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Lei de Tortura detalhada

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Prof. Henrique Santillo 
 Aula 02 
 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
 
 
Aula 02 - Lei nº 9.455/1997 
(crimes de tortura). 
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Sumário 
LEI Nº 9.455/1997 (CRIMES DE TORTURA). 3 
NOÇÕES GERAIS 4 
CRIME DE TORTURA 5 
Tortura-prova, Tortura Para a Prática de Crime e Tortura Discriminatória (Art. 1º, I) 6 
Tortura-castigo 10 
Tortura do Preso ou de Pessoa Sujeita à Medida de Segurança 12 
Omissão em Tortura ou Tortura-omissão 15 
FORMAS QUALIFICADAS 17 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 19 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 20 
OUTRAS DISPOSIÇÕES 22 
LISTA DE QUESTÕES 26 
GABARITO 33 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 34 
RESUMO DIRECIONADO 53 
LEI Nº 9.455/1997 (TORTURA) 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lei nº 9.455/1997 (crimes de tortura). 
Minhas saudações a você, guerreiro/a! 
Hoje vamos prosseguir com o estudo da seguinte lei esparsa exigida pelo edital: 
✓ Lei nº 9.455/1997 (Crimes de Tortura) 
Trata-se de um tópico bastante explorado pela banca Cebraspe! 
 
Sugiro que se direcione para os seguintes tópicos: 
 
 
 
Vamos lá? 
 
 
 
CESPE - O que priorizar?
→ Distinção entre as modalidades 
do crime de tortura e suas 
respectivas penas
→Causas de aumento de pena
→Omissão em Tortura
→ Efeitos da Condenação
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Noções Gerais 
Você, assim como eu, deve imaginar cenas horripilantes quando lê a palavra “tortura” ... 
Os métodos de tortura causam dor e/ou sofrimento ao torturado, sendo aplicados ao longo dos séculos com 
diferentes propósitos: como meio de prova, como fator de intimidação, como aplicação de pena ou castigo e até 
mesmo para satisfazer o próprio torturador! 
Veja só um caso fictício da prática de tortura, extraído do enunciado de uma questão contida na prova para 
ingresso na carreira de Delegado Federal, cujo concurso foi promovido e organizado pela banca CESPE: 
(CESPE – PF – 2018 – Adaptada) Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois 
menores. Após breve perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas 
conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e ameaçaram-
no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura. 
 Como se trata de um ato totalmente repugnante, a Constituição Federal proibiu expressamente a prática da 
tortura, equiparando-lhe a crime hediondo: 
Constituição Federal. Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
(...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
 
Veja que a Constituição Federal não definiu nem tipificou conduta que representasse tortura – o que ela fez 
foi determinar que o legislador punisse a prática da tortura! 
Isso mesmo! A Constituição não criminaliza a conduta, mas “manda” o legislador fazê-lo! 
 
Dito e feito: o Congresso editou o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) que, em um de seus 
dispositivos, tipificou como o crime a prática de tortura contra crianças e adolescentes: 
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a 
tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 
Pena - reclusão de um a cinco anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
§ 1º Se resultar lesão corporal grave: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
Pena - reclusão de dois a oito anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
§ 2º Se resultar lesão corporal gravíssima: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
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Pena - reclusão de quatro a doze anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
§ 3º Se resultar morte: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
Pena - reclusão de quinze a trinta anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : 
 
Em 1997, entretanto, entra em vigor a Lei nº 9.455/97 – a Lei da Tortura – que, além de revogar o art. 2331 do 
ECA e criminalizar a prática da tortura, tipifica a omissão daqueles que deveriam evitá-la ou apurá-la! 
Vamos iniciar com uma questão: 
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo. 
O crime de tortura contra pessoa menor de 18 (dezoito) anos não mais se encontra previsto no 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
RESOLUÇÃO: 
Item corretíssimo. 
É isso mesmo! A Lei de Crimes de Tortura também se aplica aos atos de tortura praticados contra 
crianças e adolescentes, tendo revogado expressamente o art. 233 do ECA: 
Lei nº 9.455/1997. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
 
Crime de Tortura 
Como havíamos dito, o crime de tortura foi definido pela Lei nº 9.455/97. 
Na realidade, como vamos observar, o crime de tortura comporta várias espécies. Leia comigo: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida 
de caráter preventivo. 
 
 
 
1 Lei nº 9.455/1997. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm#art4
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Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a 
dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
 
Agora vou deixar esses dispositivos bem claros para você, rs. 
Vamos à primeira espécie do crime de tortura: 
Tortura-prova, Tortura Para a Prática de Crime e Tortura Discriminatória (Art. 1º, I) 
O art. 1º, inciso I, nos apresenta três modalidades do crime de tortura, as quais se diferenciam apenas pela 
motivação do agente torturador (dolo específico): 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I -constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Vamos agora analisar o núcleo do tipo do crime do art. 1º, inciso I: 
 Constranger → o agente obriga a vítima a fazer algo contra a sua vontade, provocando-lhe 
sofrimento físico e/ou mental e retirando a sua liberdade de autodeterminação. 
Para isso, ele deve se valer de dois meios: 
→ Violência (socos, chutes, choques elétricos, chicotadas, afogamento temporário etc.). 
→ Grave ameaça (ameaça de morte, de estupro, de lesões etc.) 
 
 Quando pensamos em tortura, logo nos vêm à cabeça atos violentos, sanguinários... 
Contudo, ATENÇÃO: o crime de tortura pode ser cometido também com o emprego de grave ameaça, 
sem o uso da violência! 
 
