Buscar

Resumo de Impressão Aula 2 - Teoria das Relações Internacionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA DAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ludmila Andrzejewski Culpi 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, você aprenderá os conceitos centrais da escola liberal das 
Relações Internacionais, bem como os pressupostos dos autores principais 
dessa teoria. O paradigma liberal é uma das vertentes dominantes na Teoria das 
Relações Internacionais. Essa perspectiva explica vários fenômenos das RI e se 
tornou uma base central para a análise do cenário global e da organização da 
economia e da sociedade. Essa premissa surgiu no princípio da Idade Moderna, 
após o fim do Iluminismo, e assinalava que os indivíduos, por meio da razão e 
de modo individual, conduzem suas próprias vidas sem a intervenção dos 
terceiros como o Estado. 
Nesta aula, serão apresentadas as visões dos autores clássicos do 
pensamento liberal, quais sejam: Adam Smith, John Locke, Montesquieu e 
Immanuel Kant. Posteriormente, apresentaremos a concepção do liberalismo 
clássico no período entre guerras, na figura do presidente Woodrow Wilson. 
Ademais, serão apresentadas as diferentes vertentes do liberalismo e o 
liberalismo no pós-Segunda Guerra Mundial. 
TEMA 1 – ANTECEDENTES TEÓRICOS DO LIBERALISMO: MONTESQUIEU, 
LOCKE, ABADE DE SAINT PIERE E IMMANUEL KANT 
1.1 Montesquieu e Locke 
Charles Montesquieu foi um teórico clássico que serviu de base para o 
pensamento liberal. O espírito das leis, sua principal obra, apresenta um avanço 
importante para o estudo da política, definindo uma desvinculação entre a 
teologia e a política. O autor promove ainda uma associação entre as leis e as 
instituições, sendo ambas responsáveis pelo funcionamento da sociedade 
(Weffort, 1989). Montesquieu buscou harmonizar a visão democrática de 
representação política com o ideal de restrição do poder estatal. Para garantir 
isso, era necessário separar o poder governamental em três órgãos distintos: o 
Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário (Weffort, 1989). 
John Locke (1632-1704) é visto como um dos pais do liberalismo político, 
criando as bases filosóficas do liberalismo econômico fundado por Adam Smith. 
Para Locke, o governo não deve intervir na esfera privada da sociedade, 
inclusive no mercado. Locke desenvolveu uma análise da natureza humana, 
antes da existência da organização social. 
 
 
3 
Locke argumenta que, no estado de natureza, os seres humanos eram 
livres, iguais e independentes. Porém, havia os transgressores da lei natural, que 
não seguiam os ditames da razão, provocando a guerra entre os homens. Nesse 
estado de guerra, a única maneira de garantir a paz é por meio da eliminação 
dos transgressores. Assim, os homens se unem e estabelecem o contrato social 
que promove a passagem do estado de natureza para a sociedade política, 
estado em que os homens cedem o direito de executar a lei por si ao governo 
(Locke, 1988). 
1.2 Immanuel Kant e Abade de Saint Pierre 
Kant escreveu a obra A paz perpétua, na qual afirma que é possível fundar 
uma associação de Estados que compartilham uma forma republicana de 
governo. A principal contribuição de Kant para o liberalismo é o pressuposto de 
que o grande objetivo de um Estado pacífico nas relações internacionais é o 
dever moral de indivíduos que buscam de modo racional atingir o bem comum. 
Para tanto, a criação de uma federação supranacional seria um instrumento para 
solucionar controvérsias por intermédio de negociações. Kant (2008, p. 5) 
afirmava que os indivíduos deveriam ser livres, pois acreditava que são capazes, 
baseados na razão, de determinar seu destino de modo autônomo. 
Kant assinala que Estados democráticos tendem a estabelecer relações 
pacíficas entre si. Para o autor, nas repúblicas em que o poder estiver embasado 
na representação de interesses coletivos, uma decisão de recorrer à guerra seria 
mais improvável, pois a opinião pública é decisiva na definição para uma política 
externa racional e moderada (Kant, 2008, p. 15). 
Segundo Kant, essa paz garantida pelo regime democrático resulta da 
natureza de suas instituições e do respeito às leis. As instituições possuem 
natureza mais pacífica e obedecem à lei em vigor. Com relação ao sistema 
internacional, os Estados confiam que outros países também têm o compromisso 
com regras e instituições internacionais, diminuindo a possibilidade de 
hostilidades e guerras (Kant, 2008, p. 17). 
Abade de Saint Pierre (2002), apresentou, inspirado em Kant, o ensaio 
“Projeto para tornar perpétua a paz na Europa”. Essa visão foi a base para a 
formulação posterior da proposta da União Europeia, por Jean Monnet, no 
começo do século XX. Saint Pierre, com base em uma releitura da visão de 
 
