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Aula 06 LUIZ BIVAR JR

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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: 
JUDICIÁRIA 
PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 
1 
Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 06 
CITAÇÕES E INTIMAÇÕES. SUJEITOS PROCESSUAIS E ATOS DAS 
PARTES. PRAZOS. 
Olá, caros alunos!! 
Na aula de hoje trataremos dos temas “Citações e Intimações, Sujeitos 
Processuais, Atos das partes e prazos processuais”. 
Nosso estudo começa com a comunicação dos atos processuais, ou 
seja, abordaremos, com detalhes, as três formas pelas quais os atos 
processuais podem chegar ao conhecimento de seus destinatários: a 
citação, intimação e notificação. 
I) COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS (ARTS. 351 a 372 do 
CPP) 
Breve Resumo: 
a) A citação é dirigida apenas ao acusado e ocorre uma única vez no 
processo (a não ser que haja um vício processual e ela tenha que 
ser refeita); 
b) A intimação e notificação possuem vários destinatários 
(testemunha, acusado, advogado, membro do MP, peritos, etc) e 
podem ocorrer várias vezes dentre do processo. Enquanto a 
intimação se refere a atos passados, usamos a notificação quando 
estivermos nos referindo a atos futuros. Exemplos: falamos 
intimação da sentença (pois a parte está tomando ciência da 
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sentença que já foi proferida) e notificação de uma testemunha 
para prestar depoimento (o depoimento ainda será prestado, sendo 
então um ato futuro). Cuidado, pois popularmente falamos 
“intimação da testemunha”. O correto nas provas é notificação da 
testemunha. Sobre essa diferenciação, vamos dar uma olhada na 
questão abaixo cobrada na prova do TJDFT (Analista Judiciário): 
Valdivino Valdo achava-se descansando em sua residência, 
em um dia de sábado, quando, às 9 h 15 min, foi 
comunicado por escrito, por um oficial de justiça, que 
deveria comparecer, na próxima quinta-feira, às 15h40min, 
à 7.ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária Especial de 
Brasília, a fim de depor em autos de processo-crime que por 
ali tramitava e de cujo fato Valdivino Valdo fora testemunha 
ocular. 
QUESTÃO 53 
A comunicação recebida por Valdivino Valdo é tecnicamente 
denominada 
a) citação; 
b) carta de ordem; 
c) notificação; 
d) requisição; 
e) carta testemunhável. 
GABARITO: Letra “C”. 
Veremos agora, com detalhes, cada uma das formas de comunicação 
dos atos processuais. 
CITAÇÃO: 
É talvez a principal forma de comunicação processual. Trata-se do ato 
pelo qual se dá conhecimento ao réu de que existe uma acusação contra ele, 
convidando-o a se defender. Com a citação dizemos que a relação 
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processual se completou (até então, existia apenas uma relação entre o 
autor e o juiz). O único efeito da citação no processo penal é o de completar 
a relação processual. Confirmando esse entendimento, temos o art. 363, 
caput, do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008: 
“Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a 
citação do acusado. 
(...).” 
Vejamos agora como se classifica a citação aqui no Processo Penal. 
Classificação
 Por Oficial de Justiça (mandado) 
Citação Real ou Pessoal 
 Precatória 
 Cartas De ordem 
 Rogatória 
 Ficta ou Presumida: 
 Por Hora Certa (art. 362, CPP); 
 Por Edital. 
Notem que, aqui no Processo Penal, não existe a citação pelo correio 
(esta constitui a regra geral no Processo Civil). 
Passemos agora ao estudo de cada tipo de citação. 
1) Citação Real ou Pessoal: 
É assim chamada, pois aqui teremos certeza quanto à citação ou não 
do acusado. Será feita por oficial de justiça (via mandado) ou por uma das 
cartas (precatória, de ordem ou rogatória). 
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Não devemos esquecer, ainda, que, caso o réu seja citado 
pessoalmente e não compareça nem constitua advogado, o processo seguirá 
normalmente (art. 367, CPP). Nesse caso, falamos em revelia (ausência do 
réu). 
a) Citação Por Oficial de Justiça: 
É a regra geral do Processo Penal. Será cabível quando o acusado se 
encontrar em um território sujeito à jurisdição do juiz processante, ou seja, 
quando o acusado estiver na mesma comarca em que o juiz atua. É a forma 
de citação feita por oficial de justiça, utilizando-se do mandado de 
citação. 
De acordo com o art. 351 do CPP: 
“Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no 
território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.” 
Requisitos do mandado: 
O mandado de citação deverá preencher requisitos intrínsecos e 
extrínsecos. 
i) Intrínsecos (352 CPP): são aqueles que se referem à própria 
confecção, elaboração do mandado. Estão elencados no art. 352 do 
Estatuto Processual Penal e a sua falta gera, em regra, a nulidade 
da citação. Segundo o referido artigo: 
“Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais 
característicos; 
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IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.” 
ii) Extrínsecos (357 CPP): são determinadas formalidades que 
devem ser observadas pelo oficial de justiça quando da realização 
da citação. Estão previstos no art. 357 do CPP: 
“Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na 
qual se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua 
aceitação ou recusa.” 
Para concluirmos a citação por oficial de justiça, veremos agora três 
casos especiais: o militar, o preso e o funcionário público: 
i) Militar: sua citação será feita por intermédio do chefe do 
respectivo serviço (art. 358, CPP). Quem recebe a citação não é o 
militar, mas sim o chefe do serviço (o comandante daquele 
batalhão, por exemplo). Assim, nos casos envolvendo o militar, o 
juiz oficial diretamente o chefe; 
ii) Preso: com o advento da Lei nº 10.792/2003, que deu nova 
redação ao art. 360 do CPP, a citação do preso passou a ser 
pessoal. Antigamente, só para os senhores terem uma ideia, a 
citação do preso era feita por meio do diretor do presídio. Ou seja, 
o oficial de justiça ia até lá e entregava uma cópia do mandado 
para o diretor. Entretanto, tal procedimento prejudicava a ampla 
defesa do acusado que não podia se preparar antecipadamente, já 
que o diretor do presídionão tinha o cuidado de avisar 
antecipadamente ao agente a data em que seria ouvido pelo juiz. 
Com a mudança legislativa, a citação do preso passou a ser 
pessoal, de modo que o oficial de justiça se dirigirá até o presídio 
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onde o agente está recolhido e lhe entregará uma cópia do 
mandado; 
iii) Funcionário público: nos termos do art. 359, CPP, o funcionário 
público será citado pessoalmente (em sua residência, no trabalho 
ou onde for encontrado), exigindo-se, ainda, a notificação do chefe 
da repartição. Note que o funcionário público será citado (já que 
ele é acusado de ter cometido determinada infração penal), ao 
passo que o chefe será apenas notificado de que em certo dia não 
poderá contar com aquele servidor. 
B) Citação pelas Cartas: 
B.1) Carta Precatória: 
Será cabível quando o acusado se encontrar em um território fora da 
jurisdição do juiz processante, isto é, em outra comarca (art. 353). Na 
verdade, a citação por precatória consiste em um pedido do juiz processante 
dirigido ao juiz da comarca em que se encontra o acusado, a fim de que este 
proceda ao ato citatório. O juiz solicitante (aquele que remete a carta) será 
chamado de deprecante. Já o solicitado (aquele que recebe a precatória), 
de deprecado. 