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Além disso, o agente deverá constranger a vítima com a finalidade de alcançar um dos seguintes 
objetivos, os quais constituem espécies autônomas do crime do art. 1º, II: 
A. Para obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa 
(tortura-prova) 
Não importa a natureza da informação que o torturador deseja obter: pode ser pessoal, criminosa, comercial 
etc. 
Vou te adiantar algo: a consumação do crime de tortura-prova vai ocorrer independentemente do 
fornecimento da informação, declaração ou confissão pela vítima ou pelo terceiro. 
Infelizmente, essa modalidade de tortura está presente na conduta de alguns agentes policiais – ouso dizer 
que seja a modalidade mais praticada desse crime! 
Exemplos: 
1) Credor chicoteia o devedor para que ele assine um termo de confissão de dívida 
2) Policial militar dá choques no suspeito para que ele confesse a prática de determinado crime. 
3) Esposa coloca uma arma na cabeça do filho na presença do marido para que ele confesse traição – típico 
caso de tortura para que terceiro confesse. 
B. Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa (tortura para a prática de 
crime) 
Por meio de violência ou grave ameaça, o agente constrange a vítima a praticar algum crime comissivo ou 
omissivo. 
Exemplos: 
1) O chefe de uma organização criminosa tortura um membro para que ele pratique determinado crime. 
2) A enfermeira que tortura o colega médico para ele que não preste socorro ao paciente X, inimigo mortal 
da profissional da saúde 
 A vítima NÃO responderá pela prática do crime! 
Isso porque o torturador, por meio de coação moral, retira da vítima a exigibilidade de conduta diversa, 
excluindo a sua culpabilidade. 
Veja o que diz o Código Penal: 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
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C. Em razão de discriminação racial ou religiosa (tortura discriminatória) 
Nesse caso, o agente, mediante sofrimento físico ou mental, provoca sofrimento na vítima levado por 
sentimento discriminatório, por puro preconceito em ração de sua raça ou de sua religião! 
Membros de um grupo racista empregam violência contra uma mulher negra, causando-lhe sofrimento 
físico, discriminando-a sob o argumento de que “a raça negra é inferior”. 
 Ao contrário das outras duas espécies, na tortura discriminatória NÃO se exige a prática de 
nenhuma conduta ou omissão por parte da vítima. 
 
 A tortura-discriminação não abrange outros motivos, como preferência política, situação 
econômica etc. 
 
Disposições comuns aos crimes do art. 1º, inciso I 
 Os crimes de tortura do art. 1º, inciso I são formais, ou seja, se consumam com a prática do 
constrangimento, pouco importando se o agente atingiu o objetivo pretendido! 
 Como o crime é formal, não é necessário que o sujeito ativo atinja o objetivo pretendido 
(obtenção da informação, declaração ou confissão almejadas (tortura-prova); realização da 
ação ou omissão criminosa pelo torturado (tortura-crime); ou do comportamento em razão da 
discriminação racial ou religiosa (tortura-discriminatória). 
Não haverá tortura se o agente obrigar a vítima a praticar 
CONTRAVENÇÃO PENAL!
Isso porque a lei fala expressamente em ação ou omissão 
de natureza CRIMINOSA.
Poderíamos cogitar, no caso, a prática do crime de 
constrangimento ilegal (Código Penal):
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro 
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
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 Trata-se de crimes comuns, pois não se exige condição especial do sujeito ativo! 
Isso mesmo! Cuidado especialmente com questões que afirmem ser próprio o crime de tortura para 
obtenção de informação, declaração ou confissão! 
Vimos que ele pode ser cometido tanto pelo particular (inclusive por você!), quanto pelos agentes 
públicos – incluindo aí os policiais militares! 
 
Olha só uma questão: 
(IBFC – PM/BA – 2017 ) Assinale a alternativa correta considerando as previsões da Lei federal n° 
9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura) sobre a pena aplicável no caso da conduta de 
constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou 
mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
a) Detenção, de quatro a oito anos 
b) Reclusão, de três a oito anos 
c) Detenção, de dois a dez anos 
d) Reclusão, de dois a oito anos 
e) Reclusão, de cinco a dez anos. 
RESOLUÇÃO: 
A pena prevista para o crime de tortura-prova é de 2 a 8 anos de reclusão: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Resposta: D 
 
Veja mais uma questão: 
(FCC – MP/PE – 2014 – Adaptado) Quanto aos crimes de tortura, julgue o item abaixo. 
Todos são classificados como próprios, segundo expressa disposição legal. 
RESOLUÇÃO: 
Ainda não vimos as outras modalidades, mas podemos considerar o item incorreto: acabamos de 
estudar três modalidades do crime de tortura que não exigem condição especial do sujeito ativo. 
São, portanto, comuns os crimes do art. 1º, inciso I, alíneas a, b e c (tortura-prova, tortura para a 
prática de crime e tortura discriminatória). 
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Tortura-castigo 
Também chamada de tortura-punição, estamos diante da conduta do agente que, por meio de violência ou 
de grave ameaça, tem por objetivo aplicar: 
→ Castigo 
→ Medida de caráter preventivo (para evitar comportamentos indesejados) 
 
Submetendo pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade a 
INTENSO sofrimento FÍSICO ou MENTAL 
 
Veja só: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 A torturado art. 1º, II é crime próprio, exigindo condição especial do: 
→ Sujeito ativo: só pode ser autor desse crime aquele que tiver a guarda da vítima ou exercer 
sobre ela algum tipo de poder ou autoridade, momentâneo ou permanente. 
→ Sujeito passivo: por outro lado, só pode ser vítima aquele que está sob a guarda, poder ou 
autoridade do sujeito ativo! 
Exemplos: o pai contra o filho; o professor contra o aluno, o cuidador de idosos contra o idoso, 
tutor contra o tutelado; professor em relação ao aluno, carcereiro em relação ao preso etc. 
 
 O crime de tortura-castigo é caracterizado pelo INTENSO sofrimento físico ou mental. 
Se o sofrimento causado for leve ou moderado, devemos considerar a ocorrência de outras figuras 
típicas, como o crime de maus-tratos: 
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para 
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados 
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios 
de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
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Mais uma vez: o intenso sofrimento mental causado para fins de aplicação de castigo ou medida 
preventiva também configura o crime de tortura-castigo. 
 
Ah, é importante que você visualize as duas elementares dos crimes de tortura do art. 1º: 
 
 
 O dolo específico do crime de tortura-castigo é o animus corrigendi – vontade de aplicar castigo 
ou medida preventiva! 
Dessa forma, não responderá pelo crime de tortura-castigo o pai que, por sadismo, submete o filho a 
intenso sofrimento físico mediante o uso de violência. 
 
 Sadismo é uma perversão caracterizada pelo prazer com a dor alheia. 
 
