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Biologia Para Qualquer Um - Terrários e aquários

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TERRÁRIOS E AQUATERRÁRIOS - algumas informações básicas para sua montagem
CARLOS M. HORCADESCARLOS M. HORCADES
BIOLOGIABIOLOGIA
BIOLOGIABIOLOGIA
TERRÁRIOS E AQUATERRÁRIOS
algumas informações básicas para sua montagem
CARLOS M. HORCADESCARLOS M. HORCADES
Biologia Para Qualquer Um de Carlos M. Horcades
Edição independente liberada pra reprodução sem fins comerciais.
TODOS OS RECINTOS FORAM PRODUZIDOS PELO AUTOR.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS AOS FOTÓGRAFOS: 
Paulo José, Elisa Guerra, Alyssa Miserendino,
Lena Trindade e Louis Jay Suckle. 
 
AGRADECIMENTOS:
 Marly Vieira
Paulo José
Carlão
Ferrário 
Heiner Nolde 
Wilson Vianna
Amigos do Aquorio
Raymundo Mascheville 
CONTATO: aquaterra@d2design.com.br
5
ÍNDICE
O COMEÇO................................................................................................
TERRÁRIO OU AQUATERRÁRIO?.......................................................
UM TERRÁRIO E DOIS CLIMAS.........................................................
CONSTRUINDO TOCAS VISÍVEIS.......................................................
TERRÁRIOS SUPER SECOS.....................................................................
ÁGUA LIMPA E ACESSÓRIOS............................................................
MONTAGEM DE UM TERRÁRIO.........................................................
TERRÁRIOS MAIS LEVES..................................................................
SUBSTRATO......................................................................................
ILUMINAÇÃO..................................................................................... 
A ESCOLHA DAS PLANTAS................................................................
PRODUÇÃO DE PLANTAS..................................................................
AQUÁRIOS PLANTADOS....................................................................
IMITAÇÕES DE ÁRVORES..................................................................
CRIAÇÕES DE PEIXES E OUTROS ANIMAIS.......................................
VENDAS EM ATACADO......................................................................
AQUATERRÁRIOS.............................................................................
PLANTAS DE PLÁSTICO....................................................................
DÊ TEMPO AO TEMPO......................................................................
EQUILÍBRIO......................................................................................
OS BICHOS.......................................................................................
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25
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76
78
80
6
Este livro é dirigido a todos aqueles que amam e apreciam a natureza, que desejariam 
ter um aquário ou terrário em casa mas não tem coragem por pensar que trata-se de 
uma prática muito complicada. Mostra um resumo do que aprendi com o dia-a-dia da 
biologia em muitos anos de biologista, na linguagem mais simples possível, abordando 
principalmente o aspecto estético dos recintos em questão. Há muitas outras maneiras 
de se montar terrários e aquaterrários. Humildemente, informo ser essa a que aprendi. 
Errando e acertando, acima de tudo experimentando. Mas a natureza é um gigante de 
mistérios infinitos e quanto mais aprendo, descubro que menos sei.
7
8
O COMEÇO:
o começo de todo aquarista é semelhante. Um 
aquário num shopping, ou num consultório de 
médico, ou até uma visita casual a uma loja de 
animais vai despertar nos biologistas do futuro essa 
doença que nunca passa; o amor pela natureza. 
Primeiro, um aquário pequeno, os peixinhos 
dourados, espadinhas guppies e neons. Com o 
tempo, os aquários vão se sofisticando. Um dia, 
o primeiro terrário, depois outro, até chegar aos 
aquaterrários com luzes embutidas, filtros diversos, 
máquinas de fog, cachoeiras e tocas, sofisticação e 
tecnologia.
O QUE SÃO:
Aquários, terrários e aquaterrários são nichos 
ecológicos formando microambientes construídos 
pelo homem e por ele mantidos.
A SUA ORIGEM:
Presume-se que o primeiro aquário foi apresentado 
à Europa pelo viajante Marco Polo nos anos 
1300, quando trouxe um “peixe do paraíso”, 
provávelmente da China. E foi assim que tudo 
começou. Seis séculos depois, no final do século 
dezenove, foram criados os primeiros terrários 
selados na Inglaterra Vitoriana, (pouco antes de 
1900) que podiam durar anos sem serem abertos. 
Hoje, o aquarismo é o segundo maior hobby 
do mundo movimentando milhões de pessoas, 
indústrias e recursos.
POR QUE AS PESSOAS FAZEM 
AQUÁRIOS, TERRÁRIOS E 
AQUATERRÁRIOS ?
- Para manter a natureza por perto
- Para desenvolver uma arte e cada vez mais se 
aperfeiçoar nela.
- Para ter um hobby
- Para despejar seu afeto em alguma coisa
- Pra se sentir o rei desse pequeno país e exercer 
poder total sobre ele.
- Para compreender a natureza
- Por falta do que fazer.
A QUEM INTERESSAM OS TERRÁRIOS 
E AQUATERRÁRIOS ?
- A ecologistas
- A professores que ensinam ecossistemas
- A pesquisadores por motivos óbvios
- A amantes da natureza
- A miniaturistas
- A pessoas de bom gosto e fino trato
9
10
TERRÁRIO OU AQUATERRÁRIO ?
Você pode escolher entre terrários secos, úmidos 
ou aquaterrários, dependendo do seu gosto e 
disposição. Se você quer colocar animais dentro, 
o tipo de animal vai determinar o tipo de terrário.
Lagartos, cágados, cobras, escorpiões e aranhas 
vivem melhor em terrários secos com cactos e 
plantas suculentas. Os tetos devem ser cobertos 
com tela. A ventilação é muito importante, 
principalmente se alguma lâmpada mais forte 
esquentar o recinto podendo até danificar outros 
equipamentos. Você também pode instalar 
na tampa um pequeno “cooler” daqueles de 
computador para um recinto bem “ventoso”.
Por outro lado, rãs, salamandras e alguns 
insetos, pedem terrários úmidos ou aquaterrários 
que devem ter tampas de vidro horizontais para 
que a água evaporada se condense na tampa e 
pingue de volta simulando assim uma leve chuva. 
Mas em hipótese alguma coloque animais ou 
insetos vegetarianos. Um grilo ou um caramujo 
podem devastar em três dias um terrário repleto 
de plantas tenras e verdejantes, produto de muita 
dedicação e trabalho. 
Aquaterrário com gramíneas, microsorium, musgo de Java, cardamine, 
samambaias, brotos de palmito e avencas. 
Acima terrário úmido e abaixo aquaterrário com predominância de água
Os melhores animais para se manter em terrários 
ou aquaterrários plantados são os carnívoros; 
escorpiões, lacraias, aranhas, louva-deus, sapos, 
cobras, salamandras (as salamandras precisam 
de ambientes refrigerados para sobreviver 
no nosso calor). Mas não se esqueça que os 
animais carnívoros tem que ser alimentados, e 
muitos deles só comem bichos vivos. Quando 
você comprar um animal, lembre-se que o bem 
estar desse animal é sua obrigação. Lagartos, 
sapos e cobras geralmente precisam de animais 
vivos para se alimentar. Você terá que comprar 
camundongos ou criar grilos, baratas ou 
besourinhos e lagartinhas chamados tenebras. 
As lojas de animais já vendem comida viva ou 
você pode ter criações de diversos bichos para 
alimentar os seus animais. Não é complicado, e 
comida viva é uma fonte muito nutritiva além de 
manter nos seus animais as mesmas práticas de 
abate às presas que predominam na natureza. 
Primeiro pense na saúde do animal, depois 
pense na sua satisfação.
12
Caixa de vidro ôca
Tronco úmido
Vista de topo
Caixa
de vidro 
ôca
Tronco úmido
Cascalho fino
Vista lateral
80 cm
Cascalho com 10mm
1313
UM TERRÁRIO E DOIS CLIMAS:
Um terrário feito em dois planos com dois climas 
diferentes. O plano da frente, inferior, é úmido, com o 
solo saturado de água,musgos e bromélias plantadas. 
O “barranco” é um tronco corroído encontrado em 
um leito de rio, serrado nos dois lados para encaixar 
em toda a extensão da frente do terrário. Por estar 
apoiado no fundo encharcado, o tronco vai se 
manter úmido. Por trás do tronco, é colocada uma 
caixa de vidro ôca que isola o fundo úmido, da parte 
superior, sêca, possibilitando o plantio de cactos e 
suculentas, afeitas a clima seco. Este terrário tem 
tampa de vidro e a umidade interna é controlada pela 
abertura de uma fresta na tampa na parte de trás. 
É ideal para manter dois animais diferentes como 
um sapo ou lagarto de ambiente sêco e uma rã ou 
salamandra de meio úmido, em perfeita harmonia. 
