Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Administração Contemporânea Professor: Júlio Costa Email: juliocosta.ufpe@gmail.com Aula 04 - Evolução histórica do pensamento administrativo: principais teorias - parte 2 / Atividade TGA (17/03/17) Recordando... Administração Científica Prof.: Júlio Costa • Primeira tentativa de aplicação de métodos científicos para a resolução de problemas da administração (1903) • Aumentar a eficiência organizacional; • Evitar o desperdício; • Aumentar a produtividade; • Uso da engenharia industrial (de produção) • Ênfase na estrutura produtiva; Quem foi Frederick Taylor? • Veio de uma família de princípios rígidos • Foi educado com forte mentalidade de disciplina, devoção ao trabalho e poupança; • Iniciou sua carreira como operário até galgar o cargo de engenheiro (posto mais alto); Recordando... Administração Clássica Prof.: Júlio Costa • Desenvolvida por Henri Fayol, França, 1916; • Ênfase na estrutura administrativa; • Funções básicas da empresa: • Funções Técnicas – relacionadas a produção; • Funções Comerciais – relacionadas a compra e venda; • Funções Financeiras – relacionadas a gerência de capitais (recursos financeiros); • Funções de Segurança – proteção e preservação dos bens e das pessoas; • Funções Contábeis – inventários, registros de movimentação de materiais, balanços, custos; • Funções Administrativas – coordenar e sincronizar as demais funções das empresas, essencial ao funcionamento da organização. Recordando... Teoria das Relações Humanas Prof.: Júlio Costa • Surgida nos EUA, Elton Mayo, 1924; • Administração Científica e Clássica eram muito mecanicistas quanto ao elemento humano • Necessidade de humanizar a administração; • Influência do desenvolvimento das ciências humanas • Psicologia e sociologia foram fundamentais; • Preocupação com a máquina, a organização formal cedem prioridade para o homem e seu grupo social; • Experiência de Hawthorne • Elton Mayo; • Western Electric Company, Chicago, 1927 à 1932. Evolução histórica Prof.: Júlio Costa E as demais teorias? Vamos lá! Teoria Burocrática - Weber Prof.: Júlio Costa • Tomou forma no meio administrativo apenas em 1940 • Principal expoente Weber; Qual a sua necessidade? • Fragilidade e parcialidade das teorias Clássicas e das Relações Humanas: forte oposição; • Crescimento em tamanho e complexidade das empresas; • Necessidade de racionalização da administração: estender os princípios da ciência além das fábricas; “Burocracia é a organização eficiente por excelência” Teoria Burocrática - Weber Prof.: Júlio Costa Características da Burocracia • Caráter legal das normas e regulamentos: define como as organizações devem funcionar; • Caráter formal das organizações: comunicação escrita, registrada; • Caráter racional e divisão do trabalho: divisão sistemática do trabalho e do poder (autoridade) • Obediência ao cargo e não a seu ocupante; • Hierarquia da autoridade: cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão de um superior; • Rotinas e procedimentos padronizados: normas técnicas para o desempenho das tarefas dos cargos; • Competência técnica e meritocracia: escolha das pessoas baseada no mérito e na competência técnica; Teoria Burocrática - Weber Prof.: Júlio Costa Características da Burocracia • Especialização da Administração: dirigentes não são necessariamente os “donos do negócio” • Profissionalização do administrador; • Profissionalização dos participantes • Especialistas, assalariados e não possuem a propriedade dos meios de produção; • Plano de carreira, fiel ao cargo e leal a organização e seus objetivos; • Previsibilidade do funcionamento: Tudo é concebido baseado na previsão dos acontecimentos • Rotinas de execução das tarefas => máxima eficiência; Teoria Burocrática - Weber Prof.: Júlio Costa Vantagens da Burocracia • Racionalidade quanto aos objetivos da organização; • Precisão na definição dos cargos e das tarefas; • Univocidade de interpretação: normas e regulamentos; • Uniformidade de rotinas; • Continuidade da organização: escolha do ocupante do cargo com base em habilidades técnicas; • Redução de atritos interpessoais; • Constância e confiabilidade nas decisões; • Benefícios para as pessoas pela formalização do trabalho. Mas nem tudo são flores... E as desvantagens? Teoria Burocrática - Weber Prof.: Júlio Costa Desvantagens da Burocracia • Internalização das regras e apego excessivo aos regulamentos • Visão restrita e não holística (ampla); • Excesso de formalismo e papelório; • Resistência às mudanças; • Despersonalização dos relacionamentos • Impessoalidade excessiva: foco no cargo; • Rígida hierarquia no processo decisório; • Excessiva conformidade às rotinas e aos procedimentos; • Exibição de sinais de autoridade: status do cargo; • Conflitos com o cliente: baixa flexibilidade • Foco para dentro da organização, o ambiente representa uma ameaça a estabilidade do sistema. Teoria Neoclássica Prof.: Júlio Costa • Desenvolvida por diversos autores, na década de 1950 • Principal expoente: Peter Drucker; • Surgiu da necessidade de se utilizarem conceitos das teorias da Administração Científica e Clássica • Eliminando exageros e distorções; • Adequando a nova realidade