Vamos a uma questão do Cespe? 
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes 
de tortura, julgue o item seguinte. 
A babá que, mediante grave ameaça e como forma de punição por mau comportamento durante uma 
refeição, submeter menor que esteja sob sua responsabilidade a intenso sofrimento mental não 
praticará crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser acusada apenas de maus tratos. 
RESOLUÇÃO: 
Opa! Veja que a conduta da babá se amolda perfeitamente ao crime de tortura-castigo, pois: 
Submeteu menor sob sua responsabilidade... 
Mediante grave ameaça 
Inciso I
Tortura-prova, 
Tortura-crime e 
Tortura-
discriminação
Exige "apenas" 
sofrimento físico 
ou mental
Inciso II
Tortura-castigo
Exige INTENSO 
sofrimento físico 
ou mental
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A intenso sofrimento mental 
Como forma de punição por mau comportamento 
Confere comigo: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Item incorreto. 
 
Tortura do Preso ou de Pessoa Sujeita à Medida de Segurança 
Trata-se da conduta daquele que sujeita o preso ou pessoa que cumpre medida de segurança a 
determinado comportamento não previsto em lei, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE 
SEGURANÇA à sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei 
ou não resultante de medida legal. (...) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 O crime do art. 1º, §1º não exige uma finalidade específica, bastando o dolo simples para a sua 
configuração. 
Contudo, a presença de alguma finalidade (como o castigo) não desconfigura o crime. 
 
 Ao contrário das outras modalidades de tortura que vimos, NÃO é necessário haver o emprego 
de violência ou grave ameaça. 
A vítima será submetida a sofrimento físico ou mental pela pratica de ato não previsto em lei ou 
não resultante de medida legal! 
É o caso do carcereiro que submete o preso a cela escura ou solitária ou que deixa o preso sem alimentos 
por vários dias. 
Além disso, o carcereiro também responderá por esse crime quando colocar o preso em regime disciplinar 
diferenciado sem autorização judicial. 
 
 
 
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 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, embora normalmente figurem como autores o 
carcereiro, o agente penitenciário, o diretor do estabelecimento prisional etc. 
Contudo, o crime é considerado próprio em relação ao sujeito passivo, que deverá ser sempre pessoa 
presa ou sujeita a medida de segurança! 
Exemplo: pode ser sujeito ativo desse crime um grupo de presos que submete outro detento, que pertence 
à facção rival, a sofrimento físico e mental. 
 
Vamos de CESPE?! 
(CESPE – PC/ES – 2011) Com relação à legislação especial, julgue o item que se segue. 
No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de 
medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente, 
bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo 
objetivo. 
RESOLUÇÃO: 
É isso aí! O crime do art. 1º, §1º não exige uma finalidade específica, bastando o dolo simples de 
praticar a conduta descrita no tipo objetivo para a sua configuração: 
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
(...) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Item correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Como o meu maior desejo é a sua aprovação, montei um quadro-resumo com as principais características 
das modalidades de tortura que estudamos até aqui: 
 Sujeito Ativo e 
Passivo 
Meio de 
execução 
Resultado Finalidade 
(Dolo Específico) 
Art. 1º, inc I 
Crime comum 
Qualquer pessoa 
 
Violência ou grave 
ameaça 
 
Sofrimento físico 
ou mental 
a) Tortura-prova 
b) Tortura para a prática 
de crime 
c) Tortura-discriminação 
Art. 1º, inc II 
(Tortura-castigo) 
Crime próprio 
Sujeito ativo E passivo 
(relação de guarda, poder 
ou autoridade) 
 
Violência ou grave 
ameaça 
INTENSO 
sofrimento físico 
ou mental 
Aplicação de castigo ou 
medida de caráter 
preventivo 
Art. 1º, § único 
(tortura do preso) 
Crime próprio 
Sujeito passivo deve ser 
preso ou cumprir medida 
de segurança. 
 
Pratica de ato não 
previsto em lei ou 
em medida legal 
 
Sofrimento físico 
ou mental 
 
NÃO exige finalidade 
específica 
 
Veja como é importante a compreensão do esqueminha com uma questão da banca CESPE: 
(CESPE – DEPEN – 2013) Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética, 
seguida de uma assertiva a ser julgada com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º 
9.455/1997. 
Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse de pé 
por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já 
que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. 
Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou 
grave ameaça contra José. 
RESOLUÇÃO: 
Fica evidente que o agente cometeuo crime de tortura contra o preso, que não exige o emprego de 
violência ou grave ameaça para a sua configuração; na realidade, basta a prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal (permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que 
pudesse beber água ou alimentar-se). 
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
(...) 
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Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Professor, ele não cometeu o crime de tortura-castigo? 
Não, pois não houve o emprego de violência ou de grave ameaça, elementares desta modalidade 
de tortura: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego 
de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Item correto. 
 
Mais uma questão da banca CESPE: 
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes 
de tortura, julgue o item seguinte. 
O crime de tortura admite qualquer pessoa como sujeitos ativo ou passivo; assim, pelo fato de não 
exigirem qualidade especial do agente, os crimes de tortura são classificados como crimes comuns. 
RESOLUÇÃO: 
Opa! Item incorreto. 
A questão errou ao generalizar, pois sabemos que existem crimes de tortura comuns e próprios. 
Sugiro que releia o quadro acima! 
 
 Omissão em Tortura ou Tortura-omissão 
Vimos, bem no comecinho da nossa aula, que a Constituição Federal estabeleceu que responderá também 
pela prática da tortura aquele que se omitiu, quando poderia tê-la evitado! 
A Lei nº 9.455/97 foi além e determinou o seguinte: 
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de EVITÁ-
LAS ou APURÁ-LAS, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
É sujeito ativo do crime de omissão em tortura: 
 O agente que tinha o dever de EVITÁ-LA (omissão imprópria) 
Temos aqui um típico caso de crime comissivo por omissão, em que será responsabilizado 
criminalmente o agente que figura na qualidade de garantidor da integridade da vítima e que, sendo 
possível, deveria ter agido para evitar a tortura contra ela, mas não o fez. 
Exemplo: Eduardo passou a morar com Marilene, que possuía 3 filhas de outro pai. 
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Eduardo, exercendo autoridade sobre as meninas, passou a lhes aplicar um método de correção cruel, 
amarrando-as em uma árvore e queimando partes do corpo com cigarros em brasa. 
Mesmo estando a par de toda essa crueldade, a mãe das vítimas deixou de tomar qualquer providência 
para evitar o resultado. 
Quero que você perceba que Marilene será punida (detenção, de 1 a 4 anos) não por efetivamente ter 
praticado ato de tortura, mas por ter se omitido, permitindo que o outro a realizasse! 
 
