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Aula 65 Direito Empresarial Aula 05

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DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 
 
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Caro candidato, 
Dando continuidade aos nossos exercícios sobre a matéria de Direito 
empresarial para o concurso de Analista Judiciário – Área Judiciária – STJ, 
hoje, abordaremos os temas recuperação de empresas e falência: 
 
Disciplinas 
Direito falimentar: Lei nº 11.101/2005; teoria geral do direito 
falimentar; processo falimentar; pessoa e bens do falido; regime 
jurídico dos atos e contratos do falido; regime jurídico dos 
credores do falido; recuperação judicial; recuperação 
extrajudicial. 
 
Inicialmente, é relevante ressaltar que esta aula encontra-se dividida em 
duas partes. A primeira apresenta questões na forma certo/errado, retiradas 
de provas das mais diversas bancas ou por nós elaboradas, enquanto a 
segunda é composta por questões de múltipla escolha. Ao fim de cada parte, é 
apresentado o gabarito dos exercícios com os respectivos comentários acerca 
dos enunciados. 
Ademais, para um entendimento mais profundo da matéria e melhor 
consolidação do conteúdo cobrado no edital, também iremos trazer à baila 
alguma teoria sobre os temas que estão sendo discutidos, com referência à 
doutrina e à respectiva legislação. 
Registre-se, por fim, que o número de questões relativas a cada tópico é 
determinado de acordo com a importância dos respectivos temas e com a 
frequência em que são cobrados em concursos públicos. Outrossim, algumas 
questões podem tratar, também, de tópicos vistos em aulas passadas, tendo 
em vista que as questões de concurso não necessariamente abordam apenas 
um tema específico de cada matéria. 
E então candidato, vamos aos trabalhos? 
 
 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
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AULA 5 
Responda Certo ou Errado 
 
1. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) 
Sobre o regime jurídico falimentar, julgue os itens abaixo: 
 
I. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: i) os 
créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e 
cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho; ii) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
iii) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, incluindo-se as multas; iv) créditos com privilégio especial; v) 
créditos com privilégio geral; vi) créditos quirografários; vii) créditos 
subordinados. 
II. Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados 
quirografários. 
III. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com 
precedência sobre os concursais, os créditos relativos a obrigações resultantes 
de atos jurídicos válidos praticados após a decretação da falência, e tributos 
relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada 
a mesma ordem estabelecida para os créditos concursais. 
 
2. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) 
Sobre o regime jurídico de Falência e Recuperação, julgue as seguintes 
assertivas: 
 
I. O devedor que preencher os requisitos para o pedido de recuperação judicial 
poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial, 
porém não se sujeitam à recuperação extrajudicial, além daqueles credores 
que não se sujeitam a recuperação judicial, os titulares de créditos derivados 
da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho. 
II. O plano de recuperação extrajudicial poderá contemplar o pagamento 
antecipado de dívidas. 
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III. O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se 
estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido 
recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação 
extrajudicial há menos de dois anos. 
 
3. (VUNESP - 2008 - MPE-SP - Promotor de Justiça - Adaptada) 
Considere as assertivas seguintes: 
 
I. A sociedade cooperativa e a sociedade em nome coletivo não estão sujeitas 
a falência. 
II. Nos casos em que não couber no processo falimentar pedido de restituição, 
fica resguardado o direito dos credores de opor embargos de terceiro. 
III. A declaração de ineficácia de atos em relação à massa falida depende da 
propositura de ação revocatória. 
 
4. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - 
Adaptada) Julgue as assertivas abaixo, de acordo com o que dispõe a Lei 
11.101/2005: 
 
I. A sociedade empresária sujeita-se à falência. 
II. A sociedade simples não se sujeita à falência. 
III. A sociedade em conta de participação sujeita-se à falência. 
 
5. (2007 - TJ-MG – Juiz - Adaptada) Julgue os itens abaixo. 
 
I. Os sócios da sociedade limitada declarada falida são considerados falidos. 
II. Com a decretação de falência, não pode o sócio da sociedade falida exercer 
direito de retirada ou receber o valor de suas quotas ou ações. 
III. Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário 
fiduciário o direito de pedir a restituição do bem alienado fiduciariamente. 
 
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6. (VUNESP - 2011 - TJ-SP – Juiz – Adaptada) O juiz decretará a falência 
durante o processo de recuperação judicial: 
 
I. Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação; 
II. Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação. 
III. Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo 
improrrogável de trinta dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial; 
 
7. (TRT 14R - 2008 - TRT - 14ª Região – Juiz – Adaptada) Considerando 
as proposições abaixo, considere-as certas ou erradas: 
 
I. Da sentença homologatória do plano de recuperação extrajudicial cabe 
recurso de apelação sem efeito suspensivo. 
II. Com a decretação da falência, os mandatos outorgados pelo devedor para a 
realização de negócios e representação judicial cessam os seus efeitos. 
III. O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não 
acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções. 
 
8. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Advogado - Adaptada) No dia 9 de 
fevereiro de 2005, foi editada a Lei nº 11.101, que veio a regular a 
recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade 
empresária. 
Dentre as inovações trazidas pela nova Lei, podemos afirmar que 
 
I. Desaparecem as concordatas preventiva e suspensiva. 
II. Foi criada a recuperação extrajudicial. 
III. Uma vez apresentado o pedido, o devedor tem até 60 dias para apresentar 
um plano detalhado de recuperação dizendo de que forma vai se recuperar e 
pagar seus credores. 
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9. (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz - Adaptada) Julgue as afirmativas sobre 
o Plano de Recuperação Judicial. 
I. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 2 (dois) 
anos para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho, vencidos até a data do pedido de 
recuperação judicial. 
II. Quanto aos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos 4 
(quatro) mesesanteriores ao pedido de recuperação judicial, o plano não 
poderá prever prazo superior a 90 (noventa) dias para o pagamento, até o 
limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador. 
III. O plano de recuperação judicial deverá conter: (I) discriminação 
pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; (II) 
demonstração de sua viabilidade econômica; e (III) laudo econômico-
financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por 
profissional legalmente habilitado ou por empresa especializada. 
 
