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Aula 34 Direito Empresarial Aula 03

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DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
1 
Prezado candidato, 
Estamos de volta para dar continuidade aos nossos exercícios acerca da 
matéria de Direito empresarial para o concurso de Analista Judiciário – Área 
Judiciária – STJ. 
Hoje trabalharemos a disciplina do Direito Societário. Considerando a 
extensão e a relevância da matéria, o tema será dividido em duas etapas. 
Nesta primeira aula, abordaremos os seguintes assuntos: 
 
Disciplinas 
Sociedade empresária, conceito, terminologia, ato constitutivo; 
sociedades simples e empresárias; personalização da sociedade 
empresária; classificação das sociedades empresárias; sociedade 
irregular; teoria da desconsideração da personalidade jurídica; 
desconsideração inversa; regime jurídico dos sócios; sociedade 
limitada; tipos societários menores: em nome coletivo, em 
comandita simples, em comandita por ações; administração das 
sociedades contratuais; dissolução, liquidação e extinção das 
sociedades contratuais. 
 
É relevante ressaltar que esta aula encontra-se dividida em duas partes. 
A primeira apresenta questões na forma certo/errado, retiradas de provas das 
mais diversas bancas ou por nós elaboradas, enquanto a segunda é composta 
por questões de múltipla escolha. Ao fim de cada parte, é apresentado o 
gabarito dos exercícios com os respectivos comentários acerca dos enunciados. 
Ademais, para um entendimento mais profundo da matéria e melhor 
consolidação do conteúdo cobrado no edital, também iremos trazer à baila 
alguma teoria sobre os temas que estão sendo discutidos, com referência à 
doutrina e à respectiva legislação. 
Registre-se, por fim, que o número de questões relativas a cada tópico é 
determinado de acordo com a importância dos respectivos temas e com a 
frequência em que são cobrados em concursos públicos. Outrossim, algumas 
questões também tratam de tópicos vistos no encontro passado, tendo em 
vista a relação com o que está sendo estudado nesta aula, além de reforçar o 
que já foi debatido. 
E então candidato, vamos aos trabalhos? 
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
2 
AULA 2 
Responda Certo ou Errado 
 
1. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às 
diversas afirmativas abaixo, considere-as certas ou erradas: 
 
I – A sociedade por ações será sempre considerada empresária, 
independentemente do seu objeto. 
II – O Código Civil institui a divisão entre sociedades simples e sociedades 
empresárias, afastando a antiga classificação em sociedades civil e sociedades 
comerciais. 
III – A sociedade que tenha como objeto o exercício da atividade rural sempre 
será equiparada à sociedade simples. 
 
2. (FCC – Procurador do Município/SP, 2008, adaptada) Classificam-se 
como sociedades personificadas as sociedades: 
 
I – Limitada e a em comandita por ações. 
II – Em comum e a em conta de participação. 
III – Em nome coletivo e a em comandita simples. 
 
3. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) E verdadeiro afirmar, 
no tocante à sociedade em conta de participação, que: 
 
I – Excepcionalmente a sociedade em conta de participação poderá adquirir 
personalidade jurídica, desde que seu instrumento seja inscrito no respectivo 
registro. 
II – O sócio participante responde exclusivamente perante o sócio ostensivo, 
não se obrigando perante terceiros. 
III – As normas relativas às sociedades simples aplicam-se, subsidiariamente e 
no que for compatível, às sociedades em conta de participação. 
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
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3 
4. (FCC – Promotor de Justiça/CE, 2009, adaptada) A sociedade 
empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado. 
Considerando esta afirmativa, julgue os itens abaixo: 
 
I – A sociedade empresária possui responsabilidade patrimonial, ou seja, tem 
patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual 
de seus sócios. 
II – A sociedade empresária titularidade processual, isto é, pode demandar e 
ser demandada em juízo. 
III – Há responsabilização patrimonial, solidária e direta dos sócios de uma 
sociedade empresária, em relação aos credores, pelo eventual prejuízo 
causado pela sociedade. 
 
5. (FCC – Auditor Fiscal/SP, 2007, adaptada) Uma sociedade limitada, 
com dois sócios, teve seus atos constitutivos assinados, mas não arquivados 
no órgão competente. Não obstante a falta de arquivamento, iniciou-se a 
operação empresarial. De acordo com o contrato social, os sócios podiam 
praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos no objeto da sociedade. 
Julgue os seguintes itens: 
 
I – Mesmo a sociedade não possuindo personalidade jurídica, seus bens e 
dívidas constituem seu patrimônio. 
II – Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer 
dos sócios, em qualquer circunstância. 
III – Na eventualidade de a sociedade contrair dívidas de natureza civil, o 
respectivo credor poderá satisfazer-se com os bens sociais ou dos sócios, 
indiscriminadamente, excluído do benefício de ordem aquele que contratou 
pela sociedade. 
 
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
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6. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Há mais de dez anos, 
Jorge e Matias, ambos juridicamente plenamente capazes, constituíram 
sociedade limitada para desenvolver o comércio de carnes em Petrópolis. 
Apesar de eles terem elaborado contrato de sociedade por escrito, tal contrato 
nunca foi levado a registro na Junta Comercial competente. Considerando as 
informações acima, é correto afirmar que: 
 
I – A sociedade não tem personalidade jurídica, mas os bens e dívidas sociais 
constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. 
II – A sociedade é inexistente. 
III – A sociedade existe, é válida e possui personalidade jurídica. 
 
7. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às 
diversas afirmativas apresentadas abaixo, julgue-as: 
 
I – as sociedades em conta de participação não adquirem personalidade 
jurídica, ainda que seu instrumento seja inscrito no devido registro. 
II – tanto na sociedade em comum como na sociedade em conta de 
participação, os sócios só podem provar sua existência por escrito. 
III – na sociedade em conta de participação há duas espécies de sócios: o 
sócio ostensivo e o sócio participante. Este último responde exclusivamente 
perante o primeiro. 
 
8. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacional/AGU, 2006, adaptada) Com 
relação à desconsideração da personalidade jurídica, julgue os itens abaixo. 
 
I – A decisão pela desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz 
nos termos do Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício. 
II – De acordo com o entendimento dominante no Superior Tribunal de Justiça, é 
necessária ação judicial autônoma para a desconsideração da pessoa jurídica. 
III - O entendimento predominante na jurisprudência pátria é no sentido de que, 
sendo deferida a desconsideração da personalidade jurídica, a execução não pode 
atingir a todos os sócios indistintamente, mas apenas os que deram causa ao ato 
que levou à desconsideração. 
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PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA 
 
 
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5 
9. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Sobre a desconsideração 
da personalidade jurídica, julgue as seguintes afirmativas. 
 
I – Implica a extinção da pessoa jurídica. 
II – Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação na 
legislação nacional. 
III – Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares 
dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no 
Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de 
Defesa da Concorrência). 
 
10. (FGV – Auditor/TCM-RJ, 2008, adaptada) Julgue os itens abaixo: 
 
I – A personalidade jurídica das sociedades se inicia com a sua constituição e 
início das atividades. 
II – As sociedades em comum respondem perante terceiros pelas obrigações 
contraídas. 
III – O capital social de uma sociedade limitada pode ser formado por quotas de 
valores diferentes. 
 
11. (COPS-UEL - PGE-PR, 2011, adaptada) Sobre o regime jurídico das 
sociedades no Código Civil de 2002, julgues os itens abaixo: 
 
I – no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo se o contrato 
dispuser diferentemente, se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da 
sociedade ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio 
falecido. 
II – além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se 
da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais 
sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, 
provando judicialmente justa causa. 
III – pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos 
demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por 
incapacidade superveniente. 
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12. (CESGRANRIO - Petrobrás - Advogado, 2011, adaptada) Com relação 
às sociedades empresárias, analise as afirmações a seguir, respondendo certo ou 
errado. 
 
