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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de 
Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
 
Disciplina: Linguística I 
 
Coordenadora: Profª Silvia Maria de Sousa 
 
 
 
 
I) A proposta de atividade da Aula 4, “O signo linguístico”, é 
entender esta aula em relação ao que vimos até aqui. Assim, se a 
linguística é a ciência da linguagem, começamos a nos perguntar: o que 
é linguagem (verbal)? Você verá, ao longo do seu curso, que há várias correntes 
dentro da linguística e que, portanto, há várias respostas para essa pergunta. 
Contudo, levando em conta a Aula 4, o que você responderia se alguém 
perguntasse a você o que é linguagem humana, verbal? 
 
A Linguística, ciência da linguagem, tem como objeto de estudo a 
linguagem humana, verbal. Há mais de uma resposta para a pergunta “O 
que é a linguagem humana?”. Uma delas (a primeira que estamos vendo em 
nosso curso de Linguística I) é dizer que a linguagem verbal é um 
signo. Mas não um signo qualquer: é um signo linguístico. O signo 
linguístico tem duas faces: ele é um som (um significante) que tem um 
conceito (um significado). Atente para o fato de que é um conceito, 
não uma coisa no mundo. Afinal, se fosse uma coisa no mundo, apenas os 
substantivos concretos teriam significado (substantivos concretos como 
pão, mesa, cadeira etc.). Porém, todos os signos linguísticos contêm 
duas faces: significante e significado – assim, substantivos abstratos, 
como vingança, amor, ódio, bom como expressões funcionais, tais como mas, e, ou 
etc., possuem som e conceito (da mesma forma que os substantivos concretos). 
Como o signo linguístico é, também, som, dizemos que uma de suas 
características é a linearidade do significante, ou seja, cada som é 
emitido de uma vez, numa cadeia linear, temporal. 
Além disso, dizemos 
que o signo linguístico é arbitrário, pois não há uma causalidade natural para que 
certo som esteja ligado a certo conceito. 
(Você já deve ter se perguntado: por que mesa se chama mesa? Pois é: 
não há uma razão natural para isso. O que há é uma convenção 
intersubjetiva, ou seja, entre sujeitos falantes de dada língua. Daí 
dizermos que o signo linguístico é arbitrário.) 
 
 
II) Sabemos que a linguística se difere da gramática normativa. 
Comente, então, a afirmativa de Lopes: 
 
“Parece-nos sensato observar que não cabe ao linguista ser contra a 
normatividade, ou a favor dela: o que lhe compete é insistir no fato 
de que a problemática da gramaticalidade (...) é matéria legitimamente 
linguística” (LOPES, 1995, p. 27). 
 
A Linguística difere da gramática normativa na medida em que, ao 
contrário desta última, não prescreve normas, mas quer descrever como 
a língua é. Isso não se confunde com a “problemática da 
gramaticalidade”, pois aí estão os enunciados mal-formados da língua. 
Ou seja, um enunciado agramatical é um enunciado mal-formado, um 
enunciado que um falante nativo daquele idioma jamais produziria (e atenção: 
isso nada tem a ver com a escolaridade do falante!). Por exemplo: um 
falante nativo de português jamais produziria uma frase como esta: 
*Menino o saiu. Isso quer dizer que mesmo um falante não-escolarizado 
tem a intuição linguística e sabe que o artigo sempre vem antes do 
substantivo (ainda que ele não saiba essa metalinguagem, ou seja, o que é um 
artigo e o que é um substantivo). 
[Obs.: O asterisco antes da frase “Menino o saiu” indica que se trata de um 
enunciado agramatical.]

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