Os requisitos da precatória estão descritos no art. 354 do CPP, sendo 
praticamente os mesmos da citação por mandado (já estudada). Podemos 
acrescentar, porém, o nome do juiz deprecante e do juiz deprecado, e suas 
respectivas sedes. Vejamos a redação do referido art. 354: 
“Art. 354. A precatória indicará: 
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; 
II - a sede da jurisdição de um e de outro; 
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; 
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.” 
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Bem, como estão percebendo, este tipo de citação é muito simples. 
Chamo a atenção, entretanto, para as seguintes observações que 
comumente figuram nas provas de concurso. 
Observações: 
a) Havendo urgência a precatória poderá ser expedida por via 
telegráfica (art.356). Admite-se, inclusive, sua expedição via fax (Lei 
nº 9.800/99). Fiquem atentos, porém, pois a Lei nº 11.419/2006, que 
trata da informatização da justiça, não admite que a citação, no 
âmbito criminal, seja feita por meio eletrônico (art. 6º); 
b) Caso o juiz deprecado verifique que o réu se encontra em um 
território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá a 
precatória, desde que ainda haja tempo para fazer-se a citação 
(art.355, § 1°). É a chamada precatória itinerante; 
c) O art. 355, § 2º, CPP, estabelece que caso o juízo deprecado 
verifique que o acusado se oculta para não ser citado, deverá devolver 
imediatamente a precatória ao juízo deprecante, para o fim previsto 
no artigo 362. Antes do advento da Lei nº 11.719/2008, o art. 362 do 
CPP fazia menção à citação por edital. Agora, porém, trata da citação 
por hora certa. O entendimento que vem prevalecendo na doutrina é o 
de que ao verificar que o acusado se oculta para não ser citado, o 
juízo deprecado deverá providenciar a sua citação por hora certa, 
devolvendo-se a precatória cumprida para o juízo deprecante. 
B.2) Carta de Ordem: 
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A carta de ordem não passa de uma precatória com nome diferente. 
Isso ocorre, pois na carta de ordem o juízo deprecante possui hierarquia 
superior à do juízo deprecado. 
Eu gosto muito do conceito de um autor chamado Fernando Capez que 
diz o seguinte: “(...) são citações determinadas pelos tribunais no processo 
de sua competência originária, vale dizer, o tribunal determina ao 
magistrado de primeira instância que cite o acusado residente em sua 
comarca e que goze de foro por prerrogativa de função. São também as 
determinações dos tribunais superiores para tribunais de segundo grau”. 
Na verdade, essa forma de comunicação dos atos processuais é uma 
ordem de um membro de tribunal dirigida a juiz de instância inferior. 
Imaginemos o seguinte exemplo: o governado do Estado da Bahia se 
vê acusado do crime de peculato. Por se tratar de um governador de estado 
e de um crime comum, será ele processado perante o STJ. Ocorre que o STJ 
fica em Brasília e o governador em questão mora na Bahia. Assim, o STJ, 
após receber a denúncia contra o governador, deverá citá-lo para se 
defender. Nesse caso, o STJ enviará uma carta de ordem ao Tribunal de 
Justiça do Estado da Bahia, solicitando a citação do referido governador. 
B.3) Carta Rogatória: 
A última carta que temos que analisar é a carta rogatória. Esta 
ocorrerá quando o acusado se encontrar no exterior, em local conhecido, 
ou em uma legação estrangeira (embaixada ou consulado sediados no Brasil 
ou no exterior). 
Observações: 
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a) A prescrição ficará suspensa enquanto não for cumprida a rogatória. 
Segundo a doutrina, tal prazo só deverá voltar a correr com a juntada 
da rogatória nos autos; 
b) Desde o advento da Lei nº 9.271/1996, pouco importa se a infração é 
afiançável ou inafiançável (antigamente só se admitia a citação por 
rogatória se o crime fosse inafiançável). 
Agora que já concluímos o estudo das citações reais (ou pessoais), vamos 
dar uma olhada nas formas de citação ficta (ou presumida). 
2) Citação Ficta ou Presumida: 
Nas citações fictas (ou presumidas) não haverá certeza quanto ao 
conhecimento, pelo acusado, da citação. Em verdade, como veremos em 
seguida, será até mais fácil que ele nem fique sabendo que foi citado. Após 
o advento da Lei nº 11.719/2008, passamos a ter duas modalidades de 
citação ficta: a citação por hora certa e a citação por edital. 
a) Citação Por Hora Certa: 
Foi introduzida no Processo Penal pela Lei nº 11.719/2008, que deu nova 
redação ao art. 362 do CPP. Caso o acusado se oculte para não ser citado, o 
oficial de justiça procederá à citação por hora certa, ou seja, notificará 
algum membro da família ou vizinho de que voltará no dia seguinte, em 
determinada hora, para realizar a citação. Caso encontre o réu, cita-lo-á, 
porém, caso não seja possível, citará o membro da família ou o vizinho que 
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havia sido previamente avisado, considerando-se, para todos os efeitos, 
feita a citação. Nos termos do referido artigo: 
“Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de 
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na 
forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 – Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não 
comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.”Notem que a citação por hora certa, no Processo Penal, ocorre nos 
mesmos casos do Processo Civil, ou seja, quando o réu se oculta para não 
ser citado. 
b)Citação Por Edital: 
O art. 363, CPP também foi alterado pela Lei nº 11.719/2008, de 
modo que, atualmente, caberá a citação por edital nos casos em que o réu 
não é encontrado para ser citado (está em local incerto ou não sabido). 
Nesse caso, o edital terá o prazo de 15 (quinze) dias (art. 361). 
Agora, peço a atenção dos senhores para um pequeno detalhe. A 
antiga redação do art. 363 do CPP, em seus incisos I e II, estabelecia que 
também seria cabível a citação por edital quando o acusado estivesse em 
local inacessível em razão de guerra, epidemia, calamidade pública ou outro 
motivo de força maior (nesse caso o prazo do edital seria fixado pelo juiz 
entre 15 e 90 dias) e quando fosse incerta a pessoa que tivesse que ser 
citada (não se sabe ao certo sua qualificação). Nesse último caso, o prazo do 
edital seria de 30 dias. 
Ocorre que os referidos incisos I e II do art. 363, CPP foram revogados 
pela Lei nº 11.719/2008. Surge então uma pergunta: a citação por edital 
continua sendo cabível naqueles casos transcritos acima?? 
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A resposta é positiva, pois, do contrário, não haveria outra forma de 
citá-los. A diferença agora é que, com a revogação dos incisos I e II do art. 
363 do CPP, o art. 364 perdeu sua aplicação, de modo que, nesses casos 
(local inacessível e pessoa incerta), a citação será feita por edital, porém 
com prazo de 15 dias. 
Na verdade, o intuito da lei foi o de simplificar o procedimento da 
citação por edital. 
 Os requisitos do edital estão previstos no art. 365 do CPP, transcrito 
abaixo: 
“Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, 
bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, 
se houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o 
juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser 
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por 
exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do 
jornal com a data da publicação.” 
Regras quanto à divulgação do edital (art. 365, parágrafo 
único, CPP): 
A divulgação de um edital poderá passar por três etapas (não 
necessariamente teremos as três). 
1ª etapa: afixação do edital na sede do juízo (ou local de costume). 
Trata-se de etapa obrigatória; 
2ª etapa: publicação do edital pela imprensa oficial (Diário Oficial), 
onde houver. Essa publicação somente será possível caso, na comarca, 
circule o diário oficial; 
3ª etapa: não havendo a publicação do edital na imprensa oficial 
(Diário Oficial), será ele publicado em jornal de grande circulação, desde que 
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o Estado/Município tenha recursos para arcar com essa publicação. Diferente 
do que ocorre no Processo Civil, no penal, basta uma única publicação. 
