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Aula 42 Legislacao Especial Aula 04

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ 
PROFESSOR: MARCOS GIRÃO 
Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 
 
AULA – 04 
 
Olá caro aluno, 
Como estão os estudos?? Espero sinceramente que nossas aulas estejam 
contribuindo qualitativamente para a consolidação de sua caminhada em busca 
de seu sucesso neste certame. 
Nesta aula, trataremos de três normativos muitíssimo importantes para 
sua prova, pois são bastante explorados pelo CESPE e não menos relevantes 
para o seu dia-a-dia de trabalho. São eles: 
 
� A LEI DE CRIMES DE TORTURA (Lei nº 9.455/70) 
� A LEI DE CRIMES HEDIONDOS (Lei nº 8.072/90) 
� O ABUSO DE AUTORIDADE (Lei nº 4.898/65) 
 
Tenho certeza que a essa altura do campeonato você já deve ter lido e 
relido inúmeras vezes tais dispositivos legais. Apesar de normas polêmicas, 
nosso intuito aqui será clarificar alguns pontos e direcioná-lo objetivamente 
para resolver e acertar questões de CESPE sobre esses temas. Afinal de 
contas, esse é o nosso grande foco!!! 
Encha-se de fôlego e sigamos em frente!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE SUA AULA 
 
I – ESTUDO DA LEI 9.455/97 – CRIMES DE TORTURA 
 
01. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] São crimes de tortura 
constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico para provocar ação ou omissão de natureza criminosa e 
constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça 
algo que a lei não obriga. 
 
02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] 
Pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, mediante 
emprego de grave ameaça e causando-lhe sofrimento mental, com o fim de 
obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
 
03. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à 
orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico 
e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade 
física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução 
simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na 
figura típica do crime de tortura discriminatória. 
 
04. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Se um 
policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, 
impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e 
grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a 
vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua 
autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código 
Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. 
 
05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] A 
prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de 
discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir 
em assuntos religiosos dos cidadãos. 
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06. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2011] Considere a seguinte situação hipotética. 
Rui, que é policial militar, mediante violência e grave ameaça, infligiu intenso 
sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações do 
quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da 
vítima em relação a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa. 
Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua 
condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime 
de tortura na forma tipificada em lei específica. 
 
07. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] É crime de tortura 
submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de 
violência ou ameaça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar 
castigo pessoal. 
 
08. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2006] Considere a seguinte situação hipotética. 
Uma equipe de policiais civis de determinada delegacia, após a prisão de um 
indivíduo, submeteu-o a intenso sofrimento físico e mental para que ele 
confessasse a prática de um crime. O delegado de polícia, chefe da equipe 
policial, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem que tivesse 
adotado qualquer providência para fazer cessar as agressões. Nessa situação, 
os policiais praticaram a figura típica da tortura, ao passo que, em relação ao 
delegado de polícia, a conduta, por não configurar o mesmo crime, tem outro 
enquadramento penal. 
 
09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] 
Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, 
tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas do 
autor do crime de tortura. 
 
10. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico de 
entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo procedimento a 
choques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção de informações sobre o 
endereço utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João, após 
as agressões, comunicou o fato à autoridade policial de plantão, a qual, apesar 
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de não ter participado da prática delituosa, não adotou nenhuma providência 
no sentido de apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policial 
responderá por sua omissão, conforme previsão expressa na Lei de Tortura. 
 
11. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O artigo 
que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente 
revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou 
disciplina passou a caracterizar a prática de tortura, porquanto também é 
causa de intenso sofrimento físico ou mental. 
 
12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] Sendo crime próprio, o 
crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário 
público. 
 
13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Não 
se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura resultar a 
morte da vítima. 
 
14. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e 
mental em José, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para 
que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo 
crime de tortura simples em concurso material, com o delito de homicídio. 
 
15. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRO – SEJUS/CE – 2011] Se o 
crime de tortura for cometido por agente público ou mediante o uso de arma 
de fogo ou em concurso de mais de duas pessoas haverá aumento de pena de 
1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) previsto na Lei nº 9.455/97. 
 
16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] A 
condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou 
emprego público, mas não a interdição para seu exercício. 
 
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17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES– 2009] O crime 
de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não 
sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, 
determinará a incidência de aumento da pena. 
 
18. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A perda do cargo 
público é efeito automático e obrigatório da condenação de agente público pela 
prática do crime de tortura, sendo, inclusive, prescindível a fundamentação. 
 
19. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um 
agente penitenciário submeteu a intenso sofrimento físico um preso que estava 
sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo por ter incitado os outros 
detentos a se mobilizarem para reclamar da qualidade da comida servida na 
penitenciária. Nessa situação, o referido agente cometeu crime inafiançável. 
 
20. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] O 
condenado por crime previsto na lei de tortura inicia o cumprimento da pena 
em regime semiaberto ou fechado, vedado o cumprimento da pena no regime 
inicial aberto. 
 
II – ESTUDO DA LEI 8.072/90 – CRIMES HEDIONDOS 
 
21. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] São 
considerados hediondos, nas formas tentadas ou consumadas, os crimes de 
homicídio simples, latrocínio, estupro e atentado violento ao pudor. 
 
22. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] O 
crime de homicídio é considerado hediondo quando praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e quando 
for qualificado. 
 
23. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Por incompatibilidade 
axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não 
integra o rol dos denominados crimes hediondos. 
 
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24. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Armando 
e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam a 
pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, com o 
ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo portando 
armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas 
seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o 
mortalmente. 
Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado 
crime hediondo. 
 
25. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/TO – 2008] São crimes 
hediondos relacionados na legislação específica: o homicídio, quando praticado 
em atividade típica de grupo de extermínio, o roubo simples, a extorsão 
mediante seqüestro, entre outros. 
 
26. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O porte ilegal de arma 
de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de 
a arma de fogo estar registrada em nome do agente. 
 
27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Segundo o disposto na legislação específica, são crimes hediondos, entre 
outros, o homicídio qualificado, o latrocínio, a epidemia com resultado morte e 
o genocídio. 
 
28. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Os 
crimes hediondos ou a eles assemelhados não incluem o atentado violento ao 
pudor, a falsificação de produto destinado a fins terapêuticos e a tentativa de 
genocídio. 
 
29. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Não são 
suscetíveis de anistia e indulto os crimes hediondos. 
 
30. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Hugo é 
um agente de polícia civil que realizou interceptação de comunicação telefônica 
sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de Hugo, apesar de violar 
direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. 
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31. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. 
Pedro e Paulo associaram-se, em caráter habitual, organizado e permanente — 
societas sceleris —, para comercializarem cloreto de etila — lançaperfume — a 
estudantes de escolas e faculdades particulares. Nessa situação, Pedro e Paulo 
praticaram o crime de associação para o tráfico de entorpecentes, que é 
equiparado a crime hediondo. 
 
32. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/PA – 2006] Conforme 
a Carta Magna federal, é sonegado às pessoas condenadas por crimes 
hediondos o acesso, apenas, aos benefícios da fiança e da graça. 
 
33. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] O 
tráfico ilícito de entorpecentes e a tortura, considerados crimes hediondos, são 
insuscetíveis de fiança ou anistia. 
 
34. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] Os 
crimes hediondos e a prática de terrorismo são imprescritíveis e insuscetíveis 
de anistia, graça, indulto ou fiança. 
 
35. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2011] Os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos, assim como a ação 
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado 
democrático podem ser compreendidos na categoria de delitos inafiançáveis 
por disposição constitucional expressa. 
 
36. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A jurisprudência do STJ 
sedimentou a orientação de que a regra prevista na Lei n.º 8.072/1990 em 
relação ao afastamento da possibilidade de concessão de fiança nos casos de 
prisão em flagrante de crimes hediondos ou equiparados não constitui por si só 
fundamento suficiente para impedir a concessão da liberdade provisória, na 
medida em que só não será oportunizada ao agente a concessão da liberdade 
mediante fiança caso estejam presentes os requisitos da prisão preventiva. 
 
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37. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Conforme a 
jurisprudência do STJ, mesmo com o advento da Lei n.º 11.464/2007, que 
alterou a lei que trata dos crimes hediondos, não se tornou possível a liberdade 
provisória nos crimes hediondos ou equiparados, ainda no caso de não estarem 
presentes os requisitos da prisão preventiva. 
 
38. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Em 28/7/2007, Maria foi presa e autuada em flagrante delito pela prática de 
um crime hediondo. Concluído o inquérito policial e remetidos os autos ao 
Poder Judiciário, foi deferido pelo juízo pedido de liberdade provisória 
requerido pela defesa da ré. Nessa situação, procedeu em erro a autoridade 
judiciária, pois os crimes hediondos são insuscetíveis de liberdade provisória. 
 
39. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT – 2005] Com o advento da Lei 
n.º 9.455/1997, passou-se a admitir a progressão de regimes para o crime de 
tortura, que é equiparado a crime hediondo. Diante do novo diploma legal, a 
jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que será possível a progressão 
de regimes para os demais crimes hediondos e para os equiparados aos 
hediondos. 
 
40. [CESPE – PAPILOSCOPISTA FEDERAL – DPF – 2004] Estende-se aos 
demais crimes hediondos, a admissibilidade de progressão no regime de 
execução da pena aplicada ao crime de tortura. 
 
41. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. Pela prática do crime de homicídio qualificado, um 
indivíduo foi condenado definitivamente à pena privativa de liberdade de 12 
anos de reclusão, tendo o juiz fixado na sentença penal o regime inicialmente 
fechado. Na fase executiva, o juiz, verificando a fixação equivocada do regime 
prisional,o corrigiu para integralmente fechado. Nessa situação, por tratar-se 
de crime hediondo, com previsão legal expressa de que a pena deve ser 
cumprida em regime integralmente fechado, a decisão do juiz da execução não 
violou a coisa julgada. 
 
42. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PA – 2006] O 
réu que foi condenado pela prática de crime hediondo não tem o direito de 
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cumprir a pena em regime de execução progressiva, de acordo com a 
jurisprudência mais recente do STF. 
 
43. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] O STF admite, em casos 
excepcionais, a fixação de regime integralmente fechado para o cumprimento 
da pena de condenados por crimes hediondos. 
 
44. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] A admissibilidade de 
progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura não 
se estende aos demais crimes hediondos. 
 
45. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] De 
acordo com a nova redação da Lei dos Crimes Hediondos, a pena será sempre 
cumprida em regime inicialmente fechado, cabendo a progressão de regime 
após o cumprimento de dois quintos da pena, se o apenado for primário. 
 
46. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] A 
pena por crime hediondo deve ser cumprida em regime inicialmente fechado, 
podendo o condenado progredir de regime após o cumprimento de dois quintos 
da pena, se for primário, e de três quintos da pena, se for reincidente. 
 
47. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] A pena 
pela prática de crime hediondo deve ser cumprida em regime integralmente 
fechado. 
 
48. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] O 
condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não 
poderá ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente específico 
em crimes dessa natureza. 
 
49. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/AC – 2008] Em 
caso de crime hediondo, a prisão temporária será cabível, mediante 
representação da autoridade policial, pelo prazo de 30 dias, prorrogável por 
igual 
 
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50. [CESPE – DELEG. DE POLICIA FEDERAL – DPF NACIONAL – 2004] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Evandro é acusado de prática de homicídio doloso simples contra a própria 
esposa. Nessa situação, recebida a denúncia pelo juiz competente, é cabível a 
decretação da prisão temporária de Evandro, com prazo de 30 dias, 
prorrogável por igual período, haja vista tratar-se de crime hediondo. 
 
51. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] No crime 
de genocídio, a prisão temporária deverá ser decretada pelo prazo de cinco 
dias, prorrogável por igual período. 
 
52. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Conforme entendimento 
do STJ, é imprescindível, mesmo no caso de crimes hediondos, a 
demonstração, com base em elementos concretos, da necessidade da custódia 
preventiva do acusado, incluindo-se os de tráfico ilícito de entorpecentes 
presos em flagrante, não obstante a vedação da Lei n.º 11.343/2006 — Lei de 
Drogas. 
 
53. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Suponha que Francisco, imputável, suspeito da prática de crime de estupro 
seguido de morte, seja preso em flagrante delito e, no decorrer de seu 
interrogatório na esfera policial, confesse a autoria do crime, mas, após a 
comunicação da prisão ao juiz competente, verifique-se, pela prova pericial, 
que Francisco foi torturado para a confissão do crime. Nessa situação, deverá a 
autoridade judiciária, mesmo se tratando de crime hediondo, relaxar a prisão 
de Francisco, sem prejuízo da responsabilização dos autores da tortura. 
 
54. [CESPE – AGENTE DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Três agentes 
de polícia federal verificaram que dois rapazes estavam disparando o conteúdo 
de um extintor de incêndio em um índio idoso e gritando “saia da nossa 
cidade, seu índio bêbado... aqui não é lugar de vagabundo”. Imediatamente, 
os agentes intervieram, fazendo cessar a agressão e pretendendo efetuar a 
prisão em flagrante dos agressores. Assustados, os dois rapazes tentaram 
evadir-se, mas a fuga foi impedida pelos agentes, que usaram de força física 
para segurá-los. Nesse momento, os rapazes se identificaram como primos e 
apresentaram carteiras de identidade que indicavam que ambos tinham 
apenas 17 anos de idade. Os policiais, então, apreenderam em flagrante os 
dois rapazes, que, após serem informados de seus direitos, solicitaram que a 
apreensão fosse imediatamente comunicada ao comerciante Júlio, tio dos dois. 
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A apreensão dos referidos adolescentes foi ilegal porque não se tratava de 
crime hediondo. 
 
55. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] O 
participante que denunciar à autoridade a quadrilha formada para prática de 
crime hediondo, possibilitando seu desmantelamento, ficará isento de pena. 
 
56. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] O 
participante de crime hediondo cometido por bando ou quadrilha que denunciar 
à autoridade seus comparsas, possibilitando seu desmantelamento, terá a 
pena reduzida. 
 
[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/TO – 2007] Plínio estuprou sua filha 
Laís, de 4 anos de idade, restando comprovado pelo laudo de exame de 
corpo de delito que a vítima sofreu lesões corporais graves. 
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
57. A Não incide, no caso, a majorante do art. 9.º da Lei dos Crimes 
Hediondos — acréscimo de metade da pena do crime, sendo a vítima menor de 
14 anos, sob pena de se incorrer em bis in idem —, pois a violência, ainda que 
presumida, já integra o tipo penal do crime de estupro. 
58. Se for réu primário e tiver sido condenado a regime inicialmente fechado, 
Plínio terá direito a progressão de regime após o cumprimento de dois quintos 
da pena e, se for reincidente, após o cumprimento de três quintos dela. 
59. A prisão temporária de Plínio, caso decretada, terá o prazo de 15 dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
 
III – ESTUDO DA LEI 4.898/65 – ABUSO DE AUTORIDADE 
 
60. [FGV – POLICIAL LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL – 2011] Não é 
punível a participação de particular nos crimes praticados por funcionário 
público contra a administração em geral. 
 
