Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE PEDAGOGIA – MODALIDADE A DISTÂNCIA 2009 2 Universidade Castelo Branco Vera Costa Gissoni Chanceler Paulo Alcantara Gomes Reitor Marcelo Hauaji de Sá Pacheco Vice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo Discente Helder Guerra de Resende Vice-Reitor de Ensino de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Marcelo Costa Gissoni Vice-Reitor de Gestão Administrativa e Desenvolvimento Sérgio Freire França Filho Vice-Reitor de Planejamento e Finanças 2009 3 ÍNDICE Item CONTEÚDO PÁGINA 1 DADOS GERAIS DA UNIVERSIDADE E DO CURSO 05 2 APRESENTAÇÃO 06 3 JUSTIFICATIVA 08 4 CONCEPÇÃO E FINALIDADE 16 5 MISSÃO E VISÃO INSTITUCIONAL DA UCB 20 6 A EAD NA UCB 21 7 HISTÓRICO DO CURSO 33 7.1 – A UCB e sua Trajetória 33 7.2 – O Curso 36 8 OBJETIVOS DO CURSO 38 8.1 – Gerais 38 8.2 – Específicos 30 9 PERFIL DOS ALUNOS 40 9.1 – Ingressantes 40 9.2 – Egressos 40 9.3 – Campos de Atuação 42 10 NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE - NDE 42 11 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 43 12 PRINCÍPIOS, ESTRUTURA E CONTEÚDOS CURRICULARES 46 12.1 – Organização Curricular 46 12.2 – Estrutura Curricular 54 12.3 – Flexibilização Curricular 57 13 MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS – ORGANIZAÇÃO E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO 62 13.1 – Estágio Supervisionado 62 14 MONITOR DE TUTORIA 66 15 ATIVIDADES COMPLEMENTARES (Atividades Teórico- 67 4 práticas de Aprofundamento em Áreas Específicas de Interesse do Aluno) 16 ATENÇÃO AO DISCENTE 68 16.1 Atendimento aos Portadores de Necessidades Especiais 77 17 PROCESSOS, CRITÉRIOS E MECANISMOS DE AVALIAÇÃO 79 17.1 – Sistema de Avaliação do processo de Ensino e Aprendizagem 79 17.2 – Avaliação do Curso de EAD 81 17.3 – Trabalho de Conclusão de Disciplina (TCD) 82 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83 19 ANEXO I (Gestão Acadêmico/Administrativa EAD) 85 19.1 – Estrutura Acadêmica e Organizacional 85 19.2 – Sistemas de Comunicação 89 19.3 – Material Didático 91 19.4 – Equipe Multidisciplinar – EAD 92 19.5 – Corpo Técnico-Administrativo - EAD 97 19.6 – Infraestrutura 98 19.7 – Logística nas Rotinas de Segurança e Inviolabilidade das Avaliações em EAD 99 20 ANEXO II 101 20.1 – Ementário (Bibliografia Básica e Complementar) 101 20.2 – Núcleo Integrador 212 20.3 – Atualização em Língua Portuguesa 212 20.4 – Reolução n.o 054/2009 – CEPE 212 20.5 – Núcleo Temático de Tutoria – NTT 215 5 1 – DADOS GERAIS DA UNIVERSIDADE E DO CURSO 1- Nome da Universidade – Universidade Castelo Branco – UCB 2- Sistema de Ensino – Federal 3- Categoria Administrativa – Privada - Filantrópica 4- Nome da Mantenedora – Centro Educacional de Realengo – CER 5- Endereço – Sede da Reitoria e da Mantenedora – Av. Santa Cruz, 1631 – Realengo – Rio de Janeiro – CEP: 21710-250 6- Tipo de Identidade Jurídica e de Constituição – Instituição educativa pluridisciplinar de formação de quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano. 7- Nome do Curso – Pedagogia 8- Modalidade – A distância 8.1- Modalidade de Diploma – Licenciatura 9- Regime Acadêmico – Crédito 10- Regime de Matrícula – Semestral/Modular 11- Processo Seletivo – Concurso Vestibular e/ou Acesso Direto pelo resultado do ENEM 11.1- Outras Formas de Ingresso – Transferência ou portador de diploma de Ensino Superior para ocupação de vagas remanescentes e através do Programa Universidade para Todos – PROUNI 12- Carga Horária Total do Curso – 3.385 horas1 12.1- Composição da Carga Horária: - 2985 horas de Atividades Formativas (Tutoria) e Somativas (Prova) - 300 horas de Estágio Supervisionado - 100 horas de Atividades Complementares / Enriquecedoras 12.2- Integralização Curricular: - Tempo mínimo: 6 semestres letivos / 6 módulos 1 Face ao percurso formativo diversificado, o tempo de duração do curso pode sofrer alterações, sempre respeitando a carga horária total do curso. 6 Distribuição da Carga Horária na EAD - No modelo CEAD/UCB existe alternância de momentos presenciais (20% da carga horária da disciplina) com tutores presenciais, Atividades Supervisionadas (AS) e Atividades Individuais (AI). Ressalta-se que diante da importância da tutoria para o desenvolvimento de uma educação a distância de excelência, propõe-se que a tutoria permeie os processos e o progresso das AS e AI. A criação dos Núcleos Temáticos de Tutoria (NTT) foi uma proposta de organização, gerenciamento e planejamento pedagógico capaz de funcionar como tentativa de se propor uma tutoria a distância eficiente, vanguardista e suficiente para atender às demandas de alunos matriculados em seus respectivos Polos, cursos e disciplinas. 13 - Ato Legal de Aprovação de Autorização de Funcionamento do Curso na UCB – Resolução CEPE n.º 001-C/2006, de 11 de abril de 2006, a partir do Parecer CES/CNE 341/04, Portaria n.º 874, de 07 de abril de 2006, publicado no Diário Oficial da União em 11 de abril de 2006, Seção I, página 15, que credencia a UCB pelo prazo de cinco anos para oferta de cursos superiores a distância em todo território nacional. 2 – APRESENTAÇÃO A Universidade Castelo Branco adota como entendimento base para a elaboração de seus projetos pedagógicos, que expressam a identidade dos cursos e os direciona, a seleção e o planejamento das ações pedagógicas, científico-tecnológicas e socioculturais que possibilitarão a formação acadêmica, política e profissional dos estudantes. Na mesma direção, no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) está previsto o Projeto Pedagógico Institucional – PPI – que é um instrumento para a formulação de uma proposta de ação político-educacional-tecnológico-cultural, entendido como princípio básico e norteador para elaboração das diretrizes que orientem a organização do ensino nos cursos de graduação, nas modalidades presencial e a distância e, principalmente, do compromisso de implementação deste planejamento que funciona 7 como alicerce para a construção de uma educação de qualidade. Portanto, torna-se fundamental a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, garantindo a necessária unidade e autonomia das mesmas no seu desenvolvimento acadêmico/institucional por meio de uma formação de inspiração ética e crítica, objetivando formar sujeitos capazes de intervir no desenvolvimento social e na melhoria das condições de vida de sua região e país, bem como profissionais que atendam às demandas do setor produtivo. Com base nessas premissas, a UCB reestruturou seu curso de Pedagogia na modalidade a distância a partir dos resultados dos debates entre representantes dos corpos docente e discente e as coordenações dos cursos presenciais e a distância, respeitando-se sempre as Diretrizes Curriculares Nacionais, apresentando como produto o presente Projeto Pedagógico. O curso de Pedagogia foi concebido levando-se em consideração a formação do educador-gestor a partir de uma revisão crítica da literatura específica e da situação educacional do país em todas as suas modalidades e formas. Pretende-se que este educador possa contribuir para o avanço das condições sociais, econômicas e políticas da vida brasileira, assumindo o seu papel no contexto atual da sociedade. Para tanto, foi elaborado um currículo flexível sob uma perspectivainter e multidisciplinar fundamentado em um processo que articula teoria-prática-teoria, de maneira a permitir que o profissional assuma o papel de mediador na construção da cidadania e na transformação da realidade social. A ênfase na formação geral e pedagógica desse profissional, na qualidade de educador, para que se torne comprometido e interessado no processo coletivo de construção do conhecimento, na tentativa de perceber o significado desse conhecimento para o processo educativo e sua aplicação social na realidade brasileira. 8 Atenta a essa política de formação do educador, a UCB investe na proposição de um curso de Pedagogia que possibilite aos seus alunos a docência na Educação Básica nos cursos de Ensino Médio (normal e de educação profissional nas áreas de serviço e apoio escolar) e também a participação na gestão do trabalho pedagógico, em âmbito formal e não formal, conforme diretrizes curriculares para o curso. Nesta perspectiva, considera-se a Educação a Distância – EAD – uma possibilidade promissora e decisiva no sentido de chegar uma modalidade educacional de qualidade às mais remotas localidades. Nessa modalidade a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias da informação e comunicação, envolvendo estudantes e professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 3 – JUSTIFICATIVA Contemporaneamente, a sociedade, marcada pelo desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, pela velocidade da informação e da comunicação, pela reorganização do mundo do trabalho e por relações sociais e políticas implicando em uma expansão das fronteiras comerciais e de troca de experiências em tempo real, tem acentuado a importância da educação como um fator fundamental para o desenvolvimento, a construção da cidadania e a democratização baseada na inclusão e transformação da realidade. A função da educação se transforma nas sociedades atuais em decorrência dos novos padrões de vida e de relacionamento que emergem nas últimas décadas. O