Insetos carnívoros como louva-deus, lacraias, aranhas, 
escorpiões são bem vindos, mas se houver frestas 
ou buracos, eles vão provavelmente se esconder 
por semanas, meses ou até para sempre. Os 
melhores troncos são encontrados submersos nos 
rios. Faça uma caminhada pelo leito de um riacho 
mata adentro, sempre seguindo o rio para não se 
perder. Você encontra animais como girinos, besouros 
d’agua, rãs, peixes, cobras e aranhas. Os troncos 
submersos são corroídos pelo tempo e pela água e 
tem desenhos originais formando tocas e nichos que 
você pode preencher com plantas que vão compor 
com a madeira, simulando um barranco povoado de 
bromélias, samambaias, orquídeas, etc. Se o seu 
tronco não tiver frestas e furos, voce deve fazê-los com 
o auxílio de uma broca antes de montar o terrário. As 
plantas vão se beneficiar dos nutrientes e da umidade 
da madeira. Às vezes cogumelos se formam também, 
dependendo da quantidade da luz e da temperatura.
Algumas plantas como pequenas samambaias, 
parasitas, fungos ou mudas de bromélias muito miúdas 
são difíceis de se obter. Saia para as ruas arborizadas, 
parques ou bosques depois de uma ventania mais 
forte, voce poderá encontrar nos galhos caídos das 
árvores várias pequenas plantas adaptáveis aos 
terrários. Avalie principalmente a quantidade de luz 
que as plantas coletadas na natureza recebiam em seu 
ambiente original. Tente reproduzir essas condições 
para assegurar uma vida longa para suas plantas. 
Lembre-se que o equilíbrio ideal tão desejado para 
os nichos ecológicos é uma equação que involve luz, 
umidade, temperatura e aspectos químicos. Se um 
desses elementos não combinar, adeus equilíbrio. 
Mas acima de tudo leia, nunca pare de se informar.
14
Terrário com bromélias, musgos, brotos de palmito e anubias. Toca e piso da toca em casca de árvore
80 cm
15
CONSTRUINDO TOCAS VISÍVEIS:
O “morro” à direita do terrário é na verdade uma 
casca de árvore ôca e curva que começa na 
frente e vai até a parede traseira do terrário. É 
uma toca espaçosa e visível de fora do terrário, 
pois duas de suas paredes são os vidros externos 
do aquário. Certifique-se que a casca usada é 
bastante resistente para não se quebrar com a 
umidade e plante sôbre ela musgos que aderem 
bem às cascas de árvores. Se você fizer uma 
toca, lembre-se que os animais podem se 
“entocar” e não sair mais. Faça sua toca em local 
de fácil acesso para que você possa interferir, 
ver e fotografar seu bicho dentro dela sempre 
usando o vidro do aquário como uma das paredes 
da toca para poder enxergar dentro dela. Alguns 
animais gostam de tocas dentro de troncos. Você 
pode fazer buracos nos troncos com uma broca, 
mas é sempre bom fazer uma segunda entrada. 
Os animais podem passar longos períodos 
escondidos, e às vezes você não sabe se o animal 
ainda está vivo, se está magro ou saudável. Além 
dessa segunda entrada ser outra opção para o 
animal, você pode “cutuca-lo” por trás para que ele 
saia e você possa vê-lo.
Os brôtos de palmito são excelentes para terrários. 
Parecem-se com palmeiras em miniatura, 
precisam de pouca luz e muita umidade. Seu 
crescimento é lento. Partindo-se da semente, 
(coquinho), em três anos alcançam 60 cm de 
altura, quando então devem ser arrancados e 
replantados na natureza. Os brôtos da foto tinham 
um ano de idade e hoje são palmeiras adultas em 
uma floresta do Rio de Janeiro. Bromélias também 
são boas plantas para terrários. Seu crescimento 
é lento e não são exigentes quanto à luz. Existem 
bromélias de todas as cores e tamanhos à venda. 
Algumas espécies de orquídeas também se 
adaptam a terrários. Ocasionalmente acontecem 
exposições de orquídeas onde são vendidas 
mudas, inclusive orquídeas anãs. Vale à pena 
procurar. Orquídeas gostam de terrários.
16
Terrário úmido de três anos, com trepadeiras, brotos de palmito, microsorium, samambaias, 
anúbias nanas, musgos, avencas e musgos de java.
60 cm
17
Terrário úmido, com lago central de plástico transparente e trepadeiras, brotos de palmito, microsorium, samambaias, 
anúbias nanas, musgos, avencas e musgos de Java.
80 cm
18
23 cm
Nano terrário com Samambaias, musgo azul, cardamine, anúbias nanas e musgo de Java.
19
25 cm
Nano terrário com as mesmas plantas do nano terrário anterior.
20
TERRÁRIOS SUPER SECOS:
Quem faz terrários geralmente ama plantas e 
animais e o natural seria um terrário sempre 
cheio de plantas.
Mas certos animais são verdadeiros destruidores 
de terrários. Alguns animais como lagartos, 
tartarugas e sapos cavam todo o terrário e 
inviabilizam qualquer paisagem mais agradável.
Lagartos cavadores são os maiores vilões de 
terrários. Para neutralizar sua “maldade”, use 
apenas pedras ou troncos pesados, impossíveis 
de serem removidos, porém sempre deixando 
uma área de cascalho fino para os bichos 
cavarem e se esconderem. Pode-se até usar 
laterais e base de madeira para esses terrários 
secos combinados com frente e fundo de vidro 
e teto de tela. Madeira maciça ou compensado 
naval são ideais, com tratamento em verniz 
de poliuretano não solúvel em água. Se você 
precisar usar parafusos, que sejam de latão, 
à prova de ferrugem. Se o terrário é seco, a 
madeira pode durar indefinidamente e não 
agride a natureza, além de ser bela. A madeira 
se harmoniza bem com as plantas, tanto dentro 
como em volta do terrário do lado de fora. Uma 
iluminação adequada pode ser determinante nos 
terrários super sêcos, se as plantas ou animais 
dependerem de maior quantidade de luz, ou 
luzes especiais para répteis, há o perigo de 
superaquecimento.
Voce pode usar um “cooler” de computador 
acoplado a um pequeno transformador de
12 volts para refrigerar o ambiente. 
Vento direto sobre a água tambem faz a 
temperatura cair. Há um arsenal de acessórios 
para a biologia, voce deve ler muito antes de 
comprar quaisquer equipamentos. E preste 
muita atenção ao consumo. A conta de luz 
também pode subir bastante com os filtros, 
luzes especiais, bombas, aquecimento e 
outros equipamentos elétricos. Mas o custo 
compensa o prazer. As melhores plantas 
para os terrários super secos são as plantas 
suculentas e os cactos, que não devem ser 
cobertos de espinhos que poderiam machucar 
animais assustados ou mesmo suas próprias 
mãos durante o manuseio. Mesmo nos 
terrários super secos você deverá precisar de 
alguma água. Um pequeno pote de cerâmica 
vai manter a água mais fresca do que uma 
cumbuca de plástico.
21
22
ÁGUA LIMPA E ACESSÓRIOS:
Todos os organismos vivos precisam de água. 
Terrários e aquaterrários não precisam ser 
regados por serem ecossistemas fechados, 
mas borrifar água uma vez por semana vai 
fazer bem ao ambiente. Se o seu terrário for 
úmido e o vidro embaçar, há limpadores com 
ímã para aquários que funcionam muito bem em 
aquaterrários. Há também pequenas máquinas 
de fog que dão um clima de “Brumas de Avalon” 
ou “Transilvania”. As lojas de bugigangas 
chinesas estão vendendo essas maquininhas 
muito baratas, comparadas com as japonesas que 
existem tradicionalmente no mercado. Pode-se 
fazeraté cachoeiras com bombas submersas, 
parangolés, ruínas, barcos naufragados, mas isso 
fica ao seu critério e gosto. Óbviamente voce vai 
querer água cristalina no seu aquaterrário. Há 
diversas formas de se filtrar a água. Você pode 
usar um filtro interno com bomba devidamente 
escondida no fundo do aquaterrário, ou o velho 
e bom sistema de filtragem biológica com as 
placas de plástico por baixo do cascalho, movido 
por compressor, (aquela bombinha de ar), ou até 
ambos combinados. Se você fizer uma cachoeira, 
embuta um elemento filtrante na trajetória da 
água. Tenho usado apenas o filtro biológico que 
funciona muito bem. Algumas pessoas fazem 
jardins certinhos, verdadeiras “Barbies”, outras 
preferem os pampas e outras a amazônia. Não se 
reprima, siga seu gosto.
Brumas de Avalon
23
Desenhos das vistas frontal e topo. Agora é só esperar três meses.