 
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61. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Nos 
termos da lei que incrimina o abuso de autoridade, o sujeito ativo do crime é 
aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou 
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. À vista disso, afasta-
se a possibilidade de concurso de pessoas em tais delitos, quando o co-autor 
ou partícipe for um particular. 
 
62. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2011] Considere que um agente policial, acompanhado de um amigo estranho 
aos quadros da administração pública, mas com pleno conhecimento da 
condição funcional do primeiro, efetuem a prisão ilegal de um cidadão. Nesse 
caso, ambos responderão pelo crime de abuso de autoridade, 
independentemente da condição de particular do coautor. 
 
63. [FUNRIO – AGENTE PENITENCIÁRIO –DEPEN - 2009] A lei nº 4.898 
de 9 de dezembro de 1965, regula o Direito de Representação e o processode 
Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de 
autoridade. Assim, o direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas 
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. Dessa forma, 
constitui abuso de autoridade qualquer atentado à violabilidade do domicílio, 
aos direitos e garantias sociais assegurados ao exercício do voto indireto e aos 
direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional, mediante 
autorização legal. 
 
64. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere que uma autoridade policial, no decorrer das investigações de um 
crime de furto e sem o competente mandado judicial, ordenou aos seus 
agentes que arrombassem a porta de uma residência e vistoriassem o local, 
onde provavelmente estariam os objetos furtados. No interior da residência foi 
encontrada a maior parte dos bens subtraídos. Nessa situação, a autoridade 
policial e seus agentes agiram dentro da legalidade, pois a conduta policial 
oportunizou a recuperação dos objetos. 
 
65. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Caso, 
no decorrer do cumprimento de mandado de busca e apreensão determinado 
nos autos de ação penal em curso, o policial responsável pela diligência 
apreenda uma correspondência destinada ao acusado e já aberta por ele, 
apresentando-a como prova no correspondente processo, essa conduta do 
policial encontrar-se-á resguardada legalmente, pois o sigilo da 
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correspondência, depois de sua chegada ao destino e aberta pelo destinatário, 
não é absoluto, sujeitando-se ao regime de qualquer outro documento. 
 
66. [FUNRIO – POLICIA RODOVIARIA FEDERAL – 2009] A lei n.º 
4.898/65 regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade 
Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. O abuso de 
autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. Dessa 
forma, constituem também abuso de autoridade ordenar ou executar medida 
privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de 
poder; submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento autorizado em lei; e comunicar, imediatamente, ao juiz 
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. 
 
[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PA– 2006] Julgue 
os itens subseqüentes, relativos à Lei n.º 4.898/1965, que regula o 
direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativa, civil e penal nos casos de abuso de autoridade. 
67. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à incolumidade física do 
indivíduo. 
68. Constitui abuso de autoridade deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz 
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. 
69. Poderá ser promovida pela vítima do abuso de autoridade a 
responsabilidade civil ou penal, ou ambas, da autoridade culpada. 
70. A ação penal pelo crime de abuso de autoridade é pública condicionada à 
representação. 
 
71. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2006] Considere a seguinte situação hipotética. 
Justino, policial militar em serviço, realizou a prisão de um indivíduo, 
mantendo-o encarcerado por 2 dias, sem atender às formalidades legais 
pertinentes, ou seja, não havia ordem judicial de prisão nem situação 
flagrancial que justificassem a medida contra a pessoa detida. Nessa situação, 
Justino incorreu em crime de abuso de autoridade, sendo a Justiça Militar 
competente para processá-lo e julgá-lo. 
 
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72. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] A ação 
penal por crime de abuso de autoridade é pública condicionada à 
representação do cidadão, titular do direito fundamental lesado. 
 
73. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A 
prática de um crime definido como abuso de autoridade sujeitará o seu autor à 
sanção administrativa, civil e penal, aplicadas, cumulativamente, pelo juiz que 
presidiu o processo de natureza criminal. 
 
74. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Considerando que determinada autoridade policial execute a prisão em 
flagrante de um autor de furto, lavrando, logo após, o respectivo auto de 
prisão, a partir de então, essa autoridade policial deverá, entre outras 
providências, comunicar a prisão ao juiz competente, dentro de 24 horas, sob 
pena de incorrer em abuso de autoridade. 
 
75. [UERR – AGENTE PENINTENCIÁRIO – SEJUS/RR - 2011] A 
inabilitação temporária para o exercício de função pública cominada aos delitos 
de abuso de autoridade, previstos na Lei 4.898/65, quando aplicada de forma 
isolada e autônoma, tem natureza de pena acessória. 
 
76. [PC/SP - DELEGADO DE POLICIA - PC/SP – 2003] A Lei n.º 4898/65 
(Abuso de Autoridade) explicita que a citação do réu deverá ser feita por 
mandado sucinto, que não necessitará ser acompanhado da segunda via da 
representação ou da denúncia. 
 
77. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Nos crimes de abuso de 
autoridade, previstos na Lei n.º 4.898/1965, a prescrição da pretensão 
punitiva do Estado ocorre, in abstrato, em dois anos, sendo que a pena de 
perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública é de natureza 
principal, assim como as penas de multa e detenção. 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 
C C E E E C C 
8 9 10 11 12 13 14 
E E C E E E C 
15 16 17 18 19 20 21 
E E C C C E E 
22 23 24 25 26 27 28 
C C C E E C C 
29 30 31 32 33 34 35 
E C E E E E C 
36 37 38 39 40 41 42 
E E E C C E E 
43 44 45 46 47 48 49 
E E C C E C C 
50 51 52 53 54 55 56 
E E E E E E C 
57 58 59 60 61 62 63 
E C E E E C E 
64 65 66 67 68 69 70 
E C E C C C E 
71 72 73 74 75 76 77 
E E E C E E C 
 
 
 *** 
 
RESOLUÇÃO E REVISÃO 
 
01. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] São crimes de 
tortura constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico para provocar ação ou omissão de 
natureza criminosa e constranger alguém sem emprego de violência 
nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga. 
Caro aluno, a nossa primeira norma a ser estudada nesta aula tem sua 
origem maior na Constituição Federal de 1998 que assim determina: 
 
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Art. 5º (...) 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
(...) 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a PRÁTICA DA TORTURA, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem. 
 
Assim, estava a tortura condicionada à feitura de uma lei ordinária 
federal que a regulamentasse. Passaram-se quase dez anos para que o 
legislador elaborasse a aludida lei, a Lei nº 9.455/97. 
Em outras oportunidades, o crime de tortura já tinha sido tratado. A Lei 
8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos a qual estudaremos adiante) 
praticamente repetiu o então estabelecido na Constituição de 88, 
acrescentando algumas outras conseqüências de caráter material e processual. 
Após este breve apanhado, resta-nos a análise da Leinº 9.455, de 7 de 
abril de 1997, que definiu os crimes de tortura e deu outras providências 
aplicáveis à espécie. 
A Lei 9.455/97 estabelece que constitui CRIME DE TORTURA: 
 
Art. 1º. (...) 
� I - Constranger alguém com emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE 
AMEAÇA, causando-lhe sofrimento físico OU mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima (ou de terceira pessoa) OU; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa OU; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Pena - reclusão, de 02 a 08 anos. 
 
