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Sistema de Ensino Presencial Conectado
PEDAGOGIA
MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Londrina
2018
	
MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagodia		
Orientador: Prof. Natalia Gomes dos Santos
Ijuí
2018
. MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 2018. Número total de folhas. Projeto de Ensino de Pedagogia –Universidade Norte do Paraná, Ijuí, 2018.
RESUMO
Este projeto tem como linha de pesquisa a docência e traz as possibilidades que a música oferece na educação infantil como ferramenta de ensino/aprendizagem, considerando sua existência desde os primórdios da antiguidade até a sua presença na atualidade. É um tema de muita relevância para a formação pedagógica e para a prática escolar, pois viabiliza uma aprendizagem mais prazerosa e proveitosa ao educando, bem como o desenvolvimento de sua criatividade e psicomotricidade, refletindo no futuro em um adulto mais capaz de tomar suas próprias decisões, sendo responsável e exercendo sua cidadania. Para que o fosse desenvolvido o presente, buscou-se através de pesquisas bibliográficas, autores que pudessem enriquecer de maneira direta a importância do uso musicalização infantil, bem como quais atividades podem ser feitas. Grande respaldo deu-se pelo uso do livro “Ensino de Arte e Música” de autoria de “Laura Célia Sant’Ana Cabral Cava”, o qual foi distribuído aos acadêmicos de pedagogia pela UNOPAR; além deste outros artigos e livros, em que posso destacar também o livro “Educação Infantil: Pra que te quero? ”, de “Carmem Maria Craidy e Gládis E. Kaercher”. 
Palavras-chave: Musicalização Infantil. Educação Infantil. Prática Escolar. Pesquisas bibliográficas.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	Revisão Bibliográfica	6
3.	Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino	15
3.1.	Tema e linha de pesquisa	15
3.2.	Justificativa	15
3.3.	Problematização	15
3.4.	Objetivos	16
3.5.	Conteúdos	16
3.6.	Processo de desenvolvimento	16
3.7.	Tempo para a realização do projeto	18
3.8.	Recursos humanos e materiais	18
3.9.	Avaliação	18
4.	Considerações finais	19
REFERÊNCIAS	20
INTRODUÇÃO
Considerando toda a bagagem adquirida no decorrer do curso, bem como as metodologias apresentadas no mesmo, a busca pelo tema e linha de pesquisa não foi dificuldade, optando então pela docência. O uso da música na educação infantil nos abre uma gama de possibilidades, dando a possibilidade do pedagogo diversificar sua atividade.
A música faz parte da história da humanidade desde os tempos da antiguidade e está presente em todas as culturas, em todos os países e toda essa popularidade pode e deve ser usada também nas escolas. Sua prática é de grande valia ao educador, visto que ela tem a capacidade de acalmar, facilitar a concentração, com a disciplina e certamente contribuir para a aprendizagem de números, palavras, letras, cores, língua estrangeiras entre tantas outras possibilidades.
De que maneira o professor poderá trazer vantagens em aplicar a música como parte do trabalho que visa desenvolver? Ele poderá trazer a música não só como parte de seu ensino, mas sim desenvolver o ensino através dela, utilizando-a para as mais variadas atividades; quer elas sejam didáticas ou práticas.
O uso desse recurso tem como objetivo aliar as múltiplas possibilidades da música no uso do ensino/aprendizagem do educando, através do desenvolvimento de práticas prazerosas que cativem e prendam o interesse mesmo.
O projeto busca trabalhar o ensino dos números, letras, cores, formas geométricas numa turma de maternal, bem como o progresso motor das crianças.
Primeiramente busca-se conhecer quais as experiências já adquiridas dos alunos, visando conhecer qual é o grau de familiaridade com a música, para que a partir daí possa ser dado continuidade.
Oferecer materiais diversificados e verificar as reações, pedindo-lhes que escutem os sons que eles produzem, fazer associações com o cotidiano e com seus conhecimentos.
Revisão Bibliográfica
Alguns estudiosos descobriram algumas particularidades na história da música lá na Pré- História, através da observação de registros em rochas e algumas peças encontradas, podendo eles concluir, que as primeiras manifestações musicais já ocorriam no período Paleolítico. Segundo COELHO(2006, apud CAVA, 2014, p.88):
Além de criar instrumentos musicais de ossos de animais ou de caules de vegetais para emitir sons, o homem primitivo tinha uma percepção auditiva aguçada em relação aos sons que o rodeava, pois esta percepção era imprescindível para a sua sobrevivência. Isso porque, durante a caça, ele precisava dessa precisão auditiva ou não, a que distância estavam etc. Os sons do vento, da chuva, do dia e da noite, os sons que criava com a própria voz para chamar os animais selvagens que desejava caçar, dentre outras situações em que o homem se apropriava dos sons da natureza como meio de comunicação e sobrevivência.