 
 O agente que tinha o dever de APURÁ-LA (omissão própria) 
Nesse caso, o agente ficou da sabendo da tortura, mas “deu de ombros” e, mesmo devendo, não 
determinou a sua apuração e investigação. 
Exemplo: a mãe de um suspeito relatou ao Delegado de Polícia que um dos agentes lotados na delegacia 
praticou tortura contra o seu filho. 
Se a autoridade policial tomar conhecimento do fato e não determinar a investigação para a apuração da 
prática do crime, ela responderá pelo crime do art. 1º, §2º. 
 
 ATENÇÃO! A omissão em tortura NÃO é crime equiparado a hediondo! 
Isso porque a Constituição Federal equiparou a crime hediondo a PRÁTICA da tortura, o que não se 
observa no crime do art. 1º, §2º! 
Art. 5º (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os 
que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Resolve pra mim esta questão CESPE: 
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes 
de tortura, julgue o item seguinte. 
O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe é subordinado, não impedindo que 
este torture preso que esteja sob a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao 
torturador. 
RESOLUÇÃO: 
É isso aí! Muito embora não seja punido com a pena dos crimes de tortura (reclusão, de dois a oito 
anos), o delegado estará sujeito à pena do crime de omissão em tortura, cuja pena é mais branda: 
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Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
Veja mais uma questão: 
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo. 
O agente que deixa de agir em face do crime de tortura, quando era possuidor do dever jurídico de 
apurar o ilícito ou de evitar o seu advento, incorre na pena de 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção. 
RESOLUÇÃO: 
É isso mesmo! O item enunciou corretamente o crime de omissão em tortura, cuja pena prevista é de 
1 a 4 anos de detenção. 
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de EVITÁ-LAS ou APURÁ-
LAS, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
Item correto. 
 
 
Formas Qualificadas 
A Lei nº 9.455/97 estabeleceu dois resultados que aumentam a pena prevista em abstrato para o crime de 
tortura, tornando-a mais grave que a modalidade simples: 
Art. 1º (...) § 3º Se resulta lesão corporal de natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, a pena é de 
reclusão de quatro a dez anos; se resulta MORTE, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
 
 
 
Tortura
qualificada pelo 
resultado
Lesão Corporal 
GRAVE ou 
GRAVÍSSIMA
4 a 10 anos
(reclusão) 
MORTE
8 a 16 anos
(reclusão)
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 Professor, quer dizer então que se o agente tem a intenção de tortura e matar, ele vai responder pela tortura 
qualificada? 
 NÃO! 
 O § 3º é uma forma preterdolosa do crime de tortura! 
Isso quer dizer que, nas formas qualificadas pelo resultado, o dolo ou a vontade do agente é de somente 
torturar a vítima – as lesões ou a morte decorrem de culpa, ou seja, o agente não as queria! 
 
Se o agente queria praticar tortura como meio de provocar a morte da vítima, ele poderá responder pela 
prática do crime de homicídio qualificado pela tortura, cuja pena é bem mais “salgada”: reclusão, de 12 a 30 anos! 
CÓDIGO PENAL 
Homicídio qualificado 
Art. 121 (...) § 2° Se o homicídio é cometido: 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum; 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Questão da banca CESPE: 
(CESPE – TJDFT – Juiz – 2014 – Adaptada) Considerando a lei de trata da tortura, julgue o item 
abaixo. 
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima é punível conforme 
as penas previstas para esse delito, acrescidas das referentes ao delito de lesão corporal grave ou 
gravíssima. 
RESOLUÇÃO: 
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima será punido a título 
de tortura preterdolosa, cuja pena em abstrato é de reclusão, de 4 a 10 anos: 
Art. 1º (...) § 3º Se resulta lesão corporalde natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, a pena é de reclusão de 
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
Item incorreto. 
 
 
 
 
 
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Causas de Aumento de Pena 
 A Lei de Tortura estabeleceu algumas causas que fazem aumentar a pena de um sexto a um terço: 
Art. 1º (...) 4º Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou 
maior de 60 (sessenta) anos; 
III - se o crime é cometido mediante sequestro. 
 
Dentre essas causas, a do inciso I merece alguns comentários: 
 Tortura cometida por agente público 
Vimos que, de forma geral, não se exige do sujeito ativo do crime de tortura a condição de agente público 
– ela será causa de aumento de pena! 
É considerado agente público o funcionário público do art. 327 do Código Penal: 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
Questão! 
(FCC – AGEPEN/BA – 2010) NÃO constitui causa de aumento da pena prevista para o crime de tortura 
ser este cometido 
a) contra portador de deficiência e adolescente. 
b) contra criança, gestante e maior de sessenta anos. 
c) mediante sequestro. 
d) por agente público. 
e) contra pessoa sob custódia do Estado. 
RESOLUÇÃO: 
Dentre as hipóteses apresentadas, a única que não aumenta a pena do crime de tortura é a da 
alternativa ‘e’ – cometido contra pessoa sob custódia do Estado. 
Art. 1º (...) 4º Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 
(sessenta) anos; 
III - se o crime é cometido mediante sequestro. 
Resposta: e) 
 
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Vamos esquematizar? 
 
 
Efeitos da Condenação 
Além de ver a sua pena aumentada de 1/6 a 1/3, o agente público que for condenado pelo crime de tortura 
“sentirá na pele” os seguintes efeitos: 
Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a PERDA do cargo, função ou emprego público e a 
INTERDIÇÃO para seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada. 
 
