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2012
DIREITO
SIMPLES
Lucas Guerreiro
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DIREITO
EMPRESARIAL 
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DIREITO
EMPRESARIAL
O Crédito e os Títulos de Crédito
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Credito é “a confiança que uma pessoa inspira a outra de cumprir, no futuro, obrigação atualmente assumida” (Fran Martins)
“Crédito é um termo que traduz confiança, e deriva da expressão “crer”, acreditar em algo, ou alguém. O crédito, sob o aspecto financeiro, significa dispor a um tomador, recursos financeiros para fazer frente a despesas ou investimentos, financiar a compra de bens, etc.” (fonte: www.bb.com.br)
No decorrer da história, surgiram papéis que incorporavam o direito do credor de cobrar créditos contra o devedor. Surgiram, portanto, os títulos de crédito. Os títulos são documentos que representam certos direitos e facilidades – como o possibilidade de fácil circulação e execução.
CARTULARIDADE
LITERALIDADE
AUTONOMIA
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DIREITO
EMPRESARIAL
O Crédito e os Títulos de Crédito
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Cartularidade
Os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, as se distinguem dela na exata medida em que a representam
Conceito de Título de Crédito
“Título de Crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado”
(Cesar vivante)
Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de confiança e tempo. A confiança é necessária , pois o crédito se assegura numa promessa de pagamento , e como tal deve haver entre o credor e o devedor uma relação de confiança . A temporalidade é fundamental , visto que subentende-se que o sentido do crédito é , justamente , o pagamento futuro combinado , pois se fosse à vista , perderia a idéia de utilização para devolução posterior.
Autonomia
Inoponibilidade de exceção pessoal.
Cada obrigação é independente, existe por si só
Literalidade
Vale pelo que nele está escrito;
Limita dos direitos incorporados no título.
SÚMULA 258 DO STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão do título que a originou.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Características dos Títulos de Crédito
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EMPRESARIAL
Características dos Títulos de Crédito
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“Crédito é um termo que traduz confiança, e deriva da expressão “crer”, acreditar em algo, ou alguém. O crédito, sob o aspecto financeiro, significa dispor a um tomador, recursos financeiros para fazer frente a despesas ou investimentos, financiar a compra de bens, etc.” (fonte: www.bb.com.br)
A simples assinatura de uma pessoa faz com que ela assuma a obrigação do título.
Títulos escriturais são títulos sem cártula, que tramitam no mundo virtual, tal como a duplicata virtual. Endosso virtual, protesto virtual, assinatura virtual são outros fenômenos que acompanham essa inovação.
Esse princípio dá extrema segurança a quem possui um título, pois pelo que dele consta pode saber imediatamente o montante das obrigações assumidas pelos que figuram no documento.
Outros princípios:
Formalismo (Disciplinados por lei,; refere-se aos requisitos de validade)
Independência ou Substancialidade (Independe de qualquer outro documento para promover a sua execução)
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DIREITO
EMPRESARIAL
Critérios de Classificação
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Há quatro os critérios de classificação dos títulos de créditos
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EMPRESARIAL
Critérios de Classificação
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EMPRESARIAL
Critérios de Classificação
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DIREITO
EMPRESARIAL
Critérios de Classificação – continuação
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Significado: não há rigidez.
Exemplo: Nota Promissória, Letra de Cambio
Significado: devem seguir a legislação quanto ao formato e características. Exemplo: Cheque, duplicata mercantil
Significado: promessa do devedor de pagar o credor em data futura. Exemplo: nota promissória
Significado: é vinculado a uma determinada ocorrência prévia, constante na legislação específica. Exemplo: duplicada de venda mercantil
Significado: para sua vigência não é preciso vinculo algum a nenhum fato posterior ou anterior. Exemplo: nota promissória
Significado: não expressam o nome da pessoa beneficiada, para facilitar a circulação
Significado: possuem o nome do beneficiário e que assim, tem por característica o endosso. Exemplo:ações nominativas das S/A
Significado: são aqueles emitidos em favor de pessoa determinada. Exemplo: Título que contém a expressão “Pague-se ao sr. F, ou à sua ordem...”
Significado: nos títulos que contém essa “ordem”, a obrigação deverá se cumprir por terceiro. Exemplo: cheque, letra de cambio
A Classificação dos títulos de crédito é bem controversa. A apresentada aqui é uma das mais usadas.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Requisitos dos Títulos de Crédito
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Há três requisitos dos Títulos de crédito que são demonstrados ao analisarmos a forma, a oponibilidade de defesa e a importância dos títulos. 
O título sempre será sinal imprescindível do direito que nele contém. Os direitos não existem sem o documento no qual se materializa. A forma, seja genérica ou especifica, rege o teor nele contido.
Diante do caráter personalíssimo de individualidade em sua utilização, podemos assim dizer que, adquirente do título não é sucessor do cedente, na relação jurídica que o liga ao devedor
Documentos hábeis a proporcionar negociações comerciais e uma grande máquina propulsora do comercio em geral.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Circulação dos Títulos de Crédito
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Em relação ao ato jurídico que opera a transferência da titularidade do crédito representado pela cartula, os títulos circulam:  
 NÃO À ORDEM  -  a clausula não à ordem retira do título uma das suas principais funções (a livre circulação), fazendo com que o crédito não seja facilmente usado pela circulação através de endosso  -  entretanto, o título não à ordem também pode circular, através de uma cessão, que requer um termo de transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário  -  como conseqüência da cessão, o cedente se obriga apenas com o cessionário, não em relação aos posteriores possuidores do título  -  circulam mediante a tradição acompanhada da cessão civil de crédito.
AO PORTADOR  -  são aqueles em que não é expressamente mencionado o nome do beneficiário da prestação  -  nessas condições, será considerada titular dos direitos incorporados no documento a pessoa que com ele se apresentar  (transmissível por mera tradição).
 NOMINATIVOS  -  são os títulos cuja circulação se faz mediante um termo de cessão ou de transferência  -  esses títulos trazem , sempre, o nome da pessoa indicada como beneficiária da prestação a ser realizada.
 À ORDEM  -  em tal caso, eles trazem os nomes dos beneficiários e, contendo a cláusula esclarecedora de que o direito à prestação pode ser transferido pelo beneficiário à outra pessoa  -  circulam mediante tradição  -  ex.:  Pague ao Sr. F., ou à sua ordem, ...).
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DIREITO
EMPRESARIAL
Inoponibilidade das Exceções
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“Por Inoponibilidade das Exceções entende-se que não é permitido àquele que se obriga em uma letra a recusar o pagamento ao portador alegando suas relações pessoais com o sacador ou outros obrigados anteriores do título. (...) De acordo com a lei, são apenas três os casos em que poderão ocorrer, com validade, as oponibilidades ao pagamento na ação cambiária: a) direito pessoal do réu contra o autor; b) defeito de forma de título; c) falta de requisito ao exercício da ação” (Daniela Schaun Jalil)
"As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor". (art. 17 Lei Uniforme)
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DIREITO
EMPRESARIAL
Inoponibilidade das Exceções
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a) DIREITO PESSOAL DO RÉU CONTRA O AUTOR
Neste caso, o direito pessoal é compreendido como um direito que deriva de obrigação assumida pessoal e diretamente pelo obrigado cambiário (réu) para com o portador (autor). Dessa maneira, são válidas todas as alegações que a pessoa do réu pode opor
à pessoa do autor, aquelas relativas tanto aos requisitos gerais de direito precisos à origem das obrigações, como aos atinentes à sua validade e efeitos, e também à sua extinção.