Como no princípio a educação infantil brasileira era voltada principalmente para o assistencialismo não havia espaço para que as artes fossem contempladas em seu currículo. No entanto, atualmente há uma grande diferença com o passado e existem leis e normas que regem o nosso sistema de ensino. Assim, pertinente com a música, a nova LDB (Brasil, 1996) instituída como lei nº 9.394, em seu Art. 26, contempla da seguinte forma o ensino artístico: “O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica.”, dessa maneira, um novo olhar foi lançado para a forma de ensino, bem como ao uso da música. 
Ainda recorrendo à legislação, temos como base a lei nº. 11.769, de 18 de agosto de 2008, que veio complementar a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional(LDBEN/96) no artigo 26 - “a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular”- levando-nos a perceber quanto tempo se passou para que essa importante ferramenta fosse incluída.
Sabe-se que a música faz parte da vida do ser humano e ela está presente em todos os lugares, basta ter um olhar voltado para isso. Considerando a percepção das crianças e a inclinação que elas possuem para este tema, a musicalização vem sendo utilizada como forma de ajudar no desenvolvimento infantil. De acordo com ANDRADE, (2015, p. 10):
O que a gente pode afirmar, com força de certeza, é que os elementos formais da música, o Som e o Ritmo, são tão velhos como o homem. Este os possui em si mesmo, porque os movimentos do coração, o ato de respirar já são elementos rítmicos, o passo já organiza um ritmo, as mãos percutindo já podem determinar todos os elementos do ritmo. E a voz produz o som.
Ainda sobre o quão presente é a música em nossas vidas, CAVA( apud CAVA 2014, P. 88) nos diz:
A música permeia nossas vidas, ela está presente no nosso dia a dia, na televisão, nas ruas, nas igrejas, consultórios, no cinema, no carro, nas escolas, dentre outros e nós, com algumas exceções, nos relacionamos muito bem com ela. Dessa forma, podemos dizer que a música se torna uma “companheira” para todas as horas,pois, quem nunca fez uma faxina com seu aparelho de som ligado?
 
Analisando o processo de musicalização infantil, segundo “Oliveira (2001), no processo de musicalização, não podemos nos esquecer de que as crianças, quando brincam, usam sons espontaneamente, criam músicas, e essa atitude, se não é incentivada, tende a desaparecer com o tempo.”, atentando-nos então, para o quão importante é a utilização desta metodologia.
Sendo a música algo inerente do ser humano, o olhar que é voltado para isso é o que faz a diferença possibilitando um ou outro tipo de desenvolvimento. De acordo com KAINZA (1988, p. 101):
O objetivo básico da educação musical é musicalizar, ou seja, tornar o indivíduosensível e receptivo ao fenômeno sonoro, promovendo nele ao mesmo tempo, respostas de índole musical.
[...]
Tanto a receptividade como a capacidade projetiva mediante e através da música supõe a existência de vínculos positivos entre um indivíduo e os fenômenos musicais. A relação com a música participa frequentemente dos atributos sensíveis que costumam caracterizar as relações entre os seres humanos: a música funcionaria, assim, como um objeto “intermediário”. Corresponde, pois, a educação musical, instrumentalizar com eficácia os processos espontâneos e naturais necessários para a relação homem-música se estabeleça de uma maneira direta e efetiva.
A música pode ser usada em diversas ocasiões, e esse fato não seria diferente no que se refere a educação infantil, podendo ser inserida como recurso no desenvolvimento de atividades variadas, bem como para auxiliar na calma, concentração e disciplina dos educandos.