Fiquem atentos, pois só haverá essa última etapa, caso a segunda 
(publicação no Diário Oficial) tenha sido inviabilizada. 
Para concluirmos a citação por edital, vamos dar uma olhada na 
seguinte observação: 
Observação: Caso o réu seja citado por edital e não compareça e 
nem constitua defensor, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes (nesse caso, deverá nomear um defensor dativo. Fora 
desse caso, o processo fica suspenso e não se nomeia defensor dativo) e, se 
for o caso, decretar a prisão preventiva do acusado (art. 366 do CPP). 
Para aqueles que estão se preparando para o concurso de Delegado, aí 
vai mais uma regra importante. Qual o prazo máximo de suspensão da 
prescrição, nesses casos?? 
A doutrina majoritária entende que o prazo máximo de suspensão da 
prescrição será o prazo máximo de prescrição abstrata do crime pelo qual o 
agente está sendo processado. Após isso, o prazo de prescrição voltará a 
correr normalmente, porém o processo continuará suspenso (uma vez que o 
acusado ainda não foi encontrado). 
Em 2007, entretanto, o STF decidiu que o prazo de suspensão da 
prescrição será indeterminado (RE 460971/RS. Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, 13/2/2007). Nos termos da referida decisão: “(...) No tocante à 
suspensão da prescrição, entendeu-se que a Constituição não veda que seu prazo 
seja indeterminado, uma vez que não se constitui em hipótese de 
imprescritibilidade e a retomada do curso da prescrição fica apenas condicionada a 
evento futuro e incerto. Além disso, aduziu-se que a Constituição se restringe a 
enumerar os crimes sujeitos à imprescritibilidade (CF, art. 5º, XLII e XLIV), sem 
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proibir, em tese, que lei ordinária crie outros casos. Por fim, considerou-se 
inadmissível sujeitar-se o período de suspensão de que trata o art. 366 do CPP ao 
tempo da prescrição em abstrato, visto que, do contrário, o que se teria seria uma 
causa de interrupção e não de suspensão. RE provido para determinar a suspensão 
da prescrição por prazo indeterminado.” 
Ressalte-se que o art. 366 do CPP teve sua redação alterada pela Lei 
nº 9.271, de 17 de abril de 1996. Consequentemente, a suspensão da 
prescrição só se aplica aos crimes cometidos após essa data, pois, por se 
tratar de norma mais gravosa ao acusado, não pode retroagir. 
Com isso, terminamos as citações. Nada obstante, gostaria, ainda, de 
elencar abaixo duas ou três regras sobre as intimações e notificações. 
INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO (arts. 370 a 372, CPP): 
a) Ministério público: goza do benefício da intimação/notificação 
pessoal. Conforme entendimento da jurisprudência, a contagem do 
prazo do MP começa a partir da entrada do processo no setor 
administrativo da promotoria, e não quando ele apõe o seu ciente 
pessoal nos autos; 
b) Defensor público: será intimado/notificado pessoalmente (nos 
termos da Lei nº 1.060/1950, o defensor público goza da 
prerrogativa do prazo em dobro para a prática dos atos 
processuais); 
c) Defensor dativo: é aquele nomeado pelo juiz, nos casos em que o 
acusado não tem advogado. Também será intimado/notificado 
pessoalmente (por meio de mandado do oficial de justiça); 
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d) Advogado particular: também chamado de defensor constituído. 
É intimado/notificado por meio de publicação no Diário de Justiça 
(art. 370, §§ 1º e 2º, CPP). 
II) SUJEITOS PROCESSUAIS (ARTS. 251 a 281 do CPP) 
Os sujeitos processuais são todos aqueles que participam, de alguma 
forma, de um processo. Veremos, assim, as regras maisimportantes dos 
sujeitos processuais que comumente figuram nas provas de concurso (juiz, 
Ministério Público, acusado, defensor, assistente de acusação e auxiliares da 
justiça). 
Lembrem-se de que o delegado de polícia, por ter participação na fase 
do inquérito policial, não pode ser considerado um sujeito processual. 
Os sujeitos processuais classificam-se em: 
¾ Principais = juiz (sujeito imparcial) e as partes (sujeitos parciais); 
¾ Secundários ou acessórios = são aqueles que possuem direitos 
dentro do processo, mas podem ou não existir, sem que isso traga 
qualquer prejuízo. Ex: fiador do acusado, assistente de acusação, etc. 
¾ Terceiros = são aqueles que não possuem qualquer interesse no 
processo, apenas colaborando com ele. Ex: testemunhas, peritos, 
intérpretes, etc. 
1) JUIZ
É, sem dúvida, um dos mais importantes sujeitos processuais. A ele 
incumbe, segundo o art. 251, CPP, manter a ordem e a regularidade 
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processual. É para o juiz que vamos dirigir nossos requerimentos, que serão 
deferidos ou não. Como o juiz substitui a vontade das partes (dizendo, no 
caso concreto, qual será o direito aplicado), deverá atuar sempre com 
imparcialidade. 
A fim de bem desenvolver suas funções, o juiz goza de algumas 
garantias (art. 95 da CF/88) e está sujeito a algumas vedações (art. 95, 
parágrafo único da CF/88): 
Garantias (art. 95 CF/88): 
ƒ Irredutibilidade de subsídios; 
ƒ Vitaliciedade (ocorre 2 anos após o efetivo exercício); 
ƒ Inamovibilidade, salvo razões de interesse público mediante 
maioria absoluta do tribunal, garantindo-se ao juiz o direito de 
defesa; 
Vedações (art.95, parágrafo único, CF/88): 
ƒ Exercer, ainda que haja compatibilidade de horários, outro cargo 
ou função, salvo uma de magistério; 
ƒ Dedicar-se à atividade político-partidária; 
ƒ Receber custas ou participação no processo; 
ƒ Receber, a qualquer título ou pretexto, valores de pessoa física 
ou entidades públicas ou privadas, salvo as exceções previstas 
na lei; 
ƒ Exercer a advocacia perante o juízo ou tribunal em que atuava 
antes de decorridos 3 anos do dia em que se aposentou ou foi 
exonerado; 
Costuma dizer ainda que o juiz deve ter capacidade. Esta subdivide-se 
em: 
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ƒ Capacidade subjetiva: são os conhecimentos jurídicos do 
magistrado, aferidos por meio de sua prévia aprovação em concurso; 
ƒ Capacidade objetiva: o juiz deve ter competência (conceito já 
estudado); 
ƒ Capacidade moral: o juiz deve ser imparcial. 
O mais importante para as provas, entretanto, é memorizarmos os 
casos de impedimento, incompatibilidade e suspeição do juiz. São 
casos em que não poderá atuar dentro do processo. Vamos a eles: 
Impedimentos (art. 252 CPP): 
Os casos de impedimento estão previstos taxativamente no art. 252 
do CPP: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor 
ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar 
da justiça ou perito; 
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou 
servido como testemunha; 
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, 
de fato ou de direito, sobre a questão; 
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou 
diretamente interessado no feito 
Incompatibilidade (art.253 CPP): 
O art. 253, CPP traz um único caso de incompatibilidade: 
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Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo 
os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive 
Suspeição (art.254 CPP): 
Finalmente, os casos de suspeição estão descritos no art. 254, CPP: 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes: 
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver 
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso 
haja controvérsia; 
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o 
terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo 
que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das 
partes; 
VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada 
no processo. 
Observações: 
a) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida quanto a 
parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la (art. 
