 
(declínio) 
Número de 
células 
Tempo 
 
 
 
6 PRINCÍPIOS DE HEMATOLOGIA 
 
O sangue apresenta duas fases, uma líquida e uma sólida. A fase líquida é o plasma 
e a fase sólida é composta pelos chamados elementos figurados, que são os glóbulos 
vermelhos e brancos e as plaquetas. De forma geral o sangue é responsável pela nutrição de 
todas as células do corpo, pela defesa contra agentes desconhecidos e pela manutenção 
estrutural dos tecidos (cicatrização). 
 
 
6.1 PLASMA 
 
A parte líquida do sangue é o plasma, um líquido denso amarelado com composição 
de 90% de água e 10% de proteínas, carboidratos, ácidos graxos, vitaminas, minerais, 
hormônios e eletrólitos que possuem fundamental importância para a nutrição e manutenção das 
atividades celulares. 
 
 
6.2 HEMÁCIAS 
 
 FIGURA 61 
 
 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.topnews.in/health/new-finding-may-pave-
 
 
way-improved-diabetes-treatment-23294>. Acesso em 26 mar. 2012. 
 
 
As hemácias, também conhecidas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, são as células mais 
abundantes no sangue. É devido à hemoglobina, presente nas hemácias, que o sangue possui 
sua cor vermelha característica. É ela também a responsável pelo transporte do oxigênio e gás 
carbônico. A hemácia, nos mamíferos, não possui núcleo e tem um formato de disco bicôncavo. 
Seu tamanho varia de 6 a 8,5 micrômetros. As hemácias, assim como todos os elementos 
figurados do sangue, são produzidos pela medula óssea e sua vida média é de 120 dias. A 
escassez de glóbulos vermelhos é o motivo da anemia e o excesso destas células é chamado de 
policitemia. 
 
 
 
6.3 LEUCÓCITOS 
Os leucócitos, ou glóbulos brancos, são as células representantes do sistema imune do 
organismo. São eles que defendem o corpo do ataque e presença de agentes agressores ou 
tóxicos. Os leucócitos são divididos em dois principais grupos: granulócitos e agranulócitos, de 
acordo com a presença ou não de grânulos no citoplasma. Os granulócitos, por sua vez, estão 
divididos em: neutrófilos, eosinófilos e basófilos e os agranulócitos podem ser monócitos ou 
linfócitos. 
FIGURA 62 
 
 
 
Você sabia? Que os homens possuem mais hemácias do que as mulheres. Enquanto o 
valor normal, para mulheres adultas, é de 4 a 5 mil hemácias por microlitrode sangue os 
homens podem ter até 6 mil hemácias por microlitro. 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <ap-imune.webuda.com/>. Acesso em: 27 fev. 2012 
 
Normalmente uma pessoa sadia apresenta de 6000 a 8000 leucócitos por ml de sangue. 
Os leucócitos são produzidos e armazenados na medula óssea e são liberados na corrente 
sanguínea apenas quando necessário e tem uma vida útil de 2 a 3 dias. 
 
6.4 PLAQUETAS 
 
As plaquetas são pedaços de células com formato arredondado formados a partir de 
um megacariócitos, que é uma célula gigante produzida na medula óssea e fragmentada. A cada 
ml são encontrados de 150 a 400 mil plaquetas em um indivíduo saudável, e cada plaqueta 
possui uma vida média de 10 dias. Possuem papel fundamental na formação de coágulos, 
graças a sua propriedade de adesão e agregação umas com as outras. Além disso, liberam 
outras substâncias participantes do processo de coagulação sanguínea, tais como enzimas e 
hormônios com propriedades coagulantes e vasodilatadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://ap-imune.webuda.com/
 
 
 
 
7 PRINCÍPIOS DE IMUNOLOGIA 
 
Imunidade é a proteção de nosso corpo contra doenças. O chamado sistema imune 
atua contra qualquer invasor, que pode ser um microrganismo infeccioso ou mesmo uma 
substância estranha ao organismo, como macromoléculas, proteínas ou polissacarídeos não 
reconhecidos pelo sistema. 
 