 Mas que para isso seja algo relevante é indispensável que haja uma justificativa para seu uso, instigando então a busca de alguns autores sobre. Entende-se que a música deve ser utilizada como um meio auxiliador ao trabalho do docente. De acordo com DEL BELI; HENTSCHKE(2003, p.116 apud CAVA, 2014, p.90):
[...] no processo de apropriação, transmissão e criação de práticas músico- culturais como parte da construção de sua cidadania. O objetivo primeiro da educação musical é facilitar o acesso à multiplicidade de manifestações musicais de nossa cultura, bem como possibilitar a compreensão de manifestações musicais de culturas mais distantes. Além disso, o trabalho com a música envolve a construção de identidades culturais de nossas crianças, adolescentes e jovens e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Nesse sentido, é importante que a educação musical escolar[...] tenha como propósito expandir o universo musical do aluno, isto é, proporcionar a vivência de manifestações musicais em diversos grupos sociais e culturais e de diferentes gêneros musicais dentro da nossa própria cultura.
Do ponto de vista de Gainza, “O objetivo específico da educação musical é musicalizar, ou seja, tornar o indivíduo sensível e receptivo ao fenômeno sonoro, promovendo nele, ao mesmo tempo, respostas de índole musical.”
Uma vez assegurado o vínculo, a música fará, por si só, grande parte do trabalho de musicalização, penetrando no homem, rompendo barreiras de todo o tipo, abrindo canais de expressão e comunicação a nível psicofísico, induzindo, através de suas próprias estruturas internas, modificações significativas no aparelho mental dos seres humanos. (GAINZA,1982;p. 101)
Um olhar atento do docente se faz necessário, para que possa perceber as fases em que a criança se encontra, podendo assim utilizar-se de metodologias apropriadas para determinados momentos. A questão é que a música é uma forma de inserir muitas coisas no processo de ensino. Segundo BEYER(2006, apud CAVA, 2014, p.90):
 Música é um importante coadjuvante no trabalho psicomotor, inglês, aprendizagem de números, cores etc.[...] a música vai ajudar acalmar as crianças [...] vai organizar as crianças [...] música alegra as crianças [...] música é excelente marketing para a escola.
Hoje em dia temos à disposição uma série de estudos que nos mostram que mudanças no método de ensino devem ser feitas constantemente, acompanhando a evolução do mundo. Esse fato não seria diferente no que se refere ao ensino da música. 
Não vamos confundir a exploração criativa do som dos instrumentos com aquelas antigas atividades de bandinha rítmica.
[...]A professora escolhia os meninos espertos para tocar o tambor, triângulo e pratos. Os instrumentos menos ruidosos, como guisos, lixas e chocalhos ficavam para as meninas ou para as crianças retraídas, mas principalmente para aquelas que não prestavam atenção. A professora ensinava a maneira correta de segurar e percutir o instrumento, determinando também qual ritmo deveriam reproduzir, e em qual momento da peça deveriam tocar. Eram realizados exaustivos ensaios para as festinhas. A professora escolhia o repertório, o tom das músicas e o andamento. Para começar, exigia silêncio, contava até três, marcava o tempo estalando os dedos, e todos seguiam o seu compasso. As execuções em público expunham as crianças a tal situação que errar correspondia a expor-se ao ridículo. Por isso, o medo de errar e a vergonha eram armas muito eficazes para conseguir êxito nos ensaios e nas apresentações da bandinha rítmica.(KRAIDY; KAERCHER, p.131)
Ainda Kraidy e Kaercher, falam que “ atualmente estamos à vontade para criticar esse tipo de atividade, não só porque o autoritarismo já foi desmascarado, mas também porque já temos uma outra compreensão do que significa aprender de maneira ativa, ou qual o papel da atividade corporal na aprendizagem da criança.”
Seguindo com a relevância do ensino da musica, segundo a educadora musical BRITO(1998 apud JOLY, 2003, p.116;apud CAVA, 2014, p.90):
[...] ampliar a capacidade perceptiva, expressiva e reflexiva com relação ao uso da linguagem musical. É importante que no processo de musicalização a preocupação maior seja com o desenvolvimento geral da criança, assegurado pelas aprendizagens de aptidões complementares àquelas diretamente relacionadas às musicais. É importante também, segundo a autora, que a escolha de cada um dos procedimentos musicais tenha por objetivo promover o desenvolvimento de outras capacidades nas crianças, além das musicais, tais como: capacidade de integrar-se no grupo, de autoafirmar-se, de cooperar, de respeitar os colegas e professores, comportar-se de uma forma tolerante(respeitar opiniões e propostas dos que pensam diferente dela), de ser solidário e cooperativo em vez de competitivo, de ouvir com atenção, de interpretar e de fundamentar propostas pessoais, de comportar-se comunicativamente no grupo, de expressar-se por meio do próprio corpo, de transformar e descobrir formas próprias de expressão, de produzir ideias e ações próprias.
