Buscar

Gestão De Conhecimento (83)

Prévia do material em texto

R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 93 
 
Gestão do conhecimento: uma ferramenta de gestão 
 
Luana Tressoldi Rodrigues1 
Thais de Lima Silveira1 
Fabiana Pereira Rosa2 
 
Este ensaio teórico apresenta uma pesquisa que teve como objetivo estudar o 
conhecimento como ferramenta de gestão. O conhecimento sempre foi utilizado, 
mas a partir dos anos 90, teve um enfoque maior com o surgimento da gestão do 
conhecimento, que visa melhorar o desempenho organizacional através do 
conhecimento tácito e explícito, para atingir suas metas e objetivos. Neste contexto, 
são apresentados no presente estudo os conceitos fundamentais sobre 
conhecimento e gestão do conhecimento, buscando dar sustentação a 
implementação e as vantagens e desvantagens da gestão do conhecimento nas 
organizações atuais. Com essa pesquisa, chegou-se a conclusão de que é preciso 
que a empresa não perca o conhecimento transmitido por seus colaboradores, 
fazendo com que fique armazenado, de forma que se possa utilizá-lo na 
organização. Sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas 
mudanças fizeram com que as empresas, de um modo geral, precisassem adequar 
sua forma de atuação, no intuito de se manterem competitivas em seu mercado 
(SANTIAGO JUNIOR, 2004). O conhecimento é a matéria-prima mais importante e a 
fonte mais importante de valor agregado (STEWART, 2002). O novo conhecimento 
começa sempre com o indivíduo (NONAKA; TAKEUCHI, 2008). 
 
Segundo Terra (2005), pode-se dizer que a gestão do conhecimento, como hoje é 
entendida, foi uma decorrência de algumas mudanças significativas ocorridas na 
última década. A gestão do conhecimento envolve principalmente, a incorporação de 
um novo “raciocínio e foco gerencial” na dimensão ou recurso conhecimento. Para 
Boog (2001), gestão do conhecimento é o processo de criar, captar e utilizar o 
conhecimento para aprimorar o desempenho organizacional. 
 
 
1
 Acadêmicas do curso de Administração – FACOS/CNEC. 
2
 Professora orientadora. 
 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 94 
 
Hoje, o olhar empresarial também está voltado para o capital intelectual, ou seja, 
para as pessoas. A importância dada a elas – suas capacidades criativas, 
motivações, competências e conhecimentos – é sentida como um diferencial e uma 
oportunidade para as empresas crescerem mais. Para as empresas, a gestão do 
conhecimento pode ser de grande valia, pois contribui para a geração de valor, 
otimização das operações e para melhora do atendimento ao cliente final (SAITO, 
2012). 
 
Para Fleury; Oliveira Junior (2002), embora a disseminação e o compartilhamento do 
conhecimento sejam comuns por todos na empresa, existem também conjuntos de 
conhecimentos pertencentes somente a alguns indivíduos, a pequenos grupos ou 
áreas funcionais. Para tornar o conhecimento acessível a toda à organização, as 
empresas buscam codificá-lo e simplificá-lo. O compartilhamento de conhecimento 
só ocorre quando os costumes sociais o propiciam, e isso pode tornar-se uma 
barreira para a gestão do conhecimento, já que o recurso conhecimento é escasso 
(LARA, 2004). 
 
O conhecimento se não for combinado de diversas maneiras, não será possível criar 
novos conhecimentos a partir de conhecimentos existentes. A gestão do 
conhecimento trabalha no sentido de explicitar o conhecimento das pessoas, 
transferindo-o para suportes ou mídias compartilháveis. A gestão do conhecimento 
busca estimular a criação, a captação, a organização, a difusão, o uso e a 
exploração do conhecimento organizacional, com isso traz benefícios para as 
organizações em diferentes dimensões, como a inovação, a continuidade do negócio 
e o aumento da eficiência e da eficácia (CAMPOS, 2013). 
 
O ensaio teórico está estruturado de forma que a fundamentação teórica sobre 
conhecimento, gestão do conhecimento e prós e contas da gestão do conhecimento, 
está estruturada no segundo capítulo. Posteriormente, o terceiro capítulo traz as 
considerações finais do estudo. 
 