 
7.1 IMUNIDADE INATA 
 
Logo no início de uma infecção a imunidade inata – ou natural – é quem reage em 
defesa do organismo, isso porque ela já está presente no organismo antes de qualquer invasor 
chegar. A imunidade inata consiste em mecanismos que existem antes da infecção, que são 
capazes de rápidas respostas aos micro-organismos e que, reagem essencialmente do mesmo 
modo às infecções repetidas. A imunidade inata é ativada por estruturas comuns presentes nos 
micro-organismos, que podem ser semelhantes a outras substâncias estranhas. 
São componentes deste tipo de imunidade fatores físicos, químicos e biológicos. 
 
 
7.1.1 Fatores Físicos 
 
São barreiras mecânicas à invasão de agentes não desejados. A pele é nossa primeira 
linha de defesa, agindo como um muro de proteção devido sua impermeabilidade. A região do 
interior do nariz possui pelos que juntamente com o muco produzido agem como uma ‘cola’ onde 
partículas ficam presas. 
 
 
 
 
7.1.2 Fatores Químicos 
 
Substâncias antimicrobianas são secretadas pelo nosso organismo como sistema de 
defesa. São exemplos deste mecanismo a presença de lisozimas e fosfolipases na lágrima, 
saliva e muco nasal, que são inibidoras do crescimento bacteriano, o pH do estômago é 
altamente ácido o que reduz drasticamente as condições de vida de microrganismos neste meio. 
 
 
7.1.3 Fatores Biológicos 
 
Proteínas do sangue regulam e coordenam atividades do sistema imunológico e 
existem também células brancas, neutrófilos e macrófagos, que fagocitam agentes intrusos, 
além de células matadoras naturais (natural killers) que matam as próprias células hospedeiras 
quando invadidas por micro-organismos. 
 
 
7.2 IMUNIDADE ADQUIRIDA 
 
Após este primeiro contato, o sistema imune tem outra resposta tardia, mais complexa 
e específica, a imunidade adquirida. Os componentes da imunidade adquirida são os linfócitos 
e seus produtos. Esta imunidade é específica contra diferentes tipos de invasores e é aumentada 
a cada exposição repetida destes agentes porque possui uma memória imunológica. 
Existem dois tipos de resposta imune adquirida: imunidade humoral e imunidade 
celular. A imunidade humoral é mediada pelos anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B. 
Os anticorpos reconhecem, se ligam aos agentes invasores, neutraliza-os e os ‘marcam’ para 
 
que sejam eliminados posteriormente. Já a imunidade celular é mediada pelos linfócitos T. Sua 
ação consiste em destruir os micro-organismos que invadem os fagócitos e outras células do 
hospedeiro. 
A imunidade adquirida também pode ser dividida em imunidade ativa e passiva. A 
imunidade ativa ocorre quando o sistema imune do indivíduo entra em contato com o micro-
organismo ou substância estranha, e reage produzindo anticorpos e células imunes. Esse tipo de 
imunidade pode durar por vários anos. A vacinação é um exemplo de imunidade ativa. Quando 
um anticorpo ou linfócito específico é transferido para o organismo este é chamado de 
imunidade passiva. Este tipo de imunidade produz uma ação temporária, com rápida e eficiente 
proteção. Um exemplo desse tipo de imunidade é a transferência de anticorpos da mãe para o 
feto. Esses dois tipos de imunidade geram proteção ao indivíduo, porém, no caso da imunidade 
passiva não há constituição de memória imunológica, pelo fato dos anticorpos não terem sido 
produzidos neste organismo. 
 