I - Na sociedade limitada, os sócios, com a integralização do capital social, 
respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. 
II - Na sociedade em nome coletivo, todos os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, 
respondem limitadamente pelas obrigações sociais. 
III - As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada, são 
constituídas por contrato social. 
 
13. (FMP-RS - TCE-RS - Auditor Público Externo, 2011, adaptada) 
Considere as assertivas I a III, assinalando se estão corretas ou erradas. 
 
I. As sociedades chamadas em comum são sociedades não personificadas porque 
não tiveram seus atos sociais levados ao registro público competente, motivo 
pelo qual não têm personalidade jurídica. 
II. Existem dois subtipos de sociedade por cotas de responsabilidade limitada: 1. 
as sujeitas ao regime da regência supletiva da sociedade simples; 2. as sujeitas 
ao regime supletivo das sociedades anônimas. 
III. A sociedade em conta de participação tem personalidade jurídica mediante 
registro dos atos sociais. 
 
14. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011, 
adaptada) No que tange as sociedades limitadas, analise as assertivas abaixo, 
respondendo certo ou errado: 
 
I. A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for 
superior a dez. 
II. Os sócios poderão integralizar o capital social com bens ou serviços. 
III. As deliberações sociais obrigam os dissidentes, mas não obrigam os 
ausentes. 
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15. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011) 
De acordo com o que estabelece o capítulo Da Sociedade Simples do Código Civil 
brasileiro, julgue os itens abaixo. 
 
I. As obrigações dos sócios começam a partir da inscrição do contrato social no 
Registro competente. 
II. O contrato social da sociedade simples deve ser inscrito no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas do local de sua sede. 
III. A formação da maioria absoluta é determinada por votos correspondentes a 
mais da metade dos sócios presentes na assembleia e/ou reunião de sócios. 
 
Questões de múltipla escolha 
 
16. (ESAF – Auditor do Tesouro Municipal/Recife, 2003) Nos termos do 
Código Civil, as sociedades são classificadas: 
 
A – empresárias e simples. 
B – de pessoas e de capitais. 
C – unipessoais e pluripessoais. 
D – grupadas e isoladas. 
E - com finalidade econômica e com finalidade religiosa ou cultural. 
 
17. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Em relação às 
disposições legais previstas no Código Civil a respeito das sociedades, pode-se 
afirmar que: 
 
A – tanto a sociedade limitada quanto a sociedade anônima podem ser 
consideradas sociedades simples. 
B – independente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade 
cooperativa. 
C – a sociedade adquire personalidade a partir do momento em que os sócios 
firmam o contrato social. 
D – as sociedades em comum e as sociedades em conta de participação são 
consideradas sociedades não personificadas. 
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E – o mesmo regime jurídico aplicável às sociedades em comum também se 
aplica às sociedades em conta de participação e, deste modo, em ambos os casos 
todos sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
 
18. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Em relação às 
afirmativas abaixo acerca da sociedade em comum, marque a alternativa correta: 
 
I – todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações da 
sociedade em comum. 
II – poderão ser executados os bens particulares dos sócios que contratarem pela 
sociedade em comum, ainda que não tenham sido executados os bens sociais. 
III – a existência da sociedade em comum só poderá ser provada por escrito, 
tanto pelos sócios quanto por terceiros. 
 
A – somente as alternativas I e II estão corretas. 
B – todas estão corretas. 
C – somente as alternativas I e III estão corretas. 
D – somente a alternativa I está correta. 
E – todas as alternativas estão incorretas. 
 
19. (ESAF – Advogado da União/AGU, 1998) A doutrina da desconsideração 
da personalidade jurídica (disregard doctrine) tem como finalidade: 
 
A – apurar fraudes. 
B – alterar o centro de imputação. 
C – tutelar consumidores e fisco. 
D – tutelar credores voluntários. 
E - aperfeiçoar o regime de responsabilidade civil. 
 
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20. (ESAF – Agente Tributário/MT, 2001) A desconsideração da 
personalidade jurídica: 
 
A – abrange a firma individual, caso tenha ocorrido confusão patrimonial. 
B – alcança os bens de todos os sócios, indistintamente, toda vez que há 
abuso da personalidade. 
C – acarreta a falência da sociedade que tiver título protestado. 
D – não extingue a pessoa jurídica. 
E - depende de previsão legal expressa para que possa ser aplicada. 
 
21. (ESAF – Promotor de Justiça/Ceará, 2001) A teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica altera a imputação, quando o 
empresárioutiliza a pessoa jurídica: 
 
A – visando a lucros extraordinários. 
B – para limitar direitos trabalhistas. 
C – para separar patrimônios. 
D – para fraudar credores. 
E - para pôr no mercado produtos defeituosos. 
 
22. (FUNIVERSA – Analista Pleno/APEX-Brasil, 2006) A superação ou 
desconsideração da personalidade jurídica: 
 
A – não é aceita em nosso Direito. 
B – é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal, e não nos de 
responsabilidade civil dos dirigentes. 
C – tem aplicação restrita às relações de consumo. 
D – não tem aplicação em sociedades anônimas. 
E - foi desenvolvida pela jurisprudência e já se encontra incorporada em nosso 
Direito, tendo como pressuposto a fraude e o abuso de direito. 
 
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23. (FGV - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3, 2012) A respeito das 
sociedades limitadas, assinale a alternativa correta. 
 
A - A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo Código 
Civil, será regida pela Lei 6.404/1976. 
B - A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para outro 
quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização estatutária. 
C - A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas 
no contrato social ou em ato separado. 
D - Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a destituição 
dos administradores. 
 
24. (VUNESP - OAB-SP - Exame de Ordem - 3, 2007) É correto afirmar 
que a instituição do conselho fiscal de uma sociedade empresária limitada é 
 
A - facultativa, devendo o conselho ser composto por, no mínimo, 5 membros 
e respectivos suplentes, sócios, ou não, e residentes no país. 
B - obrigatória, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 3 membros 
e respectivos suplentes, não-sócios e residentes no país. 
C - facultativa, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 3 membros 
e respectivos suplentes, sócios, ou não, e residentes no país. 
D - obrigatória, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 5 membros 
e respectivos suplentes, não-sócios e residentes no país. 
 
25. MPE-SP - MPE-SP - Promotor de Justiça, 2011) A respeito de 
sociedades, a única alternativa correta é: 
 
A - as sociedades comuns e em comandita simples são personificadas, sendo 
ilimitada a responsabilidade dos sócios. 
B - nas sociedades em conta de participação, respondem perante terceiros o 
sócio ostensivo e o participante, e sua personalidade jurídica tem início com o 
registro do contrato social. 
C - a dissolução judicial da sociedade simples somente pode ser requerida pelo 
sócio ou sócios majoritários, sendo que a apuração dos haveres depende de 
balanço especial. 
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D - na sociedade limitada, as deliberações para alteração do contrato social 
são tomadas pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital 
social. 
E - nas sociedades cooperativas, a responsabilidade dos sócios é limitada, 
sendo que as matérias atinentes ao capital social somente podem ser votadas 
por votos correspondentes a dois terços do capital social. 
 
26. (Defensoria Pública/SP – FCC, 2007) Sociedade de pessoas voltadas à 
consecução de atividades econômicas em que todos os sócios, pessoas físicas, 
responderão, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, podendo os 
bens particulares dos sócios responder por débitos da sociedade. O enunciado 
refere-se a 
 
A – cooperativa. 
B – sociedade em nome coletivo. 
C – sociedade em conta de participação 
D – sociedade simples. 
E – sociedade em comandita simples. 
 
27. (AFT – ESAF, 2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, assinale a 
opção correta. 
 