Este direito que, segundo Rubens Requião, compete apenas a certo réu contra certo autor, é estranho ao Direito Cambiário, mas fundado no Direito Civil e Comercial.
São exemplos das exceções que podem ser opostas pelo réu contra o autor: as relações diretas e pessoas derivadas de má fé, erro, fraude e violência, simulação, dolo, causa ilícita, pagamento, novação, condição ou contrato não cumprido, compensação, remissão, confusão, dilação e concordata.
  b) DEFEITO DE FORMA DO TÍTULO
Conforme o princípio do formalismo, mencionado anteriormente, os títulos de crédito devem respeitar requisitos essenciais, previstos na lei, afim de que se caracterizem como tais. O defeito de forma do título é justamente a ausência destes requisitos.
O defeito de forma do título pode ser extrínseco ou intrínseco. O primeiro se revela materialmente na redação do título, por exemplo, se no título faltar a expressão "letra de câmbio", deixa de ser uma cambial, não obstante, ensejando uma "defesa relativa ao conteúdo literal", parafraseando Waldo Fazzio Júnior. Já o defeito intrínseco, é o que interfere na obrigação cambial, em sua origem, como a incapacidade do signatário.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Inoponibilidade das Exceções
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  c) FALTA DE REQUISITO PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO
A defesa fundamentada nesta hipótese tem natureza processual, pois se refere à ação e não ao título propriamente dito. São dessa ordem as defesas que se fundarem, por exemplo, na não exibição da cambial vencida; na extinção da cambial em virtude de pagamento; na falta de posse da cambial; na falta ou nulidade do protesto se a ação é regressiva; na prescrição.
As duas últimas hipóteses, segundo Fran Martins, não são exceções baseadas em relações pessoais do devedor com os obrigados anteriores, razão pela qual aquele jurista considera-as afastadas do princípio da inoponibilidade das exceções. Ainda conforme nos leciona aquele autor, apenas uma exceção comporta a regra: quando houver má fé por parte do portador caracterizada pelo fato de haver ele agido "conscientemente", ao adquirir o título, com a finalidade de prejudicar o devedor.
Assim, como podemos constatar, o princípio da inoponibilidade das exceções é o que rege o nosso sistema jurídico-cambiário. No entanto, com a finalidade de assegurar os terceiros de boa fé e, conseqüentemente, fornecer à circulação dos títulos cambiários a garantia necessária para o crédito, de maneira que sem temor e riscos eles possam ser negociados, a lei, estritamente, regula as hipóteses nas quais é legitimado ao réu da ação cambiária (devedor) opor exceções de defesa ao autor desta ação (credor) e negar a este o pagamento.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Lei Uniforme – História e Relevância
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“É a lei básica do Direito Cambiário, estabelecendo normas aplicáveis aos títulos de crédito, ao regular a letra de câmbio e a nota promissória. A letra de câmbio é o protótipo dos títulos de crédito, o primeiro surgido e se plasmaram nele os demais títulos, hoje em número de 36 no direito brasileiro. O surgimento da letra de câmbio deu-se há mais de 500 anos, tendo nascido na época da descoberta do Brasil. Sua origem, ao que parece, foi no comércio marítimo entre ocidente e oriente, com ponto de encontro em Constantinopla. Os navegantes venezianos dominavam essa navegação e por isso, o berço da letra de câmbio deve ter sido Veneza. Para evitar transporte e manuseio de dinheiro em moeda, os mercadores do fim da Idade Média e início dos tempos modernos criaram um documento que comprometesse o e devedor, para desconto posterior, formando uma conta corrente.
Da letra de câmbio surgiu um título mais simplificado a que foi dado o nome de nota promissória. A princípio, o nome era o mesmo para os dois títulos: cambiale. Com o desdobramento, a cambiale passou a ser chamada de cambiale-tratta (letra de câmbio) e a nota promissória de cambiale propria. Essa nomenclatura vigora ainda no direito italiano. Outros títulos foram criados posteriormente, como o cheque, que é uma variante da letra de câmbio. Aliás, são conceitualmente quase a mesma coisa: ambos são uma ordem de pagamento, mas o cheque é uma ordem de pagamento à vista e a letra de câmbio pode ser à vista e a prazo, havendo ainda algumas diferenças secundárias. O Brasil criou muitos títulos de crédito, mas todos eles à imagem e semelhança da letra de câmbio, e segundo normas semelhantes. 
Diplomas legais que regulam a Letra de Câmbio, vigentes no Brasil
Decreto 2.044/1908, nas partes não derrogadas;
Decreto 57.663/1966 que introduziu no Direito brasileiro a Lei Uniforme da Convenção de Genebra de 07/06/1930, constante do Anexo I, excetuados alguns artigos do Anexo II. 
Tanto a lei brasileira n. 2.044, como a Lei Uniforme tratam da Letra de Câmbio e da Nota promissória  -  são esses títulos diferentes, se bem que tenham muitos princípios em comum  -  dada a existência de tais princípios, a letra de câmbio e a nota promissória são chamadas de títulos cambiários ou, simplesmente, cambiais. 
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DIREITO
EMPRESARIAL
Lei Uniforme – História e Relevância
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Como a letra de câmbio e a nota promissória fossem títulos de crédito aplicados em quase todos os países do mundo e circulavam extrafronteiras, sentiram vários deles a necessidade de se estabelecer uma lei uniforme para esses títulos, em vista da confusão surgida quando a letra de câmbio tornou-se título frequente nas operações internacionais e, às vezes, era emitida num país sob uma lei, e paga em outro sob outra lei. Assim foi que em 1930 reuniram-se na cidade suíça de Genebra numerosos países para celebrarem uma convenção adotando uma lei uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias. Foi chamada de CONVENÇÃO PARA A ADOÇÃO DE UMA LEI UNIFORME PARA AS LETRAS DE CÂMBIO E NOTAS PROMISSÓRIAS, celebrada por 19 países, entre eles o Brasil. Pouco a pouco, outros países foram aderindo. O tratado foi assinado em 7.6.1930.
Uma convenção (ou tratado) assinada pelo Brasil implica o país e não os brasileiros, pois tem validade apenas no plano internacional e entre países. Para se transformar em lei nacional, dois passos essenciais devem ser dados: ser aprovada pelo Congresso Nacional por um decreto legislativo e ser promulgada pelo Presidente da República por um decreto executivo. E a Convenção de Genebra foi aprovada em 1964 pelo Poder Legislativo, por meio do Decreto 54, e foi promulgada pelo Presidente da República por meio do Decreto 57.663, de 14.1.1966. Estava transformada em lei nacional, passando a regular a letra de Câmbio e a nota promissória, com extensão aos demais títulos de crédito. O Decreto 57.663/66 é também chamado de Lei Cambiária ou LUG, ou então, simplesmente Convenção de Genebra. (...)