256, CPP); 
b) O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por 
afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe tiver dado 
causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o 
casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o 
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padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no 
processo (art. 255, CPP). 
2) MINISTÉRIO PÚBLICO
O conceito do Ministério Público pode ser extraído do art. 127 do 
Constituição Federal: 
“Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis.” 
O Ministério Público possui os seguintes princípios institucionais (art. 
127, § 1º, da CF/88): 
a) Unidade: quando um de seus membros atua, ele não o faz em nome 
próprio e sim em nome de toda a instituição; 
b) Indivisibilidade: os membros do MP podem se substituir um aos 
outros, uma vez que o MP não pode ser dividido. 
c) Independência funcional: os membros do MP são independentes do 
ponto de vista funcional, isto é, estão vinculados apenas à sua própria 
consciência e à lei. A hierarquia que existe é apenas administrativa. 
Os membros do MP estão sujeitos às mesmas garantias e vedações 
dos juízes: 
Garantias de seus membros: os membros do MP contam com as 
seguintes garantias (art. 128, I): 
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a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o 
cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; 
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante 
decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo 
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla 
defesa; 
c) irredutibilidade de subsídio. 
Vedações: além disso, seus membros estão sujeitos às seguintes 
vedações (art.128, II): 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, 
percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função 
pública, salvo uma de magistério; 
e) exercer atividade político-partidária; 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as 
exceções previstas em lei; 
g) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes 
de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração. 
Classificação do MP: 
O Ministério Público subdivide-se em: 
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a) Ministério Público da União: é composto pelo Ministério Público Federal 
(MPF), Ministério Público Militar (MPM), Ministério Público do Trabalho 
(MPT) e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); 
b) Ministérios Públicos dos Estados. 
No que se refere às funções do MP, podemos elencar duas principais: 
a) Acusador: o papel de acusador é exercido pelo Ministério Público 
nos crimes de ação penal pública (art. 129, I, CF/88). Diz-se que o 
MP é uma parte “imparcial”, uma vez que acusa representando toda 
a sociedade; 
b) Fiscal da lei (custos legis): o MP deve fiscalizar se a lei está 
sendo bem aplicada. O papel de fiscal da lei é exercido tanto nos 
crimes de ação pública quanto nos de ação privada. 
O art. 257 do CPP (com redação determinada pela Lei nº 
11.719/2008) confirma a ideia que acabamos de tratar: 
“Art. 257. Ao Ministério Público cabe: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma 
estabelecida neste Código; e 
II - fiscalizar a execução da lei.” 
A seguir elenco as principais atribuições e competências do Ministério 
Público, complementando o que já foi dito. 
Atribuições e Competências:
a) promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
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b) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, 
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; 
c) promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos; 
d) defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas; 
e) expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, 
na forma da lei complementar respectiva; 
f) exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
g) requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações 
processuais; 
h) exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que 
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação 
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. 
Sobre as atribuições do MP, vejamos a seguinte questão cobrada na 
prova de Analista Processual do MPU: 
“É certo que, em matéria processual, o Ministério Público: 
a) tem, dentre outras, a função institucional de promover a ação penal 
privada; 
b) não é uno, nem indivisível, pois seus membros exercem funções em 
comarcas diversas; 
c) promoverá e fiscalizará a execução da lei; 
d) não pode pedir a absolvição do réu, pois deve zelar pela pretensão 
acusatória; 
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e) pode desistir, motivada e fundamentadamente, da ação penal proposta.” 
(GABARITO: C) 
Observações: 
a) Aplicam-se aos membros do MP as mesmas garantias, vedações, 
impedimentos e suspeições dos magistrados; 
b) Predomina o entendimento de que este é órgão independente, não 
estando vinculado a nenhum dos três Poderes do Estado, já que 
suas atribuições não se relacionam a qualquer das atribuições finais 
precípuas dos poderes constituídos, quais sejam, administrar, 
legislar ou julgar. A esse respeito vejamos a seguinte questão 
cobrada em 2006 pelo Cespe, no concurso para o cargo de oficial 
de chancelaria: 
“O Ministério Público, que não faz parte da estrutura de nenhum 
dos poderes políticos, seja do Executivo, seja do Legislativo, seja 
do Judiciário, detém autonomia financeira e administrativa” 
(Gabarito: CORRETA); 
c) O STF e o STJ vêm admitindo que o MP conduza diretamente uma 
investigação criminal (súmula 234 do STJ). Como já mencionado, o 
ato de investigar, no Brasil, não é exclusividade da polícia. Esta 
apenas detém a exclusividade para instauração de inquérito policial, 
mas não para investigar. 
3) ACUSADO
O acusado é o sujeito passivo da relação processual, isto é, aquele 
em torno do qual é deduzida a pretensão acusatória. 
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Requisitos exigidos para que alguém possa ser sujeito passivo da 
relação processual: 
a) capacidade para ser parte: decorre do fato do agente ser 
sujeito de direitos e obrigações, excluindo-se, assim, os animais 
e os mortos; 
b) capacidade para estar em juízo (capacidade processual): 
trata-se da legitimação para figurar no processo em nome 
próprio (legitimatio ad processum). Essa capacidade é adquirida 
quando o agente atinge 18 anos; 
c) Legitimidade passiva ad causam: exige-se que aquele 
apontado na inicial como autor do delito seja a mesma pessoa 
que foi investigada no inquérito, por exemplo. 
Não devemos esquecer que o deficiente metal pode ser sujeito 
passivo da relação processual, uma vez que a ele poderá ser imposta 
medida de segurança (art. 97, CP). Já as pessoas que gozam de 
imunidade diplomática ou parlamentar material não poderão ser 
processados. 
Quanto à terminologia, durante o inquérito, o agente é chamado de 
indiciado, quando formalmente apontado como suspeito pelo Estado. 
Quando do oferecimento da denúncia, deve ser denominado denunciado 
ou imputado. Após o recebimento da denúncia, passa a ser qualificado 
como acusado ou réu. Nas ações penais privadas, é chamado de 
querelado. Finalmente, havendo sentença condenatória transitada em 
julgado, é chamado de condenado. 
9 Observação: pode a pessoa jurídica ser sujeito passivo da 
relação processual (sujeito ativo de um crime)? Prevalece 
o entendimento de que a pessoa jurídica pode ser 
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responsabilidade penalmente pelos crimes contra o meio 
ambiente (art. 225, § 3º, CF/88 e Lei nº 9.605/98). 
4) DEFENSOR
Para começar, podemos elencar três tipos de defensores: 
ƒ Público – realiza a defesa dos juridicamente pobres. O ingresso no 
cargo sedá mediante prévia aprovação em concurso público de provas 
e títulos; 
ƒ Dativo – nomeado pelo juiz quando o acusado não tem advogado; 
ƒ Constituído – trata-se do advogado particular. Aquele que foi 
escolhido e constituído pelo acusado. 
No processo penal, nenhum acusado, ainda que foragido ou ausente, será 
processado sem defensor (art. 261, CPP). Essa regra vale inclusive para os 
Juizados Especiais Criminais. 
A exigência da presença de um defensor técnico legalmente habilitado, é 
decorrência natural do princípio da ampla defesa. Modernamente, esse 
princípio abrange a autodefesa (exercida pelo próprio acusado por ocasião 
do seu interrogatório) e a defesa técnica (desempenhada por profissional 
legalmente habilitado). Não esqueçam, por óbvio, que será nula a defesa 
feita exclusivamente por estagiário. 