A – Os sócios podem realizar suas quotas mediante prestação de serviços. 
B – Não integralizada a quota do sócio remisso, os outros sócios podem 
tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, nos termos da lei. 
C – O capital pode ser dividido somente em quotas iguais. 
D – As quotas são consideradas divisíveis em relação à sociedade. 
E – Pela exata estimação dos bens dados em realização das quotas responde 
apenas o respectivo sócio. 
 
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28. (FCC – Procurador do Estado/SE, 2005) Dois médicos 
constituíram uma sociedade, sob a forma limitada, para exercício conjunto 
da profissão em caráter não empresarial, e registraram-na na Junta 
Comercial. A sociedade 
 
A – não adquiriu personalidade jurídica, porque o registro é irregular, e os 
sócios são pessoalmente responsáveis pelas dívidas sociais. 
B – automaticamente torna-se empresária pelo registro na Junta Comercial, 
independentemente do caráter do exercício da atividade. 
C – não poderia ter adotado a forma limitada, que é privativa das sociedades 
empresárias. 
D – rege-se somente pelas regras relativas à sociedade simples, mesmo tendo 
adotado a forma limitada. 
E - é na verdade empresária, pois toda sociedade prestadora de serviços tem 
essa natureza. 
 
29. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) – No tocante à 
teoria da desconsideração da personalidade jurídica, é incorreto afirmar que: 
 
A – está expressamente prevista no Código Civil de 2002 e em outros diplomas 
normativos. 
B – quando aplicada, extingue a pessoa jurídica. 
C – deve ser aplicada pelo juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir no processo. 
D – quando aplicada, permite que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou 
sócios da pessoa jurídica. 
E – tem como pressuposto o abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
 
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30. (VUNESP – Fiscal de Rendas/SP, 1997) Dentre os requisitos essenciais 
para o reconhecimento legal das sociedades comerciais encontra-se a 
matrícula, ou seja, o registro na Junta do Comércio. Assinale a alternativa que 
indica a sociedade que constitui exceção a tal regra: 
A – sociedade em comandita simples. 
B – sociedade de capital indústria. 
C – sociedade em conta de participação. 
D – sociedade em nome coletivo. 
E – sociedade anônima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito 
 
Questão 1: I – C, II – C, III – E. Questão 2: I – C, II – E, III – C. 
Questão 3: I – E, II – C, III – C Questão 4: I – C, II – C, III – E. 
Questão 5: I – E, II – E, III – C. Questão 6: I – C, II – E, III – E. 
Questão 7: I – C, II – E, III – C. Questão 8: I – C, II – E, III – C. 
Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – E, II – C, III – C. 
Questão 11: I – C, II – C, III – C. Questão 12: I – C, II – E, III – C. 
Questão 13: I – C, II – C, III – E. Questão 14: I – C, II – E, III – E. 
Questão 15: I – E, II – C, III – E. Questão 16: A 
Questão 17: D Questão 18: A 
Questão 19: B Questão 20: B 
Questão 21: CQuestão 22: E 
Questão 23: C Questão 24: C 
Questão 25: D Questão 26: B 
Questão 27: B Questão 28: A 
Questão 29: B Questão 30: C 
 
 Comentários 
 
1. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às 
diversas afirmativas abaixo, considere-as certas ou erradas: 
 
I – A sociedade por ações será sempre considerada empresária, 
independentemente do seu objeto. 
II – O Código Civil institui a divisão entre sociedades simples e sociedades 
empresárias, afastando a antiga classificação em sociedades civil e sociedades 
comerciais. 
III – A sociedade que tenha como objeto o exercício da atividade rural sempre 
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ 
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será equiparada à sociedade simples. 
 
Comentários à questão 1 
A primeira afirmativa encontra respaldo na legislação, de acordo com o 
texto legal insculpido no parágrafo único do art. 982 do Código Civil. Os 
desdobramentos teóricos desta assertiva serão tratados na próxima aula, 
quanto nos aprofundaremos no estudo das sociedades de capital. 
A segunda assertiva também está correta, considerando que não mais se 
utiliza a antiga distinção que se fundava no objeto civil ou comercial da 
sociedade, adotando-se a teoria da empresa. Sobre isto, já tecemos as 
considerações teóricas na aula passada. 
 A terceira afirmativa é incompatível com a redação do art. 984 do 
Código Civil, que prevê que a sociedade que exercer atividade rural poderá ser 
equiparada à sociedade empresária, desde que requeira sua inscrição na Junta 
Comercial, nos termos do referido dispositivo legal. 
Como vimos na aula anterior, o Código Civil de 2002 adotou a teoria da 
empresa, de origem italiana, passando a enfatizar a atividade econômica 
organizada. O Código Civil de 2002 considera como sendo empresário 
(individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966). 
Contudo, devido às peculiaridades da atividade rural, é permitido que 
esta se inscreva, opcionalmente, na junta comercial. É importante frisar que o 
exercente de atividade rural só será empresário caso se registre na junta 
comercial. Deste modo, sua inscrição tem caráter constitutivo e não 
meramente declaratório, como nos outros casos, nos quais o exercente de 
qualquer outra atividade econômica será considerado empresário irregular, 
mas não deixará de ser empresário. 
 
2. (FCC – Procurador do Município/SP, 2008, adaptada) Classificam-se 
como sociedades personificadas as sociedades: 
 
I – Limitada e a em comandita por ações. 
II – Em comum e a em conta de participação. 
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III – Em nome coletivo e a em comandita simples. 
 
Comentários à questão 2 
Os itens I e III estão corretos, pois todos estes tipos societários possuem 
personalidade jurídica e encontram-se no subtítulo Da sociedade personificada 
do Código Civil. 
O item II, porém, está errado, pois a sociedade em comum e a 
sociedade em conta de participação não possuem personalidade jurídica e 
encontram-se no subtítulo Da sociedade não personificada do mesmo Código. 
A formação da personalidade jurídica das sociedades ocorre com a 
inscrição no respectivo registro, nos termos dos arts. 45 e 985 do Código 
Civil. Assim, a sociedade empresária adquirirá personalidade jurídica após o 
arquivamento de seus contratos ou atos constitutivos na Junta Comercial. 
Frise-se que parte da doutrina entende que o encontro da vontade dos 
sócios já seria suficiente para criação da personalidade jurídica. José Edwaldo 
Tavares Borba afirma que embora, “segundo o Código Civil, as sociedades só 
adquiram personalidade com a inscrição no registro próprio (art. 985), na 
verdade adquirem-na com a sua constituição, tanto que terceiros podem 
provar a existência da sociedade não inscrita” (art. 987). 
Data venia ao ilustre doutrinador, esta afirmação não está em harmonia 
com a legislação. Ele está falando de um ente despersonificado, que é 
chamada sociedade em comum e o que os terceiros poderão provar é a 
existência da sociedade e não a existência da pessoa jurídica, que são 
conceitos que não se confundem. 
 Provando esta existência, esta sociedade terá tanta personalidade 
quando um espólio, um condomínio ou uma massa falida. Ela poderá ser parte 
de um processo, assim como estes outros entes, mas que também não 
possuem personalidade jurídica. Vejamos o que diz o Código de Processo 
Civil: 
 
Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: [...] 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, 
ou, não os designando, por seus diretores; 
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17 
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem 
couber a administração dos seus bens [...]. 
 