Nosso atual Código Civil minorou um pouco a crise legislativa referente à Lei Cambiária, ao dar pequena regulamentação aos títulos de crédito. Essa contribuição, porém, foi insignificante, em vista dos inumeráveis problemas que nossa lei básica do Direito Cambiário vem oferecendo.” (Texto de Sebastião José Roque, Revista Jus Vigilantibus, 21 de janeiro de 2008)
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DIREITO
EMPRESARIAL
Visão Geral
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Saque – declaração cambial que cria o título, pela assinatura do declarante 
Declaração Cambial – A declaração cambial consiste em assinaturas ou expressões, que expressam a vontade, obrigações e vínculos em se tratando de um título de credito. Podem ser necessárias (como o Saque) ou Eventuais (como o Aceite, Endosso e Aval).
Aceite – é a declaração cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário (sacado) reconhece seu dever de pagar e cumprir a ordem do título.
Endosso – é uma declaração pela qual o signatário transfere o título a terceiro e, por consequência, transfere também o direito cambial emergente do título.
Aval – É uma garantia cambial, instituído pela simples assinatura de quem o procede a fim de garantir o pagamento
do título de crédito. Pode ser firmado por terceiro ou pelo próprio emitente da letra que a assina.
Protesto – ato, pelo qual se comprova a falta de cumprimento da obrigação (pagamento) firmada num título de crédito.
Vencimento – é o ato que torna o título de crédito exigível. Pode ser à vista, a um certo termo de vista, a um certo termo de data e num dia fixo.
Intervenção – é o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não para aceitar o título, aceita a letra de câmbio para evitar o seu protesto e honrar o nome de alguém já obrigado no título
Pagamento – é quando o devedor voluntariamente, entrega ao credor a prestação devida. É um meio direto de se extinguir a obrigação. Existem meios indiretos que também se enquadram, tais como:-Dação em pagamento; compensação, novação; etc.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Declaração Cambial
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Declaração cambial é a manifestação de vontade do signatário no sentido de criar, completar, garantir ou transferir título de crédito. Toda declaração encerra-se pela assinatura do declarante que, pro ela, fica obrigado no título de crédito se tiver capacidade para tanto.
Emissão e Saque são termos que identificam a criação do título de crédito. Corresponde a declaração principal e essencial do título. Na Letra de Câmbio a declaração inicial e principal se chama saque e corresponde a uma ordem de pagamento. Na Nota Promissória a declaração principal, que cria o título chama-se emissão, e representa uma promessa direta de pagamento que o emitente faz a favor de um beneficiário.
Após o título ser criado (pela emissão ou saque) outras declarações podem surgir ou não. Elas não são declarações indispensáveis. Entretanto são coniventes, pois quanto mais assinaturas o título tiver, maior garantia ele oferece ao portador. Signatário é aquele que assina.
Aceite é a declaração cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário (sacado) reconhece seu dever de pagar e cumprir a ordem do título.
Endosso é uma declaração pela qual o signatário transfere o título a terceiro e, por consequência, transfere também o direito cambial emergente do título.
Aval é uma declaração pela qual o signatário garante o pagamento do título.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Declaração Cambial
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Declaração cambial é a manifestação de vontade do signatário no sentido de criar, completar, garantir ou transferir título de crédito. Toda declaração encerra-se pela assinatura do declarante que, pro ela, fica obrigado no título de crédito se tiver capacidade para tanto.
Saque de Letra da Cambio
Letra de Cambio com aceite
Endosso e Avais no Verso da Nota Promissória
Avais dados no verso da Letra de Cambio
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DIREITO
EMPRESARIAL
Letra de Câmbio
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É um título de crédito que consiste em uma ordem de pagamento à vista ou à prazo, sacada por uma pessoa, chamada de SACADOR, em favor de uma terceira pessoa designada TOMADOR. 
Estudar a Letra de Câmbio de acordo com o vencimento, permite identificar suas modalidades. Ver também página 24
A letra de câmbio é o saque de uma pessoa contra outra, em favor de terceiro.
SACADOR: é o EMITENTE ou DADOR da letra. Credor.
SACADO: é aquele contra quem é efetuado o saque. Se der o aceite ao título, passará a se chamar ACEITANTE. Devedor.
TOMADOR: é o FAVORECIDO pelo título. Aquele que fica no lugar do credor.
VENCIMENTO A DIA CERTO – Fica estabelecido um dia específico de vencimento. Exemplo: “Aos quinze dias do mês de março de 2012...”
Notas
VENCIMENTO A TERMO CERTO DA DATA – Fica estabelecido um prazo, a contar da data de emissão. Exemplo: “Dentro de dois meses...” ou “Em quinze dias...”
VENCIMENTO A TERMO CERTO DA VISTA – Fica estabelecido um prazo, a contar da data do aceite. Exemplo: “Dois meses após o aceite...” ou “Trinta dias após sua vista...” Deve ser apresentada ao aceite dentro do prazo de 1 (um) ano das suas datas. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior. Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes. Mas se não apresentada para aceite no prazo, a letra perde força executiva.
À VISTA – A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes. O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa data.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Letra de Câmbio – continuação
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Requisitos da Letra de Cambio são descritos abaixo
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DIREITO
EMPRESARIAL
Letra de Câmbio – continuação
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Requisitos da Letra de Cambio são descritos abaixo
Além da Letra de Cambio usual, temos, segundo J. B. Torres de Alburquerque, as seguintes: 
Letra Bancária – apresentada para o aceite do importador de mercadorias estrangeiras através de um estabelecimento bancário, que depois de aceita a mesma será entregue ao importador juntamente com as faturas, despachos de transporte, seguro, atos pelos quais possa o mesmo desembaraçar as mercadorias junto ao alfândega.
Letra Domiciliada – Letra cujo pagamento tem que ser feito em raça diferente daquela em que foi dado o aceite, ou domicílio ou aceitante.
Letra Nundianal – letra pagável nas feiras, que também foi muito difundida em Roma.
A emissão da letra de câmbio é denominada saque; por meio dele, o sacador (quem emite o título), expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-la), que fica obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o valor determinado no título.
Apesar de atribuir ao sacado a obrigação de pagar o tomador, o sacador permanece subsidiariamente responsável pelo pagamento da letra. Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial. Porém, para que o credor possa agir em juízo, é necessário que esteja representado por um advogado.
Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra de câmbio é um título de crédito nominativo, ou seja, em favor de um credor específico, suscetível de circulação mediante endosso. Assim, o endossante (tomador original), transfere a letra para um endossatário (novo tomador). Estudaremos endosso mais a frente.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Letra de Câmbio – comentários gerais
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COMENTÁRIOS segundo Márcia Pelissari:
·         Muitas vezes o sacador é também beneficiário  -  neste caso o sacado aceitante pagará àquele que criou a letra de câmbio  - ocorre nos contratos de alienação fiduciária, por exemplo, onde a financeira emite o título de crédito para que o sacado (a pessoa que está alienando o carro) pague a ela mesma.