 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 95 
 
Conhecimento 
 
Para Barros (1996) apud Carbone (2009), o conhecimento é uma preocupação 
humana desde os tempos mais remotos. Nonaka; Takeuchi (2004) afirmam que em 
uma economia onde a única certeza é a incerteza, apenas o conhecimento é fonte 
segura de vantagem competitiva. Quando os mercados mudam, as tecnologias 
proliferam, os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos da 
noite para o dia, as empresas de sucesso são aquelas que, de forma consistente, 
criam novos conhecimentos, disseminam-nos profusamente em toda a organização 
e rapidamente os incorporam em novas tecnologias e produtos. 
 
Ao contrário dos estoques financeiros, de recursos naturais ou mesmo de mão de 
obra não qualificada, o valor econômico do recurso conhecimento não é tão 
facilmente compreendido, classificado e medido. É um recurso invisível, intangível, e 
difícil de imitar. Uma de suas características mais fundamentais, porém, é o fato de 
esse recurso ser altamente reutilizável, ou seja, quanto mais utilizado e difundido, 
maior seu valor (TERRA, 2005). 
 
O conhecimento é fluido e ao mesmo tempo formal. Também é intuitivo, portanto 
não é possível capturá-lo ou compreendê-lo em termos totalmente lógicos e 
racionais. O conhecimento existe dentro das mentes das pessoas, e faz parte da 
imprevisibilidade e complexidade do ser humano. O conhecimento é ação e pode e 
deve ser avaliado pelas decisões e ações as quais ele conduz (BOOG, 2001). 
 
Para o êxito da gestão da empresa orientada ao conhecimento é decisivo saber 
como se cria o processo de converter o conhecimento individual em coletivo e o 
conhecimento coletivo em individual (NORTH, 2010). As contradições, as 
inconsistências, os dilemas, as dualidades, as polaridades, as dicotomias, e as 
oposições não são alheios ao conhecimento, pois o conhecimento em si é formado 
por dois componentes dicotômicos e aparentemente opostos - isto é, o 
conhecimento explícito e o conhecimento tácito (NONAKA; TAKEUCHI, 2004). 
 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 96 
 
Nonaka e Takeuchi (1997) definiram conhecimento tácito e explícito da seguinte 
maneira: 
 
 Conhecimento tácito: é altamente pessoal e difícil de formalizar, o que 
dificulta sua transmissão e compartilhamento com outros. Conclusões, 
insights e palpites subjetivos incluem-se nessa categoria de conhecimento. 
Além disso, o conhecimento tácito está profundamente enraizado nas ações e 
experiências de um indivíduo bem como em suas emoções, valores ou ideais. 
 
 Conhecimento explícito: pode ser expresso em palavras e números, e 
facilmente comunicado e compartilhado sobre a forma de dados brutos, 
fórmulas científicas, procedimentos codificados ou princípios universais. 
Pode ser facilmente “processado” por um computador, transmitido 
eletronicamente ou armazenado em banco de dados. 
 
A distinção entre conhecimento tácito e explícitosugere quatro padrões básicos de 
criação de conhecimento em qualquer organização (ELSEVIER, 2000). A espiral do 
conhecimento é amplificada à medida que passam para os níveis ontológicos, do 
indivíduo para o grupo e, então, para a organização. Cada modo do processo SECI 
conforme figura 1, envolve uma combinação diferente das entidades de criação do 
conhecimento. Esses quatro modos diferentes de conversão do conhecimento são: 
socialização, externalização, combinação e internalização (NONAKA; TAKEUCHI, 
1997): 
 
 Socialização: de conhecimento tácito em conhecimento tácito, é um processo 
de compartilhamento de experiências e, a partir daí, da criação do 
conhecimento tácito, como modelos mentais ou habilidades técnicas 
compartilhadas. Um indivíduo pode adquirir conhecimento tácito diretamente 
de outros, sem usar a linguagem. 
 
 Externalização: de conhecimento tácito em conhecimento explícito, é um 
processo de articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos. É um 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 97 
 
processo de criação do conhecimento perfeito, na medida em que o 
conhecimento tácito se torna explícito expresso na forma de metáforas, 
analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. A externalização articula 
conhecimento tácito através do diálogo e da reflexão. 
 
