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CAMILA CARDOSO TERRA DE SOUZA 11710019 
PAULA FERNANDA ALMEIDA DA MATA 11710170
TRIBUNAL DE NUREMBERG 
 Um marco no Direito Internacional 
 FORMOSA-GO
 2018
Resumo
O presente estudo tem por objetivo explanar acerca dos acontecimentos que levaram a criação do Tribunal de Nuremberg e sobre a influência deste tribunal para com o Direito Internacional Público atual, observando o contexto-histórico e os meios utilizados. 
Introdução
 O Tribunal de Nuremberg foi uma série de julgamentos realizados pelos chamados aliados após os fatos decorrentes da Segunda Guerra Mundial, esse tribunal teve o intuito de julgar o Alto Escalão nazista pelas atrocidades cometidas contra a humanidade, trabalhando com a ideia de que isto fosse um exemplo de prevenção para que tais ocorrências não viessem a acontecer novamente. Este tribunal foi um marco no Direito Internacional e nas relações internacionais, uma vez que, até então não havia existido uma sanção real para aqueles que cometessem tais crimes, visto que, também não existia órgãos capazes de fazê-lo. Para que se possa compreender como essa série de julgamentos influenciou o Direito Internacional, é necessário que se saiba em que contexto e como foi criado, dessa forma, a pesquisa se aprofundará no contexto histórico, e o quais fatos levaram a sua criação. 
Segunda Guerra Mundial 
 Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha estava desmoralizada no cenário internacional, o que fez com que as ideias fascistas propagadas por Hitler ganhassem mais força, uma vez que, estas pregavam o nacionalismo exagerado e prometiam recuperar a moral do povo alemão. Em 1939, o exército alemão invadiu a Polônia, dando inicio a Segunda Guerra Mundial, a partir desse fato a França e a Inglaterra uniram-se e declararam guerra à Alemanha. O mundo então dividiu-se entre os Aliados (Inglaterra, URSS França e Estados Unidos) e o grupo do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Os anos de 1939 a 1941 foram marcados pelas sucessões de vitórias do grupo do Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão conquistou a Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e territórios da Líbia. 
Após o a ataque do Japão a base norte-americana de Pearl Harbor em 1941, os Estados Unidos entraram no conflito ao lado dos Aliados, marcando o começo da queda do Eixo, posteriormente a derrota pela URSS, o exército alemão viu-se em decadência. Em 1943 a Itália rendeu-se firmando o armistício com os aliados e declara guerra à Alemanha. No ano de 1944 do dia 6 de junho, ocorreu o “Dia D”, onde o exército aliado liberta a França e provoca o recuo dos alemães, em 1945 o Japão sofre um ataque bélico em Hiroshima e Nagasaki pelo EUA, então o grupo do Eixo rende-se, pondo fim ao conflito. 
 A Segunda Guerra Mundial trouxe a população mundial inúmeros prejuízos, tanto no âmbito concreto, quanto no abstrato.
O Holocausto 
O discurso de Hitler era extremamente bem articulado e nacionalista, antes mesmo da guerra já defendia a supremacia da raça ariana, estas opiniões foram aderidas por grande parte da população, visto que, Hitler atribuía os problemas enfrentados pela Alemanha aos judeus, o que culminou em uma das maiores atrocidades cometidas pela humanidade contra ela própria: O Holocausto
 As ideias antissemitas que Hitler reproduzia, ganhavam força à medida que o exército alemão ia conquistando o cenário internacional. Os ideais nazistas consistiam no princípio de que era necessário preservar a pureza da raça ariana, ou seja, quaisquer outras raças ou pessoas que eram acusadas de demonstrarem comportamentos contrários a essa ideia, como por exemplo ciganos, homossexuais, ou até me mesmo alemães supostos comunistas, eram consideradas ameaças que deveriam ser exterminadas. 