É muito importante que você memorize o esquema abaixo, pois o §5º é muito cobrado em provas: 
 
Causas de 
Aumento 
de Pena
1/6 
a 
1/3
Cometido por Agente Público
Cometido
Contra
CRIANÇA
GESTANTE
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA
ADOLESCENTE
MAIOR DE 60 ANOS
Cometido Mediante Sequestro
Efeitos da 
Condenação
PERDA do cargo/emprego/função pública
INTERDIÇÃO para o 
seu exercício
pelo DOBRO 
(2x) da pena 
aplicada
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 É isso aí: a condenação do agente público pela prática de tortura deixa clara a grave violação de 
seus deveres funcionais, de forma que a sociedade e o Estado perderam totalmente a sua 
confiança! 
Por esse motivo, além de ser “extirpado” da Administração Pública, a Lei de Tortura ainda 
estabelece contra ele a impossibilidade de ocupação de qualquer cargo público (em sentido amplo) 
pelo DOBRO do prazo da pena aplicada – policial militar condenado a 6 anos de reclusão por praticar 
tortura: ele vai perder o seu cargo e vai ficar proibido de ingressar nos quadros da Administração 
Pública pelo prazo de 12 anos! 
 
 ATENÇÃO! Para o STJ, a perda do cargo, função ou emprego público é EFEITO 
AUTOMÁTICO da condenação pela prática do crime de tortura! 
Sendo assim, não é necessário que o juiz fundamente de forma concreta para que tal efeito seja aplicado! 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. TORTURA. POLICIAL MILITAR. PERDA DO CARGO PÚBLICO. 
EFEITO AUTOMÁTICO. VIOLAÇÃO DOS DEVERES FUNCIONAIS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, PROVIDO. 
(...) 3. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, uma vez reconhecida a 
prática do crime de tortura, de acordo com a legislação especial aplicável a este delito, a perda 
do cargo público é efeito automático e obrigatório da condenação. 4. Embora fosse dispensável 
na hipótese, o Juízo de origem fundamentou concreta e pormenorizadamente a necessidade da 
imposição da sanção de perda do cargo público em razão da violação dos deveres do funcionário 
estatal (policial militar) para com a Administração Pública. (STJ, REsp nº 1.762.112/MT - 
2018/0218898-8) 
 
Veja só uma questão: 
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo. 
Para que a condenação por crime de tortura possa importar na perda do cargo público, o juiz deve 
fazer constar tal efeito na sentença condenatória. 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto, pois a perda do cargo, função ou emprego público é EFEITO AUTOMÁTICO da 
condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessário que o juiz o aplique, de forma 
fundamentada, na sentença. 
 
 
 
 
 
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Outras disposições 
O §6º estabeleceu algumas vedações: 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
Bom, esse dispositivo vai ao encontro do que estabelece a Constituição Federal e a Lei de Crimes Hediondos 
(não se esqueça de que a prática da tortura é crime equiparado a hediondo): 
Constituição Federal. Art. 5º (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os 
que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Lei de Crimes Hediondos. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
 
Professor, a Lei da Tortura não veda a concessão do indulto... 
 O STF entende que a palavra “graça”, na Constituição Federal, abrange o indulto! 
Confere aí a decisão: 
 O inciso I do art. 2º da Lei n. 8.072/90 retira seu fundamento de validade diretamente do art. 5º, 
XLII, da Constituição Federal. III — O art. 5º, XLIII, da Constituição, que proíbe a graça, gênero do 
qual o indulto é espécie, nos crimes hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, da 
Lei Maior. 
STF — HC 90.364, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 31/10/2007, public. 
30/11/2007, p. 29). 
 
Além disso, o §7º determina que o condenado por tortura (exceto por tortura imprópria ou omissiva) deverá 
iniciar o cumprimento da pena em regime fechado: 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado. 
 
 O STJ entende que não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o 
cumprimento da pena em regime fechado. 
Assim, o juiz deverá levar em conta as circunstâncias judiciais para estabelecer o regime inicial de 
cumprimento da pena, que poderá ser o aberto, o semiaberto ou o fechado. 
 
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DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA. 
Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime 
prisional fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997 – lei que defineos crimes de tortura e dá 
outras providências – que “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, 
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Entretanto, cumpre ressaltar que o Plenário 
do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013), afastou a obrigatoriedade do regime inicial 
fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados, devendo-se observar, para a 
fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do 
CP. Assim, por ser equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e § 1º, da Lei 
8.072/1990, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada ao crime de tortura, 
sendo o caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997, que possui a 
mesma disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar essa 
posição, não se está a violar a Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dispõe: “Viola a 
cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora 
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, 
afasta sua incidência, no todo ou em parte”. De fato, o entendimento adotado vai ao encontro 
daquele proferido pelo Plenário do STF, tornando-se desnecessário submeter tal questão ao 
Órgão Especial desta Corte, nos termos do art. 481, parágrafo único, do CPC: “Os órgãos 
fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de 
inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo 
Tribunal Federal sobre a questão”. Portanto, seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte, 
deve-se utilizar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c 
o art. 59, ambos do CP e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os 
mencionados verbetes sumulares: “Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o 
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, 
com base apenas na gravidade abstrata do delito.” (Súmula 440 do STJ) e “A imposição do regime 
de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” (Súmula 
719 do STF). HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014. 
 
Por fim, temos duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, já que a Lei de Tortura será aplicada 
até mesmo a atos de tortura praticados no exterior, desde que: 
→ A vítima seja brasileira 
OU 
→ O agente esteja em local sujeito à jurisdição brasileira 
 
 Pelo princípio da territorialidade, a lei brasileira deve ser aplicada aos crimes cometidos no 
território nacional. 
Contudo, a Lei nº 9.455/97 será aplicada nos casos em que o crime de tortura não for cometido no 
Brasil, mas a vítima é brasileira, ou quando o crime não for cometido no Brasil, mas o torturador vem 
“passar férias” no Brasil. 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC+286925
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Confere: 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 
 
Resolva esta questão CESPE: 
(CESPE – MPCE – 2020) A respeito da Lei de Crimes de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), julgue o próximo 
item. 
A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência mesmo sobre crimes que tenham sido cometidos 
fora do território nacional, estabelece hipótese de extraterritorialidade incondicionada. 
RESOLUÇÃO: 
Amigo/a, muito embora a regra seja a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no território 
brasileiro, o nosso sistema escolheu algumas situações em que há maior nível de reprovação, as quais 
é aplicada a legislação brasileira nos crimes praticados em outro território. 
A Lei de Tortura prevê duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, tendo em vista que 
será aplicada aos crimes de tortura cometidos no exterior sem a exigência de qualquer outra condição: 
→ quando a vítima for brasileira 
OU 
→ quando o agente estiver em local sujeito à jurisdição brasileira (existe, neste último caso, polêmica 
quanto à natureza da extraterritorialidade: se condicionada ou incondicionada – contudo, a maioria 
doutrinária adota a última corrente). 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo 
a vítima brasileira OU encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 
Mesmo se desconsiderássemos a polêmica, a questão permaneceria correta, eis que a lei 
efetivamente adotou hipótese de extraterritorialidade incondicionada. 
Assim, nosso item está correto. 
 