 Combinação: de conhecimento explícito em conhecimento explícito, é um 
processo de sistematização em um sistema de conhecimento. Esse modo de 
conversão do conhecimento envolve a combinação de conjuntos diferentes de 
conhecimento explícito. Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos 
através de meios com documentos, reuniões, conversas ao telefone ou redes 
de comunicação computadorizados. 
 
 Internalização: de conhecimento explícito em conhecimento tácito, é o 
processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito. 
É intimamente relacionada ao “aprender fazendo”. Quando são interna lizadas 
nas bases do conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos 
mentais ou know-how técnico compartilhado, as experiências através da 
socialização, externalização e combinação tornam-se ativos valiosos. 
 
 
Figura1 - Espiral do conhecimento 
Fonte: Nonaka; Takeuchi (1997). 
 
Nonaka e Takeuchi (1995) apud North (2010) postularam o modelo da “espiral dos 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 98 
 
conhecimentos”, que tem em conta a criação do conhecimento organizacional como 
resultado de um processo dinâmico. O ponto de partida do modelo são os 
empregados, individualmente, e sua capacidade para criar e distribuir conhecimento 
entre os companheiros de trabalho, em que cada indivíduo valoriza a exteriorização 
dos saberes. Por outro lado, interioriza as experiências do grupo todo. 
 
O conteúdo do conhecimento criado por cada modo de conversão do conhecimento 
é naturalmente diferente (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). A produção de novos 
conhecimentos envolve um processo que amplifica, organizacionalmente, o 
conhecimento criado pelos indivíduos e cristaliza-o como parte da rede de 
conhecimentos da organização. O que impulsiona esse processo de amplificação do 
conhecimento é a interação contínua, dinâmica e simultânea entre o conhecimento 
tácito e o conhecimento explícito (NONAKA; TAKEUCHI, 2004). 
 
São muitos os sinais de que o conhecimento, em suas várias formas, se tornou 
determinante para a competitividade tanto das empresas quanto dos países 
(TERRA, 2005). Para North (2010), a implementação da gestão do conhecimento 
significa, antes de tudo, conscientização acerca da significação do recurso saber. 
Deve ser definida uma determinada direção à estruturação e à utilização do 
conhecimento. 
 
Gestão do conhecimento 
 
Conforme Falcão e Bresciani Filho (1999) apud Carbone (2009), a gestão do 
conhecimento pode ser definida como o “processo pelo qual uma organização 
consciente e sistematicamente coleta, organiza, compartilha e analisa seu acervo de 
conhecimento para atingir seus objetivos”. É o processo de criar, captar e utilizar o 
conhecimento para aprimorar a performance organizacional (BOOG, 2001). 
 
 A gestão do conhecimento está ligada à capacidade das empresas em utilizarem e 
combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para 
desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 99 
 
permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança 
de mercado (TERRA, 2005). Ainda para Terra (2005), a gestão do conhecimento 
adota práticas gerenciais compatíveis com os processos de criação e aprendizado 
individual e, também, a coordenação sistêmica de esforços em vários planos: 
organizacional e individual; estratégico e operacional; normas formais e informais. 
 
Probst; Raub e Romhardt (2000), dizem que a gestão do conhecimento inclui 
medidas que afetam principalmente indivíduos e grupos, por exemplo, intervenções 
na gestão de pessoal, e outras medidas que afetam o nível organizacional, por 
exemplo, o desenvolvimento da empresa, o planejamento estratégico ou a 
tecnologia de informação. Dessa forma, ela realiza uma função de ponte entre 
indivíduos, grupos e estruturas organizacionais. A gestão do conhecimento também 
une áreas funcionais diferentes sob uma estratégia de intervenção comum. 
 
Gestão do conhecimento é identificar o que se sabe, captar e organizar esse 
conhecimento e utilizá-lo de modo a gerar retornos (STEWART, 2002). Ainda para 
Stewart (2000) as empresas do conhecimento precisam de um projeto 
organizacional que converta insight – conhecimento, inteligência, criatividade – em 
comportamento institucional. Elas necessitam, em outras palavras, de processos do 
conhecimento. 
 