 
7.3 ANTICORPOS E ANTÍGENOS 
 
Os anticorpos são glicoproteínas produzidas pelos linfócitos B. Depois de sintetizados 
os anticorpos, também conhecidos como imunoglubulinas, podem ficar presos aos linfócitos B ou 
secretados. Os anticorpos ligados à membrana do linfócito funcionam como mediadores da 
imunidade humoral, servindo como ponte de ligação com os agentes infecciosos. Quando a 
parte sólida do sangue e o plasma são separados, resta o que chamamos de soro, que é onde 
ficam os anticorpos secretados pelos linfócitos, por isso, o estudo dos anticorpos e suas reações 
com antígenos é chamada de sorologia. 
São chamados de antígenos ou imunógenos, as moléculas ou macromoléculas, que se 
ligam especificamente aos anticorpos, desencadeando uma resposta imune do organismo. No 
caso de antígenos macromoleculares a região ou regiões que se ligam ao anticorpo são os 
epítopos. Estes epítopos podem ser uma proteína, um carboidrato, um lipídio ou até mesmo um 
ácido nucleico. 
A ligação antígeno-anticorpo funciona como um sistema de encaixe molecular, como 
uma interação chave-fechadura altamente específica. Apesar disso, podem ocorrer reações 
 
cruzadas, em que o anticorpo pode reconhecer uma molécula muito semelhante ao antígeno 
original. Abaixo está uma figura representando um anticorpo e um antígeno ligados. Perceba 
como apenas um dos antígenos exemplificados possui encaixe perfeito no sítio de ligação do 
anticorpo. 
 
FIGURA 63 
 
 
 
 
 
 
Exercícios de Fixação: 
 
3 O termo que preenche corretamente a lacuna é: 
_____________ são macromoléculas biológicas que fazem parte da estrutura dos seres vivos, 
estão em todas as células e são os instrumentos moleculares pelos quais a informação genética 
é expressa. 
a) Lipídios 
b) Proteínas 
c) Carboidratos 
d) Enzimas 
e) Monossacarídeos 
 
Antígenos
Antígeno
Sítio de ligação
ANTICORPO
Ligação ‘chave-fechadura’
Antígenos
Antígeno
Sítio de ligação
ANTICORPO
Ligação ‘chave-fechadura’
FONTE: Disponível em: <wikipedia.org>. Acesso em: 27 fev.2012. 
 
4 Em relação aos conceitos aprendidos em microbiologia assinale verdadeiro ou falso dentre as 
abaixo citadas. 
( ) A diferença entre os eucariotos e procariotos é que os procariotos possuem vacúolos e os 
eucariotos não. 
( ) A membrana plasmática é fina e flexível e se rompida a célula morre. 
( ) Macronutrientes são assim chamados devido ao tamanho das moléculas que os compõem. 
( ) Fase lag é o período de tempo em que os micro-organismos estão com o crescimento mais 
acelerado. 
 
5 Faça a correlação correta: 
a) Forma a fase líquida do sangue 
b) Forma a fase sólida do sangue 
c) Células atuantes no sistema imunológico 
d) Pedaços de células que atuam na coagulação sanguínea 
 
I - plaquetas 
II - leucócitos 
III - plasma 
IV - elementos figurados 
 
6 Múltipla escolha 
O que é imunidade humoral? 
a) A imunidade humoral é aquela na qual os anticorpos se ligam aos agentes invasores, 
neutraliza-os e os ‘marcam’ para que sejam eliminados posteriormente. 
b) A imunidade humoral é aquela mediada pelos linfócitos T, e consiste na destruição dos micro-organismos que invadem os fagócitos e outras células do hospedeiro. 
 
c) A imunidade humoral é aquela que ocorre quando o organismo está debilitado e os linfócitos T 
atacam agentes invasores. 
d) A imunidade humoral é aquela onde um anticorpo ou linfócito específico é transferido para o 
organismo. 
 