·         Muitas vezes o sacador ocupa o lugar do sacado  -  A dá uma ordem para que B pague e este não dá o aceite  -  o beneficiário vai cobrar do sacador.
·         Todos os que fazem parte da obrigação cambiária são coobrigados (quem emite a letra é que é o obrigado a pagar quando o sacado não paga).
·         A letra de câmbio é muito usada no comércio de importação e exportação.
·         A letra de câmbio é sempre nominativa (emitido em nome de uma pessoa determinada).
·         Enquanto não houver o aceite não há qualquer obrigação por parte do sacado  se houver uma dívida entre o sacador e o sacado, o primeiro tem outras formas admitidas em Direito para buscar o cumprimento da obrigação  -  se o sacador pagar ao beneficiário há o direito de regresso, mas não no Direito Cambiário, ou seja, nesse caso não há o que se falar em execução.
·         Quando houver o aceite, o sacado passa a ser coobrigado, mas o sacador também o é, e se o primeiro não pagar é ele quem assume essa responsabilidade.
·         Todos se obrigam na relação, ou seja, são coobrigados e a responsabilidade pelo pagamento é subsidiária e autônoma.  Não confundir (o que é muito comum) SUBSIDIARIEDADE e SOLIDARIEDADE  -  ex.:  responsabilidade solidária é aquela
do pai e da mãe na criação e sustento dos filhos, ou seja, ambos são responsáveis  -  responsabilidade subsidiária é aquela dos padrinhos ou tutores, que na falta dos pais são responsáveis pela criação e sustento das crianças. 
COMENTÁRIOS segundo Wille Duarte Costa:
·         Inexistindo época do pagamento (vencimento) entende-se como sendo título pagável à vista.
·        Não havendo indicação especial da praça do pagamento considera-se como tal o local indicado ao lado do nome do sacado.
·         Não sendo indicado o lugar da emissão considera-se como tal o lugar designado ao lado do nome do sacador da letra de cambio ou do subscritor da nota promissória.
Notas
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DIREITO
EMPRESARIAL
Saque
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A Lei Uniforme, no Capítulo I do Título I, trata da criação e forma da letra de câmbio, tendo a tradução brasileira, adotada pelo Decreto n. 57.663, substituído a palavra criação por emissão. A Lei n. 2.044, intitulava o Capítulo I, DO SAQUE. Em ambas as leis, nesses capítulos, é regulada a criação da letra, com os requisitos essenciais para a sua validade. A criação, segundo tais dispositivos legais, é equivalente à emissão. Emitir é fazer o título, já criado, entrar em circulação. Com a criação da letra de câmbio, alguém, denominado sacador, ordena a outra pessoa, chamada sacado, que pague a um terceiro, designado tomador, em certa época, uma importância determinada.
OBSERVAÇÃO
Sacador, sacado e tomador têm, na letra, posições definidas e diversas. E, como ao participarem do título, assumem direitos e obrigações autônomas (não dependentes dos demais direitos ou obrigações dos que estão vinculados à letra), sacado e tomador podem ser a mesma pessoa física ou jurídica que deu a ordem (sacador). Não regesse o título o princípio da autonomia das obrigações cambiárias, certamente isso não seria possível; mas, como a figura e a responsabilidade do sacador, do tomador e do sacado divergem, pode, uma mesma pessoa, física ou jurídica, constar na letra como aquele que dá a ordem (sacador), beneficiário da letra (tomador) e o indicado para cumprir a ordem dada (sacado).
Os requisitos devem estar totalmente cumpridos antes da cobrança do título ou do protesto, não precisando constar do instrumento no momento do saque (art. 3o do Decreto n. 2.044 em consonância com a súmula 387 do STF)  -  caso contrário, o sacado pode alegar defeito formal do título.
Época do pagamento  -  a Lei Uniforme admite a existência e validade do título sem esse requisito, uma vez que, semelhantemente à lei brasileira, dispõe que “a letra em que não se indique a época do pagamento será pagável à vista”, ou seja, no ato da apresentação (art. 2o, 2).
Lugar do pagamento  -  quando se executa uma letra, pode-se fazê-lo ou no lugar do aceite ou onde deveria ser paga.
Lugar da emissão  -  tem por finalidade saber qual a lei a aplicar nas relações internacionais  -  só é permitida a ausência do lugar de emissão se constar da letra o lugar do domicílio do sacador, que é o que vem ao lado do seu nome  -  havendo omissão de ambos a letra não terá os efeitos da letra de câmbio.
Quantia determinada  -  letra de câmbio indexada  -  proibição somente para as cambiais vinculadas a contrato de aquisição da casa própria pelo SFH em razão de normas próprias autorizadas e aos contratos de crédito nacionais.
Notas
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aceite
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Ato pelo qual o sacado reconhece a existência e a validade da ordem de pagamento, mediante assinatura no anverso do título (LU, art. 25). Ao contrário do que ocorre com a duplicata, o aceite da letra de câmbio é facultativo.
APRESENTAÇÃO PARA ACEITE
A apresentação pode ser:
 Incompatível: na letra à vista, o título vence no momento em que for apresentado.
 Facultativa: na letra a dia certo ou a tempo certo da data.
 Obrigatória: na letra a tempo certo da vista.
 Proibida: se o sacador inserir a cláusula não aceitável (LU, art. 22, 2ª alínea), a letra somente poderá ser apresentada para pagamento.
O aceite é um ato formal pelo qual o sacado se obriga a efetuar, no vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada. Ele pode assinar em qualquer parte da Letra, inclusive no verso.
O aceite deve ser aposto no próprio título, “não valendo em relação a terceiros a promessa feita em documento separado.” O art. 29 LUG introduziu importante alteração no direito cambiário pátrio, na medida em que passou a admitir o aceite mediante a informação por escrito ao portador ou a qualquer signatário de que aceita o título, ficando obrigado perante eles, nos termos de sue aceite.
A recusa do aceite, total ou parcialmente, gera o vencimento do título, provando-se por via de protesto (art. 43, LUG). Conforme registra o Prof. Amador Paes de Almeida: “Recusando-se ao aceite, todavia, não se obrigará cambialmente o sacado, só ensejando ao credor ação ordinária em que se faz referência à origem do débito.” 
A apresentação do título ao sacado, no caso de ter sido sacado à vista, dificilmente se compreende para aceitação, mas sim para pagamento. Assim, compreendemos que a apresentação para aceite se dá, geralmente, em títulos que vencem e serão pagos a prazo.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aceite
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Ato pelo qual o sacado reconhece a existência e a validade da ordem de pagamento, mediante assinatura no anverso do título (LU, art. 25). Ao contrário do que ocorre com a duplicata, o aceite da letra de câmbio é facultativo.