A constituição de advogado é feita, em regra, mediante a concessão ou 
outorga de procuração. Temos, porém, algumas exceções: 
a) caso a indicação de advogado seja feita por ocasião do interrogatório 
do acusado, dispensa-se a concessão de procuração (art.266 CPP); 
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b) defensor público e dativo não necessitam de procuração; 
c) em se tratando de atos considerados urgentes, admite-se que o 
advogado pratique o ato, mesmo sem procuração, desde que a exiba 
posteriormente, no prazo de 15 dias, prorrogáveis por até 15 dias, sob 
pena dos atos serem considerados inexistentes (art. 37 do CPC 
aplicado por analogia). 
Finalmente, ressalto que a Lei n. 11.719/2008 alterou o art. 265 do CPP 
para estabelecer que: 
a) O advogado não poderá abandonar o processo, senão por motivo 
imperioso, comunicado previamente ao juiz, sob pena de multa; 
b) Se por motivo justificado, o defensor não puder comparecer à 
audiência, esta poderá ser adiada. Tal motivo deve ser demonstrado 
até a abertura da audiência, sob pena do ato não ser adiado e o juiz 
nomear defensor dativo, ainda que provisoriamente ou só para o efeito 
do ato, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB. 
: 5) ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
O assistente de acusação não é o sujeito processual que mais ouvimos 
falar, porém pode estar presente em um grande número de processos. 
Podemos defini-lo como sendo todo aquele que visa a auxiliar o Ministério 
Público na acusação de um crime de ação penal pública. 
São legitimados a atuar como assistente de acusação a vítima, o seu 
representante legal (se a vítima for menor de 18 anos) e os seus sucessores 
(nos casos de morte ou ausência da vítima). 
Notem bem. Só existe assistente de acusação nos crimes de ação penal 
pública, já que nesses delitos quem acusa é o MP. Assim, a vítima, 
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inconformada com o delito, teria interesse em auxiliá-lo nessa acusação. 
Como nos crimes de ação penal privada já é a própria vítima que processa, 
não haveria interesse em ser assistente de acusação. 
O assistente de acusação poderá se habilitar como tal desde o 
recebimento da denúncia até o trânsito em julgado da sentença. 
Sobre o tema, vejamos a questão abaixo cobrada na prova de 
Procurador do Banco Central: 
“O assistente de acusação poderá ser admitido: 
a) a qualquer tempo, após a instauração do inquérito policial. 
b) após o recebimento da denúncia e antes da sentença. 
c) após o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da 
sentença. 
d) após o oferecimento da denúncia e antes da sentença. 
e) após o oferecimento da denúncia e antes do trânsito em julgado 
da sentença.” (GABARITO: C) 
Procedimento: 
O pedido de habilitação daquele que quiser atuar no processo como 
assistente de acusação será dirigido ao juiz que, após ouvir o MP, decidirá 
(art. 272, CPP). A análise do juiz se limita aos aspectos formais do pedido, 
não ingressando ele na análise do mérito. Isso significa que o juiz não irá 
analisar o interesse ou necessidade do MP em ter um assistente de acusação 
(mérito), mas sim se o prazo foi respeitado, se a ação penal é pública, a 
questão dos legitimados, etc. 
Observações: 
a) O corréu não pode, no mesmo processo, atuar como assistente de 
acusação (art. 270 CPP); 
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b) O assistente de acusação que intimado deixar de comparecer, sem 
qualquer justificativa aos atos do processo, não precisará mais ser 
intimado para atos futuros, seguindo o processo independentemente 
de nova intimação; 
c) Do despacho do juiz que não admitir o pedido de habilitação do 
assistente não caberá recurso, devendo, no entanto, constar dos autos 
o pedido e a decisão (art. 273 CPP). Admite-se, nesse caso, mandado 
de segurança. 
Poderes do assistente (art. 271 CPP): 
O assistente poderá: 
ƒ Propor meios de prova; 
ƒ Dirigir perguntas às testemunhas; 
ƒ Aditar o libelo1 e os articulados; 
ƒ Participar dos debates orais; 
ƒ Arrazoar os recursos (oferecer razoes recursais) interpostos pelo MP 
ou por ele próprio. 
A maioria desses poderes não traz maiores dificuldades. Especificamente 
quanto ao último (“arrazoar os recursos interpostos pelo MP ou por ele 
próprio”), a regra geral é que o assistente de acusação não pode interpor 
recurso, mas tão somente apresentar razões recursais (fundamentação) aos 
recursos que já foram interpostos pelo MP (o prazo das razões é de 3 dias – 
art. 600, § 1º, CPP). No entanto, caso o MP se mantenha inerte, o assistente 
poderá interpor o recurso, no prazo de 15 dias, estando ou não habilitado 
(art. 598, parágrafo único do CPP). 
 
1 A Lei nº 11.689/2008 acabou com a figura do libelo e contrariedade ao libelo no Tribunal do Júri. 
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Os recursos que o assistente de acusação está autorizado a interpor são: 
apelação (sempre em caráter supletivo, ou seja, nas omissões do MP); 
recurso em sentido estrito (nos casos de extinção de punibilidade – art. 
581, VIII, CPP. Antes do advento da Lei n° 11.689/2008, falava-se também 
que o assistente estava autorizado a interpor recurso em sentido estrito nos 
casos de impronúncia, porém, o caso agora é de apelação, conforme o art. 
416 do CPP); recurso especial e extraordinário nas hipóteses em que pode 
recorrer (Súmula nº 210 do STF). Não se admite, entretanto, que o 
assistente de acusação recorra extraordinariamente nos casos de concessão 
de habeas corpus (Súmula nº 208 do STF). 
O STF admite que o assistente de acusação recorra para agravar a pena 
do réu. 
Finalmente, o art. 427 do CPP (com redação alterada pela Lei nº 
11.689/2008) admite que o assistente de acusação requeira o 
desaforamento no Tribunal do Júri (estudaremos este conceito mais a 
frente). 
6) AUXILIARES DA JUSTIÇA: 
São três os auxiliares da justiça: 
ƒ Servidores da justiça; 
ƒ Peritos; 
ƒ Intérpretes. 
Os servidores da justiça são aqueles que praticam atos de registro e 
comunicação processual. Ex: oficial de justiça, técnico e analista judiciário,CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
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depositário público, leiloeiros oficiais, contadores e partidores oficiais, etc. 
Dada sua simplicidade, raramente são cobrados em provas de concurso. 
Peritos: 
No que se refere aos peritos, podemos elencar as seguintes regras: 
ƒ As partes não intervirão na nomeação dos peritos (art. 276 CPP). Tal 
atribuição cabe ao juiz da causa; 
ƒ Os peritos subdividem-se em Oficiais e Não oficiais (ou louvados). 