MONTAGEM DE UM TERRÁRIO PASSO A PASSO:
Anubia 
Lanceolatta 15
Musgo de Java
mão cheia
Microsorium 15
Anubia Nana
(eu)
Samambaia 
(eu)
Cardamine
placa de 20x30cm
Cardamine
placa de 20x30cm
Terrário em duas etapas120 cm
25
TERRÁRIOS MAIS LEVES:
Quase todos os materiais usados nos terrários 
são pesados. Vidros, madeira molhada, seixos 
rolados, cascalho, pedra e água transformam 
um terrário médio num monolito de 100 quilos. 
Você deve usar materiais leves, cascas de 
madeira, ao invés de pedras; o filtro biológico 
suspende o nível do fundo e não pesa. A camada 
de cascalho deve ser na espessura suficiente, 
nem mais nem menos. O vidro não precisa ser 
muito espesso já que não há pressão da água. 
Para um pequeno terrário de no máximo 50 cm 
de comprimento, as paredes podem ter 4mm e 
o fundo 5mm. Para terrários ou aquaterrários 
de até 100 cm, 5 mm para as paredes e 8 mm 
para o fundo. Lembre-se, vidro pesa. E o tampo 
pode ser da mesma espessura das paredes ou 
até mais fino. Um terrário leve é fácil de ser 
manuseado e transportado. Voce está criando 
uma peça cenográfica, simulando um ambiente 
originalmente maior e estéticamente agradável, 
mas tudo é simulado. ( no cinema dizem: “tudo é 
mentira.”) Quanto mais leves forem os terrários, 
mais fáceis de manusear e de cuidar.
Cascas de árvores simulando rochas para terrários mais leves. 
26
Composição do substrato, seixos de 1cm, cascalho, plantas e suas raízes e filtro biologico por baixo de tudo.
27
SUBSTRATO PARA TERRÁRIOS:
Não se deve colocar terra em terrários, por mais 
paradoxal que pareça, por que depois de algum 
tempo a matéria orgânica da terra apodrece e 
estraga o terrário, além do cheiro desagradável 
que virá. O terrário ideal deveria durar no mínimo 
tres anos sofrendo só pequenos ajustes para 
manuteção, como podas e limpezas.
Para melhores resultados, usa-se por baixo de 
tudo uma placa de filtro biológico, que é leve e 
isola o fundo, tendo-se o cuidado de deixar uma 
torre para poder sifonar a água caso algum gênio 
inadvertidamente derrame muita água no terrário, 
o que poderia “afogar“ a vida dentro do recinto. 
Essa torre e quaisquer buracos, por menores 
que sejam, tem que ser tampados para evitar 
que animais nela se escondam e desapareçam 
para sempre. Sobre o filtro biológico que é oco 
e leve, coloque uma camada de uns dois cm de 
espessura composta de seixos rolados ou brita 
com aproximadamente 1 cm de diâmetro, e sobre 
os seixos, mais 3 ou 4 cm de cascalho fino para 
aquário, preferivelmente de rio. Os musgos 
e plantas são colocados diretamente sobre o 
cascalho. Se a luz for boa, basta um pouco de 
adubo líquido para plantas de aquários, que tudo 
vai florescer. Deve-se manter um fino lençol de 
água de 1 cm no fundo para conservar a umidade 
dentro do ecossistema em todos os terrários 
úmidos. As lojas de aquários vendem compostos 
de nutrientes, que são colocados por baixo do 
cascalho. É um custo a mais que faz muita 
diferença, considerando que um terrário dura no 
mínimo tres anos, vale à pena usar mais essa 
reserva de nutrientes que a longo prazo só vai 
trazer benefícios às plantas. O adubo no solo 
não só faz as plantas mais saudáveis como cria 
raízes fortes que vão mantê-las presas ao solo.
torre para sifonagem
base de cascalho do rio
base de seixos com 10mm de diâmetro
nível da água
filtro biológico
28
ILUMINAÇÃO:
Todas as plantas e a maioria dos animais precisam 
de luz para viver. Você pode ter um recinto 
(aquário, terrário ou aquaterrário) iluminado natural 
ou artificialmente. Não é bom deixar o sol bater 
diretamente sobre os aquários, terrários ou afins. 
Nos aquários, o sol vai gerar limo no vidro, e os 
terrários e aquaterrários, por serem fechados, 
tendem a esquentar demais e toda a vida presente 
se extingue cozida ou assada.
Por outro lado, claridade é muito bem-vinda. Um 
recinto ao lado da janela, recebendo no máximo, 
vinte minutos de sol por dia, no começo da manhã 
ou no fim da tarde, e somado à luz indireta e 
claridade abundante, provavelmente não vai 
precisar de iluminação artificial. A “comida” das 
plantas é a luz; adubos, CO2 extra e substratos 
enriquecidos são as vitaminas das plantas. Com 
tudo isso, elas realmente vão ficar mais bonitas 
e coloridas, mas luz natural é a melhor fonte de 
energia, além de ser de graça. Como nem todo 
mundo tem boa luz natural indireta, a solução é 
usar iluminação artificial. Desde a chegada do LED 
tudo mudou na aquariofilia. LED consome pouca 
eletricidade, esquenta muito menos, e enquanto Iluminação lateral (dramática).
29
as caríssimas lâmpadas fluorescentes duram mais 
ou menos um ano e tem que ser substituídas, 
as lâmpadas de LED duram pelo menos 5 anos. 
A cada dia que passa novas lâmpadas LED são 
aperfeiçoadas. Seria importante que ao instalar 
lâmpadas em seu recinto você se atualizasse para 
usar o que há de mais moderno e fazer a escolha 
certa. Veja as opções que existem no mercado. 
E os preços caem à medida que o LED é mais 
difundido. É importante que a lâmpada seja a 
adequada, existem lâmpadas para água doce, para 
água salgada, para plantas secas, sem falar das 
lâmpadas especificamente feitas para répteis.
Não existe uma fórmula para a dosagem de luz 
nos recintos. Você terá que descobrir a luz certa 
para os seus tipos de plantas e de animais. De 
maneira geral, se há luz em excesso, as plantas 
tendem a amarelar, e se há luz de menos, as 
plantas vão escurecendo e definhando até morrer, 
e esse processo pode ser lento, até seis meses, e 
imperceptível a olhos pouco observadores. A luz 
também não deve ficar muito próxima das plantas, 
no mínimo 40 cm dependendo das plantas.Quando 
se usa iluminação artificial, deve-se começar com 
luz demais e descobrir quantas horas por dia a 
iluminação deverá ficar ligada para determinar a 
luz certa e definitiva. Voce pode colocar lâmpadas 
escondidas nas partes escuras, mas cuidado 
com os curto-cicuitos. Só não se esqueça das 
novas lâmpadas LED. São mais duráveis, gastam 
menos energia e não esquentam. É o futuro que 
chega. Informe-se. Nos aquaterrários são tantas 
as variáveis que só o método de tentativa-êrro-
acêrto pode determinar a luz certa. Em primeiro 
lugar, as plantas submersas estão mais longe 
das lâmpadas do que as plantas da parte seca. 
Conseqüentemente, as plantas submersas vão 
receber menos luz e as da parte seca muito mais, 
provavelmente mais do que precisam. A escolha 
das plantas submersas é fundamental, não devem 
ser do tipo que precisam de muita luz. Uma boa 
seleção para as plantas da água passaria por 
microsorium, anubia nana, anubia lanceolata, 
echinodorus amazonensis, echinodorus teneles, 
criptocorynes variadas, musgo de Java e nitelas. 
As plantas da parte seca deveriam ser mais 
resistentes à luz mais intensa. E não se esqueça, 
você deve olhar muito para seu recinto, sabê-lo de 
cor, mas mexendoo mínimo possível nele.
30
31
A ESCOLHA DAS PLANTAS: 
Para aquaterrários e terrários úmidos, as plantas 
mais adequadas são musgos e samambaias 
diversas, além de plantas palustres como 
microsorium, anubia nana, anubia lanceolatta, 
musgo de Java, e outras encontradas em lojas 
de aquários, mas que são criadas em locais 
alagados ou pantanosos. Muitas delas passam 
normalmente uma parte do ano submersas e o 
resto do ano sobre solo úmido. Nos aquários 
essas plantas são usadas submersas o tempo 
todo, por isso é que depois de algum tempo 
algumas delas definham ou mudam de aparência 
e precisam ser substituídas. Há livros no 
mercado que também dão mais detalhes. Monte 
sua biblioteca especializada. Mas você pode 
e deve entrar no mato e procurar troncos, 
pedras e mini plantas para o seu terrário nas 
grotas, furnas e rios das redondezas. E muito 
cuidado, pois sendo o recinto bem umidificado 
e iluminado, algumas plantas tendem a crescer 
exageradamente ocupando todo o espaço. Use 
plantas com talos, folhas e raízes naturalmente 
pequenas, e não mudas que cresçam 
demais e rápidamente, para evitar surpresas 
desagradáveis. Mesmo assim, a natureza nos 
presenteia com muitos enigmas insolúveis. 