Como se pode ver claramente, o Direito discrimina claramente uma 
pessoa jurídica — criação da lei — de uma sociedade — um fato social 
— sem personalidade jurídica. 
O que o ilustre doutrinador supra parece pretender é posicionar-se de 
acordo com a teoria realista das pessoas jurídicas, pela qual estas possuem 
realidade anterior ao Direito e este deve apenas reconhecê-las. A esta teoria 
opõe-se a teoria da ficção, pela qual as pessoas jurídicas são meras criações 
intelectuais humanas e, para o mundo jurídico, só adquirem esta 
personalidade na forma da Lei. 
Tudo o que o prezado candidato precisa guardar é que o Direito 
Brasileiro adotou um posicionamento misto em relação a esta teoria: 
� O Direito reconhece sociedades como produto dos fatos sociais e 
estas sociedades podem ser partes eu um litígio, tanto ativa quanto 
passivamente (teoria realista). 
� O Direito só concede personalidade jurídica às sociedades que se 
constituírem de acordo com as formalidades da Lei (teoria da 
ficção). 
Porém, o Direito Brasileiro adota a teoria da ficção, no que concerne os 
benefícios da atividade empresarial, e uma sociedade não personalizada 
poderá até atuar, mas será uma sociedade irregular. 
De acordo com o texto lapidado no art. 986 do Código Civil, “enquanto 
não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações 
em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e 
no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples”. 
Destarte, tais sociedades encontram-se em situação irregular. Adotando 
a nomenclatura apresentada pelo Código Civil, tais sociedades devem ser 
chamadas de sociedades em comum. Optamos por tratar deste assunto 
neste capítulo, justamente pela ligação com a questão da personalização das 
sociedades. 
Essa irregularidade gera algumas consequências previstas no 
ordenamento jurídico, sendo a principal delas a impossibilidade dos sócios 
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se beneficiarem da limitação de responsabilidade, tendo em vista o 
disposto no art. 990 do Código Civil, que prevê que todos os sócios 
respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
É relevante notar que aquele sócio que contratou em nome da sociedade 
em comum fica excluído do benefício previsto no art. 1024 do CC, segundo o 
qual os bens dos sócios só poderiamser executados após a execução dos bens 
da sociedade. Ou seja, aquele que contrata em nome sociedade irregular pode 
ter seus bens executados antes ou em conjunto com os da sociedade. 
Como vemos no art. 987, terceiros podem provar a existência da 
sociedade comum por qualquer meio admitido em direito. Já para os sócios, 
vigora a regra de que, entre si ou com terceiros, a existência da sociedade 
deve ser provada por escrito. 
Pode-se destacar que as sociedades em comum também não terão 
acesso à recuperação judicial, nem terão autorização para requerer falência, 
nos termos da legislação falimentar. 
Como podemos ver, a Lei reconhece as sociedades como fato social — 
teoria da realidade — apenas para beneficiar terceiros. O reconhecimento 
desta existência apenas força que os sócios desta empresa regularizem sua 
atividade, de modo que sua personalidade jurídica seja reconhecida e tenha os 
benefícios concedidos pela Lei — adequando-se a teoria da ficção. 
 
3. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) E verdadeiro afirmar, 
no tocante à sociedade em conta de participação, que: 
 
I – Excepcionalmente a sociedade em conta de participação poderá adquirir 
personalidade jurídica, desde que seu instrumento seja inscrito no respectivo 
registro. 
II – O sócio participante responde exclusivamente perante o sócio ostensivo, 
não se obrigando perante terceiros. 
III – As normas relativas às sociedades simples aplicam-se, subsidiariamente e 
no que for compatível, às sociedades em conta de participação. 
 
Comentários à questão 3 
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19 
A questão discorre especificamente sobre as diversas características da 
sociedade em conta de participação. 
 É necessário atentar para o fato de que, ainda que o instrumento de 
celebração da sociedade em conta de participação tenha sido inscrito no 
respectivo registro, tal sociedade não adquirirá personalidade jurídica (art. 
993). Diante de tal regra, é certo que a afirmativa I está errada. 
Os sócios ocultos só respondem aos sócios ostensivos, e, ainda assim, 
dentro dos contornos delineados no contrato de conta de participação, nos 
termos da regra positivada no parágrafo único do art. 991 do CC, o que 
indica a exatidão do item II. 
As regras atinentes às sociedades simples aplicam-se, no que couber, às 
sociedades em conta de participação, nos termos do art. 996, o que faz com 
que o item III esteja, igualmente, correto. 
A sociedade em conta de participação, apesar do nome, não é um 
tipo societário, mas um contrato. Ao contrário de uma sociedade em comum 
que pode vir a regularizar-se, a sociedade em conta de participação nunca terá 
personalidade jurídica. 
O art. 981 do Código Civil prevê que na “sociedade em conta de 
participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente 
pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva 
responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes”. 
Com efeito, na sociedade em conta de participação existem dois tipos de 
sócios: o ostensivo e o oculto. O primeiro, também chamado de operador, é 
aquele que negocia com terceiros, contratando sob o seu nome e 
responsabilidade. Já o sócio oculto, conhecido também como participante, é 
aquele que fornece capital ao sócio ostensivo para aplicação em 
empreendimentos de interesse comum. 
Nos contratos celebrados com o sócio ostensivo, não há necessidade de 
que os terceiros tenham ciência de que o negócio é explorado na forma de conta 
de participação, já que, diante desses, o único interessado no empreendimento é 
aquele sócio operador, que contratou em nome próprio. 
Deste modo, como a sociedade em conta de participação não se revela 
diante de terceiros, eventuais demandas ajuizadas em face do sócio ostensivo por 
eventuais descumprimentos contratuais não poderão se estender aos sócios 
participantes. Os sócios ocultos só respondem aos sócios ostensivos, e, ainda 
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20 
assim, dentro dos contornos delineados no contrato de conta de participação, nos 
termos da regra positivada no parágrafo único do art. 981 do Código Civil. 
Complementando o que já foi dito na introdução, ainda que o instrumento 
de celebração da sociedade em conta de participação tenha sido inscrito no 
respectivo registro, tal sociedade não adquirirá personalidade jurídica (art. 993). 
A sociedade em conta de participação não tem patrimônio próprio, já que 
os recursos do sócio oculto são entregues ao sócio ostensivo e, junto com o 
patrimônio deste, passam a ser considerados patrimônio especial (art. 994). 
Saliente-se que tal especialização, de acordo com o §1º do art. 994, só produz 
efeitos em relação aos sócios. Ou seja, o sócio ostensivo responderá com seu 
patrimônio perante terceiros. 
Ocorrendo a falência do sócio ostensivo, ocorrerá a “dissolução da 
sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito 
quirografário” (§2º do art. 994). Caso a falência seja do sócio oculto, o 
“contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos 
contratos bilaterais do falido” (§3º do art. 994). Na linha do que foi debatido 
acima, denota-se que terceiros não serão afetados de modo direto pela falência 
do sócio oculto. 
As regras atinentes às sociedades simples aplicam-se, no que couber, às 
sociedades em conta de participação. 
Alguns autores chamam a sociedade em conta de participação de 
sociedade secreta, enquanto outros consideram que ela é apenas um contrato 
especial de investimento, não sendo uma sociedade, por não ter personalidade 
jurídica. Pelo que já vimos, pensamos ser mais correto considerar que ela é uma 
sociedade, enquanto fato social, mas, juridicamente, é um contrato e não um tipo 
societário, pois este requer personalidade jurídica. 
 
4. (FCC – Promotor de Justiça/CE, 2009, adaptada) A sociedade 
empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado. 
Considerando esta afirmativa, julgue os itens abaixo: 
 
I – A sociedade empresária possui responsabilidade patrimonial, ou seja, tem 
patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual 
de seus sócios. 
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II – A sociedade empresária titularidade processual, isto é, pode demandar e 
ser demandada em juízo. 
III – Há responsabilização patrimonial, solidária e direta dos sócios de uma 
sociedade empresária, em relação aos credores, pelo eventual prejuízo 
causado pela sociedade. 
 