Considerando as invocações trazidas pela Lei nº 11.690/2008, a regra 
consiste em o juiz nomear 1 (um) perito oficial (concursado e que 
integra os quadros da Polícia Judiciária). Em sua falta, admitem-se os 
chamados peritos não oficiais ou louvados [duas pessoas idôneas, 
portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, 
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza 
do exame (art. 159, § 1º, do CPP)]. Os peritos não oficiais não são 
concursados, mas prestam o compromisso de servir bem e fielmente 
exercer a função sempre que forem nomeados pelo juiz; 
ƒ O laudo pericial deve ser elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, 
podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos 
peritos (art. 160, parágrafo único, do Código de Processo Penal); 
ƒ De acordo com o § 3º do art. 159 do CPP, com redação dada pela Lei 
nº 11.690/2008, o Ministério Público, o assistente de acusação, o 
ofendido, o querelante e o acusado poderão, além de formular 
quesitos, indicar assistentes técnicos. É importante observar que, 
agora, a figura dos assistentes técnicos, antes privativa do Processo 
Civil, também existe no Processo Penal (antigamente, como não se 
admitiam os assistentes técnicos no Processo Penal, a perícia 
particular equivalia a um parecer, tendo valor de prova documental); 
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ƒ O perito nomeado é obrigado a aceitar o encargo, salvo motivo 
justificado, sob pena de multa (art. 277, CPP); 
ƒ O não comparecimento do perito, sem justa causa, poderá dar ensejo 
à sua condução coercitiva (art. 276); 
ƒ Não podem ser peritos (art. 279, CPP): 
a) Analfabetos e menores de 21 anos. Notem que essa idade não 
foi alterada pelo novo Código Civil, que reduziu a maioridade 
civil para 18 anos; 
b) Os sujeitos à interdição de direitos; 
c) Aqueles que já tiverem prestado depoimento no processo ou 
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; 
Observação: aplicam-se aos peritos os mesmos casos de impedimento e 
suspeição dos juízes. 
Intérpretes: 
São aqueles que buscam a tornar compreensíveis os pensamentos de 
uma terceira pessoa, seja por problemas de idioma (não falam português, 
por exemplo), seja em razão de uma deficiência orgânica (ex: surdo-mudo). 
Observações:
ƒ Aplicam-se aos intérpretes os mesmos impedimentos e suspeição dos 
juízes. Em verdade, os impedimentos (art. 252) e suspeições (art. 
254) dos juízes se aplicam a todos os auxiliares da justiça (servidores 
da justiça, peritos e intérpretes); 
ƒ Os intérpretes estão para todos os fins legais, equiparados aos peritos 
(art. 280 CPP); 
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ƒ Ainda que o juiz tenha conhecimento da língua estrangeira deverá 
nomear um intérprete. 
III) ATOS DAS PARTES
Os atos do juiz classificam-se em despachos, decisões interlocutórias e 
sentenças. 
a) Despachos: pronunciamentos judiciais sem carga decisória, 
visando apenas a dar andamento ao feito. Ex: abertura de vista de 
documento à parte contrária, designação da data de uma audiência, 
etc. Em regra, são irrecorríveis, mas, caso gerem tumulto 
processual, poderão dar causa à correição parcial; 
b) Decisões interlocutórias: são pronunciamentos judiciais que 
ocorrem em meio ao processo e não analisam o mérito da causa. 
Subdividem-se em: 
b.1) simples: são questões ou incidentes relativos ao andamento 
ou regularidade processual. Não põe fim à relação processual ou a 
qualquer fase do processo. Nos termos do art. 93, IX, da CF/88, 
todas as decisões emanadas do judiciário devem ser 
fundamentadas. Ex: de acordo com a doutrina, o recebimento da 
denuncia é decisão interlocutória simples e, portanto, deve ser 
fundamentada (a jurisprudência, entretanto, entende que se trata 
de mero despacho e, portanto, dispensa fundamentação); 
b.2) mista: são aquelas que colocam fim a uma fase processual ou 
à própria relação processual. No primeiro caso (colocam fim a uma 
fase processual) são chamadas de decisões interlocutórias 
mistas não terminativas. Ex: decisão de pronúncia no Tribunal do 
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Júri. Caso, entretanto, a decisão ponha fim à relação processual 
como um todo, estaremos diante de uma decisão interlocutória 
mista terminativa. Ex: rejeição da denúncia ou queixa. 
c) sentenças: constituem aqueles provimentos judiciais que 
apreciam o mérito da causa. No processo penal, a sentença 
necessariamente aprecia o mérito. Do contrário, estaremos diante de 
um despacho ou decisão interlocutória. Com a sentença o juiz encerra 
a sua função jurisdicional, não podendo mais alterar o que tiver 
decidido. Exceções: correção de erros materiais ou de cálculo (pode 
ser feita de ofício pelo juiz); se houver a interposição de embargos de 
declaração; quando advém lei nova mais favorável ao acusado (caso o 
processo ainda esteja em andamento, a lei nova será aplicada pelo 
próprio juiz de primeira instância. Caso, entretanto, já tenha havido o 
trânsito em julgado da decisão, nos termos da Súmula nº 611 do STF, 
essa competência caberá ao juiz das execuções) e no caso de 
interposição de recursos que admitem a retratação do juiz. 
IV) PRAZOS PROCESSUAIS (art. 798 e seguintes do CPP) 
Os prazos processuais correspondem ao lapso temporal dentro do qual 
os atos processuais podem ser validamente praticados, sob pena de 
preclusão (perda do direito de se praticar o ato processual). 
Classificação 
a) Próprios x Impróprios: os prazos próprios não podem ser dilatados, 
ou seja, uma vez transcorrido o prazo, não mais se admite a 
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realização do ato processual (ocorre a preclusão). Ex: prazo para 
interposição de recurso. Já os prazos impróprios são aqueles que, uma 
vez não cumpridos, trazem como consequência sanções de caráter 
administrativo, porém não impedem que o ato processual seja 
praticado. Ex: prazo para o juiz sentenciar; 
b) Legais x Judiciais: os primeiros são estabelecidos em lei (ex: prazos 
dos recursos), enquanto os prazos judiciais são fixados pelo juiz, 
conforme seu juízo (ex: prazo para realização de certa diligência); 
c) Comuns x particulares: os prazos comuns correm, ao mesmo 
tempo, para todas as partes envolvidas no processo. Já os prazos 
particulares são individuais, isto é, corremespecificamente para cada 
parte do processo. 
Regras de contagem 
a) A contagem de um prazo no Processo Penal se diferencia da contagem 
no Direito Penal e no Processo Civil. Vejamos as diferenças na tabela 
abaixo: 
Direito Penal Direito Processual 
Penal 
Direito Processual 
Civil 
Inclui-se o dia de início 
e exclui-se o dia de 
término. 
Exclui-se o dia de início 
e inclui-se o dia de 
término (art. 798, § 1º, 
CPP). 
Exclui-se o dia de início 
e inclui-se o dia de 
término. 
No processo penal, o 
início dos prazos não se 
dá com a juntada do 
mandado nos autos, e 
A contagem dos prazos, 
no Processo Civil, se 
inicia com a juntada do 
mandado devidamente 
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sim na data da 
intimação ou 
notificação. Nos termos 
da Súmula 710 do STF: 
“No processo penal, 
contam-se os prazos da 
data da intimação, e não 
da juntada aos autos do 
mandado ou da carta 
precatória ou de ordem”. 
cumprido nos autos do 
processo. 
b) No processo penal, a contagem dos prazos nunca se inicia ou termina 
em dia que não seja útil. Assim, se a intimação da parte ocorre na 
sexta-feira, o primeiro dia de contagem do ato processual será na 
segunda-feira, uma vez que devemos excluir o primeiro dia da 
contagem; 
c) Nos termos do art. 798, caput, do CPP, os prazos são contínuos e 
peremptórios, não se interrompendo ou suspendendo por férias, 
domingo ou feriado. Exemplo: Na contagem de um prazo processual 
de 5 (cinco) dias, caso a intimação da parte seja feita na quinta-feira, 
o prazo terá início na sexta-feira (exclui-se o primeiro dia). O quinto 
dia do prazo ocorrerá na terça-feira da semana seguinte, já que o 
sábado e domingo, contam normalmente nesse caso; 
d) Os prazos que terminarem em dia que não seja útil (domingo ou 
feriado, por exemplo) considerar-se-ão prorrogados para o primeiro 
dia útil imediato (art. 798, § 3º, CPP); 
e) Nos termos do § 5º do art. 798 do CPP, salvo os casos expressos, os 
prazos correrão: i) da intimação; ii) da audiência ou sessão em que for 
proferida a decisão, se a ele estiver presente a parte e iii) do dia em 
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que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou 
despacho. 
