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Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana Jus.com.br Jus Navigandi COM DESTAQUES AMARELOS

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17/08/2018 Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana - Jus.com.br | Jus Na…
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Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos
da personalidade e da dignidade da pessoa humana
Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos da
personalidade e da dignidade da pessoa humana
Thiago Santos Ribeiro
Publicado em 09/2016. Elaborado em 03/2015.
Parte da doutrina considera o direito ao esquecimento como
um direito da personalidade não positivado, porém,
socialmente reconhecido como fundamental para resguardar a
dignidade da pessoa humana.
 O direito ao esquecimento decorre do princípio da dignidade da pessoa
humana, previsto na CF/88, no art. 1º, IIII. Tal posição ganhou força com a
aprovação do enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil, defendendo que a
tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito
ao esquecimento.
 Com a transição do Estado Liberal para o Estado Social, o Direito Civil passa
por profundas modificações. O enfoque deixa de ser a garantia da autonomia e
liberdade dos cidadãos e passa a ser a promoção de justiça social nas relações
privadas. No ordenamento jurídico brasileiro, o Estado social se consolidou com a
Constituição Federal de 1988 (CF/88).
 No Estado Social, a Constituição Federal deixa de ter uma concepção
política para adotar uma concepção jurídica. Assim, todas as normas
constitucionais possuem força normativa. Nesse contexto temos a Constituição
Federal tratando de matérias paralelamente com legislações infraconstitucionais.
 Considerando que o ordenamento vem se apresentando cada vez mais
aberto com inúmeras normas jurídicas regulando diversas matérias, percebeu-se a
necessidade de compreensão harmônica do sistema jurídico. Com isso, o
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paralelismo que existia entre o Código Civil e a Constituição Federal não existe
mais. Agora, o Código Civil passa a interagir com a Constituição Federal em um
verdadeiro “diálogo das fontes” (CARNACCHIONI, 2012, pg 40).
 É verdade que a Constituição da República é a norma suprema do
ordenamento jurídico, e que todas as demais normas e atos jurídicos lhe devem
obediência formal e material, sob pena de se lhes reconhecerem a
inconstitucionalidade. No entanto, tratando-se do sistema jurídico de um país no
qual, historicamente, o desrespeito à norma constitucional se fez costumeiro,
motivos diversos levavam ao reconhecimento de verdadeiro desprezo das
potencialidades da norma constitucional como fonte de um direito vivo, próximo
da realidade social brasileira (CHAVES e ROSENVALD, 2012, pg 62).
 Por essa razão, afirma-se que esse novo paradigma constitucional trouxe
unificação e coerência ao sistema jurídico brasileiro, tornando-o um sistema
jurídico uniforme, coerente e harmonizado a partir do referencial garantista da
Constituição Federal.
 Nesse dialogo das fontes, o Código Civil se apresenta como norma geral e de
aplicação genérica a todas as relações privadas. No entanto, não se pode ignorar
que todas as normas de Direito Privado (Código Civil e Leis Extravagantes) estão
fundamentadas a partir da normatividade constitucional, devendo obediência aos
valores emanados da Carta Magna e, por isso, fundamentadas em princípios de
dignidade, solidariedade social, igualdade substancial e liberdade (CHAVES e
ROSENVALD, 2012, pg 62).
 A CF/88 prevê expressamente regras e princípios de direito privado, que
antes estavam previstos apenas em legislações infraconstitucionais. A partir da
CF/88 o Direito Civil não é visto apenas como um ramo do direito privado que
trata de questões exclusivamente patrimoniais, sendo necessária uma nova
releitura do Direito Civil sob uma perspectiva constitucional – Direito Civil
Constitucional.
 Hoje é inegável que os princípios constitucionais gozam de força normativa
e eficácia jurídica. Para Carnacchioni, em razão desse reconhecimento “passa a
ser construída uma teoria dos direitos fundamentais, toda ela baseada no
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”. Dessa forma, a pessoa
humana passa a ser o centro das relações jurídicas, sendo titular de uma proteção
diferenciada, principalmente no âmbito dos direitos fundamentais
(CARNACCHIONI, 2012, pg 41).
 A CF/88 prevê em seu artigo 1º, inciso III, que a dignidade da pessoa
humana é um fundamento da nossa República. Tal afirmação repercute
diretamente na interpretação do Direito Civil e consequentemente nas relações
privadas. Nessa releitura do Direito Civil à luz da Constituição o ser humano é o
centro do sistema jurídico, que tem como entorno todos os demais institutos
direcionados à tutela das pessoas e à garantia da dignidade destas.