10. (TJ-SC - 2010 - TJ-SC - Juiz - Adaptada) Segundo a Lei n. 
11.101/2005, que trata da Falência e da Recuperação da Empresa, julgue as 
proposições: 
 
I. Na falência os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável 
desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, 
poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, 
mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas. 
II. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente 
aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para massa falida, 
mediante autorização do Comitê. O bem objeto da contratação poderá ser 
alienado a qualquer tempo, independentemente do prazo contratado, 
rescindindo-se, sem direito a multa, o contrato realizado, salvo se houver 
anuência do adquirente. 
III. Os créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias, antecedem aos créditos 
derivados da legislação do trabalho, mesmo os limitados a 150 salários 
mínimos por credor e os créditos com garantia real até o limite do valor do 
bem gravado, na ordem de classificação dos créditos. 
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11. (BADESC – Advogado - FGV – 2010 – Adaptada) Com relação ao tema 
Efeitos da Decretação da Falência, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Os contratos bilaterais se resolvem ex lege pela decretação da falência, 
podendo ser cumpridos somente para a manutenção e preservação da massa 
falida, mediante autorização do administrador judicial. 
II. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de 
negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao 
mandatário prestar contas de sua gestão. 
III. A decretação da falência preserva o exercício do direito de retenção sobre 
os bens sujeitos à arrecadação, os quais poderão permanecer na posse dos 
credores até o encerramento do processo falimentar. 
 
12. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas - FGV – 2010 – Adaptada) Com 
relação à falência, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. Na falência, não podem ser reclamados os créditos de obrigações a título 
gratuito. 
II. Na falência, não é atribuição da assembleia-geral de credores a constituição 
do Comitê de Credores. 
III. O prazo para o credor apresentar ao administrador judicial a sua 
habilitação ou a sua divergência quanto ao crédito relacionado é de 15 (quinze) 
dias, contados da publicação do Edital. 
 
13. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV – 2010 – Adaptada) Com relação 
à recuperação judicial, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. O processo de recuperação judicial aplica-se a todos os tipos de sociedade 
dotadas de personalidade jurídica. 
II. O plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor em 
Juízo no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial. 
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III. Segundo a Lei n.° 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 que regula a 
recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade 
empresária, convolam-se em recuperação judicial os processos de concordata 
ajuizados antes do início de sua vigência. 
 
14. (CONSULPLAN - Prefeitura de Itabaiana - SE - Advogado - 2010 - 
Adaptada) Sobre o tema Falência e Recuperação Judicial, julgue os itens abaixo: 
 
I. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa 
reclamada. 
II. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, vedada a 
pessoa jurídica especializada. 
III. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a 
improcedência do pedido, cabe apelação. 
 
15. (CESPE - MPE-AM - Promotor de Justiça – 2007 - Adaptada) A 
instituição de juízo universal, atrativo das ações que envolvam o devedor falido, 
como previsto na Lei n.º 11.101/2005, é efeito notório da decretação da falência. 
Com relação a essa regra e suas exceções, julgue as seguintes afirmativas. 
 
I. As ações de competência da justiça do trabalho serão integralmente 
processadas nesse foro, cabendo ao juiz da execução requisitar ao juízo 
falimentar a quantia necessária para o pagamento dos valores apurados, 
ocorrendo o posterior adimplemento perante a justiça especializada. 
II. As ações em que a massa falida for autora, ou litisconsorte ativo, como, por 
exemplo, ação revocatória ou pedido de restituição, afastam a competência do 
juízo falimentar, nelas se adotando as regras fixadas pelas demais leis aplicáveis 
a cada caso. 
III. A cobrança de débitos patrimoniais do devedor falido, tal como o crédito 
decorrente de pensão alimentícia, será processada no juízo falimentar, 
ressalvadas as exceções legais. 
 
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Questões de múltipla escolha 
 
16. (TRT 1ª - Juiz do Trabalho Substituto - CESPE – 2010) De acordo com a 
Lei n.º 11.101/2005, que instituiu a recuperação judicial e extrajudicial da 
empresa e promoveu alterações na legislação falimentar, assinale a opção 
correta. 
 
a) A lei estabelece a venda parcial de bens da empresa recuperanda como uma 
das formas de recuperação judicial. Isso não impede que o adquirente desses 
bens seja sucessor, quanto às dívidas trabalhistas, da empresa em recuperação. 
b) Dada a indisponibilidade dos direitos de natureza trabalhista, o plano de 
recuperação da empresa não poderá propor a redução salarial e da jornada de 
trabalho como formas de recuperação, ainda que mediante acordo ou convenção 
coletiva. 
c) A execução trabalhista com penhora de bens anterior à declaração da falência 
determina a competência do juízo trabalhista, em detrimento do juízo universal, 
para o prosseguimento da execução. 
d) Nas deliberações tomadas na assembleia geral de credores, os votos dos 
pertencentes à classe dos credores trabalhistas têm peso proporcional ao valor do 
crédito. 
e) No processo de recuperação judicial, os titulares de créditos trabalhistas 
retardatários, assim entendidos aqueles habilitados fora do prazo estipulado, têm 
normalmente assegurado o direito de voto na assembleia geral de credores. 
 
17. (BADESC – Advogado - FGV – 2010) Nos termos da Lei 11.101/05, que 
regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da 
sociedade empresária, no que tange ao Pedido de Restituição, assinale a 
afirmativa correta. 
 
a) A restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor, nos 15 
(quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, poderá ser pedida se 
ainda não alienada. 
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b) A sentença que reconhecer o direitodo requerente determinará a entrega 
da coisa no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
c) A apelação com efeito suspensivo da sentença que julgar o pedido de 
restituição, é cabível. 
d) O autor do pedido de restituição, que pretender receber o bem ou a quantia 
reclamada antes do trânsito em julgado da sentença, não precisará prestar 
caução. 
e) O pedido de restituição não suspende a disponibilidade da coisa até o 
trânsito em julgado. 
 
18. (BADESC – Advogado - FGV – 2010) Constitui fundamento do pedido 
de falência, a hipótese de o devedor, no prazo estabelecido, deixar de cumprir: 
 
a) a obrigação assumida perante o Comitê de Credores. 
b) a obrigação assumida por meio de títulos de créditos, líquidos e certos. 
c) a obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
d) a obrigação assumida no processo de execução fiscal. 
e) a obrigação assumida no processo de execução extrajudicial. 
 
19. (CAIXA – Advogado – CESPE – 2010) Assinale a opção correta no que 
concerne a recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da 
sociedade empresária. 
 
a) No rol das ações excluídas do juízo universal da falência, estão aquelas não 
reguladas na lei falimentar em que o falido figurar como autor ou litisconsorte 
ativo. 
b) As ações de execução fiscal serão suspensas em razão do deferimento da 
recuperação judicial da sociedade empresária devedora. 
c) No processamento de recuperação judicial, os titulares de créditos 
retardatários derivados da relação de trabalho não têm direito a voto nas 
deliberações da assembleia-geral de credores. 
d) O administrador judicial deve ser, necessariamente, uma pessoa física que 
atue no ramo do direito, administração de empresas ou economia. 
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e) A lei admite que a sociedade empresária devedora requeira sua recuperação 
judicial desde que, no momento do pedido, exerça regularmente suas 
atividades há mais de um ano. 
 