Veja comigo esta questão para encerrarmos nossa aula! 
(FGV – PC/RJ – 2009) Com relação ao crime de tortura, previsto na Lei 9.455/97, analise as afirmativas 
a seguir: 
I. A condenação pelo crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
II. Constitui crime de tortura submeter alguém sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a 
intenso sofrimento mental como forma de aplicar medida de caráter preventivo. 
III. O disposto na Lei de Tortura (Lei 9.455/97) aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido 
em território nacional, sendo a vítima brasileira. 
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Assinale: 
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
RESOLUÇÃO: 
Vamos analisar as afirmativas: 
I. Isso mesmo! Os condenados por tortura, se agentes públicos, ficam sujeitos a dois efeitos: 
Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a PERDA do cargo, função ou emprego público e a INTERDIÇÃO para 
seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada. 
II. Também está correta, pois a grave ameaça e o intenso sofrimento mental configuram a tortura-
castigo, se cometida contra pessoa sob guarda do agente: 
Art. 1º (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, 
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
III. Perfeito! A Lei nº 9.455/97 também se aplica aos casos de tortura cometidos no exterior contra 
vítima brasileira: 
Todas as afirmativas estão corretas. 
 
 
 
 
 
 
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Lista de Questões 
1. (CESPE – PRF/CFO – 2020) 
No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir. 
Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada 
cometendo infração, praticar intencionalmente algum ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa 
conduta poderá ser caracterizada como tortura. 
2. (CESPE – PF – 2018) 
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, 
julgue o item que se segue. 
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada. 
3. (CESPE – PM/DF – 2010) 
Julgue os próximos itens, relativos aos crimes hediondos e à definição dos crimes de tortura. 
Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhesofrimento mental, com o fim de obter 
informação, ainda que de terceira pessoa. 
4. (CESPE – PM/DF – 2010) 
Em relação às normas penais especiais, julgue o item subsecutivo. 
O delito de tortura também pode ser praticado na forma omissiva. 
5. (CESPE – PC/PE – 2016) 
Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente abordagens de adolescentes e homens jovens nos 
espaços públicos, para verificação de ocorrências de situações de uso e tráfico de drogas e de porte de armas. Em 
uma das abordagens realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a 
abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e, 
à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua mochila, 
começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no chão e começou a ser 
pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o 
celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, 
com o intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente 
levando-o para a delegacia no dia seguinte. 
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade e dos crimes 
hediondos, 
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal. 
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e lesão corporal. 
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c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena. 
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo. 
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança. 
6. (CESPE – DEPEN – 2015) 
Com base na Lei Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente. 
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária, colocou em perigo a 
saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina, com a mera intenção de aplicar medida 
educativa, sem lhe causar sofrimento. ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de 
tortura. 
7. (CESPE – Polícia Federal – 2004) 
Em cada um do item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada 
Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações 
sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves conseqüências caso não entregasse 
imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os 
policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua 
caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave. 
8. (CESPE – PC/DF – 2013) 
Julgue o item que se segue, acerca da legislação especial criminal. 
O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática 
de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura. 
9. (CESPE – DEPEN – 2013) 
Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada 
com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º 9.455/1997. 
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por 
crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida 
função pelo prazo de seis anos. 
10. (CESPE – PC/BA – 2013) 
Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com 
o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável por seu 
interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano 
não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça 
para baixo, no escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, 
ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que 
a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental. 
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Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente. 
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura somente 
pode ser praticado de forma comissiva. 
11. (FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015) 
No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do STF, julgue o item. 
Pratica crime de tortura o agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, para fim de educação, 
ensino, tratamento ou custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de meios de correção ou disciplina. 
12. (FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015) 
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, 
julgue o item que se segue. 
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada. 
13. (FUNIVERSA – SEJUS/DF – 2010) 
Policial federal, na sua atividade legal, descobre que criminoso de alcunha Galego participara de assalto à Casa da 
Moeda, ocasião em que foram roubados seiscentos milhões de reais. De posse dessa informação, o agente da lei 
sequestra o bandido e passa a aplicar-lhe afogamento e choques, desfere-lhe tapas e pontapés, com a finalidade 
de obter informações sobre onde escondera o dinheiro. Após conseguir tais informações, franqueia a liberdade a 
Galego. Pelos crimes cometidos, a pena a ser aplicada a esse policial 
a) corresponde à somatória da pena do crime de tortura mais a majorante do sequestro, acrescida da pena do 
sequestro do Código Penal. 
b) é a da tortura, com a majorante do sequestro. 
c) é a do sequestro, com a majorante da tortura. 
d) é a da tortura, com a majorante do sequestro, acrescida da metade. 
e) é a da tortura, com a majorante do sequestro qualificado, acrescida, em todo caso, de dois terços. 
14. (IADES – SEAP/GO – 2019) 
A respeito da Lei nº 9.455/1997, assinale a alternativa correta. 
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico ou mental, englobando, 
inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime de tortura. 
b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e o passivo. 
c) A diferenciação entre a tortura e os maus-tratos é o elemento subjetivo. No crime de maus-tratos, não há o 
animus corrigendi, disciplinandi, já no crime de tortura, o agente tem esse ânimo, além de agir com ódio, com 
vontade de ver um sofrimento desnecessário, com sadismo 
d) O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade corporal e a saúde física. 
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e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalidades do crime de tortura 
previstas no art. 1º da Lei nº 9.455/199. 
15. (FEPESE – AGEPEN/SC – 2018) 
Analise as afirmativas abaixo com fundamentona Lei n° 9.455, de 7 de abril de 1977, que define os crimes de tortura 
e dá outras providências. 
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido mediante sequestro. 
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos. 
3. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, iniciará o 
cumprimento da pena em regime fechado. 
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 
a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. 
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. 
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. 
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. 
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. 
16. (IBFC – AGEPEN/MG – 2018) 
No que diz respeito ao crime de tortura, assinale a alternativa correta. 
a) o crime de tortura é afiançável 
b) o crime de tortura é suscetível de anistia 
c) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da 
pena aplicada 
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso 
sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal. 
e) o crime de tortura é suscetível de graça. 
17. (IBFC – AGEPEN/MG – 2018) 
Assinale a alternativa correta. 
No crime de tortura, a pena aumenta de um sexto até um terço se o crime é cometido: 
a) contra pessoa maior de 50 (cinquenta) anos 
b) mediante rapto 
c) por agente público 
d) mediante extorsão 
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e) mediante violência ou grave ameaça. 
18. (IBFC – EMBASA – 2017) 
Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 que 
define os crimes de tortura e dá outras providências. 
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa. 
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por 
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, incorre em pena diversa àquela 
prevista para o crime de tortura 
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido por agente público 
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido contra criança, 
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos. 
19. (FGV – OAB/XXX – 2019) 
Zélia, professora de determinada escola particular, no dia 12 de setembro de 2019, presencia, em via pública, o 
momento em que Luiz, nascido em 20 de dezembro de 2012, adota comportamento extremamente mal-educado 
e pega brinquedos de outras crianças que estavam no local. 
Insatisfeita com a omissão da mãe da criança, sentindo-se na obrigação de intervir por ser professora, mesmo sem 
conhecer Luiz anteriormente, Zélia passa a, mediante grave ameaça, desferir golpes com um pedaço de madeira 
na mão de Luiz, como forma de lhe aplicar castigo pessoal, causando-lhe intenso sofrimento físico e mental. 
Descobertos os fatos, foi instaurado inquérito policial. Nele, Zélia foi indiciada pelo crime de tortura com a causa 
de aumento em razão da idade da vítima. Após a instrução, confirmada a integralidade dos fatos, a ré foi 
condenada nos termos da denúncia, reconhecendo o magistrado, ainda, a presença da agravante em razão da 
idade de Luiz. 
Considerando apenas as informações expostas, a defesa técnica de Zélia, no momento da apresentação da 
apelação, poderá, sob o ponto de vista técnico, requerer 
a) a absolvição de Zélia do crime imputado, pelo fato de sua conduta não se adequar à figura típica do crime de 
tortura. 
b) a absolvição de Zélia do delito de tortura, com fundamento na causa de exclusão da ilicitude do exercício regular 
do direito, em que pese a conduta seja formalmente típica em relação ao crime imputado. 
c) o afastamento da causa de aumento de pena em razão da idade da vítima, restando apenas a agravante com o 
mesmo fundamento, apesar de não ser possível pugnar pela absolvição em relação ao crime de tortura. 
d) o afastamento da agravante em razão da idade da vítima, sob pena de configurar bis in idem, já que não é 
possível requerer a absolvição do crime de tortura majorada. 
 
