Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 Prezado candidato, Estamos de volta para dar continuidade aos nossos exercícios acerca da matéria de Direito empresarial para o concurso de Analista Judiciário – Área Judiciária – STJ. Hoje trabalharemos a disciplina do Direito Societário. Considerando a extensão e a relevância da matéria, o tema será dividido em duas etapas. Nesta primeira aula, abordaremos os seguintes assuntos: Disciplinas Sociedade empresária, conceito, terminologia, ato constitutivo; sociedades simples e empresárias; personalização da sociedade empresária; classificação das sociedades empresárias; sociedade irregular; teoria da desconsideração da personalidade jurídica; desconsideração inversa; regime jurídico dos sócios; sociedade limitada; tipos societários menores: em nome coletivo, em comandita simples, em comandita por ações; administração das sociedades contratuais; dissolução, liquidação e extinção das sociedades contratuais. É relevante ressaltar que esta aula encontra-se dividida em duas partes. A primeira apresenta questões na forma certo/errado, retiradas de provas das mais diversas bancas ou por nós elaboradas, enquanto a segunda é composta por questões de múltipla escolha. Ao fim de cada parte, é apresentado o gabarito dos exercícios com os respectivos comentários acerca dos enunciados. Ademais, para um entendimento mais profundo da matéria e melhor consolidação do conteúdo cobrado no edital, também iremos trazer à baila alguma teoria sobre os temas que estão sendo discutidos, com referência à doutrina e à respectiva legislação. Registre-se, por fim, que o número de questões relativas a cada tópico é determinado de acordo com a importância dos respectivos temas e com a frequência em que são cobrados em concursos públicos. Outrossim, algumas questões também tratam de tópicos vistos no encontro passado, tendo em vista a relação com o que está sendo estudado nesta aula, além de reforçar o que já foi debatido. E então candidato, vamos aos trabalhos? DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2 AULA 2 Responda Certo ou Errado 1. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às diversas afirmativas abaixo, considere-as certas ou erradas: I – A sociedade por ações será sempre considerada empresária, independentemente do seu objeto. II – O Código Civil institui a divisão entre sociedades simples e sociedades empresárias, afastando a antiga classificação em sociedades civil e sociedades comerciais. III – A sociedade que tenha como objeto o exercício da atividade rural sempre será equiparada à sociedade simples. 2. (FCC – Procurador do Município/SP, 2008, adaptada) Classificam-se como sociedades personificadas as sociedades: I – Limitada e a em comandita por ações. II – Em comum e a em conta de participação. III – Em nome coletivo e a em comandita simples. 3. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) E verdadeiro afirmar, no tocante à sociedade em conta de participação, que: I – Excepcionalmente a sociedade em conta de participação poderá adquirir personalidade jurídica, desde que seu instrumento seja inscrito no respectivo registro. II – O sócio participante responde exclusivamente perante o sócio ostensivo, não se obrigando perante terceiros. III – As normas relativas às sociedades simples aplicam-se, subsidiariamente e no que for compatível, às sociedades em conta de participação. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3 4. (FCC – Promotor de Justiça/CE, 2009, adaptada) A sociedade empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado. Considerando esta afirmativa, julgue os itens abaixo: I – A sociedade empresária possui responsabilidade patrimonial, ou seja, tem patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de seus sócios. II – A sociedade empresária titularidade processual, isto é, pode demandar e ser demandada em juízo. III – Há responsabilização patrimonial, solidária e direta dos sócios de uma sociedade empresária, em relação aos credores, pelo eventual prejuízo causado pela sociedade. 5. (FCC – Auditor Fiscal/SP, 2007, adaptada) Uma sociedade limitada, com dois sócios, teve seus atos constitutivos assinados, mas não arquivados no órgão competente. Não obstante a falta de arquivamento, iniciou-se a operação empresarial. De acordo com o contrato social, os sócios podiam praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos no objeto da sociedade. Julgue os seguintes itens: I – Mesmo a sociedade não possuindo personalidade jurídica, seus bens e dívidas constituem seu patrimônio. II – Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, em qualquer circunstância. III – Na eventualidade de a sociedade contrair dívidas de natureza civil, o respectivo credor poderá satisfazer-se com os bens sociais ou dos sócios, indiscriminadamente, excluído do benefício de ordem aquele que contratou pela sociedade. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4 6. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Há mais de dez anos, Jorge e Matias, ambos juridicamente plenamente capazes, constituíram sociedade limitada para desenvolver o comércio de carnes em Petrópolis. Apesar de eles terem elaborado contrato de sociedade por escrito, tal contrato nunca foi levado a registro na Junta Comercial competente. Considerando as informações acima, é correto afirmar que: I – A sociedade não tem personalidade jurídica, mas os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. II – A sociedade é inexistente. III – A sociedade existe, é válida e possui personalidade jurídica. 7. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às diversas afirmativas apresentadas abaixo, julgue-as: I – as sociedades em conta de participação não adquirem personalidade jurídica, ainda que seu instrumento seja inscrito no devido registro. II – tanto na sociedade em comum como na sociedade em conta de participação, os sócios só podem provar sua existência por escrito. III – na sociedade em conta de participação há duas espécies de sócios: o sócio ostensivo e o sócio participante. Este último responde exclusivamente perante o primeiro. 8. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacional/AGU, 2006, adaptada) Com relação à desconsideração da personalidade jurídica, julgue os itens abaixo. I – A decisão pela desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz nos termos do Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício. II – De acordo com o entendimento dominante no Superior Tribunal de Justiça, é necessária ação judicial autônoma para a desconsideração da pessoa jurídica. III - O entendimento predominante na jurisprudência pátria é no sentido de que, sendo deferida a desconsideração da personalidade jurídica, a execução não pode atingir a todos os sócios indistintamente, mas apenas os que deram causa ao ato que levou à desconsideração. DIREITO EMPRESARIAL– EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5 9. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Sobre a desconsideração da personalidade jurídica, julgue as seguintes afirmativas. I – Implica a extinção da pessoa jurídica. II – Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação na legislação nacional. III – Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de Defesa da Concorrência). 10. (FGV – Auditor/TCM-RJ, 2008, adaptada) Julgue os itens abaixo: I – A personalidade jurídica das sociedades se inicia com a sua constituição e início das atividades. II – As sociedades em comum respondem perante terceiros pelas obrigações contraídas. III – O capital social de uma sociedade limitada pode ser formado por quotas de valores diferentes. 