Questão 4 
 A questão apresenta diversos fenômenos oriundos da personificação das 
sociedades. 
O item I versa sobre a separação patrimonial, principal característica da 
personificação das sociedades. Os bens integrantes do capital social de uma 
empresa não se confundem com os bens particulares dos sócios, que possuem 
a participação societária na pessoa jurídica. Portanto está correto. 
Em relação à titularidade processual, caberá à sociedade ingressar em juízo 
para postular seus direitos, além de responder pessoalmente na esfera judicial 
por suas obrigações. O que nos leva a concluir que o item II está correto. 
 O item III não está correto. Ora, a pessoa jurídica tem autonomia para 
contrair obrigações e ser titular de direitos e deveres, além de possuir 
patrimônio próprio. Desta forma, em regra, não se admite queos sócios 
respondam por prejuízos causados pela atuação da pessoa jurídica, o que 
estaria afastando a regra da limitação de responsabilidade. 
 Completando o que já falamos na questão dois, o que o prezado 
candidato precisa ter em mente quando o Direito trata da pessoa jurídica, é 
que ela é, para todos os efeitos, equiparada a uma pessoa natural, no que 
tange adquirir direitos e deveres. 
A idéia de pessoa jurídica vem evoluindo desde os tempos da Roma Antiga 
e foi inicialmente utilizada para designar coletividades de pessoas, ou seja, 
grupos. Porém, há uma grande diferença em atribuir direitos e deveres a um 
grupo, sem dar-lhe personalidade, e fazer o mesmo com um ente denominado 
pessoa jurídica. 
Com a criação da idéia de personalidade jurídica, quando esta adquire 
direitos ou contrai deveres, é ela que os está adquirindo. Seus bens, direitos e 
deveres não se confundem com os das pessoas que a compõe, salvo em casos 
excepcionais, quando há o fenômeno da desconsideração da pessoa jurídica e 
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ocorre quando alguém age em proveito próprio e com intenção fraudulenta, por 
trás de uma pessoa jurídica. 
 
5. (FCC – Auditor Fiscal/SP, 2007, adaptada) Uma sociedade limitada, 
com dois sócios, teve seus atos constitutivos assinados, mas não arquivados 
no órgão competente. Não obstante a falta de arquivamento, iniciou-se a 
operação empresarial. De acordo com o contrato social, os sócios podiam 
praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos no objeto da sociedade. 
Julgue os seguintes itens: 
 
I – Mesmo a sociedade não possuindo personalidade jurídica, seus bens e 
dívidas constituem seu patrimônio. 
II – Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer 
dos sócios, em qualquer circunstância. 
III – Na eventualidade de a sociedade contrair dívidas de natureza civil, o 
respectivo credor poderá satisfazer-se com os bens sociais ou dos sócios, 
indiscriminadamente, excluído do benefício de ordem aquele que contratou 
pela sociedade. 
 
Comentários à questão 5 
O enunciado apresenta a descrição de uma sociedade irregular, cujos 
aspectos teóricos já vimos anteriormente. Os atos constitutivos, não obstante 
estarem assinados, não foram levados a registro (art. 985). Assim, neste 
caso, deve-se aplicar o conjunto normativo estatuído nos arts. 986 a 990 do 
Código Civil, relativo às sociedades em comum. 
O item I está errado, pois, não sendo pessoa de direito, a sociedade não 
pode ser parte de uma relação jurídica. Deste modo, não pode ter direitos e 
contrair obrigações. Logo, não pode possuir patrimônio. Os bens e dívidas da 
sociedade formam patrimônio especial comum dos sócios (art. 988). 
O item II está igualmente errado, pois o art. 989 do Código Civil 
informa que “os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por 
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qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que 
somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva 
conhecer”, havendo exceção a regra geral. 
O item III está correto, pois é uma descrição do que manda o art. 990 
do Código Civil. 
 
6. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Há mais de dez anos, 
Jorge e Matias, ambos juridicamente plenamente capazes, constituíram 
sociedade limitada para desenvolver o comércio de carnes em Petrópolis. 
Apesar de eles terem elaborado contrato de sociedade por escrito, tal contrato 
nunca foi levado a registro na Junta Comercial competente. Considerando as 
informações acima, é correto afirmar que: 
 
I – A sociedade não tem personalidade jurídica, mas os bens e dívidas sociais 
constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. 
II – A sociedade é inexistente. 
III – A sociedade existe, é válida e possui personalidade jurídica. 
 
Comentários à questão 6 
Exercício semelhante ao apresentado acima. 
 O item I está correto, tendo em vista que apresenta texto que se 
aproxima ao lapidado no art. 988 do Código Civil. De fato, não obstante não 
possuir personalidade jurídica, a sociedade tem bens e dívidas, de titularidade 
comum dos sócios. 
 Ressalte-se que não há de se falar em inexistência, ineficácia ou nulidade 
da sociedade. O que ocorre é que, no caso apresentado, a sociedade não 
adquire personalidade jurídica, fenômeno que gera a incidência das regras 
insculpidas nos arts. 986 a 990 do CC. 
 Assim, o item II está errado, pois a sociedade existe, e o item III está 
errado, pois a sociedade não possui personalidade jurídica. 
 
7. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às 
diversas afirmativas apresentadas abaixo, julgue-as: 
 
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I – as sociedades em conta de participação não adquirem personalidade 
jurídica, ainda que seu instrumento seja inscrito no devido registro. 
II – tanto na sociedade em comum como na sociedade em conta de 
participação, os sócios só podem provar sua existência por escrito. 
III – na sociedade em conta de participação há duas espécies de sócios: o 
sócio ostensivo e o sócio participante. Este último responde exclusivamente 
perante o primeiro. 
 
Comentários à questão 7 
 Outra questão que trata de aspectos teóricos já vistos anteriormente. 
 Em relação às sociedades em conta de participação, a primeira e a 
terceira afirmativas estão corretas, de acordo com o texto legal dos arts. 993 
e 991, respectivamente, do Código Civil. 
 A assertiva II, todavia, está em desacordo com as normas em estudo, 
considerando que, não obstante estar em consonância com a redação do art. 
987, encontra-se em conflito com a letra do art. 992. 
 
8. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacional/AGU, 2006, adaptada) Com 
relação à desconsideração da personalidade jurídica, julgue os itens abaixo. 
 
I – A decisão pela desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz 
nos termos do Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício. 
II – De acordo com o entendimento dominante no Superior Tribunal de Justiça, é 
necessária ação judicial autônoma para a desconsideração da pessoa jurídica. 
III - O entendimento predominante na jurisprudência pátria é no sentido de que, 
sendo deferida a desconsideração da personalidade jurídica, a execução não pode 
atingir a todos os sócios indistintamente, mas apenas os que deram causa ao ato 
que levou à desconsideração. 
 
Comentários à questão 8 
 O item I está correto. A decisão judicial que determinar a 
desconsideração da personalidade jurídica deve ser provocada pelas partes 
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litigantes, não sendo possível à autoridade judiciária aplicar tal fenômeno de 
ofício. 
 O item II demanda conhecimentos mais especializados sobre o tema, já 
que trata do entendimento do STJ acerca de questão de direito processual 
relativa à desconsideração da personalidade jurídica. Apesar da baixa 
probabilidade de a banca abordar a matéria nesta profundidade, é válido 
ressaltar que o pedido para a desconsideração da personalidade jurídica pode 
ser feito nos autos da própria açãoprincipal, sendo prescindível a propositura 
de ação autônoma que tenha como único objeto tal pedido. 
 O item III não se harmoniza com o entendimento majoritário sobre o 
tema. A desconsideração afeta somente certos atos, de modo a atingir o 
patrimônio pessoal do sócio que indevidamente se beneficiou da ficção da 
personalidade jurídica da sociedade. 
A teoria da desconsideração da pessoa jurídica (disregard doctrine) foi 
criada para evitar abusos por parte dos sócios na utilização desta ficção 
jurídica. Esta teoria foi criada de modo a permitir a desconsideração da 
personalidade jurídica em relação a certos atos, para atingir a 
responsabilidade, no âmbito patrimonial, dos sócios. 
É importante notar que esta situação excepcional, e que ocorrerá 
somente em situações específicas, não tem como escopo a declaração de 
nulidade da personificação da sociedade, mas sim sua ineficácia para 
determinados atos. Busca-se, desta forma, a preservação do instituto, com a 
separação do patrimônio da sociedade e dos sócios, medida que, de certa 
maneira, limita a perda destes últimos e incentiva o investimento em novos 
negócios. 
Apesar de não tratar especificamente da desconsideração da personalidade 
jurídica, o Código Civil, em seu art. 50, apresenta a seguinte norma1: 
 