empresarial pós 2ª Grande Guerra; • Busca por consenso: • Aspectos técnicos específicos do administrador; • Habilidades para dirigir pessoas; • Ênfase nas funções do administrador (atualizadas) e no dilema “Centralização x Descentralização” Teoria Neoclássica Prof.: Júlio Costa Principais Características • Ênfase na prática da Administração • Busca pelo pragmatismo e resultados concretos, palpáveis; • Reafirmação relativa dos postulados clássicos • Adequação da teoria clássica à realidade da época atual (do período); • Ênfase nos princípios gerais da administração • Importância da atividade e dos administradores; • Foco nos objetivos e nos resultados • A organização deve ser estruturada em prol de seus objetivos, que justificam sua existência; • Ecletismo nos conceitos • Absorção de conteúdos de outras teorias. Teoria Neoclássica Prof.: Júlio Costa Novo conceito de administração: “Administração consiste numa técnica para orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo” • Aspectos comuns às organizações • Objetivos: são meios que visam a realização de uma tarefa social • Contribuição para a sociedade; • Administração: organizações tem diferentes objetivos mas mesma necessidade de se equilibrar os objetivos do grupo; • Relevância das pessoas: organizações são ficções legais, mas por si só, nada fazem • É a soma das atividades de cada integrante; • Desdobramento dos estudos relativos a estrutura organizacional (próximas aulas...); • Eficiência x Eficácia. Teoria Neoclássica Prof.: Júlio Costa Princípios básicos da estrutura organizacional • Divisão do trabalho: decomposição do processo em tarefas menores => maior produtividade • Níveis administrativos: Institucional (Dirigentes), Intermediário (Gerentes) e Operacional (Supervisores); • Especialização: funções específicas para cada cargo; • Hierarquia: existência de funções de comando, necessidade de direção • Autoridade (poder de dar ordens) x Responsabilidade (dever de cumprir a tarefa e prestar contas); • Amplitude Administrativa: quantidade de subordinados de um administrador. Teoria Neoclássica Prof.: Júlio Costa Novas Funções do Administrador Teoria Comportamental da Administração Prof.: Júlio Costa • Iniciada no final da década de 1940, Hebert Simon • Posteriormente difundida e complementada por outros estudiosos • Nova perspectiva da teoria da administração • Oposição asteorias Clássica e Burocrática; • Ênfase nas pessoas sob uma óptica mais ampla: motivação; • Desdobramento natural da Teoria das Relações Humanas • Rejeita a visão excessivamente “romântica” e ingênua das pessoas; • Crítica ferrenha ao sistema burocrático e sua rigidez; • Foco no campo comportamental => Comportamento Organizacional; • Nova definição de organização como um sistema social cooperativo: “A organização é um sistema de forças, conscientemente coordenadas, de dois ou mais indivíduos, dispostos a cooperar com a finalidade de um objetivo comum.” Teoria Comportamental da Administração Prof.: Júlio Costa • Fundamenta-se no comportamento individual para explicar o comportamento nas organizações; • Base da teoria: estudo da motivação humana • Contribuição essencial para o desenvolvimento da administração moderna; • O administrador precisa conhecer as necessidades humanas para compreender seu comportamento • Objetivo: melhorar a qualidade de vida no ambiente organizacional => eficácia; • Principais teorias motivacionais • Hierarquia das Necessidades de Maslow; • Teoria dos dois fatores de Herzberg; • Teoria X e Y de McGregor. Teoria Comportamental da Administração Prof.: Júlio Costa • Maior contribuição da Teoria Comportamental: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL “Comportamento Organizacional é um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura organizacional têm sobre o comportamento dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para promover a melhoria da eficácia organizacional”. • Vertentes de estudo: • Comportamento individual; • Comportamento do grupo; • Estrutura organizacional (formal e informal); • Objetivo: EFICÁCIA ORGANIZACIONAL! Teoria dos Sistemas Prof.: Júlio Costa • Surgida em 1951, biólogo alemão Ludwig • Foi incorporada ao estudo das organizações a partir de 1960 • Premissas da TGS (Teoria Geral dos Sistemas) • Os sistemas existem dentro dos sistemas: são subsistemas de um maior no qual estão contidos; • Os sistemas são abertos: processo de intercâmbio de energia e informações com o ambiente; • As funções do sistema dependem de sua estrutura: tem uma finalidade que define seu papel no intercâmbio com outros sistemas; • Como a TGS se fundiu a administração? • Necessidade de integração entre os aspectos das diversas teorias anteriores: visão holística; • Evolução tecnológica e interconexão das organizações; • Permite o estudo dos fenômenos intraorganizacionais e sua relação com o ambiente; Teoria dos Sistemas Prof.: Júlio Costa • A organização é um sistema aberto • Integrado por diversas partes ou unidades relacionadas entre si; • Mantém uma dinâmica interação com seu meio ambiente • Agentes externos: clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos governamentais; • Novo conceito de organização: “Um conjunto