11. (COPS-UEL - PGE-PR, 2011, adaptada) Sobre o regime jurídico das sociedades no Código Civil de 2002, julgues os itens abaixo: I – no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo se o contrato dispuser diferentemente, se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. II – além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. III – pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6 12. (CESGRANRIO - Petrobrás - Advogado, 2011, adaptada) Com relação às sociedades empresárias, analise as afirmações a seguir, respondendo certo ou errado. I - Na sociedade limitada, os sócios, com a integralização do capital social, respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. II - Na sociedade em nome coletivo, todos os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, respondem limitadamente pelas obrigações sociais. III - As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada, são constituídas por contrato social. 13. (FMP-RS - TCE-RS - Auditor Público Externo, 2011, adaptada) Considere as assertivas I a III, assinalando se estão corretas ou erradas. I. As sociedades chamadas em comum são sociedades não personificadas porque não tiveram seus atos sociais levados ao registro público competente, motivo pelo qual não têm personalidade jurídica. II. Existem dois subtipos de sociedade por cotas de responsabilidade limitada: 1. as sujeitas ao regime da regência supletiva da sociedade simples; 2. as sujeitas ao regime supletivo das sociedades anônimas. III. A sociedade em conta de participação tem personalidade jurídica mediante registro dos atos sociais. 14. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011, adaptada) No que tange as sociedades limitadas, analise as assertivas abaixo, respondendo certo ou errado: I. A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez. II. Os sócios poderão integralizar o capital social com bens ou serviços. III. As deliberações sociais obrigam os dissidentes, mas não obrigam os ausentes. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7 15. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011) De acordo com o que estabelece o capítulo Da Sociedade Simples do Código Civil brasileiro, julgue os itens abaixo. I. As obrigações dos sócios começam a partir da inscrição do contrato social no Registro competente. II. O contrato social da sociedade simples deve ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. III. A formação da maioria absoluta é determinada por votos correspondentes a mais da metade dos sócios presentes na assembleia e/ou reunião de sócios. Questões de múltipla escolha 16. (ESAF – Auditor do Tesouro Municipal/Recife, 2003) Nos termos do Código Civil, as sociedades são classificadas: A – empresárias e simples. B – de pessoas e de capitais. C – unipessoais e pluripessoais. D – grupadas e isoladas. E - com finalidade econômica e com finalidade religiosa ou cultural. 17. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Em relação às disposições legais previstas no Código Civil a respeito das sociedades, pode-se afirmar que: A – tanto a sociedade limitada quanto a sociedade anônima podem ser consideradas sociedades simples. B – independente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade cooperativa. C – a sociedade adquire personalidade a partir do momento em que os sócios firmam o contrato social. D – as sociedades em comum e as sociedades em conta de participação são consideradas sociedades não personificadas. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8 E – o mesmo regime jurídico aplicável às sociedades em comum também se aplica às sociedades em conta de participação e, deste modo, em ambos os casos todos sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 18. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Em relação às afirmativas abaixo acerca da sociedade em comum, marque a alternativa correta: I – todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade em comum. II – poderão ser executados os bens particulares dos sócios que contratarem pela sociedade em comum, ainda que não tenham sido executados os bens sociais. III – a existência da sociedade em comum só poderá ser provada por escrito, tanto pelos sócios quanto por terceiros. A – somente as alternativas I e II estão corretas. B – todas estão corretas. C – somente as alternativas I e III estão corretas. D – somente a alternativa I está correta. E – todas as alternativas estão incorretas. 19. (ESAF – Advogado da União/AGU, 1998) A doutrina da desconsideração da personalidade jurídica (disregard doctrine) tem como finalidade: A – apurar fraudes. B – alterar o centro de imputação. C – tutelar consumidores e fisco. D – tutelar credores voluntários. E - aperfeiçoar o regime de responsabilidade civil. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9 20. (ESAF – Agente Tributário/MT, 2001) A desconsideração da personalidade jurídica: A – abrange a firma individual, caso tenha ocorrido confusão patrimonial. B – alcança os bens de todos os sócios, indistintamente, toda vez que há abuso da personalidade. C – acarreta a falência da sociedade que tiver título protestado. D – não extingue a pessoa jurídica. E - depende de previsão legal expressa para que possa ser aplicada. 21. (ESAF – Promotor de Justiça/Ceará, 2001) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica altera a imputação, quando o empresárioutiliza a pessoa jurídica: A – visando a lucros extraordinários. B – para limitar direitos trabalhistas. C – para separar patrimônios. D – para fraudar credores. E - para pôr no mercado produtos defeituosos. 22. (FUNIVERSA – Analista Pleno/APEX-Brasil, 2006) A superação ou desconsideração da personalidade jurídica: A – não é aceita em nosso Direito. B – é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal, e não nos de responsabilidade civil dos dirigentes. C – tem aplicação restrita às relações de consumo. D – não tem aplicação em sociedades anônimas. E - foi desenvolvida pela jurisprudência e já se encontra incorporada em nosso Direito, tendo como pressuposto a fraude e o abuso de direito. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10 23. (FGV - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3, 2012) A respeito das sociedades limitadas, assinale a alternativa correta. A - A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo Código Civil, será regida pela Lei 6.404/1976. B - A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para outro quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização estatutária. C - A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. D - Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a destituição dos administradores. 24. (VUNESP - OAB-SP - Exame de Ordem - 3, 2007) É correto afirmar que a instituição do conselho fiscal de uma sociedade empresária limitada é A - facultativa, devendo o conselho ser composto por, no mínimo, 5 membros e respectivos suplentes, sócios, ou não, e residentes no país. B - obrigatória, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 3 membros e respectivos suplentes, não-sócios e residentes no país. C - facultativa, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 3 membros e respectivos suplentes, sócios, ou não, e residentes no país. D - obrigatória, devendo ser o conselho composto por, no mínimo, 5 membros e respectivos suplentes, não-sócios e residentes no país. 25. MPE-SP - MPE-SP - Promotor de Justiça, 2011) A respeito de sociedades, a única alternativa correta é: A - as sociedades comuns e em comandita simples são personificadas, sendo ilimitada a responsabilidade dos sócios. B - nas sociedades em conta de participação, respondem perante terceiros o sócio ostensivo e o participante, e sua personalidade jurídica tem início com o registro do contrato social. C - a dissolução judicial da sociedade simples somente pode ser requerida pelo sócio ou sócios majoritários, sendo que a apuração dos haveres depende de balanço especial. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11 D - na sociedade limitada, as deliberações para alteração do contrato social são tomadas pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social. E - nas sociedades cooperativas, a responsabilidade dos sócios é limitada, sendo que as matérias atinentes ao capital social somente podem ser votadas por votos correspondentes a dois terços do capital social. 