Respostas 
3 – B 
4 – F; V; F; F; 
5 – A – plasma / B – elementos figurados / C – leucócitos / D – plaquetas. 
6 – A 
 
 
 
 
 
 
 
8 INTRODUÇÃO 
 
A qualidade de um resultado diretamente ligada às técnicas empregadas no dia a dia. 
Muitos são os fatores que podem alterar esta qualidade e até mesmo fornecer resultados 
imprecisos e errados. A qualidade dos reagentes e da amostra colhida, a manutenção e 
calibração dos equipamentos e materiais utilizados, a técnica utilizada e como o operador realiza 
as análises são exemplos destas variáveis. Não adianta um laboratório ter uma boa quantidade 
de amostra, os mais caros e avançados equipamentos se o operador, ou técnico, estiver 
destreinado realizando as análises sem cuidado e técnica apropriada. Por isso a seguir 
estudaremos as técnicas e modos corretos de operação dos equipamentos fundamentais 
encontrados nos laboratórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 TÉCNICAS DE PIPETAGEM E MICROPIPETAGEM 
 
A coisa que mais fazemos em um laboratório é medir volumes. Existem inúmeros 
instrumentos para esta finalidade: balão volumétrico, béquer, erlenmeyer, mas os mais usados e 
que exigem maior técnica são as pipetas e micropipetas. 
 
 
9.1 PIPETAS 
 
Como já vimos no primeiro módulo Existem dois tipos de pipetas: graduadas e 
volumétricas. As pipetas volumétricas possuem uma dilatação no centro do corpo da pipeta que 
a torna mais precisa e possui apenas uma opção de volume, o volume total. As pipetas 
graduadas são as mais comuns e possuem uma graduação indicativa do volume. Na parte 
superior da pipeta estão informações auxiliares como: volume total da pipeta, qual volume 
corresponde cada traço da graduação e temperatura máxima que pode ser submetida. Nesta 
pipeta da figura abaixo, por exemplo, é uma pipeta de 25 ml onde cada traço corresponde a 0,1 
ml e pode chegar até 20ºC sem problemas. 
FIGURA 64 
FONTE: 
Disponível em: 
 
volumétrica graduada 
 
<http://t.r4.com.br/templates/casaq/www.casadaquimica.com/SUB/detalhe/8321/>. Acesso em: 
14 mar. 2012. 
Esses são detalhes que precisamos prestar atenção antes de escolher a pipeta, 
dependendo para que iremos utilizar. É aconselhável, antes de iniciar um procedimento, verificar 
quais volumes terão de ser pipetados e escolher a pipeta com volume mais próximo e com a 
graduação correta. No caso de em uma análise for necessário pipetar 3 ml de um reagente e 7 
ml de outro então o adequado é usar uma pipeta de 5 ml e outra de 10 ml. Uma dúvida 
recorrente é quando o volume necessário é ‘quase’ o de uma pipeta, por exemplo, uma 
pipetagem de 10,5 ml. O que fazer neste caso? O correto é usar uma pipeta com volume maior 
mais próxima. Se só tiver a de 20 ml, deverá ser essa a opção. Algumas vezes a pipeta precisa 
ser esterilizada, em autoclave, a temperatura chega a 121ºC, neste caso é necessário escolher 
uma pipeta que resista tanto sua integridade quanto sua calibração, a altas temperaturas. 
Sempre use pipetas sem pontas ou partes quebradas, limpas e secas. Também se usa colocar 
um pequeno chumaço de algodão hidrofóbico na extremidade superior da pipeta como uma 
espécie de filtro de proteção. 
A pipetagem consiste em aplicar uma pressão negativa na abertura superior da pipeta 
para a sucção de líquidos. É expressamente proibido pipetar com a boca e também nem há 
necessidade, pois existem no mercado vários tipos e modelos de dispositivos auxiliares para 
pipetas. 
 
FIGURA 65 
 
 
Pipetador tipo pipump 
FONTE: compresaude.com.br 
Pipetador tipo pipetaid 
FONTE: ciencor.com.br 
Pêra 
FONTE: taroa.com.br 
 
Ao pipetar uma solução sempre se enche a pipeta até seu volume máximo e então é 
feita a dispensa do líquido até ao volume desejado. O operador deve olhar de frente para a 
marcação, em linha reta, para verificar se o volume está na marcação. Quando um líquido está 
em um recipiente cilíndrico ele não fica em linha reta, há uma espécie de curva, a parte inferior 
desta é o menisco. Quando medimos um líquido os olhos devem estar na altura do menisco e a 
pipeta deve estar verticalmente reta. 
 