Plantando diferentes plantas e experimentando 
diferentes luzes e solos é que se aprende. Você 
poderá até colocar algumas mudas, que depois 
de crescidas terão que ser transplantadas de 
volta para a natureza, como brotos de palmeiras, 
bromélias, e até algumas árvores que quando 
jovens são bem interessantes. Bonsais não 
vivem bem em terrários por que são árvores que 
precisam de sol e vento (para simplificar). Você 
também pode colocar um pouco de pó de xaxim 
para adubar e umidificar o recinto, mas lembre-
se que o xaxim também vai acidificar o solo. 
Para “montar” uma paisagem, primeiro desenhe 
o cenário em papel. Por baixo de tudo coloque 
as placas do filtro biológico. A seguir, troncos 
e pedras primeiro, tente prende-las ao solo ou 
umas às outras ou contra as paredes laterais 
para uma base bem firme que não vai deslizar 
com o tempo. A seguir, coloque os seixos rolados 
32
e por cima o cascalho fino. Depois do solo 
pronto, coloque musgos e plantas baixas na 
parte da frente, aumentando a altura das plantas 
para mais perto da parede de trás. Trabalhe seu 
recinto como um cenário. Você deve fazer um 
furo circular de uns 3 cm na tampa de vidro do 
terrário (o vidraceiro tem a broca especial) e usar 
uma rolha de banheira para não ter que levantar 
a tampa de vidro quando quiser acrescentar 
comida ou mexer. Esse furo pode ser aberto ou 
fechado para controle da umidade interna. Nunca 
puxe folhas mortas ou secas, pois as raízes são 
superficiais e você pode arrancar a planta inteira. 
Use tesoura e pinça para mexer no seu recinto. 
Há também uma variedade razoável de plantas à 
venda nas floras e mercados. Procure plantas de 
folhas pequenas. As folhas grandes destoam nos 
terrários que são miniaturas. Os musgos que são 
baixos,devem ser colocados à frente, as plantas 
mais altas atrás, uma bela pedra ou um tronco 
contorcido e texturizado finalizam a composição. 
Mas muito cuidado ao combinar as plantas, não 
misture plantas de necessidades opostas, siga 
dois princípios, plantas que precisam de muita luz 
longe das que não precisam, e plantas de pouca Injeção de CO2
33
luz separadas das que precisam de muita luz. E 
lembre-se que uma planta em más condições 
demora para morrer. Não se esqueça de sempre 
olhar detalhadamente seu terrário ou aquaterrário 
para sabê-lo de cor e salteado e poder detectar em 
tempo quaisquer problemas. O ideal é tirar fotos 
do terrário para poder comparar seu crescimento. 
Os produtores de plantas usam todos os recursos 
possíveis para melhorar a qualidade de suas 
plantas. Alguns usam uma mistura de metade terra 
preta e metade terra vermelha misturadas em uma 
camada de uns tres centímetros de espessura por 
baixo de tudo. Logo acima, é colocado o cascalho, 
areia ou pó de pedra para que a terra não se 
misture com a água e a escureça, diminuindo 
assim a quantidade de luz tão necessária às 
plantas. Além de boa luz, injeções de CO2 
propiciam às plantas grande desenvolvimento. 
Mas lembre-se, CO2 faz mal aos peixes. Você 
pode comprar um aplicador de CO2 ou construi-lo; 
informe-se. Algumas plantas devem ser aparadas 
até tomar forma satisfatória. Muitas plantas gostam 
e precisam de alguma poda . Mas cada uma tem seu 
tempo de crescimento e maturação.
Injeção de CO2 artesanal
34
da planta e podem ser elementos complicadores 
para o “biologista“ que quer cultiva-las. Se você 
não dispuzer de um local muito bem iluminado e 
protegido do sol direto, você pode contar com a 
tecnologia para suprimir quaisquer deficiências. 
Começando pelo solo, há diversos compostos 
que vão “ vitaminar “ o solo e garantir uma longa 
vida e boa aparência às plantas. Preste atenção à 
quantidade certa de compostos usados em relação 
ao volume de água e à quantidade de cascalho ou 
areia. Compostos em exagêro podem matar as 
plantas. É importante que esses compostos não 
sejam agressivos a peixes, anfíbios ou crustáceos. 
Óbviamente, você vai ler com atenção a embala-
gem ou bula do produto fertilizante e vai guarda-la 
para futuras consultas, nunca jogue fora a bula, 
mantenha uma pasta com todas as bulas juntas. 
Mas a iluminação é o fator mais importante. Há um 
sem número de lâmpadas de diferentes marcas de 
todos os preços e potências.
É fundamental ter bibliografia especializada. 
Não gaste seu dinheiro em lâmpadas caras sem 
antes ler um pouco sobre iluminação, plantas e 
seu manuseio. Os mais aplicados injetam CO2 
na água. Mas cuidado, alguns animais não se 
dão bem com o CO2. O conjunto desses fatôres 
vai fazer um verdadeiro “ aquário plantado para 
competição “.
PRODUÇÃO DE PLANTAS:
As plantas vendidas no comércio são desenvol-
vidas em pequenas “ fazendas “ de clima quente 
e água abundante. Nas lojas elas são apresen-
tadas submersas dentro de aquários. Porém 
constatamos que essas plantas em sua maioria 
são cultivadas fora dágua em ambientes alagados 
sobre solo rico em nutrientes. Antes de chegarem 
às lojas, as plantas são selecionadas, colhidas e 
replantadas em tanques de adaptação onde criam 
novas raízes, tomam forma e são amarradas em 
maços. Depois de um tempo que varia de acordo 
com a planta, o clima e a temperatura, ela é co-
lhida e folhas mortas e raízes desnecessárias são 
retiradas. A seguir, a planta é embalada e distribui-
da nas lojas para venda ao público. Algumas são 
plantas únicas, com raiz, caule e fôlhas (Echino-
dorus Amazonensis), outras são ramos de plantas 
maiores que são cortadas e amarradas em maços 
(Higrophyla Polisperma), outras não tem raízes 
e flutuam livremente (Elodea), outras tem raízes 
plantadas no fundo e folhas flutuantes (Nymphea), 
e há muitas outras formas nessa nossa rica e bela 
natureza. O período de plantio pode variar muito, 
há plantas de lento desenvolvimento que geral-
mente são mais caras. Outras exigem cuidados 
extras e condições especiais para seu desenvol-
vimento. Todos esses fatores influem no custo 
35
36
Vistas da plantação subdividida por espécies e tanques para seleção de plantas.
37
Aquários e tanques de adaptação (plantas submersas)
PLANTAS SUBMERSAS
Vallisneria giganteaAponogeton ulvaceus
Glossostigma elatinoides Criptocorine sp sobre Blyxa japonica
Microsorium windelow
Rotala nanjewnshan
Ludwigia Sedioides Flor da Ludwigia sedioides
Ninphaea lilás Ninféia branca
Eichornia crassipes
Detalhe da flor
PLANTAS SUBMERSAS DE FOLHAS E FLORES EMERSAS
Hydrocotyles leucocephala Papirus alternanifolia
PLANTAS PALUSTRES E MARGINAIS
Singonia vermelhaNuphar japonica Singonia roxa
Bacopa lanigeraEchinodorus bleheri Echinodorus guyanensis mescladaEchinodorus guyanensis
Anubia lanceolata MicrosoriumAnubia barteri
Ludwigia natansHidrophila stricta
Miriofilum aromáticaLudwigia repens
Marsilea quadrifolia
Ranunculus papulentus
Miriophilum matogrossenseLilaeopis brasiliensisEleocharis vivipara
Hemianthus micranthemoides SyngonioAsteralis
44
Samambaia crespa
Echinodorus bleheri Leopoldina
Miriophilum verde
Higrophyla polysperma
120 cm AQUÁRIOS PLANTADOS (Veja as plantas submersas)
Vallisneria gigantea
45
Vallisneria gigantea Eleocharis vivipara Cabomba
Hydrocotyle
leucocephala
Eleocharis minima Echinodorus bleheri
70 cm
46
Sagitaria 
Cinemá 
Apongeton ondulata 
120 cm
47
Hydrocotyle leucocephala
Echinodorus bleheri Anubia barteri
Hygrophila polyspermaMiriophilo verde Echinodorus
guyanensis
Echinodorus
amazonensis
120 cm
48
Vallisneria gigantea Echinodorus amazonenses Lilaeopis brasiliensisHygrophila polisperma
Apongeton ondulata 
120 cm
49
Echinodorus guyanensis
Hygrophila polysperma Hydrocotyle leucocephala
Microsorium pteropus Valisneria gigantea
Lilaeopis brasiliensis
120 cm
50
130 cm Hydrocotyle leucocephala
Microsorium pteropusLilaeopis brasiliensisAnubia barteri
Hygrophila polysperma
51
140 cm
Lilaeopis brasilienses Microsorium windelow Glossostigma elatinoides Microssorium
A seguir, colocar 3cm de água e plantar as mudas de Hemianthus calitricoides cuba e Glossostigma elatinoides.