 
 
 
1A desconsideração da personalidade jurídica também é citada em outros diplomas legais, 
como no art. 28 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), no art. 18 da Lei 
8.994/94 e no art. 4º da Lei 9.605/98. 
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26 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio 
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas 
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
O artigo em comento apresenta, assim, duas hipóteses em que estará 
caracterizado o abuso na utilização do instituto da personalidade jurídica: 
desvio de finalidade e confusão patrimonial. 
Destarte, a utilização fraudulenta e abusiva da sociedade — como, por 
exemplo, no caso do uso de recursos da sociedade para pagamento de 
despesas particulares dos sócios ou, ainda, realização de empreendimentos 
estranhos ao objeto social para atender a interesses particulares destes —, 
gerará a desconsideração de sua personalidade jurídica, possibilitando 
que o patrimônio dos sócios seja momentaneamente atingido. 
Ao abordar este tema, Rubens Requião assevera que, ao discutir o 
assunto, os Tribunais “declaram que não põem dúvida na diferença de 
personalidade entre a sociedade e os seus sócios, mas no caso específico de 
que tratam, visam a impedir a consumação de fraudes e abusos de direito 
cometidos através da personalidade jurídica (...)”. 
Registre-se que certas hipóteses permitem que os sócios sejam 
responsabilizados pelas obrigações contraídas pela sociedade, sem que haja 
necessidade de má-fé ou dolo, como no caso em que há responsabilidade 
ilimitada, conforme o art. 990 do Código Civil. Neste caso, não há de se falar 
em desconsideração da personalidade jurídica. 
 
A TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA PERMITE QUE, EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS, A 
AUTONOMIA PATRIMONIAL DAS SOCIEDADES SEJA AFASTADA, 
RESPONSABILIZANDO-SE OS SÓCIOS. 
 
Um problema grave é o parágrafo 5º do art. 28 do Código de Defesa do 
Consumidor: 
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Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados aos consumidores. 
 
Uma boa parcela de autores considera que esta norma põe em risco o 
princípio da autonomia patrimonial, pois considera que mero prejuízo do credor 
possa causar a desconsideração da pessoa jurídica. 
A criação da teoria da desconsideração da pessoa jurídica nunca teve 
este objetivo, mas evitar fraudes. Adotar esta postura é praticamente eliminar 
a limitação da responsabilidade, o que pode causar sérios entraves econômicos 
ao empreendedorismo de um país. Este raciocínio vem sendo estendido à 
jurisprudência trabalhista, causando os mesmos problemas. 
Por fim, há também a chamada teoria da desconsideração inversa. Esta 
ocorre quando os bens da pessoa jurídica são utilizados para saldar dívidas de 
um ou mais sócios. Esta teoria é muito utilizada no Direito de Família, quando 
um dos cônjuges desvia bens pessoais para uma pessoa jurídica, com o intuito 
de fraudar uma partilha ou prestação de alimentos. 
Da mesma forma que ocorre com o Direito do Consumidor, esta regra 
tem que ser utilizada com cautela, pois o objetivo é evitar fraudes e não meros 
prejuízos. Contudo, o Enunciado 283 do CJF acolhe esta teoria: 
 
É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada 
‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica 
para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
 
9. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Sobre a desconsideração 
da personalidade jurídica, julgue as seguintes afirmativas. 
 
I – Implica a extinção da pessoa jurídica. 
II – Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação na 
legislação nacional. 
III – Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares 
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dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no 
Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de 
Defesa da Concorrência). 
 
Comentários à questão 9 
 O item I está errado. Não há que falar em extinção da pessoa jurídica 
(alternativa “a”), considerando que tal efeito é momentâneo e ocorre somente 
em relação a certos atos praticados pelos sócios e administradores. 
O item II também está errado, pelo que veremos a seguir. A 
desconsideração da personalidade jurídica encontra-se positivada no Código 
Civil e na Lei 8.884/94 (entre outros institutos, pois que a afirmativa não se 
utilizou da palavra “apenas”, ou outro termo que significasse a exclusividade 
destas Leis). Logo, o item III está correto, pois a teoria encontra-se 
positivada, permitindo os efeitos expostos na primeira parte da assertiva. 
Esta questão está na esteira do que vimos anteriormente, tendo os 
mesmos aspectos teóricos aplicáveis. 
 
10. (FGV – Auditor/TCM-RJ, 2008, adaptada) Julgue os itens abaixo: 
 
I – A personalidade jurídica das sociedades se inicia com a sua constituição e 
início das atividades. 
II – As sociedades em comum respondem perante terceiros pelas obrigações 
contraídas. 
III – O capital social de uma sociedade limitada pode ser formado por quotas de 
valores diferentes. 
Comentários à questão 10 
 O exercício demanda conhecimentos de diversos assuntos ligados ao 
Direito Societário. 
 Diante do que já foi exposto, é possível verificar que o item I está 
incorreto. A personalidade jurídica das sociedades se inicia no momento em 
que ocorre a inscrição no devido registro, e não com a sua constituição ou 
início das atividades, nos termos do art. 985 do Código Civil. 
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 Em relação ao item II, é possível notar que o texto está em harmonia 
com a própria natureza da sociedade em comum que, apesar de não ter 
adquirido personalidade jurídica, responde pelas obrigações sociais. Inclusive, 
vale lembrar que todos os sócios respondem solidariamente por tais 
obrigações (art. 990). 
O item III está de acordo com o art. 1.055 do Código Civil, já que este 
postula que “o capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, 
cabendo uma ou diversas a cada sócio”. 
 As quotas são as participações societárias das sociedades contratuais, 
diferentemente do que ocorre nas sociedades institucionais, cujas participações 
societárias denominam-se ações. 
As sociedades contratuais são aquelas cujo vínculo entre os sócios é um 
contrato social. Isto significa que eles possuem uma ampla autonomia para 
pactuar o que for melhor de acordo com seus interesses. Exemplo de 
sociedade contratual é uma sociedade limitada. 
 Já em uma sociedade institucional, o ato constitutivo é um estatuto 
social e a autonomia das vontades dos sócios é bem reduzida, tendo em vista 
que a interferência do legislador é muito grande. Pode-se dizer que estas 
sociedades são instituições e o melhor exemplo delas são as sociedades 
anônimas. 
 
11. (COPS-UEL - PGE-PR, 2011, adaptada) Sobre o regime jurídico das 
sociedades no Código Civil de 2002, julgues os itens abaixo: 
 
I – no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo se o contrato 
dispuser diferentemente, se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da 
sociedade ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio 
falecido. 
II – além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se 
da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais 
sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, 
provando judicialmente justa causa. 
III – pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos 
demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por 
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incapacidade superveniente. 
 
Comentários à questão 11 
Esta questão trata de vários temas respectivos à resolução parcial da 
sociedade em relação a um ou mais sócios, contanto que a sociedade ainda 
permaneça, pois, do contrário, seria caso de extinção da sociedade. É um tema 
novo, em relação ao que foi visto até agora. 
Ainda, peculiarmente, todas as assertivas estão corretas. O item I 
encontra respaldo no art. 1.028. O item II está descrito no art. 1.029 e o item 
III, no art. 1.030. Todos do Código Civil, como indica o enunciado da questão. 
Já que os sócios não podem alienar suas quotas livremente, como 
ninguém pode ser obrigado a ser associado eternamente, conforme a 
Constituição — art. 5º, XX “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado” —, eles terão o direito de retirar-se da sociedade, caso 
esta seja por tempo indeterminado. 
 Além disso, um sócio pode falecer e, como os remanescentes podem não 
ter affectio societatis com os herdeiros, suas quotas deverão ser liquidadas e 
seus valores repassados aos herdeiros. 
 
