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06. Fundamentos do Direito Militar

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FUNDAMENTOS DO DIREITO MILITAR
Apresentação
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
O Inquérito Policial Militar (IPM) é procedimento administrativo pré-processual, que integra a investigação criminal no âmbito da persecução penal militar, tem conexão direta com o direito processual penal militar brasileiro.
Conceituação: conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária, objetivando a apuração de fatos configuradores de crime militar, e de sua autoria, fornecendo elementos necessários para propositura da ação penal comum ou militar.(Sinopse Juspodium, 2017)
A apuração de infrações penais militares, da competência da Justiça Militar Federal ficará a cargo das Instituições Militares Federais, que são as Forças Armadas FFAA (Marinha, Exército e Aeronáutica), já a apuração dos crimes militares da competência da Justiça Militar Estadual/Distrital, fica a cargo das Instituições Militares Estaduais e Distritais, que são as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares.
O IPM (Inquérito Policial Militar) é procedimento de investigação penal militar, que visa apurar qualquer crime militar, exceto deserção e insubmissão, desde que não tenha havido prisão em flagrante
O APF (Auto de Prisão em Flagrante), é uma espécie de investigação criminal militar que será lavrado em caso de prisão em flagrante delito, visando apurar qualquer crime militar, exceto deserção e insubmissão. 
O IPD (Instrução Provisória de Deserção) se opera quando os órgãos de polícia militar visam apurar especificamente a Deserção. 
E, por fim, o IPI (Instrução Provisória de Insubmissão), que será aplicado quando a finalidade de investigação criminal militar for apurar especificamente o crime de Insubmissão.
Em relação ao IPM, trata-se do mesmo inquérito policial do direito processual penal comum, a diferença é que no direito processual penal comum, o inquérito policial fica a cargo das Polícias Civis e Federais e investiga-se os crimes comuns, já o inquérito policial militar, está sob a responsabilidade das Polícias Judiciárias Militares para investigar os crimes militares, especificamente sob a responsabilidade do Encarregado, que é um oficial da PM/BM.
O Ministério Público Federal (MPF) entende que o crime doloso praticado por Militar em serviço contra civil deve ser apurado pela autoridade militar por meio do Inquérito Policial Militar (IPM), com remessa ao final dos autos à Justiça comum, caso se confirme ser delito da competência do Tribunal do Júri. 
Afirmando que quando o militar é apontado como sujeito ativo de qualquer conduta considerada como "crime militar" pela legislação (art. 9º, II, “c”, do CPM), aquela deverá ser imediatamente apurada pelas autoridades policiais militares através do respectivo procedimento administrativo, qual seja, o inquérito policial militar.
Nesse mesmo passo, se manifestou o Advogado Geral da União (AGU) na mesma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4.164, afirmando que a circunstância de crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra vítima civil serão julgados pelo Tribunal do Júri (Justiça comum) mas não impede que a investigação seja perpetrada pela autoridade militar, por meio do Inquérito Policial Militar (IPM). 
Também o Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento do Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC) nº 21.560/PR entendeu que o Inquérito Policial Militar deve ser instaurado para se verificar se o delito configura ou não crime doloso contra a vida, com posterior remessa dos autos à Justiça comum, isto é, a apuração do fato é atribuição da Polícia Judiciária Militar.
O que se observa, em regra, é que a Polícia Judiciária Civil também instaura um Inquérito, o que faz com que o Militar seja obrigado a prestar informações em dois Inquéritos, caracterizando um bis in idem indevido. 
O que fica cristalino é que a autoridade militar deve fazer prevalecer o seu raio de atuação na persecução criminal militar, cumprindo uma norma cogente, que não cabe discricionariedade, impondo-se a necessidade de um realinhamento das estratégias de investigação criminal.
FINALIDADE DO IPM
O IPM representa o conjunto de diligências visando reunir elementos necessários à apuração de crime militar e de sua autoria, por meio deste procedimento poderá ser oferecida ao membro do Ministério Público Militar os subsídios necessários para a propositura da Ação Penal Militar.
   Finalidade do inquérito
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código.
CARACTERÍSTICAS DO IPM
1. Procedimento escrito – Não pode ser oral, mas pode ser digital ou por gravação em vídeo, devendo ser designado escrivão, nos termos do art. 11, do CPPM;
2. Provisório - as diligências realizadas devem ser confirmadas no curso do processo penal militar. Exemplo: uma testemunha foi ouvida no IPM, em regra será necessária ouvi-la novamente na fase processual. Ressalva-se as provas periciais e avaliações, que não podem ser repetidas, nos termos do paragrafo único do art. 9º do CPPM;
3. Informativo e Instrumental – o IPM visa trazer elementos para uma eventual propositura de ação penal militar;
4. Não contraditório, ou inquisitivo – não ofensa ao texto constitucional, pois não há sanção decorrente da solução do inquérito;
5. Sigiloso – em razão do trabalho investigativo, nos moldes do art. 16 do CPPM, ressalvada a aplicação da Súmula Vinculante nº 14. Vejamos
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
6. Discricionariedade das investigações – O inquérito não goza de rito próprio. Portanto, a autoridade policial militar goza de certa margem de discricionariedade para adotar os procedimentos que considerar adequados para o melhor deslinde dos fatos penais investigados. 
7. Dispensabilidade – Art. 28 do CPPM - Inquérito 1.957/PR – pode ser dispensado quando já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais, nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja plenamente identificado ou nos crimes previstos nos artigos 341 e 349 do CPM.
NOTITIA CRIMINIS
1. De Cognição: imediata, mediata ou coercitiva
INQUALIFICADA OU “DENÚNCIA ANÔNIMA”
QUEM PODE SER INVESTIGADO?
	Os policias militares e bombeiros militares do Estado de Alagoas, na conformidade do art. 125, §§ 4º e 5º da Constituição da República de 1988 . Vejamos:
Art. 125.  
(...)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.                             (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Presidência do IPM (art. 10 e 15 do CPPM)

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