26. (Defensoria Pública/SP – FCC, 2007) Sociedade de pessoas voltadas à consecução de atividades econômicas em que todos os sócios, pessoas físicas, responderão, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, podendo os bens particulares dos sócios responder por débitos da sociedade. O enunciado refere-se a A – cooperativa. B – sociedade em nome coletivo. C – sociedade em conta de participação D – sociedade simples. E – sociedade em comandita simples. 27. (AFT – ESAF, 2010) Sobre as quotas da sociedade limitada, assinale a opção correta. A – Os sócios podem realizar suas quotas mediante prestação de serviços. B – Não integralizada a quota do sócio remisso, os outros sócios podem tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, nos termos da lei. C – O capital pode ser dividido somente em quotas iguais. D – As quotas são consideradas divisíveis em relação à sociedade. E – Pela exata estimação dos bens dados em realização das quotas responde apenas o respectivo sócio. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12 28. (FCC – Procurador do Estado/SE, 2005) Dois médicos constituíram uma sociedade, sob a forma limitada, para exercício conjunto da profissão em caráter não empresarial, e registraram-na na Junta Comercial. A sociedade A – não adquiriu personalidade jurídica, porque o registro é irregular, e os sócios são pessoalmente responsáveis pelas dívidas sociais. B – automaticamente torna-se empresária pelo registro na Junta Comercial, independentemente do caráter do exercício da atividade. C – não poderia ter adotado a forma limitada, que é privativa das sociedades empresárias. D – rege-se somente pelas regras relativas à sociedade simples, mesmo tendo adotado a forma limitada. E - é na verdade empresária, pois toda sociedade prestadora de serviços tem essa natureza. 29. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) – No tocante à teoria da desconsideração da personalidade jurídica, é incorreto afirmar que: A – está expressamente prevista no Código Civil de 2002 e em outros diplomas normativos. B – quando aplicada, extingue a pessoa jurídica. C – deve ser aplicada pelo juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo. D – quando aplicada, permite que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. E – tem como pressuposto o abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13 30. (VUNESP – Fiscal de Rendas/SP, 1997) Dentre os requisitos essenciais para o reconhecimento legal das sociedades comerciais encontra-se a matrícula, ou seja, o registro na Junta do Comércio. Assinale a alternativa que indica a sociedade que constitui exceção a tal regra: A – sociedade em comandita simples. B – sociedade de capital indústria. C – sociedade em conta de participação. D – sociedade em nome coletivo. E – sociedade anônima. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14 Gabarito Questão 1: I – C, II – C, III – E. Questão 2: I – C, II – E, III – C. Questão 3: I – E, II – C, III – C Questão 4: I – C, II – C, III – E. Questão 5: I – E, II – E, III – C. Questão 6: I – C, II – E, III – E. Questão 7: I – C, II – E, III – C. Questão 8: I – C, II – E, III – C. Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – E, II – C, III – C. Questão 11: I – C, II – C, III – C. Questão 12: I – C, II – E, III – C. Questão 13: I – C, II – C, III – E. Questão 14: I – C, II – E, III – E. Questão 15: I – E, II – C, III – E. Questão 16: A Questão 17: D Questão 18: A Questão 19: B Questão 20: B Questão 21: CQuestão 22: E Questão 23: C Questão 24: C Questão 25: D Questão 26: B Questão 27: B Questão 28: A Questão 29: B Questão 30: C Comentários 1. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às diversas afirmativas abaixo, considere-as certas ou erradas: I – A sociedade por ações será sempre considerada empresária, independentemente do seu objeto. II – O Código Civil institui a divisão entre sociedades simples e sociedades empresárias, afastando a antiga classificação em sociedades civil e sociedades comerciais. III – A sociedade que tenha como objeto o exercício da atividade rural sempre DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15 será equiparada à sociedade simples. Comentários à questão 1 A primeira afirmativa encontra respaldo na legislação, de acordo com o texto legal insculpido no parágrafo único do art. 982 do Código Civil. Os desdobramentos teóricos desta assertiva serão tratados na próxima aula, quanto nos aprofundaremos no estudo das sociedades de capital. A segunda assertiva também está correta, considerando que não mais se utiliza a antiga distinção que se fundava no objeto civil ou comercial da sociedade, adotando-se a teoria da empresa. Sobre isto, já tecemos as considerações teóricas na aula passada. A terceira afirmativa é incompatível com a redação do art. 984 do Código Civil, que prevê que a sociedade que exercer atividade rural poderá ser equiparada à sociedade empresária, desde que requeira sua inscrição na Junta Comercial, nos termos do referido dispositivo legal. Como vimos na aula anterior, o Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, de origem italiana, passando a enfatizar a atividade econômica organizada. O Código Civil de 2002 considera como sendo empresário (individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966). Contudo, devido às peculiaridades da atividade rural, é permitido que esta se inscreva, opcionalmente, na junta comercial. É importante frisar que o exercente de atividade rural só será empresário caso se registre na junta comercial. Deste modo, sua inscrição tem caráter constitutivo e não meramente declaratório, como nos outros casos, nos quais o exercente de qualquer outra atividade econômica será considerado empresário irregular, mas não deixará de ser empresário. 2. (FCC – Procurador do Município/SP, 2008, adaptada) Classificam-se como sociedades personificadas as sociedades: I – Limitada e a em comandita por ações. II – Em comum e a em conta de participação. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16 III – Em nome coletivo e a em comandita simples. Comentários à questão 2 Os itens I e III estão corretos, pois todos estes tipos societários possuem personalidade jurídica e encontram-se no subtítulo Da sociedade personificada do Código Civil. O item II, porém, está errado, pois a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação não possuem personalidade jurídica e encontram-se no subtítulo Da sociedade não personificada do mesmo Código. A formação da personalidade jurídica das sociedades ocorre com a inscrição no respectivo registro, nos termos dos arts. 45 e 985 do Código Civil. Assim, a sociedade empresária adquirirá personalidade jurídica após o arquivamento de seus contratos ou atos constitutivos na Junta Comercial. Frise-se que parte da doutrina entende que o encontro da vontade dos sócios já seria suficiente para criação da personalidade jurídica. José Edwaldo Tavares Borba afirma que embora, “segundo o Código Civil, as sociedades só adquiram personalidade com a inscrição no registro próprio (art. 985), na verdade adquirem-na com a sua constituição, tanto que terceiros podem provar a existência da sociedade não inscrita” (art. 987). Data venia ao ilustre doutrinador, esta afirmação não está em harmonia com a legislação. Ele está falando de um ente despersonificado, que é chamada sociedade em comum e o que os terceiros poderão provar é a existência da sociedade e não a existência da pessoa jurídica, que são conceitos que não se confundem. Provando esta existência, esta sociedade terá tanta personalidade quando um espólio, um condomínio ou uma massa falida. Ela poderá ser parte de um processo, assim como estes outros entes, mas que também não possuem personalidade jurídica. Vejamos o que diz o Código de Processo Civil: Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: [...] VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17 VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens [...]