FIGURA 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: kontrol-kalidad.blogspot.com FONTE: juntadeandalucia.es 
 
 
9.2 MICROPIPETAS 
 
As micropipetas são utilizadas para volumes pequenos, em torno de 1 a 1000ul 
(microlitros). Existem micropipetas para diversas faixas de volume e usam ponteiras descartáveis 
para cada pipetagem. Existem as micropipetas monocanal que utilizam uma ponteira de cada 
vez e micropipetas multicanal que são usadas para trabalhar em microplacas ou tiras de 
microtubos, com várias ponteiras (em geral de 8 a 12) de cada vez. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem dois estágios no embolo da micropipeta que dependendo da modalidade de 
pipetagem (direta ou reversa) é usado. 
 
 
FIGURA 68 
 
 
 
 
 
 
FONTE: tudolab.com.br 
Micropipeta 
Monocanal 
Micropipeta 
Multicanal 
Micropipeta 
Multicanal 
1ºestágio
2ºestágio
Fonte: frilabo.pt
embolo
1ºestágio
2ºestágio
Fonte: frilabo.pt
1ºestágio
2ºestágio
1ºestágio
2ºestágio
Fonte: frilabo.pt
embolo
 
9.2.1 Pipetagem Direta 
É o modo padrão de pipetagem, usada para amostras com viscosidade normal. Na 
pipetagem direta, primeiro esvazia-se o ar da ponteira apertando o embolo até o 1º estágio e 
leva-se a ponteira, com o embolo ainda apertado, até metade do líquido que será pipetado. Em 
seguida se solta lentamente o embolo até o preenchimento da ponteira. Para transferir, com o 
recipiente receptor inclinado, colocar a ponteira até o meio do tubo e apertar o embolo até o final 
(2º estágio), dispensando lentamente todo o líquido e só quando estiver fora do líquido, solta o 
embolo. 
 
FIGURA 69 
 
 
 
9.2.2 Pipetagem Reversa 
 
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃO TRANSFERÊNCIA ESGOTAMENTO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 1º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado
Apertar o embolo até
o 2º estágio -
devagar
Soltar 
completamente o 
embolo – fora do 
líquido
Fonte: adaptado de Infotec - Labtest
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃO TRANSFERÊNCIA ESGOTAMENTO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 1º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado
Apertar o embolo até
o 2º estágio -
devagar
Soltar 
completamente o 
embolo – fora do 
líquido
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃO TRANSFERÊNCIA ESGOTAMENTO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 1º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado
Apertar o embolo até
o 2º estágio -
devagar
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃO TRANSFERÊNCIA ESGOTAMENTO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 1º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado
Apertar o embolo até
o 2º estágio -
devagar
Soltar 
completamente o 
embolo – fora do 
líquido
Fonte: adaptado de Infotec - Labtest
 
Esta modalidade de pipetagem é utilizada mais frequentemente para amostras densas, 
difíceis de pipetar. Antes de imergir a ponteira no líquido aperta-se o embolo até o 2º estágio e 
então, dentro do líquido, solta-se o embolo totalmente. Colocar em seguida a ponteira dentro do 
recipiente de transferência ligeiramente inclinado e soltar o embolo até o 1º estágio, lentamente. 
 
FIGURA 70 
 
 
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃOTRANSFERÊNCIA RE-ASPIRAÇÃO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 2º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado e 
apertar até o 1º
estágio
Se for aspirar outro 
líquido, manter 
pressionado no 1º
estágio 
Depois de pipetar, 
soltar 
completamente o 
embolo – fora do 
líquido e se não for 
mais pipetar 
descartar a ponteira
Fonte: adaptado de Infotec - Labtest
2º estágio
1º estágio
PREPARAÇÃO ASPIRAÇÃO TRANSFERÊNCIA RE-ASPIRAÇÃO REPOUSO
Segurar o embolo 
até o 2º estágio –
fora do líquido 
Soltar o embolo –
dentro do líquido
Inserir ponteira 
dentro do recipiente 
receptor inclinado e 
apertar até o 1º
estágio
Se for aspirar outro 
líquido, manter 
pressionado no 1º
estágio 
Depois de pipetar, 
soltar 
completamente o 
embolo – fora do 
líquido e se não for 
mais pipetar 
descartar a ponteira
Fonte: adaptado de Infotec - Labtest
 