Probst, Raub e Romhardt (2000), identificaram diversas atividades que podem ser 
consideradas os processos essenciais de gestão do conhecimento e que estão, 
muito proximamente, relacionadas. Pode-se fazer intervenções em processos 
isoladamente, mas isso, inevitavelmente afetará os demais. Segundo os autores os 
processos da gestão do conhecimento são: 
 
 Identificação do conhecimento: significa analisar e descrever o ambiente de 
conhecimento da empresa. A gestão eficaz do conhecimento deve, portanto, 
assegurar transparência interna e externa suficientes e ajudar os funcionários 
individuais a localizarem o que precisam. 
 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 100 
 
 Aquisição de conhecimento: se dá quando as empresas importam uma parte 
substancial de seu conhecimento de fontes externas (clientes, fornecedores, 
concorrentes). As empresas também podem comprar o conhecimento que 
não conseguem desenvolver por si mesmas, recrutando especialistas ou 
adquirindo outras empresas particularmente inovadoras. 
 
 Desenvolvimento do conhecimento: é um elemento construtivo que 
complementa a aquisição de conhecimento. Seu foco está na geração de 
novas habilidades, novos produtos, ideias melhores e processos mais 
eficientes. O desenvolvimentodo conhecimento inclui todos os esforços 
administrativos conscientemente direcionados para produzir capacidades que 
ainda não se encontram presentes na organização, ou que ainda não existe, 
dentro nem fora delas. 
 
 Compartilhamento e distribuição do conhecimento: em uma organização são 
uma condição prévia vital para transformar informações ou experiências 
isoladas em algo que toda a organização possa utilizar. A distribuição do 
conhecimento é o processo de compartilhar e disseminar conhecimento que 
já se encontra presente na organização. 
 
 Utilização do conhecimento: o objetivo integral da gestão do conhecimento é 
assegurar que o conhecimento presente em uma organização seja aplicado 
produtivamente em seu benefício. Infelizmente, a identificação e a distribuição 
bem-sucedidas de conhecimento importante não garantem que ele será 
utilizado nas atividades diárias da empresa. Portanto, deve-se tomar 
providências para garantir que habilidades e ativos de conhecimento valiosos 
sejam totalmente utilizados. 
 
 Retenção do conhecimento: uma vez adquiridas, as competências não estão 
automaticamente disponíveis todo o tempo. A retenção de informações, de 
documentos e de experiência requer gestão. Os processos para selecionar, 
armazenar e atualizar regularmente um conhecimento de potencial valor 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 101 
 
futuro devem, portanto, ser estruturados cuidadosamente. A retenção do 
conhecimento depende do uso eficiente de uma grande variedade de meios 
de armazenagem da organização 
 
A figura 2 apresenta os processos da gestão do conhecimento segundo os autores 
Probst, Raub e Romhardt (2000): 
 
Figura 2 – Processos da Gestão do Conhecimento 
Fonte: Probst; Raub e Romhardt (2000). 
 
O compartilhamento de informações é uma das condições capacitadoras para o 
processo de criação do conhecimento organizacional (Gonçalves; Kolb, 2010). 
Entenda-se por processos como o conjunto de atividades que permitirão as 
organizações alcançarem os seus objetivos e cumprir a sua missão, considerando 
que as atividades envolvem o trabalho a ser feito (tarefas) e a maneira de como as 
coisas são feitas (procedimentos) e clientes internos ou externos bem definidos ( 
TERRA, 2005). 
 
Prós e contras da gestão do conhecimento 
 
Para Lara (2004), na era pós-industrial, o sucesso das empresas situa-se mais em 
suas capacidades intelectuais e sistêmicas do que nos ativos físicos. A capacidade 
de gerenciar o intelecto humano e de convertê-lo em produtos e serviços úteis 
transforma-se rapidamente na habilidade executiva crítica de nossa era. O 
patrimônio indispensável para as empresas de hoje não é a fábrica e o equipamento, 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 102 
 
mas o conhecimento acumulado e as pessoas que o possuem (NONAKA; 
TAKEUCHI, 2008). 
 