No caso acima descrito, a tipificação do crime de tortura fica 
condicionada ao preenchimento cumulativo de três elementos, sendo uns 
objetivos do tipo e outros de caráter subjetivo. Os dois primeiros são: 
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emprego de violência ou grave ameaça + causando sofrimento físico 
ou mental. 
O terceiro elemento está presente nas suas alíneas "a", "b", e "c". Note-
se que se faz necessário o enquadramento do fato, além das hipóteses do 
inciso I, em uma das três alíneas, e NÃO EM TODAS ELAS. Vamos explicar 
melhor!! 
Esses três elementos CUMULATIVOS são: 
� o meio empregado; 
� as conseqüências sofridas pela vítima e; 
� a finalidade pretendida (dolo específico) ou o motivo. 
O MEIO se exterioriza através do emprego de violência ou grave 
ameaça. São as chamadas "vis corporalis" e "vis compulsiva", 
respectivamente. 
As CONSEQÜÊNCIAS são de duas ordens: o constrangimento e o 
sofrimento físico ou mental causados. Sublinhei novamente o “ou” 
exatamente para que você não esqueça que o sofrimento pode ser tanto 
somente físico como apenas o mental. É, assim, necessária a ocorrência 
concomitante de ambas. 
� Repetindo: só se tipificará o crime se a vítima for constrangida pelo 
emprego de violência ou grave ameaça, E que este lhe cause 
sofrimento físico ou mental, pois pode acontecer que, apesar da 
violência, em sentido amplo, a vítima não se sinta constrangida ou não 
tenha sofrimento de qualquer ordem. 
Por último, vêm as FINALIDADES ou o motivo. Aqui, são em números 
de três, devendo, no entanto, como dito, ser preenchida apenas uma, para 
a tortura se caracterizar. Vamos analisá-las: 
 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima 
(ou de terceira pessoa) 
 
Nesta alínea, a vítima a que se refere à lei, é óbvio, a do crime de 
tortura. Também ocorrerá o delito quando as informações, declarações ou 
confissão forem prestadas por terceiro. 
É o caso da tortura praticada em A para que B informe, declare ou 
confesse. A expressão "terceira pessoa" não ficou bem colocada, já que a 
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mesma só realizará uma das condutas descritas caso se encontre 
constrangida, de forma que o sofrimento mental seja possível de resistir. Ora, 
ocorrendo isso, o terceiro estará torturado, posto que foi constrangido, com 
emprego de grave ameaça, e lhe foi causado sofrimento mental. Portanto, a 
dita terceira pessoa também é vítima. 
Houve, neste dispositivo, o direcionamento citado, eis que a hipótese 
versada, na quase totalidade dos casos, só se caracterizará nos procedimentos 
policiais. 
 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
 
Nesta alínea, constitui tortura obrigar a vítima a praticar um crime, 
mediante ação ou omissão. É necessário, mais uma vez afirmo, que a ação ou 
a omissão criminosa seja praticada em virtude de ter sido a vítima 
constrangida a tanto, ou seja, que, através do emprego de violência ou grave 
ameaça, a ela tenha sido causado sofrimento físico ou mental suficiente para 
constrangê-la à prática delituosa. 
Muito parecida é a tipificação desses casos de tortura coma do crime de 
constrangimento ilegal. Neste, a vítima é obrigada, mediante violência ou 
grave ameaça, a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda. 
Diferenciam-se por não haver, neste ilícito penal, a necessidade de ser 
causado à vítima sofrimento físico ou moral, por ser a pena bem mais branda, 
e pelo fato de ser o crime de tortura mais específico. 
Como se sabe, o delito previsto no art. 146, do CP, é subsidiário, 
aplicando-se às hipóteses não previstas em outras figuras delituosas e sendo 
absorvido pelas mais complexas. 
 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
 
Muito cuidado com essa alínea, caro aluno!! 
Aqui você já deve concluir que melhor teria feito o legislador se houvesse 
generalizado, em vez de ser taxativo. Poderia ter dito: em razão de qualquer 
discriminação. Evitar-se-ia, assim, que determinadas condutas não fossem 
abraçadas pela lei de tortura. 
É o caso de discriminações em razão de ideologia política ou em razão de 
preferência sexual. 
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� Nestas, mesmo estando presentes o constrangimento, a violência 
ou grave ameaça e o sofrimento físico ou mental, NÃO SE 
PODERÁ FALAR EM TORTURA, pois em sendo taxativa a 
enumeração, não se estende a outros fatos além daqueles expressos na 
lei, em virtude da interpretação restrita das normas penais. E é isso que 
funciona para o CESPE!! 
De posse dessas informações, convido-o a voltar a nossa questão e 
perceber que ela traz um erro ao afirmar que constranger alguém sem 
emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga é 
também crime de tortura. Acabamos de ver que o emprego de violência e 
ameaça é um dos fatores fundamentais para a tipificação de certa conduta 
como crime de tortura. 
Gabarito: ERRADO 
 
02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] 
Pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, 
mediante emprego de grave ameaça e causando-lhe sofrimento 
mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa. 
Com certeza!! Perceba que a banca praticamente copiou e colou o art. 1º 
da Lei de Crimes de Tortura, ora em estudo. 
Veja que todos os elementos para a configuração do crime de tortura 
estão presentes na conduta da autoridade policial: 
� constrange alguém + mediante emprego de grave ameaça + causando-lhe 
sofrimento mental + com o fim de obter informação, declaração ou confissão 
da vítima ou de terceira pessoa. 
Gabarito: CERTO 
 
03. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à 
orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso 
sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e 
danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, 
queimaduras de cigarros, execução simulada e outros 
constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na figura típica 
do crime de tortura discriminatória. 
Veja que questão interessante!! A sua redação nos traz aparentemente 
todos os elementos suficientes para a consumação do crime de tortura, mas há 
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um erra ao incluir a discriminação contra a orientação sexual como crime de 
tortura. 
Você revisou comigo que, de fato, há condutas discriminatórias previstas 
na Lei 9.455/97 que, se praticadas com os demais requisitos, serão 
configuradas como crimes de tortura. Mas esse rol é TAXATIVO e lá consta 
apenas como uma das motivações a descriminação racial ou religiosa (art. 1º, 
I, “c”). Não trata nada a respeitode discriminação sexual. Por essa razão, não 
podemos tipificar como crime de tortura a conduta de X. 
Gabarito: ERRADO 
 
04. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Se um 
policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de 
roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal 
injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das 
graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática 
do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, 
mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso 
não foi obtida. 
O policial civil impôs ao suspeito de autor de um crime intenso 
sofrimento mental (mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua 
esposa e filhos). A finalidade era obter sua confissão. Temos então o meio, a 
conseqüência e a finalidade que juntos caracterizam o crime de tortura 
INDEPENDEMTEMENTE de o suspeito não ter confessado a autoria do suposto 
crime. 
Gabarito: ERRADO 
 
05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] A 
prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de 
discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se 
imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. 
De forma alguma!! Tenho certeza que essa você acertou, pois a 
discriminação religiosa é uma das finalidades descritas na Lei 9.455/97 como 
requisitos para a caracterização do crime de tortura. O CESPE trouxe um 
floreado sem sentido com o intuito claro de pegar os candidatos desavisados 
ou que pouco estudaram a referida norma!! 
Gabarito: ERRADO 
 