 
4 
Rousseau sobre a racionalidade dos Estados, propunha que estes deveriam 
renunciar à guerra com base na construção de uma república unificada. 
TEMA 2 – LIBERALISMO CLÁSSICO: WOODROW WILSON E A LIGA DAS 
NAÇÕES 
O liberalismo clássico aparece como teoria das Relações Internacionais 
após a Primeira Guerra Mundial, quando floresce um cenário de crença nas 
instituições e na racionalidade dos atores. A teoria liberal idealista surgiu com 
base em um discurso do presidente norte-americano Woodrow Wilson ao 
Congresso, inspirado nas ideias da “paz perpétua” de Kant, e baseava-se na 
necessidade e na crença de que uma Segunda Guerra Mundial poderia ser 
evitada. 
O Presidente Woodrow Wilson propôs a ruptura com os princípios que 
estabeleciam as relações entre os Estados europeus. Segundo ele, os princípios 
que deveriam prevalecer eram: a autodeterminação dos povos (estabilidade do 
sistema) e a segurança coletiva, que previa uma reação automática em conjunto 
com os Estados em caso de surgimento de uma ameaça à paz internacional. 
O discurso de Wilson para o congresso norte-americano forneceu as 
bases para o pensamento liberal. Nesse discurso, o pensador apresenta o que 
ele considerava os 14 pontos para garantir a paz. O último deles previa a criação 
de uma associação geral de nações, de acordo com convenções específicas, 
com o objetivo de fornecer garantias mútuas de independência política e de 
integridade territorial aos grandes e pequenos Estados. Esse argumento deu as 
bases para a criação da Liga das Nações, fundada em 1919, pelo Tratado de 
Versalhes. Nessa organização, o sistema de segurança coletiva tomaria o do 
balanço de poder, em que os Estados se ameaçam constantemente realizando 
acordos para expandir suas alianças e equilibrar poder, impedindo o surgimento 
de uma potência mais poderosa que as demais (Nogueira; Messari, 2005). 
Com a criação da Liga ou Sociedade das Nações, a concepção 
universalista manifestada pelo ex-presidente estadunidense apresentou 
resultados concretos. Porém, havia pontos controversos, como o de que a Carta 
da Liga das Nações não demonstrava a igualdade entre todos. Ademais, 
considera-se que a Liga fracassou, pois sua existência não evitou o conflito (a 
Segunda Guerra Mundial) e a corrida armamentista entre as potências. 
Argumenta-se que o que levou ao seu fracasso foi que os países só cumpriam 
 
 
5 
os tratados à risca quando consideravam mais benéficos para si e o fato de os 
EUA, os idealizadores da Liga, não terem aderido à Sociedade das Nações. O 
sistema também não foi universal, visto que 63 países fizeram parte e 17 
deixaram a organização. A decisão de punir com o uso da força, em caso de 
ameaça à paz, que seria interpretada pelo Conselho de Segurança, nunca foi 
utilizada. Durante sua existência, o mecanismo de balanço do poder reinou, pois 
foi o momento em que mais se estabeleceram pactos bilaterais e concretos entreEstados (Nogueira; Messari, 2005). 
Apesar de sua derrota e encerramento, em 1939, com a eclosão da 
Segunda Grande Guerra, a Liga deu as bases para a ideia de organização 
universal para a paz e foi o embrião da criação da Organização das Nações 
Unidas (ONU) em 1945. Com o insucesso da Liga, o pensamento liberal 
demonstrou sinais de desgaste e gradativamente foi sendo substituído pelo 
paradigma realista, durante a Guerra Fria (Sarfati, 2005). 
TEMA 3 – O LIBERALISMO ECONÔMICO DE ADAM SMITH 
Adam Smith é considerado o pai do liberalismo e da economia política, 
defendendo a autorregulação do mercado, a chamada mão invisível, que guia a 
economia de modo automático. Smith afirmava que uma sociedade bem 
organizada se autorregula e é equilibrada, sem a necessidade da intervenção do 
Estado na economia e na política. O autor defendia que essa sociedade é capaz 
de transformar vícios individuais, como cobiça, ganância e ambição, em virtudes 
públicas (Smith, 1983). 
Smith (1983, p. 39) tem como um legado uma análise sobre as 
consequências positivas da liberdade econômica, dando as bases para a 
compreensão da economia de mercado. Em sua obra O ensaio sobre a riqueza 
das nações, partindo de ideias de Locke e Kant, buscou demonstrar que a 
riqueza das nações resultava do trabalho dos indivíduos que, na busca de seus 
interesses particulares, garantiam a promoção da ordem e do progresso da 
nação. Para Smith, o trabalho era a única fonte de riqueza. 
Smith argumentava que mesmo que o mercado capitalista pareça caótico, 
na verdade está muito bem organizado e assegura seu equilíbrio por meio dos 
bens que são mais desejados pelos indivíduos. Smith adota uma visão otimista, 
apontando que se o mercado fosse regido de modo autônomo, por suas leis 
naturais, a riqueza da nação só cresceria, beneficiando a todos. 
 
