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DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 1 Caro candidato, Dando continuidade aos nossos exercícios sobre a matéria de Direito empresarial para o concurso de Analista Judiciário – Área Judiciária – STJ, hoje, abordaremos os temas recuperação de empresas e falência: Disciplinas Direito falimentar: Lei nº 11.101/2005; teoria geral do direito falimentar; processo falimentar; pessoa e bens do falido; regime jurídico dos atos e contratos do falido; regime jurídico dos credores do falido; recuperação judicial; recuperação extrajudicial. Inicialmente, é relevante ressaltar que esta aula encontra-se dividida em duas partes. A primeira apresenta questões na forma certo/errado, retiradas de provas das mais diversas bancas ou por nós elaboradas, enquanto a segunda é composta por questões de múltipla escolha. Ao fim de cada parte, é apresentado o gabarito dos exercícios com os respectivos comentários acerca dos enunciados. Ademais, para um entendimento mais profundo da matéria e melhor consolidação do conteúdo cobrado no edital, também iremos trazer à baila alguma teoria sobre os temas que estão sendo discutidos, com referência à doutrina e à respectiva legislação. Registre-se, por fim, que o número de questões relativas a cada tópico é determinado de acordo com a importância dos respectivos temas e com a frequência em que são cobrados em concursos públicos. Outrossim, algumas questões podem tratar, também, de tópicos vistos em aulas passadas, tendo em vista que as questões de concurso não necessariamente abordam apenas um tema específico de cada matéria. E então candidato, vamos aos trabalhos? DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 2 AULA 5 Responda Certo ou Errado 1. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) Sobre o regime jurídico falimentar, julgue os itens abaixo: I. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: i) os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; ii) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; iii) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, incluindo-se as multas; iv) créditos com privilégio especial; v) créditos com privilégio geral; vi) créditos quirografários; vii) créditos subordinados. II. Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários. III. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os concursais, os créditos relativos a obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a mesma ordem estabelecida para os créditos concursais. 2. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) Sobre o regime jurídico de Falência e Recuperação, julgue as seguintes assertivas: I. O devedor que preencher os requisitos para o pedido de recuperação judicial poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial, porém não se sujeitam à recuperação extrajudicial, além daqueles credores que não se sujeitam a recuperação judicial, os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho. II. O plano de recuperação extrajudicial poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 3 III. O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de dois anos. 3. (VUNESP - 2008 - MPE-SP - Promotor de Justiça - Adaptada) Considere as assertivas seguintes: I. A sociedade cooperativa e a sociedade em nome coletivo não estão sujeitas a falência. II. Nos casos em que não couber no processo falimentar pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de opor embargos de terceiro. III. A declaração de ineficácia de atos em relação à massa falida depende da propositura de ação revocatória. 4. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Adaptada) Julgue as assertivas abaixo, de acordo com o que dispõe a Lei 11.101/2005: I. A sociedade empresária sujeita-se à falência. II. A sociedade simples não se sujeita à falência. III. A sociedade em conta de participação sujeita-se à falência. 5. (2007 - TJ-MG – Juiz - Adaptada) Julgue os itens abaixo. I. Os sócios da sociedade limitada declarada falida são considerados falidos. II. Com a decretação de falência, não pode o sócio da sociedade falida exercer direito de retirada ou receber o valor de suas quotas ou ações. III. Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir a restituição do bem alienado fiduciariamente. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 4 6. (VUNESP - 2011 - TJ-SP – Juiz – Adaptada) O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I. Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação; II. Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação. III. Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo improrrogável de trinta dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial; 7. (TRT 14R - 2008 - TRT - 14ª Região – Juiz – Adaptada) Considerando as proposições abaixo, considere-as certas ou erradas: I. Da sentença homologatória do plano de recuperação extrajudicial cabe recurso de apelação sem efeito suspensivo. II. Com a decretação da falência, os mandatos outorgados pelo devedor para a realização de negócios e representação judicial cessam os seus efeitos. III. O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções. 8. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Advogado - Adaptada) No dia 9 de fevereiro de 2005, foi editada a Lei nº 11.101, que veio a regular a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Dentre as inovações trazidas pela nova Lei, podemos afirmar que I. Desaparecem as concordatas preventiva e suspensiva. II. Foi criada a recuperação extrajudicial. III. Uma vez apresentado o pedido, o devedor tem até 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação dizendo de que forma vai se recuperar e pagar seus credores. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 5 9. (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz - Adaptada) Julgue as afirmativas sobre o Plano de Recuperação Judicial. I. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 2 (dois) anos para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. II. Quanto aos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos 4 (quatro) mesesanteriores ao pedido de recuperação judicial, o plano não poderá prever prazo superior a 90 (noventa) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador. III. O plano de recuperação judicial deverá conter: (I) discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; (II) demonstração de sua viabilidade econômica; e (III) laudo econômico- financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou por empresa especializada. 