Manter a água baixa por 30 dias até que todos os espaços sejam preenchidos pelas plantas. A seguir, completar a água do 
aquário. Esse aquário foi confeccionado na fazenda de plantas “Mascheville”.
Como fertilizante, coloca-se uma mistura de 50% terra preta e 50% terra vermelha por baixo da areia de rio. 
Stone Henge in Brazil
130 cm
55
130 cmCinemá
Para esse aquário foram feitas peças em pedra de São 
Tomé coladas com silicone e reforçadas por trás com 
tiras de vidro. As peças são coladas deitadas horizon-
talmente sobre uma mesa encostada em uma parede e 
depois montadas em pé nos terrários. Não use marcas 
que já vem com inseticidas em sua fórmula. Leia a 
bula do produto com atenção para evitar mortandades 
lamentáveis. O silicone da Dow Chemical tipo 722 é 
indicado específicamente para aquários. O tempo 
de vida útil de um aquário montado com silicone da 
Dow Chemical é mais ou menos dez anos. Voce 
também pode usar epox para colar, mas respeite o 
tempo de secagem. Alguns produtos desprendem 
substâncias prejudiciais aos animais durante o 
tempo de secagem. 
Microsorium pterotopsValisneria gigantea
Higrophyla polysperma Cryptocorine affinis
Sagitaria
Anubia Nana
56
luz demais. Se crescer ralo, é sinal que há pouca 
luz. Você também pode criar áreas mais escuras 
colocando pedaços de plástico preto entre a 
iluminação e o aquário, por cima das árvores sobre 
a tampa de vidro para protegê-las do excesso de 
luz. Para que o tronco não escureça a água, antes 
de colocá-lo no aquário, ferva-o diversas vezes, 
você vai ver que a água das primeiras fervuras fica 
escura, e com trocas de água e novas fervuras a 
cor vai esmaecendo até clarear. Mas depois de 
um tempo a água retoma o tom de chá. É hora de 
trocá-la outra vez.
Duas raízes formam 
uma árvore, unidas por 
um pino de madeira. 
Use musgo de java 
para esconder a 
emenda
IMITAÇÕES DE ÁRVORES:
Você também pode fazer imitações de árvores em 
aquários e aquaterrários mais altos. Primeiramente 
escolha uma raiz de árvore, que virada para cima 
seja semelhante aos galhos de uma árvore real. 
Você pode usar outra raiz virada para baixo e 
junta-la à raiz de cima com um pino de madeira, 
ou utilizar uma das muitas bases de troncos de 
cerâmica à venda nas lojas de aquários. A seguir, 
enrole musgo de Java nos galhos da copa da árvore 
e amarre o musgo com fio de nylon para pesca e 
espere crescer. Essas árvores, além de serem 
belas, fornecem abrigo e sombra para animais que 
não gostam de muita luz. 
Para simular uma bromélia, amarre uma muda 
de microsorium ao tronco. Enfie tufos de musgo 
de Java nas emendas e frestas das árvores para 
escondê-las.
O musgo de Java não precisa de muita luz, e a 
quantidade certa de luz é fundamental para o 
desenvolvimento de uma bela árvore. Se
o musgo crescer demais, pode-o com uma tesoura. 
Se limo se formar sobre o musgo de Java, é sinal 
57
Árvore de aquário feita com uma raiz invertida 
excepcionalmente plantada com hygrophyla 
polisperma. Poda-se essas árvores com tesoura. 
À direita o tronco antes de ser plantado.
Árvore feita de tronco verdadeiro e musgo de 
java com anúbias nanas plantadas no chão.
58
Neste aquaterrário, uma mini trepadeira foi plantada na 
plataforma seca e direcionada para os galhos dessa raiz 
invertida. Esta árvore também é podada com tesoura.
Falso Buriti: Bromélia plantada em cima de tronco de 
cerâmica. Fibras vegetais como o xaxim por dentro do 
tronco garantem a umidade necessária à bromélia.
59
Simulações de buritis plantados no seco e na água.
60
Você pode plantar todos os tipos de pequenas trepadeiras nos terrários atrás de raízes invertidas simulando árvores reais.
61
Árvores com bases de madeira.
Base de madeira.Árvore com base de cerâmica.“Barranco” em madeira. (Calçado por 
baixo do cascalho para não deslizar)
CRIAÇÕES DE PEIXES E OUTROS ANIMAIS:
Criação de Heiner Nolden, conjunto de 100 tanques. Magé, RJ
Os mesmos lagos vistos de baixo
64
VENDA EM ATACADO:
O Brasil é o país mais rico do mundo em 
diversidade de espécies de água doce. Apesar 
das confusas políticas governamentais, que não 
seguem uma linha lógica e coerente a longo prazo, 
a captura e criação de peixes gera empregos e traz 
divisas para o país. As criações de peixes tropicais 
ficam em locais quentes e com muita água de boa 
qualidade. O potencial do Brasil é sub utilizado, 
apesar de termos todas as condições de não só 
criar nossas espécies nativas, como também de 
criar espécies exóticas e fornece-las ao mundo.
O que realmente acontece é que diversas espécies 
brasileiras são exportadas,criadas, apuradas, 
manipuladas, transformadas e revendidas no Brasil 
a preços internacionais. Os maiores e melhores 
criatórios de peixes encontram-se atualmente na 
Tailândia, Singapura e Hong Kong. Com uma 
política clara, voltada à exportação e mais incentivo 
à tecnologia o Brasil poderia fácilmente ser o maior 
centro de ictiologia do mundo.
A venda em atacado existe nos principais centros. 
Os peixes importados passam por um período de 
65
66
quarentena em dependências especiais, vedadas e 
controladas pelas autoridades competentes.
Esta fiscalização é muito importante. A nossa rica 
e abundante fauna natural está em risco constante, 
ameaçada por doenças que poderiam chegar 
trazidas por animais exóticos importados sem 
controle. Há também o risco de espécies exóticas 
agressivas se reproduzirem desordenadamente 
por não terem inimigos naturais. Essas espécies 
alienígenas podem exterminar os nossos animais 
nativos. Isso já tem acontecido em todo o mundo. 
Somos os mais ameaçados e seríamos os mais 
prejudicados em caso de “ataque exótico”. O Brasil 
está sofrendo uma invasão de javalis europeus, 
que eram criados no Uruguai e fugiram durante 
uma enchente. Javalis são animais selvagens e 
agressivos que acasalam-se com porcos domésticos 
e geram filhotes selvagens, invadem plantações 
e atacam criações de outros animais. Há relatos 
de javalis que já chegaram ao Mato Grosso e 
continuam subindo rumo à amazônia. E há casos 
de invasões legítimas, os tatus brasileiros subiram 
em direção à América Central, passaram pelo 
67
México e já sãocomuns em alguns estados do sul 
dos EUA. Como tatus não hibernam, não se sabe 
se vão conseguir subir mais ao norte por causa do 
inverno rigoroso. A Austrália é um triste exemplo de 
um pais atacado por espécies de animais exóticos. 
Os ingleses introduziram raposas, inexistentes 
no continente australiano para poderem caça-las 
como faziam na Inglaterra. As espertas raposas 
exterminaram diversas espécies de pequenos 
animais australianos, como mini cangurus e 
diversos outros marsupiais. Alguns invasores, 
introduzidos de propósito ou sem querer, por falta 
de cuidado, como ratos, coelhos, gatos, sapos, 
etc, são responsáveis pela extinção de diversas 
espécies que não tinham defesas para os novos 
predadores na Austrália, Tasmania, Nova Zelandia 
e tantos outros paraisos profanados. Nunca 
solte um animal na natureza sem avaliar séria e 
conscientemente os prejuízos à vida local. Voce é 
responsável pelo animal e em última instância, pelo 
mundo em que vivemos. Lembre-se das abelhas 
africanizadas que estão lenta e gradualmente 
tomando o mundo.
68
Você pode criar peças decorativas para seus recintos, como esse “barranco” feito 
em pedra de São Tomé e colado com silicone. A pedra de São Tomé é fácil de 
cortar e o silicone cola qualquer coisa, menos plásticos. Essa área rebaixada é 
também o local ideal para se colocar a alimentação, pois induz o animal a vir comer 
na frente enquanto voçê o observa atentamente 
Barranco de pedra de São Tomé sobre base de vidro.