Conforme Luchesi (2012), as organizações têm reconhecido que o conhecimento é 
necessário para mantê-las competitivas no mercado e melhorar significativamente 
seu desempenho. Assim, para implantar a gestão do conhecimento as empresas 
devem se ver como uma comunidade humana, onde o conhecimento coletivo 
representa o maior diferencial. É no conhecimento coletivo que se baseiam as 
competências essenciais ao desenvolvimento do trabalho. 
 
Nesse contexto, a gestão do conhecimento se transforma em um valioso recurso 
estratégico para a vida das empresas (LUCHESI, 2012). Gerir o conhecimento 
numa organização implica em criar um ambiente de aprendizagem contínuo, e 
quando isso acontece estabelece-se as condições para que sejam desenvolvidas as 
competências profissionais (VIEIRA; GARCIA, 2004). 
 
A gestão do conhecimento possibilita, com a ajuda de usuários e sistemas, 
identificar, classificar e disseminar ativos intelectuais, gerados a partir e tarefas 
executadas numa empresa (GONZAGA JUNIOR, 2009). Diversos são os casos de 
organizações que, além de procurar as melhores escolas, fundações e outras 
instituições para a educação continuada, capacitação e treinamento, desenvolvem 
as “universidades empresarias internas”, onde buscam gerar e compartilhar o seu 
próprio conhecimento organizacional, estando alinhados com suas estratégias e 
culturas, no intuito de aumentar a probabilidade de atingir e mesmo superar seus 
objetivos (FRANCINI, 2002). 
 
Por outro lado, um dos principais problemas na gestão do conhecimento é a 
tendência de as pessoas guardarem seus conhecimentos. Mesmo as que não o 
fazem intencionalmente podem simplesmente não estar motivadas a mostrar o que 
sabem. Isso acontece particularmente quando se trata de conhecimentos tácitos, 
que não podem ser articulados facilmente (LARA, 2004). Os custos da implantação 
de um projeto de gestão do conhecimento dependem do tamanho da empresa e do 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 103 
 
volume de informações a serem coletadas. A implementação de uma solução de 
gestão do conhecimento ajuda as corporações a reconhecer novas oportunidades 
(GONZAGA JUNIOR, 2009). 
 
A gestão do conhecimento eficaz só poderá ocorrer com a ampla mudança 
comportamental, cultural e organizacional (LARA, 2004). A gestão do conhecimento 
deve ser considerada com a devida atenção pelos gestores das empresas, porque 
seu impacto no futuro do negócio pode ser decisivo, principalmente com o crescente 
aumento da competição globalizada (VELOSO; TREVISAN, 2005). 
 
 
Considerações finais 
 
O conhecimento sempre nos auxiliou ao longo dos tempos, porém nas últimas 
décadas tonou-se fundamental para as organizações, por isso, é necessário que as 
empresas saibam reconhecê-lo e utilizá-lo da melhor forma, para que possam se 
tornar mais competitivas no mercado. Para um uso eficaz do conhecimento 
encontrado nas empresas é preciso geri-lo e disseminá-lo por todos os setores 
organizacionais. 
 
O surgimento da gestão do conhecimento em meados dos anos 90, colaborou de 
forma significativa para a implementação do conhecimento, fazendo com que as 
empresas detectassem o conhecimento em seus colaborados e o distribuísse por 
toda a organização, transformando o conhecimento pessoal em coletivo, na busca 
de melhores resultados e obtenção de objetivos. 
 
Nos processos sugeridos pela gestão do conhecimento, acreditamos que a retenção 
e o armazenamento do conhecimento sejam de suma importância, já que cada vez 
mais são comuns aos colaboradores que buscaram melhores condições de trabalho 
e melhores salários, e com isso é preciso que a empresa não perca o conhecimento 
transmitido por esses colaboradores, fazendo com que fique armazenado, de forma 
que se possa utilizá-lo na organização. 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 104 
 
 
Podem-se encontrar dificuldades na busca pelo uso da gestão do conhecimento, 
como colaboradores desmotivados a transmitir o que sabem custos elevados, ou a 
resistência dos trabalhadores ao novo, mas é preciso que as empresas invistam em 
conhecimento para que possam evoluir e aumentar a produtividade, para assimbuscar um caminho de sucesso inseridas no mercado. 
 