Conforme os arts. 799 e 800 do CPP, o escrivão terá dois dias para 
executar os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz. Já os 
magistrados darão seus despachos e decisões dentro dos prazos seguintes, 
quando outros não estiverem estabelecidos: i) de dez dias, se a decisão for 
definitiva (sentença) ou interlocutória mista (põe fim ao processo ou a 
alguma fase processual); ii) de cinco dias, se for interlocutória simples (não 
põe fim ao processo nem a nenhuma fase do processo) e iii) de um dia, se 
se tratar de despacho de expediente (apenas dão andamento ao processo, 
não possuindo carga decisória). 
Finalmente, dada a importância do art. 800, transcrevo-o abaixo: 
“Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos 
prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos: 
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista; 
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; 
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. 
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão. 
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo 
para a interposição do recurso (art. 798, § 5o). 
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá o juiz exceder 
por igual tempo os prazos a ele fixados neste Código. 
§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério 
Público no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito 
à sanção estabelecida no art. 799.” 
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Bem, senhores (as), concluímos a teoria de hoje. Vejamos então 
algumas questões para treinar nosso aprendizado. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) (Cespe/TJDFT/Analista Judiciário – Execução de 
Mandados/1999) Foi distribuído a A, oficial de justiça, o mandado de 
citação de B, réu no processo-crime n.º 002/99. Compulsando os 
autos, verifica-se que: C, irmão de A, exerceu a função de defensor 
do réu. Z, genro de A, é um dos subscritores do laudo de exame 
grafotécnico. X, primo de A, presidiu o inquérito policial. M, cunhado 
de A, é um dos subscritores do laudo de exame de local. e D, 
sobrinho de A, é diretor de secretaria da vara onde tramita a ação 
penal. Em face dessa situação, A encontra-se impedido de funcionar 
no processo, uma vez que: 
I – seu irmão exerceu a função de defensor do réu. 
II – seu genro exerceu atividade de perito. 
III – seu primo funcionou como delegado de polícia. 
IV – seu cunhado exerceu atividade de perito. 
V – seu sobrinho atua no processo como servidor dos ofícios judiciais. 
A quantidade de itens certos é igual a: 
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 
Comentário:
A alternativa correta é a letra “D” (4 itens corretos na questão). Apesar de 
se tratar de uma questão antiga, ainda se mostra bastante elucidativa e 
atual no tema dos impedimentos do magistrado. Toda a questão pode ser 
resolvida com base no art. 252, I, do CPP. Nos termos deste dispositivo: “o 
juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I - tiver funcionado 
seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral 
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até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do 
Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito.”. 
Também não devemos esquecer que os impedimentos e suspeições dos 
juízes se aplicam aos serventuários e funcionários da justiça (art. 274, CPP). 
Na questão em análise, apenas o item III é que não gera o impedimento do 
oficial de justiça, uma vez que trata do primo (parente colateral de 4º grau). 
Pelo CPP, o impedimento, na linha colateral, só vai até o terceiro grau, 
inclusive. 
2) (Cespe/TJDFT/Analista Judiciário – Execução de 
Mandados/1999) O analista judiciário deverá afirmar 
espontaneamente a sua suspeição, comunicando o fato ao juiz para 
a substituição, quando: 
I – for vizinho e conhecido do réu. 
II – for devedor do promotor de justiça que estiver oficiando no processo. 
III – seu cunhado estiver respondendo a processo por fato análogo, acerca 
de cujo caráter criminoso haja controvérsia. 
IV – for credor do réu. 
V – for amigo íntimo do réu. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I, II e III 
b) I, II e V 
c) I, III e IV 
d) II, IV e V 
e) III, IV e V 
Comentário:
A alternativa correta é a letra “D”. A questão indaga os casos de suspeição 
do analista judiciários (os mesmos do juiz) que estão previstos no art. 254 
do CPP. De acordo com o referido artigo: 
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Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado 
por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
Notem que a suspeição decorre a amizade íntima ou inimizade capital, e não 
simplesmente do fato de se conhecer ou ser vizinho do réu. Além disso, o 
item III está incorreto, pois se refere ao cunhado, parente não abrangido 
pelo art. 254, III, do CPP. 
3) (Cespe/TCE-AL/Procurador/2008) Julgue o item abaixo: 
O Código de Processo Penal cuida, em dispositivos separados, da suspeição 
e do impedimento do magistrado ou membro do tribunal. Baseado nessa 
distinção, estará impedido de atuar no processo o magistrado ou membro do 
tribunal que tenha aconselhado qualquer das partes. (TCE-
AL/Procurador/2008/Questão 48/assertiva A) 
Comentário:
Item ERRADO. Os casos de impedimento do magistrado ou membro de 
tribunal estão previstos no art. 252 do CPP, ao passo que os casos de 
suspeição estão no art. 254 do mesmo diploma. A seguir transcrevo os 
referidos dispositivos, recomendando a memorização: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
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I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, 
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido 
como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato 
ou de direito, sobre a questão; 
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente 
interessado no feito. 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado 
por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
Notem que o magistrado ou membro do tribunal que tenha aconselhado 
qualquer das partes estará suspeito para atuar no processo, e não impedido. 
4) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Estará impedido de atuar no processo o magistrado ou membro do tribunal 
em causa na qual uma das partes for amigo íntimo seu. 
Comentário:
Item ERRADO. Mais uma vez a situação encontra-se descrita no art. 254, 
CPP, configurando caso de suspeição e não impedimento do juiz. 
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5) (MPDFT/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: 
Há vedação expressa no ordenamento jurídico à atividade investigatória do 
juiz. 
Comentário:
Item ERRADO. Não há vedação expressa à atividade investigatória do juiz. 
Tal proibição decorre do sistema processual adotado pelo Brasil atualmente, 
ou seja, o sistema acusatório puro. Assim, a funções processuais são bem 
delimitadas: uma pessoa acusa, outra defende e, por fim, uma julga. Esta 
última, deve ser imparcial, distante do conflito. 
6) (MPDFT/Promotor de Justiça/28º concurso/2009) Julgue o 
item abaixo: 
O prazo recursal do Ministério Público é igual ao da Defensoria Pública, em 
razão do princípio da igualdade das partes. 
Comentário:
Item ERRADO. No processo penal, apenas o defensor público possui prazo 
em dobro para a prática dos atos processuais, nos termos da Lei nº 
1.060/1950. Assim, o Ministério Público goza de prazo simples para recorrer. 
7) (Cespe/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
De acordo com a opinião sumulada do STJ, a participação de membro do MP 
na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento ou suspeição 
para o oferecimento da denúncia. 
Comentário:
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Item ERRADO. A questão trata de orientação já sumulada pelo STJ, no 
sentido de que a participação de membro do MP na fase investigatória 
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento 
da denúncia. Eis o teor da Súmula 234 do STJ: “a participação de membro 
do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia”. 
8) (MPDFT/Promotor de Justiça/28º concurso/2009) Julgue o 
item abaixo: 
Ausente o defensor constituído pelo réu na audiência de instrução, mesmo 
sem justa causa, a audiência será adiada. 