 
6 
TEMA 4 – AS CORRENTES CENTRAIS DO LIBERALISMO 
Nogueira e Messari (2005) assinalam que, no pós-Segunda Guerra 
Mundial, o liberalismo se dividiu em quatro vertente principais: liberalismo 
sociológico, liberalismo da interdependência, liberalismo institucional e 
liberalismo republicano. 
4.1 Liberalismo sociológico 
O liberalismo sociológico sustentava que as relações internacionais não 
se restringiam apenas às relações entre Estados, incluindo também as relações 
transnacionais, isto é, entre pessoas, grupos e organizações oriundos de 
diferentes nacionalidades. Essa visão argumenta que as relações entre os 
indivíduos são mais cooperativas e pacíficas do que o relacionamento entre os 
Estados nacionais e seus governos (Nogueira; Messari, 2005, p. 85). 
Os pensadores dessa vertente, com base nos autores clássicos da 
política, indicam que os Estados são compostos por grupos guiados pela lógica 
da cooperação mútua vantajosa. Desse modo, as controvérsias são minimizadas 
na medida em que cada pessoa participa de diferentes grupos, o que impede os 
conflitos. Para esses autores, quanto maior o número de redes transnacionais, 
mais a paz reinará na sociedade internacional (Nogueira; Messari, 2005, p. 85). 
4.2 Liberalismo da interdependência 
Os pensadores dessa corrente argumentam que a divisão internacional 
do trabalho intensifica a interdependência, limitando as possibilidades de 
conflitos entre Estados. Ademais, o crescimento do comércio e a modernização 
conectaram mais as sociedades e reduziram a incidência de confrontos e a 
necessidade do uso da força (Nogueira; Messari, 2005, p. 88). 
Os funcionalistas fazem parte dessa vertente e entendem que a 
cooperação técnica reduz a chance da guerra à medida que os Estados 
conduzem conjuntamente a administração de temas importantes na esfera 
econômica e social. Já os neofuncionalistas, comandados por Ernst Haas, 
sugerem que a cooperação não é essencialmente técnica, mas sim extrapola 
também para a esfera política (Haas, 1958). 
A partir de 1970, surge a teoria da interdependência complexa. De acordo 
com Keohane e Nye (2001, p. 30), a interdependência complexa é baseada em 
 
 
7 
três premissas principais: i) a participação de atores transnacionais nas relações 
internacionais, a partir dos canais múltiplos; ii) a redução da primazia da força 
militar, iii) a inexistência de uma hierarquia de temas, que coloca as questões 
econômicas como importantes nas RI. 
4.3 Liberalismo institucional 
O liberalismo institucional analisa as vantagens da existência de 
instituições internacionais, porém, são mais céticos do que os liberais clássicos 
a respeito da idealização da Liga das Nações. Para essa vertente, uma 
organização internacional é um conjunto de regras que administra as relações 
entre os Estados estatais em áreas particulares, com autonomia em termos de 
objetivos e capazes de incentivar a cooperação entre os países. 
Essa visão assinala que, além de cooperarem para a integração, as 
instituições cooperam para a integração e são importantes ferramentas para 
diminuir os efeitos negativos da anarquia na estabilidade. Isso porque 
compensam a falta de confiança e o medo entre os Estados, bem como 
expandem o fluxo de informações, sendo espaços para debates e negociações 
entre os Estados. 
4.4 Liberalismo republicano 
Essa corrente do liberalismo se embasa na concepção de que 
democracias liberais são mais pacíficas do que outros sistemas políticos. Em 
função da expansão do número de democracias no sistema internacional, 
aumenta-se a probabilidade da paz e diminui-se a das guerras. 
São três argumentos centrais dessa teoria: i) a existência de culturas 
políticas nacionais baseadas na resolução pacífica de controvérsias; ii) valores 
morais universais e comuns; iii) a interdependência e a cooperação econômica, 
que promovem benefícios mútuos para os Estados envolvidos. 
TEMA 5 – O LIBERALISMO NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
O colapso da Liga das Nações e a eclosão da Segunda Guerra Mundial 
trouxe à tona críticas à teoria liberal. Os realistas, principais adversários, 
criticavam o caráter pouco científico e normativista do pensamento liberal. 
Portanto, a Segunda Guerra Mundial se mostrou o momento para a 
 