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: 
I - se o contrato dispuser diferentemente; 
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; 
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio 
falecido. 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer 
sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante 
notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta 
dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. 
 
Em ambos os casos, a situação é a mesma: calcula-se o valor da 
empresa e paga-se ao sócio ou os herdeiros o valor na proporção de suas 
quotas. Pode um ou mais sócios querer adquirir estas quotas, pagando 
suprindo o valor ou o capital social da sociedade ser reduzido: 
 
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Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um 
sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente 
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base 
na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em 
balanço especialmente levantado. 
§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais 
sócios suprirem o valor da quota. 
§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a 
partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. 
 
O mesmo ocorrerá quando for excluído judicialmente ou no caso de justa 
causa, quando o contrato permitir esta possibilidade: 
 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, 
pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria 
dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, 
ou, ainda, por incapacidade superveniente. 
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio 
declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos 
do parágrafo único do art. 1.026[: O credor particular de sócio pode, na 
insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o 
que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em 
liquidação. Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o 
credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na 
forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, 
até noventa dias após aquela liquidação]. 
 
12. (CESGRANRIO - Petrobrás - Advogado, 2011, adaptada) Com relação às 
sociedades empresárias, analise as afirmações a seguir, respondendo certo ou errado. 
 
I - Na sociedade limitada, os sócios, com a integralização do capital social, 
respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. 
II - Na sociedade em nome coletivo, todos os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, 
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respondem limitadamente pelas obrigações sociais. 
III - As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada, são 
constituídas por contrato social. 
 
Comentários à questão 12 
 Esta questão trata de dois aspectos relativos às sociedades empresariais 
contratuais: da responsabilidade dos sócios e do modo de constituição. 
 Tendo como base somente o Código Civil, o item I está correto, pois é o 
que determina o art. 1.052; o item II está errado, considerando que confronta 
com o art. 1.039; e o item III está correto, em razão dos arts. 1.040, 1.046 e 
1.053, que determinam, respectivamente, que estas sociedades sejam regidas, 
subsidiariamente, pelas normas das sociedades simples, o que implica a 
incidência do art. 997, que dispõe que esta é constituída por meio de contrato 
social. 
Como vimos anteriormente, quando a sociedade adquire personalidade 
jurídica passa a ser sujeito de direitos e obrigações, com patrimônio distinto 
dos sócios. A sociedade responde ilimitadamente pelas suas obrigações, não 
sendo possível, em regra, demandar dos sócios valores por ela devidos.Essa separação patrimonial é um importante instrumento de incentivo à 
exploração de atividades econômicas, já que fornece certa garantia de que o 
patrimônio do sócio investidor não será dilapidado por dívidas contraídas em 
nome da sociedade. 
 Todavia, casos há em que, estando a sociedade impossibilitada de 
satisfazer seus credores, será possível acionar os sócios. Nesta hipótese, 
estaremos diante da responsabilidade ilimitada dos sócios, como no caso das 
sociedades em comum e nas de nome coletivo. 
 Neste passo, é oportuno notar a regra do art. 1024, que se aplica às 
sociedades em comum nos termos do art. 990 e às sociedades em nome 
coletivo, de acordo com a letra do art. 1040, que determina que “os bens 
particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, 
senão depois de executados os bens sociais”. 
 Ou seja, nestes casos, para que os sócios respondam com seu 
patrimônio por dívidas contraídas pela sociedade, é necessário que ocorra a 
insolvência desta pessoa jurídica, tendo em vista que se trata de 
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responsabilidade subsidiária. 
 Frise-se, contudo, que o próprio art. 990 apresenta uma hipótese em 
que não há necessidade do esgotamento do patrimônio social para que os bens 
do sócio sejam atingidos. Com efeito, no caso de sociedades irregulares, o 
sócio que contratou pela sociedade fica excluído do benefício de ordem 
previsto no art. 1.024. 
 E como funciona a responsabilidade dos sócios e acionistas das 
sociedades limitadas e anônimas, principais espécies societárias de nosso 
ordenamento jurídico? 
 Na realidade, em ambos os casos os sócios respondem limitadamente. 
 Na sociedade limitada, conforme regra estatuída no art. 1.052 do 
Código Civil, apesar da responsabilidade dos sócios ser restrita ao valor de 
suas quotas, todos respondem solidariamente pela integralização do capital 
(lembram-se do conceito de integralização de capital?). Desta forma, pode-se 
afirmar que o limite de responsabilidade dos sócios em uma sociedade limitada 
é o total do capital subscrito e não integralizado. 
Assim, a título exemplificativo, caso três sócios (A, B e C) subscrevam o 
valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para a formação de uma sociedade e o 
sócio C não integralize este valor, os dois sócios restantes, além de estarem 
obrigados a integralização de suas respectivas quotas naquele valor, também 
são solidariamente obrigados pela integralização do capital referente ao sócio 
que não cumpriu sua promessa. 
Desta forma, de modo simplificado, caso esta sociedade responda a uma 
ação judicial e não tenha bens para adimplir com um pagamento, pois somente 
possui capital social de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), referente ao capital 
integralizado pelos sócios A e B, o credor poderá demandar de ambos os R$ 
30.000,00 (trinta mil reais) restantes não integralizados pelo sócio C. 
Nas sociedades anônimas, embora não seja tópico da presente aula, o 
quadro é diferente. Em regra, o acionista responde somente pela sua parte no 
capital social, ou seja, pela integralização do preço de emissão das ações que 
subscrever ou adquirir, nos termos do art. 1º da Lei 6.404/76, não tendo 
responsabilidade pessoal pelas dívidas da sociedade. 
As sociedades em comanditas simples e as sociedades em comandita por 
ações apresentam sócios em diferentes condições, em que somente alguns 
têm responsabilidade ilimitada. 
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No tocante às sociedades em comanditas simples, o art. 1.045 do 
Código Civil reza que naquela espécie societária “tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota”. 
Já em relação às sociedades em comanditas por ações, deve-se atentar 
para a norma consignada no art. 1091, segundo a qual “somente o acionista 
tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde 
subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade”. 
No caso de sociedade simples, os sócios respondem de modo subsidiário 
no caso de insolvência da sociedade, na proporção em que participaram das 
perdas, salvo cláusula de responsabilidade solidária, nos termos do art. 
1.023. Todavia, considerando que o inciso VIII do art. 997 prevê que o 
contrato escrito deverá mencionar “se os sócios respondem, ou não, 
subsidiariamente, pelas obrigações sociais”, é possível que a sociedade simples 
opte pela responsabilidade limitada dos sócios. Porém, para isso, deverá 
organizar-se como sociedade limitada. 
Quanto ao regime de constituição, este se divide em sociedades 
contratuais e institucionais, cuja diferença já foi explicitada anteriormente. 
 
13. (FMP-RS - TCE-RS - Auditor Público Externo, 2011, adaptada) 
Considere as assertivas I a III, assinalando se estão corretas ou erradas. 
 
I. As sociedades chamadas em comum são sociedades não personificadas porque 
não tiveram seus atos sociais levados ao registro público competente, motivo 
pelo qual não têm personalidade jurídica. 
II. Existem dois subtipos de sociedade por cotas de responsabilidade limitada: 1. 
as sujeitas ao regime da regência supletiva da sociedade simples; 2. as sujeitas 
ao regime supletivo das sociedades anônimas. 
III. A sociedade em conta de participação tem personalidade jurídica mediante 
registro dos atos sociais. 
 