AQUATERRÁRIOS 100 cm
69
Na sequência de fotos a seguir vemos a substituição de um “barranco” de pedra de são tomé pequeno por outro maior para 
aumentar o volume de água no aquaterrário.
70
O aquaterrário da página anterior alguns dias depois com anubias nanas e gramineas plantadas.
100 cm
71
Bandeja com lâmpada fluorescente 
embutida atrás
Lâmpada fluorescente dentro de tubo 
de ensaio selado com silicone
O aquaterrário da página anterior sem a segunda bandeja e a cachoeira.
100 cm
110 cm
Aquaterrário com duas ilhas , fundo em pedra de São Tomé com Anubias nanas, samambaia, cardamine, cinemá e um tronco seco de bonsai.
73
Quais são plantas de plástico?
PLANTAS DE PLÁSTICO:
Recentemente o mercado foi invadido por réplicas 
muito bem feitas das mais variadas plantas 
utilizadas no aquarismo. Os puristas amantes 
dos aquários plantados podem até torcer o nariz, 
mas os aquários com plantas artificiais tem suas 
características e peculiaridades que podem até 
ser a solução para alguns aquaristas. Plantas 
artificiais não precisam das famigeradas lâmpadas 
74
fatalmente vão se formar sobre elas. A maioria 
dos peixes não sentem falta de plantas naturais, 
excetuando é claro os vegetarianos. Mas a maioria 
dos peixes, répteis e anfíbios que temos em 
cativeiro é carnívora. Apesar de tudo, alguma vida 
vegetal se forma e com o tempo e o verde aparece 
sob forma de limo, algas e plancton. As rações 
industrializadas geralmente são balanceadas e 
tem elementos vegetais que complementam a 
especiais, geralmente importadas. O aquário 
pode ficar apagado o dia inteiro e você pode 
acende-lo apenas quando estiver em casa. Você 
também não precisa adubar a base das plantas, 
adubos também são caros e podem atuar sobre 
a qualidade da água. E nem podar, replantar, 
substituir plantas, comprar mudas, etc. De tempos 
em tempos é bom passar um pincel sobre as 
plantas e tirar quaisquer resíduos e algas que 
alimentação da maioria dos animais mais comuns. 
Para os aquários de água salgada então, as 
plantas artificiais funcionam melhor ainda pois 
trazem o verde para a aridez das rochas vivas, já 
que há apenas umas poucas plantas viáveis para 
aquários de água salgada. Plantas de plástico são 
a solução para quem quer ter um belo aquário e 
pouco trabalho na sua manutenção. Na página 
à esquerda, aquário de água doce integralmente 
montado com plantas de plástico. À direita, o 
mesmo aquário com água salgada. Mas certifique-
se da procedência das plantas artificiais, muitas 
plantas de plástico são nocivas aos peixes e depois 
de algum tempo, o aquário pode ficar saturado das 
toxinas que plásticos não adequados para aquários 
soltam na água e os animais começam a morrer 
sem razão aparente.
76
DÊ TEMPO AO TEMPO:
A terra tem alguns bilhões de anos, e a natureza 
tem seu ritmo. Quando montamos terrários, 
aquários ou seja lá o que for, temos que entender 
que tudo precisa de tempo para crescer, 
amadurecer, vicejar e finalmente morrer; não 
adianta tentar apressar o ritmo das coisas sob 
risco de por tudo a perder. Podemos até melhorar 
as condições de luz, adubos, temperatura, e 
tantos outros fatores que compõe a querida 
mãe natureza. Teremos recintos saudáveis, 
bem montados, e equilibrados. Mas temos que 
ter acima de tudo paciência para a ecologia se 
estabelecer em um recinto até chegar ao ansiado 
equilíbrio. Alguns terrários tem que ser plantados 
60 cm
aos poucos, em etapas. É preciso que a humidade 
chegue ao ponto ideal, que a quantidade certa 
de luz ilumine o recinto pelo tempo certo, enfim, 
tudo tem seu ritmo. Fica um conselho, muita 
observação e paciência! Na página anterior, à 
esquerda, um aquaterrário recém plantado. À 
direita, o mesmo aquaterrário, três meses depois.
Acima, aquaterrário plantado, com trepadeiras 
sobre a parede de trás feita de pedra de São 
Tomé colada com silicone. A iluminação neste 
aquaterrário é parcialmente natural com mais 
noventa watts de lâmpadas especiais para plantas.
110 cm
78
EQUILÍBRIO:
O terrário ou aquaterrário ideal deveria ser 
autosustentável. A água depositada no fundo 
sobe, evapora, é condensada na tampa de 
vidro. A seguir as gotas condensadas caem 
sobre as plantas, o excedente volta para o 
fundo, e tudo se repete. Mas atenção: se o 
vidro tampa não for horizontal, a água não vai se 
condensar nele e as plantas não vão ser regadas. 
Quanto ao oxigênio, durante o dia as plantas 
o produzem e à noite o consomem. O mesmo 
acontece com o gás carbônico que é produzido 
e consumido pelas plantas. Quanto a fazer a 
vida animal sustentável, já tentei criar moscas 
de frutas (drosófilas) dentro de um terrário junto 
com um pequeno lagarto que as comeria aos 
poucos, mas não funcionou. Só daria certo se 
as condições ideais para as drosófilas fossem 
iguais às condições ideais para o lagarto, o que 
não aconteceu. Mas é possível deixar cobras 
d’água vivendo com peixes em aquaterrários, 
pererecas em terrários cheios de pequenos 
insetos e minhocas, (formigas, não!). No final 
é mais prático ter uma criação de tenebras 
(besourinhos e lagartinhas muito nutritivos e 
fáceis de criar) ou/e tentar acostumar o animal a 
comer ração, que já vem balanceada, é fácil de 
comprar e de conservar. Todo aquaterrário é um 
criadouro natural de mosquitos. Em tempos de 
Aedes, é prudente ter sempre alguns peixinhos 
que comerão as larvas dos malditos. Guppies 
são excelentes, pois não precisam de muitos 
cuidados e se reproduzem fácilmente.
Cuidado com as formigas, não deixe 
formiguinhas caseiras fazerem ninhos dentro dos 
terrários, pois algumas formigas plantam fungos 
para deles se alimentarem e provavelmente 
os fungos vão encontrar um meio perfeito para 
seu desenvolvimento e “devorar” todas as 
plantas do terrário que vai ficar parecido com 
Xernobyl depois da explosão. Como acabar 
com um formigueiro em um terrário? Você não 
pode usar nenhum tipo de droga ou inseticida, 
isso vai contra a natureza. A única maneira de 
acabar com elas é por afogamento. Derrame 
muita água diretamente sobre o formigueiro até 
que fique submerso, a seguir, sifone a água. 
Faça isso todo dia. No primeiro dia elas voltam, 
no segundo, talvez, no terceiro ou quarto elas 
desistem. Você pode até submergir todo oterrário ou aquaterrário e depois retirar a água 
sifonando-a com uma mangueira. Combinar 
plantas com plantas, animais com animais, 
e todos esses juntos, talvez seja o lado mais 
79
complicado da história. 
Além da leitura, sempre valiosa, o processo 
tentativa-erro-acerto é fundamental para o 
aprendizado das artes da natureza. Plantas que 
precisam de mais luz devem ficar mais expostas, 
plantas que precisam de baixa luminosidade 
podem ficar por baixo das primeiras, ocultas por 
troncos ou até protegidas da luz por anteparos de 
plástico preto ocultos ou embutidos nas tampas 
dos aquários. Plantas de ambiente úmido devem 
ficar embaixo ou perto de madeiras molhadas ou 
xaxim. Plantas de ambiente seco, mais acima. 
Os solos também podem variar muito, ricos ou 
pobres, ácidos ou alcalinos, úmidos ou áridos.
Os animais são mais um capítulo a ser pensado. 
Combinar diferentes espécies não é fácil, cada 
espécie tem comportamentos e necessidades 
diferentes, algumas são fáceis de se manter, 
de reproduzir, outras são práticamente 
impossíveis. Seria inocência demais pensar 
que é fácil reproduzir fielmente a natureza, 
que vem sofrendo transformações sucessivas 
e intermitentes nesses últimos poucos bilhões 
de anos. Mas o bonito na vida é a conquista do 
conhecimento. O “BIOLOGISTA” é um eterno 
curioso, sempre correndo atrás do inatingível 
conhecimento pleno. 
O peixe arqueiro é ideal para aquaterrários. Você coloca 
um inseto nas partes altas, o peixe cospe no inseto, o 
derruba e o come, festa para as visitas.