Comentário:
Item ERRADO. O adiamento da audiência ocorrerá apenas nos casos em que 
a ausência do defensor tiver justa causa. 
9) (MPDFT/Promotor de Justiça/28º concurso/2009) Julgue o 
item abaixo: 
A legislação permite expressamente ao assistente de acusação recorrer da 
sentença condenatória. 
Comentário:
Item ERRADO. O assistente de acusação visa a auxiliar o Ministério Público 
na acusação de um crime de ação penal pública. Poderá intervir como 
assistente o ofendido ou seu representante legal, bem como os sucessores 
da vítima (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão). 
Nada obstante, os poderes do assistente estão taxativamente previstos no 
art. 271 do CPP. Logo, ao assistente será permitido propor meios de prova, 
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requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados2, 
participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério 
Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. Pela leitura 
do art. 598 do CPP, percebe-se que o assistente poderá interpor apelação da 
sentença absolutória (nesse caso, inclusive, haveria um interesse da vítima 
de obter uma condenação que permitisse sua posterior indenização). Não 
há, assim, previsão expressa na legislação quanto à possibilidade do 
assistente recorrer da sentença condenatória. Finalmente, o STF vem 
admitindo que o assistente recorra nesse último caso, já que teria interesseem aumentar a pena imposta ao acusado. 
10) (MPDFT/Promotor de Justiça/28º concurso/2009) Julgue o 
item abaixo: 
A legislação faculta ao assistente de acusação arrolar testemunhas para 
serem ouvidas durante a fase de instrução. 
Comentário:
Item ERRADO. Nos termos do art. 271 do CPP, o assistente poderá requerer 
perguntas às testemunhas arroladas pelo Ministério Público. Assim, não há 
qualquer permissão na legislação que faculte ao assistente arrolar 
testemunhas. A doutrina e jurisprudência majoritárias é que vem admitindo 
tal possibilidade. 
11) (Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
O defensor pode abandonar o processo por qualquer motivo, desde que 
comunique previamente ao juiz sua decisão. 
 
2 O libelo foi extinto pela Lei nº 11.689/2008 que alterou o Tribunal do Júri. Já os articulados equivalem aos debates 
do Júri. 
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Comentário:
Item ERRADO. O defensor não poderá abandonar o processo senão por 
motivo imperioso, comunicado previamente ao juiz, sob pena de multa de 
10 a 100 salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis (art. 
265, com redação determinada pela Lei nº 11.719/2008). 
12) (Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
O juiz não pode vetar o direito de vista do processo fora da secretaria, 
mesmo em caso de diversidade de réus e necessidade de juntada frequente 
de documentos de interesse de todas as partes, sob pena de violação do 
princípio da ampla defesa, segundo o STJ. 
Comentário:
Item ERRADO. Conforme entendimento já pacificado do STJ, quando se 
tratar de diversidade de réus, com defensores diferentes, bem como da 
necessidade de juntada frequente de documentos de interesse de todas as 
partes, o juiz poderá vetar o direito de vista do processo fora da secretaria 
da vara. A esse respeito, vide o seguinte arresto do STJ: 
“PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 
OFERECIMENTO DE ALEGAÇÕES FINAIS. PEDIDO DE VISTA DOS AUTOS 
FORA DO CARTÓRIO. DIFERENTES PATRONOS CONSTITUÍDOS PELOS RÉUS. 
PRAZO COMUM. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. 
I - Na dicção do art. 40, § 2º do Código de Processo Civil (redação original), 
de aplicação subsidiária ao processo penal, sendo comum às partes o prazo, 
apenas em conjunto ou mediante prévio ajuste poderão os procuradores 
retirar os autos do cartório, circunstância não observada na espécie. 
II - Destarte, não consubstancia cerceamento de defesa a r. decisão que, 
face a inexistência de acordo entre os defensores, indefere pedido de vista 
dos autos fora de cartório para apresentação das alegações finais 
(Precedente) mas, não obstante, disponibiliza ao patrono do recorrente o 
acesso aos autos em cartório e a obtenção de cópias do processo. 
Recurso desprovido.” (RHC 26911/MG, Rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, j. 
18.03.2010, DJe 03.05.2010) 
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13) (Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
Ainda que o acusado indique seu defensor por ocasião de seu interrogatório, 
a constituição regular desse defensor depende do instrumento de mandato, 
que, nessa situação, deve ser juntado aos autos no prazo de cinco dias, se 
outro prazo não for fixado pelo juiz. 
Comentário:
Item ERRADO. Nos termos do art. 266 do CPP, a constituição do defensor 
independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião 
do interrogatório. Como se vê, no caso, não há necessidade de se juntar 
instrumento de procuração. 
14) (Cespe/PGE-ES/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
A citação válida no processo penal vincula o réu à instância, com todas as 
consequências dela decorrentes, e, ainda, constitui causa interruptiva da 
prescrição. 
Comentário:
Item ERRADO. Diferentemente do processo civil, a única consequência da 
citação, no processo penal, é completar a relação processual. Segundo o art. 
363 do CPP, “o processo terá completada a sua formação quando realizada a 
citação do acusado”. Assim, não haverá a interrupção da prescrição. A esse 
respeito, inclusive, o art. 117, I, do CP estabelece que a interrupção da 
prescrição se dá com o recebimento da denúncia ou da queixa. 
15) (Cespe/TJSE/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
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A citação válida torna prevento o juízo criminal, interrompe o curso do prazo 
prescricional e causa litispendência. (Cespe/TJSE/Juiz 
Substituto/2008/Questão 61/assertiva D) 
Comentário:
Item ERRADO. Mais uma questão envolvendo os efeitos da citação. Apenas 
no processo civil, a citação torna prevento o juízo, interrompe o curso do 
prazo prescricional e causa litispendência. No processo penal, seu único 
efeito será o de completar a relação processual (art. 363, CPP). 
16) (Cespe/TJSE/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
O réu será considerado revel se, apesar de pessoalmente citado, deixar de 
comparecer injustificadamente, sendo que o processo seguirá sem a sua 
presença e haverá confissão ficta. 
Comentário:
Item ERRADO. Caso o réu seja citado ou intimado pessoalmente para 
qualquer ato e deixe de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de 
mudança de residência, não comunique o novo endereço ao juízo, o 
processo seguirá sem a sua presença (art. 367, CPP), sendo reconhecida sua 
revelia. Nada obstante, no processo penal, a revelia traz como única 
consequência a continuidade do processo sem a presença do acusado, não 
havendo confissão ficta, em razão do princípio da presunção de inocência. 
Assim, mesmo estando o réu revel, o Ministério Público (ou ofendido nas 
ações penais privadas) continua com o ônus de provar a acusação. Do 
contrário, o réu será absolvido. 
17) (Cespe/TJSE/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: 
JUDICIÁRIA 
PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 
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Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 
É válida a citação, por edital, de réu preso na mesma unidade da Federação 
em que o juiz exerce a sua jurisdição. 
Comentário:
Item ERRADO. Conforme a Súmula 351 do STF: “É nula a citação por edital 
de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua 
jurisdição”. Isso ocorre pois, o art. 360 do CPP é expresso ao determinar que 
a citação o preso tem que ser pessoal. 
18) (Cespe/TJSE/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
O acusado que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado 
terá seu processo suspenso, bem como interrompido o curso do prazo 
prescricional, devendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e a prisão preventiva. 
Comentário:
Item ERRADO. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos 
termos do disposto no art. 312 (art. 366, CPP). De acordo com o STF, o

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