 
 
10 USO DE CAPELA E CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
 
 
10.1 CAPELA 
FIGURA 71 
 
 
 
 
 
 
 
F
ONTE: Disponível em: <http://www.lmf.df.ufscar.br/images/capela.JPG>. Acesso em: 15 mar. 
2012. 
 
Como já vimos anteriormente Capelas são câmaras para manipulação de reagentes e 
substâncias tóxicas e voláteis. Os frascos contendo estes reagentes devem ser abertos apenas 
dentro da Capela, com o sistema de exaustor ligado e com a tampa frontal parcialmente aberta, 
com espaço suficiente apenas para colocar os braços dentro. Apesar de estar trabalhando 
dentro da capela com os reagentes tóxicos e perigosos ainda é obrigatório o uso de EPI para 
este tipo de manipulação, como óculos de segurança, luvas e dependendo do tipo de produto, se 
muito concentrado e/ou tóxico, até máscara com sistema de filtração. 
 
 
 
 
 
 
10.2 CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
 
As Cabines de Segurança Biológica (CBS) tem por objetivo proteger o operador, o 
meio ambiente e as amostras manipuladas. Há vários níveis de CBS que dependem do grau de 
segurança necessário e nível de periculosidade dos agentes biológicos envolvidos nas 
atividades. A seguir conheceremos quais são os tipos existentes de Cabines de Segurança 
Biológica. 
 
 
10.2.1 CBS Classe I 
 
O ar é sugado para a cabine através da abertura frontal, circula pelo seu interior e 
depois é eliminado por um condutor que fica na parte de trás da cabine, passando antes por um 
filtro especial – filtro HEPA. Quando manipulamos meios líquidos e amostras podemos gerar 
aerossóis que consiste no desprendimento de partículas microscópicas contendo os agentes 
infecciosos – vírus, bactérias, etc. 
O sistema das cabines de segurança faz o ar no interior da cabine circular, evitando 
dessa forma que estes aerossóis e que os agentes infectantes permaneçam na cabine. 
FIGURA 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
A: Abertura frontal 
B: Painel de observação 
C: Filtro exaustor HEPA 
FONTE: Manual de Segurança Biológica OMS. 
 
 
10.2.2 CBS Classe II 
 
As câmaras da Classe II diferem das anteriores por proteger também o interior da 
cabine de contaminações externas. O ar que entra na cabine passa antes por um filtro do tipo 
HEPA e assim tanto operador quanto amostras são protegidas de contaminações. Neste sistema 
70% do ar é recirculado dentro da cabine e 30% é expelido, depois de passar por outro filtro 
HEPA. As CBS Classe II são adequadas para a manipulação de agentes dos grupos de rico 2 e 
3. 
 
FIGURA 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem quatro tipos de CBS da Classe II : A1, A2, B1 e B2. A diferença entre eles está 
na quantidade de ar recirculado e a velocidade de captação externa do ar. Sendo que as CBS 
Classe II dos tipos B possuem no máximo 30% de recirculação do ar. 
FONTE: Manual de Segurança Biológica OMS. 
 
A: Abertura frontal 
B: Painel de observação 
C:Filtro exaustor HEPA 
D:Conduta traseira 
E:Filtro HEPA de abastecimento 
 
 
 
FIGURA 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2.3 CBS Classe III 
 
Esse tipo de cabine oferece a maior proteção para o operador e é o tipo indicado para 
uso com agentes biológicos do grupo de risco 4. O ar expelido da cabine passa por um sistema 
de filtração com 2 filtros HEPA e atua com pressão negativa, ou seja, nenhum ar sai da cabine a 
não ser pelo sistema de filtragem. A manipulação na CBS Classe III costuma ser realizada com 
luvas grossas de borracha presas a mangas na parte frontal da cabine, sendo essa totalmente 
vedada. 
 