Na educação infantil, explorar a música se torna mais fácil, por ela ser algo utilizado desde bebês no cotidiano e por as crianças gostarem de ouvir e produzir sons, no entanto o docente deve atentar-se para que essa seja uma prática prazerosa e com sentido, não apenas seguindo mecanismos em relação a certas atividades. 
Mesmo muito pequenas, as crianças conhecem várias músicas, trazendo para a escola aquilo que aprenderam com seus pais ou assistiram na televisão. As manifestações de alegria, como sorrir, bater palmas, movimentar o corpo, balançar os braços, gritar... são aprendidas e reproduzidas pelas crianças.(CRAIDY C.M; KAERCHER G. E.,2001, p.115)
As formas de levar a música para a sala de aula são diversas, facilitando o desenvolvimento de trabalhos que a incluam, pois afinal, ela está presente em todos os lugares, sem necessitar de muitos aparatos. Em OLIVEIRA(2011, p.1):
Engana-se aquele professor que acredita que para realizar o trabalho com música na escola necessita executar um instrumento. Claro que o domínio de algum instrumento viabiliza algumas ações e oferece outras opções de trabalho, mas não é exatamente necessário, já que nascemos com um valioso instrumento musical: a voz. A voz bem usada na sala de aula proporciona rica vivência musical e a execução de atividades que não precisam de nenhum outro recurso material.
Cabe também salientar a necessidade de que as crianças ao chegarem na escola devem se sentir acolhidas, então KRAIDY; KAERCHER( p.130) nos dizem: 
[...] o novo ambiente precisa tornar-se, o mais breve possível, familiar e aconchegante. Além das novidades do ambiente físico, o mundo sonoro é completamente desconhecido. A música pode se tornar um espaço a partir do qual os primeiros vínculos são criados e mantidos. Além disso, as aprendizagens de formas de expressão que comu nicam estados de ânimo são imediatamente empregadas para expressar ale gria e satisfação. As professoras do berçário ficam muito admiradas quando observam que os bebês aprendem e reconhecem comextrema facilidade aquelas músicas que lhes proporcionam momentos de descontração e alegria. O canto é uma a atividade eminentemente social, é uma abertura para o outro e um enorme enriquecimento pessoal.
Mostram-nos então, o quão ampla é a interferência positiva da música na vida dos educandos.
Deve-se ter o cuidado para que as músicas não visem apenas ensinamentos, mas que possam ser apreciadas de maneira não estruturadas, sendo divertidas e gerando conhecimento de maneira natural. Segundo SUZIGAM(apud GIRARDI 2004, .1) “A música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral. É como se tornássemos o nosso 'hardware' mais poderoso.” Ainda é válido citar que os materiais utilizados para a prática musical, não precisam ser de elevado custo para a escola.
[...] Os materiais podem ser diversos, não necessariamente é preciso dispor de materiais caros. As escolas muitas vezes não dispõem de condições de elaborar projetos com alto custo, o que não seria viável para os professores, nem para os alunos. Isso evidencia que um trabalho criativo e competente colaborará com a criança para desenvolver sua criatividade, socialização, expressão e também serve como estímulo para o aluno da educação infantil aprender mais e de forma contextualizada.(OLIVEIRA)
Cabe ao pedagogo grande responsabilidade no resgate da música como parte do ensino, como nos fala Gainza(1988,p. 117) “O pedagogo contemporâneo, em troca, objetiva que o processo educativo-musical se realiza de dentro para fora. Sua maior responsabilidade consistirá, pois, em resgatar e integrar todos aqueles aspectos musicais e individuais que foram descuidados pela educação tradicional.
Observa- se a necessidade de deixar a música fluir, aproveitando aquilo que o aluno já traz em sua bagagem. Como nos diz KOELLREUTTER (apud BRITO, 2001, p. 29/30):
Sabemos que é necessário libertar a educação e o ensino artísticos de métodos obtusos, que ainda oprimem os nossos jovens e esmagam neles o que possuem de melhor. A fadiga e a monotonia de exercícios conduzem à mecanização tanto dos professores quanto dos discípulos. Não é a rotina que governará os “Seminários”, mas sim o espírito de pesquisa e investigação, pois é indispensável que, em todo o ensino- artístico, sinta-se o alento da criação.
