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TEORIA DA BUROCRACIA E TEORIA ESTRUTUALISTA
1 - Origens da Teoria da Burocracia
No início do século passado, Max Weber, um sociólogo alemão, publicou uma extensa bibliografia a respeito das grandes organizações da sua época. Deu-lhes o nome de burocracia e passou a considerar o século XX como o século das burocracias, pois achava que estas eram as organizações características de uma nova época, plena de novos valores e novas exigências. 
Max Weber (1947), define como a grande dimensão de uma organização e a grande complexidade de suas responsabilidades produzem a burocratização. Um dos aspectos da burocratização é a elaboração do aparato administrativo na organização.
As burocracias também se caracterizam por um alto grau de especialização e seus membros são técnicos especializados nas tarefas a eles atribuídas. Os cargos são organizados numa hierarquia, com limites definidos de autoridade cuja extensão está limitada de maneira precisa por normas impessoais, as operações são geralmente orientadas por um sistema consistente de normas e regulamentos.
Espera-se que a impessoalidade prevaleça no desempenho dos deveres e nas relações oficiais. As políticas de promoção e de pessoal são também orientadas por critérios impessoais, tais como o de mérito ou de antigüidade, que asseguram carreiras estáveis aos funcionários com algum progresso dentro da organização.
Essa combinação de características tende a se desenvolver pois é necessária para a eficiência administrativa.
Com o aparecimento das burocracias, seu crescimento e proliferação, a teoria administrativa ganhou uma nova dimensão através da abordagem estruturalista: além do enfoque intra-organizacional, surgiu o enfoque inter-organizacional. A visão estreita e limitada aos aspectos internos da organização passou a ser ampliada e substituída por uma visão mais ampla, envolvendo a organização e suas relações com outras organizações dentro de uma sociedade maior. A partir daqui, a abordagem estruturalista se impõe definitivamente sobre a Abordagem Clássica e a Abordagem das Relações Humanas.
A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração principalmente em função dos seguintes aspectos:
A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria Clássica como da Teoria das Relações Humanas – ambas revelavam dois pontos de vista extremistas e incompletos sobre a organização.
A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas nas organizações.
O crescente tamanho e complexidade das empresas passou a exigir modelos organizacionais bem mais definidos.
O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, o seu criador.
Origens das Burocracia ( a burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. A burocracia - tal qual como existe hoje, como a base do moderno sistema de produção – teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento.
2- Características da Burocracia, segundo Weber
Para Max Weber a burocracia é a organização eficiente por excelência, e para conseguir essa eficiência, precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas.
Características principais:
Caráter legal das normas e regulamentos – a burocracia é uma organização baseada em uma espécie de legislação própria que define antecipadamente como a organização deverá funcionar.
Caráter formal das comunicações – todas as ações e procedimentos são feitos por escrito para proporcionar comprovação e documentação adequadas.
Caráter racional e divisão do trabalho – há uma divisão da sistemática do trabalho, do direito e do poder, estabelecendo as atribuições de cada participante, os meios de obrigatoriedade e as condições necessárias.
Impessoalidade nas relações – a distribuição de atividades é feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas.
Hierarquia da autoridade – todos os cargos estão dispostos em graduações hierárquicas que encerram determinados privilégios e obrigações, definidos por meio de regras específicas.
Rotinas e procedimentos estandardizados – a burocracia é uma organização que fixa as regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo, cujas atividades devem ser executadas de acordo com as rotinas e procedimentos fixados por elas.
Competência técnica e meritocracia – a admissão, a transferência e a promoção dos funcionários são baseadas em critérios de avaliação e de classificação e não em critérios particulares e arbitrários.
Especialização da Administração – o dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou um grande acionista da organização, mas um profissional especializado na sua administração.
Profissionalização dos participantes – cada funcionário da burocracia é um profissional, pois o administrador profissional tende a controlar cada vez mais completamente as burocracias.
Completa previsibilidade do funcionamento – tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar sua execução, para que nenhuma deficiência do sistema seja plenamente alcançada.
3-Origens da Teoria Estruturalista
A oposição entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas criou um impasse dentro da Administração que mesmo a Teoria da Burocracia não teve condições de ultrapassar.
A Teoria Estruturalista veio representar um verdadeiro desdobramento da Teoria da Burocracia e uma leve aproximação em direção à Teoria das Relações Humanas. Representa também uma visão extremamente crítica da organização formal.
De um modo geral, as origens da Teoria Estruturalista na Administração foram as seguintes:
A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si – tornou necessária uma posição mais ampla e mais compreensiva, que abrangesse os aspectos que, considerados por uma, eram omitidos pela outra.
A necessidade de se visualizar a “organização como uma unidade social e complexa, onde interagem muitos grupos sociais” que compartilham com alguns dos objetivos da organização, mas que podem incompatibilizar com outros.