desenvolvimento científico e tecnológico e a natureza das transformações econômicas modificaram profundamente a estrutura e funcionamento das sociedades, atingindo-as em seus fundamentos. Mudou a natureza da vida econômica, social e cultural. Por sua vez, em nível nacional, os dados do IBGE – Pnad 2005 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostram que o analfabetismo atinge 578 mil crianças de 10 a 9 14 anos e que a taxa brasileira de analfabetismo funcional é de 23,5%. Demonstram, portanto, que a formação de professores para a Educação Básica se torna uma ação legítima e necessária. Assim, entre os grandes desafios que se colocam hoje para a educação, encontra-se a necessidade de articular o que acontece no mundo com os acontecimentos regionais e locais, com vistas a auxiliar a construção da cidadania e atenuar as desigualdades sociais. A preparação para a docência e a gestão em educação faz parte dessa construção, exigindo uma sólida formação para lidar com processos permeados pelo conhecimento científico, pela tecnologia e pela informação. Diante do exposto, a proposta da Universidade Castelo Branco de formação de um pedagogo na modalidade a distância, voltada para a atuação no magistério da Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, no atendimento à Educação Especial e no Ensino Médio (modalidade Normal), e também com a atuação nos cursos de educação profissional na área de serviços e apoio escolar, além das áreas afins aos conhecimentos pedagógicos, se justifica pois é uma necessidade na sociedade contemporânea (Resolução CNE/CP n.º 1, 15/05/2006). Ao lado da universalização da educação básica de qualidade, surgem novas concepções relacionadas à educação e ao papel que ela desempenha, e têm sido a tônica de exigência do ensino-aprendizagem e sobre os efeitos do desenvolvimento científico e tecnológico inerente às relações interpessoais. O profissional da educação tem necessidade de desenvolver sua capacidade de aprender a aprender e de buscar informações de múltiplas formas, de modo a ser capaz de tomar decisões autônomas e solucionar a mais variada gama de problemas e questões. No entanto, para viabilizar a qualificação de um grande número de professores 10 geograficamente dispersos em um país como o Brasil, é importante contar com os recursos tecnológicos e a metodologia da educação a distância. Esta é a proposta do projeto do curso. De acordo com a nova LDB 9394/96, Art. 62, a formação de docentes para o Ensino Fundamental será feita em curso superior de graduação. A formação em Nível Médio é aceita como exigência mínima para o exercício na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, porém acena-se com o ideal da formação de todos em nível superior. Assim, no Art. 87 (LDB 9394/96), recomenda-se que o ano 2006 represente um marco a partir do qual os docentes possuam habilitação em nível superior. O mesmo Art. 87 atribui aos Municípios, aos Estados e à União a responsabilidade de realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isso, os recursos da educação a distância. O Plano Nacional de Educação (Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001) quantifica essas recomendações em sua meta 18, que propõe o prazo de dez anos para que, pelo menos, 70% de todos os professores de Educação Infantil e de Ensino Fundamental possuam formação específica, em nível de licenciatura. A visão de educação proposta pela LDB 9394/96 e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) exigem um corpo docente com capacidade profissional para tomar decisões e desenvolver importantes ações na própria escola, cabendo-lhe, por exemplo, a construção coletiva do respectivo projeto pedagógico, a definição de diretrizes curriculares, a organização dos tempos e espaços escolares e a formação continuada dos professores. Em consequência, a escola tem hoje muito maior autonomia para a organização de suas propostas pedagógicas, o que pressupõe educadores com formação condizente com as necessidades da sociedade contemporânea. 11 Nas regiões brasileiras mais desenvolvidas, que já atingiram patamares elevados de capacitação, a tendência à admissão de profissionais com nível superior para a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental é também consequência do maior número de formados em cursos universitários. Em outras regiões essa recomendação tornou-se um desafio, que é preciso enfrentar com determinação. Em 1988, houve uma mobilização da sociedade civil e dos órgãos governamentais para que a Educação Infantil passasse a ser, constitucionalmente, um dever do Estado e um direito da criança. Este fato se consolida no artigo 208, inciso IV, da Carta Magna, 1988. Em 1990, uma nova conquista é alcançada por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente que destaca o direito de a criança ser atendida adequadamente. Finalmente, a Lei Federal n.º 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em dezembro de 1996, estabelece, definitivamente, educação e atendimento a crianças até seis anos. Em seu artigo 29, preconiza que: a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A referida Lei, no artigo 30, estabelece ainda que "a educação infantil deve ser oferecida em creches ou entidades equivalentes para crianças de até três anos e em pré-escolas para crianças de quatro a seis anos".Seu artigo 9º, inciso IV, fixa as competências e diretrizes básicas que devem nortear os currículos, devendo seus conteúdos assegurarem a formação básica comum. Por isso, o Referencial Curricular para a Educação Infantil, proposto pelo Ministério da Educação, é um documento 12 orientador e essencial para a implementação de práticas educativas nessa faixa etária. Uma questão fundamental para a Educação Infantil, tratada na LDB, refere-se à formação do profissional que nela deve atuar. O texto legal marca de forma incisiva a complementaridade entre a instituição de Educação Infantil e a família. Assim, é importante que a formação desse profissional possa responder às demandas atuais da educação da criança de zero a seis anos. Como parte integrante da Educação Infantil, o cuidar implica em questões básicas da saúde, expressas em especial atenção à alimentação, ao controle das condições ambientais e aos procedimentos de higiene, tanto assegurando a promoção da saúde, quanto considerando os aspectos biológicos, emocional e intelectual da criança, esses cuidados devem ajudá-la na construção de sua autonomia. Além de cuidar, deve educar. Educar implica organizar condições adequadas, através de jogos, brincadeiras e uma ampla diversidade de experiências, para que a criança possa desenvolver as capacidades necessárias à apropriação dos conhecimentos indispensáveis a respeito de si mesmo e do mundo que a cerca. Entende-se, por consequência, que a formação de professores para atuar na Educação Infantil deve se preocupar com a articulação entre cuidar e educar e o trabalho de construção da leitura, da escrita e do pensamento lógico-matemático, a compreensão do ambiente natural e social e do sistema político, o uso das novas tecnologias da comunicação e da informação e de constituição de valores em que se fundamenta a sociedade em que vivemos. Essa construção não tem início apenas na classe de alfabetização, mas em todo o processo da Educação Infantil. Sabe-se que o Ensino Fundamental é, no Brasil, constitucionalmente, o início da escolarização obrigatória. Seu objetivo é a "formação básica do cidadão" que será feita, segundo o estabelecido pela Lei nº. 9.394/96, em seu art. 32, mediante: 13 I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno desenvolvimento da leitura e do cálculo; II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV. o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Portanto, constata-se que as condições nas quais deve ocorrer o Ensino Fundamental exigem uma formação dos professores para os primeiros anos de escolaridade básica que garanta às crianças e aos jovens o exercício de seus direitos e deveres, compreendendo o que significa, efetivamente: • cidadania como participação social e política; posicionando-se de maneira crítica e responsável em diferentes situações de vida; • construir a noção de identidade nacional e pessoal; • valorizar as diferenças étnicas, culturais, sociais, de gênero e de crenças presentes na sociedade brasileira; • elaborar conhecimentos, nos diferentes campos do saber, que lhes permitam entender a vida em toda a sua plenitude. Ao se propor formar tal profissional, diante deste cenário, assume-se naturalmente a 14 responsabilidade social com a política de formação educacional do país. O professor que lecionará nos anos iniciais do Ensino Fundamental ou na Educação de Jovens e Adultos precisa preparar-se para mediar os mais variados assuntos, assumindo a posição de um indivíduo questionador, que defenda uma escola democrática, seja ela pública ou privada, na qual a seleção e o tratamento a serem dados estarão orientados por valores e princípios estabelecidos no projeto pedagógico, construído com a participação dos docentes e de todos os envolvidos no processo de construção do ensinar e aprender. Diante desse quadro, a busca da qualidade impõe que a formação de professores se comprometa com a melhoria do ensino nos anos iniciais