10. (TJ-SC - 2010 - TJ-SC - Juiz - Adaptada) Segundo a Lei n. 11.101/2005, que trata da Falência e da Recuperação da Empresa, julgue as proposições: I. Na falência os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. II. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para massa falida, mediante autorização do Comitê. O bem objeto da contratação poderá ser alienado a qualquer tempo, independentemente do prazo contratado, rescindindo-se, sem direito a multa, o contrato realizado, salvo se houver anuência do adquirente. III. Os créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias, antecedem aos créditos derivados da legislação do trabalho, mesmo os limitados a 150 salários mínimos por credor e os créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado, na ordem de classificação dos créditos. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 6 11. (BADESC – Advogado - FGV – 2010 – Adaptada) Com relação ao tema Efeitos da Decretação da Falência, considere as afirmativas a seguir. I. Os contratos bilaterais se resolvem ex lege pela decretação da falência, podendo ser cumpridos somente para a manutenção e preservação da massa falida, mediante autorização do administrador judicial. II. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão. III. A decretação da falência preserva o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais poderão permanecer na posse dos credores até o encerramento do processo falimentar. 12. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas - FGV – 2010 – Adaptada) Com relação à falência, analise as afirmativas a seguir. I. Na falência, não podem ser reclamados os créditos de obrigações a título gratuito. II. Na falência, não é atribuição da assembleia-geral de credores a constituição do Comitê de Credores. III. O prazo para o credor apresentar ao administrador judicial a sua habilitação ou a sua divergência quanto ao crédito relacionado é de 15 (quinze) dias, contados da publicação do Edital. 13. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV – 2010 – Adaptada) Com relação à recuperação judicial, analise as afirmativas a seguir. I. O processo de recuperação judicial aplica-se a todos os tipos de sociedade dotadas de personalidade jurídica. II. O plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor em Juízo no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 7 III. Segundo a Lei n.° 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, convolam-se em recuperação judicial os processos de concordata ajuizados antes do início de sua vigência. 14. (CONSULPLAN - Prefeitura de Itabaiana - SE - Advogado - 2010 - Adaptada) Sobre o tema Falência e Recuperação Judicial, julgue os itens abaixo: I. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada. II. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, vedada a pessoa jurídica especializada. III. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido, cabe apelação. 15. (CESPE - MPE-AM - Promotor de Justiça – 2007 - Adaptada) A instituição de juízo universal, atrativo das ações que envolvam o devedor falido, como previsto na Lei n.º 11.101/2005, é efeito notório da decretação da falência. Com relação a essa regra e suas exceções, julgue as seguintes afirmativas. I. As ações de competência da justiça do trabalho serão integralmente processadas nesse foro, cabendo ao juiz da execução requisitar ao juízo falimentar a quantia necessária para o pagamento dos valores apurados, ocorrendo o posterior adimplemento perante a justiça especializada. II. As ações em que a massa falida for autora, ou litisconsorte ativo, como, por exemplo, ação revocatória ou pedido de restituição, afastam a competência do juízo falimentar, nelas se adotando as regras fixadas pelas demais leis aplicáveis a cada caso. III. A cobrança de débitos patrimoniais do devedor falido, tal como o crédito decorrente de pensão alimentícia, será processada no juízo falimentar, ressalvadas as exceções legais. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 8 Questões de múltipla escolha 16. (TRT 1ª - Juiz do Trabalho Substituto - CESPE – 2010) De acordo com a Lei n.º 11.101/2005, que instituiu a recuperação judicial e extrajudicial da empresa e promoveu alterações na legislação falimentar, assinale a opção correta. a) A lei estabelece a venda parcial de bens da empresa recuperanda como uma das formas de recuperação judicial. Isso não impede que o adquirente desses bens seja sucessor, quanto às dívidas trabalhistas, da empresa em recuperação. b) Dada a indisponibilidade dos direitos de natureza trabalhista, o plano de recuperação da empresa não poderá propor a redução salarial e da jornada de trabalho como formas de recuperação, ainda que mediante acordo ou convenção coletiva. c) A execução trabalhista com penhora de bens anterior à declaração da falência determina a competência do juízo trabalhista, em detrimento do juízo universal, para o prosseguimento da execução. d) Nas deliberações tomadas na assembleia geral de credores, os votos dos pertencentes à classe dos credores trabalhistas têm peso proporcional ao valor do crédito. e) No processo de recuperação judicial, os titulares de créditos trabalhistas retardatários, assim entendidos aqueles habilitados fora do prazo estipulado, têm normalmente assegurado o direito de voto na assembleia geral de credores. 17. (BADESC – Advogado - FGV – 2010) Nos termos da Lei 11.101/05, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, no que tange ao Pedido de Restituição, assinale a afirmativa correta. a) A restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor, nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, poderá ser pedida se ainda não alienada. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 9 b) A sentença que reconhecer o direitodo requerente determinará a entrega da coisa no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. c) A apelação com efeito suspensivo da sentença que julgar o pedido de restituição, é cabível. d) O autor do pedido de restituição, que pretender receber o bem ou a quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença, não precisará prestar caução. e) O pedido de restituição não suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado. 18. (BADESC – Advogado - FGV – 2010) Constitui fundamento do pedido de falência, a hipótese de o devedor, no prazo estabelecido, deixar de cumprir: a) a obrigação assumida perante o Comitê de Credores. b) a obrigação assumida por meio de títulos de créditos, líquidos e certos. c) a obrigação assumida no plano de recuperação judicial. d) a obrigação assumida no processo de execução fiscal. e) a obrigação assumida no processo de execução extrajudicial. 