Partindo deste princípio, aqueles que eram considerados impuros começaram a ser perseguidos, no início perdendo seus direitos, bens materiais, inclusive suas casas, sendo remanejados para os chamados guetos, onde a comida era racionada e não havia mínimas condições salubres, conforme a guerra avançou e as forças germânicas se viam cada vez mais vitoriosas, a perseguição tomou proporções maiores, os tidos como “inimigos do Estado” eram transportados até campos de concentrações que não tinham apenas como objetivo exterminar, mas também escravizar e de alguma forma desumaniza-los, ao chegar nesses locais perdiam seus nomes e eram identificados apenas por números, aqueles que não tinha condições de trabalhar, eram diretamente levados para a morte.
Dentro dos campos morreram milhões de pessoas em decorrência das péssimas condições em que ficavam, de doenças, de inanição, fuzilados como modo de exemplo para os que se mostravam rebeldes, assassinados nas câmaras de gás, que no auge exterminavam cerca de 6000 pessoas por dia. Em alguns campos, médicos realizavam experiências 
O Tribunal de Nuremberg
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e com a vitória dos países Aliados e derrota dos Países do Eixo, foi criado um Tribunal na cidade de Nuremberg na Alemanha para julgar os denominados “Grandes Criminosos de Guerra”. A escolha da cidade de Nuremberg não foi por acaso, pois o lugar era considerado uma fortaleza nazista, e era um dos únicos lugares que ainda estava em condições de abrigar um evento dessa magnitude. O Tribunal Internacional Militar de Nuremberg, como foi conhecido, foi elaborado com a finalidade de julgar os indivíduos com maior relevância no meio nazista, como as lideranças politicas, econômicas e militares.
 Ao todo foram 24 indiciados pela liderança dos países aliados para formarem a bancada dos réus. Apenas 22 acusados foram condenados, uma vez que um não foi a julgamento por motivos de saúde e outro por ter praticado suicídio antes do início dos julgamentos. Dos réus que foram á julgamento 3 foram absolvidos, 12 condenados à morte, 3 condenados a prisão perpétua e 4 condenados a executar penas de dez a vinte anos de prisão.
 O julgamento teve o propósito de prevenir que outro movimento, como o anteriormente, viesse a se ocorrer novamente, pois acreditavam que a humanidade não suportaria um novo embate. Este Julgamento teve a duração de 315 dias (novembro de 1945 a outubro de 1946) para que se fosse encerrado e as sentenças fossem executadas conforme o veredito.
Apesar deste Tribunal não ter seguido alguns princípios jurídicos fundamentais para um bom desenvolvimento de um processo, é indubitável observar que este sofreu imensas críticas por esse fato. A ausência de um amparo jurídico em leis ou códigos para a condenação dos réus demonstra claramente a falta de uma legalidade, interferindo assim que os advogados da parte ré não encontrassem meios de comprovar que aquele julgamento feria princípios do direito, mesmo sendo o principal argumento defendido pelos mesmos.
 O Tribunal Internacional Militar de Nuremberg é reconhecido como um tribunal ad hoc, sendo caracterizado como um tribunal de exceção. Contudo, ainda que houvesse todas essas condenações não existiram nenhum documento internacional que respaldasse e culminassem todos esses crimes cometidos pelos países do eixo, sendo assim os acusados processados e julgados por lei posterior ao crime.
Crimes contra a Humanidade
 A primeira definição dada a crimes contra a humanidade vem do próprio Tribunal, uma vez que, não havia prescrição anterior, e consiste em crimes que lesam a humanidade, a ONU aderiu este princípio como jus cogens (direito imperativo) no plano internacional.
 Em virtude dos princípios dados em Nuremberg, são crimes contra a humanidade: o assassinato, o extermínio, a escravidão, a deportação e qualquer outro ato desumano contra a população civil, ou a perseguição por motivos religiosos, raciais ou políticos, quando esses atos ou perseguições ocorram juntamente com qualquercrime contra a paz ou em qualquer crime de guerra. 