A ideia básica do Estruturalismo é considerar a organização em todos os seus aspectos como uma só estrutura., fornecendo uma visão integrada da mesma: analisar as influências de aspectos externos sobre a organização, o impacto de seus próprios aspectos internos, as múltiplas relações que se estabelecem entre eles.
Um dos fundadores do Estruturalismo foi Amitai Etzioni, que via a organização como um complexo de grupos sociais, cujos interesses podem ou não ser conflitantes. Minimizando esses conflitos, o trabalho pode se tornar mais suportável, embora não seja fonte de satisfação total do trabalhador.
Os estruturalista vêm a organização como uma unidade social grande e complexa, onde interagem muitos grupos sociais. Embora esses grupos compartilhem alguns interesses (por exemplo, a viabilidade econômica da companhia), têm outros incompatíveis (por exemplo, referentes à maneira de distribuição dos lucros brutos da organização). Os diversos grupos poderiam cooperar em certas esferas e competir em outras, mas dificilmente são ou podem tornar-se uma grande família feliz, como frequentemente dão a entender os autores de Relações Humanas.
4-Características do Estruturalismo
Submissão do indivíduo à socialização – O desejo de obter recompensas materiais e sociais (como prestígio, reconhecimento de seus pares,etc.) faz com que o indivíduo aceite desempenhar vários papéis sociais em seu trabalho. Isso é possível graças à existência de diversos grupos dentro da mesma organização.
Conflitos inevitáveis – Os conflitos entre os interesses dos funcionários e os objetivos da empresa são inevitáveis.Ao considerar os aspectos racionais e irracionais das necessidades empresariais e individuais, os conflitos podem ser reduzidos, mas não eliminados. Sua minimização pode tornar o trabalho mais suportável, apesar de não satisfatório. Por outro lado, se forem disfarçados, os conflitos se expressarão de outras formas, como abandono do emprego ou aumento do número de acidentes.
Hierarquia e comunicações – A hierarquia é vista como perniciosa à comunicação dentro da empresa. Mas, seguindo-se a suposição de que a hierarquia é um pré-requisito funcional para o coordenação em uma organização formal, suas disfunções são consideradas um custo inevitável, custo esse que poderá ser reduzido mas não eliminado.
Incentivos mistos – Os estruturalistas consideram que, também na questão dos incentivos, tanto os clássicos (incentivo monetário) quanto os humanistas(incentivos sociais) tinham uma visão parcial. Os indivíduos, sendo seres complexos, precisam se realizar em diversos aspectos. Vistos de uma forma global, os diversos tipos de incentivos não existem de maneira independente: Embora se tenha verificado que as recompensas sociais são importantes nas organizações, isso não diminui a importância das recompensas materiais.
5- Princípios do Estruturalismo
A - As Organizações
As organizações constituem a forma dominante de instituição em nossa sociedade: são a manifestação de uma sociedade altamente especializada e interdependente, que se caracteriza por um crescente padrão de vida. As organizações permeiam todos os aspectos da vida moderna e envolvem a atenção, tempo e energia de numerosas pessoas.
As organizações formais por excelência são as burocracias. Daí o fato de a Teoria Estruturalista ter como principais expoentes figuras que se iniciaram com a Teoria da Burocracia.
B – O Homem Organizacional
Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o “homo economicus” e a Teoria das Relações Humanas o “homem social”, a Teoria Estruturalista caracteriza o “homem organizacional”, ou seja, o homem que desempenha papéis diferentes em diferentes organizações.
O Homem organizacional, para ser bem-sucedido, precisa ter as seguintes características de personalidade:
Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna, bem como da diversidade dos papéis desempenhados nas diversas organizações.
Tolerância às frustrações, para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e necessidades individuais, cuja mediação é feita através de normas racionais.
Capacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho rotineiro dentro da organização, em detrimento das preferências e vocações pessoais por outros tipos de atividade profissional.
Permanente desejo de realização, para garantir a conformidade e cooperação com as normas que controlam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização, proporcionando recompensas e sanções sociais e materiais.
Essas características de personalidade não são exigidas sempre no nível máximo pelas organizações, mas a partir de composições e combinações que variam enormemente e de acordo com a organização e com o cargo ocupado.
C – Análise das Organizações
A análise das organizações, do ponto de vista estruturalista, é feita a partir de uma abordagem múltipla que leva em conta simultaneamente os fundamentos da Teoria Clássica, os da Teoria das Relações Humanas e os da Teoria da Burocracia. Essa abordagem múltipla utilizada pela Teoria Estruturalista envolve:
Tanto a organização formal como a organização informal.
Tanto as recompensas salariais e materiais como as recompensas sociais e simbólicas.
Os diferentes enfoques da organização.
Todos os diferentes níveis hierárquicos da organização.
Tanto a análise intra-organizacional como a análise interorganizacional.
BIBLIOGRAFIA
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron-Books,2009.
FERREIRA, A.A. Gestão Empresarial. São Paulo: Pioneira, 2001.

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