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Romantismo A Revolução Francesa e a Revolução Industrial induziam grandes mudanças trabalhistas, sociais, econômicas, políticas e culturais no século XIX. Essas mudanças tornaram as atividades artísticas ainda mais complexas. O Romantismo (+- 1820-1850) foi uma reção ao Neoclassicismo, dizia “libertar” o artista do academicismo vigente. Foi na Inglaterra que os temas das pitorescas estórias de pastores e cavalarias batizaram o movimento como romantismo. Esse termo incluiu até a a filosofia. Características • Exaltação de mundo imaginários, exploração da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade, da fantasia e da imaginação; • Exaltação da natureza; • Predileção pela Idade Média (época de formação das nações europeias); • Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do povo); • Panteísmo (crença que Deus e o mundo seriam uma só coisa); • Individualismo, percepção do mundo centrada nos sentimentos do indivíduo. • Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das suas características (por exemplo, a mulher é vista como uma virgem frágil; a noção de pátria também é idealizada). Idéias vindas do Iluminismo em desencontro a fé Cristã Novamente o objetivo da arte foi reinterpretado, se buscava atingir a divindade, a natureza de forma sublime, era a estética da interioridade surgida na Alemanha. Assim como no século anterior a arqueologia busca antigas inspi- rações, mas dessa vez a encontrou na Idade Média, no românico e no gótico e concluem que estes foram tão racionais quanto os clássicos greco-romanos. As regras acadêmi- cas foram recusadas sendo vistas como imposições artisticas, eram elas (proporção, simetria, harmonia, ordem etc). A “fuga do sofisticado” e a “curiosidade” em relação aos povos primitivos longe do “mundo europeu” (três aspas em um sentença?!) levou aos estudos das artes chinesa, japonesa, árabe, indiana, africana etc. Pálacio de Westminster na Inglaterra Arquitetura romântica era repleta de: • Estruturas espaciais e volumétricas mais irregulares; • Formas geometrias mais complexas e de formas mais curvas; • Uso de efeitos de luz; • Movimentos dos planos; • Pitoresco em sua decoração (tudo poderia ser representado em imagens). Construções Neogóticas O antigo Palácio de Westminster usado como parlamento inglês foi destruído por um incêndio, foram estudadas 97 propostas mas os estilo gótico proposto por Charles Barry foi escolhido. O exemplo em Paris foi a Igreja de Santa Clotilde construida com materiais modernos, destacando-se a abóboda central em vigas de ferro e aço. Assim como na restauração da igreja de Notre-Dame. Igreja de Santa Clotilde Na Alemanha, mas especificamente na Baviera o Castelo de Neuschwanstein ins- pirado nas obras do mestre da música Wag- ner foi projetado não por um arquiteto mas sim por um projetista de cenários de teatro O Castelo de Neus- chwanstein, na Baviera, foi inspirado na obra do grande amigo e protegido de Luís II da Baviera, o compositor Richard Wagner com grutas e estagtites. Foi desenhado por desenhista de cenários teatrais e não por um arquiteto. Possui 6 mil m², 80 metros de altura em 4 andares. Utiliza-se de modernidades como engenhos a vapor elétricos, ventilações modernas aquecimento encanado. Castelo de Neuschwanstein A Catedral de Saint Patrick é uma das primeiras contruções a se destacar nos Estados Unidos, possuindo pontiagudas e altas torres e com decorações de vitrais e esculturas. Construções Neomedievais O Castelo de Pierrefonds do sé- culo XII, chegou ao século XIX em ruínas. Foi comprado por Napoleão Bonaparte III recu- perou a construção mesmo os escombros (que serviriam como decoração ?!) recriando vários estilos (ecletismo), exemplo disso são as galerias renascentistas e as suas pinturas medievais. Castelo de Pierrefonds, As pessoas dessa época começavam a ousar viajar, enriquecendo a imaginação pelo desconhecido de terras distantes como as estampas japonesas. Com uma maior vitalidade econômica o gosto pelo exótico e raro, pois a alta bur- guesia usava o dinheiro para cultivar a sua excentricidade. Esta nova tendência utiliza a arquitetura para recriar ambientes e cenários de outras culturas. Assimetrias deliberadas e composições pitorescas permitiram aos arquitetos a in- trodução de novos efeitos visuais, a demonstrar diferentes relações com a natureza e originar sensações aprazíveis. Os arquitetos depararam-se com uma diversidade formal que lhes permitia construir estruturas mais elaboradas e com efeitos visuais completa- mente novos que originam uma nova tendência: o Exotismo. Construções Neoárabes O Pavilhão Real, em Brighton na Inglaterra, apresenta cúpulas em forma de cebola, deri- vam da arquitetura mongol, é uma metáfora exótica que representa o Império Britânico. Chaminés disfarçadas de minaretes e grades trabalhadas em formato de ferradura. Casa Sezincote, Gloucestershire, Inglaterra. Outras construções neoárabes na Inglaterra são: a Casa Sezincote, em Gloucestershiree o Pagode Chinês dos Jardins de Kew. Em Portugal a ar- quitetura romântica chegou por um estran- geiro casado com a Rainha de Portugal, D. Maria II, Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, um