Comentários à questão 13 
 Esta questão também aborda temas diversos do Direito Societário. 
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 O item I está correto, considerando que é da própria definição de 
sociedade em comum não ter personalidade jurídica, por não ter inscrito seus 
atos sociais no registro público. Isto está descrito especificamente no art. 
986/CC02. 
 O item II está correto em razão de regra específica do Código Civil, 
contida no art. 1.053 e seu parágrafo único: 
 
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, 
pelas normas da sociedade simples. 
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da 
sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. 
 
 Veja que só serão aplicadas as normas da sociedade anônima no que for 
cabível. Por exemplo, uma sociedade limitada organizada de tal forma não terá 
ações, não poderá emitir debêntures, não poderá ser de capital aberto, 
negociar no mercado de ações, etc.. 
O item III está errado, pelo que já vimos, pois esbarra no art. 993, 
também do Código Civil. 
 
14. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011, 
adaptada) No que tange as sociedades limitadas, analise as assertivas abaixo, 
respondendo certo ou errado: 
 
I. A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for 
superior a dez. 
II. Os sócios poderão integralizar o capital social com bens ou serviços. 
III. As deliberações sociais obrigam os dissidentes, mas não obrigam os 
ausentes. 
 
Comentários à questão 14 
Questão exclusivamente sobre as sociedades limitadas, ela trata de dois 
tópicos: processos deliberativos e a integralização do capital. 
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Apenas o item I está correto, pois esta conformeo §1º do art. 1.072 do 
Código Civil. Porém, o item III, que também trata sobre as deliberações, está 
errado, pois o §5º, do mesmo artigo, dispõe que “as deliberações tomadas de 
conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que 
ausentes ou dissidentes.” 
O item II está errado, tendo em vista que, complementando o que já foi 
dito sobre integralização do capital, nas sociedades limitadas, este não poderá 
ser feito em serviços, por determinação expressa do §2º do art. 1.055/CC02 
 
15. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011) 
De acordo com o que estabelece o capítulo Da Sociedade Simples do Código Civil 
brasileiro, julgue os itens abaixo. 
 
I. As obrigações dos sócios começam a partir da inscrição do contrato social no 
Registro competente. 
II. O contrato social da sociedade simples deve ser inscrito no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas do local de sua sede. 
III. A formação da maioria absoluta é determinada por votos correspondentes a 
mais da metade dos sócios presentes na assembleia e/ou reunião de sócios. 
 
Comentários à questão 15 
O item I trata de ponto atinente ao que já foi discutido, logo no início, na 
questão dois. Embora a personalidade jurídica só tenha início com a inscrição 
dos atos constitutivos no registro público, a sociedade é considerada como 
existente, mas irregular. Deste modo, os sócios obrigam-se pelas obrigações 
contraídas, mesmo antes do ato de registro. O Código Civil é expresso quanto 
a isto: 
 
Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o 
contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a 
sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. 
 
Já o item II está correto, pois é o que determina expressamente o art. 
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998 do Código Civil. 
O item III, porém, está errado, pois, além de ser fato notório, o §1º do 
art. 1.010/CC02 define maioria absoluta como o quorum de aprovação 
correspondente a mais da metade do capital. 
 
16. (ESAF – Auditor do Tesouro Municipal/Recife, 2003) Nos termos do 
Código Civil, as sociedades são classificadas: 
 
A – empresárias e simples. 
B – de pessoas e de capitais. 
C – unipessoais e pluripessoais. 
D – grupadas e isoladas. 
E - com finalidade econômica e com finalidade religiosa ou cultural. 
 
Comentários à questão 16 
Esta questão versa sobre a classificação das sociedades empresárias. 
Vejamos alguns pontos do regime societário previsto em nossa legislação, bem 
como dos conceitos necessários para a completa compreensão da matéria objeto 
de nossa aula. 
Desta forma, é necessário recordar que o Código Civil, em seu art. 44, 
dispõe que há cinco tipos de pessoas jurídicas de direito privado: associações, 
fundações, sociedades, partidos políticos e organizações religiosas. 
As sociedades privadas são o resultado da união de duas ou mais pessoas 
para a realização de fins econômicos comuns, com escopo negocial, resultando na 
criação de um ente de personalidade jurídica própria. 
Nesta direção, o art. 981 do CC, prevê que “celebram contrato de 
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou 
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos 
resultados”. 
As sociedades podem se dividir em duas espécies no ordenamento 
jurídico vigente: simples e empresária. A primeira é aquela que explora 
atividades específicas, como as intelectuais, rurais, pequenos negócios ou que 
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38 
apresente uma estrutura organizacional simplificada, não caracterizando o 
exercício da atividade empresarial.2 
As sociedades empresárias, conforme arts. 982 e 966 do Código Civil – 
CC, e na esteira do que já foi debatido anteriormente, são aquelas que exercem 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou 
serviços. 
O que pode ser destacado nestas sociedades é o preponderante fim 
lucrativo de suas atividades, com o desenvolvimento de uma estrutura 
organizacional para exercer atividade econômica. 
As sociedades empresariais podem se subdividir em variados tipos, com 
regras diferenciadas, considerando-se o grau de responsabilidade dos sócios, a 
participação dos mesmos na atividade da empresa, a forma de constituição etc. O 
regime legal aplicado a estas diferentes modalidades de pessoas jurídicas 
algumas vezes coincide em determinados pontos, considerando as disposições do 
Código Civil. 
Contudo, na maior parte do tempo, notadamente em relação às sociedades 
anônimas e limitadas, as quais apresentam maior destaque dentro do cenário 
nacional, devem ser observadas regras específicas, que consideram justamente a 
natureza do vínculo estabelecido entre os sócios e o modo como a empresa irá 
desenvolver suas atividades. 
Com o advento do Código Civil no ano de 2002, a maior parte das normas 
relativas às sociedades simples e às sociedades empresárias passou a ser 
encontradas naquele estatuto. Note-se, inclusive, que a disciplina das sociedades 
simples (arts. 997 ao 1.038 do CC) aplica-se subsidiariamente às sociedades 
em nome coletivo, comandita simples e limitadas, de acordo com os arts. 1040, 
1.046 e 1.053, respectivamente, da já referida lei. 
No tocante às sociedades anônimas, o Código Civil foi econômico, 
apresentando somente dois artigos. O art. 1.088 reza que, em tal tipo societário, 
o “capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo 
preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.” 
Uma das principais características que a diferenciam de outros modelos 
societários é apresentada no texto do artigo supracitado: a responsabilidade do 
 
2
 De acordo com o parágrafo único do art. 966,” não se considera empresário quem exerce profissão intelectual 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento da empresa”. 
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acionista é limitada ao preço que prometeu pagar à sociedade. Na próxima aula 
falaremos mais deste assunto. 
O art. 1.089 estatui que a sociedade anônima “rege-se por lei especial, 
aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste código.” Ou seja, há 
previsão específica para que a aplicação das regras insculpidas ao longo do 
Código Civil ocorra de forma subsidiária. A lei específica a que se refere o artigo 
supracitado é a Lei 6.404/76, que também será mencionada na próxima aula. 
Diante dos comentários feitos nas linhas anteriores, evidencia-se a exatidão 
da opção “A”, que se reporta à divisão positivada na legislação substantiva civil, 
entre sociedades empresárias e simples. 
Em relação à alternativa “B”, é relevante aduzir que a divisão entre 
sociedades de pessoas e de capitais encontra respaldo na doutrina, levando em 
conta o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades dos 
integrantes do quadro social. 
Deste modo, pode-se afirmar que, enquanto nas primeiras a pessoa do 
sócio é mais importante que o capital investido, na segunda ocorre justamente o 
contrário. Denota-se, assim, a título exemplificativo, que as sociedades anônimas 
são sempre de capital e as sociedades em nome coletivo de pessoas. 
No tocante à sociedade unipessoal

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