80
OS BICHOS
Assim como terrários e aquaterrários abrigam 
plantas, você pode ter diversos tipos de animais 
nos seus. A primeira coisa a ser dita é que todos 
os seres vivos do mundo devem ser respeitados. 
Aos olhos de todos os deuses não há diferença 
nenhuma entre um ser humano, um cachorro, 
uma barata, um elefante, um verme ou um faisão.
Se você possuir um animal, você tem obrigação 
de cuidar dele da melhor forma possível.
Seu “ bicho “ tem que ter espaço, conforto, 
tranqüilidade, alimentação adequada e 
possibilidade de se reproduzir. Seu animal pode 
ficar sozinho no recinto, mas pode também ser 
combinado com outros da mesma espécie ou até 
de espécies diferentes.
A natureza é vasta e variada. Cada animal 
tem as suas particularidades, que devem ser 
estudadas e analisadas. Você deve sempre 
observar atentamente o seu bicho para aprender 
sobre ele, além de ler e se informar de todas 
as maneiras possíveis por livros, papos com os 
amigos, grupos de estudos e pela internet.
81
Até insetos bem alimentados e saudáveis tem 
melhor aparência. São mais coloridos, mais 
gordos, movimentam-se melhor e vivem mais 
tempo felizes e satisfeitos. 
Há mais de mil anos cria-se grilos na China, 
sem falar nos bichos da seda. Nos últimos 
cinqüenta anos tivemos leis no Brasil que não 
eram cumpridas e também leis que mudaram 
ao sabor dos mandatários. Muitos animais que 
eram importados livremente foram inexplicável 
e ilogicamente proibidos. Sabemos de todos 
os erros do passado, do extermínio de várias 
espécies nativas na Austrália e em outros países, 
e aprendemos com esses erros. Mas até hoje as 
políticas governamentais não tem sido claras. 
Esperamos que as autoridades formulem melhor 
uma política dirigida à criação, importação e 
exportação de animais sem prejuízo da natureza.
Ao escolher um bicho para criar, você deve 
preparar um recinto ideal para sua manutenção. 
Alguns animais precisam de lagos maiores ou 
menores, outros precisam de trocas de água 
mais frequentes, que devem ser simples e tomar 
o mínimo do seu tempo. Não pode ser muito 
entulhado de troncos, pedras, etc, pois o animal 
poderá se esconder e desaparecer de suas vistas 
por longos períodos ou até para sempre.
Estude a topografia, ventilação, iluminação, se 
possível faça um desenho antes de montar o seu 
recinto. Caso o animal precise de um abrigo, 
construa uma toca; nas páginas anteriores 
mostramos o exemplo de uma toca bem visível, 
apoiada num dos vidros laterais do terrário. Há 
outros animais que precisam de lugares altos, 
como pequenos lagartos, camaleões, insetos e 
rãs arborícolas. Providencie um sistema aéreo 
com galhos se interligando e plantas trepadeiras 
que também são esconderijos ideais. Pense 
também em como esses animais vão comer 
e beber nas alturas. Há também animais que 
destroem a “mobília “ do terrário, outros cavam 
e revolvem o fundo, ou fogem por frestas 
inimagináveis, há casos de cobras venenosas 
mantidas em cativeiro que fogem e desaparecem 
pela casa. Imagine uma Jararaca perdida 
escondida no seu sapato. Nem pensar em 
82
animais venenosos dentro de casa. Todos esses 
aspectos devem ser cuidadosamente pensados 
antes da chegada do animal, para evitar o pior. 
Você deve pensar também na alimentação do 
animal e na troca da água caso seja necessário e 
na limpeza dos dejetos produzidos.
A alimentação também é um caso à parte. O 
ideal seria se todos os animais comessem rações 
vendidas no comércio. Mas muitos animais 
como alguns répteis, alguns peixes, escorpiões, 
aranhas caranguejeiras e outros só comem 
ração viva. Você provavelmente vai ter que 
criar besourinhos e lagartas, minhocas, grilos, 
girinos, peixes e tantas outras culturas em sua 
casa apesar de já ser possível comprar alguma 
coisa no comércio. Para acostumar seus animais 
a comerem ração, fácil de guardar e de comprar, 
misture comida viva ou congelada com ração 
industrializada. Depois de algum tempo você 
pode tirar a comida fresca ou viva e substituí-la 
integralmente pela ração. Cada animal tem suas 
necessidades, cobras podem comer uma vez por 
mes ou até menos, salamandras duas ou três 
Lagarto Cnemidophorus lemniscatus 
mudando de pele.
83
Salamandra Triturus vittatus
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vezes por semana, você não deve dar comida 
de mais ou de menos. A internet facilita tudo, 
essas informações que no passado eram difíceis 
de obter são de domínio público hoje em dia. 
Muito cuidado com algumas comidas assassinas, 
planárias se engolidas inteiras podem comer o 
estômago de peixes de dentro para fora matando-
os como no filme “Alien” de Riddley Scott. Outros 
peixes espinhosos podem “entalar” na garganta 
do seu bicho matando-o. Baiacus venenosos 
matam instantaneamente quem os morder. São 
muitas as armadilhas da natureza. Cuidado! 
Vamos falar de alguns animais frequentemente 
mantidos pelos biologistas de plantão. Alguns, 
de aparência estranha ou repulsiva, mas cada 
ser da natureza, se olhado com bons olhos vai 
revelar alguma beleza. Aranhas caranguejeiras 
não são muito venenosas, sua picada se 
aproxima da picada de uma abelha podem até 
acostumar-se com seres humanos e vir na mão. 
Comem insetos, camundongos e não gostam de 
claridade. Muitas espécies são noturnas e só 
saem na escuridão. Precisam de uma boa toca.
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Os escorpiões, como as aranhas, comem insetos 
e pequenos mamíferos. Algumas espécies são 
venenosas e outras não. Se o escorpião tiver 
pinças grandes, provavelmente o rabo vai ser fino 
e o veneno fraco. Se as pinças forem pequenas 
e o rabo grosso, muito cuidado, o veneno 
compensa a ausência de garras grandes. A 
maior espécie, a africana Pandinus imperator é 
dócil e seu veneno não apresenta ameaça séria. 
São predominantemente noturnos e vivem vários 
anos em cativeiro. Louva-Deus são diurnos e 
muito divertidos de manter; são caçadores ativos 
e existem em vários tamanhos e cores, não são 
venenosos e sua picada não machuca. Esses 
insetos interessantes podem ter de 2 a 15cm de 
comprimento. Há louva-Deus de várias cores, 
verde vivo, branco, vermelho, pintados . A fêmea 
de louva-Deus é bem maior do que o macho e 
geralmente o devora durante a cópula. Ovos de 
Louva-Deus são comercializados para estudos. 
 Anfibios sãodivididos em anuros – sapos e rãs; 
caudata ou urodela - salamandras, gymnophiona 
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O grande caramujo dourado, Ampulária, vendido nas lojas de peixes pode ser usado para controlar 
excesso de população de outras espécies de caramujos menores já que é carnivoro.
Caramujo Pomáceas que por ser omnívoro é bom limpador 
de restos e come os caramujos de espécies menores
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e cecílias ou cobra cega. Há vários tipos de 
sapos, que habitam ambientes secos, desérticos, 
úmidos palustres ou aquáticos. 
Sapos geralmente comem comida viva, insetos 
em geral. Existem comedouros que vibram e 
fazem a comida se mover, mas a melhor comida 
para o sapo é um inseto, uma minhoca, pequenos 
peixes ou girinos. Os sapos aquáticos são mais 
fáceis de se alimentar, podem comer até ração 
de peixes. Existe um pequeno sapo africano, 
“African clawed frog”, Hymenochirus boettgeri, 
com mais ou menos 3 cm de comprimento, que 
pode viver em harmonia com peixes no aquário 
e nunca sai da água. Esse sapo é vendido em 
todo o mundo, não ataca os peixes e não deixa 
na água resíduos de amônia. Há também a 
espécie Xenopus laevis bem maior, conhecida e 
criada no Brasil, na forma albina e na cor natural, 
que depois de algum tempo crescem demais e 
atacam os peixes do aquário além de deixarem 
vestígios de amonia na água.
Entre os sapos mais populares está o pequeno 
pacman, Ceratophrys sp (foto abaixo), quase 
Xenopus laevis
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uma boca com pernas, de apetite voraz, capaz 
de comer um camundongo e muito fácil de 
manter. O pacman vem em cores diferentes e sua 
reprodução em cativeiro é relativamante simples. 
Seu jeito engraçado, suas proporções exóticas 
e sua grande boca faminta fizeram da espécie 
personagem de revista em quadrinhos.