20. (TRT 21ª Região - Juiz do Trabalho 2ª Etapa – 2010) De acordo com 
a Lei n. 11.101/05, que dispõe sobre a recuperação judicial e falência de 
empresas, o prazo para o pagamento dos créditos derivados da legislação do 
trabalho, a ser observado no respectivo plano de recuperação: 
 
a) não poderá ser superior a um ano; 
b) não poderá ser maior que seis meses; 
c) não poderá ser superior a dezoito meses; 
d) não poderá ser superior a noventa dias, em relação aos créditos de 
natureza estritamente salarial; 
e) não poderá ser superior a sessenta dias, em relação aos créditos de 
natureza estritamente salarial e aqueles decorrentes de acidente de trabalho. 
 
 
21. (Receita Federal - Auditor Fiscal - Prova 1 - ESAF – 2009) Assinale 
abaixo o crédito com maior prioridade na falência. 
 
a) Créditos com garantia real. 
b) Créditos fiscais, excetuadas as multas tributárias. 
c) Créditos com privilégio geral. 
d) Créditos quirografários. 
e) Créditos derivados da legislação trabalhista, nos limites legais. 
 
 
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22. (AFEAM - Jurídica – Tarde - FUNCAB – 2009) A falência visa preservar 
e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, sendo 
correto afirmar sobre o tema que: 
 
a) a decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do 
devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis. 
b) são considerados créditos extraconcursais os decorrentes da legislação do 
trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor. 
c) é cabível apelação da sentença que decreta a falência, e agravo de 
instrumento da sentença que julga improcedente o pedido de falência. 
d) somente o credor poderá requerer a falência do devedor. 
e) os contratos bilaterais sempre se resolvem com a decretação de falência. 
 
23. (METRO - SP - Advogado Trainee - FCC – 2008) Quanto à sentença no 
procedimento de falência do devedor, é correto afirmar: 
 
a) Ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de cinco dias, relação 
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e 
classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, 
sob pena de desobediência. 
b) Fixará o termo legal da falência, podendo retroagi-lo até cento e vinte dias 
contados do pedido de recuperação judicial ou cento e oitenta dias do primeiro 
protesto por falta de pagamento. 
c) Da decisão que decreta a falência cabe apelação, e da sentença que julga a 
improcedência do pedido cabe agravo. 
d) Na mesma ação, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização 
dos responsáveis, pelo pedido de falência, que agirem por culpa ou dolo. 
e) Quem por dolo ou culpa requerer a falência de outrem será condenado, na 
sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-
se as perdas e danos em ação própria. 
24. (OAB - SP - 134º Exame de Ordem - CESPE – 2008) Segundo a Lei 
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n.º 11.101/2005, a condenação por crime falimentar 
 
a) impede o exercício de qualquer atividade empresarial pelo prazo de 5 anos, 
a contar do decreto da falência. 
b) não impossibilita o falido de gerir empresa por mandato. 
c) não impede exercício do cargo de gerência. 
d) impede o falido de exercer cargo ou função em conselho de administração. 
 
25. (OAB - Exame de Ordem 2007.3 - CESPE – 2007) Os sócios da MN 
Serviços Ltda., pessoa jurídica que atua no ramo de prestação de serviços de 
limpeza e conservação, visando superar situação de crise econômico-
financeira, deliberaram pela recuperação judicial da referida pessoa jurídica. 
Considerando a situação apresentada e as normas relativas à recuperação 
judicial das sociedades empresárias, assinale a opção correta. 
 
a) Para que a MN Serviços Ltda. possa requerer a recuperação judicial, é 
necessário que ela, no momento do pedido, esteja exercendo regularmente 
suas atividades há mais de cinco anos. 
b) Apenas os créditos vencidos do devedor, existentes na data do pedido, 
estarão sujeitos à recuperação judicial. 
c) A petição inicial da MN Serviços Ltda. deve ser instruída com as 
demonstrações contábeis relativas aos cinco últimos exercícios sociais. 
d) No ato em que for deferido o processamento da recuperação judicial da MN 
Serviços Ltda., deve ser nomeado administrador judicial, que pode ser pessoa 
física ou jurídica. 
 
26. (PGE - SP - Procurador do Estado Nível I - FCC – 2009) NÃO são 
atribuições compreendidas na competência legal do comitê de credores da 
sociedade empresária em recuperação judicial: 
 
a) Escolher o administrador judicial e determinar o seu afastamento quando 
constado qualquer desvio de conduta. 
b) Fiscalizar as atividades do devedor e requerer ao juiz a convocação da 
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assembleia geral de credores. 
c) Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial e denunciar a 
qualquer tempo ao juiz o seu descumprimento. 
d) Apurar reclamações dos credores e zelar pelo bom andamento do processo. 
e) Opinar sobre a constituição de garantias reais e a alienação de bens do 
ativo permanente do devedor. 
 
27. (TJ - SP – Magistratura – VUNESP - 16/08/2009) Conforme a Lei n.º 
11.101, de 2005, 
 
a) o juiz decretará a falência do devedor quenão pague, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título executivo protestado cujo valor 
ultrapasse o equivalente a trinta salários-mínimos na data do pedido de 
falência, mesmo se demonstrado vício no protesto. 
b) o juiz poderá decretar a falência pelo inadimplemento de obrigação não 
sujeita à recuperação judicial, nos termos do disposto em lei. 
c) desde que previsto no respectivo contrato, a decretação da falência de 
concessionária de serviços públicos implicará a extinção da concessão, na 
forma da lei. 
d) caso o contratante não tivesse, à época, conhecimento do estado de crise 
econômico-financeira do devedor, será considerado válido, em relação à massa 
falida, o ato a título gratuito praticado (dezoito) meses antes da decretação da 
falência. 
 
28. (TJ - SP – Magistratura - VUNESP - 16/08/2009) É (são) ineficaz(es), 
em relação à massa falida, 
 
a) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, 
por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados 
após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
b) a renúncia à herança sem a intenção de fraudar credores. 
c) a renúncia ao legado, realizada desde 3 (três) anos antes da decretação da 
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falência. 
d) o pagamento, independentemente da respectiva forma, de quaisquer dívidas 
vencidas e exigíveis, realizado dentro do termo legal. 
 