O direito brasileiro foi inovado, também, pelo surgimento da cláusula non acceptable dos franceses. Entretanto, a lei exclui a cláusula “sem-aceite” ou de “não-aceitação” nos casos em que se tratar de um título cujo pagamento deva ser realizado no domicílio de terceiro ou em localidade diferente da do domicílio do sacado. O emérito professor paranaense lembra que as “letras sacadas a certo termo de vista não podem, evidentemente, dispensar a apresentação ou aceite que se determina o termo do prazo de vencimento.” 
O aceite é puro e simples, bastando a assinatura do sacado no anverso, ou no verso desde que precedido da palavras “aceito”, no entanto, admite-se que o sacado limite o aceite a uma parte da importância sacada, porém, constitui recusa qualquer modificação introduzida pelo aceite ao enunciado do título.
ACEITE PARCIAL - É o que se dá quando o “sacado” aceita pagar apenas parcialmente o valor da letra (aceitel imitativo) ou, então, dá o aceite e, conjuntamente, altera alguma condição contida na cártula, como o local de pagamento, valor do título, moeda de pagamento ou época de vencimento (aceite modificativo). Via de regra, em quaisquer desses casos haverá, como conseqüência, o vencimento antecipado da letra de câmbio e o “aceitante” somente se obriga de acordo com os termos e limites de seu aceite.
“PRAZO DE RESPIRO”: Apresentada a letra de câmbio para aceite, o sacado deve devolvê-la imediatamente, sob pena de cometer crime de apropriação indébita caso retenha a cártula (art. 168 do CP). Contudo, o sacado tem direito de requerer prazo para avaliar se aceita ou não a letra de câmbio, hipótese em que o sacador deverá reapresentar a cártula em 24 horas.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aceite – explicação sucinta
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Declaração cambial pela qual o signatário admite a ordem contra ele dada para pagar uma quantia determinada, concordando com os termos do saque e assumindo a qualidade de responsável principal pelo pagamento do titulo.
O sacado é a pessoa indicada para pagar o título. É ele quem deve aceitá-lo. Depois que assina, o sacado passa a denominar-se aceitante. O aceite dado produz uma obrigação direta e principal. A assinatura do sacado pode ser seguida ou não de uma declaração: “aceito”, “concordo”, “prometo pagar”. Irá ser cobrado antes de todos, apesar da solidariedade das obrigações cambiárias. Se o título for pago por um obrigado de regresso , o aceitante responde, da mesma forma, `a quem pagou o título (sacador, endossante, avalista).
Data de vencimento: “Aceito para pagar no dia 18 de setembro de 2006”
Praça de pagamento: “Aceito para
pagar no São Paulo”
Valor: “Aceito pagar R$ 1000,00”
A falta de aceite deve ser comprovada pelo protesto cambial (vencimento antecipado do título). Porém, o sacado não se obriga nem havendo o protesto do título. Sua obrigação só ocorrerá se aceitar a ordem (assinatura).
O aceite é irretratável (circular), porém pode ser cancelado pelo aceitante antes que ele restitua o título ao apresentante. A ação de execução contra o aceitante independe do protesto cambial.
O aceite qualificado (aceite limitado ou modificativo) é aquele em que o aceitante restringe a ordem, não o aceitando inteiramente.
Portanto, ocorrerá recusa parcial de aceite. O aceitante fica obrigado nos termos do aceite por ele dado. Porém, o possuidor do título poderá levar o título a protesto por falta ou recusa parcial de aceite, promovendo, logo após o protesto, a ação de execução contra os outros obrigados nas condições originais do titulo. Só o aceitante, que não concordou com parte do título, deve ser cobrado dentro dos limites por ele próprio fixados e após o vencimento do título (datado).
Pode haver aceite por intervenção, que é o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não para aceitar o título, o aceita para evitar o seu protesto (antecipação do vencimento: promover a execução) e honrar o nome de alguém já obrigado no título (indicada ou voluntária). O possuidor terá de aguardar o vencimento regular para receber o valor do título. O interveniente (indicado ou voluntário) fica diretamente obrigado no título com o portador ou para com o endossante posterior `aquele por honra de quem interveio
Sua obrigação equipara-se à do obrigado principal: o aceitante. Contudo, se o interveniente (voluntário ou indicado) aceitou e pagou o título, não tem ele ação alguma contra aquele cujo nome honrou e nem contra qualquer outro obrigado no título..
Sem o aceite, na letra de câmbio, o sacado não assume obrigação alguma no titulo, já que não o assinou. Este não será parte legítima “ad causam” para figurar no pólo passivo da execução.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Endosso
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Ato unilateral e abstrato, formal; deve ser puro e simples. Quando há condição que fique subordinado, considera-se como não escrita.
Quem pode endossar é o beneficiário do titulo. Só o proprietário do título pode transferi-lo a terceiros. Aquele se encontra em todos os títulos que nascem com o seu nome, pois o título de crédito ao portador só existe, atualmente, nos cheques até R$ 100,00.
 Letra de Câmbio: o beneficiário é o tomador (credor), a favor de quem a ordem é dada.
Nota Promissória e Cheque: beneficiário endossa a terceiros.
Duplicata: sacador quem pode endossar o título a terceiros.
 O endosso é forma de transferência do título pela assinatura do credor no verso do titulo (beneficiário-endossante). O endosso obriga o endossante: responde solidariamente com outros endossantes (pode escolher qualquer um para executar): garante o aceite quanto o pagamento do título (art. 15º da LUG).
É autônomo (independe entre si): principio da autonomia das obrigações cambiais (art 7º LUG). As assinaturas continuam válidas, a despeito da possível invalidade de alguma outra obrigação contida no mesmo título.
ENDOSSANTE: é o que assina o endosso.
 ENDOSSATÁRIO: é o que se beneficia do endosso dado, e a pessoa a quem o título e o direito é transferido. 
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DIREITO
EMPRESARIAL
Endosso
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Endosso Pleno (endosso completo): é aquele em que a transferência do título e do direito dele decorrente se dá por completo. O endossante torna-se obrigado indireto por força do endosso, mas ele deve ser capaz de se obrigar, se for incapaz, não se obrigará.
Endosso Nominativo ou Endosso em Preto: especifica o nome de quem se deve pagar. Ex: Paga-se a Alexandre Rodrigues, Fulano
Endosso mandato: ocorre quando o credor do título o transfere não para que o endossatário torna-se proprietário do título, mas para que ele receba seu crédito pelo endossante. É tipo uma procuração. O instrumento é o próprio título. A forma é a cobrança: entrega o título para que a pessoa receba por si. Deve usar as expressões “valor a cobrar”, “para cobrança”, por “procuração”; Se não usar a Expressão, presume-se que é translativo (comum, pleno, pois transfere o título). O endossante indica o endossatário como seu procurador, subentendendo-se a outorga ao mandatário de todos os poderes para cobrança e recebimento do título.
Endosso ao portador: discrimina, pague-se ao portador. Ex: Pague-se ao portador, Alexandre Silva.
Obs: o endosso em branco é diferente ao portador. Se o deixei em branco como fazer para que ele circule ao portador ou nominativo? Para ser sempre ao portador, deve estar escrito “ao portador”.