. Como se pode ver claramente, o Direito discrimina claramente uma pessoa jurídica — criação da lei — de uma sociedade — um fato social — sem personalidade jurídica. O que o ilustre doutrinador supra parece pretender é posicionar-se de acordo com a teoria realista das pessoas jurídicas, pela qual estas possuem realidade anterior ao Direito e este deve apenas reconhecê-las. A esta teoria opõe-se a teoria da ficção, pela qual as pessoas jurídicas são meras criações intelectuais humanas e, para o mundo jurídico, só adquirem esta personalidade na forma da Lei. Tudo o que o prezado candidato precisa guardar é que o Direito Brasileiro adotou um posicionamento misto em relação a esta teoria: � O Direito reconhece sociedades como produto dos fatos sociais e estas sociedades podem ser partes eu um litígio, tanto ativa quanto passivamente (teoria realista). � O Direito só concede personalidade jurídica às sociedades que se constituírem de acordo com as formalidades da Lei (teoria da ficção). Porém, o Direito Brasileiro adota a teoria da ficção, no que concerne os benefícios da atividade empresarial, e uma sociedade não personalizada poderá até atuar, mas será uma sociedade irregular. De acordo com o texto lapidado no art. 986 do Código Civil, “enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples”. Destarte, tais sociedades encontram-se em situação irregular. Adotando a nomenclatura apresentada pelo Código Civil, tais sociedades devem ser chamadas de sociedades em comum. Optamos por tratar deste assunto neste capítulo, justamente pela ligação com a questão da personalização das sociedades. Essa irregularidade gera algumas consequências previstas no ordenamento jurídico, sendo a principal delas a impossibilidade dos sócios DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18 se beneficiarem da limitação de responsabilidade, tendo em vista o disposto no art. 990 do Código Civil, que prevê que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. É relevante notar que aquele sócio que contratou em nome da sociedade em comum fica excluído do benefício previsto no art. 1024 do CC, segundo o qual os bens dos sócios só poderiamser executados após a execução dos bens da sociedade. Ou seja, aquele que contrata em nome sociedade irregular pode ter seus bens executados antes ou em conjunto com os da sociedade. Como vemos no art. 987, terceiros podem provar a existência da sociedade comum por qualquer meio admitido em direito. Já para os sócios, vigora a regra de que, entre si ou com terceiros, a existência da sociedade deve ser provada por escrito. Pode-se destacar que as sociedades em comum também não terão acesso à recuperação judicial, nem terão autorização para requerer falência, nos termos da legislação falimentar. Como podemos ver, a Lei reconhece as sociedades como fato social — teoria da realidade — apenas para beneficiar terceiros. O reconhecimento desta existência apenas força que os sócios desta empresa regularizem sua atividade, de modo que sua personalidade jurídica seja reconhecida e tenha os benefícios concedidos pela Lei — adequando-se a teoria da ficção. 3. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) E verdadeiro afirmar, no tocante à sociedade em conta de participação, que: I – Excepcionalmente a sociedade em conta de participação poderá adquirir personalidade jurídica, desde que seu instrumento seja inscrito no respectivo registro. II – O sócio participante responde exclusivamente perante o sócio ostensivo, não se obrigando perante terceiros. III – As normas relativas às sociedades simples aplicam-se, subsidiariamente e no que for compatível, às sociedades em conta de participação. Comentários à questão 3 DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19 A questão discorre especificamente sobre as diversas características da sociedade em conta de participação. É necessário atentar para o fato de que, ainda que o instrumento de celebração da sociedade em conta de participação tenha sido inscrito no respectivo registro, tal sociedade não adquirirá personalidade jurídica (art. 993). Diante de tal regra, é certo que a afirmativa I está errada. Os sócios ocultos só respondem aos sócios ostensivos, e, ainda assim, dentro dos contornos delineados no contrato de conta de participação, nos termos da regra positivada no parágrafo único do art. 991 do CC, o que indica a exatidão do item II. As regras atinentes às sociedades simples aplicam-se, no que couber, às sociedades em conta de participação, nos termos do art. 996, o que faz com que o item III esteja, igualmente, correto. A sociedade em conta de participação, apesar do nome, não é um tipo societário, mas um contrato. Ao contrário de uma sociedade em comum que pode vir a regularizar-se, a sociedade em conta de participação nunca terá personalidade jurídica. O art. 981 do Código Civil prevê que na “sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes”. Com efeito, na sociedade em conta de participação existem dois tipos de sócios: o ostensivo e o oculto. O primeiro, também chamado de operador, é aquele que negocia com terceiros, contratando sob o seu nome e responsabilidade. Já o sócio oculto, conhecido também como participante, é aquele que fornece capital ao sócio ostensivo para aplicação em empreendimentos de interesse comum. Nos contratos celebrados com o sócio ostensivo, não há necessidade de que os terceiros tenham ciência de que o negócio é explorado na forma de conta de participação, já que, diante desses, o único interessado no empreendimento é aquele sócio operador, que contratou em nome próprio. Deste modo, como a sociedade em conta de participação não se revela diante de terceiros, eventuais demandas ajuizadas em face do sócio ostensivo por eventuais descumprimentos contratuais não poderão se estender aos sócios participantes. Os sócios ocultos só respondem aos sócios ostensivos, e, ainda DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20 assim, dentro dos contornos delineados no contrato de conta de participação, nos termos da regra positivada no parágrafo único do art. 981 do Código Civil. Complementando o que já foi dito na introdução, ainda que o instrumento de celebração da sociedade em conta de participação tenha sido inscrito no respectivo registro, tal sociedade não adquirirá personalidade jurídica (art. 993). A sociedade em conta de participação não tem patrimônio próprio, já que os recursos do sócio oculto são entregues ao sócio ostensivo e, junto com o patrimônio deste, passam a ser considerados patrimônio especial (art. 994). Saliente-se que tal especialização, de acordo com o §1º do art. 994, só produz efeitos em relação aos sócios. Ou seja, o sócio ostensivo responderá com seu patrimônio perante terceiros. Ocorrendo a falência do sócio ostensivo, ocorrerá a “dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário” (§2º do art. 994). Caso a falência seja do sócio oculto, o “contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido” (§3º do art. 994). Na linha do que foi debatido acima, denota-se que terceiros não serão afetados de modo direto pela falência do sócio oculto. As regras atinentes às sociedades simples aplicam-se, no que couber, às sociedades em conta de participação. Alguns autores chamam a sociedade em conta de participação de sociedade secreta, enquanto outros consideram que ela é apenas um contrato especial de investimento, não sendo uma sociedade, por não ter personalidade jurídica. Pelo que já vimos, pensamos ser mais correto considerar que ela é uma sociedade, enquanto fato social, mas, juridicamente, é um contrato e não um tipo societário, pois este requer personalidade jurídica. 4. (FCC – Promotor de Justiça/CE, 2009, adaptada) A sociedade empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado. Considerando esta afirmativa, julgue os itens abaixo: I – A sociedade empresária possui responsabilidade patrimonial, ou seja, tem patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de seus sócios. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21 II – A sociedade empresária titularidade processual, isto é, pode demandar e ser demandada em juízo. III – Há responsabilização patrimonial, solidária e direta dos sócios de uma sociedade empresária, em relação aos credores, pelo eventual prejuízo causado pela sociedade. Questão 4 A questão apresenta diversos fenômenos oriundos da personificação das sociedades. O item I versa sobre a separação patrimonial, principal característica da personificação das sociedades. Os bens integrantes do capital social de uma empresa não se confundem com os bens particulares dos sócios, que possuem a participação societária na pessoa jurídica. Portanto está correto. Em relação à titularidade processual, caberá à sociedade ingressar em juízo para postular seus direitos, além de responder pessoalmente na esfera judicial por suas obrigações. O que nos leva a concluir que o item II está correto. O item III não está correto. Ora, a pessoa jurídica tem autonomia para contrair obrigações e ser titular de direitos e deveres, além de possuir patrimônio próprio. Desta forma, em regra, não se admite queos sócios respondam por prejuízos causados pela atuação da pessoa jurídica, o que estaria afastando a regra da limitação de responsabilidade. Completando o que já falamos na questão dois, o que o prezado candidato precisa ter em mente quando o Direito trata da pessoa jurídica, é que ela é, para todos os efeitos, equiparada a uma pessoa natural, no que tange adquirir direitos e deveres. A idéia de pessoa jurídica vem evoluindo desde os tempos da Roma Antiga e foi inicialmente utilizada para designar coletividades de pessoas, ou seja, grupos. Porém, há uma grande diferença em atribuir direitos e deveres a um grupo, sem dar-lhe personalidade, e fazer o mesmo com um ente denominado pessoa jurídica. Com a criação da idéia de personalidade jurídica, quando esta adquire direitos ou contrai deveres, é ela que os está adquirindo. Seus bens, direitos e deveres não se confundem com os das pessoas que a compõe, salvo em casos excepcionais, quando há o fenômeno da desconsideração da pessoa jurídica e DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22 ocorre quando alguém age em proveito próprio e com intenção fraudulenta, por trás de uma pessoa jurídica. 5. (FCC – Auditor Fiscal/SP, 2007, adaptada) Uma sociedade limitada, com dois sócios, teve seus atos constitutivos assinados, mas não arquivados no órgão competente. Não obstante a falta de arquivamento, iniciou-se a operação empresarial. De acordo com o contrato social, os sócios podiam praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos no objeto da sociedade. Julgue os seguintes itens: I – Mesmo a sociedade não possuindo personalidade jurídica, seus bens e dívidas constituem seu patrimônio. II – Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, em qualquer circunstância. III – Na eventualidade de a sociedade contrair dívidas de natureza civil, o respectivo credor poderá satisfazer-se com os bens sociais ou dos sócios, indiscriminadamente, excluído do benefício de ordem aquele que contratou pela sociedade. Comentários à questão 5 O enunciado apresenta a descrição de uma sociedade irregular, cujos aspectos teóricos já vimos anteriormente. Os atos constitutivos, não obstante estarem assinados, não foram levados a registro (art. 985). Assim, neste caso, deve-se aplicar o conjunto normativo estatuído nos arts. 986 a 990 do Código Civil, relativo às sociedades em comum. O item I está errado, pois, não sendo pessoa de direito, a sociedade não pode ser parte de uma relação jurídica. Deste modo, não pode ter direitos e contrair obrigações. Logo, não pode possuir patrimônio. Os bens e dívidas da sociedade formam patrimônio especial comum dos sócios (art. 988). O item II está igualmente errado, pois o art. 989 do Código Civil informa que “os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23 qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer”, havendo exceção a regra geral. O item III está correto, pois é uma descrição do que manda o art. 990 do Código Civil. 6. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Há mais de dez anos, Jorge e Matias, ambos juridicamente plenamente capazes, constituíram sociedade limitada para desenvolver o comércio de carnes em Petrópolis. Apesar de eles terem elaborado contrato de sociedade por escrito, tal contrato nunca foi levado a registro na Junta Comercial competente. Considerando as informações acima, é correto afirmar que: I – A sociedade não tem personalidade jurídica, mas os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. II – A sociedade é inexistente. III – A sociedade existe, é válida e possui personalidade jurídica. Comentários à questão 6 Exercício semelhante ao apresentado acima. O item I está correto, tendo em vista que apresenta texto que se aproxima ao lapidado no art. 988 do Código Civil. De fato, não obstante não possuir personalidade jurídica, a sociedade tem bens e dívidas, de titularidade comum dos sócios. Ressalte-se que não há de se falar em inexistência, ineficácia ou nulidade da sociedade. O que ocorre é que, no caso apresentado, a sociedade não adquire personalidade jurídica, fenômeno que gera a incidência das regras insculpidas nos arts. 986 a 990 do CC. Assim, o item II está errado, pois a sociedade existe, e o item III está errado, pois a sociedade não possui personalidade jurídica. 7. (Antônio Nóbrega – Ponto dos Concursos, 2012) No tocante às diversas afirmativas apresentadas abaixo, julgue-as: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24 I – as sociedades em conta de participação não adquirem personalidade jurídica, ainda que seu instrumento seja inscrito no devido registro. II – tanto na sociedade em comum como na sociedade em conta de participação, os sócios só podem provar sua existência por escrito. III – na sociedade em conta de participação há duas espécies de sócios: o sócio ostensivo e o sócio participante. Este último responde exclusivamente perante o primeiro. Comentários à questão 7 Outra questão que trata de aspectos teóricos já vistos anteriormente. Em relação às sociedades em conta de participação, a primeira e a terceira afirmativas estão corretas, de acordo com o texto legal dos arts. 993 e 991, respectivamente, do Código Civil. A assertiva II, todavia, está em desacordo com as normas em estudo, considerando que, não obstante estar em consonância com a redação do art. 987, encontra-se em conflito com a letra do art. 992. 8. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacional/AGU, 2006, adaptada) Com relação à desconsideração da personalidade jurídica, julgue os itens abaixo. I – A decisão pela desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz nos termos do Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício. II – De acordo com o entendimento dominante no Superior Tribunal de Justiça, é necessária ação judicial autônoma para a desconsideração da pessoa jurídica. III - O entendimento predominante na jurisprudência pátria é no sentido de que, sendo deferida a desconsideração da personalidade jurídica, a execução não pode atingir a todos os sócios indistintamente, mas apenas os que deram causa ao ato que levou à desconsideração. Comentários à questão 8 O item I está correto. A decisão judicial que determinar a desconsideração da personalidade jurídica deve ser provocada pelas partes DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25 litigantes, não sendo possível à autoridade judiciária aplicar tal fenômeno de ofício. O item II demanda conhecimentos mais especializados sobre o tema, já que trata do entendimento do STJ acerca de questão de direito processual relativa à desconsideração da personalidade jurídica. Apesar da baixa probabilidade de a banca abordar a matéria nesta profundidade, é válido ressaltar que o pedido para a desconsideração da personalidade jurídica pode ser feito nos autos da própria açãoprincipal, sendo prescindível a propositura de ação autônoma que tenha como único objeto tal pedido. O item III não se harmoniza com o entendimento majoritário sobre o tema. A desconsideração afeta somente certos atos, de modo a atingir o patrimônio pessoal do sócio que indevidamente se beneficiou da ficção da personalidade jurídica da sociedade. A teoria da desconsideração da pessoa jurídica (disregard doctrine) foi criada para evitar abusos por parte dos sócios na utilização desta ficção jurídica. Esta teoria foi criada de modo a permitir a desconsideração da personalidade jurídica em relação a certos atos, para atingir a responsabilidade, no âmbito patrimonial, dos sócios. É importante notar que esta situação excepcional, e que ocorrerá somente em situações específicas, não tem como escopo a declaração de nulidade da personificação da sociedade, mas sim sua ineficácia para determinados atos. Busca-se, desta forma, a preservação do instituto, com a separação do patrimônio da sociedade e dos sócios, medida que, de certa maneira, limita a perda destes últimos e incentiva o investimento em novos negócios. Apesar de não tratar especificamente da desconsideração da personalidade jurídica, o Código Civil, em seu art. 50, apresenta a seguinte norma1: 1A desconsideração da personalidade jurídica também é citada em outros diplomas legais, como no art. 28 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), no art. 18 da Lei 8.994/94 e no art. 4º da Lei 9.605/98. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26 Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. O artigo em comento apresenta, assim, duas hipóteses em que estará caracterizado o abuso na utilização do instituto da personalidade jurídica: desvio de finalidade e confusão patrimonial. Destarte, a utilização fraudulenta e abusiva da sociedade — como, por exemplo, no caso do uso de recursos da sociedade para pagamento de despesas particulares dos sócios ou, ainda, realização de empreendimentos estranhos ao objeto social para atender a interesses particulares destes —, gerará a desconsideração de sua personalidade jurídica, possibilitando que o patrimônio dos sócios seja momentaneamente atingido. Ao abordar este tema, Rubens Requião assevera que, ao discutir o assunto, os Tribunais “declaram que não põem dúvida na diferença de personalidade entre a sociedade e os seus sócios, mas no caso específico de que tratam, visam a impedir a consumação de fraudes e abusos de direito cometidos através da personalidade jurídica (...)”. Registre-se que certas hipóteses permitem que os sócios sejam responsabilizados pelas obrigações contraídas pela sociedade, sem que haja necessidade de má-fé ou dolo, como no caso em que há responsabilidade ilimitada, conforme o art. 990 do Código Civil. Neste caso, não há de se falar em desconsideração da personalidade jurídica. A TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PERMITE QUE, EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS, A AUTONOMIA PATRIMONIAL DAS SOCIEDADES SEJA AFASTADA, RESPONSABILIZANDO-SE OS SÓCIOS. Um problema grave é o parágrafo 5º do art. 28 do Código de Defesa do Consumidor: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27 Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Uma boa parcela de autores considera que esta norma põe em risco o princípio da autonomia patrimonial, pois considera que mero prejuízo do credor possa causar a desconsideração da pessoa jurídica. A criação da teoria da desconsideração da pessoa jurídica nunca teve este objetivo, mas evitar fraudes. Adotar esta postura é praticamente eliminar a limitação da responsabilidade, o que pode causar sérios entraves econômicos ao empreendedorismo de um país. Este raciocínio vem sendo estendido à jurisprudência trabalhista, causando os mesmos problemas. Por fim, há também a chamada teoria da desconsideração inversa. Esta ocorre quando os bens da pessoa jurídica são utilizados para saldar dívidas de um ou mais sócios. Esta teoria é muito utilizada no Direito de Família, quando um dos cônjuges desvia bens pessoais para uma pessoa jurídica, com o intuito de fraudar uma partilha ou prestação de alimentos. Da mesma forma que ocorre com o Direito do Consumidor, esta regra tem que ser utilizada com cautela, pois o objetivo é evitar fraudes e não meros prejuízos. Contudo, o Enunciado 283 do CJF acolhe esta teoria: É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 9. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2009, adaptada) Sobre a desconsideração da personalidade jurídica, julgue as seguintes afirmativas. I – Implica a extinção da pessoa jurídica. II – Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação na legislação nacional. III – Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28 dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de Defesa da Concorrência). Comentários à questão 9 O item I está errado. Não há que falar em extinção da pessoa jurídica (alternativa “a”), considerando que tal efeito é momentâneo e ocorre somente em relação a certos atos praticados pelos sócios e administradores. O item II também está errado, pelo que veremos a seguir. A desconsideração da personalidade jurídica encontra-se positivada no Código Civil e na Lei 8.884/94 (entre outros institutos, pois que a afirmativa não se utilizou da palavra “apenas”, ou outro termo que significasse a exclusividade destas Leis). Logo, o item III está correto, pois a teoria encontra-se positivada, permitindo os efeitos expostos na primeira parte da assertiva. Esta questão está na esteira do que vimos anteriormente, tendo os mesmos aspectos teóricos aplicáveis. 10. (FGV – Auditor/TCM-RJ, 2008, adaptada) Julgue os itens abaixo: I – A personalidade jurídica das sociedades se inicia com a sua constituição e início das atividades. II – As sociedades em comum respondem perante terceiros pelas obrigações contraídas. III – O capital social de uma sociedade limitada pode ser formado por quotas de valores diferentes. Comentários à questão 10 O exercício demanda conhecimentos de diversos assuntos ligados ao Direito Societário. Diante do que já foi exposto, é possível verificar que o item I está incorreto. A personalidade jurídica das sociedades se inicia no momento em que ocorre a inscrição no devido registro, e não com a sua constituição ou início das atividades, nos termos do art. 985 do Código Civil. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR:ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29 Em relação ao item II, é possível notar que o texto está em harmonia com a própria natureza da sociedade em comum que, apesar de não ter adquirido personalidade jurídica, responde pelas obrigações sociais. Inclusive, vale lembrar que todos os sócios respondem solidariamente por tais obrigações (art. 990). O item III está de acordo com o art. 1.055 do Código Civil, já que este postula que “o capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio”. As quotas são as participações societárias das sociedades contratuais, diferentemente do que ocorre nas sociedades institucionais, cujas participações societárias denominam-se ações. As sociedades contratuais são aquelas cujo vínculo entre os sócios é um contrato social. Isto significa que eles possuem uma ampla autonomia para pactuar o que for melhor de acordo com seus interesses. Exemplo de sociedade contratual é uma sociedade limitada. Já em uma sociedade institucional, o ato constitutivo é um estatuto social e a autonomia das vontades dos sócios é bem reduzida, tendo em vista que a interferência do legislador é muito grande. Pode-se dizer que estas sociedades são instituições e o melhor exemplo delas são as sociedades anônimas. 11. (COPS-UEL - PGE-PR, 2011, adaptada) Sobre o regime jurídico das sociedades no Código Civil de 2002, julgues os itens abaixo: I – no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo se o contrato dispuser diferentemente, se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. II – além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. III – pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 30 incapacidade superveniente. Comentários à questão 11 Esta questão trata de vários temas respectivos à resolução parcial da sociedade em relação a um ou mais sócios, contanto que a sociedade ainda permaneça, pois, do contrário, seria caso de extinção da sociedade. É um tema novo, em relação ao que foi visto até agora. Ainda, peculiarmente, todas as assertivas estão corretas. O item I encontra respaldo no art. 1.028. O item II está descrito no art. 1.029 e o item III, no art. 1.030. Todos do Código Civil, como indica o enunciado da questão. Já que os sócios não podem alienar suas quotas livremente, como ninguém pode ser obrigado a ser associado eternamente, conforme a Constituição — art. 5º, XX “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado” —, eles terão o direito de retirar-se da sociedade, caso esta seja por tempo indeterminado. Além disso, um sócio pode falecer e, como os remanescentes podem não ter affectio societatis com os herdeiros, suas quotas deverão ser liquidadas e seus valores repassados aos herdeiros. Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I - se o contrato dispuser diferentemente; II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. Em ambos os casos, a situação é a mesma: calcula-se o valor da empresa e paga-se ao sócio ou os herdeiros o valor na proporção de suas quotas. Pode um ou mais sócios querer adquirir estas quotas, pagando suprindo o valor ou o capital social da sociedade ser reduzido: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31 Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. § 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. § 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. O mesmo ocorrerá quando for excluído judicialmente ou no caso de justa causa, quando o contrato permitir esta possibilidade: Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026[: O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação]. 12. (CESGRANRIO - Petrobrás - Advogado, 2011, adaptada) Com relação às sociedades empresárias, analise as afirmações a seguir, respondendo certo ou errado. I - Na sociedade limitada, os sócios, com a integralização do capital social, respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. II - Na sociedade em nome coletivo, todos os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32 respondem limitadamente pelas obrigações sociais. III - As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada, são constituídas por contrato social. Comentários à questão 12 Esta questão trata de dois aspectos relativos às sociedades empresariais contratuais: da responsabilidade dos sócios e do modo de constituição. Tendo como base somente o Código Civil, o item I está correto, pois é o que determina o art. 1.052; o item II está errado, considerando que confronta com o art. 1.039; e o item III está correto, em razão dos arts. 1.040, 1.046 e 1.053, que determinam, respectivamente, que estas sociedades sejam regidas, subsidiariamente, pelas normas das sociedades simples, o que implica a incidência do art. 997, que dispõe que esta é constituída por meio de contrato social. Como vimos anteriormente, quando a sociedade adquire personalidade jurídica passa a ser sujeito de direitos e obrigações, com patrimônio distinto dos sócios. A sociedade responde ilimitadamente pelas suas obrigações, não sendo possível, em regra, demandar dos sócios valores por ela devidos.Essa separação patrimonial é um importante instrumento de incentivo à exploração de atividades econômicas, já que fornece certa garantia de que o patrimônio do sócio investidor não será dilapidado por dívidas contraídas em nome da sociedade. Todavia, casos há em que, estando a sociedade impossibilitada de satisfazer seus credores, será possível acionar os sócios. Nesta hipótese, estaremos diante da responsabilidade ilimitada dos sócios, como no caso das sociedades em comum e nas de nome coletivo. Neste passo, é oportuno notar a regra do art. 1024, que se aplica às sociedades em comum nos termos do art. 990 e às sociedades em nome coletivo, de acordo com a letra do art. 1040, que determina que “os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais”. Ou seja, nestes casos, para que os sócios respondam com seu patrimônio por dívidas contraídas pela sociedade, é necessário que ocorra a insolvência desta pessoa jurídica, tendo em vista que se trata de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33 responsabilidade subsidiária. Frise-se, contudo, que o próprio art. 990 apresenta uma hipótese em que não há necessidade do esgotamento do patrimônio social para que os bens do sócio sejam atingidos. Com efeito, no caso de sociedades irregulares, o sócio que contratou pela sociedade fica excluído do benefício de ordem previsto no art. 1.024. E como funciona a responsabilidade dos sócios e acionistas das sociedades limitadas e anônimas, principais espécies societárias de nosso ordenamento jurídico? Na realidade, em ambos os casos os sócios respondem limitadamente. Na sociedade limitada, conforme regra estatuída no art. 1.052 do Código Civil, apesar da responsabilidade dos sócios ser restrita ao valor de suas quotas, todos respondem solidariamente pela integralização do capital (lembram-se do conceito de integralização de capital?). Desta forma, pode-se afirmar que o limite de responsabilidade dos sócios em uma sociedade limitada é o total do capital subscrito e não integralizado. Assim, a título exemplificativo, caso três sócios (A, B e C) subscrevam o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para a formação de uma sociedade e o sócio C não integralize este valor, os dois sócios restantes, além de estarem obrigados a integralização de suas respectivas quotas naquele valor, também são solidariamente obrigados pela integralização do capital referente ao sócio que não cumpriu sua promessa. Desta forma, de modo simplificado, caso esta sociedade responda a uma ação judicial e não tenha bens para adimplir com um pagamento, pois somente possui capital social de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), referente ao capital integralizado pelos sócios A e B, o credor poderá demandar de ambos os R$ 30.000,00 (trinta mil reais) restantes não integralizados pelo sócio C. Nas sociedades anônimas, embora não seja tópico da presente aula, o quadro é diferente. Em regra, o acionista responde somente pela sua parte no capital social, ou seja, pela integralização do preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir, nos termos do art. 1º da Lei 6.404/76, não tendo responsabilidade pessoal pelas dívidas da sociedade. As sociedades em comanditas simples e as sociedades em comandita por ações apresentam sócios em diferentes condições, em que somente alguns têm responsabilidade ilimitada. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34 No tocante às sociedades em comanditas simples, o art. 1.045 do Código Civil reza que naquela espécie societária “tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota”. Já em relação às sociedades em comanditas por ações, deve-se atentar para a norma consignada no art. 1091, segundo a qual “somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade”. No caso de sociedade simples, os sócios respondem de modo subsidiário no caso de insolvência da sociedade, na proporção em que participaram das perdas, salvo cláusula de responsabilidade solidária, nos termos do art. 1.023. Todavia, considerando que o inciso VIII do art. 997 prevê que o contrato escrito deverá mencionar “se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais”, é possível que a sociedade simples opte pela responsabilidade limitada dos sócios. Porém, para isso, deverá organizar-se como sociedade limitada. Quanto ao regime de constituição, este se divide em sociedades contratuais e institucionais, cuja diferença já foi explicitada anteriormente. 13. (FMP-RS - TCE-RS - Auditor Público Externo, 2011, adaptada) Considere as assertivas I a III, assinalando se estão corretas ou erradas. I. As sociedades chamadas em comum são sociedades não personificadas porque não tiveram seus atos sociais levados ao registro público competente, motivo pelo qual não têm personalidade jurídica. II. Existem dois subtipos de sociedade por cotas de responsabilidade limitada: 1. as sujeitas ao regime da regência supletiva da sociedade simples; 2. as sujeitas ao regime supletivo das sociedades anônimas. III. A sociedade em conta de participação tem personalidade jurídica mediante registro dos atos sociais. Comentários à questão 13 Esta questão também aborda temas diversos do Direito Societário. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 35 O item I está correto, considerando que é da própria definição de sociedade em comum não ter personalidade jurídica, por não ter inscrito seus atos sociais no registro público. Isto está descrito especificamente no art. 986/CC02. O item II está correto em razão de regra específica do Código Civil, contida no art. 1.053 e seu parágrafo único: Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Veja que só serão aplicadas as normas da sociedade anônima no que for cabível. Por exemplo, uma sociedade limitada organizada de tal forma não terá ações, não poderá emitir debêntures, não poderá ser de capital aberto, negociar no mercado de ações, etc.. O item III está errado, pelo que já vimos, pois esbarra no art. 993, também do Código Civil. 14. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011, adaptada) No que tange as sociedades limitadas, analise as assertivas abaixo, respondendo certo ou errado: I. A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez. II. Os sócios poderão integralizar o capital social com bens ou serviços. III. As deliberações sociais obrigam os dissidentes, mas não obrigam os ausentes. Comentários à questão 14 Questão exclusivamente sobre as sociedades limitadas, ela trata de dois tópicos: processos deliberativos e a integralização do capital. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 36 Apenas o item I está correto, pois esta conformeo §1º do art. 1.072 do Código Civil. Porém, o item III, que também trata sobre as deliberações, está errado, pois o §5º, do mesmo artigo, dispõe que “as deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes.” O item II está errado, tendo em vista que, complementando o que já foi dito sobre integralização do capital, nas sociedades limitadas, este não poderá ser feito em serviços, por determinação expressa do §2º do art. 1.055/CC02 15. (IESES - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros, 2011) De acordo com o que estabelece o capítulo Da Sociedade Simples do Código Civil brasileiro, julgue os itens abaixo. I. As obrigações dos sócios começam a partir da inscrição do contrato social no Registro competente. II. O contrato social da sociedade simples deve ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. III. A formação da maioria absoluta é determinada por votos correspondentes a mais da metade dos sócios presentes na assembleia e/ou reunião de sócios. Comentários à questão 15 O item I trata de ponto atinente ao que já foi discutido, logo no início, na questão dois. Embora a personalidade jurídica só tenha início com a inscrição dos atos constitutivos no registro público, a sociedade é considerada como existente, mas irregular. Deste modo, os sócios obrigam-se pelas obrigações contraídas, mesmo antes do ato de registro. O Código Civil é expresso quanto a isto: Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. Já o item II está correto, pois é o que determina expressamente o art. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 37 998 do Código Civil. O item III, porém, está errado, pois, além de ser fato notório, o §1º do art. 1.010/CC02 define maioria absoluta como o quorum de aprovação correspondente a mais da metade do capital. 16. (ESAF – Auditor do Tesouro Municipal/Recife, 2003) Nos termos do Código Civil, as sociedades são classificadas: A – empresárias e simples. B – de pessoas e de capitais. C – unipessoais e pluripessoais. D – grupadas e isoladas. E - com finalidade econômica e com finalidade religiosa ou cultural. Comentários à questão 16 Esta questão versa sobre a classificação das sociedades empresárias. Vejamos alguns pontos do regime societário previsto em nossa legislação, bem como dos conceitos necessários para a completa compreensão da matéria objeto de nossa aula. Desta forma, é necessário recordar que o Código Civil, em seu art. 44, dispõe que há cinco tipos de pessoas jurídicas de direito privado: associações, fundações, sociedades, partidos políticos e organizações religiosas. As sociedades privadas são o resultado da união de duas ou mais pessoas para a realização de fins econômicos comuns, com escopo negocial, resultando na criação de um ente de personalidade jurídica própria. Nesta direção, o art. 981 do CC, prevê que “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. As sociedades podem se dividir em duas espécies no ordenamento jurídico vigente: simples e empresária. A primeira é aquela que explora atividades específicas, como as intelectuais, rurais, pequenos negócios ou que DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 38 apresente uma estrutura organizacional simplificada, não caracterizando o exercício da atividade empresarial.2 As sociedades empresárias, conforme arts. 982 e 966 do Código Civil – CC, e na esteira do que já foi debatido anteriormente, são aquelas que exercem atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. O que pode ser destacado nestas sociedades é o preponderante fim lucrativo de suas atividades, com o desenvolvimento de uma estrutura organizacional para exercer atividade econômica. As sociedades empresariais podem se subdividir em variados tipos, com regras diferenciadas, considerando-se o grau de responsabilidade dos sócios, a participação dos mesmos na atividade da empresa, a forma de constituição etc. O regime legal aplicado a estas diferentes modalidades de pessoas jurídicas algumas vezes coincide em determinados pontos, considerando as disposições do Código Civil. Contudo, na maior parte do tempo, notadamente em relação às sociedades anônimas e limitadas, as quais apresentam maior destaque dentro do cenário nacional, devem ser observadas regras específicas, que consideram justamente a natureza do vínculo estabelecido entre os sócios e o modo como a empresa irá desenvolver suas atividades. Com o advento do Código Civil no ano de 2002, a maior parte das normas relativas às sociedades simples e às sociedades empresárias passou a ser encontradas naquele estatuto. Note-se, inclusive, que a disciplina das sociedades simples (arts. 997 ao 1.038 do CC) aplica-se subsidiariamente às sociedades em nome coletivo, comandita simples e limitadas, de acordo com os arts. 1040, 1.046 e 1.053, respectivamente, da já referida lei. No tocante às sociedades anônimas, o Código Civil foi econômico, apresentando somente dois artigos. O art. 1.088 reza que, em tal tipo societário, o “capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.” Uma das principais características que a diferenciam de outros modelos societários é apresentada no texto do artigo supracitado: a responsabilidade do 2 De acordo com o parágrafo único do art. 966,” não se considera empresário quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa”. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 39 acionista é limitada ao preço que prometeu pagar à sociedade. Na próxima aula falaremos mais deste assunto. O art. 1.089 estatui que a sociedade anônima “rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste código.” Ou seja, há previsão específica para que a aplicação das regras insculpidas ao longo do Código Civil ocorra de forma subsidiária. A lei específica a que se refere o artigo supracitado é a Lei 6.404/76, que também será mencionada na próxima aula. Diante dos comentários feitos nas linhas anteriores, evidencia-se a exatidão da opção “A”, que se reporta à divisão positivada na legislação substantiva civil, entre sociedades empresárias e simples. Em relação à alternativa “B”, é relevante aduzir que a divisão entre sociedades de pessoas e de capitais encontra respaldo na doutrina, levando em conta o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades dos integrantes do quadro social. Deste modo, pode-se afirmar que, enquanto nas primeiras a pessoa do sócio é mais importante que o capital investido, na segunda ocorre justamente o contrário. Denota-se, assim, a título exemplificativo, que as sociedades anônimas são sempre de capital e as sociedades em nome coletivo de pessoas. No tocante à sociedade unipessoal
Compartilhar