Salamandras são os anfíbios mais interessantes. 
No Brasil só se conhece uma espécie de 
salamandra, que vive nas bromélias da 
amazônia e foi pouco estudada. As salamandras 
são animais sensíveis e delicados; tendem 
a se esconder e desaparecer em um terrário 
plantado. Não gostam de muita luz e calor, e sua 
alimentação requer mais cuidados. Por serem 
animais de países frios, geralmente morrem de 
calor nos dias mais quentes do verão brasileiro.
Existem salamandras predominantemente 
aquáticas, belíssimas, chamadas “newts”, que 
tem cores vivas, desenhos exóticos e podem 
viver em harmonia com peixes em aquários. No 
começo elas vão querer sair da água e ficar no 
seco, mas se você as mantiver dentro d’água 
sem lugar para subir, somente com algumas 
plantas flutuantes para apoio, elas vão acabar 
se acostumando e vivendo o tempo todo na 
água. É muito mais fácil alimenta-las e vê-las 
dentro da água do que fora. Depois de algum 
tempo, acostumam-se com ração para peixes e 
por serem tão lentas e delicadas não oferecem 
ameaça aos peixes. Mas alguns peixes são mais 
ágeis e famintos que as salamandras e comem 
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toda a comida do aquário não deixando nada 
para os belos anfíbios. Se você possuir “newts”, 
use refrigeração nos aquários durante o verão 
e não se esqueça de vedá-lo completamente 
pois elas escalam o vidro e andam pela casa 
até secar e morrer, e ponha telas nas bocas 
dos filtros. É interessante ver as salamandras 
fazerem o “giro da morte “ exatamente como 
os grandes crocodilos fazem ao morder uma 
presa e girar para corta-la ao meio. Experimente 
colocar uma minhoca de razoáveis proporções 
no aquário. Uma salamandra vai comendo um 
lado da minhoca enquanto a outra come o outro 
lado. Quando as bocas se encontram elas giram 
até partir a minhoca ao meio. Salamandras 
podem viver vários anos e por serem de países 
frios sua reprodução é difícil. No Brasil você 
pode tentar reproduzi-las simulando o inverno 
colocando a salamandra na geladeira, abaixando 
gradualmente a temperatura por duas semanas 
e depois subindo lentamente a temperatura 
simulando assim o fim do inverno. A mudança 
de temperatura vai disparar o gatilho biológico e 
Perereca nascida em aquaterrário a partir de girinos coletados.
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Salamandras, cascudos e acantoftalmos vivendo em harmonia.
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Salamandras, cascudos e acantoftalmos vivendo em harmonia.
deflagrar o processo reprodutivo.
Os lagartos são numerosos e diversos, e 
dependendo da espécie podem ser bons animais 
para terrários. Os mais fáceis de criar são 
os iguanas, vegetarianos dóceis que podem 
chegar a mais de um metro e viver até vinte 
anos. Precisam de lugares para subir e de sol 
ou iluminação específica como a maioria dos 
répteis. Há lâmpadas fornecidas no mercado 
que suprem todas as necessidades dos répteis. 
Antes de adquirir um réptil, você deve pesquisar 
sobre a iluminação específica para cada espécie. 
Entre as espécies mais interessantes, podemos 
destacar os lagartos monitores, que podem ter 
vinte centímetros de comprimento a dois metros, 
(o dragão de komodo é um monitor). Há diversas 
outras espécies menores que são criadas em 
cativeiro e vendidas em lojas. Se o leitor for 
a uma loja de animais fora do Brasil poderá 
ver a grande variedade e beleza das espécies 
disponíveis, inclusive espécies brasileiras que 
não são comercializadas aqui. Os répteis são 
bichos de estimação apreciados em todo o 
Leopard gecko Eublephares macularis
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Corn snake
Common snapper norte americana
mundo e sua criação e comercialização produzem 
milhões em divisas. As cobras exercem fascínio 
no homem, a parábola bíblica de Adão e Eva 
ilustra a atração do homem por esse animal. 
Não vamos falar das grandes, jibóias, sucuris 
ou pítons, mas existem muitas cobras pequenas 
fáceis de manter e de reproduzir. As belíssimas 
“corn snakes “ Elaphe guttata são pequenas e 
vem em várias cores e padrões. As cobras mais 
belas são as corais e falsas corais, mas muito 
cuidado, as verdadeiras são extremamente 
venenosas além de serem muito parecidas com 
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as falsas. Não é aconselhável ao biologista 
amador manusear animais venenosos. 
As melhores cobras para aquaterrários são 
as cobras d´água, especialmente da espécie 
Helicops carinicaudus que vivem e caçam 
predominantemente na água. Sua alimentação 
também é simples, basta colocar alguns guppies 
na água que a cobra vai persegui-los, caça-los, 
envolve-los num abraço mortal exatamente 
como nos filmes dos canais “Animal Planet” ou 
“Discovery” em escala reduzida e ao vivo. Uma 
festa para as visitas. Se você quiser povoar um 
recinto, seja ele aquário ou aquaterrário, leve 
em consideração que há animais que povoam a 
superfície, outros usam o meio da água, outros 
vivem no fundo e outros cobrem todo o recinto. 
Tartarugas sujam demais a água e não são 
recomendáveis para aquários ou aquaterrários.
Não coloque animais ágeis e vorazes com 
animais lentos e complicados na alimentação.
O ideal é que as três áreas do recinto sejam 
ocupadas, animais que vão comer na tona 
e/ou no meio e animais que vão “limpar” o 
Helicops carinecaldus
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L046 Hypancitrus zebra
“ZEBRA-PECKOLTA” Rio Xingu 8-12cm
L085 Baryancistrus sp. (similar L018) 4/91
“XINGU-BARY-ANCISTRUS” 20-25cm
L172a Deporacanthius heterodon
“GOLD-HETERODON” 15-20cm
L168 Peckoltia pulcher
“BRASIL BUTTERFLY” Rio Negro 12-15cm
L066 Peckoltia sp.
“KING TIGER PLECO” Rio Xingu 10-15cm
L014 Scobiancistrus aureatus (cf. pariolispos)
“GOLDY PLECO” Rio Xingu 30-40cm
L027 Panaque cf nigrolineatus
“XINGU-ROYAL-PLECO” 30-40cm
L114 Pseudocanticus cf. leopardus 10/92
“LEOPARD-ACANTICUS” (LDA07) Rio Negro 20-25cm
L047 Parancistrus sp.
“MAGNUM-ORANGE-SEAM-PLECO” Rio Xingu 25-30cm
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restante que cai no fundo. Dessa maneira você 
não vai ter restos de comida apodrecendo na 
água e estragando seu microssistema, e não 
vai haver nenhuma disputa desnecessária por 
comida. Os peixes cascudos, (limpa vidros)são ótimos faxineiros para todo o aquário, 
há muitas espécies de cascudos que vivem 
bem em aquários, alguns são carnívoros e 
outros herbívoros. Nos últimos vinte anos 
foram descobertas diversas novas espécies de 
cascudos que por causa de sua beleza foram 
implacavelmente caçados e alguns até colocados 
na lista de animais ameaçados de extinção. São 
peixes que povoam águas escuras e por isso 
suas cores são mais brilhantes. A inofensiva 
acantoftalmos com forma de enguia também é 
excelente limpadora de fundo. As botias e as 
coridoras, além de boas limpadoras formam
grupos muito variados com algumas espécies 
belíssimas que são criadas em vários países. 
Antes de colocar um peixe ou animal dentro 
de um recinto, observe alguns aspectos na 
anatomia desse animal. Animais com a boca 
grande, ou dentes protuberantes provavelmente 
são agressivos e poderiam comer os menores. 
Não coloque animais ágeis e vorazes junto com 
animais lentos e difíceis de alimentar. Animais 
muito grandes não deveriam ser colocados junto 
de animais muito pequenos. A combinação de 
animais pode trazer surpresas e tristezas ao 
amante da natureza, mas quem não experimenta 
nunca vai aprender. Essa é a graça de estudar 
a mãe Terra e seus outros filhos. E por favor 
sempre use seu bom senso.
Acantoftalmos, uma botia
Carlos M. Horcades, mora no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil. For-
mado em Desenho Industrial na ESDI – RJ com mestrado em design gráfico 
na Central School of Art and Design – Londres. Começou no aquarismo aos 
10 anos de idade. Fez o curso secundário no Woodrow Wilson High School 
– Washington DC, onde teve contato com os primeiros terrários na cadeira 
de biologia. Montou o setor de exposição de peixes “Exoticum” no Jardim Zo-
ológico do Rio de Janeiro. Deu dois cursos de montagem de micro ambientes 
para a Aquorio no Rio de Janeiro em 2011 e 2012 quando organizou esse livro. 
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