da escolaridade fundamental, Educação Básica nos cursos de Ensino Médio (normal e de educação profissional nas áreas de serviço e apoio escolar). Esta formação adquire aspecto central, uma vez que, as questões às quais a educação brasileira deve responder exigem docentes que atuem no sentido de assegurar as condições básicas para que os alunos constituam valores e habilidades e elaborem os conhecimentos imprescindíveis para compreender o mundo, intervir na realidade e agir como sujeitos críticos. Uma discussão que está hoje posta no cenário da educação brasileira diz respeito à formação do pedagogo que, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, assume uma nova dimensão, dada a notória ampliação do papel desse profissional e a integralização numa formação diversificada. Vale ainda ressaltar o parágrafo único do artigo 4º da Resolução CNE, 1/2006, que estabelece que: as atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, 15 englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não- escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico- tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. A notória ampliação do papel do pedagogo e a integralização em uma formação plural fazem com que o profissional atue: • na gestão de sistemas formais de ensino e de unidades educacionais públicas e privadas; • na produção de um ensino de qualidade, atendendo aos princípios e fins da educação nacional; • na articulação do projeto pedagógico da escola; • em projetos educativos no âmbito da educação não-formal, desde o planejamento até a avaliação. Diante do exposto, a proposta de organização curricular para o Curso de Pedagogia da UCB articula os campos de conhecimento envolvidos no trabalho escolar, aproxima os conteúdos escolares à realidade social permeados pela inter ou transdisciplinaridade, propiciando maior potencial para incorporarem às experiências e à cultura do aluno. Compatibiliza-se, assim, com o desafio de constituir um espaço privilegiado de enriquecimento permanente do debate sobre o trabalho pedagógico, articulador da formação de docentes para a Educação Básica, que deve ter o compromisso de possibilitar, além do acesso ao conhecimento produzido coletivamente pela sociedade, o direito de crianças e jovens construírem saudável e agradavelmente sua identidade, 16 crescendo como cidadãos livres e conscientes. Atenta a essa política de formação do educador, a Universidade Castelo Branco propõe-se a investir na formação de um profissional da Educação, por meio da proposição de um curso na modalidade a distância que possibilite aos seus alunos a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, no atendimento à Educação Especial e no Ensino Médio (modalidade Normal) e também a participação na gestão do trabalho pedagógico, em âmbito formal e não-formal. Isto posto, a IES vem desenvolvendo suas atividades em âmbito nacional, no que tange a formação de professores-gestores para Educação Básica, que sejam capazes de educar cidadãos conscientesdo seu papel dentro de uma realidade social, histórica, econômica, regional e nacional, que merece ser conhecida e respeitada. 4 – CONCEPÇÃO E FINALIDADE A UCB concebe a educação a distância como uma modalidade de ensino capaz de oferecer o acesso e a permanência de estudantes no Ensino Superior, rompendo barreiras geográficas de tempo e espaço. O presente Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia na modalidade a distância é fruto do resultado de uma construção coletiva dos representantes do Núcleo Docente Estruturante – NDE – e reflete o pensamento educacional contemporâneo em um processo de tomada de consciência da importância da educação a distância como estratégia de democratização do saber em nosso país. Portanto, o referido Curso foi concebido tendo como fundamento os princípios que norteiam e identificam esta Instituição e seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico das regiões na qual se insere, como também com os princípios e os fundamentos essenciais da educação a distância, além do que determinam os preceitos 17 legais contidos no Decreto n.º 5622 de 19 de dezembro de 2005, Decreto n.º 6.303, de 12 de dezembro de 2007, Portaria Normativa n.º 40, de 12 de dezembro de 2007 e os Referenciais de Qualidade para EAD, de agosto de 2007. Considerando a inserção da UCB em âmbito nacional no ensino a distância, elaborou- se um currículo flexível com estratégias metodológicas diversas, de modo a poder adequar-se à realidade de cada região. Na tentativa de aproximar o espaço acadêmico ao meio social de origem, possibilitar a integração entre os interesses específicos regionais e a formação de profissionais qualificados; difundindo a cultura, a ciência e a tecnologia, realizando concretamente a ligação entre a universidade e a sociedade. É importante destacar que a Universidade Castelo Branco pretende com a educação a distância ampliar o seu campo de alcance para o exercício da educação na sociedade brasileira como um todo, tendo em vista as demandas sociais, ratificando o papel da Universidade como agente de promoção do desenvolvimento social. Entendendo a educação como compromisso entre a formação profissional e as demandas da própria sociedade, o curso fundamenta-se na perspectiva de uma atuação profissional competente, tendo como eixo articulador o entendimento da educação como atividade que ocorre no seio da sociedade e, por isso, inscrito num sistema de relações humanas, culturais, tecnológicas e sociopolíticas. Para a concretização deste projeto, a UCB acredita que a modalidade de educação a distância precisa ser realizada como educação e não apenas como processo de ensino, e muito menos como mera tecnologia instrucional. Assim, o Curso possui uma direção que propicia uma formação crítica e criativa e uma postura transformadora da realidade educacional, seguindo uma linha da educação integral, no sentido de: a) capacitar para o exercício profissional como agente de transformação; b) possibilitar ao futuro pedagogo conhecer, discutir e refletir sobre várias tendências e concepções filosóficas, sociológicas e pedagógicas que tentam 18 explicar o fenômeno educativo; c) fazer emergir as suas potencialidades; d) oferecer condições para a sua autotransformação; e) capacitar o pedagogo a desenvolver competências e habilidades necessárias ao exercício profissional e f) promover o reconhecimento de sua responsabilidade como cidadão integrante da sociedade em que vive, conscientizando-o da sua contribuição para o desenvolvimento do país. Dessa forma, são adotadas as seguintes diretrizes para a ação pedagógica do Curso de Pedagogia, na modalidade a distância, da Universidade Castelo Branco: 1- busca da qualidade e da excelência da formação, comprometida com os padrões hodiernos das transformações socioculturais e do desenvolvimento científico e tecnológico; 2- formação do profissional “generalista”, que subentende ampla e sólida base teórica, capacidade de análise do social e domínio dos procedimentos técnicos necessários ao exercício profissional; 3- valorização da dimensão sócio-político-cultural, desenvolvendo a capacidade de leitura crítica dos problemas de sua área e seus impactos locais, regionais e nacionais, que subsidiará a inserção do egresso no mundo do trabalho como sujeito partícipe de sua construção, assumindo, portanto, o exercício profissional na direção da resolução dos problemas da sua profissão de atuação e da cidadania referenciado por sólidos padrões éticos. Caminhar na direção desse projeto supõe estabelecer um conjunto de princípios e procedimentos prioritários à ação, entre os quais cabe destacar: I. Interdisciplinaridade, entendida como esforço que busca a visão global, como superação do pensar simplificador e fragmentador da realidade, como forma de administrar a ótica pluralista das concepções de ensino, do saber e da prática; 19 II. Articulação entre o ensino, a pesquisa e as atividades de extensão e de prestação de serviços à sociedade; III. Fornecimento de sólida formação geral, em estreita interação com os conhecimentos, competências e habilidades necessárias à formação do profissional; IV. Conhecimento e problematização das condições de sua região e do país, de seus determinantes sociais, econômicos e culturais, em suas relações com a promoção da inclusão social; V. Integração aos contextos reais de vida da comunidade, na rede de serviços e com profissionais em exercício, como espaços privilegiados do processo de ensino- aprendizagem, de forma contínua; VI. Desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, que engloba o a aprender a ser, aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender a conhecer, conforme caracterização das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação e, ainda do “aprender a desaprender”, resultado dos crescentes avanços da ciência e da tecnologia; VII. Diversificação dos contextos de ensino e dos cenários de prática profissional, que engloba diferentes modalidades de trabalho pedagógico e inserção do aluno em campos de prática com graus crescentes de complexidade; VIII. Desenvolvimento de modelos pedagógicos capazes de articular a competência científico-tecnológica e a relevância social; IX. Estruturação de currículos flexíveis que, à