de partes em constante interação e interdependência, constituindo um todo sinérgico (o todo é maior do que a soma das partes), orientado para determinados propósitos (comportamento orientado para fins) e em permanente relação dinâmica e interativa com o ambiente (entendida como a dupla capacidade de influenciar o meio externo e ser por ele influenciado)”. Teoria dos Sistemas Prof.: Júlio Costa Características das Organizações (como sistemas abertos) • Comportamento probabilístico e não determinístico: influência do ambiente; • As organizações como partes de uma sociedade maior e constituídas de partes menores: sistemas dentro de sistemas; • Interdependência das partes: a mudança em uma das partes provoca impacto sobre as outras; • Homeostase ou “estado firme”: busca um estado de equilíbrio; • Fronteiras ou limites: define o que está dentro e fora do sistema ou subsistema e nem sempre a fronteira existe fisicamente; • Morfogênese: capacidade de modificar a si própria e sua estrutura básica; • Resiliência: capacidade de enfrentar e superar perturbações externas. Escola do Desenvolvimento Organizacional Prof.: Júlio Costa • Surgiu a partir de 1962 • Conjunto de ideias a respeito do homem, da organização e do ambiente, no sentido de facilitar o crescimento e o desenvolvimento das organizações; • Não se trata de uma teoria administrativa • Movimento de vários acadêmicos visando aplicar as ciências do comportamento na administração; • Por que surgiu? • Necessidade de uma nova abordagem da administração para interpretar a nova concepção do homem e da organização baseada na dinâmica motivacional e na interação com o ambiente; • Fusão do estudo da estrutura e do estudo do comportamento humano nas organizações: contribuição da teoria sistêmica. Escola do Desenvolvimento Organizacional Prof.: Júlio Costa • O que é o DO? “Conjunto de esforços para mudar as pessoas, sua natureza e a qualidade de suas relações de trabalho de forma planejada”. • Ênfase na mudança da Cultura Organizacional (próximas aulas); Pressupostos do DO • Constante e rápida mutação do ambiente; • Necessidade de adaptação constante; • Interação entre indivíduo e organização; • Necessidade de engajamento e comprometimento na mudança; • Toda mudança deve ser planejada; • Melhoria da eficácia: melhores resultados; • Esforço educacional complexo • Envolve mudança de atitudes, comportamentos e mesmo estrutura da organização para se adaptar ao ambiente e suas imposições. Escola do Desenvolvimento Organizacional Prof.: Júlio Costa Objetivos do DO • Criar um senso de identificação das pessoas em relação à organização; • Desenvolver o espírito de equipe; • Desenvolver a percepção comum sobre o ambiente externo a fim de facilitar a adaptação de toda a organização; O Processo de DO •Identificar os elementos necessários para um melhor desempenho Diagnóstico •Desenvolver soluções possíveis e sua implementação Plano de Ação •Desenvolver equipes e promover a melhoria do relacionamento Equipes de Ação •Acompanhar o resultados das soluções e fazer os ajustes necessários Avaliação de Desempenho Teoria da Contingência Prof.: Júlio Costa • Surgida em 1972 • A partir de várias pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas; • Nova concepção de organização “A estrutura da organização e o seu funcionamento são dependentes de sua interação com o ambiente externo” • Conclusão: não há um único e melhor jeito (the best way) de organizar; “Não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização” TUDO DEPENDE! Teoria da Contingência Prof.: Júlio Costa • Evolução da Teoria dos Sistemas • Analisar as relações dentro e entre os subsistemas; • Relação entre a organização e seu ambiente (sistema aberto) • Características ambientais: variáveis independentes; • Características organizacionais: variáveis dependentes; • Ênfase na natureza multivariada das organizações • Circunstâncias específicas influenciam como as organizações irão operar sob condições variáveis; “Há diferentes desenhos organizacionais (estrutura formal) e sistemas gerenciais (alocação de recursos, inclusive humanos) para cada situação, para cada mercado e para cada tipo de organização!” “Teoria da Contingência é eclética e interativa, mas ao mesmo tempo relativista e situacional. É muito mais uma maneira relativa de encarar o mundo do que propriamente uma teoria administrativa.” Administração Contemporânea Prof.: Júlio Costa Professor: Júlio Costa Email: juliocosta.ufpe@gmail.comAtividade 1 – 1º Exercício Prof.: Júlio Costa Análise Crítica (10% do 1º Exercício) • Escolher uma das teorias apresentadas; • Aprofundar os estudos sobre a mesma e fazer um paralelo com a realidade atual das empresas num mercado global e altamente competitivo. “Esses estudos, mesmo os mais específicos, ainda podem se fazer aplicáveis na realidade contemporânea?” • Bibliografia sugerida: CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. • Data de entrega: 29/03/17 em versão impressa ou escrita. Administração Contemporânea Até nosso próximo encontro! Prof.: Júlio Costa Professor: Júlio Costa Email: juliocosta.ufpe@gmail.com Aula 05 - Organização formal x informal. O elemento humano e a tarefa. (22/03/17)
Compartilhar