Endosso em Branco: é a simples assinatura do endossante. Ex: Giovanni 
Endosso caução (endosso pignoratício ou endosso garantia): o título é transferido ao endossatário apenas como garantia de alguma obrigação. O endossatário recebe, além da posse do título, todos os poderes para cobrança e recebimento do valor do título. Não se transmite a propriedade do título e nem os direitos dele emergentes, mas apenas a posse do título, para garantia do crédito do endossatário e para cobrança ou recebimento do valor (art 19º LUG): “valor em caução”, “valor em penhor”, “valor garantia”.
Ex: Pague-se a Carlos da Silva Custos, valor garantia. Assinatura da pessoa
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DIREITO
EMPRESARIAL
Endosso
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Endossante(mandante) / endossatário(mandatário)
Qualquer endosso posterior ao endosso-mandato, ainda que sem as expressões antes mencionadas, será considerado endosso-mandato. Portanto, não transmite a propriedade do título e nem direito dele emergente a terceiro. A 3ª alínea do art. 18 LUG deve ser lida: o mandato que resulta de um endosso-mandato não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante (e não do mandatário).
Ex: Pague-se a Fulano de Tal, valor a “cobrar”
Assinatura da pessoa.
Pague-se Fulano de Tal, por procuração
Assinatura da pessoa
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DIREITO
EMPRESARIAL
Endosso e Cessão
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Endosso não é cessão. Eis algumas diferenças:
Endosso
Cessão
Declaração cambial, sucessiva e eventual, pela qual o portador do título e titular do direito cambial transfere o título de crédito e o direito dele constante para terceiros.
Ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula “não à ordem” transmite os seus direitos à outra pessoa.
Ato unilateral e abstrato, com base em um negocio bilateral e causal. Sempre formal.
Contrato bilateral, que pode revestir-se de qualquer forma
O endossatário recebe um direito emergente do título, não um direito do endossante.
Transferência do próprio direito do cedente aocessionário
No endosso, quem transfere o título de crédito responde pela existência do título e também pelo seu pagamento. Todavia, o devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais.
Já na cessão civil, quem é responsável pela transferência do título, somente responde pela existência do título, mas não responde pelo seu pagamento. No entanto, o devedor pode alegar contra o cessionário de boa-fé exceções pessoais
No endosso constata-se, como regra, a responsabilidade do endossante pela existência do crédito e pela solvência do devedor.
Já no caso da cessão de crédito, o cedente tem, perante o cessionário, responsabilidade obrigatória pela existência do crédito (pro soluto) e responsabilidade opcional pela solvência do devedor (pro solvendo), sendo nessa última a necessária convenção prévia entre as partes (art. 296 do CC).
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aval
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Um terceiro que garante o pagamento firmado pelo devedor principal no título de crédito é chamado de avalista. O credor pode exigir o cumprimento da obrigação cambiária tanto do devedor principal, como do avalista. A simples assinatura no anverso do título de crédito configura o aval.
Avalista – é quem responde solidariamente pelo pagamento.
Avalizado – é o devedor principal.
AVAL
FIANÇA
VISA GARANTIR O PAGAMENTO DE DETERMINADO TÍTULO DE CRÉDITO
A FIANÇA SERVE PARA GARANTIR CONTRATOS
EM GERAL
REGE-SEPELAS REGRAS DO DIREITO CAMBIÁRIO
REGE-SE PELO CÓDIGO CIVIL
O AVAL NÃO DECORRE DE UM ACORDO ENTRE AS PARTES, POIS A PESSOA QUE PRESTA O AVAL SE OBRIGA PELO TÍTULO. NESSE CASO NÃO HÁ UMA RELAÇÃO ENTRE AS PESSOAS, POIS O AVALISTA GARANTIRÁ A SOLVÊNCIA DO TÍTULO INDEPENDENTE DE SEU TITULAR
A FIANÇA É O CONTRATO ESTABELECIDO EM QUE O FIADOR TEM A OBRIGAÇÃO DE ASSUMIR A OBRIGAÇÃO EM RELAÇÃO A UM CREDOR ESPECÍFICO.
NO AVAL A RESPONSABILIDADE É SOLIDÁRIA, OU SEJA, TANTO O DEVEDOR QUANTO AVALISTA SÃO RESPONSÁVEIS PELO MONTANTE INTEGRAL DA DÍVIDA
NA FIANÇA A RESPONSABILIDADE É SUBSIDIÁRIA, OU SEJA, O FIADOR SOMENTE SERÁ ACIONADO CASO O DEVEDOR PRINCIPAL NÃO CUMPRA A OBRIGAÇÃO.
ATO AUTÔNOMO.
ATO ACESSÓRIO
AVAL NÃO NECESSITA DE AUTORIZAÇÃO DO CONJUGE
A FIANÇA REQUER ATOS DO CÔNJUGE (SE HOUVER), TAIS COMO A OUTORGA UXÓRIA OU AUTORIZAÇÃO MARITAL. PARA A PRÁTICA DE DETERMINADOS ATOS, A LEI EXIGE QUE A PESSOA CASADA TENHA O CONSENTIMENTO DO OUTRO CÔNJUGE (MARIDO OU ESPOSA). ESSA AUTORIZAÇÃO É O QUE SE DENOMINA OUTORGA UXÓRIA.
Aval e Fiança
O aval e a fiança são modalidades de garantias pessoais, ou seja, são prestadas por pessoas, mas essas duas possibilidades são bastante diferentes.
Notas
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aval: Espécies
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Nunca foi problema até a entrada em vigor do novo Código Civil, artigo 897, § único. O dispositivo é expresso: “É vedado o aval parcial”.
O artigo 903, por sua vez, diz “Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código”. Dessa forma, o Código Civil é aplicado de forma subsidiária. A Lei Uniforme (Decreto 57.663/66) afirma, no artigo 30: O aval parcial pode garantir-se no todo ou em parte. Desde que tratar-se de título de crédito próprio regido pela lei especial. A Lei Uniforme é a lei-base dos Títulos de Crédito. Ainda que não estivesse expresso no artigo 903, a Lei Uniforme prevaleceria.
Garante a totalidade da obrigação do avalizado.