diversidade de situações de ensino- aprendizagem, associem a possibilidade de construção própria dos caminhos de produção do conhecimento pelo estudante bem como a de crescimento autônomo; 20 X. Utilização apropriada de tecnologias diversificadas. O curso segue uma linha da educação integral, no sentido de possibilitar ao futuro pedagogo: • conhecer, discutir e refletir sobre várias tendências e concepções filosóficas, sociológicas e pedagógicas que tentam explicar o fenômeno educativo; • desenvolver as suas potencialidades; • oferecer condições para o seu crescimento profissional; • promover o reconhecimento de sua responsabilidade como cidadão integrante da sociedade em que vive, conscientizando-o da sua contribuição para o desenvolvimento do país. 5 – MISSÃO E VISÃO INSTITUCIONAL DA UCB Além das atribuições definidas pela Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988, as universidades devem procurar definir sua missão considerando as suas peculiaridades e as possíveis inserções no desenvolvimento local e regional. Neste contexto, a Universidade Castelo Branco deve considerar que, além de ser uma instituição plural e multidisciplinar, tem por obrigação apresentar-se à sociedade como um instrumento efetivo de mudança, capaz de assegurar a progressiva eliminação das desigualdades existentes. Para tanto, torna-se imperioso que a universidade atue: • com competência, que deve serdemonstrada pela sua capacidade de gerar novos conhecimentos, de produzir teses e dissertações e de qualificar profissionais aptos ao enfrentamento das novas condições impostas pelos avanços da ciência e da técnica e pelas grandes mudanças verificadas nas relações de trabalho; 21 • com pertinência, capaz de permitir a rápida resposta às demandas e necessidades de governos e da própria sociedade, contribuindo efetivamente para a solução de problemas locais, regionais e nacionais e propondo soluções inovadoras; • com equidade, para que seja capaz de contribuir decisivamente para a igual distribuição de oportunidades. Em síntese, deve ser entendido que a visão da instituição é trabalhar de forma a ser reconhecida como referência na promoção plena das potencialidades individuais e na capacitação para o trabalho e para a cidadania, por meio do ensino e da produção científica e tecnológica, integrados sob a mediação da extensão à cultura e às demandas do desenvolvimento nacional. 6- A EAD NA UCB A partir de 2002, quando foi autorizada pelo CNE a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu na modalidade de EAD, a UCB decidiu organizar as suas ações, estabelecendo uma estratégia de expansão que possibilitasse a ampliação da oferta para os cursos de graduação e superiores de tecnologia e, ainda, que viabilizasse a articulação com o setor empresarial, no intuito de oferecer aos quadros das empresas programas de qualificação profissional e de capacitação, determinantes para a modernização das práticas gerenciais e para o aumento da competitividade. Dessa forma, a EAD passou a ser encarada como uma das prioridades da UCB, tanto pela inovação que passou a trazer para o processo pedagógico, mesmo para os cursos presenciais, como pelos seus reflexos sobre as relações da universidade com a sociedade. As fases de implantação da EAD na UCB podem ser descritas a partir da edição da Portaria n.º 1247/2002, que homologou o Parecer da Câmara de Educação Superior – 22 CES do Conselho Nacional de Educação – CNE/CES n.º 0145/2002, o qual credenciava o Programa de EAD ao nível de Pós-graduação Lato Sensu da UCB. A partir daí, a universidade iniciou seu processo de instalação, expansão e consolidação dos programas de EAD, considerando como parâmetros determinantes do êxito os conceitos, objetivos gerais e as diretrizes norteadoras fixados nos itens anteriores citados. Pode-se então, ao longo dos últimos cinco anos, caracterizar cinco fases distintas nesse processo: • Fase I ― Instalação ― a Portaria n.º 1247/2002 outorgou à UCB a possibilidade de organizar cursos de pós-graduação lato sensu na modalidade EAD. As primeiras iniciativas verificaram-se já no decorrer do ano de 2003, focadas em sua quase totalidade na oferta de cursos voltados para o aperfeiçoamento no magistério, de modo a atender o elevado contingente de professores de educação básica que necessitavam de qualificação em práticas pedagógicas ou em supervisão escolar. Nessa fase, a universidade procurou experimentar as diferentes metodologias disponíveis, tanto no que concerne à utilização das novas Tecnologias de Informação e de Comunicação – TIC –, por exemplo, a internet, como no que diz respeito às chamadas metodologias convencionais, que utilizam encontros presenciais e se valem de meios como a produção de vídeos (na época ainda de uso generalizado) e de DVD. Em ambos os casos, os cursos sempre foram realizados com o apoio de materiais instrucionais, com conteúdos que atendiam aos requisitos estabelecidos acima; • Fase II ― A utilização da EAD nos cursos presenciais ― Em sua reforma curricular de 2003, a UCB dividiu as estruturas curriculares em três grupos de disciplinas: disciplinas de formação geral, voltadas para a formação para a cidadania; disciplinas de formação profissional geral, destinadas ao atendimento a estudantes de um mesmo campo de saber; e as disciplinas de formação profissional específica, que visam a formação especializada dos futuros profissionais. As características das disciplinas de formação geral, que passaram a 23 ser parte do que foi convencionado denominar de Núcleo Integrador – NI, cujo projeto está em anexo, constituíram um forte motivo para a aplicação da Portaria MEC n.º 2253/2001, posteriormente alterada pela Portaria MEC n.º 4059/2004, que prevê a possibilidade de oferta de até 20% da carga horária dos cursos de graduação na modalidade EAD. Este projeto foi fruto de uma mobilização da Reitoria da UCB, em conjunto com a Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Corpo Discente, e as Coordenações de Curso, com base nos dados e informações sobre o déficit significativo de conhecimento dos ingressantes na UCB propôs a criação do NI. Nessa fase, a UCB procurou adotar como estratégias básicas: i) elaborar conteúdos de qualidade e ii) introduzir no planejamento acadêmico as “Aulas Magnas”, oferecidas por renomados professores e sempre tratando dos temas fundamentais de cada uma das disciplinas de formação geral. Ao mesmo tempo, a UCB começou a desenvolver os procedimentos que deveriam ser adotados para atendimento aos alunos, na forma de tutoria presencial e a distância – elaboração de ambiente virtual de aprendizagem para os alunos, denominado WEBCAF e descrito no item 16 – ATENÇÃO AO DISCENTE, deste projeto; • Fase III ― Expansão da Pós-graduação Lato Sensu ― o ano de 2003 abriu uma nova oportunidade para a UCB, em virtude de sua efetiva aproximação com o Exército Brasileiro, que, em parceria com a universidade, passou a oferecer um conjunto de quatro cursos de especialização (Gestão de Marketing, Docência do Ensino Superior, Administração Municipal e Gestão de Recursos Humanos). Nesses cursos, a UCB, ainda em fase de expansão de seus programas, utilizou a base logística oferecida pelo Exército Brasileiro, centrada nos “Tiros de Guerra” e na possibilidade de apoio computacional por meio de uma plataforma construída pelo próprio Exército; • Fase IV ― Implantação dos cursos de graduação na modalidade EAD ― dois fatos alteraram consideravelmente o planejamento acadêmico da UCB nos cursos a distância: i) a publicação do Decreto n.º 5622/2005 em dezembro de 2005 e ii) a 24 publicação da Portaria n.º 874/2006 publicado no DOU de 11 de abril de 2006, que homologou os Pareceres CNE/CES n.º 0145/2002, n.º 297/2003 e n.º 301/2003, que autorizou “... a oferta de cursos a distância, podendo estabelecer parcerias com instituições para a realização de momentos presenciais, ofertando seus cursos a distância em Polos de outras unidades da federação”. Inicialmente, a UCB ofereceu os cursos de graduação em Pedagogia e Letras, todos em parceria com a instituição denominada Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino – IESDE. Considerando ainda a sua forte inserção no cenário regional da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a UCB passou a desenvolver, sempre em conjunto com as prefeituras de Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba, cursos de licenciatura, voltados para o atendimento às necessidades dos municípios daquela região do Rio de Janeiro. No primeiro caso, a logística (gravação das aulas, elaboração e impressão dos conteúdos e distribuição do material) ficou a cargo do IESDE. No segundo caso, as Prefeituras ficaram encarregadas de assegurar a infraestrutura nos Polos presenciais, cabendo as demais atividades, inclusive as de apoio, a UCB; • Fase V ― A fase atual de desenvolvimento da EAD na UCB ― Início do processo de reformulação dos programas e cursos na modalidade EAD. Dois novos fatos contribuíram fortemente para uma mudança considerável do cenário até então verificado, e para o redirecionamento das ações em curso no programa de educação a distância da UCB, são eles: a) A edição da Portaria nº 02/2007, em janeiro de 2007,que exigiu a inscrição de todos os Polos ativos no MEC, concedendo um prazo até agosto de 2007, posteriormente prorrogado para outubro, para inclusão e aglutinação de Polos em funcionamento efetivo e b) a publicação, a partir do segundo semestre de 2007, dos padrões de qualidade a serem adotados e seguidos pelos Polos e cursos na modalidade EaD. Nesse momento, teve início um profundo processo de mudanças na organização da EaD na UCB, com as seguintes providências: o Definição clara das articulações entre os cursos presenciais e a distância, 25 de forma a envolver o maior número de professores na oferta de cursos de EaD; o Estabelecimento de novas relações com os parceiros, fixando responsabilidades e atribuições para Polos e organizações de apoio logístico. Ao longo de 2008, na medida em que as relações com os Polos ficavam mais intensas, em face do crescimento da demanda pelos cursos, a UCB decidiu promover um conjunto de mudanças estruturantes, de forma a assegurar, por um lado, o cumprimento das determinações contidas na Portaria MEC n.