19. (CAIXA – Advogado – CESPE – 2010) Assinale a opção correta no que concerne a recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária. a) No rol das ações excluídas do juízo universal da falência, estão aquelas não reguladas na lei falimentar em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. b) As ações de execução fiscal serão suspensas em razão do deferimento da recuperação judicial da sociedade empresária devedora. c) No processamento de recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários derivados da relação de trabalho não têm direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores. d) O administrador judicial deve ser, necessariamente, uma pessoa física que atue no ramo do direito, administração de empresas ou economia. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 10 e) A lei admite que a sociedade empresária devedora requeira sua recuperação judicial desde que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de um ano. 20. (TRT 21ª Região - Juiz do Trabalho 2ª Etapa – 2010) De acordo com a Lei n. 11.101/05, que dispõe sobre a recuperação judicial e falência de empresas, o prazo para o pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho, a ser observado no respectivo plano de recuperação: a) não poderá ser superior a um ano; b) não poderá ser maior que seis meses; c) não poderá ser superior a dezoito meses; d) não poderá ser superior a noventa dias, em relação aos créditos de natureza estritamente salarial; e) não poderá ser superior a sessenta dias, em relação aos créditos de natureza estritamente salarial e aqueles decorrentes de acidente de trabalho. 21. (Receita Federal - Auditor Fiscal - Prova 1 - ESAF – 2009) Assinale abaixo o crédito com maior prioridade na falência. a) Créditos com garantia real. b) Créditos fiscais, excetuadas as multas tributárias. c) Créditos com privilégio geral. d) Créditos quirografários. e) Créditos derivados da legislação trabalhista, nos limites legais. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 11 22. (AFEAM - Jurídica – Tarde - FUNCAB – 2009) A falência visa preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, sendo correto afirmar sobre o tema que: a) a decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis. b) são considerados créditos extraconcursais os decorrentes da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor. c) é cabível apelação da sentença que decreta a falência, e agravo de instrumento da sentença que julga improcedente o pedido de falência. d) somente o credor poderá requerer a falência do devedor. e) os contratos bilaterais sempre se resolvem com a decretação de falência. 23. (METRO - SP - Advogado Trainee - FCC – 2008) Quanto à sentença no procedimento de falência do devedor, é correto afirmar: a) Ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de cinco dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência. b) Fixará o termo legal da falência, podendo retroagi-lo até cento e vinte dias contados do pedido de recuperação judicial ou cento e oitenta dias do primeiro protesto por falta de pagamento. c) Da decisão que decreta a falência cabe apelação, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe agravo. d) Na mesma ação, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis, pelo pedido de falência, que agirem por culpa ou dolo. e) Quem por dolo ou culpa requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando- se as perdas e danos em ação própria. 24. (OAB - SP - 134º Exame de Ordem - CESPE – 2008) Segundo a Lei DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 12 n.º 11.101/2005, a condenação por crime falimentar a) impede o exercício de qualquer atividade empresarial pelo prazo de 5 anos, a contar do decreto da falência. b) não impossibilita o falido de gerir empresa por mandato. c) não impede exercício do cargo de gerência. d) impede o falido de exercer cargo ou função em conselho de administração. 25. (OAB - Exame de Ordem 2007.3 - CESPE – 2007) Os sócios da MN Serviços Ltda., pessoa jurídica que atua no ramo de prestação de serviços de limpeza e conservação, visando superar situação de crise econômico- financeira, deliberaram pela recuperação judicial da referida pessoa jurídica. Considerando a situação apresentada e as normas relativas à recuperação judicial das sociedades empresárias, assinale a opção correta. a) Para que a MN Serviços Ltda. possa requerer a recuperação judicial, é necessário que ela, no momento do pedido, esteja exercendo regularmente suas atividades há mais de cinco anos. b) Apenas os créditos vencidos do devedor, existentes na data do pedido, estarão sujeitos à recuperação judicial. c) A petição inicial da MN Serviços Ltda. deve ser instruída com as demonstrações contábeis relativas aos cinco últimos exercícios sociais. d) No ato em que for deferido o processamento da recuperação judicial da MN Serviços Ltda., deve ser nomeado administrador judicial, que pode ser pessoa física ou jurídica. 26. (PGE - SP - Procurador do Estado Nível I - FCC – 2009) NÃO são atribuições compreendidas na competência legal do comitê de credores da sociedade empresária em recuperação judicial: a) Escolher o administrador judicial e determinar o seu afastamento quando constado qualquer desvio de conduta. b) Fiscalizar as atividades do devedor e requerer ao juiz a convocação da DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 13 assembleia geral de credores. c) Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial e denunciar a qualquer tempo ao juiz o seu descumprimento. d) Apurar reclamações dos credores e zelar pelo bom andamento do processo. e) Opinar sobre a constituição de garantias reais e a alienação de bens do ativo permanente do devedor. 27. (TJ - SP – Magistratura – VUNESP - 16/08/2009) Conforme a Lei n.º 11.101, de 2005, a) o juiz decretará a falência do devedor quenão pague, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo protestado cujo valor ultrapasse o equivalente a trinta salários-mínimos na data do pedido de falência, mesmo se demonstrado vício no protesto. b) o juiz poderá decretar a falência pelo inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos do disposto em lei. c) desde que previsto no respectivo contrato, a decretação da falência de concessionária de serviços públicos implicará a extinção da concessão, na forma da lei. d) caso o contratante não tivesse, à época, conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, será considerado válido, em relação à massa falida, o ato a título gratuito praticado (dezoito) meses antes da decretação da falência. 