É o que não indica o avalizado. Não diz para quem é o aval. O aval em branco presume-se do devedor principal. Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos
“O aval em preto é aquele que indica o nome da pessoa por quem é dado com a expressão “Por aval em favor de ...” . Esta expressão deve vir acompanhada de data e lugar do aval e da assinatura do avalista. A principal característica desta espécie de aval é que só garante quem indicar, e pode ser dado tanto no verso como no anverso do título, porque especifica-se a natureza da assinatura pela expressão cambial.” (Amilcar Douglas Packer)
“Os avais simultâneos são aqueles prestados em favor de um mesmo avalizado, podem ser em branco, se o endossante for somente um, ou em preto, quando há mais de um endossante no verso do título. Se, entretanto, forem prestados em branco, no anverso do título; e se o título estiver aceito, garantirão o sacado ou acidente; se não estiver aceito, garantirão o sacador. O pagamento da dívida por um dos avalistas simultâneos dá ao pagador direito de regresso contra os anteriores, inclusive contra o avalizado, mas não dá ao pagador ação contra os avalistas simultâneos a ele próprio. Isto
é assim, porque os avalistas garantem o avalizado , mas não garantem o pagamento da dívida entre si.” (Amilcar Douglas Packer)
Ocorre quando um avalista garante a obrigação de avalista anterior. É O AVALISTA DO AVALISTA. A cadeia de aval não é limitada. Um avalista garantindo em preto outro avalista. Qualquer dos avalistas pode cobrar do devedor – SEMPRE. “NO AVAL SUCESSIVO, O REGRESSO PODE SER FEITO PELO TOTAL EM FACE DO DEVEDOR PRINCIPAL E DOS AVALISTAS ANTERIORES.”
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aval: Espécies
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O aval pode ser cancelado, e para isto, basta que se risque o aval. Riscar aqui não significa simplesmente passar um risco. Riscar significa borrar a assinatura, de tal forma que não se consiga compreender o que está sob o borrão. Se a assinatura não pode ser identificada, quem a apôs sobre o título também não pode ser identificado, e por conseqüência, não se obriga.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Aval – diferenças com o Endosso
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AVAL
Endosso
É GARANTIA.
UM DOS MEIOS PELO QUAL SE TRANSFERE TÍTULOS DE CRÉDITO.
É PRESTADO NO ANVERSO DO TÍTULO
É PRESTADO NO VERSO DO TÍTULO.
O AVALISTA PODE AVALIZAR QUALQUER PESSOA.
PRIMEIRO ENDOSSANTE É O BENEFICIÁRIO DA LETRA OU DA NOTA
PROVISÓRIA.
O AVAL PODERÁ SER SEMPRE PRESTADO SOBRE O TÍTULO.
SÓ PODE OCORRER SE O TÍTULO CONTIVER A CLÁUSULA “À ORDEM”.
A CONDIÇÃO DE AVALISTA NÃO IMPLICA NA DE PROPRIETÁRIO DO TÍTULO.
O PORTADOR DO TÍTULO DE CRÉDITO, CUJO ÚLTIMO ENDOSSO É EM BRANDO, É O PROPRIETÁRIO DO TÍTULO.
AINDA QUE O PORTADOR SEJA DE MÁFÉ E O ENDOSSANTE SE DESOBRIGUE O AVALISTA CONTINUA RESPONSÁVEL.
ENDOSSANTE GARANTE O PAGAMENTO DO TÍTULO, SALVO SE PROVAR A MÁ-FÉ DO PORTADOR.
O AVAL APÓS O VENCIMENTO, NÃO PRODUZ EFEITOS, SALVO SE NÃO CONTIVER A DATA EM QUE FOI APOSTO SOBRE O TÍTULO.
O ENDOSSO APÓS O VENCIMENTO PRODUZ EFEITOS DE CESSÃO DE CRÉDITO.OENDOSSANTE É QUEM RECEBE OTÍTULO VIA ENDOSSO, E POR CONSEQUÊNCIA PROPRIETÁRIO.
SEU REGIME LEGAL É O DO DECRETO Nº 2.044/1908, ARTIGOS 14 E 15, E DECRETO Nº 57.663/66, ARTIGOS 30 A 32.
SEU REGIME LEGAL É O DO DECRETO 2.044/1908, ARTIGO 8 E ARTIGOS 11 A 14, 16 A 20 DO DECRETO 57.663/66.
Aval e Endosso
“Problema que também tem afligido os meios jurídicos é a distinção entre aval e endosso. (...) Verifica-se, de outro lado, que existem vários pontos de convergência do aval frente ao endosso, porque ambos são responsáveis solidários; as assinaturas tanto do aval como do endosso são autônomas, não necessitam da outorga do cônjuge, não podem ser parciais e ambos são prestados sobre título de crédito. Sendo assim, é fundamental ressaltar que a natureza de ambos é diferente, o aval é garantia do título e o avalista não assume a propriedade do título. O endosso é o meio pelo qual se transfere o título que dá ao endossatário a propriedade do mesmo.” (Amilcar Douglas Packer)
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DIREITO
EMPRESARIAL
Vencimento
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Vencimento é o término do prazo estabelecido na letra tornando-a exigível. O vencimento da letra pode ser extraordinário ou ordinário:
ORDINÁRIO 
É aquele que se opera quando o título atinge o prazo nele marcado, ou seja, que se opera pelo fato jurídico do tempo ou pela apresentação da letra ao sacado, quando à vista.  A letra de câmbio pode ser passada: à vista, a certo tempo de vista, a um certo tempo da data e a dia certo.
·        À VISTA  -  o vencimento da letra se verifica no ato da apresentação ao sacado, para que ele a pague imediatamente  -  aceite e pagamento têm o mesmo vencimento, ou seja, se confundem na mesma data  -  ex.:  “À vista desta única via de letra de câmbio, pagará V.S.a a importância de . . .”
·        A CERTO TEMPO DE VISTA  -  a letra vence para pagamento a tantos dias ou meses da data do aceite  -  inicia-se a contagem desse prazo no dia seguinte à data do aceite  -  ex.: “Três meses após o aceite, V.S.a pagará, por esta única via de letra de câmbio, a Fulano, a importância de . . .”
·        A CERTO TEMPO DA DATA  -  aquele em que o dia do pagamento será determinado a partir do momento em que a letra é sacada  - em termos de aceite, o prazo fica estabelecido entre a data do saque e a data do vencimento  -  sendo o vencimento fixado para o “princípio”, o “meado” ou o “fim” do mês, essas expressões devem ser entendidas como o dia primeiro, o dia quinze e o último dia do mês  -  ex.:  “Seis meses desta data pagará, V.S.a a Fulano, por esta única via de letra de câmbio, a importância de Um mil reais. Rio de Janeiro, 31 de Janeiro de 2.000  -  esta letra vencerá em 31 de Julho de 2.000  -  caso o mês não tenha o dia 31, vencerá no último dia do mês.
·        A DIA CERTO  -  o vencimento da letra de câmbio vem expressamente indicado na letra  -  é a modalidade mais comum  - ex.: “Aos 31 dias do mês de Agosto de 2.000, pagará, V.S.a a Fulano, por esta única via de letra de câmbio, a importância de . . .” 
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DIREITO
EMPRESARIAL
Vencimento
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Vencimento é o término do prazo estabelecido na letra tornando-a exigível. O vencimento da letra pode ser extraordinário ou ordinário:
EXTRAORDINÁRIO 
É aquele que se opera pela recusa do aceite ou pela falência do aceitante (pois este é o obrigado principal), produzindo o vencimento antecipado  -  o art. 43 da Lei Uniforme não considera a antecipação do vencimento – o Professor Fran Martins assim o admite, mas Rubens Requião (como a maioria dos doutrinadores) tem visão contrária.