 
Referências 
 
BOOG, Gustavo G. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de 
operações. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001. 
 
CAMPOS, André L. N. Modelagem de processos com BPMN. Rio de Janeiro: 
Brasport, 2013. 
 
CARBONE, Pedro Paulo. Gestão por competências e gestão do conhecimento. 
3.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. 
 
FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miranda. As pessoas 
na organização. São Paulo: Editora Gente, 2002. 
 
FRANCINI, William Sampaio. A gestão do conhecimento: conectando estratégia e 
valor para a empresa. Scielo: RAE-eletrônica, vol.1 nº 2 jul/dez/2002. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a14.pdf>. Acesso em: 26 jun 2013. 
 
Gestão do conhecimento. 12.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. 
GONÇALVES, Jaqueline Oliveira Salles; KOLB, Juliana Jenny. Gestão do 
conhecimento. 2010. Disponível em: 
<http://files.comunidades.net/nivaldopsilva/Gestao_do_Conhecimento.pdf>. Acesso 
em: 26 jun 2013. 
 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 105 
 
GONZAGA JUNIOR, Edson Lima. Gestão da informação e do conhecimento. 
3.ed. Curitiba: Iesde, 2009. 
 
LARA, Consuelo Rocha Dutra de. A atual gestão do conhecimento: a importância 
de avaliar e identificar o capital humano nas organizações. São Paulo: Nobel, 2004. 
 
LUCHESI, Eunice Soares Franco. Gestão do conhecimento nas organizações. 
São Paulo, 2012. Disponível em: 
<http://www.cetsp.com.br/media/117897/nota%20tecnica%20221.pdf>. Acesso em: 
26 jun 2013. 
 
NONAKA, I.; TAKEUCH, H. Criação de conhecimento na empresa: como as 
empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 14. ed. Rio de janeiro: Campus, 
1997. 
 
NONAKA, I.; TAKEUCH, H. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 
2008. 
 
NORTH, Klaus. Gestão do conhecimento: um guia prático rumo à empresa 
inteligente. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. 
 
PROBST, Gilbert; RAUB, Steffen; ROMHARDT, Kai. Gestão do conhecimento: os 
elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: 2000. 
 
SAITO, André. A importância da gestão do conhecimento. 2012. Disponível 
em:<http://revistavocerh.abril.com.br/materia/a-importancia-da-gestao-do-
conhecimento>. Acesso em: 26 jun 2013. 
 
SANTIAGO JR. , José Renato Sátiro. Gestão do conhecimento: a chave para o 
sucesso empresarial. 2004. Disponível em: 
<http://www.novateceditora.com.br/livros/gestaoconhecimento/capitulo8575220578.p
df>. Acesso em: 26 jun 2013. 
 
 
R e v i s t a G e s t ã o P r e m i u m / C u r s o s d e A d m i n i s t r a ç ã o e 
C i ê n c i a s C o n t á b e i s – F A C O S / C N E C O s ó r i o D E Z / 2 0 1 2 
 
Página 106 
 
 
STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: o capital intelectual e a 
organização do século XXI. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
 
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do Conhecimento: o grande desafio 
empresarial. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
 
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do conhecimento: o grande desafio 
empresarial. Terra fórum consultores. 2005. Disponível em: 
<http://www.terraforum.com.br/biblioteca/Documents/libdoc00000011v002Gestao%2
0do%20Conhecimento_%20O%20grande%20desafio%20e.pdf>. Acesso em: 26 de 
jun de 2013. 
 
VELOSO, Elsa; TREVISAN, Leonardo. Produtividade e ambiente de trabalho: 
gestão de pessoas e carreiras. São Paulo: Senac, 2005. 
 
VIEIRA, Adriane; GARCIA, Fernando Coutinho. Gestão do conhecimento e das 
competências gerenciais: um estudo de caso na industria automobilística. Scielo: 
ERA-eletrônica, vol.3 ,nº1, Art 6, jan/ jun, 2004. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/%0D/raeel/v3n1/v3n1a07.pdf>. Acesso em: 26 jun 2013.

Continue navegando