28. (TJ - SP – Magistratura - VUNESP - 16/08/2009) É (são) ineficaz(es), em relação à massa falida, a) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. b) a renúncia à herança sem a intenção de fraudar credores. c) a renúncia ao legado, realizada desde 3 (três) anos antes da decretação da DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 14 falência. d) o pagamento, independentemente da respectiva forma, de quaisquer dívidas vencidas e exigíveis, realizado dentro do termo legal. 29. (SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão Tributária P2 - FCC – 2009) Ocorrendo decretação da falência, a) o devedor perde o direito de disposição, mas não o de administrar seus bens. b) serão exigíveis e terão classificação própria todas as despesas que os credores fizeram para tomar parte na falência. c) não fica prevento o juízo a que foi distribuída, podendo outros pedidos de falência ser ajuizados e distribuídos livremente. d) as ações trabalhistas passarão a ser processadas perante o juízo falimentar, que fará a classificação do respectivo crédito. e) haverá a suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. 30. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas - 2ª Prova - FGV – 2009 - Adaptada) A respeito da disciplina jurídica brasileira das empresas em crise, é correto afirmar que: a) estão sujeitos à disciplina da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empresas) os empresários, as sociedades empresárias, as instituições financeiras privadas, as sociedades seguradoras e as cooperativas de crédito. b) os sócios das sociedades limitadas estão sujeitos aos efeitos jurídicos da falência produzidos em relação à sociedade empresária falida. c) durante o procedimento de recuperação judicial, os administradores da sociedade podem ser mantidos em seus cargos com competência para a condução dos negócios sociais. d) o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor e aprovado pela unanimidade dos devedores, sob pena de ser decretada a falência. Gabarito DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 15 Questão 1: I – E, II – C, III – C. Questão 2: I – C, II – E, III – C. Questão 3: I – E, II – C, III – E. Questão 4: I – C, II – C, III – E. Questão 5: I – E, II – C, III – C. Questão 6: I – C, II – C, III – E. Questão 7: I – C, II – E, III – C. Questão 8: I – C, II – C, III – C. Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – C, II – C, III – E. Questão 11: I – E, II – C, III – E. Questão 12: I – C, II – E, III – C. Questão 13: I – E, II – C, III – E. Questão 14: I – C, II – E, III – C. Questão 15: I – E, II – E, III – C. Questão 16: E Questão 17: A Questão 18: C Questão 19: A Questão 20: A Questão 21: E Questão 22: A Questão 23: A Questão 24: D Questão 25: D Questão 26: A Questão 27: B Questão 28: A Questão 29: E Questão 30: C Comentários DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 16 1. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) Sobre o regime jurídico falimentar, julgue os itens abaixo: I. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: i) os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; ii) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; iii) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, incluindo-se as multas; iv) créditos com privilégio especial; v) créditos com privilégio geral; vi) créditos quirografários; vii) créditos subordinados. II. Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários. III. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os concursais, os créditos relativos a obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a mesma ordem estabelecida para os créditos concursais. Questão 1 A assertiva I está errada em razão de seu item “iii”, pois as multas não estão incluídas, como determina o art. 83, III, LRE. Já a assertiva II está correta, pois o §4º deste mesmo artigo afirma o mesmo. A assertiva III também está correta, por causa do art. 84, V, LRE. Esta questão trata exclusivamente da classificação dos créditos, de modo que se faz mister revisar esta matéria. A classificação dos créditos está disposta no art. 83 da LRE: Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 17 I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; IV – créditos com privilégio especial, a saber: a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; V – créditos com privilégio geral, a saber: a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; VI – créditos quirografários, a saber: a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII – créditos subordinados, a saber: a) os assim previstosem lei ou em contrato; b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. Fora estes, há ainda os créditos extraconcursais, que, como o próprio nome diz, não entram no concurso de credores e são pagos prioritariamente. Tendo conhecimento disto, podemos descrever cada categoria de forma minuciosa. A - Créditos Extraconcursais: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 18 Os créditos extraconcursais estão elencados no art. 84 da Lei nº 11.101/05. São as dívidas da massa falida. Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; II – quantias fornecidas à massa pelos credores; III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. Repare, candidato, que os tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação de falência também são extraconcursais. B – Créditos por acidentes de trabalho e créditos trabalhistas (art. 83,I): Frise-se que no próprio inciso I do art. 83 há o limite de 150 salários mínimos para os créditos derivados da legislação de trabalho. É oportuno registrar que o art. 151 da Lei nº 11.101/05 prevê que “os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários- mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa”. Todo crédito trabalhista que exceder a 150 salários-mínimos será considerado crédito quirografário. C – Créditos com garantia real, até o limite do bem gravado: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 19 A garantia real é aquela que recai sobre determinada coisa para o pagamento de uma dívida. Assim, se uma dívida de R$ 100.000,00 (cem mil reais) está garantida por um bem que vale, na realidade, somente R$ 70.000,00 (setenta mil reais), somente este último valor se enquadra na hipótese do inciso II do