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06. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2011] Considere a seguinte situação hipotética. 
Rui, que é policial militar, mediante violência e grave ameaça, infligiu 
intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as 
instalações do quartel de sua corporação. A intenção do policial era 
obter a confissão da vítima em relação a um suposto caso 
extraconjugal havido com sua esposa. 
Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de 
sua condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, 
caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei específica. 
Questão bem parecida como umas das anteriores e que nos leva a 
mesma linha de raciocínio. 
O MEIO � constrangimento mediante violência e grave ameaça; 
A CONSEQUENCIA � intenso sofrimento físico e mental a um civil; 
A FINALIDADE � obter a confissão da vítima em relação a um suposto 
caso extraconjugal havido com sua esposa. 
Temos então, certamente, INDEPENDENTE DO LOCAL onde foi praticado, 
a consumação do crime de tortura!! 
Gabarito: CERTO 
 
07. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] É crime de tortura 
submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego 
de violência ou ameaça, a intenso sofrimento mental, como forma de 
aplicar castigo pessoal. 
Continuando, conforme a Lei 9.455/97, também é crime de tortura: 
 
Art. 1º. (...) 
� II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, a intenso sofrimento 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de 02 a 08 anos. 
 
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Perceba que nesse tipo, a violência ou grave ameaça é utilizada em 
pessoa que está sob a influência do agente, seja em caráter de guarda, 
poder ou autoridade. 
� O sujeito ativo é PRÓPRIO, pois só poderá incorrer no crime as 
pessoas detentoras daqueles atributos. 
� O mesmo se diga do sujeito passivo. O sofrimento deve ser intenso, 
não compreendendo, no entanto, a lesão corporal de natureza grave 
(veremos o porquê adiante). 
� O dolo específico se caracteriza na aplicação de castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. O castigo visa a uma punição à vítima 
por conduta praticada pela mesma, enquanto que a medida de caráter 
preventivo antecede a referida conduta, tentando evitá-la. 
Mais uma vez, o preceito da norma em análise se assemelha a outros já 
existentes. Desta feita, com relação aos maus-tratos, abordado no CP, 
art.136. Diz tal dispositivo constituir crime: 
 "expor a perigo a vida ou a saúde da pessoa sob sua autoridade, guarda 
ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer 
privando de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a 
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou 
disciplina". 
Na tortura, o fim a que se presta a guarda, poder ou autoridade não está 
especificado, sendo, por isso, mais abrangente. Nos maus-tratos, a ação do 
sujeito ativo é de conteúdo ainda mais variável, pois pode se manifestar de 
diversas maneiras, entre as quais estão incluídas aquelas previstas na tortura, 
meios de correção ou disciplina (prevenção). Nestes, a vida ou a saúde da 
pessoa é exposta a perigo, enquanto que naquela, alguém é submetido a 
intenso sofrimento físico ou mental. 
A pena imposta ao delito de tortura simples é de reclusão de dois a oito 
anos. Como visto, bem mais elevada que as dos delitos de constrangimento 
ilegal de maus-tratos, que é de detenção, de três meses a um ano, ou multa, e 
de detenção de dois meses a um ano, ou multa, respectivamente. 
� Na mesma pena (reclusão de 02 a 08 anos) INCORRE quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico OU 
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei OU não 
resultante de medida legal. 
Veja, caro aluno, que nesse último caso o meio utilizado é mais 
abrangente, pois, não se referindo à violência ou grave ameaça, aumentou a 
esfera de atuação do sujeito ativo. Mas, ao mesmo tempo, condicionou essa 
tipificação, já que é necessário que o meio empregado não esteja previsto em 
lei e que não seja resultante de medida legal. 
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Novamente, fala-se em sofrimento físico ou mental, sendo obrigatória, 
portanto, a sua ocorrência, derivada do meio empregado. 
O sujeito PASSIVO não pode ser qualquer um. Só aquelas pessoas 
que se encontrem presas ou sujeitas à medida de segurança. A prisão é uma 
das previstas nas leis processuais penais, seja preventiva, temporária, em 
razão de flagrante ou em face de sentença condenatória. A medida de 
segurança não é pena, mas podemos dizer que faz parte das sanções penais. É 
forma de tratamento a que são submetidos os inimputáveis, para prevenir que 
os mesmos voltem a delinqüir. A pena tem caráter retributivo preventivo, 
enquanto que a medida de segurança é apenas preventiva; a primeira se 
baseia na culpabilidade do agente; a segunda, na sua periculosidade. 
Esta norma tem por fim a proteção do direito individual constitucional 
previsto no art. 5º, XLIX, de que é assegurado aos presos o respeito à 
integridade física e moral. 
Diante do exposto, concluímos que a questão em análise traz a 
literalidade fiel do art. 1º, inciso II acima estudado. 
Gabarito: CERTO 
 
08. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 
2006] Considere a seguinte situação hipotética. 
Uma equipe de policiais civis de determinada delegacia, após a prisão 
de um indivíduo, submeteu-o a intenso sofrimento físico e mental para 
que ele confessasse a prática de um crime. O delegado de polícia, 
chefe da equipe policial, ciente do que acontecia, permaneceu em sua 
sala sem quetivesse adotado qualquer providência para fazer cessar 
as agressões. Nessa situação, os policiais praticaram a figura típica da 
tortura, ao passo que, em relação ao delegado de polícia, a conduta, 
por não configurar o mesmo crime, tem outro enquadramento penal. 
A Lei 9.4455/95, em seu art. 1º § 2º, versa que aquele que se omite em 
face das condutas nela tipificadas como crimes de tortura, quando tinha o 
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na seguinte pena: 
� Detenção de 01 a 04 anos. 
 Veja que também respondem pelo crime de tortura as pessoas que, tendo 
conhecimento de sua prática, omitirem-se, deixando de apurá-los ou evitá-los. 
É importante observar que na conduta omissiva de apuração, o 
responsável será sempre uma AUTORIDADE, que seja competente para tanto. 
Já no caso de se evitar a tortura, o sujeito ativo poderá ser não só a 
referida autoridade, bem como QUALQUER OUTRO INDIVÍDUO que, de alguma 
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maneira, teria condições de impedir a consumação do delito e que se enquadra 
em uma das hipóteses do art. 13,§ 2º, do CP que assim estabelece: 
"O dever de agir incube a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado". 
Perceba que a pena, nessas hipóteses, é menor que as previstas nos 
crimes de tortura propriamente ditos. Isso se dá pelo fato de o legislador ter 
entendido ser as condutas do executor e do mandante, se houver, mais lesivas 
do que a daquele que se omitiu, não apurando a sua ocorrência ou não 
evitando a sua consumação. 
Em nossa questão percebe-se claramente a omissão do delegado de 
polícia que, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem que tivesse 
adotado qualquer providência para fazer cessar as agressões. Logo, aquele que 
se omite em face de condutas tipificada como crime de tortura, quando tinha o 
dever de evitá-las ou apurá-las, comete também o mesmo crime. Não há o 
que se falar em outro enquadramento penal para a conduta do delegado. 
Gabarito: ERRADO 
 