29. (SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão Tributária P2 - FCC – 
2009) Ocorrendo decretação da falência, 
 
a) o devedor perde o direito de disposição, mas não o de administrar seus bens. 
b) serão exigíveis e terão classificação própria todas as despesas que os credores 
fizeram para tomar parte na falência. 
c) não fica prevento o juízo a que foi distribuída, podendo outros pedidos de 
falência ser ajuizados e distribuídos livremente. 
d) as ações trabalhistas passarão a ser processadas perante o juízo falimentar, 
que fará a classificação do respectivo crédito. 
e) haverá a suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções 
em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio 
solidário. 
 
30. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas - 2ª Prova - FGV – 2009 - Adaptada) A 
respeito da disciplina jurídica brasileira das empresas em crise, é correto afirmar 
que: 
 
a) estão sujeitos à disciplina da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação 
de Empresas) os empresários, as sociedades empresárias, as instituições 
financeiras privadas, as sociedades seguradoras e as cooperativas de crédito. 
b) os sócios das sociedades limitadas estão sujeitos aos efeitos jurídicos da 
falência produzidos em relação à sociedade empresária falida. 
c) durante o procedimento de recuperação judicial, os administradores da 
sociedade podem ser mantidos em seus cargos com competência para a 
condução dos negócios sociais. 
d) o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor e 
aprovado pela unanimidade dos devedores, sob pena de ser decretada a falência. 
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Questão 1: I – E, II – C, III – C. Questão 2: I – C, II – E, III – C. 
Questão 3: I – E, II – C, III – E. Questão 4: I – C, II – C, III – E. 
Questão 5: I – E, II – C, III – C. Questão 6: I – C, II – C, III – E. 
Questão 7: I – C, II – E, III – C. Questão 8: I – C, II – C, III – C. 
Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – C, II – C, III – E. 
Questão 11: I – E, II – C, III – E. Questão 12: I – C, II – E, III – C. 
Questão 13: I – E, II – C, III – E. Questão 14: I – C, II – E, III – C. 
Questão 15: I – E, II – E, III – C. Questão 16: E 
Questão 17: A Questão 18: C 
Questão 19: A Questão 20: A 
Questão 21: E Questão 22: A 
Questão 23: A Questão 24: D 
Questão 25: D Questão 26: A 
Questão 27: B Questão 28: A 
Questão 29: E Questão 30: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentários 
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1. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) 
Sobre o regime jurídico falimentar, julgue os itens abaixo: 
 
I. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: i) os 
créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e 
cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho; ii) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
iii) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, incluindo-se as multas; iv) créditos com privilégio especial; v) 
créditos com privilégio geral; vi) créditos quirografários; vii) créditos 
subordinados. 
II. Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados 
quirografários. 
III. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com 
precedência sobre os concursais, os créditos relativos a obrigações resultantes 
de atos jurídicos válidos praticados após a decretação da falência, e tributos 
relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada 
a mesma ordem estabelecida para os créditos concursais. 
 
 Questão 1 
 A assertiva I está errada em razão de seu item “iii”, pois as multas não 
estão incluídas, como determina o art. 83, III, LRE. 
 Já a assertiva II está correta, pois o §4º deste mesmo artigo afirma o 
mesmo. 
 A assertiva III também está correta, por causa do art. 84, V, LRE. 
 Esta questão trata exclusivamente da classificação dos créditos, de modo 
que se faz mister revisar esta matéria. 
A classificação dos créditos está disposta no art. 83 da LRE: 
 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
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I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento 
e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias; 
IV – créditos com privilégio especial, a saber: 
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição 
contrária desta Lei; 
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada 
em garantia; 
V – créditos com privilégio geral, a saber: 
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; 
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição 
contrária desta Lei; 
VI – créditos quirografários, a saber: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens 
vinculados ao seu pagamento; 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o 
limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; 
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis 
penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; 
VIII – créditos subordinados, a saber: 
a) os assim previstosem lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
 
Fora estes, há ainda os créditos extraconcursais, que, como o próprio 
nome diz, não entram no concurso de credores e são pagos prioritariamente. 
Tendo conhecimento disto, podemos descrever cada categoria de forma 
minuciosa. 
 
 A - Créditos Extraconcursais: 
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Os créditos extraconcursais estão elencados no art. 84 da Lei nº 
11.101/05. São as dívidas da massa falida. 
 
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com 
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os 
relativos a: 
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos 
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 
II – quantias fornecidas à massa pelos credores; 
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e 
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; 
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida 
tenha sido vencida; 
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a 
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da 
falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da 
falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
 
 Repare, candidato, que os tributos relativos a fatos geradores ocorridos 
após a decretação de falência também são extraconcursais. 
 
B – Créditos por acidentes de trabalho e créditos trabalhistas (art. 83,I): 
 
 Frise-se que no próprio inciso I do art. 83 há o limite de 150 salários 
mínimos para os créditos derivados da legislação de trabalho. 
 É oportuno registrar que o art. 151 da Lei nº 11.101/05 prevê que “os 
créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) 
meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-
mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa”. 
Todo crédito trabalhista que exceder a 150 salários-mínimos será considerado 
crédito quirografário. 
C – Créditos com garantia real, até o limite do bem gravado: 
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 A garantia real é aquela que recai sobre determinada coisa para o 
pagamento de uma dívida. Assim, se uma dívida de R$ 100.000,00 (cem mil 
reais) está garantida por um bem que vale, na realidade, somente R$ 
70.000,00 (setenta mil reais), somente este último valor se enquadra na 
hipótese do inciso II do art. 83 da Lei de Falências. 
 
D – Créditos tributários, exceto as multas tributárias: 
 
 Incluem-se nesta categoria os chamados créditos parafiscais, que são 
aquelas contribuições para entidades privadas que desempenham serviço de 
interesse social, como o SESI e SENAC. 
 
E – Créditos com privilégio especial: 
 
 De acordo com o inciso IV do art. 83 da Lei nº 11.101/05, podemos citar 
o exemplo do autor da obra, pelos direitos do contrato de edição, nos termos 
do inciso VII, do art. 964 do Código Civil. 
 
F – Créditos com privilégio geral: 
 
 Os créditos com privilégio geral são aqueles previstos no inciso V do art. 
83 da Lei nº 11.101/05. 
 