Inútil atividade daqueles professores de música que repetem doutoral e fastidiosamente a lição, já pronunciada no ano anterior. Não há normas, nem fórmulas, nem regras que possam salvar uma obra de arte, na qual vive o poder de invenção. É necessário que o aluno compreenda a importância da personalidade e da formação do caráter para o valor da atuação artística e que na criação de novas ideias reside o valor do artista.
São inúmeras as fontes que trazem a importância da música para a aprendizagem e desenvolvimento da criança e sobre o quanto isso deve ser aproveitado e introduzido no cotidiano escolar, visto que será, de acordo com BENEDETTI; KERS “o processo de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo começa espontaneamente a partir do nascimento, por meio da socialização primária, é na escola que ele sofrerá significativas alterações, ampliando-se, pois o ensino formal pode (e deve) oferecer, de maneira sistemática, os conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade e aos quais a criança não tem acesso no cotidiano.”
Sobre a importância de oferecer a música na escola e seus reflexos no que se refere à formação da sociedade, BELLOCHIO “Os tempos e os espaços do ensino de música na escola são trazidos como dispositivos mediadores do desenvolvimento humano e da sociedade como um todo, superando a simplicidade factual da obrigatoriedade legal do conteúdo música na escola como algo linear.”
Quanto ao modo de musicalizar a criança, LIMA e STENCEL dizem o seguinte:
Entendemos que musicalizar é permitir que a criança seja sensibilizada pela música de forma dinâmica e lúdica. É o despertar musical na educação infantil, dando oportunidade para a criança fazer música e ter prazer em ouvi-la. Musicalizar é tornar a música acessível a todos, usando a música elementar que está inserida no movimento e na palavra. É fazer com que as crianças amem a música, preparando-as para realizarem com alegria a prática musical. É construir o conhecimento com o objetivo de despertar e desenvolver o gosto musical através do estímulo, e assim contribuir para a formação global da criança. Esse processo de educação musical deve ser adaptado à realidade social em que a criança vive, respeitando as fases evolutivas, sendo multidisciplinar, tendo objetivos claros e precisos, preparando seres humanos capazes de criar, realizar e vivenciar emoções.
As autoras LIMA e STENCEL, ainda afirmam que deve-se “[...]desenvolver o prazer de ouvir, reproduzir e criar música, proporcionando à criança oportunidade de compreender a realidade sonora que a circunda;”
Conhecer o “universo” da criança é algo que deve ser avaliado pelo docente, procurando a melhor aproximação possível com ele. 
Muitas vezes não sabemos o que fazer quando vemos uma criança brin car e cantarolar distraidamente. Fazemos de conta que não estamos ouvindo, estimulamos ou mandamos que fique quieta? Sem interromper seu improvi so, poderíamos tentar um diálogo, buscando sintonia através do próprio som. Com a mesma espontaneidade da criança, poderíamos entrar no seu brinque do, improvisando sobre o mesmo tema, procurando manter o mesmo ritmo, mesmo tipo de melodia, como se buscássemos um acordo... Vale a pena tentar, a linguagem não verbal é uma forma de comunicação muito presente entre as crianças, o improviso musical pode ser uma possibilidade de dialogarmos com crianças muito pequenas. Se a criança aceitar nossa companhia nos seus im provisos musicais, poderemos fazer algumas brincadeiras de repetir o que ela realiza, ou sugerir pequenos fragmentos de melodia para que nos siga no diálogo proposto. Durante a brincadeira de improvisar, podemos imprimir diferentes entonações sonoras, explorando os sons agudos e graves, variando os sons entre fortes e fracos, alongando sílabas, correndo com as palavras e modificando nosso timbre habitual de voz. Esses diferentes recursos podem ser aplicados sobre uma melodia totalmente improvisada, não é necessário cantar uma música conhecida. As crianças gostam muito de cantar palavras sem sentido, não precisamos nos preocupar com um improviso racional, ou em criar versos com rima. Cantar e dialogar com a criança deve ser a nossa preocupação.( KRAIDY;KAERCHER;2001)
Ainda devemos considerar a importância de o professor que irá trabalhar com a música em suas aulas, poder construir sua proposta de maneira diferenciada, voltada para a realidade de cada turma que irá trabalhar, conhecendo as características de cada uma. De acordo com DEL BEM (2003, p. 32):
Estamos argumentando a favor de uma formação que tenha relação com os espaços de atuação profissional; de uma concepção de professor como agente, como prático reflexivo que constrói suas próprias concepções e ações de ensino, como mobilizador de saberes, e não como mero reprodutor ou repassador de conteúdos produzidos por outras pessoas; de uma nova concepção de formação por parte dos formadores de professores, que supere o modelo da racionalidade técnica; da necessidade de definirmos um repertório de conhecimentos profissionais em educação musical, a partir das particularidades ou regularidades da área. Falamos em tomada de decisões, escolhas, reflexividade, construção da identidade do professor, da sua trajetória profissional, entre tantos outros termos.