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17/08/2018 Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana - Jus.com.br | Jus Na…
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 O principio da dignidade da pessoa humana, clausula geral de todas as
normas jurídicas privadas, representa um direito geral da personalidade. 
Portanto, o estudo do tema do direito ao esquecimento passa necessariamente
pela análise de direitos da personalidade como à imagem, à honra, à intimidade, à
privacidade, cujo respeito à sua essência reflete a observância do princípio da
dignidade da pessoa humana. 
 Daniel Carnacchioni (CARNACCHIONI, 2012, pg. 213) afirma que:
A dignidade da pessoa humana representa um direito geral
da personalidade, a base de todos os demais direitos
relacionados à personalidade da pessoa natural,
denominados direitos especiais, como honra, liberdade,
nome, imagem, vida, privacidade, intimidade, entre outros.
Portanto, o fundamento de todos os direitos relacionados à
personalidade é a dignidade da pessoa humana. Essa
clausula geral é o ponto de referencia, o valor fundamental a
ser objeto de tutela do estado e a base de inúmeras situações
existenciais.
 Os direitos da personalidade são direitos subjetivos, essenciais, inatos,
vitalícios e fundamentais para resguardar a dignidade da pessoa humana. Tem
como características a imprescritibilidade, inalienabilidade, irrenunciabilidade,
inviolabilidade, universalidade, relatividade, efetividade e aplicabilidade imediata
nas relações privadas.
 Segundo Daniel Carnacchioni (CARNACCHIONI, 2012, pg. 213):
Os direitos da personalidade, quais sejam vida, integridade
física, liberdade, honra, imagem, vida privada e intimidade,
entre outros, são inerentes à existência da pessoa humana e
essenciais para a pessoa ter dignidade, ser uma cidadã
respeitada, viver em sociedade onde as relações privadas
necessitam de cooperação mútua entre os sujeitos, não sofrer
discriminações de qualquer natureza, não viver em estado de
absoluta pobreza e ter oportunidades no meio social. Os
direitos relativos à personalidade garantem a concretização
desses princípios e objetivos previstos e tutelados em nossa
Lei fundamental.
 Seguindo a mesma linha de argumentação, Cristiano Chaves e NelsonRosenvald afirmam que os direitos da personalidade derivam da própria
dignidade reconhecida à pessoa humana para tutelar valores mais significativos do
indivíduo, seja perante outras pessoas, seja em relação ao poder público. Com as
“cores” constitucionais, os direitos da personalidade passam a expressar o
minimum necessário e imprescindível à vida com dignidade (CHAVES e
ROSENVALD, 2012).
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17/08/2018 Direito ao esquecimento como decorrência dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana - Jus.com.br | Jus Na…
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 Kildare Gonçalves Carvalho (CARVALHO, 2007, p. 549) aduz que a
dignidade da pessoa humana:
é o fundamento de todo o sistema dos direitos fundamentais,
no sentido de que estes constituem exigências,
concretizações e desdobramentos da dignidade da pessoa e
que com base nesta é que devem aqueles ser interpretados.
 Os direitos da personalidade estão diretamente ligados à dignidade da
pessoa humana, então eventual violação aos direitos da personalidade também
violam a dignidade do individuo. Por esse motivo, o direito à vida privada
(privacidade e intimidade), que é um dos mais relevantes, no que diz respeito à
proteção da dignidade e personalidade humana, é reconhecido de modo expresso
na Constituição Federal.
 Segundo SARLET (2012, p. 390/391), diversamente de outras ordens
constitucionais, a Constituição Federal de 1988 não reconheceu apenas um direito
genérico à privacidade (ou vida privada), mas optou por referir tanto à proteção da
privacidade, quanto da intimidade, como bens autônomos, tal como no caso da
honra e imagem.
 A constituição Federal no artigo 5º, inciso X, prevê a proteção à vida
privada e à intimidade. Porém, o Código Civil no artigo 21, regula apenas a vida
privada, não fazendo referencia à intimidade.
 A vida privada é um direito da personalidade, sendo, portanto, objeto de
tutela estatal. A vida privada, ou direito à privacidade, está relacionada aos
aspectos sociais e profissionais da pessoa humana e nas suas relações sociais. A
intimidade é o direito da personalidade, cujo objeto de tutela é restrito à vida
pessoal. É o direito de estar só ou de ficar isolado (CARNACCHIONI, 2012, pg.