art. 83 da Lei de Falências. D – Créditos tributários, exceto as multas tributárias: Incluem-se nesta categoria os chamados créditos parafiscais, que são aquelas contribuições para entidades privadas que desempenham serviço de interesse social, como o SESI e SENAC. E – Créditos com privilégio especial: De acordo com o inciso IV do art. 83 da Lei nº 11.101/05, podemos citar o exemplo do autor da obra, pelos direitos do contrato de edição, nos termos do inciso VII, do art. 964 do Código Civil. F – Créditos com privilégio geral: Os créditos com privilégio geral são aqueles previstos no inciso V do art. 83 da Lei nº 11.101/05. G – Créditos quirografários: Pode-se afirmar que os credores quirografários constituem a grande parte das obrigações das sociedades falidas. São aqueles que não têm nenhum privilégio especial, tais como os portadores de títulos de crédito (um cheque, por exemplo) ou aqueles que tem direito a um crédito em virtude de um contrato. H – multas contratuais e penas pecuniárias por infração à legislação DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 20 penal ou administrativa, incluindo as tributárias. I – Créditos subordinados: As duas espécies de créditos subordinados (também chamados de créditos subquirografários) são os créditos dos sócios ou administradores sem vínculo empregatício e o crédito por debêntures subordinadas emitidas pela sociedade anônima falida (art. 58, parágrafo 4º da Lei nº 6.404/76). 2. (COPS-UEL - 2011 - PGE-PR - Procurador do Estado - Adaptada) Sobre o regime jurídico de Falência e Recuperação, julgue as seguintes assertivas: I. O devedor que preencher os requisitos para o pedido de recuperação judicial poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial, porém não se sujeitam à recuperação extrajudicial, além daqueles credores que não se sujeitam a recuperação judicial, os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho. II. O plano de recuperação extrajudicial poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas. III. O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de dois anos. Questão 2 O primeiro item está correto. Ele está de acordo com o §1º do art. 161. Já o item II não descreve a verdade. Ele contraria o §2º do mesmo artigo supra. O item III, por sua vez, está certo, pois compatibiliza-se com o §3º, também do mesmo artigo. O tema desta questão é a recuperação extrajudicial. Esta é uma forma DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 21 de desjurisdicionalizar o processo de recuperação de uma empresa, permitindo que o próprio interessado negocie com seus credores, diretamente, um plano para superar sua crise econômico-financeira. Compatível com o princípio da disponibilidade dos direitos, esta é uma forma salutar de recuperação empresarial, porém, por ser incompatível com este princípio, além dos credores já excluídos da recuperação judicial, a recuperação extrajudicial exclui os créditos trabalhistas (art. 161, §1º). Fora isso, qualquer um que esteja apto, poderá propor recuperação extrajudicial aos seus credores (art. 161), com as seguintes ressalvas: i) os credores não contemplados não podem ser prejudicados (art. 161, §2º, finis) e seus direitos não serão suspensos (art. 161, §4º); ii) não poderá, se houver recuperação judicial pendente ou houver sido homologado outro plano de recuperação judicial nos últimos dois anos (art. 161, §3º); iii) não comportará vencimento antecipado de dívidas (art. 161, §1º, incipiens). Nestes termos, o empresário poderá requerer a recuperação junto ao juízo competente, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram (art. 162). Poderá, ainda, requerer o pedido, mesmo sem a aprovação de todos os credores, desde que o plano seja assinado por credores que representem mais de três quintos de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos (art. 163). Neste último caso, nos termos do §6º do art. supra, além dos documentos do art. anterior, o devedor deverá anexar à sua petição: I – exposição da situação patrimonial do devedor; II – as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as levantadas especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do caputdo art. 51 desta Lei; e III – os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 22 extrajudicial, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial. Isto está disposto no art. 164, que apresenta as seguintes regras para a concessão ou não da homologação do plano: § 1º No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação. § 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito. § 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente poderão alegar: I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta Lei; II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; III – descumprimento de qualquer outra exigência legal. § 4º Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para que o devedor sobre ela se manifeste. § 5º Decorrido o prazo do §4º deste artigo, os autos serão conclusos imediatamente ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no prazo de 5 (cinco) dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, homologando-o por sentença se entender que não implica prática de atos previstos no art. 130 desta Lei e que não há outras irregularidades que recomendem sua rejeição. § 6º Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação dos credores que subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida. § 7º Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo. § 8º Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial. Homologado o plano, ele produzirá efeitos a partir deste ato, mas DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 23 podendo ser convencionado o contrário (art. 165 e §§). É importante notar que a não homologação do plano não convola em falência. 