O manuseio de objetos sonoros é de extrema importância. A escola está atenta para a construção de conceitos que se fundamentam na percepção visual e tátil, mas muito pouco alerta para a construção de conhecimentos a partir daquilo que se ouve. Pensemos um instante num som de um estalo de língua... O que poderíamos dizer sobre ele? Que características poderíamos salientar? Que palavras utilizar para descrevê-lo?
A metodologia na arte de musicalizarabre muitas possibilidades, dando a oportunidade do professor desenvolver diferentes atividades, investigação e avaliação. Segundo KRAIDY; KAERCHER( 2001,p.130):
O manuseio de objetos sonoros é de extrema importância. A escola está atenta para a construção de conceitos que se fundamentam na percepção visual e tátil, mas muito pouco alerta para a construção de conhecimentos a partir daquilo que se ouve. Pensemos um instante num som de um estalo de língua... O que poderíamos dizer sobre ele? Que características poderíamos salientar? Que palavras utilizar para descrevê-lo?
Dar à criança o espaço e o tempo necessário para que a música penetre em seu íntimo, gerando prazer. 
A proposição “Cada ser humano possui um certo tempo interior, que lhe é natural” deve ser interpretada nesse sentido, como um tempo médio que corresponde à natureza e ao grau de vitalidade de cada um, constituindo o ponto de partida e a unidade de medida para a apreciação de todos os tempi mais rápidos e mais lentos. Se cada ser humano não carregasse consigo essa unidade de medida, se não tivesse o sentimento de seu tempo médio individual, ser-lhe-ia impossível definir os diferentes tempi, ou mesmo conhecer seus caracteres particulares! Cada tempo é algo diferente a cada ser humano; é por essa razão, principalmente que a música exerce efeitos diversos sobre todos os indivíduos. Depreende-se do que acabou de ser dito que para primeiro saber se uma pessoa é capaz de fazer música será preciso primeiro saber se as reações de sua vida interior permanecem naturais e em que medida. Essa é, com efeito, a condição primeira da faculdade de fazer música: somente se formos capazes de responder satisfatoriamente a essa dupla questão, é que poderemos confiar na capacidade e no grau de perseverança do indivíduo considerado, na sua faculdade de apercepção sintética de uma longa fração do escoamento do tempo, e especialmente na sua faculdade para gozar a música.(HOWARD,1984;p. 65)
KRAIDY; KAERCHER, “No contato com a música, a criança precisa aprender que um som pode se combinar com outro som, mas, principalmente, que é possível imprimir significado aos sons. É isso que fará dela um ser humano capaz de compreender os sons de sua cultura e de se fazer entender pelo uso deliberado dessas aprendizagens nas trocas sociais.”
Sobre a facilidade de trabalhar a música com as crianças Kraidy e Kaercher, nos dizem que “No contato com a música, a criança precisa aprender que um som pode se combinar com outro som, mas, principalmente, que é possível imprimir significado aos sons. É isso que fará dela um ser humano capaz de compreender os sons de sua cultura e de se fazer entender pelo uso deliberado dessas aprendizagens nas trocas sociais.”
Os métodos de ensino da música mostraram que a educação musical não pode ser promovida apenas por atividades cantadas. Deslocar-se pela sala adequando o passo ao andamento da música; as atividades de produção e reprodução de ritmos utilizando o próprio corpo; a execução de instrumentos musicais criados pelas crianças e a criação de pequenas melodias e ritmos também devem fazer parte do planejamento.