º 02/2007 e nos instrumentos definidores dos padrões de qualidade, e, por outro lado, garantir o cumprimento dos objetivos e diretrizes norteadoras, fixadas no PDI, em 2002. Assim, no decorrer do primeiro semestre de 2008, foi alterada a composição da equipe encarregada do gerenciamento dos programas de EAD e tomadas as seguintes medidas, algumas ainda em andamento: 1) A concepção do Projeto Geral de EAD na UCB, entendida a partir da consideração dos seguintes fundamentos: a) estabelecimento e adoção de base conceitual; b) definição dos objetivos gerais; c) adoção dos critérios de qualidade para os conteúdos e outros materiais instrucionais e d) definição das ações a serem realizadas de forma a assegurar a adequabilidade logística à oferta de cursos na modalidade EAD. No que diz respeito a: a) Base Conceitual: Considera-se que a perspectiva proposta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9394/1996) sustenta a proposta de EAD da UCB e que a define como: • Uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes 26 suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação2[1]. • Na mesma direção, como reforço, a partir da pesquisa apresentada na dissertação de mestrado de Melo, 19993[2], na COPPE-UFRJ, admite-se a seguinte definição de EAD: Entende-se o ensino a distância como um sistema tecnológico de comunicação bidirecional (ou multidimensional, como a UCB já vem adotando – grifo nosso), que pode ser de massa, e que substitui a interação pessoal entre professor e aluno, típica de uma aula, como meio primordial de ensino, por uma ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria, proporcionando um aprendizado independente e flexível aos estudantes. • Procurando atender às necessidades de educação de uma população dispersa geograficamente e, em particular, às pessoas que se encontram em regiões onde não existem ainda Instituições de Ensino Superior, ou programas de qualificação e de capacitação empresarial, a EAD acaba por se constituir no meio mais eficaz de oferta de novas oportunidades para aqueles que não tiveram a chance de realizar seus estudos superiores, transformando-se, assim, em parâmetro determinante para igual distribuição de oportunidades a todos os cidadãos, dessa forma, pode- se citar: “Quando tratamos de mudança não pensamos naquela em que se 2[1] BRASIL. Leis, Decretos. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 3[2] Melo, Paula Tavares da Cunha. (1999). Requalificação de Trabalhadores e Formação à Distância no Ensino Médio: SIVIRA, Sistema Virtual de Aprendizagem. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia - COPPE/UFRJ, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, Fevereiro. 27 altera apenas a superfície para que a essência não se mude e tudo fique com está. Pinta-se a casa, mas não se alteram as estruturas. Pensamos numa mudança mais profunda em que a sociedade se torne mais justa, democrática, com suas riquezas mais bem distribuídas” (ALMEIDA, F. J, 2008).4[3] Os sistemas de EAD procuram gerar a cultura de "aprender a aprender", segundo Delors, J., 20055[4], transformando o aluno em ator efetivo no seu próprio processo de formação. Com base nestas citações, a UCB se propõe a desenvolver o espírito crítico e autonomia intelectual, para que, por intermédio do questionamento permanente dos fatos, o aluno possa ser o sujeito de sua aprendizagem criando, assim a autonomia de estudo. A autonomia significa ser autor da própria fala e do próprio agir, sendo coerente na integração do conhecimento com a ação e nas decisões profissionais. b) Objetivos Gerais: • democratizar o acesso à educação; 4[3] Entrevista concedida por Fernando José de Almeida, formado em Filosofia e Pedagogia. Mestrado e doutorado na área de Informática e Tecnologias Aplicadas à Educação na PUC-SP, onde leciona desde 1976. Fez seu pós- doutorado na França, em Lyon, no IEPEACS-CNRS. Atualmente é professor no programa de Pós-graduação em Educação e trabalha em Moçambique, desde 1998, com a formação de doutores e mestres em Educação. Foi Vice- Reitor Acadêmico da PUC-SP (1994-1996) e Secretário da Educação da cidade de São Paulo (2001-2002). Atualmente é Vice-Presidente da Fundação Padre Jose de Anchieta Centro Paulista de Radio e TV Educativas – TV Cultura; Coordenador do Programa Tecnologias e Gestão Escolar Microsoft/CONSED/PUC-SP; membro do Fórum de Líderes da Microsoft; presidente do Instituto Lumiar e membro fundador do Instituto DNA-BRASIL. Membro do corpo editorial da Revista Cenpec, da revista Informática e Educação da SBIE e da Revista Eletrônica e-Curriculum. 5[4] DELORS, JACQUES. A Educação para o Século XXI — Questões e Perspectivas. 1 ed. Porto Alegre: Artmed Brasil, 2005. 256 p. ISBN: 8536304359. 28 • assegurar uma aprendizagem autônoma e associada à experiência; • possibilitar um ensino participativo, pelo uso intensivo das novas Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC; • estimular a geração de uma cultura da educação continuada; • formar para a cidadania e para o compromisso social integrado à realidade socioeconômica brasileira; • articular a organização curricular com o mundo do trabalho e as demandas da sociedade organizada. c) Qualidade do conteúdo: O material instrucional impresso, utilizado nos cursos da UCB de EAD, se propõe a estabelecer uma inter-relação entre os diferentes atores que participam deste processo. Para tanto, estes textos foram organizados em uma linguagem “dialógica”, onde o autor estabelece uma “conversa pedagógica” com os alunos. Os textos objetivam criar um espaço de aprendizagem para que o aluno possa desenvolver reflexões e análises críticas, além de provocar a busca de novos conhecimentos. A ênfase dada a este processo privilegia a aprendizagem, buscando desenvolver um aluno independente e crítico. É importante salientar que os meios instrucionais por si (rádio, televisão, internet) não podem ser considerados como um programa de EAD. Para que se torne um programa desta natureza, é necessário que haja uma base teórica explícita, os objetivos definidos, uma utilização de metodologia adequada, um apoio institucional, e a existência de tutor capaz de fomentar e facilitar o aprendizado, de motivar o aluno a buscar o conhecimentopermanente. Dessa forma: • os conteúdos deverão ser efetivamente capazes de assegurar a aprendizagem nos níveis exigidos pelas Diretrizes Curriculares dos respectivos cursos e pelos padrões exigidos na UCB, em seu PDI; 29 • os textos devem ser estruturados de forma adequada à metodologia utilizada em EAD, contendo atividades de estudo, estudos de caso, exercícios de fixação da aprendizagem, além de outras estratégias específicas de cada conteúdo. Todas as estratégias selecionadas devem ser organizadas para atingir as competências e objetivos propostos, possibilitando ao aluno inserir-se no campo de estudo e posicionar-se em relação às suas grandes questões. d) Adequabilidade Logística: Para atender aos objetivos acima, a UCB está sempre buscando: • Concepções gráficas e editoração que sejam instrumentos de motivação para o aluno; • Excelente qualidade na imagem das aulas transmitidas, com a supervisão pedagógica adequada e com a preparação do conferencista, no que concerne à apresentação na televisão; • Eficiência na distribuição dos materiais de ensino, fazendo com que os mesmos cheguem ao aluno em boas condições e nos prazos previstos; • Oferecimento de diversos meios de comunicação entre alunos e tutores ou professores, de forma a assegurar rápida resposta às dúvidas; • Sistema eficaz de auditoria e supervisão dos Polos para assegurar o cumprimento dos padrões e das normas acadêmicas; • Modernização constante dos equipamentos utilizados nos Polos; • Acesso presencial facilitado às Bibliotecas nos Polos e à Biblioteca da UCB. 2) As providências e medidas corretivas, visando ao atendimento dos padrões de qualidade fixados pela Secretaria de Educação a Distância – SEED/MEC, com base nos diagnósticos elaborados pela nova Equipe de Coordenação da EAD na UCB e pelos fundamentos estabelecidos e descritos anteriormente, a EAD/UCB se apresenta hoje com as seguintes características: a) No que concerne ao Processo Pedagógico e às Metodologias Utilizadas: 30 • Conteúdos: são elaborados por professores da UCB, ou ainda por especialistas