09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] 
Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de 
tortura, tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as 
mesmas penas do autor do crime de tortura. 
Revisando: 
� QUEM COMETE CRIME DE TORTURA � Pena de reclusão, de 02 a 08 
anos. 
� QUEM SE OMITE AO CRIME DE TORTURA � Detenção de 01 a 04 
anos. 
Dessa forma, há um equivoco na questão ao afirmar que quem se omite 
em face de conduta tipificada como crime de tortura (tendo o dever de evitá-la 
ou apurá-la) é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. 
Gabarito: ERRADO 
 
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10. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico 
de entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo 
procedimento a choques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção 
de informações sobre o endereço utilizado pelo suposto traficante 
como depósito da droga. João, após as agressões, comunicou o fato à 
autoridade policial de plantão, a qual, apesar de não ter participado da 
prática delituosa, não adotou nenhuma providência no sentido de 
apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policial 
responderá por sua omissão, conforme previsão expressa na Lei de 
Tortura. 
Perfeitamente!! Ao ser comunicado da prática de tortura, a autoridade 
policial de plantão, mesmo não tendo participado da prática delituosa, deveria 
ter adotado providências no sentido de apurar a notícia de tortura. Se assim 
não fez, cometeu o tipo penal de omissão a crime de tortura (art. 1º, § 2º da 
Lei nº 9.455/97) e por ele responderá. 
Gabarito: CERTO 
 
11. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O 
artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi 
tacitamente revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos 
meios de correção ou disciplina passou a caracterizar a prática de 
tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou 
mental. 
Nessa você não cai, não é verdade?? 
Comparando o crime de maus-tratos (art. 136 do CP) com o crime de 
tortura (art. 1º da Lei nº 9.455/97) vimos que na tortura, o fim a que se 
presta a guarda, poder ou autoridade não está especificado, sendo, por isso, 
mais abrangente. Nos maus-tratos, a ação do sujeito ativo é de conteúdo 
ainda mais variável, pois pode se manifestar de diversas maneiras, entre as 
quais estão incluídas aquelas previstas na tortura, meios de correção ou 
disciplina (prevenção). Nestes, a vida ou a saúde da pessoa é exposta a 
perigo, enquanto que naquela, alguém é submetido a intenso sofrimento físico 
ou mental. 
Assim, temos que o artigo 136 do CP (maus-tratos) NÃO foi tacitamente 
revogado pela Lei da Tortura. 
 Gabarito: ERRADO 
 
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12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] Sendo crime próprio, 
o crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser 
funcionário público. 
A questão equivoca-se na generalização ao afirmar que todos os crimes 
de tortura são próprios caracterizados por ter necessariamente os funcionários 
públicos como sujeitos ativos. 
Crime próprio de tortura é apenas o tipificado no art. 1º, inciso II da Lei 
nº 9.455/97, pois só poderá nele incorrer as pessoas detentoras daqueles 
atributos. 
Gabarito: ERRADO 
 
13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Não 
se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura 
resultar a morte da vítima. 
Estabelece a Lei nº 9.455/97 que se a tortura resultar: 
 
� Em LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU GRAVÍSSIMA: 
Pena � reclusão de 04 a 10 anos; 
� Em MORTE: 
Pena � reclusão é de 08 a 16 anos. 
 
Estamos diante, caro aluno, dos casos de TORTURA QUALIFICADA pelo 
resultado, ou seja, preterdolosa. Aqui, a lesão corporal e a morte são 
conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que age 
com dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal 
grave ou gravíssima ou morte, resultados não pretendidos). 
De qualquer forma, tem que se demonstrar que o autor não quis o 
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. Caso contrário, responderá 
por tortura simples e lesão corporal grave ou gravíssima, em concurso formal, 
ou por homicídio qualificado pela tortura, art. 121,§2º, III, do CP, conforme a 
hipótese. 
 
 
 
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Código Penal: 
 Art. 121. Matar alguém: 
(...) 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
(...) 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro 
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
 
Pois bem, os crimes de tortura QUALIFICADA só não se aplicam nos 
casos de conduta omissiva (já estudados acima), pois se o legislador 
diferenciou a pena daquele que se omitiu, não vai, nos casos das qualificadas, 
igualá-las a de quem efetivamente praticou o crime. 
O que a questão em análise nos diz? 
O oposto do que acabamos de estudar!! Que NÃO se aplica a lei de 
tortura se do fatodefinido como crime de tortura resultar a morte da vítima. 
Gabarito: ERRADO 
 
14. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intenso 
sofrimento físico e mental em José, visando à obtenção de informações 
sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse 
caso, Carlos responderá pelo crime de tortura simples em concurso 
material, com o delito de homicídio. 
Muito cuidado, caro aluno!! Se você ler essa assertiva muito rapidamente 
e se empolgar em respondê-la, você correrá o risco de errá-la!! 
Vimos que nos casos de tortura qualificada (quando a tortura resulta em 
lesão corporal grave, gravíssima ou em morte) a lesão corporal e a morte são 
conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que age com 
dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal grave ou 
gravíssima ou morte, resultados não pretendidos). 
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No caso em tela, a morte de José não se deu por uma consequência 
culposa do agir de Carlos. Muito pelo contrário!! Carlos agiu com dolo, pois 
teve a clara intenção de praticar o homicídio. Desta feita, a questão está 
certinha ao afirmar que ele responderá por crime de tortura simples em 
concurso material como o delito de homicídio. 
Gabarito: CERTO 
 
15. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRO – SEJUS/CE – 2011] Se o 
crime de tortura for cometido por agente público ou mediante o uso de 
arma de fogo ou em concurso de mais de duas pessoas haverá 
aumento de pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) previsto na Lei 
nº 9.455/97. 
Caro aluno, trataremos de outras figuras qualificadas que dão causa ao 
aumento de pena. São duas de caráter pessoal, e uma decorrente do modo 
pelo qual se pratica a tortura. Aplicam-se tanto às formas comissivas quanto à 
omissiva, pois quem comete um crime o faz por ação ou omissão, e estando 
esta última tipificada, óbvia será a incidência do aumento. 
A norma em estudo determina que quem comete crime de tortura terá 
aumentada sua pena de 1/6 até 1/3: 
 
� Se o crime é cometido por agente público; 
 
Para o agente público, a condenação acarretará a perda do cargo, 
função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro 
(não esqueça!!) do prazo da pena aplicada. 
Essa hipótese trata-se de qualidade inerente ao sujeito ativo, ser agente 
público. Interessante situação ocorrerá quando houver omissão na apuração 
da tortura, pois, como já frisei, o sujeito ativo será sempre uma autoridade, 
agente público, que responderá, obrigatoriamente, pela pena de um a quatro 
anos, com aumento da pena acima estabelecido. 
Os efeitos da condenação atingem os servidores públicos em sentido 
amplo, envolvendo os detentores de cargo, função ou emprego público. 
Esses servidores, além de perderem seus cargos, funções ou empregos, 
ficam interditados para exercê-los pelo dobro do período da pena aplicada. 
Não podem, assim, voltar ao serviço público enquanto não ultrapassado aquele 
lapso temporal. 
 
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� Se o crime é cometido contra: 
 Criança; 
 Gestante; 
 Portador de deficiência; 
 adolescente ou; 
 maior de 60 (sessenta) anos; 
 
Nesse caso temos as qualidades do sujeito passivo. É necessário, 
todavia, que o sujeito ativo tenha em mente essas qualidades da vítima, pois, 
se não tiver, incorrerá em erro de tipo, não respondendo pela forma 
qualificada. A única delas que, mesmo admitindo o erro escusável, imputará o 
aumento é o fato de a vítima ser criança, já que, se o agente não conhecia 
esse atributo, é por que a considerava adolescente, circunstância também 
prevista na disposição legal. 
 