príncipe alemão amigo do Barão de Es- chwege, um arquiteto que trabalhava há muito para a família real e que o ajudou na primeira grande obra desse estilo: o Palácio da Pena. O Palácio do Buçaco é um revivalismo de duas construções portuguesas que sim- bolizam o Manuelino: a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. O corpo central é Palácio da Pena, vários arquitetos e artistas, 1838-68, Sintra, Portugal. uma réplica da Torre de Belém e a arcada do claustro é uma réplica do Mosteiro dos Jerónimos. No decurso do palácio existem ainda várias alusões decorativas ao Convento de Cristo em Tomar. Estação do Rossio, em Lisboa também representa o estilo neomanuelino. Já o Palácio da Regaleira é considerada uma construção eclética, pois utiliza revivalismos góticos, ma- nuelinos, renascentistas e românicos. Assim como o Santuário de Santa Luzia que revive os estilos românico, bizantino e gótico. Pintura Enquadramos a pintura dentro período de 1820-1850 que traz influências da pintura pré-romântica de finais do século XVIII, do Grupo Os Nazarenos, que era um grupo de pintores alemães do tempo do neoclassicismo que formaram em Roma uma comunidade Os Penhascos Rugen Friedrich para estudar e pintar a partir da arte italiana do Renascimento e dos pré-rafaelitas, que era um grupo de pintores que surgiu na Inglaterra cerca de 1848 e que procurava inspiração nos pintores italianos anteriores à Rafael. Foi este grupo que trabalhou no período tardo-ro- mântico e fez a transição para o Realismo e para o Simbolismo. As principais características da pintura romântica são: Corte com o academicismo neoclássico; O artista emancipa-se da encomenda e faz a sua obra baseado nos impulsos da sua alma e na sua própria inspiração; A pintura é bastante individualizada e diversificada no que diz respeito ao próprio estilo e aos temas; Homem e Mulher contemplando a Lua - Friedrich Pretende integrar o ob- servador, tal como no barro- co, mas agora ela já não se serve dos desconcertantes efeitos trompe l’oeil, que diluem fronteira entre a apa- rência e a realidade. Aqui o observador, assim como os personagens representados principalmente de costas, contempla as paisagens distantes que se desdobram à sua frente; Uma pintura romântica pretende ser contemplada e o observador terá que dar um significado à pintura consoante às suas emoções; O pintor lança um olhar subjetivo sobre o mundo A Maja Vestida, c.1800,Francisco de Goya, A Maja Desnuda, c.1795, Francisco de Goya, objetivo e apresenta-nos uma imagem filtrada pelas suas emoções. O artista torna-se o intérprete do mundo. Os temas da pintura romântica são divididos em três grupos. O primeiro, não são temas novos, mas são tratados com a mentalidade romântica e seus novos conceitos artísticos: históricos, literários, mitológicos, retratos e autorretratos. O segundo, são temas que representam a alma romântica, emocional e apaixonada, idealista e simples, como: Retirados da atualidade político-social da época (naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas e seus heróis, lutas pela libertação de minorias); Inspirados no mundo dos sonhos e do fantástico (mundo interior do artista) Costumes populares (feiras e romarias) Tradições, hábitos e raças exóticas (civilizações não europeias, como a China, Japão, Índia e Norte da África) Vida animal (animais selvagens e indomados) Paisagens (retratadas com simplicidade e nostalgia, de uma forma dramática e emo- cional, projetando o estado de espírito do próprio artista). E o terceiro grupo, retrata a pintura de paisagem revelando-se o gênero predileto desse período. São composições solitárias e indefesas perante as forças da natureza, olhando nostalgicamente para o horizonte ou composições com árvore mortas e ruínas cobertas por vegetação, que mostram a passagem do tempo e o ciclo da evolução. Das características do estilo, destacamos: • A cor prevalece sobre o desenho linear e são utilizadas cores variadas explorando contrastes fortes e não harmoniosos. Os intensos efeitos de claro-escuro dão um lado mais artificial e dramático à luz. A luz focaliza-se sobre o ponto que se quer evidenciar na composição, acentuando a expressividade e o sentimentalismo das cenas; • Utilização do óleo e da aquarela; • A composição utiliza estruturas agitadas, movimentadas, orientadas por linhas oblíquas, diagonais e sinuosas que reforçam o sentido trágico, dramático e heroico dos temas. Caspar David Friedrich (1774-1840) pintor alemão, observou e desenhou a natureza, para depois pintar seus quadros no ateliê, porém não se limitou a representa-las, ele dá- -lhe um significado suplementar, expresso através de símbolos, como a figura de costas, as nuvens, a neblina, o horizonte. O homem de costas é como se fosse um emblema da experiência romântica da natureza: sozinho nas alturas, olha para um ponto inatingível e o que vê é, ao mesmo tempo, algo de exterior e a projeção do seu Eu. Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828) foi pintor e gravador espanhol. Conhe- cido simplesmente como Francisco de Goya, sua arte retratava uma mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade. Joseph Mallord William Tur- ner (1775-1851) foi pintor inglês, considerado por alguns um dos precursores da modernidade na pintura, em função dos seus estudos sobre cor e luz. Turner representou grandes movimen- tos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina, uma locomotiva, foi na sua pintura Chuva, Vapor e Velocidade. Parece ser a tomada de consciência do artista de que a máquina invadiu o espaço natural e começou a fazer parte do universo da pintura. John Constable (1776-1837) ao contrário de Turner, a natureza retratada por esse pintor inglês é serena e profundamente ligada aos lugares onde o artista nasceu, cres- ceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos elementos de suas paisagens, moinhos de vento, O Cais de Calais - Joseph Mallord William Turner barbaças carregadas de cereais, faziam parte da vida cotidiana do artista quando jovem. Através de uma gama de cores conseguida por meio da observação e do contato direto com a natureza, o artista obteve efeitos de admirável vivacidade. William Blake (1757-1827) inglês que viveu num período significativo da história, marcado pelo iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. Poeta, pintor e gravador, ilustra os seus próprios livros e trena traduzir em ima- gens a grande força visionária da sua inspiração poética e linguística, contribuindo para a renovação da sensibilidade que é típica do romantismo. Eugène Delacroix (1798-1863) é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Suas obras apresentam forte comprometimento político e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sen- sação de grande movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os (alegorias). Culto, dono de uma língua ferina, rico e namorador. Amigo do compositor Frèderic Chopin, inimigo do romancista Honoré de Balzac, admirado pelo poeta Charles A Carroça de Feno, 1821, John Constable Baudelaire e indiferente às demais cele- bridades de seu tempo, Delacroix tinha noção da própria grandeza. “A principal qualidade de um quadro é ser uma festa para os olhos”, escreveu na derradeira nota de seus famosos diários, em 1963, menos de dois meses antes de morrer. Nascido num momento crucial da História da França, aquele em que a burguesia revolucionária colhia os frutos de seu triunfo sobre a monarquia dos reis Cape- to, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num mundo que voltava aos poucos à antiga ordem natural das coisas. Assistiu à ascensão e queda de Napoleão Bonaparte, a restauração da dinastia dos Bourbon e, finalmente, a entronização do rei Luís Felipe, em 1830. Seu quadro mais conhecido A Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e republicanas, foi feito por inspiração do movimento que levou Luís Felipe ao trono da França. A Morte de Sardanápalo, 1827, Eugène Delacroix Escultura A escultura teve que encontrar meios técnicos de expressividade para representar o espírito romântico exaltando sentimentos e emoções. Expressa reação ao Neoclassicismo, evitando as composições estáticas e as superfícies lisas e polidas. Há a exaltação da expressividade atra- vés de composições movimentadas e de sentido dramático. A temática em geral era natureza, animais e plantas, temas heroicos e cenas de fantasia e da imaginação. Destacam-se os seguintes escultores român- ticos: Antoine-Louis Barye (1796-1875) francês nascido em Paris, começou sua carreira como ourives e estudou na École des Beaux Arts, em 1818, mas foi só em 1823 que descobriu sua vocação, ao iniciar seus estudos em dese- nho e modelagem de esculturas em escala reduzida. É considerado um dos principais artistas em representação de animais da escola francesa. François Rude (1784-1855) nasceu em Dijon, na França, extremamente patriótico e devoto de Napoleão, ele foi um dos escultores que participou artisticamente na construção do monumento Arco do Triunfo, em Paris, com sua obra em alto relevo A Partida dos Voluntários. Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875), nasceu em Valenciennes, na França. Em 1842, foi para Paris e trabalhou em diversos lugares para pagar alguns e completar sua formação. O ballet nasceu em 1489, em Itália, quando se realizou um espetáculo por ocasião do casa- mento do duque de Milão. Nessa altura, só havia bailarinos masculinos, já que as mulheres não estavam autorizadas a dançar e as roupas eram pesadas, o que limitava a variedade de passos; a presença das mulheres apenas começou a ser aceita em finais do século XVII. O balé romântico buscava através da técnica a expressão, a fluidez do corpo e do movimento. A Partidados Voluntários de 1792 ou La Marseilaise François Rude Temos como característica dele a idealização do amor, a elevação do espírito, a divisão entre Vivos X Espíritos. No balé romântico encontramos a mulher idealizada, etérea, inacessível, inalcançável. A dança na ponta de pés, uma imagem de marca do ballet, apareceu no século XIX, usavam a sapatilha de ponta como instrumento técnico que deixava a mulher mais leve e mais expressiva. Tinha cenários sombrios e camponeses idealizados. A grande parte dos balés român- ticos era composta por dois atos, um em um mundo real e o outro no mundo espiritual que se chamava ato branco.