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PCE VII - Módulo: O Cuidado de Enfermagem com o adulto em situações cirúrgicas 2017 Assistência de Enfermagem no Pós operatório – o paciente na unidade de clínica cirúrgica Profa. Sabrina de Cássia Chagas • Ajudar o paciente a se recuperar dos efeitos da anestesia; • Avaliar o estado fisiológico com frequência; • Detectar e prevenir desconfortos e complicações; • Assistir ao paciente integralmente proporcionando conforto, segurança e retorno rápido às funções habituais; • Auxiliar, em alguns casos, na reabilitação e na adaptação do paciente a novas condições de vida resultantes do ato cirúrgico. Objetivos dos cuidados no P.O: • Função respiratória – ventilação adequada • Estabilidade hemodinâmica – observar temperatura, umidade e coloração da pele • Dor – características, intensidade, tempo de administração do último analgésico (frequência/intervalo)- Verificar associação de fármacos na analgesia. • Integridade do sítio cirúrgico (sangramentos, deiscência e infecção de FO) • Náuseas e vômitos (efeito colateral da anestesia, diminuição da motilidade gastrintestinal). • Estado neurológico – nível de consciência e orientação O que deve ser monitorado nas primeiras horas de admissão: • Micção espontânea – débito urinário no sistema de drenagem fechado, vontade de urinar e distensão da bexiga (alterações quando anestesia peridural ou raquianestesia) 30 a 50ml/h. • Níveis glicêmicos – reduzir infecções pós-operatórias de F.O. • Sinais de hemorragia – por dreno, incisão ou interna. Sinais de Choque hipovolêmico ou hemorrágico - Queda de pressão sanguínea (Hipotensão arterial) - Elevação das frequências cardíaca e respiratória (Taquicardia e taquipnéia) - Queda da oximetria de pulso (normal: 92% a 100%) - Pulso fino (sangue prioriza para áreas nobres para oxigenação) - Pele fria, pegajosa e pálida. - Cianose de extremidades - Redução do nível de consciência O que deve ser monitorado nas primeiras horas de admissão: Por que é importante a monitoração? Prevenção de complicações clínicas como: Respiratório Atelectasia Pneumonia Embolia Pulmonar Aspiração Cardiovascular Choque (após 48h) Tromboflebite Coágulos/Êmbolos Urinário Retenção urinária aguda (bexigoma) Infecção do trato urinário Ferida cirúrgica Infecção Deiscência Evisceração Hemorragia Hematoma Por que é importante a monitoração? Prevenção de complicações clínicas como: Gastrointestinal Constipação Distensão abdominal Naúseas e vômitos Neurológico Delírio/confusão Acidente vascular cerebral/ encefálico Dor Músculo - esquelético Fraqueza Fadiga Declínio Funcional Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema respiratório Padrão respiratório ineficaz relacionado ao uso de anestésicos. Risco de aspiração relacionado à dificuldade de elevar parte superior, à depressão do reflexos de tosse e de deglutição, e à maior ocorrência de vômito. Risco de eliminação traqueobrônquica ineficaz relacionado à função respiratória deprimida, dor e repouso no leito. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema cardiovascular Risco de débito cardíaco diminuído relacionado ao choque ou hemorragia. Sistema urinário Risco de retenção urinária relacionado aos agentes anestésicos. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema Termoregulador Risco de desequilíbrio da temperatura corporal relacionado ao ambiente cirúrgico e agentes anestésicos. Sistema Tegumentar Integridade da pele prejudicada relacionada à incisão cirúrgica e instalação de drenos. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema Neurológico Risco de alteração da percepção sensorial relacionada aos agentes anestésicos; Dor aguda relacionada ao trauma cirúrgico. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema músculo-esquelético Risco de lesão ou trauma relacionado à agitação, nível de consciência e de respostas aos estímulos diminuídas; Mobilidade física prejudicada relacionada a força e resistência diminuídas, dor e desconforto. Intolerância à atividade relacionada à fraqueza generalizada secundária à cirurgia. Sistema digestório Nutrição alterada menor que as necessidades corporais relacionada à ingestão diminuída e maior necessidade de nutrientes secundária à cirurgia. Risco de constipação relacionado aos efeitos de medicamentos/ anestésicos, cirurgia, alteração da dieta e imobilidade. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema imunológico Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos, defesa primária insuficiente (trauma cirúrgico), condições clínicas pré-operatórias, técnicas cirúrgicas e permanência hospitalar. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Sistema Interpessoal e social Ansiedade relacionada ao procedimento cirúrgico. Risco de gerenciamento ineficaz do regime terapêutico relacionado ao conhecimento insuficiente quanto aos cuidados pós operatórios. Diagnósticos de enfermagem – complicações pós operatórias Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Função Respiratória Ensino: Respiração diafragmática profunda, tosse e espirômetro de incentivo Consiste em promover a expansão pulmonar ótima e a consequente oxigenação sanguínea depois da anestesia - Prevenir atelectasia Ajuda e expelir gases anestésicos e muco das vias aéreas. Evita complicações como pneumonia (Broncopneumonia) Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Ensino: Respiração profunda diafragmática 1. Posição semi-Fowler - costas e ombros bem apoiados; 2. Palmas das mãos posicionadas na caixa toráxica anterior; 3. Expirar de forma suave e completa à medida que as costelas mergulham para baixo; 4. Inspirar profundamente pelo nariz, deixando que o abdome se eleve à medida que os pulmões se enchem de ar. 5. Segurar a respiração por 3 segundos; 6. Expirar e deixar todo o ar sair pela boca; 7. Repetir o exercício 15 vezes com curto descanso de cada grupo de cinco; 8. Fazer a cada 2 horas após a cirurgia. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Ensino: Orientar como tossir e apoiar incisão 1. Posição semi-Fowler; 2. Colocar travesseiro contra a parte do corpo que possui a incisão (se abdome); 3. Fazer três respirações diafragmáticas e segurar o ar por 3 segundos; 4. Produzir 3 tossidas curtas após segurar o ar; 5. Respirar pela boca e, com força, tossir novamente, 2 vezes; 6. A cada duas horas ao acordar, após a cirurgia. Ajuda a depurar as secreções do tórax, pode provocar algum desconforto, mas não irá lesionar a incisão. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações • Não estimular TOSSE em caso de: - lesões cranianas ou cirurgia craniana (aumento da pressão intracraniana) - cirurgia ocular (aumento da pressão intra-ocular) - cirurgia plástica (risco de aumentar a tensão sobre os tecidos frágeis). Atenção! Ensino: Espirômetro ou Inspirômetro de incentivo Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Ensino: Espirômetro ou Inspirômetro deincentivo 1. Posição semi-Fowler; 2. Colocar travesseiro contra a parte do corpo com a incisão (se abdome); 3. Colocar o lábio com firmeza em torno da peça para boca; 4. Inspirar lentamente e o mais profundamente possível, por meio da peça para boca, sem uso do nariz; 5. Quando não conseguir mais inspirar, segurar a respiração e contar até 3. Verificar a posição do medidor para determinar a evolução e o nível alcançado; 6. Tirar os lábios da peça e expirar normalmente. Se sentir mal durante o processo, parar e fazer algumas respirações normais antes de reiniciar; 7. Realizar cerca de 5 a 10 vezes, com intervalos de 1 a 2 horas. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Função Respiratória, Motora e circulatória Mobilidade Estimular a mudança de decúbito, extensão e flexão de articulações dos joelhos, pés, cotovelos e ombros. Estimular deambulação precoce –reduz distenção abdominal, aumenta o metabolismo e aeração pulmonar, estimula circulação. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Desidratação + imobilidade = estase venosa = trombose venosa profunda Função neurológica - Controle da dor No PO é aguda e intermitente, mais frequente nas primeiras 24 horas. Causas: Incisão cirúrgica; posicionamento em mesa cirúrgica; curativos compressivos, imobilização e mobilização, distensão abdominal (flatulência), tosse. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Importância do controle da dor Há correlação entre frequencia de complicações e localização e nível da dor. Dor intensa (fator estressor) – estimula resposta fisiológica ao estresse – altera sistema cardíaco e imune. Aumenta também a viscosidade sanguínea, agregação plaquetária – aumenta risco de embolia pulmonar. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações RESPOSTA DO HIPOTÁLAMO (EIXO HPA ) À FONTE ESTRESSORA (produção de catecolaminas e cortisol) Avaliação da dor: Localização, duração e ritmo (constante, intermitente, breve) Avaliar expressões faciais, movimentos corporais, FC, FR, PA, sudorese Todo episódio de dor deve ser registrado, com os dados de avaliação, a intervenção e seu resultado. Data e horário. Deve ser descrito a conduta realizada. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Escalas de Dor • Escala Analógica Visual • FACES – Escala de Classificação de Dor • Escala de Intensidade de Dor – Numérica – Descritiva Simples Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor FACES – Escala de Classificação de Dor Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Escala de Intensidade de Dor Descritiva Simples Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Escala de Intensidade de Dor Numérica Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Escala Analógica Visual Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Intervenções Conversar a respeito de experiências anteriores com dor e intervenções usadas para reduzi-las; Discutir a disponibilidade de medicamento analgésico no pós-operatório; Avaliar o uso de métodos complementares e não farmacológicos para reduzir a dor, como mudanças de posição, massagem, relaxamento/lazer, controle do ambiente (iluminação, barulho, agentes estressores) Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Controle da dor Intervenções de Enfermagem Função gastrointestinal e retorno à nutrição Desconfortos – náuseas, vômitos e soluços. Náuseas e vômitos – mais comum em mulheres, pessoas obesas, cirurgias mais demoradas. Uma das causas do vômito é a ingestão de líquidos e alimentos antes que a peristalse reapareça (cirurgia abdominal 24h). Soluços – espasmos intermitentes do diafragma devido à irritação do nervo frênico ( provocado por distensão abdominal ou hipotermia) Acúmulo de gás - distensão abdominal, imobilidade, agentes anestésicos e opióides. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Função gastrointestinal e retorno à nutrição 1- Auscultar movimentos peristálticos (ideal 5 a 30 gorgolejos por minuto em cada quadrante). 2 - Verificar a eliminação de flatos. 3 - Oferecer líquidos frios, depois alimentos pastosos e por fim alimentos sólidos. (Dieta gradativa e fracionada. Observar a liberação da dieta por ordem médica) Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Função intestinal Constipação – mobilidade diminuída (diminuição da peristalse), ingestão oral diminuída e analgésicos opióides. Intervenções: - Estimular deambulação precoce - Ingestão de dieta rica em fibras - Emoliente fecal, se prescrito. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Função circulatória - Controle de líquidos - Garantir que líquidos apropriados sejam administrados na velocidade prescrita. - Avaliar equilíbrio hídrico – registrar ingestão e excreção, vômitos e débito de sistemas de drenagem. (Balanço Hídrico) - Se sonda vesical de demora – registrar débitos e notificar se velocidade menor de 30ml/h. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Cuidados com a ferida operatória e drenos - Mensurar e caracterizar exsudato. Registrar em impresso. - Curativo estéril seco. Intervenções de Enfermagem para prevenir complicações Parâmetros para alta 1 – Mostrar-se desperto e alerta; 2 – Sinais vitais estáveis; 3 – Dor e náuseas controladas; 4 – Aceitar líquidos via oral; 5 – Eliminar quantidade satisfatória de urina; 6 – Estar apto a deambular; 6 – Tiver recebido orientações para alta. SMELTZER, S. C.; BARE, B.G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed., v. 1 e 2.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. ROTHROCK, J.C. Alexander cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. 13.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 1247 p. LYNN, P. Habilidade de Enfermagem Clínica de Taylor. Uma abordagem ao processo de enfermagem. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Referências
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