� Se o crime é cometido mediante seqüestro. 
 
Por último, temos a qualificação do delito quanto ao modo de sua 
prática. A referência é o seqüestro. 
Muita atenção, pois o art. 148, § 2º do CP, prevê o crime de seqüestro 
qualificado pelo resultado. A diferença entre essas duas figuras típicas penais 
está em que, na primeira, o seqüestro é um modo, um meio para se praticar a 
tortura, causando-se sofrimento físico ou mental à vítima, enquanto que, na 
segunda, o seqüestro não é um meio, e sim o próprio fim, sendo o sofrimento 
físico ou moral uma decorrência dos maus-tratos ou da natureza da detenção. 
� As causas aumentativas de pena também se aplicam aos casos de 
OMISSÃO de crimes de tortura e aos de TORTURA QUALIFICADA. 
A assertiva da questão inventa duas condutas aumentativas de pena 
que, como você pode constatar, NÃO ESTÃO INCLUÍDAS no rol das 
aumentativas de pena acima estudado, previsto na Lei 9.455/97. 
Gabarito: ERRADO 
 
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16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] A 
condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou 
emprego público, mas não a interdição para seu exercício. 
Essa está fácil, não é mesmo? Não tenha dúvidas: para o agente público, 
a condenação acarretará não só a perda do cargo, função ou emprego público 
assim como também NECESSARIAMENTE a interdição para seu exercício pelo 
dobro do prazo da pena aplicada. 
Gabarito: ERRADO 
 
17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O 
crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer 
pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, 
acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. 
Exatamente!! Os crimes de tortura, tipificados na Lei nº 9.455/97, não 
são próprios de agentes públicos e têm como sujeitos ativos QUALQUER 
INDIVÍDUO. Agora, sendo cometidos por agentes públicos, estará configurada, 
como acabamos de ver, uma circunstância aumentativa de pena. Está 
certíssima a questão!! 
Gabarito: CERTO 
 
18. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A perda do cargo 
público é efeito automático e obrigatório da condenação de agente 
público pela prática do crime de tortura, sendo, inclusive, prescindível 
a fundamentação. 
Transitada em julgado a condenação por crime de tortura cometido por 
agente público, a Lei 9.455/97 prevê taxativamente a perda do cargo ou 
função pública dessa pessoa. Tal penalidade é, portanto, automática e 
obrigatória. Para a sua aplicação, a referida norma não prevê necessidade de 
fundamentação. 
Gabarito: CERTO 
 
19. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um 
agente penitenciário submeteu a intenso sofrimento físico um preso 
que estava sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo por ter 
incitado os outros detentos a se mobilizarem para reclamar da 
qualidade da comida servida na penitenciária. Nessa situação, o 
referido agente cometeu crime inafiançável. 
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Em obediência ao nossa Constituição, a Lei 9.455/97 reforça, em seu art. 
3º § 6º que o crime de tortura é INAFIANÇÁVEL e INSUSCETÍVEL de graça 
ou anistia. 
Uma vez preso em flagrante, não caberá fiança ao acusado da prática 
de tortura. Só será posto em liberdade se provar irregularidade no flagrante, 
caso em que será ilegal a sua prisão. 
Não pode, da mesma maneira, ser concedida graça ou anistia. Já te 
adianto que também o indulto não pode ser concedido, tendo em vista o que 
dispõe a Lei 8.072/90 (art. 2º, inciso I) – Lei de Crimes Hediondos queestudaremos a seguir. 
A inclusão deste dispositivo foi feita como forma de reforçar a sua 
aplicação. Pra falar bem a verdade, você perceberá que já estava prevista, na 
Lei de Crimes Hediondos (art. 2º, I e II), toda a matéria aqui disciplinada. 
Houve apenas uma repetição. 
Versa a Lei 9.455/97 que o condenado por crime nela previsto, salvo a 
hipótese do condenado por CRIME DE OMISSÃO de tortura, iniciará o 
cumprimento da pena em regime FECHADO. 
Diante do exposto, temos que a Lei de Tortura admite a progressão de 
regimes ao determinar que o cumprimento da pena inicie em regime fechado. 
Vale ressaltar que a regra excepciona o condenado por crime de 
OMISSÃO, cuja pena imputada é inferior aos demais crimes de tortura. Aplica-
se a eles o disposto no Código Penal, art. 33, § 2º, "c", que determina a 
possibilidade de o início do cumprimento da pena ser em regime 
aberto, em caso de não reincidência. 
� As disposições da Lei 9.455/97 aplicam-se ainda: 
 quando o crime NÃO TENHA SIDO COMETIDO em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou; 
 quando o crime NÃO TENHA SIDO COMETIDO em território 
nacional encontrando-se o agente em local sob jurisdição 
brasileira. 
Estamos diante do princípio da extraterritorialidade. Por ele, 
aplicam-se as normas brasileiras a fatos ocorridos fora do país. 
� A primeira hipótese enumerada diz respeito à tortura praticada contra 
brasileiro em outro território. 
� A segunda, contra qualquer pessoa, brasileira ou não, desde que o 
agente se encontre em local sob jurisdição brasileira. 
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Ao submeter a intenso sofrimento físico um preso que estava sob sua 
autoridade, com o objetivo de castigá-lo, o agente penitenciário de nossa 
questão praticou crime de tortura, um crime, portanto, INAFIANÇÁVEL e 
INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU INDULTO. 
Gabarito: CERTO 
 
20. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] O 
condenado por crime previsto na lei de tortura inicia o cumprimento da 
pena em regime semiaberto ou fechado, vedado o cumprimento da 
pena no regime inicial aberto. 
Repetindo para você não esquecer: o condenado por crime previsto na 
Lei de Crimes de Tortura, salvo a hipótese do condenado por CRIME DE 
OMISSÃO de tortura, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. 
Entretanto, vale lembrar que ao usar o verbo “iniciar” a referida norma admite 
a progressão de regimes. 
Para o condenado por crime de OMISSÃO de tortura, não se esqueça, 
aplica-se o disposto no Código Penal, art. 33, § 2º, "c", que determina a 
possibilidade de o início do cumprimento da pena ser em regime aberto, em 
caso de não reincidência. 
A questão erra, portanto, ao declarar que todos os condenados por 
crimes de tortura pode iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto 
ou fechado. Erra ainda mais quando insinua a vedação absoluta ao 
cumprimento da pena no regime inicial aberto, pois você já sabe que isso pode 
acontecer para os condenados aos crimes de omissão. 
Gabarito: ERRADO 
 
21. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] São 
considerados hediondos, nas formas tentadas ou consumadas, os 
crimes de homicídio simples, latrocínio, estupro e atentado violento ao 
pudor. 
Caro aluno, começaremos, a partir de agora, o estudo de uma das mais 
importantes leis extravagantes cobradas em concursos públicos: a Lei nº 
8.072/90 que define e dispõe sobre os CRIMES HEDIONDOS. 
O delito hediondo é aquele considerado repugnante, bárbaro ou 
asqueroso. 
É preciso ressaltar, no entanto, que o crime HEDIONDO não é aquele que 
no caso concreto, se mostra repugnante, asqueroso, depravado, horrível, 
sádico ou cruel, por sua gravidade objetiva, ou por seu modo ou meio de 
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execução, ou pela finalidade do agente, mas sim aquele definido de forma 
taxativa pelo legislador ordinário. 
Já te adianto que como condição fundamental para o seu concurso é de 
EXTREMA IMPORTÂNCIA que você memorize TODOS os crimes hediondos 
estudados a seguir!! 
A Lei 8.072/90 regulamenta que são considerados HEDIONDOS os 
seguintes crimes, todos tipificados no Código Penal Brasileiro, 
consumados ou tentados: 
� O homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo 
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio 
qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); 
� O latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); 
� A extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); 
� A extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, 
e §§ 1o, 2o e 3o); 
� O estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
� O estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
� A epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o); 
� A falsificação, a corrupção, a adulteração ou a alteração de produto 
destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 
1o-A e § 1o-B) e; 
� O crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 
1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. 
Conhecidos os crimes hediondos, vamos agora procurar esclarecer 
alguns detalhes importantes sobre eles. 
 