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20. (FGV – OAB/XIX – 2016) 
Durante uma operação em favela do Rio de Janeiro, policiais militares conseguem deter um jovem da comunidade 
portando um rádio transmissor. Acreditando ser o mesmo integrante do tráfico da comunidade, mediante 
violência física, os policiais exigem que ele indique o local onde as drogas e as armas estavam guardadas. 
Em razão das lesões sofridas, o jovem vem a falecer. O fato foi descoberto e os policiais disseram que ocorreu um 
acidente, porquanto não queriam a morte do rapaz por eles detido, apesar de confirmarem que davam choques 
elétricos em seu corpo molhado com o fim de descobrir o esconderijo das drogas. 
Diante desse quadro, que restou integralmente provado, os policiais deverão responder pelo crime de 
a) lesão corporal seguida de morte. 
b) tortura qualificada pela morte com causa de aumento. 
c) homicídio qualificado pela tortura. 
d) abuso de autoridade. 
21. (FGV – TJ/PI – 2015) 
Ressalvada a situação daquele que se omite, quando tinha dever de evitar ou apurar, os condenados por crime de 
tortura, na forma da Lei nº 9.455/97, devem cumprir a pena em regime: 
a) integralmente fechado; 
b) inicialmente fechado; 
c) inicialmente semiaberto; 
d) inicialmente semiaberto, no caso de tortura vindicativa; 
e) aberto. 
22. (FCC – SEFAZ/BA – 2018) 
Lindomar é agente público e foi condenado à pena de reclusão de quatro anos pela prática de tortura. De acordo 
com a Lei federal nº 9.455/1997, que define os crimes de tortura e dá outras providências, a condenação de 
Lindomar acarretará a 
a) suspensão do seu cargo, função ou emprego público por dois anos. 
b) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por quatro anos. 
c) suspensão do seu cargo, função ou emprego público por quatro anos. 
d) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por oito anos. 
e) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício. 
23. (FCC – Fundação da Criança/AP – 2018) 
Constitui crime de tortura 
a) privar a liberdade de alguém durante a ação de subtrair seu patrimônio mediante grave ameaça. 
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b) constranger alguém com emprego de violência, causando-lhe sofrimento físico em razão de discriminação 
racial. 
c) praticar o tráfico de pessoas com o fim de exploração sexual de adolescente em outro país. 
d) privar alguém de sua liberdade mediante cárcere privado sem contato com seus familiares. 
e) reduzir alguém a condição análoga à de escravo submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva. 
24. (FCC – DPE/RS – 2014) 
Sobre a Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que 
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo penal específico de 
tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA). 
b) há previsão legal de crime por omissão. 
c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas previstas nalei. 
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o cumprimento da pena em 
regime fechado. 
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito 
1. C 
2. E 
3. C 
4. C 
5. A 
6. E 
7. E 
8. E 
9. C 
10. E 
11. E 
12. E 
13. B 
14. B 
15. C 
16. D 
17. C 
18. B 
19. A 
20. B 
21. B 
22. D 
23. B 
24. B 
 
 
 
 
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Questões Comentadas Pelo Professor 
1. (CESPE – PRF/CFO – 2020) 
No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir. 
Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada 
cometendo infração, praticar intencionalmente algum ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa 
conduta poderá ser caracterizada como tortura. 
 