renomados que, pela sua experiência e conhecimento, poderão contribuir efetivamente para o aprendizado dos estudantes. Em todas as disciplinas oferecidas são indicadas referências bibliográficas básicas, devidamente formatadas para uso na EAD, de forma a possibilitar a interatividade exigida em programas dessa natureza; a impressão dos conteúdos desenvolvidos é realizada em gráfica contratada pela universidade; a universidade também tem adquirido material impresso, sempre nos padrões exigidos para os cursos na modalidade EAD, no intuito de assegurar aos estudantes os meios indispensáveis a uma efetiva aprendizagem. • Avaliação do Desempenho do Estudante: as questões dos testes de avaliação são selecionadas de um banco de questões da própria universidade, que poderá ser analisado quando da visita dos avaliadores. Quando assumiu a gestão dos Programas de EAD, a atual coordenação da CEAD/UCB chamou a si tal responsabilidade e hoje as questões disponíveis no Banco de Questões – BQ/UCB – são propostas pelos professores dos cursos oferecidos pela universidade, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Para a gestão desse banco foi designado o Coordenador Pedagógico da CEAD; para a distribuição das provas, a UCB se vale de empresa especializada no atendimento logístico, que tem por responsabilidade o encaminhamento das provas aos Polos, bem como de seu recolhimento, para correção. b) No que concerne ao Atendimento ao Discente: Como a UCB utiliza na sua metodologia os encontros presenciais, tanto para a apresentação dos videoaulas como para as aulas dos professores, tem sido desenvolvido um grande esforço para capacitar os tutores presenciais, no caso das víaeoaulas, para a realização de outras atividades que estimulem a aprendizagem. A capacitação dos tutores presenciais vem ocorrendo nos Polos de apoio presencial. A tutoria a distância é hoje realizada na sede da UCB em Realengo no Rio de Janeiro 31 e, para tanto, a UCB oferece aos estudantes o atendimento por intermédio de um portal, chamado de Portal EAD/UCB6[5], que conta permanentemente com tutores em regime de plantão, para atendimento dos Núcleos Temáticos de Tutoria – NTT, além disso são selecionados monitores para a realização de algumas das atividades de apoio. Para a consecução de seus objetivos didáticos e pedagógicos, a UCB conta com o apoio de seus Polos, todos devidamente registrados no Sistema Integrado de Informações da Educação Superior – SIED/SUP do MEC, sendo que as condições para o credenciamento de Polos na UCB compreendem: o Existência de contrato firmado com o CER, em que o polo se compromete a atender aos requisitos fixados pelo MEC nos Instrumentos de Qualidade da EAD e às recomendações da universidade; o Infraestrutura em consonância com os Padrões de Qualidade do MEC: biblioteca; laboratório de informática, sala para encontros presenciais, sala para permanência dos tutores presenciais, equipamentos de multimídia, sistema de comunicação bidirecional com a UCB; o Recursos humanos compatíveis com as exigências dos padrões de qualidade: tutores com os níveis de titulação adequados, formação em EAD, permanência nos Polos nos horários previstos. Ainda em 2006, a UCB reafirmou com as instituições conveniadas, anteriormente citadas, a viabilização da sua atuação, com qualidade, em todas as unidades da Federação, garantindo o funcionamento de seus Polos de Apoio Presencial. Os 246 Polos de Apoio Presencial estão localizados nas regiões onde há siglas, em letra preta, dos respectivos Estados, sendo distribuídos por municípios, conforme tabela a seguir mostrada: 6[5] O Portal de EAD/UCB oferece acesso aos materiais didáticos, ao sistema de registro acadêmico, ao sistema administrativo e financeiro, à biblioteca virtual, entre outras ferramentas do ensino a distância. 32 UF MUNICIPIO AC 1 AL 1 AM 1 CE 6 DF 6 ES 6 GO 13 MA 2 MG 45 PA 3 PB 2 PE 7 PI 2 PR 65 RJ 32 RN 2 RO 1 RS 37 SC 13 SE 1 TOTAL 246 Fonte: CEAD, 2009 Observação: Esta informação foi atualizada no segundo semestre de 2008. As ações detalhadas de atendimento ao discente estão descritas neste projeto no item 16 ATENÇÃO AO DISCENTE. 33 c) No que concerne ao Controle Acadêmico dos Estudantes: O registro acadêmico dos estudantes de graduação na modalidade a distância utiliza o mesmo sistema construído para os alunos dos cursos presenciais denominado WEBCAF, e descrito detalhadamente no item 16 ATENÇÃO AO DISCENTE do presente projeto; Visando a assegurar o atendimento aos padrões fixados, tanto pelo MEC como pela UCB, a CEAD instituiu em 2009 uma Comissão Permanente de Auditoria Acadêmica dos Polos, presidida pelo Vice-Reitor de Ensino de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, e que tem por atribuição visitar os Polos e verificar o cumprimento das condições de oferta. 7- HISTÓRICO DO CURSO 7.1 – A UCB e sua Trajetória A UCB, mantida pelo CER, desenvolve há três décadas atividades educacionais, integrando os Ensinos fundamental, Médio e Superior nas Zonas Oeste e Norte da cidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro. Teve origem no Centro de Estudos Universitários Paulo Gissoni, fundado em 07/03/1971, conforme decisão da Assembleia Geral, realizada ao dia 23/02/1973, sendo denominada inicialmente de CER. Os primeiros cursos implantados foram nas áreas de Educação, Ciências e Letras ― na Faculdade Marechal Castelo Branco e de Educação Física ― na Faculdade de Educação Físicada Guanabara. Em 1975, as duas Faculdades passaram a constituir as Faculdades Integradas Castelo Branco – FICAB –, com aprovação do Regime Unificado, pelo parecer do Conselho Federal de Educação – CFE n.o 2903/71, de 01/07/75. Em 1976, houve a expansão das FICAB com a criação dos cursos superiores de Matemática e Pedagogia e, em 1989, dos cursos superiores de Serviço Social, Administração e Tecnólogo em Processamento de Dados. Iniciou-se então o processo formal da criação da UCB, com o acolhimento das FICAB pelo CFE em 18/02/91. No ano 34 seguinte, foi aprovada a implementação do projeto da UCB, o qual incluiu a autorização para o funcionamento dos cursos de Física e Ciências Biológicas, ambos fundados em 1992. O processo de desenvolvimento da UCB prosseguiu com o reconhecimento em 1993 dos cursos de graduação plena em Serviço Social, Administração, Tecnólogo em Processamento de Dados, bacharelado em Educação Física (com ênfase em Ciência da Performance Humana e Educação Física Especial) e em Pedagogia (com ênfase em Educação Especial). A instalação oficial da UCB ocorreu após a publicação da Portaria MEC n.º 1834, no DOU, do dia 29 de dezembro de 1994. A partir daí, a UCB criou novas unidades nos bairros do Recreio dos Bandeirantes, da Vila da Penha, do Centro e posteriormente em Rocha Miranda. Em 1997, foi elaborado o projeto pedagógico do curso de Medicina Veterinária, no campus Penha, em parceria com a Sociedade Nacional da Agricultura – SNA –, o qual obteve autorização para funcionamento pela Resolução n.º 02/97 do Conselho Universitário – CONSUN. A UCB foi credenciada no MEC em 2006 para oferta de cursos de pós-graduação e graduação a distância, tendo atualmente cerca de 30.000 alunos matriculados e gerenciados pela CEAD. A UCB oferece atualmente os cursos presenciais de graduação em Administração, Biomedicina, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Direito, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Letras, Matemática, Medicina Veterinária, Nutrição, Pedagogia, Serviço Social, Sistemas de Informação e Terapia Ocupacional, além de cursos Superiores de Tecnologia. 35 Os cursos de Pós-graduação são oferecidos tanto na modalidade Lato Sensu (desenvolvidos prioritariamente em parcerias com outras instituições de ensino), como na modalidade Stricto Sensu, em Motricidade Humana, na área das Ciências da Saúde, em Educação Física, no campus do Recreio dos Bandeirantes. Em função da constante evolução dos métodos de ensino-aprendizagem e da transformação da sociedade na sociedade do conhecimento, a UCB vem promovendo ampla discussão acerca de seu Projeto Político Institucional – PPI – e do Projeto de Desenvolvimento Institucional – PDI –, reestruturando sua política de graduação, pós- graduação, pesquisa e extensão e ampliando suas atividades acadêmicas. A UCB considera que, além de ser uma instituição plural e multidisciplinar, tem por obrigação apresentar-se à sociedade como instrumento eficaz de mudança, capaz de assegurar a eliminação das desigualdades sociais existentes no país. A UCB tem como finalidade formar profissionais para as diferentes áreas do conhecimento, tendo como princípios uma perspectiva de educação continuada, de construção e socialização de conhecimentos comprometidos, em seu conjunto, com os problemas da sociedade, da cultura, do meio ambiente, da ciência e da tecnologia, pautando a formação dos profissionais em princípios humanísticos, éticos e de exercício da cidadania. A Universidade considera, em consonância com o Plano Nacional de Graduação7, que a formação graduada de ensino não deve se restringir à perspectiva de uma profissionalização estrita especializada, mas há que propiciar a aquisição de competências de longo prazo, o domínio de métodos analíticos, de múltiplos códigos e linguagens, uma qualificação intelectual de natureza suficientemente ampla e abstrata para constituir, por sua vez, base sólida para a aquisição contínua e eficiente de conhecimentos específicos8. 