G – Créditos quirografários: 
 
 Pode-se afirmar que os credores quirografários constituem a grande parte 
das obrigações das sociedades falidas. São aqueles que não têm nenhum 
privilégio especial, tais como os portadores de títulos de crédito (um cheque, por 
exemplo) ou aqueles que tem direito a um crédito em virtude de um contrato. 
H – multas contratuais e penas pecuniárias por infração à legislação 
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penal ou administrativa, incluindo as tributárias. 
 
I – Créditos subordinados: 
 
 As duas espécies de créditos subordinados (também chamados de 
créditos subquirografários) são os créditos dos sócios ou administradores sem 
vínculo empregatício e o crédito por debêntures subordinadas emitidas pela 
sociedade anônima falida (art. 58, parágrafo 4º da Lei nº 6.404/76). 
 
2. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) 
Sobre o regime jurídico de Falência e Recuperação, julgue as seguintes 
assertivas: 
 
I. O devedor que preencher os requisitos para o pedido de recuperação judicial 
poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial, 
porém não se sujeitam à recuperação extrajudicial, além daqueles credores 
que não se sujeitam a recuperação judicial, os titulares de créditos derivados 
da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho. 
II. O plano de recuperação extrajudicial poderá contemplar o pagamento 
antecipado de dívidas. 
III. O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se 
estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido 
recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação 
extrajudicial há menos de dois anos. 
 
 Questão 2 
 O primeiro item está correto. Ele está de acordo com o §1º do art. 161. 
 Já o item II não descreve a verdade. Ele contraria o §2º do mesmo 
artigo supra. 
 O item III, por sua vez, está certo, pois compatibiliza-se com o §3º, 
também do mesmo artigo. 
O tema desta questão é a recuperação extrajudicial. Esta é uma forma 
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de desjurisdicionalizar o processo de recuperação de uma empresa, permitindo 
que o próprio interessado negocie com seus credores, diretamente, um plano 
para superar sua crise econômico-financeira. 
Compatível com o princípio da disponibilidade dos direitos, esta é uma 
forma salutar de recuperação empresarial, porém, por ser incompatível com 
este princípio, além dos credores já excluídos da recuperação judicial, a 
recuperação extrajudicial exclui os créditos trabalhistas (art. 161, §1º). 
Fora isso, qualquer um que esteja apto, poderá propor recuperação 
extrajudicial aos seus credores (art. 161), com as seguintes ressalvas: i) os 
credores não contemplados não podem ser prejudicados (art. 161, §2º, finis) e 
seus direitos não serão suspensos (art. 161, §4º); ii) não poderá, se houver 
recuperação judicial pendente ou houver sido homologado outro plano de 
recuperação judicial nos últimos dois anos (art. 161, §3º); iii) não comportará 
vencimento antecipado de dívidas (art. 161, §1º, incipiens). 
Nestes termos, o empresário poderá requerer a recuperação junto ao juízo 
competente, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos 
e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram (art. 162). 
Poderá, ainda, requerer o pedido, mesmo sem a aprovação de todos os 
credores, desde que o plano seja assinado por credores que representem mais de 
três quintos de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos (art. 163). 
Neste último caso, nos termos do §6º do art. supra, além dos 
documentos do art. anterior, o devedor deverá anexar à sua petição: 
 
I – exposição da situação patrimonial do devedor; 
II – as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do caputdo art. 51 desta Lei; e 
III – os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou 
transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço 
de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, 
discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação 
dos registros contábeis de cada transação pendente. 
 
Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação 
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extrajudicial, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal 
de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do 
devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas 
impugnações ao plano de recuperação extrajudicial. Isto está disposto no art. 
164, que apresenta as seguintes regras para a concessão ou não da 
homologação do plano: 
 
§ 1º No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos 
os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a 
distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação. 
§ 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do 
edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito. 
§ 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores 
somente poderão alegar: 
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 
desta Lei; 
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 
130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; 
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal. 
§ 4º Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para 
que o devedor sobre ela se manifeste. 
§ 5º Decorrido o prazo do §4º deste artigo, os autos serão conclusos 
imediatamente ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no 
prazo de 5 (cinco) dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, 
homologando-o por sentença se entender que não implica prática de atos 
previstos no art. 130 desta Lei e que não há outras irregularidades que 
recomendem sua rejeição. 
§ 6º Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação dos 
credores que subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida. 
§ 7º Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo. 
§ 8º Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas as 
formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação 
extrajudicial. 
 
 
Homologado o plano, ele produzirá efeitos a partir deste ato, mas 
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podendo ser convencionado o contrário (art. 165 e §§). É importante notar que 
a não homologação do plano não convola em falência. 
 
3. (VUNESP - 2008 - MPE-SP - Promotor de Justiça - Adaptada) 
Considere as assertivas seguintes: 
 
I. A sociedade cooperativa e a sociedade em nome coletivo não estão sujeitas 
a falência. 
II. Nos casos em que não couber no processo falimentar pedido de restituição, 
fica resguardado o direito dos credores de opor embargos de terceiro. 
III. A declaração de ineficácia de atos em relação à massa falida depende da 
propositura de ação revocatória. 
 
 Questão 3 
 O item I não está correto. A sociedade cooperativa, realmente, por sem 
sempre simples, não está sujeita à falência (art. 2º, II, LRE). Porém, a 
sociedade em nome coletivo é empresária, sujeitando-se ao Direito Falimentar. 
 Já o item II está correto. Ele está de acordo com o art. 93 da Lei. 
 O item III, no entanto, está errado. O parágrafo único do art. 29 informa 
que a ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo magistrado. 
 Esta questão não trata de um único tema, mas de três: i) sujeitos 
passivos da falência; ii) pedido de restituição; iii) efeitos da falência em relação 
aos atos do falido. 
Prezado candidato, a falência é a execução concursal do devedor 
empresário insolvente, ou seja, nada mais é do que uma organização legal 
e processual de defesa coletiva dos credores em face da impossibilidade de 
poder o devedor comum saldar seus compromissos. 
É um procedimento disciplinado pela Lei nº 11.101/05 e que garante a 
execução coletiva dos bens do devedor empresário. Com efeito, deflagra-se 
um processo no qual concorrem todos os credores para arrecadar o 
patrimônio disponível, verificar os créditos e saldar o passivo em rateio, 
observadas as preferências legais. 
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 Por meio do processo de falência é possível garantir que todos os 
credores do devedor falido terão as mesmas chances para satisfazer seus 
respectivos créditos. 
 A falência é, ao mesmo tempo, um estado no qual poderá encontrar-
se o empresário insolvente, e um processo judicial de execução do 
patrimônio do devedor empresário. Já os pessoas naturais não 
empresárias e as sociedades simples não sofrem execução falimentar e 
sim um processo denominado insolvência civil, disciplinado pelo Código de 
Processo Civil. 
 Para que se instaure o processo de falência, é necessária a existência de 
três pressupostos: 
 