RESOLUÇÃO: 
Isso mesmo! O crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua 
prática mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que 
diga respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa. 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
Resposta: C 
 
2. (CESPE – PF – 2018) 
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, 
julgue o item que se segue. 
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada. 
 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto, pois a prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na 
interdição para o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada: 
Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
Resposta: E 
 
3. (CESPE – PM/DF – 2010) 
Julgue os próximos itens, relativos aos crimes hediondos e à definição dos crimes de tortura. 
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Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter 
informação, ainda que de terceira pessoa. 
 
RESOLUÇÃO: 
Vimos que o crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua prática 
mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que diga 
respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa. 
Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever 
de evitar ou de apurar a sua prática: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Dessa forma, a nossa assertiva está correta, pois de acordo com art. 1º, I, a). 
Resposta: C 
 
4. (CESPE – PM/DF – 2010) 
Em relação às normas penais especiais, julgue o item subsecutivo. 
O delito de tortura também pode ser praticado na forma omissiva. 
 
RESOLUÇÃO: 
Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever 
de evitar ou de apurar a sua prática: 
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las 
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
Dessa forma, a nossa assertiva está corretíssima. 
Resposta: C 
 
5. (CESPE – PC/PE – 2016) 
Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente abordagens de adolescentes e homens jovens nos 
espaços públicos, para verificação de ocorrências de situações de uso e tráfico de drogas e de porte de armas. Em 
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uma das abordagens realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a 
abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e, 
à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua mochila, 
começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no chão e começou a ser 
pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o 
celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, 
com o intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente 
levando-o para a delegacia no dia seguinte. 
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade e dos crimes 
hediondos, 
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal. 
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e lesão corporal. 
c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena. 
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo. 
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança. 
 
RESOLUÇÃO: 
a) CORRETO. Os policiais cometeram o crime de tortura-prova, pois observamos a presença do dolo específico de 
obter confissão, informação ou declaração: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Como o crime de lesão corporal foi cometido como meio de se praticar a tortura, aquele ficará absorvido pelo 
último. 
 
b) INCORRETO. Como vimos, houve a prática do crime de tortura, que também absorverá o crime de abuso de 
autoridade. 
 
c) INCORRETO. O fato de Rui e Jair serem policiais militares confere maior reprovabilidade à conduta de ambos, 
representa causa de aumento de pena: 
Art. 1º (...) § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
 
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d) INCORRETO. O crime de tortura-castigo apenas se configura se cometido contra pessoa presa ou sujeita à 
medida de segurança, o que não se observa no caso narrado. 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
(...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou 
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
e) INCORRETO. O crime de tortura é INAFIANÇÁVEL: 
Art. 1º (...) § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
Resposta: A 
 
6. (CESPE – DEPEN – 2015) 
Com base na Lei Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente.SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária, colocou em perigo a 
saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina, com a mera intenção de aplicar medida 
educativa, sem lhe causar sofrimento. ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de 
tortura. 
 
RESOLUÇÃO: 
Para a caracterização do crime de tortura-castigo, é necessário observar o intuito do agente em causar intenso 
sofrimento físico ou mental à vítima, como forma de impor disciplina: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
(...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou 
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
 
Como não foi observado o sofrimento do preso, o agente responderá pela prática do crime de maus-tratos. 
Veja o que diz o Código Penal: 
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para 
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados 
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios 
de correção ou disciplina: 
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Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
Resposta: E 
 
7. (CESPE – Polícia Federal – 2004) 
Em cada um do item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada 
Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações 
sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves conseqüências caso não entregasse 
imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os 
policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua 
caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave. 
 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto. A tortura-prova também se configura com o emprego de grave ameaça, que poderá constranger a 
vítima a fornecer informações, causando-lhe sofrimento mental (como ocorreu no caso): 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Resposta: E 
 
8. (CESPE – PC/DF – 2013) 
Julgue o item que se segue, acerca da legislação especial criminal. 
O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática 
de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura. 
 
RESOLUÇÃO: 
Opa! Não cometerá crime de tortura o agente público que praticar ato previsto em lei ou resultante de medida 
legal, submetendo pessoa presa a sofrimento físico ou mental. 
O crime só se configurará se o ato praticado não estiver previsto em lei ou não for resultante de medida legal: 
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. (...) 
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§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal. 
Resposta: E 
 
9. (CESPE – DEPEN – 2013) 
Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada 
com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º 9.455/1997. 
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por 
crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida 
função pelo prazo de seis anos. 
 
RESOLUÇÃO: 
Perfeito! A prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na interdição para 
o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada: 
Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
Dessa forma, se Joaquim foi condenado a uma pena de três anos de reclusão pela prática de tortura, ele ficará 
impedido de exercer a função pelo prazo de seis anos! 
Resposta: C 
 
10. (CESPE – PC/BA – 2013) 
Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com 
o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável por seu 
interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano 
não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça 
para baixo, no escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, 
ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que 
a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental. 
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente. 
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura somente 
pode ser praticado de forma comissiva. 
 
RESOLUÇÃO: 
Prof. Henrique Santillo 
 Aula 02 
 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Epa! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever de 
evitar ou de apurar a sua prática: 
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las 
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
Como o delegado de polícia tomou ciência da prática da tortura ocorrida na sala de interrogatório e se manteve 
inerte, ele responderá pelo crime de tortura-omissão – o que torna a nossa afirmativa errada. 
Resposta: E 
 
11. (FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015) 
No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do STF, julgue o item. 
Pratica crime de tortura o agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, para fim de educação, 
ensino, tratamento ou custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de meios de correção ou disciplina. 
 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto, pois a assertiva faz referência ao crime de maus tratos, constante no Código Penal: 
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, 
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou 
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
Resposta: E 
 
12. (FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015) 
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, 
julgue o item que se segue. 
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada. 
 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto, pois a prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na 
interdição para o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada: 
Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
Prof.

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