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ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE INTOXICADO TOXICOLOGIA INTRODUÇÃO • As intoxicações são causas frequentes de procura de atendimento médico em serviços de urgência e emergência em todo o mundo. .Exposição a AT (agentes tóxicos) ou toxinas. Estima-se que seja cerca de 4 milhões de casos (muitos não são notificados). INTRODUÇÃO • A intervenção médica precoce e eficaz contribuem para diminuir a taxa de letalidade. 10 GRUPOS DE SUB. TÓXICAS MAIS COMUMENTES RELACIONADAS AO ÓBITO NO BRASIL Antidepressivos triciclícos Toxinas de animais Analgésicos Gases Sedativos/hipinóticos Pesticidas Drogas de abuso Substâncias cáusticas Medicações cardiovasculares Simpaticomiméticos INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO OBJETIVO • Conhecer as etapas básicas do tratamento das intoxicações para compreender ou realizar uma assistência adequada de atendimento ao paciente intoxicado. TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I - Abordagem inicial do paciente: avaliação • das funções vitais e medidas de suporte e • reanimação ETAPA II - Diagnóstico da intoxicação A. Anamnese B. Exame físico C. Exames laboratoriais D. Outras informações úteis no diagnóstico. FOCO É O PACIENTE E NÃO O AGENTE TÓXICO TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III - Tratamento da intoxicação a) Interrupção ou redução da exposição b) Administração de antídotos e antagonistas c) Aumento da excreção do agente tóxico d) Tratamento sintomático e de suporte ETAPA IV - Considerações especiais TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente Estabilização: • rápida • exame geral: • avaliação das funções vitais • medidas de suporte e reanimação • objetivo: prevenir o agravamento do estado do paciente FOCO NO TRATAR O PACIENTE E NÃO O AGENTE TÓXICO TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente Estabilização: Exemplos de sinais de intoxicação por carbamatos; TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente Avaliação inicial: ABCDE • Airway – obstrução das vias aéreas • Breathing – insuficiência respiratória • Circulation – alterações hemodinâmicas • Disability – déficit neurológico • Exposure – exposição TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente A - Avaliação da permeabilidade das vias aéreas • aspirar secreções ou vômitos • retirar próteses dentárias • remover resíduos de alimentos • evitar a queda da língua • colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo • intubar o paciente, se necessário • se houver edema ou lesão faringo-laríngea grave: realizar traqueostomia TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente A - Avaliação da permeabilidade das vias aéreas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente B- Avaliação da respiração - avaliar se o paciente respira normalmente - administrar oxigênio, se necessário • intubação precoce • produtos cáusticos- traqueostomia • ruídos adventícios (síbilos) TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente C - Avaliação da circulação 1. verificar a pressão sanguínea e o ritmo de pulso 2. iniciar monitorização eletrocardiográfica contínua 3. acesso venoso seguro 4. colher amostras de sangue 5. iniciar infusão intravenosa de soro fisiológico ou ringer lactato 6. passar cateter vesical nos pacientes em estado grave (hipotensos, em coma ou convulsionando) TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente C - Avaliação da circulação TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente D- Incapacitação: estado neurológico 1. Avaliação neurológica rápida - nível de consciência - tamanho das pupilas - reflexo pupilar 2. Escala de coma de GLASGOW – mais detalhada e precisa; pode ser facilmente aplicada TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente D- Incapacitação: estado neurológico TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente D- Escala de coma de GLASGOW TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente E- Exposição/controle ambiental -remoção completa das roupas e acessórios/ evitar hipotermia -avaliação de sinais externos: • edema • pele marcas de picada, eritema, equimoses, escoriações, bolhas, sangramentos, luxações TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA I- Abordagem inicial do paciente E- Exposição/controle ambiental TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação A - Anamnese B - Exame físico: sintomatologia clínica C - Exames laboratoriais D - Outras informações úteis TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação A- Anamnese (5 W) • Who (quem): identificar o paciente e suas condições, incluindo patologias de base e uso de medicamentos • What (o quê): identificar o agente tóxico • When (quando): horário do evento • Where (onde): via e local da exposição • Why (porque): motivo/circunstância da exposição TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação B- Exame Físico 1. Sinais vitais - Pressão arterial - Freqüência cardíaca - Tamanho da pupila - Atividade peristáltica - Temperatura - Exame neurológico 2. Pele e mucosas 3. Odores e secreções TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação C - Exames laboratoriais EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA • gasometria arterial • ionograma (Cl-, Na+, K+) • glicemia • coagulograma • provas de função renal • urinálise • dosagem de lactato TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação C - Exames laboratoriais ANÁLISES TOXICOLÓGICAS -diagnóstico preciso ou exclusão -identificação do toxicante -progresso de intoxicações -prognóstico TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação C - Exames laboratoriais ANÁLISES TOXICOLÓGICAS TESTES QUALITATIVOS • identificação do agente e podem ser úteis na manutenção e tratamento específico TESTES QUANTITATIVOS • predizer a evolução da intoxicação • necessidade ou não do uso de antídotos específicos • necessidade ou não de medidas dialíticas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação D - Outras informações úteis 1. INTOXICAÇÕES POTENCIALMENTE GRAVES PODEM INICIALMENTE CURSAR COM SINTOMATOLOGIA LEVE OU ASSINTOMÁTICAS Paracetamol, paraquate, sais de ferro, warfarínicos, mercúrio, arsênico, cogumelos tóxicos EVITAR ALTA PRECOCE TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA II- Diagnóstico da Intoxicação D - Outras informações úteis 2. SUBSTÂNCIAS ÚTEIS NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO COMA TÓXICO • NALOXONA - reverte o coma causado por opiáceos • FLUMAZENIL- reverte o coma causado por benzodiazepínicos • GLICOSE- reverte o coma causado por hipoglicemiantes • OXIGÊNIO - acelera a recuperação de coma carboxiemoglobínico TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição B- Administração de antídotos/antagonistas C- Aumentar a excreção do agente tóxico D- Medidas não específicas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III-Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição • DESCONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIE • EXPOSIÇÃO CUTÂNEA: • pacientes sem condições: descontaminação no leito • retirar vestes contaminadas • lavagem corporal ou da área afetada (exaustivamente) • identificar agente tóxico • proteção do socorrista (avental, luvas e máscara) TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição • EXPOSIÇÃO OCULAR: lavagem ocular exaustiva • posicionar o paciente com a cabeça elevada • eversão da pálpebra • lavar por 30 min com água ou solução fisiológica correntes • não usar neutralizantes • avaliação por oftalmologista TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição EXPOSIÇÃO RESPIRATÓRIA: • remoção da vítima do local de exposição • fornecer 02 a 100% e suporte ventilatório adequado • lavagem corporal devido contaminação cutânea associada • edema de vias aéreas • socorrista deve estar protegido TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição DESCONTAMINAÇÃO GASTRINTESTINAL • ÊMESE • LAVAGEM GÁSTRICA • USO DE ADSORVENTES • USO DE CATÁRTICOS • IRRIGAÇÃO INTESTINAL TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição ÊMESE TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição LAVAGEM GÁSTRICA COMPLICAÇÕES: • perfuração de esôfago • sangramento nasal • intubação traqueal inadvertida • aumento do risco de aspiração • laringoespasmo • aumento da frequencia de intubação traqueia e admissão na UTI • sangramento digestivo – erosão gástrica TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição ADSORVENTES - CARVÃO ATIVADO NÃO SÃO ADSORVIDOS PELO CARVÃO ATIVADO: ácidos, álcalis, álcoois, metais, lítio e cianeto EFICÁCIA: - inversamente proporcional ao tempo de ingestão - diretamente proporcional à quantidade e freqüência das doses administradas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição ADSORVENTES - CARVÃO ATIVADO INDICAÇÕES: • - ingestão de doses potencialmente tóxicas • - agente tóxico de ação prolongada • - em caso de suspeita de ingestão concomitante de • outras substâncias • Dose (isolada ou seriada): • Crianças - total de 1 a 2 g/kg de peso • Adultos - 50 a 100 g/dose • Administração: via oral ou sonda nasogástrica, em • suspensão TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação A- Interromper ou diminuir a exposição ADSORVENTES - CARVÃO ATIVADO • CONTRA-INDICAÇÕES: • RN ou pacientes muito debilitados • ingestão de ácidos ou álcalis • administração de antídoto via oral (ex: NAC – intoxicação por paracetamol) • EFEITOS ADVERSOS: • distenção gástrica (risco de aspiração pulmorar) • pneumonia aspirativa • vômitos e constipação TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação B- Administração de antídotos/antagonistas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação B- Administração de antídotos/antagonistas TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação C- Aumentar a excreção do agente tóxico • DIURESE FORÇADA • MANIPULAÇÃO DO pH URINÁRIO Alcalinização • DIÁLISE GASTRINTESTINAL Doses múltiplas de carvão ativado • REMOÇÃO EXTRA-CORPÓREA Hemoperfusão Hemodiálise TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação C- Aumentar a excreção do agente tóxico DIURESE FORÇADA - aumentar a eliminação de substâncias de excreção renal; baixo volume de distribuição e baixa taxa de ligação com proteínas Medidas empregadas: • infusão de soro fisiológico (5-8 ml/kg/hora) • diurese medicamentosa – manitol e furosemida TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação C- Aumentar a excreção do agente tóxico MANIPULAÇÃO DO pH URINÁRIO • ALCALINIZAÇÃO : uso de bicarbonato de sódio • pH urinário 7,5 - 8,0 - ionização de ácidos fracos Indicações e eficácia: • -são predominantemente excretada de forma inalterada pelos rins; • -são distribuídas primariamente nos líquidos extracelulares; • -têm taxa de ligação protéica baixa; • -são ácidos fracos com pKa entre 3,0 e 7,0 TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação C- Aumentar a excreção do agente tóxico Doses múltiplas de carvão ativado • agente tóxico remanescente no trato GI • moléculas livres do toxicante que retornam ao ID • através da secreção biliar pelo ciclo entero- hepático • grandes quantidades CA promovem a diálise • gastrintestinal TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação C- Aumentar a excreção do agente tóxico REMOÇÃO EXTRA-CORPÓREA INDICAÇÕES: – intoxicação grave – piora progressiva do quadro clínico – vias de eliminação deficientes: insuficiência renal aguda TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação D- Medidas não específicas SUPORTE • APORTE CALÓRICO E NUTRIENTES • CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS • CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA, CARDIOCIRCULATÓRIA E NEUROLÓGICA • CONTROLE DAS FUNÇÕES RENAL E HEPÁTICA TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação D- Medidas não específicas SINTOMÁTICAS • DOR • HIPERTERMIA/HIPOTERMIA • REAÇÕES ALÉRGICAS • VÔMITOS • HIPER/HIPOTENSÃO • COMA • CHOQUE TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO ETAPA III- Tratamento da Intoxicação D- Medidas não específicas SINTOMÁTICAS • DOR • HIPERTERMIA/HIPOTERMIA • REAÇÕES ALÉRGICAS • VÔMITOS • HIPER/HIPOTENSÃO • COMA • CHOQUE EXERCÍCIO 1- Descreva sucintamente como deve ser a abordagem inicial de um paciente com picada de ofídios (cascavel, por exemplo); 2-Descreva sucintamente como deve ser a abordagem de um paciente que chega a emergência inconsciente. Quem o acompanha diz ter sentido um leve cheiro de amônia no local. Entregar na data da primeira prova.
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