 Para que a legislação dos crimes contra a humanidade abarque os fatos, os crimes têm que ter essas caraterísticas: atos desumanos (como supracitados); ocorridos durante conflito armado; no contexto de uma política de Estado ou de uma organização (que promova essa política); contra a população civil; de forma generalizada ou sistemática; com conhecimento do agente.
 Os Estados que firmaram o de Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e/ou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, tem obrigação de investigar e punir crimes contra a humanidade. Independente da data do fato. 
Convenções de Paz de Haia (1899 e 1907)
É de suma importância a abordagem sobre as Convenções de Paz de Haia neste ponto, já que, estas Conferências determinaram um marco principal antecessor do Tribunal de Nuremberg. Estes acontecimentos ocorreram no início do século XX e é considerado um dos principais eventos internacionais. A Primeira e a Segunda Conferência foram caracterizadas, juntamente com outras convenções, como as precípuas ao tratarem de leis e crimes de guerras internacionais.
A Primeira Convenção de Paz de Haia aconteceu no dia 18 de maio de 1899, com a participação no total de vinte e seis países (Europeus, Americanos e Asiáticos), sediada na cidade de Haia, com a finalidade de assegurar a paz entre os países e convocada por Czar Nicolau II da Rússia. Em primeiro momento esta convenção apresentou a proibição do uso de armas na guerra, mas por contrariar alguns dos objetivos dos países ali presentes caiu em desuso. Acreditaram, portanto que por meio da arbitragem seria possível chegarem a consensos durante a guerra, pois este meio seria “mais eficaz e ao mesmo tempo mais equitativo”.
Já a Segunda Convenção de Paz de Haia sucedeu-se no dia 15 de junho de 1907, com a participação de dezoito países a mais que na primeira, totalizando a quantidade de quarenta e quatro países. Tinha como propósito o aprimoramento das normas estabelecidas na Primeira Convenção sobre as questões de guerra e paz. Esta Conferência empregou paralelamente, á arbitragem, 14 convenções estabelecendo quais deveria ser a condução dos países evolvidos na guerra. Com apenas o Brasil ratificando a Ata Final da Conferência foi perceptível que houve uma grande negação dos demais membros sobre o conteúdo que foi proposto pelas Convenções.
Herança do Tribunal de Nuremberg
Entre inúmeros legados, o que se pode considerar de mais importante deixado pelos acontecidos de Nuremberg são os princípios, que atualmente servem para a justiça internacional como base e jus cogens. Sendo eles: a culpabilidade individual como fundamento da responsabilidade penal por ato considerado crime pelo direito internacional; a responsabilidade penal internacional independe da lei interna; a posição oficial ou imunidades não podem afastar a responsabilidade penal internacional; a obediência hierárquica não constitui excludente de responsabilidade com base apenas em cumprimento de ordem superior; o devido processo legal como garantia de todo acusado; a legalidade (com a definição jurídica dos crimes internacionais em tratados).
Conclusão
Portanto, dado o exposto compreende-se que o Tribunal de Nuremberg teve papel crucial para o Direito Penal Internacional, uma vez que, os moldes em que esse Tribunal foi criado, trouxe uma tentativa de julgar de forma imparcial os criminosos, mesmo que não seja na forma conhecida anteriormente, e deixou inúmeros princípios que ainda hoje o direito internacional usa como base, e trouxe a comunidade internacional uma segurança de que haveria punibilidade a quem merecesse. 
Referências
AMBOS, Kai. A parte geral do Direito Penal Internacional: bases para uma elaboração dogmática. São Paulo: RT, 2008. 
DEVENS, Gisele. O TRIBUNAL DE NUREMBERG: marco nas relações jurídicas e políticas internacionais do século XX. 2004. 65f. Trabalho de Conclusão de Curso-Universidade do Vale do Itajaí. São José. 2004.
GONÇALVES, Joanisval Brito. Tribunal de Nuremberg (1945-1946) a gênese de uma nova ordem no direito internacional, Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

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