 
 
 
FONTE: Manual de Segurança Biológica OMS. 
A: Abertura frontal 
B: Painel de observação 
C:Filtro exaustor HEPA 
D: Filtro 
de admissão HEPA 
 
 
 
FIGURA 75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3 TRABALHANDO COM CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA 
 
Independente da Classe de segurança alguns cuidados são necessários antes, durante 
e após a operação na Cabine de Segurança Biológica, para a garantia da qualidade do trabalho 
e segurança do meio ambiente e operador. 
 
 
10.3.1 Luz ultravioleta 
 
A: Porta-luvas (cobrindo o braço todo) 
B: Painel de observação 
C: Filtros exaustores HEPA duplos 
D: Filtros de admissão HEPA 
FONTE: Manual de Segurança Biológica OMS. 
 
A maioria das cabines possui lâmpadas de luz ultravioleta que servem para 
esterilização antes e após o uso da cabine. Essa lâmpada deve ficar acesa de 15 a 30 minutos 
apenas. É preciso ter uma planilha para anotação acumulativa das horas utilizadas, pois, este 
tipo de lâmpada possui um período de vida útil e após este tempo não tem mais o mesmo poder 
de ação esterilizante. Também não se deve olhar diretamente para a luz ultravioleta e nem usar 
a cabine com ela acessa, pois ela pode queimar a pele e córnea, sendo recomendado que 
quando esta luz estiver acesa evitar ficar por perto. 
 
 
10.3.2 Limpeza 
 
A limpeza da cabine deve ser realizada antes do uso, antes de ligar a luz ultravioleta e 
após o uso, após o período de esterilização com a luz ultravioleta. A limpeza deve ser realizada 
com algodão ou gaze embebido em álcool 70%. Em casos especiais, quando há uso com 
agentes biológicos de maior risco, deve-se primeiro efetuar uma limpeza com hipoclorito de 
sódio diluído e depois um enxágue com água no mínimo destilada, terminando a limpeza com 
álcool 70%. Uma vez por semana, ou em menos tempo dependendo do uso da cabine, deve ser 
feita uma limpeza mais profunda. Nesta limpeza profunda toda a área de trabalho deve ser 
lavada com água e sabão neutro e enxaguada. Em qualquer processo de limpeza deve-se ter 
muito cuidado para não molhar e estragar os filtros HEPA. O enxágue deve ser feito de forma 
delicada, não jogando água, mas sim com o auxílio de uma esponja ou pano, exclusivos para 
esta finalidade ou com gaze e algodão. 
 
 
10.3.3 Cuidados durante operação CBS 
 
Depois de limpar, passar álcool 70% e ligar a luz ultravioleta, o motor da cabine deve 
ser ligado e permanecer em repouso por 15 a 30 minutos antes do uso. Este repouso é 
necessário para que haja uma renovação do ar dentro da cabine, garantindo desta forma que o 
ar interno ao início do procedimento esteja estéril. 
 
Todo o sistema da cabine tem como princípio a circulação de ar, há uma ‘cortina’ de ar 
na abertura frontal que evita a entrada de ar que não seja previamente filtrado. Por isso não 
pode haver circulação de pessoas na frente da CBS, a cabine deve ser posicionada, dentro do 
laboratório, de forma a evitar este tipo de situação, evitando, por exemplo, colocá-la em frente a 
uma porta. O operador também não pode trabalhar com movimentos bruscos, para evitar a 
‘quebra’ desta cortina de ar, devendo, inclusive, aguardar alguns minutos depois de organizar os 
materiais e já com as mãos dentro da cabine. 
Todo material que será utilizado dentro da cabine deve ser previamente desinfetado de 
alguma forma. O mais comum é embeber todo o material com álcool 70% antes de colocá-los 
dentro da cabine. As vidrarias e insumos

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