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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br AULA – 04 Olá caro aluno, Como estão os estudos?? Espero sinceramente que nossas aulas estejam contribuindo qualitativamente para a consolidação de sua caminhada em busca de seu sucesso neste certame. Nesta aula, trataremos de três normativos muitíssimo importantes para sua prova, pois são bastante explorados pelo CESPE e não menos relevantes para o seu dia-a-dia de trabalho. São eles: � A LEI DE CRIMES DE TORTURA (Lei nº 9.455/70) � A LEI DE CRIMES HEDIONDOS (Lei nº 8.072/90) � O ABUSO DE AUTORIDADE (Lei nº 4.898/65) Tenho certeza que a essa altura do campeonato você já deve ter lido e relido inúmeras vezes tais dispositivos legais. Apesar de normas polêmicas, nosso intuito aqui será clarificar alguns pontos e direcioná-lo objetivamente para resolver e acertar questões de CESPE sobre esses temas. Afinal de contas, esse é o nosso grande foco!!! Encha-se de fôlego e sigamos em frente!!! CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES DE SUA AULA I – ESTUDO DA LEI 9.455/97 – CRIMES DE TORTURA 01. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] São crimes de tortura constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico para provocar ação ou omissão de natureza criminosa e constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga. 02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, mediante emprego de grave ameaça e causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. 03. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na figura típica do crime de tortura discriminatória. 04. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Se um policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. 05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 06. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] Considere a seguinte situação hipotética. Rui, que é policial militar, mediante violência e grave ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações do quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa. Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei específica. 07. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] É crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou ameaça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal. 08. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2006] Considere a seguinte situação hipotética. Uma equipe de policiais civis de determinada delegacia, após a prisão de um indivíduo, submeteu-o a intenso sofrimento físico e mental para que ele confessasse a prática de um crime. O delegado de polícia, chefe da equipe policial, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem que tivesse adotado qualquer providência para fazer cessar as agressões. Nessa situação, os policiais praticaram a figura típica da tortura, ao passo que, em relação ao delegado de polícia, a conduta, por não configurar o mesmo crime, tem outro enquadramento penal. 09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. 10. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere a seguinte situação hipotética. No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico de entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo procedimento a choques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção de informações sobre o endereço utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João, após as agressões, comunicou o fato à autoridade policial de plantão, a qual, apesar CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br de não ter participado da prática delituosa, não adotou nenhuma providência no sentido de apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policial responderá por sua omissão, conforme previsão expressa na Lei de Tortura. 11. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou mental. 12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] Sendo crime próprio, o crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário público. 13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Não se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura resultar a morte da vítima. 14. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental em José, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo crime de tortura simples em concurso material, com o delito de homicídio. 15. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRO – SEJUS/CE – 2011] Se o crime de tortura for cometido por agente público ou mediante o uso de arma de fogo ou em concurso de mais de duas pessoas haverá aumento de pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) previsto na Lei nº 9.455/97. 16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] A condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou emprego público, mas não a interdição para seu exercício. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES– 2009] O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. 18. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A perda do cargo público é efeito automático e obrigatório da condenação de agente público pela prática do crime de tortura, sendo, inclusive, prescindível a fundamentação. 19. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um agente penitenciário submeteu a intenso sofrimento físico um preso que estava sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo por ter incitado os outros detentos a se mobilizarem para reclamar da qualidade da comida servida na penitenciária. Nessa situação, o referido agente cometeu crime inafiançável. 20. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] O condenado por crime previsto na lei de tortura inicia o cumprimento da pena em regime semiaberto ou fechado, vedado o cumprimento da pena no regime inicial aberto. II – ESTUDO DA LEI 8.072/90 – CRIMES HEDIONDOS 21. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] São considerados hediondos, nas formas tentadas ou consumadas, os crimes de homicídio simples, latrocínio, estupro e atentado violento ao pudor. 22. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] O crime de homicídio é considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e quando for qualificado. 23. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 24. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado crime hediondo. 25. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/TO – 2008] São crimes hediondos relacionados na legislação específica: o homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, o roubo simples, a extorsão mediante seqüestro, entre outros. 26. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente. 27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Segundo o disposto na legislação específica, são crimes hediondos, entre outros, o homicídio qualificado, o latrocínio, a epidemia com resultado morte e o genocídio. 28. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Os crimes hediondos ou a eles assemelhados não incluem o atentado violento ao pudor, a falsificação de produto destinado a fins terapêuticos e a tentativa de genocídio. 29. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Não são suscetíveis de anistia e indulto os crimes hediondos. 30. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 31. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Considere a seguinte situação hipotética. Pedro e Paulo associaram-se, em caráter habitual, organizado e permanente — societas sceleris —, para comercializarem cloreto de etila — lançaperfume — a estudantes de escolas e faculdades particulares. Nessa situação, Pedro e Paulo praticaram o crime de associação para o tráfico de entorpecentes, que é equiparado a crime hediondo. 32. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/PA – 2006] Conforme a Carta Magna federal, é sonegado às pessoas condenadas por crimes hediondos o acesso, apenas, aos benefícios da fiança e da graça. 33. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] O tráfico ilícito de entorpecentes e a tortura, considerados crimes hediondos, são insuscetíveis de fiança ou anistia. 34. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] Os crimes hediondos e a prática de terrorismo são imprescritíveis e insuscetíveis de anistia, graça, indulto ou fiança. 35. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] Os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos, assim como a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático podem ser compreendidos na categoria de delitos inafiançáveis por disposição constitucional expressa. 36. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A jurisprudência do STJ sedimentou a orientação de que a regra prevista na Lei n.º 8.072/1990 em relação ao afastamento da possibilidade de concessão de fiança nos casos de prisão em flagrante de crimes hediondos ou equiparados não constitui por si só fundamento suficiente para impedir a concessão da liberdade provisória, na medida em que só não será oportunizada ao agente a concessão da liberdade mediante fiança caso estejam presentes os requisitos da prisão preventiva. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 37. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Conforme a jurisprudência do STJ, mesmo com o advento da Lei n.º 11.464/2007, que alterou a lei que trata dos crimes hediondos, não se tornou possível a liberdade provisória nos crimes hediondos ou equiparados, ainda no caso de não estarem presentes os requisitos da prisão preventiva. 38. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere a seguinte situação hipotética. Em 28/7/2007, Maria foi presa e autuada em flagrante delito pela prática de um crime hediondo. Concluído o inquérito policial e remetidos os autos ao Poder Judiciário, foi deferido pelo juízo pedido de liberdade provisória requerido pela defesa da ré. Nessa situação, procedeu em erro a autoridade judiciária, pois os crimes hediondos são insuscetíveis de liberdade provisória. 39. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT – 2005] Com o advento da Lei n.º 9.455/1997, passou-se a admitir a progressão de regimes para o crime de tortura, que é equiparado a crime hediondo. Diante do novo diploma legal, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que será possível a progressão de regimes para os demais crimes hediondos e para os equiparados aos hediondos. 40. [CESPE – PAPILOSCOPISTA FEDERAL – DPF – 2004] Estende-se aos demais crimes hediondos, a admissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura. 41. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Considere a seguinte situação hipotética. Pela prática do crime de homicídio qualificado, um indivíduo foi condenado definitivamente à pena privativa de liberdade de 12 anos de reclusão, tendo o juiz fixado na sentença penal o regime inicialmente fechado. Na fase executiva, o juiz, verificando a fixação equivocada do regime prisional,o corrigiu para integralmente fechado. Nessa situação, por tratar-se de crime hediondo, com previsão legal expressa de que a pena deve ser cumprida em regime integralmente fechado, a decisão do juiz da execução não violou a coisa julgada. 42. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PA – 2006] O réu que foi condenado pela prática de crime hediondo não tem o direito de CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br cumprir a pena em regime de execução progressiva, de acordo com a jurisprudência mais recente do STF. 43. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] O STF admite, em casos excepcionais, a fixação de regime integralmente fechado para o cumprimento da pena de condenados por crimes hediondos. 44. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] A admissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura não se estende aos demais crimes hediondos. 45. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] De acordo com a nova redação da Lei dos Crimes Hediondos, a pena será sempre cumprida em regime inicialmente fechado, cabendo a progressão de regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se o apenado for primário. 46. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] A pena por crime hediondo deve ser cumprida em regime inicialmente fechado, podendo o condenado progredir de regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se for primário, e de três quintos da pena, se for reincidente. 47. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] A pena pela prática de crime hediondo deve ser cumprida em regime integralmente fechado. 48. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2008] O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa natureza. 49. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/AC – 2008] Em caso de crime hediondo, a prisão temporária será cabível, mediante representação da autoridade policial, pelo prazo de 30 dias, prorrogável por igual CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 50. [CESPE – DELEG. DE POLICIA FEDERAL – DPF NACIONAL – 2004] Considere a seguinte situação hipotética. Evandro é acusado de prática de homicídio doloso simples contra a própria esposa. Nessa situação, recebida a denúncia pelo juiz competente, é cabível a decretação da prisão temporária de Evandro, com prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, haja vista tratar-se de crime hediondo. 51. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] No crime de genocídio, a prisão temporária deverá ser decretada pelo prazo de cinco dias, prorrogável por igual período. 52. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Conforme entendimento do STJ, é imprescindível, mesmo no caso de crimes hediondos, a demonstração, com base em elementos concretos, da necessidade da custódia preventiva do acusado, incluindo-se os de tráfico ilícito de entorpecentes presos em flagrante, não obstante a vedação da Lei n.º 11.343/2006 — Lei de Drogas. 53. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Suponha que Francisco, imputável, suspeito da prática de crime de estupro seguido de morte, seja preso em flagrante delito e, no decorrer de seu interrogatório na esfera policial, confesse a autoria do crime, mas, após a comunicação da prisão ao juiz competente, verifique-se, pela prova pericial, que Francisco foi torturado para a confissão do crime. Nessa situação, deverá a autoridade judiciária, mesmo se tratando de crime hediondo, relaxar a prisão de Francisco, sem prejuízo da responsabilização dos autores da tortura. 54. [CESPE – AGENTE DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Três agentes de polícia federal verificaram que dois rapazes estavam disparando o conteúdo de um extintor de incêndio em um índio idoso e gritando “saia da nossa cidade, seu índio bêbado... aqui não é lugar de vagabundo”. Imediatamente, os agentes intervieram, fazendo cessar a agressão e pretendendo efetuar a prisão em flagrante dos agressores. Assustados, os dois rapazes tentaram evadir-se, mas a fuga foi impedida pelos agentes, que usaram de força física para segurá-los. Nesse momento, os rapazes se identificaram como primos e apresentaram carteiras de identidade que indicavam que ambos tinham apenas 17 anos de idade. Os policiais, então, apreenderam em flagrante os dois rapazes, que, após serem informados de seus direitos, solicitaram que a apreensão fosse imediatamente comunicada ao comerciante Júlio, tio dos dois. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br A apreensão dos referidos adolescentes foi ilegal porque não se tratava de crime hediondo. 55. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/RN – 2008] O participante que denunciar à autoridade a quadrilha formada para prática de crime hediondo, possibilitando seu desmantelamento, ficará isento de pena. 56. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] O participante de crime hediondo cometido por bando ou quadrilha que denunciar à autoridade seus comparsas, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/TO – 2007] Plínio estuprou sua filha Laís, de 4 anos de idade, restando comprovado pelo laudo de exame de corpo de delito que a vítima sofreu lesões corporais graves. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 57. A Não incide, no caso, a majorante do art. 9.º da Lei dos Crimes Hediondos — acréscimo de metade da pena do crime, sendo a vítima menor de 14 anos, sob pena de se incorrer em bis in idem —, pois a violência, ainda que presumida, já integra o tipo penal do crime de estupro. 58. Se for réu primário e tiver sido condenado a regime inicialmente fechado, Plínio terá direito a progressão de regime após o cumprimento de dois quintos da pena e, se for reincidente, após o cumprimento de três quintos dela. 59. A prisão temporária de Plínio, caso decretada, terá o prazo de 15 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. III – ESTUDO DA LEI 4.898/65 – ABUSO DE AUTORIDADE 60. [FGV – POLICIAL LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL – 2011] Não é punível a participação de particular nos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 61. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Nos termos da lei que incrimina o abuso de autoridade, o sujeito ativo do crime é aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. À vista disso, afasta- se a possibilidade de concurso de pessoas em tais delitos, quando o co-autor ou partícipe for um particular. 62. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] Considere que um agente policial, acompanhado de um amigo estranho aos quadros da administração pública, mas com pleno conhecimento da condição funcional do primeiro, efetuem a prisão ilegal de um cidadão. Nesse caso, ambos responderão pelo crime de abuso de autoridade, independentemente da condição de particular do coautor. 63. [FUNRIO – AGENTE PENITENCIÁRIO –DEPEN - 2009] A lei nº 4.898 de 9 de dezembro de 1965, regula o Direito de Representação e o processode Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. Assim, o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. Dessa forma, constitui abuso de autoridade qualquer atentado à violabilidade do domicílio, aos direitos e garantias sociais assegurados ao exercício do voto indireto e aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional, mediante autorização legal. 64. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere que uma autoridade policial, no decorrer das investigações de um crime de furto e sem o competente mandado judicial, ordenou aos seus agentes que arrombassem a porta de uma residência e vistoriassem o local, onde provavelmente estariam os objetos furtados. No interior da residência foi encontrada a maior parte dos bens subtraídos. Nessa situação, a autoridade policial e seus agentes agiram dentro da legalidade, pois a conduta policial oportunizou a recuperação dos objetos. 65. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Caso, no decorrer do cumprimento de mandado de busca e apreensão determinado nos autos de ação penal em curso, o policial responsável pela diligência apreenda uma correspondência destinada ao acusado e já aberta por ele, apresentando-a como prova no correspondente processo, essa conduta do policial encontrar-se-á resguardada legalmente, pois o sigilo da CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br correspondência, depois de sua chegada ao destino e aberta pelo destinatário, não é absoluto, sujeitando-se ao regime de qualquer outro documento. 66. [FUNRIO – POLICIA RODOVIARIA FEDERAL – 2009] A lei n.º 4.898/65 regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. Dessa forma, constituem também abuso de autoridade ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento autorizado em lei; e comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PA– 2006] Julgue os itens subseqüentes, relativos à Lei n.º 4.898/1965, que regula o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos de abuso de autoridade. 67. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à incolumidade física do indivíduo. 68. Constitui abuso de autoridade deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. 69. Poderá ser promovida pela vítima do abuso de autoridade a responsabilidade civil ou penal, ou ambas, da autoridade culpada. 70. A ação penal pelo crime de abuso de autoridade é pública condicionada à representação. 71. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2006] Considere a seguinte situação hipotética. Justino, policial militar em serviço, realizou a prisão de um indivíduo, mantendo-o encarcerado por 2 dias, sem atender às formalidades legais pertinentes, ou seja, não havia ordem judicial de prisão nem situação flagrancial que justificassem a medida contra a pessoa detida. Nessa situação, Justino incorreu em crime de abuso de autoridade, sendo a Justiça Militar competente para processá-lo e julgá-lo. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 72. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] A ação penal por crime de abuso de autoridade é pública condicionada à representação do cidadão, titular do direito fundamental lesado. 73. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A prática de um crime definido como abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal, aplicadas, cumulativamente, pelo juiz que presidiu o processo de natureza criminal. 74. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Considerando que determinada autoridade policial execute a prisão em flagrante de um autor de furto, lavrando, logo após, o respectivo auto de prisão, a partir de então, essa autoridade policial deverá, entre outras providências, comunicar a prisão ao juiz competente, dentro de 24 horas, sob pena de incorrer em abuso de autoridade. 75. [UERR – AGENTE PENINTENCIÁRIO – SEJUS/RR - 2011] A inabilitação temporária para o exercício de função pública cominada aos delitos de abuso de autoridade, previstos na Lei 4.898/65, quando aplicada de forma isolada e autônoma, tem natureza de pena acessória. 76. [PC/SP - DELEGADO DE POLICIA - PC/SP – 2003] A Lei n.º 4898/65 (Abuso de Autoridade) explicita que a citação do réu deverá ser feita por mandado sucinto, que não necessitará ser acompanhado da segunda via da representação ou da denúncia. 77. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA – 2005] Nos crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei n.º 4.898/1965, a prescrição da pretensão punitiva do Estado ocorre, in abstrato, em dois anos, sendo que a pena de perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública é de natureza principal, assim como as penas de multa e detenção. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 C C E E E C C 8 9 10 11 12 13 14 E E C E E E C 15 16 17 18 19 20 21 E E C C C E E 22 23 24 25 26 27 28 C C C E E C C 29 30 31 32 33 34 35 E C E E E E C 36 37 38 39 40 41 42 E E E C C E E 43 44 45 46 47 48 49 E E C C E C C 50 51 52 53 54 55 56 E E E E E E C 57 58 59 60 61 62 63 E C E E E C E 64 65 66 67 68 69 70 E C E C C C E 71 72 73 74 75 76 77 E E E C E E C *** RESOLUÇÃO E REVISÃO 01. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] São crimes de tortura constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico para provocar ação ou omissão de natureza criminosa e constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga. Caro aluno, a nossa primeira norma a ser estudada nesta aula tem sua origem maior na Constituição Federal de 1998 que assim determina: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a PRÁTICA DA TORTURA, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Assim, estava a tortura condicionada à feitura de uma lei ordinária federal que a regulamentasse. Passaram-se quase dez anos para que o legislador elaborasse a aludida lei, a Lei nº 9.455/97. Em outras oportunidades, o crime de tortura já tinha sido tratado. A Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos a qual estudaremos adiante) praticamente repetiu o então estabelecido na Constituição de 88, acrescentando algumas outras conseqüências de caráter material e processual. Após este breve apanhado, resta-nos a análise da Leinº 9.455, de 7 de abril de 1997, que definiu os crimes de tortura e deu outras providências aplicáveis à espécie. A Lei 9.455/97 estabelece que constitui CRIME DE TORTURA: Art. 1º. (...) � I - Constranger alguém com emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, causando-lhe sofrimento físico OU mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima (ou de terceira pessoa) OU; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa OU; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Pena - reclusão, de 02 a 08 anos. No caso acima descrito, a tipificação do crime de tortura fica condicionada ao preenchimento cumulativo de três elementos, sendo uns objetivos do tipo e outros de caráter subjetivo. Os dois primeiros são: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br emprego de violência ou grave ameaça + causando sofrimento físico ou mental. O terceiro elemento está presente nas suas alíneas "a", "b", e "c". Note- se que se faz necessário o enquadramento do fato, além das hipóteses do inciso I, em uma das três alíneas, e NÃO EM TODAS ELAS. Vamos explicar melhor!! Esses três elementos CUMULATIVOS são: � o meio empregado; � as conseqüências sofridas pela vítima e; � a finalidade pretendida (dolo específico) ou o motivo. O MEIO se exterioriza através do emprego de violência ou grave ameaça. São as chamadas "vis corporalis" e "vis compulsiva", respectivamente. As CONSEQÜÊNCIAS são de duas ordens: o constrangimento e o sofrimento físico ou mental causados. Sublinhei novamente o “ou” exatamente para que você não esqueça que o sofrimento pode ser tanto somente físico como apenas o mental. É, assim, necessária a ocorrência concomitante de ambas. � Repetindo: só se tipificará o crime se a vítima for constrangida pelo emprego de violência ou grave ameaça, E que este lhe cause sofrimento físico ou mental, pois pode acontecer que, apesar da violência, em sentido amplo, a vítima não se sinta constrangida ou não tenha sofrimento de qualquer ordem. Por último, vêm as FINALIDADES ou o motivo. Aqui, são em números de três, devendo, no entanto, como dito, ser preenchida apenas uma, para a tortura se caracterizar. Vamos analisá-las: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima (ou de terceira pessoa) Nesta alínea, a vítima a que se refere à lei, é óbvio, a do crime de tortura. Também ocorrerá o delito quando as informações, declarações ou confissão forem prestadas por terceiro. É o caso da tortura praticada em A para que B informe, declare ou confesse. A expressão "terceira pessoa" não ficou bem colocada, já que a CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br mesma só realizará uma das condutas descritas caso se encontre constrangida, de forma que o sofrimento mental seja possível de resistir. Ora, ocorrendo isso, o terceiro estará torturado, posto que foi constrangido, com emprego de grave ameaça, e lhe foi causado sofrimento mental. Portanto, a dita terceira pessoa também é vítima. Houve, neste dispositivo, o direcionamento citado, eis que a hipótese versada, na quase totalidade dos casos, só se caracterizará nos procedimentos policiais. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Nesta alínea, constitui tortura obrigar a vítima a praticar um crime, mediante ação ou omissão. É necessário, mais uma vez afirmo, que a ação ou a omissão criminosa seja praticada em virtude de ter sido a vítima constrangida a tanto, ou seja, que, através do emprego de violência ou grave ameaça, a ela tenha sido causado sofrimento físico ou mental suficiente para constrangê-la à prática delituosa. Muito parecida é a tipificação desses casos de tortura coma do crime de constrangimento ilegal. Neste, a vítima é obrigada, mediante violência ou grave ameaça, a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda. Diferenciam-se por não haver, neste ilícito penal, a necessidade de ser causado à vítima sofrimento físico ou moral, por ser a pena bem mais branda, e pelo fato de ser o crime de tortura mais específico. Como se sabe, o delito previsto no art. 146, do CP, é subsidiário, aplicando-se às hipóteses não previstas em outras figuras delituosas e sendo absorvido pelas mais complexas. c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Muito cuidado com essa alínea, caro aluno!! Aqui você já deve concluir que melhor teria feito o legislador se houvesse generalizado, em vez de ser taxativo. Poderia ter dito: em razão de qualquer discriminação. Evitar-se-ia, assim, que determinadas condutas não fossem abraçadas pela lei de tortura. É o caso de discriminações em razão de ideologia política ou em razão de preferência sexual. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br � Nestas, mesmo estando presentes o constrangimento, a violência ou grave ameaça e o sofrimento físico ou mental, NÃO SE PODERÁ FALAR EM TORTURA, pois em sendo taxativa a enumeração, não se estende a outros fatos além daqueles expressos na lei, em virtude da interpretação restrita das normas penais. E é isso que funciona para o CESPE!! De posse dessas informações, convido-o a voltar a nossa questão e perceber que ela traz um erro ao afirmar que constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga é também crime de tortura. Acabamos de ver que o emprego de violência e ameaça é um dos fatores fundamentais para a tipificação de certa conduta como crime de tortura. Gabarito: ERRADO 02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, mediante emprego de grave ameaça e causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. Com certeza!! Perceba que a banca praticamente copiou e colou o art. 1º da Lei de Crimes de Tortura, ora em estudo. Veja que todos os elementos para a configuração do crime de tortura estão presentes na conduta da autoridade policial: � constrange alguém + mediante emprego de grave ameaça + causando-lhe sofrimento mental + com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. Gabarito: CERTO 03. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na figura típica do crime de tortura discriminatória. Veja que questão interessante!! A sua redação nos traz aparentemente todos os elementos suficientes para a consumação do crime de tortura, mas há CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br um erra ao incluir a discriminação contra a orientação sexual como crime de tortura. Você revisou comigo que, de fato, há condutas discriminatórias previstas na Lei 9.455/97 que, se praticadas com os demais requisitos, serão configuradas como crimes de tortura. Mas esse rol é TAXATIVO e lá consta apenas como uma das motivações a descriminação racial ou religiosa (art. 1º, I, “c”). Não trata nada a respeitode discriminação sexual. Por essa razão, não podemos tipificar como crime de tortura a conduta de X. Gabarito: ERRADO 04. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Se um policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. O policial civil impôs ao suspeito de autor de um crime intenso sofrimento mental (mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos). A finalidade era obter sua confissão. Temos então o meio, a conseqüência e a finalidade que juntos caracterizam o crime de tortura INDEPENDEMTEMENTE de o suspeito não ter confessado a autoria do suposto crime. Gabarito: ERRADO 05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. De forma alguma!! Tenho certeza que essa você acertou, pois a discriminação religiosa é uma das finalidades descritas na Lei 9.455/97 como requisitos para a caracterização do crime de tortura. O CESPE trouxe um floreado sem sentido com o intuito claro de pegar os candidatos desavisados ou que pouco estudaram a referida norma!! Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 06. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] Considere a seguinte situação hipotética. Rui, que é policial militar, mediante violência e grave ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações do quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa. Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei específica. Questão bem parecida como umas das anteriores e que nos leva a mesma linha de raciocínio. O MEIO � constrangimento mediante violência e grave ameaça; A CONSEQUENCIA � intenso sofrimento físico e mental a um civil; A FINALIDADE � obter a confissão da vítima em relação a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa. Temos então, certamente, INDEPENDENTE DO LOCAL onde foi praticado, a consumação do crime de tortura!! Gabarito: CERTO 07. [FGV – INSPETOR – POLICIA CIVIL/RJ – 2008] É crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou ameaça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal. Continuando, conforme a Lei 9.455/97, também é crime de tortura: Art. 1º. (...) � II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de 02 a 08 anos. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Perceba que nesse tipo, a violência ou grave ameaça é utilizada em pessoa que está sob a influência do agente, seja em caráter de guarda, poder ou autoridade. � O sujeito ativo é PRÓPRIO, pois só poderá incorrer no crime as pessoas detentoras daqueles atributos. � O mesmo se diga do sujeito passivo. O sofrimento deve ser intenso, não compreendendo, no entanto, a lesão corporal de natureza grave (veremos o porquê adiante). � O dolo específico se caracteriza na aplicação de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. O castigo visa a uma punição à vítima por conduta praticada pela mesma, enquanto que a medida de caráter preventivo antecede a referida conduta, tentando evitá-la. Mais uma vez, o preceito da norma em análise se assemelha a outros já existentes. Desta feita, com relação aos maus-tratos, abordado no CP, art.136. Diz tal dispositivo constituir crime: "expor a perigo a vida ou a saúde da pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina". Na tortura, o fim a que se presta a guarda, poder ou autoridade não está especificado, sendo, por isso, mais abrangente. Nos maus-tratos, a ação do sujeito ativo é de conteúdo ainda mais variável, pois pode se manifestar de diversas maneiras, entre as quais estão incluídas aquelas previstas na tortura, meios de correção ou disciplina (prevenção). Nestes, a vida ou a saúde da pessoa é exposta a perigo, enquanto que naquela, alguém é submetido a intenso sofrimento físico ou mental. A pena imposta ao delito de tortura simples é de reclusão de dois a oito anos. Como visto, bem mais elevada que as dos delitos de constrangimento ilegal de maus-tratos, que é de detenção, de três meses a um ano, ou multa, e de detenção de dois meses a um ano, ou multa, respectivamente. � Na mesma pena (reclusão de 02 a 08 anos) INCORRE quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico OU mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei OU não resultante de medida legal. Veja, caro aluno, que nesse último caso o meio utilizado é mais abrangente, pois, não se referindo à violência ou grave ameaça, aumentou a esfera de atuação do sujeito ativo. Mas, ao mesmo tempo, condicionou essa tipificação, já que é necessário que o meio empregado não esteja previsto em lei e que não seja resultante de medida legal. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Novamente, fala-se em sofrimento físico ou mental, sendo obrigatória, portanto, a sua ocorrência, derivada do meio empregado. O sujeito PASSIVO não pode ser qualquer um. Só aquelas pessoas que se encontrem presas ou sujeitas à medida de segurança. A prisão é uma das previstas nas leis processuais penais, seja preventiva, temporária, em razão de flagrante ou em face de sentença condenatória. A medida de segurança não é pena, mas podemos dizer que faz parte das sanções penais. É forma de tratamento a que são submetidos os inimputáveis, para prevenir que os mesmos voltem a delinqüir. A pena tem caráter retributivo preventivo, enquanto que a medida de segurança é apenas preventiva; a primeira se baseia na culpabilidade do agente; a segunda, na sua periculosidade. Esta norma tem por fim a proteção do direito individual constitucional previsto no art. 5º, XLIX, de que é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Diante do exposto, concluímos que a questão em análise traz a literalidade fiel do art. 1º, inciso II acima estudado. Gabarito: CERTO 08. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2006] Considere a seguinte situação hipotética. Uma equipe de policiais civis de determinada delegacia, após a prisão de um indivíduo, submeteu-o a intenso sofrimento físico e mental para que ele confessasse a prática de um crime. O delegado de polícia, chefe da equipe policial, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem quetivesse adotado qualquer providência para fazer cessar as agressões. Nessa situação, os policiais praticaram a figura típica da tortura, ao passo que, em relação ao delegado de polícia, a conduta, por não configurar o mesmo crime, tem outro enquadramento penal. A Lei 9.4455/95, em seu art. 1º § 2º, versa que aquele que se omite em face das condutas nela tipificadas como crimes de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na seguinte pena: � Detenção de 01 a 04 anos. Veja que também respondem pelo crime de tortura as pessoas que, tendo conhecimento de sua prática, omitirem-se, deixando de apurá-los ou evitá-los. É importante observar que na conduta omissiva de apuração, o responsável será sempre uma AUTORIDADE, que seja competente para tanto. Já no caso de se evitar a tortura, o sujeito ativo poderá ser não só a referida autoridade, bem como QUALQUER OUTRO INDIVÍDUO que, de alguma CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br maneira, teria condições de impedir a consumação do delito e que se enquadra em uma das hipóteses do art. 13,§ 2º, do CP que assim estabelece: "O dever de agir incube a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado". Perceba que a pena, nessas hipóteses, é menor que as previstas nos crimes de tortura propriamente ditos. Isso se dá pelo fato de o legislador ter entendido ser as condutas do executor e do mandante, se houver, mais lesivas do que a daquele que se omitiu, não apurando a sua ocorrência ou não evitando a sua consumação. Em nossa questão percebe-se claramente a omissão do delegado de polícia que, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem que tivesse adotado qualquer providência para fazer cessar as agressões. Logo, aquele que se omite em face de condutas tipificada como crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, comete também o mesmo crime. Não há o que se falar em outro enquadramento penal para a conduta do delegado. Gabarito: ERRADO 09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. Revisando: � QUEM COMETE CRIME DE TORTURA � Pena de reclusão, de 02 a 08 anos. � QUEM SE OMITE AO CRIME DE TORTURA � Detenção de 01 a 04 anos. Dessa forma, há um equivoco na questão ao afirmar que quem se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura (tendo o dever de evitá-la ou apurá-la) é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 10. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere a seguinte situação hipotética. No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico de entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo procedimento a choques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção de informações sobre o endereço utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João, após as agressões, comunicou o fato à autoridade policial de plantão, a qual, apesar de não ter participado da prática delituosa, não adotou nenhuma providência no sentido de apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policial responderá por sua omissão, conforme previsão expressa na Lei de Tortura. Perfeitamente!! Ao ser comunicado da prática de tortura, a autoridade policial de plantão, mesmo não tendo participado da prática delituosa, deveria ter adotado providências no sentido de apurar a notícia de tortura. Se assim não fez, cometeu o tipo penal de omissão a crime de tortura (art. 1º, § 2º da Lei nº 9.455/97) e por ele responderá. Gabarito: CERTO 11. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou mental. Nessa você não cai, não é verdade?? Comparando o crime de maus-tratos (art. 136 do CP) com o crime de tortura (art. 1º da Lei nº 9.455/97) vimos que na tortura, o fim a que se presta a guarda, poder ou autoridade não está especificado, sendo, por isso, mais abrangente. Nos maus-tratos, a ação do sujeito ativo é de conteúdo ainda mais variável, pois pode se manifestar de diversas maneiras, entre as quais estão incluídas aquelas previstas na tortura, meios de correção ou disciplina (prevenção). Nestes, a vida ou a saúde da pessoa é exposta a perigo, enquanto que naquela, alguém é submetido a intenso sofrimento físico ou mental. Assim, temos que o artigo 136 do CP (maus-tratos) NÃO foi tacitamente revogado pela Lei da Tortura. Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC – 2007] Sendo crime próprio, o crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário público. A questão equivoca-se na generalização ao afirmar que todos os crimes de tortura são próprios caracterizados por ter necessariamente os funcionários públicos como sujeitos ativos. Crime próprio de tortura é apenas o tipificado no art. 1º, inciso II da Lei nº 9.455/97, pois só poderá nele incorrer as pessoas detentoras daqueles atributos. Gabarito: ERRADO 13. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Não se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura resultar a morte da vítima. Estabelece a Lei nº 9.455/97 que se a tortura resultar: � Em LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU GRAVÍSSIMA: Pena � reclusão de 04 a 10 anos; � Em MORTE: Pena � reclusão é de 08 a 16 anos. Estamos diante, caro aluno, dos casos de TORTURA QUALIFICADA pelo resultado, ou seja, preterdolosa. Aqui, a lesão corporal e a morte são conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que age com dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal grave ou gravíssima ou morte, resultados não pretendidos). De qualquer forma, tem que se demonstrar que o autor não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. Caso contrário, responderá por tortura simples e lesão corporal grave ou gravíssima, em concurso formal, ou por homicídio qualificado pela tortura, art. 121,§2º, III, do CP, conforme a hipótese. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Código Penal: Art. 121. Matar alguém: (...) § 2° Se o homicídio é cometido: (...) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Pois bem, os crimes de tortura QUALIFICADA só não se aplicam nos casos de conduta omissiva (já estudados acima), pois se o legislador diferenciou a pena daquele que se omitiu, não vai, nos casos das qualificadas, igualá-las a de quem efetivamente praticou o crime. O que a questão em análise nos diz? O oposto do que acabamos de estudar!! Que NÃO se aplica a lei de tortura se do fatodefinido como crime de tortura resultar a morte da vítima. Gabarito: ERRADO 14. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental em José, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo crime de tortura simples em concurso material, com o delito de homicídio. Muito cuidado, caro aluno!! Se você ler essa assertiva muito rapidamente e se empolgar em respondê-la, você correrá o risco de errá-la!! Vimos que nos casos de tortura qualificada (quando a tortura resulta em lesão corporal grave, gravíssima ou em morte) a lesão corporal e a morte são conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que age com dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal grave ou gravíssima ou morte, resultados não pretendidos). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br No caso em tela, a morte de José não se deu por uma consequência culposa do agir de Carlos. Muito pelo contrário!! Carlos agiu com dolo, pois teve a clara intenção de praticar o homicídio. Desta feita, a questão está certinha ao afirmar que ele responderá por crime de tortura simples em concurso material como o delito de homicídio. Gabarito: CERTO 15. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRO – SEJUS/CE – 2011] Se o crime de tortura for cometido por agente público ou mediante o uso de arma de fogo ou em concurso de mais de duas pessoas haverá aumento de pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) previsto na Lei nº 9.455/97. Caro aluno, trataremos de outras figuras qualificadas que dão causa ao aumento de pena. São duas de caráter pessoal, e uma decorrente do modo pelo qual se pratica a tortura. Aplicam-se tanto às formas comissivas quanto à omissiva, pois quem comete um crime o faz por ação ou omissão, e estando esta última tipificada, óbvia será a incidência do aumento. A norma em estudo determina que quem comete crime de tortura terá aumentada sua pena de 1/6 até 1/3: � Se o crime é cometido por agente público; Para o agente público, a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro (não esqueça!!) do prazo da pena aplicada. Essa hipótese trata-se de qualidade inerente ao sujeito ativo, ser agente público. Interessante situação ocorrerá quando houver omissão na apuração da tortura, pois, como já frisei, o sujeito ativo será sempre uma autoridade, agente público, que responderá, obrigatoriamente, pela pena de um a quatro anos, com aumento da pena acima estabelecido. Os efeitos da condenação atingem os servidores públicos em sentido amplo, envolvendo os detentores de cargo, função ou emprego público. Esses servidores, além de perderem seus cargos, funções ou empregos, ficam interditados para exercê-los pelo dobro do período da pena aplicada. Não podem, assim, voltar ao serviço público enquanto não ultrapassado aquele lapso temporal. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br � Se o crime é cometido contra: Criança; Gestante; Portador de deficiência; adolescente ou; maior de 60 (sessenta) anos; Nesse caso temos as qualidades do sujeito passivo. É necessário, todavia, que o sujeito ativo tenha em mente essas qualidades da vítima, pois, se não tiver, incorrerá em erro de tipo, não respondendo pela forma qualificada. A única delas que, mesmo admitindo o erro escusável, imputará o aumento é o fato de a vítima ser criança, já que, se o agente não conhecia esse atributo, é por que a considerava adolescente, circunstância também prevista na disposição legal. � Se o crime é cometido mediante seqüestro. Por último, temos a qualificação do delito quanto ao modo de sua prática. A referência é o seqüestro. Muita atenção, pois o art. 148, § 2º do CP, prevê o crime de seqüestro qualificado pelo resultado. A diferença entre essas duas figuras típicas penais está em que, na primeira, o seqüestro é um modo, um meio para se praticar a tortura, causando-se sofrimento físico ou mental à vítima, enquanto que, na segunda, o seqüestro não é um meio, e sim o próprio fim, sendo o sofrimento físico ou moral uma decorrência dos maus-tratos ou da natureza da detenção. � As causas aumentativas de pena também se aplicam aos casos de OMISSÃO de crimes de tortura e aos de TORTURA QUALIFICADA. A assertiva da questão inventa duas condutas aumentativas de pena que, como você pode constatar, NÃO ESTÃO INCLUÍDAS no rol das aumentativas de pena acima estudado, previsto na Lei 9.455/97. Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] A condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou emprego público, mas não a interdição para seu exercício. Essa está fácil, não é mesmo? Não tenha dúvidas: para o agente público, a condenação acarretará não só a perda do cargo, função ou emprego público assim como também NECESSARIAMENTE a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Gabarito: ERRADO 17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. Exatamente!! Os crimes de tortura, tipificados na Lei nº 9.455/97, não são próprios de agentes públicos e têm como sujeitos ativos QUALQUER INDIVÍDUO. Agora, sendo cometidos por agentes públicos, estará configurada, como acabamos de ver, uma circunstância aumentativa de pena. Está certíssima a questão!! Gabarito: CERTO 18. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A perda do cargo público é efeito automático e obrigatório da condenação de agente público pela prática do crime de tortura, sendo, inclusive, prescindível a fundamentação. Transitada em julgado a condenação por crime de tortura cometido por agente público, a Lei 9.455/97 prevê taxativamente a perda do cargo ou função pública dessa pessoa. Tal penalidade é, portanto, automática e obrigatória. Para a sua aplicação, a referida norma não prevê necessidade de fundamentação. Gabarito: CERTO 19. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um agente penitenciário submeteu a intenso sofrimento físico um preso que estava sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo por ter incitado os outros detentos a se mobilizarem para reclamar da qualidade da comida servida na penitenciária. Nessa situação, o referido agente cometeu crime inafiançável. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Em obediência ao nossa Constituição, a Lei 9.455/97 reforça, em seu art. 3º § 6º que o crime de tortura é INAFIANÇÁVEL e INSUSCETÍVEL de graça ou anistia. Uma vez preso em flagrante, não caberá fiança ao acusado da prática de tortura. Só será posto em liberdade se provar irregularidade no flagrante, caso em que será ilegal a sua prisão. Não pode, da mesma maneira, ser concedida graça ou anistia. Já te adianto que também o indulto não pode ser concedido, tendo em vista o que dispõe a Lei 8.072/90 (art. 2º, inciso I) – Lei de Crimes Hediondos queestudaremos a seguir. A inclusão deste dispositivo foi feita como forma de reforçar a sua aplicação. Pra falar bem a verdade, você perceberá que já estava prevista, na Lei de Crimes Hediondos (art. 2º, I e II), toda a matéria aqui disciplinada. Houve apenas uma repetição. Versa a Lei 9.455/97 que o condenado por crime nela previsto, salvo a hipótese do condenado por CRIME DE OMISSÃO de tortura, iniciará o cumprimento da pena em regime FECHADO. Diante do exposto, temos que a Lei de Tortura admite a progressão de regimes ao determinar que o cumprimento da pena inicie em regime fechado. Vale ressaltar que a regra excepciona o condenado por crime de OMISSÃO, cuja pena imputada é inferior aos demais crimes de tortura. Aplica- se a eles o disposto no Código Penal, art. 33, § 2º, "c", que determina a possibilidade de o início do cumprimento da pena ser em regime aberto, em caso de não reincidência. � As disposições da Lei 9.455/97 aplicam-se ainda: quando o crime NÃO TENHA SIDO COMETIDO em território nacional, sendo a vítima brasileira ou; quando o crime NÃO TENHA SIDO COMETIDO em território nacional encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Estamos diante do princípio da extraterritorialidade. Por ele, aplicam-se as normas brasileiras a fatos ocorridos fora do país. � A primeira hipótese enumerada diz respeito à tortura praticada contra brasileiro em outro território. � A segunda, contra qualquer pessoa, brasileira ou não, desde que o agente se encontre em local sob jurisdição brasileira. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Ao submeter a intenso sofrimento físico um preso que estava sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo, o agente penitenciário de nossa questão praticou crime de tortura, um crime, portanto, INAFIANÇÁVEL e INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU INDULTO. Gabarito: CERTO 20. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] O condenado por crime previsto na lei de tortura inicia o cumprimento da pena em regime semiaberto ou fechado, vedado o cumprimento da pena no regime inicial aberto. Repetindo para você não esquecer: o condenado por crime previsto na Lei de Crimes de Tortura, salvo a hipótese do condenado por CRIME DE OMISSÃO de tortura, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Entretanto, vale lembrar que ao usar o verbo “iniciar” a referida norma admite a progressão de regimes. Para o condenado por crime de OMISSÃO de tortura, não se esqueça, aplica-se o disposto no Código Penal, art. 33, § 2º, "c", que determina a possibilidade de o início do cumprimento da pena ser em regime aberto, em caso de não reincidência. A questão erra, portanto, ao declarar que todos os condenados por crimes de tortura pode iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto ou fechado. Erra ainda mais quando insinua a vedação absoluta ao cumprimento da pena no regime inicial aberto, pois você já sabe que isso pode acontecer para os condenados aos crimes de omissão. Gabarito: ERRADO 21. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] São considerados hediondos, nas formas tentadas ou consumadas, os crimes de homicídio simples, latrocínio, estupro e atentado violento ao pudor. Caro aluno, começaremos, a partir de agora, o estudo de uma das mais importantes leis extravagantes cobradas em concursos públicos: a Lei nº 8.072/90 que define e dispõe sobre os CRIMES HEDIONDOS. O delito hediondo é aquele considerado repugnante, bárbaro ou asqueroso. É preciso ressaltar, no entanto, que o crime HEDIONDO não é aquele que no caso concreto, se mostra repugnante, asqueroso, depravado, horrível, sádico ou cruel, por sua gravidade objetiva, ou por seu modo ou meio de CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br execução, ou pela finalidade do agente, mas sim aquele definido de forma taxativa pelo legislador ordinário. Já te adianto que como condição fundamental para o seu concurso é de EXTREMA IMPORTÂNCIA que você memorize TODOS os crimes hediondos estudados a seguir!! A Lei 8.072/90 regulamenta que são considerados HEDIONDOS os seguintes crimes, todos tipificados no Código Penal Brasileiro, consumados ou tentados: � O homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); � O latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); � A extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); � A extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1o, 2o e 3o); � O estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); � O estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); � A epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o); � A falsificação, a corrupção, a adulteração ou a alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B) e; � O crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. Conhecidos os crimes hediondos, vamos agora procurar esclarecer alguns detalhes importantes sobre eles. � O homicídio simples e o homicídio qualificado São considerados HEDIONDOS, consumados ou tentados: � Quando praticados em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente: Homicídio simples (art. 121) CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Art. 121. Matar alguém Homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V) Art. 121. (...) § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: O homicídio simples somente é considerado delito hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só autor. Da leitura que se faz do artigo 121 do Código Penal, percebe-se que não existe a qualificadora “atividade típica de grupo de extermínio”. Na prática, o homicídio praticado em atividade de grupo de extermínio nada mais é do que um homicídio qualificado. E quanto ao crime de homicídio privilegiado-qualificado? Bom, o homicídio privilegiado é aquele em que a prática da infração é motivada por relevante valor social ou moral, ou se esta é cometida logo após injusta provocação da vítima. Nesses casos, a pena pode ser minorada de 1/6 até 1/3 da pena. Nada impede que um homicídio privilegiado seja também qualificado. Por exemplo, é o caso do agente que utiliza meio cruel para realizar o homicídio sob violenta emoção logo em seguida de injusta provocação da vítima. A pergunta é: esse crime privilegiado-qualificado é também considerado hediondo? Resposta: para a maioria da doutrina não é crime hediondo. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br De acordo com JURISPRUDÊNCIA do STJ, temos em resumo: STJ - HC 36317/RJ – “Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiadonão integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).” STJ - HC 41579/SP –“1. O homicídio qualificado-privilegiado não figura no rol dos crimes hediondos. Precedentes do STJ.” STJ - HC 43043 / MG – “1. O homicídio qualificado-privilegiado não é crime hediondo, não se lhe aplicando norma que estabelece o regime fechado para o integral cumprimento da pena privativa de liberdade (Lei nº 8.072/90, artigos 1º e 2º, parágrafo 1º).” Primeiro erro da questão: O homicídio simples somente é considerado delito hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só autor. Segundo: o atentado violento ao pudor não é mais considerado crime hediondo. Gabarito: ERRADO 22. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – TJDFT – 2008] O crime de homicídio é considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e quando for qualificado. Isso mesmo!! Já vimos que o homicídio simples somente é considerado delito hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só autor. Na prática, estamos realmente diante de um homicídio qualificado. Gabarito: CERTO 23. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado- privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos. Uma questão que copiou toda a literalidade de decisão jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça. Repetindo, para não esquecer: ��� STJ - HC 36317/RJ – “Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).” CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: CERTO 24. [CESPE – PAPILOSCOPISTA – POLICIA CIVIL/RR – 2003] Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado crime hediondo. Matar alguém por causa uma dívida de R$ 500,00 é algo bastante desproporcional, caracterizando-se motivo fútil para o cometimento do delito. Estamos diante, portanto, de um crime de homicídio qualificado tipificado no art. 121, § 2º, inciso II do CP e classificado como crime hediondo pela lei 8072/90. Gabarito: CERTO 25. [CESPE – PAPILOSCOPISTA –POLICIA CIVIL/TO – 2008] São crimes hediondos relacionados na legislação específica: o homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, o roubo simples, a extorsão mediante seqüestro, entre outros. É só conferir como o que revisamos: � o homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio � OK � CRIME HEDIONDO � o roubo simples � ERRADO � NÃO É CRIME HEDIONDO � extorsão mediante seqüestro � OK � CRIME HEDIONDO Bom, como um dos tipos descritos na questão não é crime hediondo, podemos concluir que ela está equivocada. Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br 26. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente. Aqui a banca viajou geral ao afirmar que o porte ilegal de arma é crime inafiançável e hediondo. Esse crime não é mais inafiançável e jamais foi incluído no rol dos crimes hediondos previstos na Lei 8.072/90. A título de curiosidade, apesar de ainda constar na letra da Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) que esse crime é inafiançável, o STF, por meio da ADIN 3.112-1 decidiu por sua afiançabilidade. Gabarito: ERRADO 27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Segundo o disposto na legislação específica, são crimes hediondos, entre outros, o homicídio qualificado, o latrocínio, a epidemia com resultado morte e o genocídio. � O latrocínio É considerado crime HEDIONDO, consumado ou tentado: Latrocínio - roubo seguido de morte - (art. 157, § 3o, in fine) Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. (...) § 3º (...) se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Aqui é importante perceber que a Lei n.º 8072/90 classifica apenas o latrocínio como crime hediondo, excluindo o roubo simples ou circunstanciado. � A extorsão São considerados crimes HEDIONDOS, consumados ou tentados: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: (...) § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do art. 157 (se a extorsão resultar em morte) Extorsão mediante seqüestro na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1o, 2o e 3o) Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. (...) § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. (...) § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave. (...) § 3º - Se resulta a morte. � Os crimes de estupro São considerados crimes HEDIONDOS, consumados ou tentados: Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (...) § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO Prof. Marcos Girão www.pontodosconcursos.com.br (...) § 2o Se da conduta resulta morte. Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o) Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (...) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (...) § 4o Se da conduta resulta morte. � A Epidemia É considerado crime HEDIONDO, consumado ou tentado: Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o) Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: (...) § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. Entende-se por
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