307).
 Por conta da proteção constitucional e legal dos direitos da personalidade,
havendo violação a tais direitos, quando não autorizada, caracteriza dano moral
ou dano à pessoa, passando a pessoa lesada ter direito a uma compensação
financeira por essa violação.
 Os direitos à privacidade e à própria imagem formam a proteção
constitucional à vida privada, protegendo um espaço íntimo intransponível por
intromissões ilícitas externas. Segundo Alexandre de Moraes (MORAES, 2014, pg,
54):
 Encontra-se em clara e ostensiva contradição com o
fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana
(CF, art. 1ª, III), com o direito à honra, à intimidade e à vida
privada (CF, art. 5 a, X) converter em instrumento de
diversão ou entretenimento assuntos de natureza tão íntima
quanto falecimentos, padecimentos ou quaisquer desgraças
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alheias, que não demonstrem nenhuma finalidade pública e
caráter jornalístico em sua divulgação. Assim, não existe
qualquer dúvida de que a divulgação de fotos, imagens ou
notícias apelativas, injuriosas, desnecessárias para a
informação objetiva e de interesse público (CF, art. 5º, XTV),
que acarretem injustificado dano à dignidade humana
autoriza a ocorrência de indenização por danos materiais e
morais, além do respectivo direito à resposta.
 A proteção aos direitos humanos e aos direitos da personalidade não tem se
limitado ao domínio reservado do Estado, isto é, a competência nacional exclusiva.
Por tal razão a CF/88 prevê no artigo 5º, § 2º, que os direitos e garantias
expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
 No âmbito internacional, também temos a proteção aos direitos da
personalidade que fundamentam a tese do direito ao esquecimento. O artigo 12 da
Declaração Universal dos Direitos do Homem protege expressamente o direito a
intimidade aduzindo que ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida
privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques
à sua honra e reputação.
 O pacto de São José da Costa Rica (Convenção Interamericana de Direitos
Humanos), vigente em nosso país, também reconhece a proteção à honra no art.
11, dispondo que “toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao
reconhecimento de sua dignidade”.
 Reconhece, ainda, a proteção à vida privada da pessoa, asseverando que
“ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida
privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de
ofensas ilegais à sua honra ou reputação”.
 A tese do direito ao esquecimento surge a partir da violação dos direitos da
personalidade. A pessoa não pode ter seu nome, sua intimidade e sua vida privada,
expostos indevidamente e ainda ter que conviver com essa exposição sempre que
alguém achar conveniente noticiar na mídia. Ainda que os fatos noticiados sejam
verdadeiros, não podem ser explorados por tempo indeterminado.
 Com fundamento nos direitos da personalidade citados, tem-se admitido a
existência de um “direito fundamental ao esquecimento”. Proteger o individuo,
sua dignidade e seus direitos personalíssimos, é assegurar a esse individuo o
direito de não ser lembrado por fatos que lhe cause constrangimento.
 O direito ao esquecimento, não assegura ao individuo apagar a sua história.
Porém, lhe assegura à possibilidade de discutir o modo que sua história está sendo
contada, e até mesmo a finalidade da informação ao reviver fatos pretéritos.
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 Essa proteção é essencial nos dias atuais. Dada tamanha relevância, o tema
foi objeto de debate entre vários juristas brasileiros na VI Jornada de Direito Civil
promovida pelo Conselho de Justiça Federal/STJ, que resultou na aprovação do
Enunciado n. 531, cujo teor ora se transcreve:
ENUNCIADO 531 – A tutela da dignidade da pessoa humana
na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.
Artigo: 11 do Código Civil
Justificativa: Os danos provocados pelas novas tecnologias
de informação vêm-se acumulando nos dias atuais. O direito
ao esquecimento tem sua origem histórica no campo das
condenações criminais. Surge como parcela importante do
direito do ex-detento à ressocialização. Não atribui a
ninguém o direito de apagar fatos ou reescrever a própria
história, mas apenas assegura a possibilidade de discutir o
uso que é dado aos fatos pretéritos, mais especificamente o
modo e a finalidade com que são lembrados.
 Os enunciadosdo CJF são interpretações doutrinárias que servem de
orientação para o entendimento de artigos do Código Civil. Neste caso, o referido
enunciado, afirma que o direito ao esquecimento está implícito na tutela da
dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III, CF/88).