Devedor sociedade empresária 
Insolvência 
Sentença declaratória de falência 
 
 É importante sabermos que a LRE (a lei, e não o instituto jurídico da 
falência), não se aplica às seguintes pessoas jurídicas, conforme art. 2º: 
 
a) Empresa pública. 
b) Sociedade de economia mista. 
c) Instituição financeira pública ou privada. 
d) Cooperativa de crédito. 
e) Consórcio. 
f) Entidade de previdência complementar. 
g) Sociedade operadora de plano de assistência à saúde. 
h) Sociedade seguradora. 
i) Sociedade de capitalização. 
j) Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
 
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Quanto ao segundo item, os bens do falido serão objeto de arrecadação, 
que consiste num ato determinado pelo juiz para constrição do patrimônio do 
devedor falido. Tal constrição atinge mesmo os bens que não se encontram na 
posse do falido, tais como os objetos de locação. 
É certo, contudo, que é possível que certos bens estejam na posse do 
falido, mas não sejam de propriedade deste. Neste caso, deverão ser 
observadas as regras previstas nos arts. 85 a 93 da Lei de Falências, na seção 
Do Pedido de Restituição. 
A regra fundamental deste pedido está estampada no art. 85: 
 
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se 
encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir 
sua restituição. 
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a 
crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento 
de sua falência, se ainda não alienada. 
 
Isto significa que, caso um terceiro possua bem em posse do falido, 
poderá realizar o pedido de restituição. Este será feito na forma de petição ao 
juízo reclamado, fundamentando — ou seja, provando — a sua propriedade do 
bem e descrevendo-o. 
 
Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa 
reclamada. 
§ 1º O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos 
que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e 
do administrador judicial para que,no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se 
manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. 
§ 2º Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz 
designará audiência de instrução e julgamento, se necessária. 
§ 3º Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença. 
 
 A sentença que reconhecer o pedido determinará a entre do bem em 48 
horas (art. 88). Negando-o, conforme o caso, incluirá o requerente no quadro-
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geral de credores (art. 89). Desta sentença, caberá apelação sem efeito 
suspensivo (art. 90). 
 O pedido indisponibiliza o bem até o seu trânsito em julgado (art. 87) e, 
além dos casos próprios de valores monetários, proceder-se-á à restituição em 
dinheiro se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição (art. 86 
e incisos). 
 Por último, temos a regra do art. 93, que determina, “nos casos em que 
não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de 
propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil”. Esta 
última regra é que faz com que o item II esteja correto. 
 O último item trata dos efeitos da declaração de falência em relação aos 
atos do falido. 
O objetivo da falência é proteger os ativos do falido no interesse dos 
credores. Assim, a Lei nº 11.101/05 previu hipóteses de revogação e de 
ineficácia de atos praticados antes da decretação da falência. Dessa forma, o 
art. 129 dispõe que são ineficazes em relação à massa falida: 
 
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do 
termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo 
desconto do próprio título; 
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo 
legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; 
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do 
termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados 
em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a 
parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; 
 IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação 
da falência; 
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da 
falência; 
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento 
expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não 
tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, 
no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem 
devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e 
documentos; 
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VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, 
por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a 
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
 
 Em relação ao termo legal da falência, ele representa um ponto no 
tempo no qual, em tese, ocorreu a falência. Isto é, o termo legal é um lapso 
temporal que antecede a Falência. Tem que ser fixado pelo Juiz porque os atos 
praticados dentro deste intervalo de tempo serão investigados e se o devedor 
praticar qualquer ato elencado no art. 129, estes serão declarados ineficazes. 
 Note, candidato, que a retroação máxima no tempo é de apenas 90 
DIAS, contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 
1o (primeiro) protesto por falta de pagamento. 
O instituto da retroação da decretação da falência, já visto 
anteriormente, está intimamente ligado aos efeitos da decretação da falência 
em relação aos atos do falido. A partir da data, definida pelo juiz, do início da 
falência, todos os atos considerados como prejudiciais à massa falida subjetiva 
e a qualquer credor individual poderá ser invalidado. 
A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa 
ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. 
Destarte, os atos dispostos nos incisos do art. 129, acaso configurados, e 
que resultarem em prejuízo para a massa falida, serão anulados com a 
ressalva prevista no caput do citado artigo, qual seja: “tenha o contratante 
conhecimento ou não do estado falimentar do devedor, haja ou não intenção 
de fraudar credores”. 
São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, 
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele 
contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida, consoante previsão 
legal do art. 130. Trata-se da ineficácia subjetiva do ato. Nesse caso, a Lei nº 
11.101/05 autoriza o juiz a determinar a revogação total do ato. 
Quem tem atribuição para provocar o juiz para revogar ou declarar a 
ineficácia do ato? O art. 132 soluciona essa questão quando prevê uma 
modalidade de ação específica, chamada de revocatória e que deverá ser 
proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério 
Público no prazo de 3 (três) anos contados da decretação da falência. 
Esses são proponentes da ação, mas quem poderá ser réu na ação 
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revogatória? O art. 133 elenca aqueles que poderão responder pela ação, verbis: 
 
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida: 
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, 
garantidos ou beneficiados; 
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, 
da intenção do devedor de prejudicar os credores; 
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II 
do caput deste artigo. 
 
A competência para julgar a ação revocatória é a do juiz da falência, 
sendo que a sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o 
retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o 
valor de mercado, acrescidos das perdas e danos. 
Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as 
partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à 
restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. Essa é previsão do art. 
136 da lei de falência. 
Ressalte-se que existe uma medida cautelar para preservar os bens da 
massa falida, em função de depreciação acelerada pelo uso inadequado, 
desgaste acima do normal devido à falta de cuidados, além de outras razões, 
que é o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam 
em poder de terceiros, na forma da lei processual civil. 
 
4. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - 
Adaptada) Julgue as assertivas abaixo, de acordo com o que dispõe a Lei 
11.101/2005: 
 
I. A sociedade empresária sujeita-se à falência. 
II. A sociedade simples não se sujeita à falência. 
III. A sociedade em conta de participação sujeita-se à falência. 
 