[...]Felizmente, hoje, a creche e a pré-escola estão empenhadas em modifi car sua concepção de educação infantil e, por sua vez, a música questiona seus propósitos, reconhecendo e denunciando aquelas práticas autoritárias ou prejudiciais ao desenvolvimento musical da criança. (KRAIDY; KAERCHER; p.133)
Gainza, sobre o dever do docente de pedagogia diz que, “Sua maior responsabilidade consistira, pois, em resgatar e integrar todos aqueles aspectos musicais e individuais que foram descuidados pela educação tradicional.”
[...]é nosso dever ajudar a todos os professores, crianças e jovens de nossos países latino-americanos a resgatar a música para si mesmos e senti-la necessária. Por isso quis me referir aqui ao espírito da educação musical, que está profundamente unido à técnica pedagógica, que é a técnica humanizada, espiritualizada, mas também conscientizada, questionada, compreendida, recuperada como patrimônio pessoal de cada mestre. (GAINZA, p.100)
Assim pode-se certificar que é a musica deve ser vista como grande aliada no desenvolvimento de práticas na educação infantil.
Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino
Tema e linha de pesquisa
O presente projeto falará sobre o uso da música na educação infantil, considerando as diversas vantagens que resultam desta aplicação e da importante contribuição para o desenvolvimento de diversos aspectos na criança. 
Levadas em consideração disciplinas aplicadas no decorrer do curso, principalmente a de Ensino de Arte e Música, que contribui diretamente para o meu crescimento profissional como pedagoga.
 Justificativa
O tema escolhido, sobre a música na educação infantil, é um pelo qual sempre tive interesse e nesse momento não deixaria de aprofundar os conhecimentos nesse campo. Dessa forma optei em elaborar um projeto de docência em educação infantil.
As contribuições que fundamentam minha escolha são ricas e demonstram que o desenvolvimento da criança pode ser ampliado ainda mais, possibilitando ao pedagogo uma gama de atividades para serem exploradas. Além de tantos argumentos, ainda pode-se mencionar a elevação da auto-estima, a socialização e uma apuração do gosto musical.
 Problematização
Sabe-se que as crianças têm uma perspicácia nata, mas como poderíamos aproveitarmo-nos ainda mais desse fator que já é extremamente positivo e facilitador do trabalho do pedagogo?
 O uso da música traz uma contribuição imensurável para o aproveitamento desse fator, pois é algo prazeroso de se trabalhar, instiga ainda mais a criatividade dos educandos, trazendo de forma lúdica, divertida e diferenciada a apuração dos sentidos. 
Beneficiando-se de tantas vantagens o pedagogo da educação infantil, pode fomentar a imaginação e a criatividade do aluno, trazendo resultados que possam ser surpreendentes para ele mesmo.
 Objetivos
Desenvolver o gosto musical nas crianças, de maneira que possam vivenciá-la e explorá-la;
Mostrar a importância da música, permitindo a exploração dos vários tipos de sons e ruídos;
Desenvolver a expressão corporal;
 Conteúdos
Através do uso da música, apoiando-se nos objetivos que se almejam, poderá o pedagogo trabalhar uma diversidade de conteúdos, refletindo no desenvolvimento da linguagem oral, da motricidade fina e ampla, da lateralidade, do movimento, bem como das relações interpessoais entre alunos e demais membros da comunidade escolar.
 Processo de desenvolvimento
Atividades planejadas para turma de maternal, que poderão ser adaptadas para outros níveis.
Inicialmente será feita uma sondagem da bagagem musical dos educandos, através de conversas descontraídas e divertidas;
Apresentação de alguns instrumentos musicais para conhecimento e exploração dos mesmos;
Pedir que as crianças façam desenho do instrumento que mais gostou;
Explorar os sons no ambiente escolar;
Explorar os sons que podem ser feitos com o corpo, tais como: bater palmas, bater os pés, estalar a língua, assoviar, etc;
Solicitar materiais inutilizados em casa, como potes de iogurte, lata de leite em pó, garrafa pet, tampinhas de garrafa, entre outros, para que possam ser confeccionados instrumentos musicais;
Realizar investigação junto às famílias se tem alguém que toca algum tipo de instrumento e convidar para que venha até a escola compartilhar sua arte;
Escutar musicas verificando as preferências da turma;
Para agregar ainda mais, a música “Som de quê?” do canal “Malamelenga”, que traz alguns sons e a letra fala deles;
A partir da música realizar perguntas sobre os sons presentes nela;
Estourar pipoca na cozinha, para que eles percebam som;
Colocar em uma garrafa pet um pouco de feijão, em outra um pouco de arroz e em outra um pouco de massa espaguete, e depois chacoalhar uma de cada vez e perguntar se existe algum tipo de diferença nos sons;
Dar-lhes folhas de desenho para que façam livremente desenhos que expressem asmúsicas que ouviram.