 O direito ao esquecimento tem sua origem no âmbito do Direito Penal, e
está intrinsicamente ligado à ressocialização do ex-detento, que tem direito a uma
nova chance para se reintegrar à sociedade, conseguir emprego e restaurar sua
dignidade sem sofrer preconceitos e constrangimentos.
 No âmbito do Direito Civil, o direito ao esquecimento geralmente está
atrelada a fatos noticiados pela mídia. Se por um lado o direito à informação é
garantido pela Constituição Federal, por outro, é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem, àquele que se sentir ofendido pela publicação da noticia.
 No Código Civil, também temos a previsão de tutela preventiva e
reparatória aos direitos da personalidade. É o que dispõe o art. 2º: “pode-se exigir
que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”.
 O direito de ser esquecido é um direito da personalidade, não previsto na
legislação, mas socialmente reconhecido e protegido no ordenamento jurídico
atual. Fruto de uma construção doutrinária, o direito ao esquecimento decorre da
própria dignidade da pessoa humana.
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 O direito ao esquecimento é também chamado de “direito de ser deixado
em paz” ou o “direito de estar só” e, surge nesse conflito, sendo definido como o
direito que uma pessoa possui de não permitir que um fato, ainda que verídico
ocorrido em determinado momento de sua vida seja exposto ao público em geral,
causando-lhe sofrimento ou transtornos. (CAVALCANTE, 2014, p. 198)
 O direto ao esquecimento se fundamenta exatamente no fato de ser
reconhecido como um direito da personalidade, isso porque, está intimamente
ligado, à imagem, à vida privada (privacidade e intimidade) e à honra. Tutelar, tais
direitos significa tutelar a própria dignidade humana, objetivo final de todo o
ordenamento jurídico.
BIBLIOGRAFIA
ALEXY, Robert. Teoria de losderechos fundamentales. Madrid: Centro de
Estudios Constitucionales, 1997;
BARROSO, Luís Roberto. A nova interpretação constitucional (Ponderação,
Direitos Fundamentais e Relações Privadas). 3ª edição. Rio de Janeiro. Renovar,
2008;
BRASIL. Código Civil Brasileiro (2002). Código Civil Brasileiro e Legislação
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2012;
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Brasília: Senado Federal. Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012;
BRASIL, Jornadas de direito civil I, III, IV e V: enunciados
aprovados/coordenador científico Ministro Ruy Rosado de Aguiar Júnior.
Brasília: Conselho da Justiça Federal, Centro de Estudos Judiciários, 2012;
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão. Recurso Especial nº 1.183.378 –
RJ;
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BULOS, Uadi Lammêgo.Curso de Direito Constitucional. 4 ed. atual. São Paulo:
Saraiva. 2009;
CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil, Parte Geral. 3ª edição.
Salvador, Jus Podivm, 2012;
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Principais julgados do STF e STJ
comentados. 1ª edição. Manaus: Dizer o Direito, 2014;
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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – DUDH. Assembleia
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FARIAS, Cristiano Chaves de. ROSENVALD, Nelson. Direito Civil. 8. ed., Rio de
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FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5º edição.
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FREITAS, Juarez de. Tendências atuais e perspectivas da hermenêutica
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MENDES, Gilmar Ferreira, BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
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PIRES, Mixilini Chemine FREITAS Riva Sobrado de. O direito à memória e o
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pessoa humana. Unoesc International Legal Seminar, Chapecó, v. 2, n. 1, 2013.
Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/uils/article/view/3994
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SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito Constitucional/ Ingo Wolfgang Sarlet,
Luiz Guilherme Marinoni, Daniel Mitidiero. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2012.
SILVA, Virgilio Afonso da. Princípios e regras: Mitos e equívocos acerca de uma
distinção. Revista Latino Americana de Estudos Constitucionais, Belo Horizonte,
n.1, p.607-631, jan./jun. 2003.
Autor
Thiago Santos Ribeiro
Advogado. Graduado em Direito pela Centro Universitário
Unieuro – Brasília. Pós-Graduado em Ordem Jurídica e
Ministério Público pela Fundação Escola Superior do Ministério Público do
Thiago
Santos
Ribeiro
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Distrito Federal e Territórios - FESMPDFT (798 horas aulas), e em Direito
Público pela Faculdade Processus (382 horas aulas). <br>
Informações sobre o texto
Este texto foi publicado diretamente pelo autor. Sua divulgação não depende de
prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos
são divulgados na Revista Jus Navigandi.