3. (VUNESP - 2008 - MPE-SP - Promotor de Justiça - Adaptada) Considere as assertivas seguintes: I. A sociedade cooperativa e a sociedade em nome coletivo não estão sujeitas a falência. II. Nos casos em que não couber no processo falimentar pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de opor embargos de terceiro. III. A declaração de ineficácia de atos em relação à massa falida depende da propositura de ação revocatória. Questão 3 O item I não está correto. A sociedade cooperativa, realmente, por sem sempre simples, não está sujeita à falência (art. 2º, II, LRE). Porém, a sociedade em nome coletivo é empresária, sujeitando-se ao Direito Falimentar. Já o item II está correto. Ele está de acordo com o art. 93 da Lei. O item III, no entanto, está errado. O parágrafo único do art. 29 informa que a ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo magistrado. Esta questão não trata de um único tema, mas de três: i) sujeitos passivos da falência; ii) pedido de restituição; iii) efeitos da falência em relação aos atos do falido. Prezado candidato, a falência é a execução concursal do devedor empresário insolvente, ou seja, nada mais é do que uma organização legal e processual de defesa coletiva dos credores em face da impossibilidade de poder o devedor comum saldar seus compromissos. É um procedimento disciplinado pela Lei nº 11.101/05 e que garante a execução coletiva dos bens do devedor empresário. Com efeito, deflagra-se um processo no qual concorrem todos os credores para arrecadar o patrimônio disponível, verificar os créditos e saldar o passivo em rateio, observadas as preferências legais. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 24 Por meio do processo de falência é possível garantir que todos os credores do devedor falido terão as mesmas chances para satisfazer seus respectivos créditos. A falência é, ao mesmo tempo, um estado no qual poderá encontrar- se o empresário insolvente, e um processo judicial de execução do patrimônio do devedor empresário. Já os pessoas naturais não empresárias e as sociedades simples não sofrem execução falimentar e sim um processo denominado insolvência civil, disciplinado pelo Código de Processo Civil. Para que se instaure o processo de falência, é necessária a existência de três pressupostos: Devedor sociedade empresária Insolvência Sentença declaratória de falência É importante sabermos que a LRE (a lei, e não o instituto jurídico da falência), não se aplica às seguintes pessoas jurídicas, conforme art. 2º: a) Empresa pública. b) Sociedade de economia mista. c) Instituição financeira pública ou privada. d) Cooperativa de crédito. e) Consórcio. f) Entidade de previdência complementar. g) Sociedade operadora de plano de assistência à saúde. h) Sociedade seguradora. i) Sociedade de capitalização. j) Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 25 Quanto ao segundo item, os bens do falido serão objeto de arrecadação, que consiste num ato determinado pelo juiz para constrição do patrimônio do devedor falido. Tal constrição atinge mesmo os bens que não se encontram na posse do falido, tais como os objetos de locação. É certo, contudo, que é possível que certos bens estejam na posse do falido, mas não sejam de propriedade deste. Neste caso, deverão ser observadas as regras previstas nos arts. 85 a 93 da Lei de Falências, na seção Do Pedido de Restituição. A regra fundamental deste pedido está estampada no art. 85: Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Isto significa que, caso um terceiro possua bem em posse do falido, poderá realizar o pedido de restituição. Este será feito na forma de petição ao juízo reclamado, fundamentando — ou seja, provando — a sua propriedade do bem e descrevendo-o. Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada. § 1º O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que,no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. § 2º Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, se necessária. § 3º Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença. A sentença que reconhecer o pedido determinará a entre do bem em 48 horas (art. 88). Negando-o, conforme o caso, incluirá o requerente no quadro- DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 26 geral de credores (art. 89). Desta sentença, caberá apelação sem efeito suspensivo (art. 90). O pedido indisponibiliza o bem até o seu trânsito em julgado (art. 87) e, além dos casos próprios de valores monetários, proceder-se-á à restituição em dinheiro se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição (art. 86 e incisos). Por último, temos a regra do art. 93, que determina, “nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil”. Esta última regra é que faz com que o item II esteja correto. O último item trata dos efeitos da declaração de falência em relação aos atos do falido. O objetivo da falência é proteger os ativos do falido no interesse dos credores. Assim, a Lei nº 11.101/05 previu hipóteses de revogação e de ineficácia de atos praticados antes da decretação da falência. Dessa forma, o art. 129 dispõe que são ineficazes em relação à massa falida: I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 27 VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. Em relação ao termo legal da falência, ele representa um ponto no tempo no qual, em tese, ocorreu a falência. Isto é, o termo legal é um lapso temporal que antecede a Falência. Tem que ser fixado pelo Juiz porque os atos praticados dentro deste intervalo de tempo serão investigados e se o devedor praticar qualquer ato elencado no art. 129, estes serão declarados ineficazes. Note, candidato, que a retroação máxima no tempo é de apenas 90 DIAS, contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento. O instituto da retroação da decretação da falência, já visto anteriormente, está intimamente ligado aos efeitos da decretação da falência em relação aos atos do falido. A partir da data, definida pelo juiz, do início da falência, todos os atos considerados como prejudiciais à massa falida subjetiva e a qualquer credor individual poderá ser invalidado. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. Destarte, os atos dispostos nos incisos do art. 129, acaso configurados, e que resultarem em prejuízo para a massa falida, serão anulados com a ressalva prevista no caput do citado artigo, qual seja: “tenha o contratante conhecimento ou não do estado falimentar do devedor, haja ou não intenção de fraudar credores”. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida, consoante previsão legal do art. 130. Trata-se da ineficácia subjetiva do ato. Nesse caso, a Lei nº 11.101/05 autoriza o juiz a determinar a revogação total do ato. Quem tem atribuição para provocar o juiz para revogar ou declarar a ineficácia do ato? O art. 132 soluciona essa questão quando prevê uma modalidade de ação específica, chamada de revocatória e que deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contados da decretação da falência. Esses são proponentes da ação, mas quem poderá ser réu na ação DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 28 revogatória? O art. 133 elenca aqueles que poderão responder pela ação, verbis: Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida: I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo. A competência para julgar a ação revocatória é a do juiz da falência, sendo que a sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. Essa é previsão do art. 136 da lei de falência. Ressalte-se que existe uma medida cautelar para preservar os bens da massa falida, em função de depreciação acelerada pelo uso inadequado, desgaste acima do normal devido à falta de cuidados, além de outras razões, que é o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros, na forma da lei processual civil. 4. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Adaptada) Julgue as assertivas abaixo, de acordo com o que dispõe a Lei 11.101/2005: I. A sociedade empresária sujeita-se à falência. II. A sociedade simples não se sujeita à falência. III. A sociedade em conta de participação sujeita-se à falência. Questão 4 DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 29 Esta questão trata, novamente, do sujeito passivo do processo falimentar e, pelo que já vimos, não apresenta mistérios. Os itens I e II são óbvios. Ambos estão certos pelo sistema imposto no art. 1º da LRE. Já o item III está errado, pois a sociedadeem conta de participação não é sociedade empresária, não sujeitando-se à falência. 5. (2007 - TJ-MG – Juiz - Adaptada) Julgue os itens abaixo. I. Os sócios da sociedade limitada declarada falida são considerados falidos. II. Com a decretação de falência, não pode o sócio da sociedade falida exercer direito de retirada ou receber o valor de suas quotas ou ações. III. Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir a restituição do bem alienado fiduciariamente. Questão 5 O primeiro item está errado, pois os sócios da sociedade ilimitada que serão também considerados falidos (art. 81). O item II está de acordo com o art. 116, II, portanto, correto. O item III está correto em razão do que dispõe o art. 85. Este último item trata do pedido de restituição, já visto anteriormente. Analisemos então dois primeiros. O assunto é sobre os efeitos da falência em relação aos sócios da sociedade falida. Com relação aos sócios das sociedades empresarias de responsabilidade ilimitada, esta sentença acarretará também a falência destes (art. 81). Também suspenderá o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis (art. 6º) e acarretará o vencimento antecipado das dívidas destes (art. 77). Por último, há a suspensão do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida (art. 116, II), assunto do item II. 6. (VUNESP - 2011 - TJ-SP – Juiz – Adaptada) O juiz decretará a falência DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 30 durante o processo de recuperação judicial: I. Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação. II. Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação. III. Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo improrrogável de trinta dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial. Questão 6 O assunto, agora, é a convolação da recuperação judicial em falência. O item I encontra-se correto, pois está de acordo com o art. 73, III. O item II, igualmente, pois compatibiliza-se com o art. 73, IV. Já o item III, está errado, pois o prazo é de sessenta dias, conforme determina o art. 53. A convolação da recuperação judicial em falência não envolve mistérios. A Lei informa os casos específicos em vários trechos e o art. 73 sintetiza todos eles: i) não apresentação do plano no prazo determinado (60 dias do deferimento do pedido); ii) não aprovação do plano; e iii) descumprimento de qualquer obrigação pactuada no plano aprovado. Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei; IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. O artigo é um pouco confuso, pois apresenta quatro opções, mas, na DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 31 verdade, o inciso I fala do meio de rejeição e o inciso III da própria rejeição. Ou seja, ambos estão referindo-se a mesma hipótese — rejeição do plano pela assembleia geral de credores. O parágrafo único informa que créditos não sujeitos à recuperação e os já vistos atos de falência são passíveis de decretar a quebra do empresário, mesmo estando em recuperação. Há ainda a regra do art. 74 que informa que os atos realizados durante a recuperação, na forma da lei, presumem-se válidos. É claro que se trata de presunção relativa. Convolada a recuperação em falência, esta prosseguirá normalmente, tal qual como já vimos quando tratando deste instituto; em nada se diferindo de uma falência regular. 7. (TRT 14R - 2008 - TRT - 14ª Região – Juiz – Adaptada) Considerando as proposições abaixo, considere-as certas ou erradas: I. Da sentença homologatória do plano de recuperação extrajudicial cabe recurso de apelação sem efeito suspensivo. II. Com a decretação da falência, os mandatos outorgados pelo devedor para a realização de negócios e representação judicial cessam os seus efeitos. III. O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções. Questão 7 Esta questão aborda diferentes assuntos. O item I está de acordo com o §7º do art. 164, portanto está correto. Este tem já foi tratado, não demandando demais explicações. O item II trata dos efeitos da declaração de falência sobre os mandatos outorgados pelo falido e está errado, pois, embora os mandatos para a realização de negócios percam seus efeitos (art. 120), os de representação judicial, não (art. 120, §1º). Além destas regras, o art. 120, §2º, também dispõe que “para o falido, DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 32 cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial”. O item III também já foi tratado e está correto em razão do que dispõe o art. 161, §4º. 8. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Advogado - Adaptada) No dia 9 de fevereiro de 2005, foi editada a Lei nº 11.101, que veio a regular a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Dentre as inovações trazidas pela nova Lei, podemos afirmar que I. Desaparecem as concordatas preventiva e suspensiva. II. Foi criada a recuperação extrajudicial. III. Uma vez apresentado o pedido, o devedor tem até 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação dizendo de que forma vai se recuperar e pagar seus credores. Questão 8 Esta questão trata de inovações surgidas com a Lei nº 11.101/2005, a nova Lei de Recuperação de Empresas e Falências (LRE). O item I está correto, pois o instituto das concordatas não existe mais no Direito Brasileiro. As regras de transição estão dispostas neste artigo: Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945. § 1o Fica vedada a concessão de concordata suspensiva nos processos de falência em curso, podendo ser promovida a alienação dos bens da massa falida assim que concluída sua arrecadação, independentemente da formação do quadro-geral de credores e da conclusão do inquérito judicial. § 2o A existência de pedido de concordata anterior à vigência desta Lei não obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 33 descumprido obrigação no âmbito da concordata,vedado, contudo, o pedido baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei. § 3o No caso do § 2o deste artigo, se deferido o processamento da recuperação judicial, o processo de concordata será extinto e os créditos submetidos à concordata serão inscritos por seu valor original na recuperação judicial, deduzidas as parcelas pagas pelo concordatário. § 4o Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua vigência resultantes de convolação de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais se aplica, até a decretação, o Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945, observado, na decisão que decretar a falência, o disposto no art. 99 desta Lei. § 5o O juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento de bens imóveis ou móveis a fim de evitar a sua deterioração, cujos resultados reverterão em favor da massa. O item II está correto, igualmente. A recuperação extrajudicial não existia na antiga Lei e surgiu com a L. 11.101/2005. O item III também está correto, pelo que dispõe o art. 53. Já tratamos da recuperação extrajudicial e veremos, agora, um pouco da recuperação judicial. Prezado candidato, a melhor definição do objetivo da recuperação judicial encontra-se na própria Lei: A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Este instrumento jurídico à disposição do empresário tem como meta garantir a manutenção da empresa. Seu objetivo não será, necessariamente, satisfazer todos os credores, mas superar uma situação de crise econômico- financeira do devedor. Isto é feito por meio de um plano de recuperação empresarial. A LRE apresenta algumas opções, mas o rol não é taxativo. Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 34 I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI – aumento de capital social; VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV – emissão de valores mobiliários; XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. § 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. § 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial. Porém, para requerer a recuperação judicial, a Lei impõe alguns requisitos, estampados em seu art. 48. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 35 Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. Fora isso, ultrapassando esta etapa, estarão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, como determina o art. 49 da LRE. Porém, há algumas ressalvas a serem feita. Primeiro, os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso (art. 49, §2º, LRE). Conforme o §2º do art. 49, as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. O §3º, do mesmo artigo, determina que credores titulares da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio não se submetem à recuperação judicial. Por último, o credor de contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728/1965, também não se submetem à DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 36 recuperação judicial, como manda o §4º do art. 49. O plano de recuperação é feito por petição ao juízo competente, com os documentos necessários anexados. Obviamente, só o empresário ou sociedade empresária podem pedir recuperação judicial, pois a regularidade do devedor no Registro de Empresas é um requisito, como se verá no rol infra. Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstraçãodo resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 37 respectivos valores demandados. § 1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. § 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica. § 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. Recebido o pedido, caberá ao juiz averiguar as formalidades da requisição, não cabendo entrar no mérito, pois serão os credores que deverão aprovar o plano ou não. Vistas as regularidades do pedido, entre outras coisas que serão vistas abaixo, caberá ao juiz nomear o administrador judicial e expedir edital, com resumo do pedido e da decisão, rol dos credores e condições para habilitação dos créditos, cujo processamento veremos posteriormente. É importante ressaltar que é vedado ao devedor requerente do pedido desistir da recuperação judicial. Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 38 tiver estabelecimento. § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. § 2o Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2o do art. 36 desta Lei. § 3o No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. § 4o O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores. O plano de recuperação judicial não é apresentado em conjunto com a petição inicial. Deferido o pedido, o recuperando terá sessenta dias para apresentar o plano, descrevendo minuciosamente os meios pelos quais pretende recuperar-se, e nisto está a resposta para o item III. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 39 manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. 9. (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz - Adaptada) Julgue as afirmativas sobre o Plano de Recuperação Judicial. I. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 2 (dois) anos para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. II. Quanto aos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos 4 (quatro) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial, o plano não poderá prever prazo superior a 90 (noventa) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador. III. O plano de recuperação judicial deverá conter: (I) discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; (II) demonstração de sua viabilidade econômica; e (III) laudo econômico- financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou por empresa especializada. Questão 9 O primeiro e o segundo itens estão errados. Complementando o que vimos anteriormente, há limitação expressa para a satisfação dos créditos trabalhistas. Conforme o art. 54, o plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a um ano para pagamento
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