 
8 
reestruturação da teoria liberal, assegurando a ela uma base científica mais 
sólida. 
O liberalismo clássico foi criticado por seu aspecto idealista, utópico e 
irreal das relações internacionais. Contudo, mesmo com essa característica de 
ideal, forneceu frutos importantes, que se tornaram importantes atores das RI, 
as organizações internacionais. Ainda que a Liga das Nações tenha fracassado, 
sua experiência foi pioneira e relevante para o desenvolvimento subsequente da 
teoria no pós-Segunda Guerra, com base no argumento de que as instituições 
internacionais cumprem papel importante na administração e na garantia da 
ordem do sistema internacional, possibilitando a cooperação entre os Estados 
(Silva; Culpi, 2017). 
Dessa forma, a centralidade das instituições foi a característica que 
unificou as correntes modernas do pensamento liberal. Como se pode observar 
na prática, as organizações internacionais, embora fracassem em muitos 
objetivos, são respeitadas, como também são importantes para gerir temas 
centrais como o comércio, as migrações, o trabalho, as missões de paz, entre 
outros (Nogueira; Messari, 2005, p. 78). 
NA PRÁTICA 
Leitura complementar 
Leia o artigo “A ONU e os direitos humanos”, de Celso Lafer, que analisa 
o papel das Nações Unidas na consolidação de regras para o respeito 
internacional aos direitos humanos. Disponível em: <http://www.scielo.br/ 
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000300014>. 
 Indique os elementos centrais do pensamento liberal presentes no artigo 
e a importância das instituições internacionaispara essa teoria das Relações 
Internacionais. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, conhecemos a teoria liberal desde seus antecedentes 
históricos, com base nos pensadores clássicos Montesquieu, Locke, Kant e 
Abade de Saint Pierre. Na sequência, foram apresentados os pressupostos 
centrais da teoria liberal clássica, que se embasam nos pontos de Woodrow 
Wilson e na consolidação da Liga das Nações, no período entre guerras, que 
 
 
9 
tornou concreta a aspiração de uma organização internacional que fosse gerida 
conjuntamente e trabalhasse pela estabilidade internacional. 
Com o fracasso da Liga e o início da Segunda Guerra Mundial, o 
liberalismo sofreu críticas e passou a ser questionado em sua capacidade de 
prever os acontecimentos internacionais. Foi necessária uma reestruturação, 
que se consolidou nas diferentes vertentes que emanam no pós-Segunda 
Guerra, sendo as principais o liberalismo sociológico, o liberalismo da 
interdependência, o liberalismo republicano e o liberalismo institucional. 
 Apesar das diferenças de cada corrente neoliberal, um ponto central as 
unifica: a crença na importância das instituições como garantidoras de uma 
gestão conjunta de temas importantes aos Estados e de uma maior ordem 
internacional. 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
HAAS, E. B. The uniting of Europe, political, social, and economic forces 
1950-1957. California: Stanford University Press, 1958. 
KANT, I. A paz perpétua. Porto Alegre: LP&M, 2008. 
KEOHANE, R. O.; NYE, J. S. Power and Interdependence. New York: 
Longman, 2001. 
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultura, 
1988. 
NOGUEIRA, J. P.; MESSARI, N. Teoria das Relações Internacionais: 
correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
SAINT-PIERRE, A. Projeto para tornar a paz perpétua na Europa. Brasília: 
UnB, 2002. 
SARFATI, G. Teorias de Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005. 
SILVA, C. C. V.; CULPI, L. A. Teoria de Relações Internacionais: origens e 
desenvolvimento. Curitiba: InterSaberes, 2017. 
SMITH, A. A Riqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 
WEFFORT, F. C. (Org.). Os clássicos da política: Maquiavel, Hobbes, Locke, 
Montesquieu, Rousseau, “O Federalista”. São Paulo: Ática, 1989.

Outros materiais