7 BRASIL.. Lei 10172 de 9 de janeiro de 2001, aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e da outras providencias. 8 César, E. E. B. “Princípios e Fundamentos do Plano Nacional de Graduação: uma introdução crítica no contexto de um 36 Além das atribuições definidas em capítulo próprio da Constituição Federal9, as universidades devem procurar definir suas missões considerando as peculiaridades próprias e suas inserções no desenvolvimento local e regional. Neste contexto, a UCB considera que além de ser uma instituição plural e multidisciplinar, tem por obrigação apresentar-se à sociedade como um de seus instrumentos mais eficazes de mudança, capaz de assegurar a eliminação das desigualdades. 7.2 – O Curso A autorização para funcionamento do curso de Pedagogia, modalidade presencial, na então Faculdade de Educação, Ciências e Letras Marechal Castelo Branco, foi efetivada em virtude dos Pareceres CFE n.º 249, de 06/02/73 (Doc. 147 - Brasília, fevereiro/1973); n.º 1.220, de 04/7/73 (Doc. 152 - Brasília, julho/ 1973); n.º 1.289, de 09/8/73 (Doc. 153 - Brasília, outubro/ 1973), e Decreto n.º 72.895, de 09/10/73 (Doc. 155 - Brasília, outubro/1973). Através do Parecer CFE n.º 4.220, de 09/3/76 (Doc. 193 - Brasília, dezembro/1976), o referido Curso é reconhecido e tem firmado esse reconhecimento através do Decreto n.º 79.362, de 09/3/77, publicado no Diário Oficial da União em 10/3/77, retificado pelo Decreto n.o 181.293, de 11/02/78, publicado em 02/02/78. O Parecer CFE n.º 3.119, de 07/11/77 (Doc. 204 – Brasília, novembro/1977), reconheceu os cursos mantidos pelas Faculdades Integradas Castelo Branco e o Parecer CFE n.º 91, de 27/01/81 (Doc. 242 – Brasília), determinantes para a vida na sociedade contemporânea, para oferecer um referencial de estímulo a outros estudos e assuntos da atualidade. A partir de então, desenvolveu, em seu sistema WEBCAF, um processo em construção”. IN: RODRIGUES, M. E. F. Resgatando espaços e construindo ideias: ForGRAD 1997 a 2002. Niterói: UFF, 2002: pág. 35. 9 Promulgada em 5 de outubro de 1988. 37 ambiente de aprendizagem para facilitação do processo. A experiência em Educação a Distância da Universidade Castelo Branco se fez, inicialmente, em 1995, quando criou em sua estrutura a Coordenação de Educação a Distância – CEAD, com a finalidade de implantar o ensino a distância no âmbito da Universidade. A primeira medida para implementar esta modalidade de ensino foi debater e discutir no âmbito da universidade, com docentes e gestores, sobre as diretrizes que deveriam nortear a CEAD. Considerando os indicadores sociais e educacionais de nosso país, a nova LDB e as diretrizes de políticas educacionais, a UCB, na qualidade de Universidade, atuando na formação de Recursos Humanos, se propôs a desenvolver um Programa de Educação a Distância iniciando com cursos de Especialização para o qual obteve credenciamento pelo Parecer CES 0145/2002 publicado em DOU de 17/07/2002 e Parecer CES 0297/2003. Em 2006, o Curso de Pedagogia a distância foi autorizado no ato do credenciamento (Portaria nº 874 de 07/04/2006) da UCB para ministrar cursos de graduação nesta modalidade, com abrangência nacional, por cinco anos, tendo sido apresentado um Projeto Pedagógico bastante similar ao do ofertado presencialmente, no que concernem as questões específicas e peculiares referentes à modalidade. Já no segundo semestre do ano referido, teve o início de seu funcionamento, com regime de matrícula semestrale encontros presenciais quinzenais, na Unidade Sede e também no Polo de Apoio Presencial de Mangaratiba, a partir de estabelecimento de parceria (Convênio n.º 06/2006) com a Prefeitura Municipal de Mangaratiba. A opção por convênios com prefeituras se justifica pelo fato de preservar o caráter extensionista da UCB, no caso, justificado pela demanda reprimida em municípios pertencentes ao Estado-sede da IES – entendendo-se aqui como uma atuação/inserção local e nacional. 38 Considerando-se uma modalidade de ensino emergente na graduação, o ano de 2007 foi permeado por sucessivas Normatizações e Portarias ministeriais visando à regulação e supervisão deste segmento e, como consequência imediata, a IES, em 2008, revisa o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia, de maneira a adequá-lo às exigências externas. Diante do exposto, a Universidade Castelo Branco vem reestruturando seu curso de Pedagogia/EAD a partir da regulamentação dos cursos de graduação na modalidade a distância, da literatura sobre o assunto e dos resultados dos debates ocorridos entre representantes dos corpos docente e discente, junto à coordenação deste curso. Ressalta-se que, embora com estratégias metodológicas distintas no referente ao agir local e global, o Curso pratica a mesma organização curricular, com mesma carga horária. Objetiva-se, a curto prazo, a convergência a partir do processo avaliativo que nos fornecerá uma base diagnóstica para decisões a serem tomadas em 2009, considerando-se a reforma curricular que a Universidade, de acordo com o seu PPI e PDI, vem planejando para implantação no próximo ano. Nessa perspectiva, a autoavaliação é considerada parte do processo como um poderoso instrumento a indicar as modificações que se fazem necessárias e as dimensões que, por serem eficazes, devam ser reforçadas. A trajetória do Curso de Pedagogia/EAD está no seu início e buscamos o seu aperfeiçoamento contínuo tomando como base a sua história e os resultados da avaliação. 8 – OBJETIVOS DO CURSO 8.1 – Gerais Os objetivos gerais do curso de Pedagogia da UCB compreendem: • Formar professores para atuarem na docência da Educação Infantil, nos anos iniciais 39 do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Médio (modalidade Normal), conscientes de sua responsabilidade político-social, capazes de assumir de maneira crítica, criativa e construtiva o trabalho pedagógico; • Formar profissionais capazes de participar da organização, gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino, em contextos escolares e não-escolares. 8.2 – Específicos Os objetivos específicos do curso de Pedagogia são: • Formar educadores que sejam capazes, na prática, de demonstrar elevado nível de consciência crítica e criativa face à história e às reais condições de vida da sociedade brasileira; • Preparar docentes para o magistério na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos e na formação de professores (modalidade Normal), respeitando e considerando as diferenças dos portadores de necessidades especiais, tendo em vista a abrangência e a diversidade da sua ação profissional diante da educação, entendida como atividade política que se realiza no âmbito da sociedade; • Formar o profissional para participar na gestão do trabalho pedagógico, incluindo o planejamento, a execução e a avaliação de sistemas, unidades e projetos educacionais, em contextos escolares e não-escolares; • Mediar a construção de uma prática pedagógica que demonstre fidelidade aos princípios fundamentais de uma educação humanística e cidadã; • Contribuir para o avanço de propostas da educação, em geral, e do ensino, em particular. 40 9 – PERFIL DOS ALUNOS 9.1 – Ingressantes Os ingressantes do Curso Pedagogia são oriundos de diferentes regiões do país, a maioria dos alunos já atua no mercado de trabalho e que, atraídos pela adequada oportunidade de uma capacitação e maior qualificação, busca seu crescimento profissional, por meio desta Licenciatura. Nesta visão o ingressante busca um aprofundamento teórico/prático, integrando-se à utilização dos conhecimentos políticos, pedagógicos e tecnológicos que permeiam o processo educacional. 9.2 – Egressos O curso busca, portanto, um perfil que privilegia a formação do profissional, do docente e do cidadão, tendo a ética como princípio norteador de suas ações. Compõe esse perfil a possibilidade de tomar decisões com base em investigação, análise e avaliação de problemas e necessidades individuais, grupais, comunitárias e institucionais, ações essas pautadas pelo rigor científico e intelectual, e por princípios éticos rigorosos, visando à qualidade de vida e à melhoria do nível educacional. Objetiva-se, para tal, valorizar e promover posturas diante do conhecimento, do trabalho e das características pessoais, destacando-se, em relação a: § Conhecimento: a autonomia para buscar no saber científico novos conhecimentos, bem como sua ampliação, integração, contextualização e produção a partir da realidade em que se insere; § Pedagógico: ato de ensinar; § Trabalho: a apreensão das demandas sociais e políticas, o atendimento para a abertura e redefinição de espaços, a contextualização de problemas, reflexão crítica sobre a atuação e seus resultados, repensando abordagens e alternativas, numa visão pluralista; 41 § Características Pessoais: o desenvolvimento de habilidades interpessoais de comunicabilidade, flexibilidade, argumentação, capacidade para sensibilização e engajamento das parcerias, capacidade reflexiva e de síntese de conhecimento e experiências, ser proativo, empreendedor, ações pautadas sob profunda consciência ética. Capacitado a atuar