� O homicídio simples e o homicídio qualificado 
São considerados HEDIONDOS, consumados ou tentados: 
 
� Quando praticados em atividade típica de grupo de extermínio, 
ainda que cometido por um só agente: 
Homicídio simples (art. 121) 
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Art. 121. Matar alguém 
Homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V) 
Art. 121. (...) 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo 
torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime: 
 
O homicídio simples somente é considerado delito hediondo, quando 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só autor. Da leitura que se faz do artigo 121 do Código 
Penal, percebe-se que não existe a qualificadora “atividade típica de grupo de 
extermínio”. 
Na prática, o homicídio praticado em atividade de grupo de extermínio 
nada mais é do que um homicídio qualificado. 
E quanto ao crime de homicídio privilegiado-qualificado? 
Bom, o homicídio privilegiado é aquele em que a prática da infração é 
motivada por relevante valor social ou moral, ou se esta é cometida logo após 
injusta provocação da vítima. Nesses casos, a pena pode ser minorada de 1/6 
até 1/3 da pena. Nada impede que um homicídio privilegiado seja também 
qualificado. Por exemplo, é o caso do agente que utiliza meio cruel para 
realizar o homicídio sob violenta emoção logo em seguida de injusta 
provocação da vítima. 
A pergunta é: esse crime privilegiado-qualificado é também considerado 
hediondo? 
Resposta: para a maioria da doutrina não é crime hediondo. 
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 De acordo com JURISPRUDÊNCIA do STJ, temos em resumo: 
 STJ - HC 36317/RJ – “Por incompatibilidade axiológica e por falta de 
previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiadonão integra o 
rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).” 
 STJ - HC 41579/SP –“1. O homicídio qualificado-privilegiado 
não figura no rol dos crimes hediondos. Precedentes do STJ.” 
 STJ - HC 43043 / MG – “1. O homicídio qualificado-privilegiado 
não é crime hediondo, não se lhe aplicando norma que estabelece o 
regime fechado para o integral cumprimento da pena privativa de 
liberdade (Lei nº 8.072/90, artigos 1º e 2º, parágrafo 1º).” 
Primeiro erro da questão: O homicídio simples somente é considerado 
delito hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, 
ainda que cometido por um só autor. 
Segundo: o atentado violento ao pudor não é mais considerado crime 
hediondo. 
Gabarito: ERRADO 
 
22. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] O 
crime de homicídio é considerado hediondo quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só 
agente, e quando for qualificado. 
Isso mesmo!! Já vimos que o homicídio simples somente é considerado 
delito hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, 
ainda que cometido por um só autor. Na prática, estamos realmente diante de 
um homicídio qualificado. 
Gabarito: CERTO 
 
23. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Por incompatibilidade 
axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-
privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos. 
Uma questão que copiou toda a literalidade de decisão jurisprudencial do 
Superior Tribunal de Justiça. Repetindo, para não esquecer: 
��� STJ - HC 36317/RJ – “Por incompatibilidade axiológica e por falta de 
previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos 
denominados crimes hediondos (Precedentes).” 
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Gabarito: CERTO 
 
24. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Armando 
e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam 
a pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, 
com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo 
portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual 
finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra 
Paulo, ferindo-o mortalmente. 
Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é 
considerado crime hediondo. 
Matar alguém por causa uma dívida de R$ 500,00 é algo bastante 
desproporcional, caracterizando-se motivo fútil para o cometimento do delito. 
Estamos diante, portanto, de um crime de homicídio qualificado tipificado no 
art. 121, § 2º, inciso II do CP e classificado como crime hediondo pela lei 
8072/90. 
Gabarito: CERTO 
 
25. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/TO – 2008] São 
crimes hediondos relacionados na legislação específica: o homicídio, 
quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, o roubo 
simples, a extorsão mediante seqüestro, entre outros. 
É só conferir como o que revisamos: 
� o homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio � 
OK � CRIME HEDIONDO 
� o roubo simples � ERRADO � NÃO É CRIME HEDIONDO 
� extorsão mediante seqüestro � OK � CRIME HEDIONDO 
Bom, como um dos tipos descritos na questão não é crime hediondo, 
podemos concluir que ela está equivocada. 
Gabarito: ERRADO 
 
 
 
 
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26. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O porte ilegal de arma 
de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante 
o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente. 
Aqui a banca viajou geral ao afirmar que o porte ilegal de arma é crime 
inafiançável e hediondo. Esse crime não é mais inafiançável e jamais foi 
incluído no rol dos crimes hediondos previstos na Lei 8.072/90. A título de 
curiosidade, apesar de ainda constar na letra da Lei 10.826/03 (Estatuto do 
Desarmamento) que esse crime é inafiançável, o STF, por meio da ADIN 
3.112-1 decidiu por sua afiançabilidade. 
Gabarito: ERRADO 
 
27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] 
Segundo o disposto na legislação específica, são crimes hediondos, 
entre outros, o homicídio qualificado, o latrocínio, a epidemia com 
resultado morte e o genocídio. 
� O latrocínio 
É considerado crime HEDIONDO, consumado ou tentado: 
 
Latrocínio - roubo seguido de morte - (art. 157, § 3o, in fine) 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, 
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. 
(...) 
§ 3º (...) se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem 
prejuízo da multa. 
 
Aqui é importante perceber que a Lei n.º 8072/90 classifica apenas o 
latrocínio como crime hediondo, excluindo o roubo simples ou circunstanciado. 
 
� A extorsão 
São considerados crimes HEDIONDOS, consumados ou tentados: 
 
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Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e 
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem 
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: 
(...) 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 
3º do art. 157 (se a extorsão resultar em morte) 
 
Extorsão mediante seqüestro na forma qualificada (art. 
159, caput, e §§ 1o, 2o e 3o) 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para 
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
(...) 
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o 
seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, 
ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
(...) 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave. 
(...) 
§ 3º - Se resulta a morte. 
 
� Os crimes de estupro 
São considerados crimes HEDIONDOS, consumados ou tentados: 
 
Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso: 
(...) 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
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(...) 
§ 2o Se da conduta resulta morte. 
 
Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o) 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
menor de 14 (catorze) anos: 
(...) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput 
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer 
outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
(...) 
§ 4o Se da conduta resulta morte. 
 
� A Epidemia 
É considerado crime HEDIONDO, consumado ou tentado: 
 
Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o) 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes 
patogênicos: 
(...) 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
 
 
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