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DIREITO
EMPRESARIAL
Pagamento
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Pelo pagamento extinguem-se uma, algumas ou todas as obrigações representadas por um título de crédito  -  uma ou algumas  =  quando o pagamento é feito por um dos coobrigados, desobrigando os posteriores e tendo ação de regresso quanto aos anteriores;   todas  =  ocorre quando a letra é paga pelo devedor principal.
O pagamento de uma letra de câmbio deve ser feito no prazo estipulado pela lei, que difere segundo o lugar de sua realização. Para uma letra de câmbio pagável no exterior, o credor deve apresentar o título ao aceitante no dia do vencimento ou num dos dois dias úteis seguintes. No Brasil, recaindo este num dia não útil, no primeiro dia útil seguinte (L.U., art. 38).
A letra de câmbio, como ordem de pagamento, deve ser apresentada segundo o seguinte critério:
1
3
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DIREITO
EMPRESARIAL
Pagamento
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O pagamento de uma cambial deve se cercar de cautelas próprias.  Em virtude do princípio da cartularidade, o devedor que paga a letra deve exigir que lhe seja entregue o título e em decorrência do princípio da literalidade, deverá exigir que se lhe dê quitação no próprio título.
É admissível o pagamento parcial da letra de câmbio, observadas as cautelas que a lei e a doutrina impõem neste caso.Uma obrigação cambial é de natureza quezível, ou seja, sabe ao credor a iniciativa para a obtenção da satisfação do crédito. 
INTERVENÇÃO
É o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não, aceita ou paga a letra por honra de outrem. A essa pessoa dá-se o nome de interveniente; procura, a intervenção, evitar que a letra caia em descrédito pelo não acatamento da ordem dada ou pelo não cumprimento da obrigação assumida (L.U., arts. 55 a63). O interveniente que paga a letra por honra do aceitante exonera de responsabilidade os coobrigados regressivos uma vez que o aceitante é o obrigado principal;  tem ele (o interveniente) direito de ação contra o próprio aceitante que não se livrou da obrigação cambial pelo fato de outro haver pago por ele. Se o pagamento é feito por honra de qualquer obrigado de regresso, ficam desonerados os obrigados posteriores, permanecendo o direito de ação contra por quem pagou e contra todos quantos na letra são obrigados anteriores a esse (L.U., art. 63).
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DIREITO
EMPRESARIAL
Protesto
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Entende-se por protesto o ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou recusa do aceite ou do pagamento da letra  -  o protesto apenas atesta esses fatos, não cria direitos e é um simples meio de prova para o exercício do Direito Cambiário  -  com o protesto o juiz tem o convencimento de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do título. A lei que regulamenta o protesto é a Lei 9.492/97. Um título não aceito ou não pago no seu vencimento incidirá em uma ação de cobrança que poderá ser provada por protesto cambial  -  ato notarial extrajudicial de responsabilidade do portador do título.
PRESCRIÇÃO
Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos prescricionais (L.U., art.70) de:
3 anos  -  contra o sacado aceitante, o avalista do aceitante e sacador
1 ano  -  endossantes e avalistas dos demais coobrigados
6 meses  -  dos coobrigados contra os demais coobrigados. 
2
DIREITO
EMPRESARIAL
Protesto
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Se não forem observados os prazos fixados na lei para a extração do protesto, o portador do título perderá o direito de regresso contra os coobrigados da letra, permanecendo o direito contra o devedor principal  - diante dessas conseqüências da lei, a doutrina costuma chamar o protesto denecessário ( = contra os coobrigados) ou facultativo ( = contra o devedor principal e seu avalista).
Tais conseqüências não se aplicam no caso da letra de câmbio contemplar a cláusula “sem despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U., art. 46), que dispensa o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.
OBS.:  Em uma letra de câmbio a certo tempo de vista que não contenha a data do aceite deve, o portador, protestá-la para que o termo inicial do respectivo prazo seja definido caso o aceitante, procurado, se recuse a datá-lo. 
Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer, a data do aceite pode ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último dia do prazo para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque).
AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO OU AÇÃO CAUSAL 
Quando a letra de câmbio (e a nota promissória) encontra-se ligada a um contrato original (ou seja, a existência do título fica presa ao cumprimento do contrato de que resultou o título como condição para a perfeição daquele), encerram-se todas as questões de direito abstrato (isto é, o título se desprende da causa que lhe deu origem). Em tais casos é admissível a oposição do devedor ao pagamento pelo não cumprimento do contrato original  -  para comprovar esse direito o réu poderá invocar a causa da obrigação, ou seja, o contrato de que a emissão do título era condição  -  se tal contrato não foi cumprido, ao emissor não caberá atender ao pagamento, pois, se assim o fizer, provocará um enriquecimento indevido por parte do credor.
A admissão da ação causal por locupletamento ou enriquecimento ilícito por parte do credor é aceita pela doutrina e pela jurisprudência.
AÇÃO CAMBIAL 
Se não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial do título de crédito contra qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito e a cadeia de anterioridade e posterioridade, já examinada.
Assim como a nota promissória, a duplicata e o cheque, a letra de câmbio vem definida pela Lei Processual (art. 585, CPC) como título executivo extrajudicial (ou seja, não é preciso provar nada, salvo na ação de locupletamento), cabendo a execução do crédito correspondente.. 
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DIREITO
EMPRESARIAL
Protesto (cont.) e Direito de Regresso
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Requisitos da Letra de Cambio são descritos abaixo
PROTESTO EXTRAJUDICIAL E JUDICIAL
O protesto extrajudicial ou cambial não cria direitos, constituindo-se tão-somente em prova de que o devedor deixou de pagar no vencimento obrigação líquida e certa, não se podendo alçar à categoria do protesto judicial, previsto no art. 867 – CPC. De acordo com a redação do art. 15 da Lei 9492/97, antes do título ser protestado, o Tabelião de Protesto expedirá intimação ao devedor, onde fará constar os requisitos a que se refere o § 1º, precipuamente o prazo limite para o cumprimento da obrigação.
FINALIDADES DO PROTESTO
►comprovação da mora;
►comprovação da apresentação do título ao devedor (obrigação querable)
►comprovação da falta ou recusa, total ou parcial, do aceite e do pagamento do título cambial no vencimento;
►interrupção da prescrição (art. 202, III C.C.);
►garante o direito de regresso contra os coobrigados;
►torna público o ato contra terceiros.
LUGAR DO PROTESTO
Local do pagamento; ou, na sua ausência, no domicílio do devedor
FORMALIZAÇÃO E REGISTRO DO PROTESTO 
Transcorrido o prazo legal (03 dias úteis) sem o pagamento, sustação ou desistência. Lavra-se e registra-se o protesto, entregando-se ao apresentante o respectivo instrumento.
DIREITO DE REGRESSO
O direito de regresso, presente nos títulos de crédito, supõe três sujeitos: o sucumbente, ou seja, aquele que perde um bem ou direito; o vitorioso, aquele que recebe o bem ou direito perdido pelo sucumbente; o devedor de regresso, aquele que tem a obrigação da recompor, no todo ou em
parte, o patrimônio do sucumbente.
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