com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, busca, portanto, a formação integral do futuro egresso, com ênfase no desenvolvimento harmônico de todas as dimensões do indivíduo. Esta favorece tanto o crescimento para a autonomia do indivíduo como sua inserção na sociedade, para que possa assumir a herança das gerações anteriores e para que seja capaz, diante dos desafios do futuro, de tomar decisões responsáveis em nível científico, cultural, técnico, político e ético. Esta formação integral busca superar as visões justapostas da ação especializada e das diversas ciências, culturas e técnicas e estimula a tomada de consciência dos nexos entre as especializações e a dimensão global da vida humana e social. É característico para o aluno da UCB, além dos campos tradicionais da Pedagogia, a possibilidade de aprofundamentos na área de ensino previstos na estrutura curricular pela via do conhecimento disciplinar, da vivência e participação nas atividades na UCB e em instituições parceiras. Os egressos do Curso de Pedagogia da UCB deterão as competências necessárias para o exercício das práticas pedagógicas e responsabilidades profissionais exigidas e deverão estar capacitados com competências e habilidades específicas do professor, conforme definição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores. O professor deve ter consciência da realidade em que vai atuar, perceber que sua interferência deve ser pautada pelo rigor científico, estar em plena sintonia com as transformações teóricas e técnicas do cotidiano, constituindo-se desta forma num 42 profissional atualizado e consciente do seu papel na sociedade. Além disso, é importante demonstrar caráter empreendedor, o que lhe possibilitará novas oportunidades no mercado de trabalho, e atuar de forma ética em sua construção e identificação profissional, respeitando os seres vivos e conduzindo suas pesquisas sob premissaslógicas e transparentes. 9.3 – Campos de Atuação O campo de ação do licenciado em Pedagogia compreende: a) a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, no Ensino Médio (modalidade Normal) e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos; b) a participação na organização e gestão educacional dos processos educativos escolares e não-escolares; c) a produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico da área educacional. 10 – NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE - NDE Entende-se o NDE como um conjunto de professores de elevada formação e titulação, contratados em tempo integral e parcial e que respondem mais diretamente pela criação, implantação e consolidação do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia. São atribuições do NDE: a) Elaborar o projeto pedagógico do curso, sob a supervisão da Coordenação do Curso 43 e orientação e acompanhamento da Assessoria de Desenvolvimento e Planejamento Pedagógico, definindo sua concepção e fundamentos; b) Estabelecer o perfil profissional do egresso do curso; c) Atualizar periodicamente o projeto pedagógico do curso; d) Conduzir os trabalhos de reestruturação curricular para análise da Assessoria de Desenvolvimento e Planejamento Pedagógico e posterior aprovação no Colegiado de Curso, sempre que necessário; e) Supervisionar as formas de avaliação de ensino e acompanhamento do curso, definidas pelo Colegiado; f) Analisar e avaliar, sob a supervisão da Assessoria de Desenvolvimento e Planejamento Pedagógico, os Planos de Ensino dos componentes curriculares; g) Promover a integração horizontal e vertical e a interdisciplinaridade proposta pelo Curso, respeitando os eixos estabelecidos pelo projeto pedagógico; h) Acompanhar as atividades do corpo docente, recomendando ao Colegiado de Curso a indicação ou substituição de docentes, quando necessário; i) Elaborar e implementar o acompanhamento do desempenho docente e discente, por meio de dados fornecidos pela Avaliação Institucional; j) Elaborar diagnóstico anual de aproveitamento discente por meio de diferentes instrumentos avaliativos. A designação dos representantes do NDE é feita pelo Vice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo Discente. 11 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES O curso de Pedagogia deve abranger conteúdos e atividades que constituam base consistente para a formação do educador capaz de atender ao perfil do profissional pretendido pela Universidade Castelo Branco. Nessa direção, algumas competências e habilidades devem ser desenvolvidas, tais como: 44 • Refletir como professor, educador, pesquisador e consultor, a partir de um pensamento coordenado e em bases lógicas, sobre a transformação dos paradigmas que têm orientado a Educação, o exercício aprimorado da cidadania e a emergência de novas formas de saber e suas possíveis implicações na realidade brasileira; • Compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a desenvolver suas dimensões física, psíquica, intelectual e social; • Fortalecer o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças do Ensino Fundamental e daqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria; • Reconhecer o impacto de novas tecnologias de comunicação no modo de percepção do homem contemporâneo, buscando estratégias inovadoras de utilização dessas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem; • Conhecer e aplicar os princípios, fundamentos e procedimentos da educação brasileira, expressos pelo poder público, que orientam as escolas dos diferentes sistemas de ensino na organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de propostas pedagógicas; • Compreender e valorizar as diferentes linguagens manifestadas nas sociedades contemporâneas e sua função na produção de conhecimento; • Articular ensino e pesquisa na produção do conhecimento e na prática pedagógica; • Compreender de forma ampla e consistente o fenômeno e a prática educativa que ocorrem em diferentes âmbitos e especialidades; • Estabelecer diálogo entre a área pedagógica e outras áreas específicas do conhecimento; • Promover a aprendizagem de sujeitos, em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo, em espaços escolares e não-escolares; • Conhecer e aplicar adequadamente os conhecimentos específicos da área de Educação para enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo do trabalho e das condições do exercício profissional; 45 • Exercer a docência, tendo uma prática que colabore na transformação da realidade, na direção de uma sociedade mais equânime; • Analisar criticamente as tendências pedagógicas e a tecnologia educacional, buscando a integração dos recursos da informática no projeto pedagógico da escola; • Ensinar Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes e Educação Física para os anos iniciais do Ensino Fundamental, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano; • Criar materiais pedagógicos adequados à utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas práticas educativas; • Promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade; • Conhecer e utilizar processos e meios de comunicação em suas relações com os problemas educacionais; • Respeitar as diversidades sociocultural, ambiental-ecológica, étnico-racial, gênero e necessidades especiais; • Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área educacional e as demais áreas do conhecimento; • Capacidade de identificar problemas socioculturais e educacionais, de propor soluções criativas às questões da qualidade do ensino e de tomar medidas que visem a superar a desigualdade social; • Capacidade para trabalhar junto a alunos com necessidades especiais, de modo a assegurar seus direitos de cidadania; • Capacidade de estabelecer diálogo entre as Ciências da Educação e as outras ciências; • Capacidade de atuação nas diferentes formas de gestão educacional, na organização do trabalho pedagógico e administrativo, no planejamento, na execução e avaliação da proposta pedagógica; • Identificar problemas socioculturais e educacionais, propondo respostas criativas às questões da qualidade do ensino e medidas que visem a superar a exclusão social; • Colaborar efetivamente na elaboração do projeto pedagógico, atuando no 46 planejamento, organização, coordenação e avaliação do processo de construção do conhecimento, marcado por valores como solidariedade, cooperação, responsabilidade e compromisso, em ambientes escolares e não-escolares. 12 – PRINCÍPIOS, ESTRUTURA E CONTEÚDOS CURRICULARES 12.1 – Organização Curricular O currículo deve caracterizar as bases processuais da formação acadêmica e profissional. É um complexo dos diversos processos relacionadas com a formação profissional, cultural e humanística dos estudantes que deve ser traduzido por componentes curriculares que se organizam a partir de disciplinas, eixos, ênfases e/ou núcleos, que contemplem a inclusão desses diferentes componentes, os quais integram conteúdos em projetos, experiências e atividades acadêmicas, pesquisa e extensão, expressando a tradução das ações e movimentos necessários ao ensino e à aprendizagem. Para construí-lo, é necessária uma seleção de conhecimentos, competências, habilidades, atitudes, valores, metodologias e situações de aprendizagem consideradas importantes. Tem por referência determinados destinatários e contextos
Compartilhar