 Questão 4 
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 Esta questão trata, novamente, do sujeito passivo do processo falimentar 
e, pelo que já vimos, não apresenta mistérios. 
Os itens I e II são óbvios. Ambos estão certos pelo sistema imposto no 
art. 1º da LRE. 
 Já o item III está errado, pois a sociedadeem conta de participação não 
é sociedade empresária, não sujeitando-se à falência. 
 
5. (2007 - TJ-MG – Juiz - Adaptada) Julgue os itens abaixo. 
 
I. Os sócios da sociedade limitada declarada falida são considerados falidos. 
II. Com a decretação de falência, não pode o sócio da sociedade falida exercer 
direito de retirada ou receber o valor de suas quotas ou ações. 
III. Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário 
fiduciário o direito de pedir a restituição do bem alienado fiduciariamente. 
 
 Questão 5 
 O primeiro item está errado, pois os sócios da sociedade ilimitada que 
serão também considerados falidos (art. 81). 
 O item II está de acordo com o art. 116, II, portanto, correto. 
 O item III está correto em razão do que dispõe o art. 85. 
 Este último item trata do pedido de restituição, já visto anteriormente. 
Analisemos então dois primeiros. O assunto é sobre os efeitos da falência em 
relação aos sócios da sociedade falida. 
 Com relação aos sócios das sociedades empresarias de responsabilidade 
ilimitada, esta sentença acarretará também a falência destes (art. 81). 
Também suspenderá o curso da prescrição e de todas as ações e execuções 
em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares dos sócios 
ilimitada e solidariamente responsáveis (art. 6º) e acarretará o vencimento 
antecipado das dívidas destes (art. 77). Por último, há a suspensão do direito 
de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos 
sócios da sociedade falida (art. 116, II), assunto do item II. 
6. (VUNESP - 2011 - TJ-SP – Juiz – Adaptada) O juiz decretará a falência 
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durante o processo de recuperação judicial: 
 
I. Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação. 
II. Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação. 
III. Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo 
improrrogável de trinta dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial. 
 
 Questão 6 
 O assunto, agora, é a convolação da recuperação judicial em falência. 
O item I encontra-se correto, pois está de acordo com o art. 73, III. 
 O item II, igualmente, pois compatibiliza-se com o art. 73, IV. 
 Já o item III, está errado, pois o prazo é de sessenta dias, conforme 
determina o art. 53. 
 A convolação da recuperação judicial em falência não envolve mistérios. 
A Lei informa os casos específicos em vários trechos e o art. 73 sintetiza todos 
eles: i) não apresentação do plano no prazo determinado (60 dias do 
deferimento do pedido); ii) não aprovação do plano; e iii) descumprimento de 
qualquer obrigação pactuada no plano aprovado. 
 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta 
Lei; 
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do 
art. 53 desta Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o 
do art. 56 desta Lei; 
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência 
por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos 
dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto 
no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. 
O artigo é um pouco confuso, pois apresenta quatro opções, mas, na 
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verdade, o inciso I fala do meio de rejeição e o inciso III da própria rejeição. 
Ou seja, ambos estão referindo-se a mesma hipótese — rejeição do plano pela 
assembleia geral de credores. 
O parágrafo único informa que créditos não sujeitos à recuperação e os 
já vistos atos de falência são passíveis de decretar a quebra do empresário, 
mesmo estando em recuperação. 
Há ainda a regra do art. 74 que informa que os atos realizados durante a 
recuperação, na forma da lei, presumem-se válidos. É claro que se trata de 
presunção relativa. 
Convolada a recuperação em falência, esta prosseguirá normalmente, tal 
qual como já vimos quando tratando deste instituto; em nada se diferindo de 
uma falência regular. 
 
7. (TRT 14R - 2008 - TRT - 14ª Região – Juiz – Adaptada) Considerando 
as proposições abaixo, considere-as certas ou erradas: 
 
I. Da sentença homologatória do plano de recuperação extrajudicial cabe 
recurso de apelação sem efeito suspensivo. 
II. Com a decretação da falência, os mandatos outorgados pelo devedor para a 
realização de negócios e representação judicial cessam os seus efeitos. 
III. O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não 
acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções. 
 
 Questão 7 
 Esta questão aborda diferentes assuntos. 
O item I está de acordo com o §7º do art. 164, portanto está correto. 
Este tem já foi tratado, não demandando demais explicações. 
 O item II trata dos efeitos da declaração de falência sobre os mandatos 
outorgados pelo falido e está errado, pois, embora os mandatos para a 
realização de negócios percam seus efeitos (art. 120), os de representação 
judicial, não (art. 120, §1º). 
 Além destas regras, o art. 120, §2º, também dispõe que “para o falido, 
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cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, salvo os 
que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial”. 
 O item III também já foi tratado e está correto em razão do que 
dispõe o art. 161, §4º. 
 
8. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Advogado - Adaptada) No dia 9 de 
fevereiro de 2005, foi editada a Lei nº 11.101, que veio a regular a 
recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade 
empresária. 
Dentre as inovações trazidas pela nova Lei, podemos afirmar que 
 
I. Desaparecem as concordatas preventiva e suspensiva. 
II. Foi criada a recuperação extrajudicial. 
III. Uma vez apresentado o pedido, o devedor tem até 60 dias para apresentar 
um plano detalhado de recuperação dizendo de que forma vai se recuperar e 
pagar seus credores. 
 
 Questão 8 
 Esta questão trata de inovações surgidas com a Lei nº 11.101/2005, a 
nova Lei de Recuperação de Empresas e Falências (LRE). 
O item I está correto, pois o instituto das concordatas não existe mais no 
Direito Brasileiro. As regras de transição estão dispostas neste artigo: 
 
Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata 
ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos 
termos do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945. 
§ 1o Fica vedada a concessão de concordata suspensiva nos processos de 
falência em curso, podendo ser promovida a alienação dos bens da massa falida 
assim que concluída sua arrecadação, independentemente da formação do 
quadro-geral de credores e da conclusão do inquérito judicial. 
§ 2o A existência de pedido de concordata anterior à vigência desta Lei não 
obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver 
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descumprido obrigação no âmbito da concordata,vedado, contudo, o pedido 
baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e 
empresas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei. 
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, se deferido o processamento da recuperação 
judicial, o processo de concordata será extinto e os créditos submetidos à 
concordata serão inscritos por seu valor original na recuperação judicial, 
deduzidas as parcelas pagas pelo concordatário. 
§ 4o Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua vigência resultantes de 
convolação de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais se 
aplica, até a decretação, o Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945, 
observado, na decisão que decretar a falência, o disposto no art. 99 desta Lei. 
§ 5o O juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento de bens imóveis ou 
móveis a fim de evitar a sua deterioração, cujos resultados reverterão em favor 
da massa. 
 