Realizar pesquisa junto à família para saber se há o costume de ouvir música em casa e se esse processo se dá desde a gestação ou não.
Selecionar músicas de ritmos lentos e de ritmos rápidos e pedir para que dancem de acordo com cada uma, fazendo isso de maneira espontânea, para que a melodia possa ser sentida;
Realizar meditação ouvindo os sons da natureza, guiando a imaginação;
Fazer modelagens de instrumentos musicais com massinha;
Recortar figuras que estejam relacionadas a música para que seja confeccionado um cartaz;
Fazer dança das cadeiras;
Contar histórias que tenham trechos musicais; 
 Tempo para a realização do projeto
O tempo utilizado para a realização do projeto é de um mês, possibilitando que esse prazo possa ser estendido, cisto que é um tema que deve estar presente na rotina da escola e é de grande abrangência pedagógica.
 Recursos humanos e materiais
Como recursos humanos estão envolvidos os alunos, a professora, a diretora, a coordenadora, os funcionários, os pais e comunidade escolar.
Como parte dos materiais estão o aparelho de som, youtube, arroz, feijão, massa, pipoca, tinta, giz de cera, folha de desenho, papel pardo, fita, instrumentos musicais, cadeiras, livros literários infantis, tesoura, materiais para recorte, massinha de modelar. 
 Avaliação
           Se dará diariamente através da observação da participação, do interesse apresentado, dificuldades e conquistas tanto da turma como de forma individual. Avaliações estas, que devem ser registradas para apresentação posterior. 
 Considerações finais
Com uma breve menção ao que foi a educação infantil no seu princípio, onde o ensino era assistencialista, mostrou-se as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, como mudanças nas leis e nas formações dos professores.
 Diante dessas alterações que as leis tiveram, obviamente houve um novo olhar para a educação infantil, entendendo-se a importância dessa fase na vida da criança, um futuro cidadão da sociedade.
Buscou-se então compreender e esclarecer os pontos pertinentes para o ensino da música, a musicalização na educação infantil, bem como entender a importância na socialização das crianças, nos pontos positivos que o trabalho resulta, pois atua como um facilitador da aprendizagem e torna mais ampla criatividade.
Contribuições de autores que apontam a música é um importante instrumento pedagógico, que não é usado para formar músicos instrumentistas ou cantores profissionais, mas para despertar na criança um sentimento pela música, fazendo com que ela ganhe um sentido para aqueles que a ouvem. Além disso, ela pode e deve ser aliada aos elementos curriculares da educação infantil.
Assim, podemos concluir que existe a possibilidade de que seja feita uma pedagogia mais comprometida com a educação, nas diversas faces que ela possui, uma pedagogia que busque muito mais que cantigas decoradas e maçantes, que traga um novo olhar para o mundo através de crianças que serão respaldadas por um fator que só traz vantagens no seu desenvolvimento. 
REFERÊNCIAS
 
BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro. Formação de professores de música: desafios éticos e humanos para pensar possibilidades e inovações. Londrina, 2016. Disponível em: http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/595/46 . Acesso em: setembro de 2018.
BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infatil, Propostas para a Formação Integral da Criança. São Paulo: Peirópolis, 2003
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino de Arte e Música. Londrina: UNOPAR, 2014.
CUERVO, Luciane; HAASE, Alana. Cuidado Que Mancha! Contribuições artísticas e lúdicas para a Educação Musical. Londrina:2017. Disponível em: http://abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed9/Revista%20Meb%209_ARTIGO_Cuidado%20que%20Mancha.pdf> Acesso em: setembro de 2018.
CUERVO, Luciane;MAFFIOLETTI, Leda de Albuquerque. Sindô Lê Lê, Sindô Lá Lá, não podemos viver sem cantar! Londrina, 2016. Disponível em: < http://abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed7e8/Revista%20Musica%207_cuervo.pdf> Acesso em: setembro de 2018.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. São Paulo: Summus Editorial, 1982.
HOWARD, Walter. A Música e a Criança. [tradução de Norberto Abreu e Silva Neto]; São Paulo: Summus, 1984.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados.
ANEXOS
ANEXO A – Título do anexo

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