 O item II está correto, igualmente. A recuperação extrajudicial não 
existia na antiga Lei e surgiu com a L. 11.101/2005. 
 O item III também está correto, pelo que dispõe o art. 53. 
 Já tratamos da recuperação extrajudicial e veremos, agora, um pouco da 
recuperação judicial. 
Prezado candidato, a melhor definição do objetivo da recuperação judicial 
encontra-se na própria Lei: 
 
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de 
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte 
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo 
à atividade econômica. 
 
Este instrumento jurídico à disposição do empresário tem como meta 
garantir a manutenção da empresa. Seu objetivo não será, necessariamente, 
satisfazer todos os credores, mas superar uma situação de crise econômico-
financeira do devedor. Isto é feito por meio de um plano de recuperação 
empresarial. A LRE apresenta algumas opções, mas o rol não é taxativo. 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação 
pertinente a cada caso, dentre outros: 
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I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações 
vencidas ou vincendas; 
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de 
subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos 
sócios, nos termos da legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou 
modificação de seus órgãos administrativos; 
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de 
administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano 
especificar; 
VI – aumento de capital social; 
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados; 
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva; 
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem 
constituição de garantia própria ou de terceiro; 
X – constituição de sociedade de credores; 
XI – venda parcial dos bens; 
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer 
natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de 
recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem 
prejuízo do disposto em legislação específica; 
XIII – usufruto da empresa; 
XIV – administração compartilhada; 
XV – emissão de valores mobiliários; 
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em 
pagamento dos créditos, os ativos do devedor. 
§ 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou 
sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do 
credor titular da respectiva garantia. 
§ 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada 
como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser 
afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente 
previsão diversa no plano de recuperação judicial. 
 Porém, para requerer a recuperação judicial, a Lei impõe alguns 
requisitos, estampados em seu art. 48. 
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Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do 
pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que 
atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial; 
III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio 
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo 
cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio 
remanescente. 
 
Fora isso, ultrapassando esta etapa, estarão sujeitos à recuperação 
judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não 
vencidos, como determina o art. 49 da LRE. 
Porém, há algumas ressalvas a serem feita. Primeiro, os credores do 
devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra 
os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso (art. 49, §2º, LRE). 
Conforme o §2º do art. 49, as obrigações anteriores à recuperação 
judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, 
inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar 
estabelecido no plano de recuperação judicial. 
O §3º, do mesmo artigo, determina que credores titulares da posição de 
proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de 
proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos 
contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em 
incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com 
reserva de domínio não se submetem à recuperação judicial. 
 
Por último, o credor de contrato de câmbio para exportação, na forma do 
art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728/1965, também não se submetem à 
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recuperação judicial, como manda o §4º do art. 49. 
O plano de recuperação é feito por petição ao juízo competente, com os 
documentos necessários anexados. Obviamente, só o empresário ou sociedade 
empresária podem pedir recuperação judicial, pois a regularidade do devedor 
no Registro de Empresas é um requisito, como se verá no rol infra. 
 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das 
razões da crise econômico-financeira; 
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais 
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com 
estrita observância da legislação societária aplicável e compostas 
obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstraçãodo resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação 
de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a 
classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o 
regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de 
cada transação pendente; 
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas 
funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o 
correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes 
de pagamento; 
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; 
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos 
administradores do devedor; 
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas 
eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos 
de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições 
financeiras; 
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou 
sede do devedor e naquelas onde possui filial; 
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este 
figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos 
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respectivos valores demandados. 
§ 1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na 
forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do 
administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. 
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as 
microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e 
escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica. 
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se 
referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. 
 
Recebido o pedido, caberá ao juiz averiguar as formalidades da 
requisição, não cabendo entrar no mérito, pois serão os credores que deverão 
aprovar o plano ou não. 
Vistas as regularidades do pedido, entre outras coisas que serão vistas 
abaixo, caberá ao juiz nomear o administrador judicial e expedir edital, com 
resumo do pedido e da decisão, rol dos credores e condições para habilitação 
dos créditos, cujo processamento veremos posteriormente. 
É importante ressaltar que é vedado ao devedor requerente do pedido 
desistir da recuperação judicial. 
 
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: 
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; 
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o 
devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público 
ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
observando o disposto no art. 69 desta Lei; 
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, 
na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo 
onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 
6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do 
art. 49 desta Lei; 
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais 
enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus 
administradores; 
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às 
Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor 
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tiver estabelecimento. 
§ 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, 
que conterá: 
I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento 
da recuperação judicial; 
II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a 
classificação de cada crédito; 
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do 
art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano 
de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta 
Lei. 
§ 2o Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a 
qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição 
do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto 
no § 2o do art. 36 desta Lei. 
§ 3o No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a 
suspensão aos juízos competentes. 
§ 4o O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o 
deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência 
na assembléia-geral de credores. 
 
O plano de recuperação judicial não é apresentado em conjunto com a 
petição inicial. Deferido o pedido, o recuperando terá sessenta dias para 
apresentar o plano, descrevendo minuciosamente os meios pelos quais 
pretende recuperar-se, e nisto está a resposta para o item III. 
 
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no 
prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir 
o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, 
e deverá conter: 
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, 
conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; 
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e 
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, 
subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos 
credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a 
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manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. 
 
9. (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz - Adaptada) Julgue as afirmativas sobre 
o Plano de Recuperação Judicial. 
I. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 2 (dois) 
anos para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho, vencidos até a data do pedido de 
recuperação judicial. 
II. Quanto aos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos 4 
(quatro) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial, o plano não 
poderá prever prazo superior a 90 (noventa) dias para o pagamento, até o 
limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador. 
III. O plano de recuperação judicial deverá conter: (I) discriminação 
pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; (II) 
demonstração de sua viabilidade econômica; e (III) laudo econômico-
financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por 
profissional legalmente habilitado ou por empresa especializada. 
 
 Questão 9 
O primeiro e o segundo itens estão errados. Complementando o que 
vimos anteriormente, há limitação expressa para a satisfação dos créditos 
trabalhistas. Conforme o art. 54, o plano de recuperação judicial não poderá 
prever prazo superior a um ano para pagamento

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